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Jogos e brinquedos

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“JOGO, BRINQUEDO, BRINCADEIRA E A EDUCAÇÃO”
♦ Tizuco Morchida Kishimoto
“O trabalho de Kishimoto intitulado ‘O jogo na educação infantil’ foi apresentado em 1994 no estado de Minas Gerais e tratou de discutir o significado do jogo ao longo do tempo e a apropriação dele no campo da educação, dando grande ênfase às brincadeiras de faz-de-conta, principal pauta dessa pesquisa acadêmica.” (Juliana – resumo pág 7 e 8).
“Tentar definir o jogo não é uma tarefa fácil. [...] Tais jogos, embora recebam a mesma denominação, têm suas especificidades. Por exemplo, no faz-de-conta, há forte presença da situação imaginária; no jogo de xadrex, regras padronizadas permitem a movimentação das peças. Brincar na areia, sentir o prazer de fazê-la escorrer pelas mãos, encher e esvaziar copinhos com areia requer a satisfação da manipulação do objeto. Já a construção de um barquinho exige não só a representação mental do objeto a ser construído, mas também a habilidade manual para operacionalizá-.” (Exemplificação do que é jogo e suas variedades – pág 13)
“A boneca é brinquedo para uma criança que brinca de ‘flhinha’, mas em certas tribos indígenas, conforme pesquisa etnográficas, é símbolo de divindade, objeto de adoração. A variedade de fenômenos considerados como jogo mostra a complexidade da tarefa de defini-lo. A dificuldade aumenta quando se percebe que um mesmo comportamento pode ser visto como jogo ou não-jogo. Se para um observador externo a ação da criança indígena que se diverte atirando com arco e flecha em pequenos animais é uma brincadeira, para a comunidade indígena nada mais é que uma forma de preparo para a arte da caça necessária à subsistência da tribo. Assim, atirar com arco e flecha, para uns, é jogo, para outros, é preparo profissional.” (pág 15)
“Dessa forma, enquanto fato social, o jogo assume a imagem, o sentido que cada sociedae lhe atribui. É este o aspecto que nos mostra por que, dependendo do lugar e da época, os jogos assumem significações distintas [...]. Enfim, cada contexto social constrói uma imagem de jogo conforme seus valores e modo de vida, que se expressa por meio da linguagem.” (pág 17)
“Brinquedo é outro termo indispensável para compreender esse campo. Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação intima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização” (pág 18)
“A infância é, também, a idade do possível. Pode-se projetar sobre ela a esperança de mudança, de transformação social e renovação moral.” (pág 19)
“Quando brinca, a criança toma certa distancia da vida cotidiana, entra no mundo imaginário.” (pág 24)
“A brincadeira de faz-de-conta, também conhecida como simbólica, de representação de papeis sociodramática, é a que deixa mais evidente a presença da situação imaginária. Ela surge com o aparecimento de representação e da linguagem, em torno de 2/3 anos, quando a criança começa alterar o significado dos objetos, de eventos, a expressar seus sonhos e fantasias e assumir papeis presentes no contexto social.”(pág 39)
♦ Edda Bomtempo
“Cada criança em suas brincadeiras comporta-se como um poeta, enquanto cria seu mundo próprio ou, dizendo melhor, enquanto transpõe os elementos formadores de seu mundo para uma nova ordem, mais agradável e conveniente para ela.” Freud, O poeta e a fantasia
“Quando vemos uma criança brincando de faz-de-conta, sentimo-nos atraídos pelas representações que ela desenvolve. A primeira impressão que nos causa é que as cenas se desenrolam de maneira a não deixar duvida do significado que os objetos assumem dentro de um contexto. Assim, os papeis são desempenhados com clareza: a menina torna-se mãe, tia, irmã, professora; o menino torna-se pai, índio, policia, ladrão sem script e sem diretor. Sentimo-nos como diante de um miniteatro, em que papeis e objetos são improvisados” (Vieira, 1978) – pág 57
“A ênfase é dada à ‘simulação’ ou faz-de-conta, cuja importância é ressaltada por pesquisas que mostram sua eficácia para promover o desenvolvimento cognitivo e afetivo-social da criança” (pág 58)
“Froebel e Pestalozzi, pioneiros no campo da educação infantil eram particularmente sensíveis à importância do jogo na infância relacionado à pratica do ensino e educação da criança. Contudo, havia porca descrição dos jogos das crianças na literatura do século XIX [...]. Parece improvável que o jogo imaginativo tenha tido seu inicio apenas no século XIX. Antes, este jogo já existia de maneira mais simples, mas passava despercebido para o mundo adulto nas experiência da infância. 
Atualmente, tanto o cinema como a televisão, com seus filmes infantis da era Disney, e os desenhos animados na TV, com seus super-heróis como He-Man, Batman, Jaspion e outros, provavelmente, influenciaram o desenvolvimento do jogo imaginativo, tornando-o mais elaborado e sofisticado.
Muitos teóricos e estudiosos do assunto, como Freud (1976), Piaget (1971), Luria (1932) e Vygotsky (1984) afirmam que o jogo de fantasia possibilita observar a origem dos devaneios da fase adulta” (pág 58)
“Para Piaget (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto mão depende da natureza do objeto mas da função que a criança lhe atribui. É o que Piaget chama de jogo simbólico, o qual se apresenta inicialmente solitário, evoluindo para o estágio de jogo sociodramático, isto é, para a representação de papéis, como brincar de médico, de casinha, de mãe etc. O jogo simbólico implica a representação de um objeto por outro, a atribuição de novos significados a vários objetos, a sugestão de temas, como: ‘Vamos dizer que isso é um cavalinho?’ (apontando para um pedaço de madeira) ou a adoção de papéis, como ‘sou o pai’, ‘sou o medico’, ‘sou a mãe’ etc.” (pág 59)
“De acordo com Singer (1973), a maior parte dos jogos de faz-de-conta também tem qualidade social no sentido simbólico. Envolve transações interpessoais, eventos e aventuras que englobam outras características e situações no espaço e no tempo. O jogo imaginativo acontece com pares ou grupos de crianças que introduzem objetos inanimados, pessoas e animais que não estão presentes no momento.”(pág 60 – exemplo para o caso de ser observado crianças brincando com outras)

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