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DOCÊNCIA EM SAÚDE ATUALIDADES EM VITAMINAS 1 Copyright © Portal Educação 2013 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de Setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842a Atualidades em vitaminas / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2013. 99p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-8241-823-9 1. Vitaminas. I. Portal Educação. II. Título. CDD 572.78 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 8 2 HISTÓRICO DAS VITAMINAS.................................................................................................... 9 3 CONCEITOS SOBRE VITAMINAS ............................................................................................. 11 3.1 O QUE SÃO? .............................................................................................................................. 11 3.2 BIODISPONIBILIDADE ............................................................................................................... 12 3.3 FOME OCULTA ........................................................................................................................... 14 3.4 ANTIVITAMINAS ......................................................................................................................... 15 3.5 ANTIOXIDANTES ........................................................................................................................ 15 3.6 SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINAS .......................................................................................... 17 3.7 FORTIFICAÇÃO DE ALIMENTOS .............................................................................................. 18 4 CLASSIFICAÇÃO DAS VITAMINAS .......................................................................................... 21 5 VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS ................................................................................................... 22 5.1 VITAMINA A ................................................................................................................................ 22 5.2 VITAMINA D ................................................................................................................................ 23 3 5.3 VITAMINA E ................................................................................................................................ 25 5.4 VITAMINA K ................................................................................................................................ 27 6 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS ................................................................................................ 29 6.1 TIAMINA (B1) .............................................................................................................................. 29 6.2 RIBOFLAVINA (B2) ..................................................................................................................... 30 6.3 NIACINA (B3) .............................................................................................................................. 31 6.4 ÁCIDO PANTOTÊNICO (B5) ....................................................................................................... 32 6.5 PIRIDOXINA (B6) ........................................................................................................................ 33 6.6 BIOTINA (B7) .............................................................................................................................. 35 6.7 FOLATO ...................................................................................................................................... 36 6.8 VITAMINA B12 ............................................................................................................................ 38 6.9 VITAMINA C ................................................................................................................................ 39 7 RECOMENDAÇÕES DE VITAMINAS ........................................................................................ 42 7.1 O QUE SÃO RDA E DRI? ........................................................................................................... 42 7.2 RECOMENDAÇÕES DE VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS ............................................................ 43 4 7.3 RECOMENDAÇÕES DE VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS ........................................................ 44 8 ALGUNS SUPLEMENTOS EXISTENTES NO MERCADO ........................................................ 46 8.1 CENTROTABS ............................................................................................................................ 48 8.2 CENTRUM ................................................................................................................................... 49 8.3 CENTRUM SILVER ..................................................................................................................... 50 8.4 STRESSTABS ............................................................................................................................. 51 8.5 CLUSIVOL INFANTIL .................................................................................................................. 52 8.6 PHARMATON .............................................................................................................................. 53 8.7 KIDDI PHARMATON ................................................................................................................... 54 8.8 BEMINAL PLUS .......................................................................................................................... 55 8.9 SUPRADYN ................................................................................................................................. 56 8.10 REVITAM ANTI-STRESS ............................................................................................................ 57 8.11 REVITAM JÚNIOR ...................................................................................................................... 58 8.12 ELEVIT ........................................................................................................................................ 59 8.13 NATELE ....................................................................................................................................... 60 5 8.14 TERAGRAN-M ............................................................................................................................ 61 9 QUADRO COMPARATIVO DOS PRODUTOS ........................................................................... 62 9.1 ADULTOS .................................................................................................................................... 62 9.2 INFANTIL ..................................................................................................................................... 63 9.3 GESTAÇÃO E LACTAÇÃO .........................................................................................................65 9.4 IDOSOS ....................................................................................................................................... 66 10 RECEITAS .................................................................................................................................. 70 10.1 FILÉ DE PEIXE COM PURÊ DE ABÓBORA ............................................................................... 70 10.2 PÃO INTEGRAL COM AVEIA ..................................................................................................... 71 10.3 BIFE A ROLE COM QUEIJO E ESPINAFRE .............................................................................. 72 10.4 SALMÃO AO GERGELIM ............................................................................................................ 73 10.5 PANQUECAS DE ESPINAFRE ................................................................................................... 74 10.6 ESPETO VEGETARIANO ........................................................................................................... 75 10.7 ROCAMBOLE DE CARNE ......................................................................................................... 76 10.8 TORTA DE MILHO VERDE, CENOURA E AGRIÃO ................................................................... 77 6 10.9 TOMATE RECHEADO ................................................................................................................ 78 10.10 FRANGO COM ESPECIARIAS E ESPINAFRE ........................................................................... 79 10.11 FÍGADO CROCANTE .................................................................................................................. 80 10.12 SARDINHA NA PANELA DE PRESSÃO ..................................................................................... 81 10.13 BRÓCOLIS AO FORNO .............................................................................................................. 82 10.14 PURÊ DE ERVILHA FRESCA ..................................................................................................... 83 10.15 RECEITA LIGHT DE FAROFA SALGADA À BASE DE CEREAIS E FRUTAS SECAS .............. 84 10.16 RECEITA DE OVOS MEXIDOS AROMÁTICOS ......................................................................... 85 10.17 ARROZ COM LENTILHA NA PANELA DE PRESSÃO ............................................................... 86 10.18 SALADA DE PIMENTÃO E PRESUNTO ..................................................................................... 87 10.19 SANDUÍCHE NATURAL LIGHT .................................................................................................. 88 10.20 ASPARGO COM BATATAS ........................................................................................................ 89 10.21 SUCO DE UVA ENERGÉTICO ................................................................................................... 90 10.22 MOUSSE DE LIMÃO DIET .......................................................................................................... 91 10.23 TORTA LIGHT DE MORANGOS ................................................................................................. 92 7 10.24 MOUSSE DE MELÃO .................................................................................................................. 93 10.25 SUCO ESPECIAL DE MELANCIA............................................................................................... 94 10.26 BATIDA DE IOGURTE, LARANJA E CENOURA ........................................................................ 95 10.27 CREME DE ABACATE COM IOGURTE ..................................................................................... 96 10.28 LASANHA DE FRUTAS ............................................................................................................... 96 10.29 BARRINHA DE CEREAIS INTEGRAL ......................................................................................... 97 10.30 VITAMINA NUTRITIVA ................................................................................................................ 98 GLOSSÁRIO ......................................................................................................................................... 100 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 101 8 1 INTRODUÇÃO O consumo adequado de vitaminas e minerais é importante para a manutenção das diversas funções metabólicas do organismo. Assim, a ingestão inadequada desses micronutrientes pode potencialmente levar a estados de carência nutricional, sendo conhecidas diversas manifestações patológicas por ela produzidas. Um dos objetivos deste curso é apresentar um breve histórico da descoberta das vitaminas, além de conceituá-las e classificá-las de acordo com seus grupos químicos, e comentar a respeito de outros conceitos que envolvem esse grupo de nutrientes. FIGURA 1 FONTE: Public-domain-photos.com. 9 2 HISTÓRICO DAS VITAMINAS O fato de que certos alimentos são necessários para manter a saúde ou para evitar algumas doenças é conhecido há muito tempo. Antes do século XX, as causas de doenças como a pelagra, o beribéri, o escorbuto, a cegueira noturna e o raquitismo não eram conhecidas. Os médicos acreditavam que eram de natureza infecciosa e os tratamentos, portanto, eram totalmente inadequados e não curavam. FIGURA 2 FONTE: www.sxc.hu. Na verdade, as observações de deficiências vitamínicas remontam à Grécia Antiga. Hipócrates, o pai da Medicina, já observava que a dieta com fígado de boi ajudava na cura da cegueira noturna. A partir do século XVIII, entretanto, demonstrou-se que a suplementação alimentar com frutas cítricas (laranjas e limões, por exemplo) evitava o escorbuto, e, no século XIX, foi determinado que a ingestão de arroz integral (em substituição ao arroz branco) prevenia a ocorrência de beribéri. Descobriu-se também que o fígado de boi cru prevenia e tratava a anemia perniciosa, e que o óleo de fígado de bacalhau era excelente para o raquitismo. Foi uma consequência natural, portanto, que os cientistas do século XX, utilizando a metodologia recém-desenvolvida da bioquímica e da nutrição experimental, determinassem que esse poder curativo dos alimentos poderia ser decorrente das substâncias químicas que estavam presentes em alguns deles, mas faltavam em outros. Em 1906, o bioquímico inglês Frederick Gowland Hopkins demonstrou a existência desses fatores acessórios nos alimentos e, em 1911, o químico polonês Casimir Funk descobriu na casca do arroz um “fator antiberibéri” (que hoje sabemos ser a vitamina B6 ou niacina), que era capaz de corrigir a doença experimentalmente em animais e seres humanos. Como a substância era uma amina, Funk a 10 denominou de “vital Amin” (ou amina vital), que acabou sendo abreviada para “vitamina”, e que é o nome que acabou vingando para essa classe de substâncias (apesar de que se descobriu depois que a maioria delas não são aminas). FIGURA 3 Uma das primeiras publicações sobre vitaminas é o livro do químico polonês Casimir Funk, descobridor do fator antiberibéri e inventor da palavra “vitamina”. FONTE: Nutriweb.org.br. No período de 1920 a 1940, a retomada desses estudos, de maneira incrementada, possibilitou a identificação da causa de diversas doenças – hoje reconhecidas como carenciais – e descoberta de novos fatores tais como: a distinção entre as vitaminas A e D, a descoberta do ácido ascórbico, da biotina, da vitamina K, do ácido fólico, o isolamento da vitamina E, da vitamina B12 e a constatação que, sob a denominação genérica de vitamina B, estavam agrupados diversos fatores vitamínicos de estrutura e funçõesdiferentes que compunham o chamado “Complexo B”. Em função da existência de muitas vitaminas terem sido reconhecidas antes que sua natureza fosse identificada, elas foram designadas por letras. Usualmente, os nomes corretos derivam da estrutura química; entretanto, a terminologia alfabética, mais familiar e, frequentemente, mais conveniente, continua sendo amplamente usada. 11 3 CONCEITOS SOBRE VITAMINAS 3.1 O QUE SÃO Compilamos aqui alguns conceitos de autores a respeito das vitaminas. As vitaminas são nutrientes orgânicos essenciais para reações metabólicas específicas que não podem ser sintetizadas pelas células dos tecidos humanos, a partir de simples metabólitos. Muitas agem como coenzimas ou como parte de enzimas responsáveis por promover reações químicas essenciais (MAHAN, 1998) As vitaminas são nutrientes orgânicos necessários, em pequena quantidade, a uma variedade de funções bioquímicas. Geralmente, não podem ser sintetizadas pelo organismo e devem, portanto, estar presentes na dieta. [...] As vitaminas são requeridas em pequenas quantidades para o metabolismo normal. O homem requer miligramas ou microgramas por dia de cada vitamina (MURRAY, 1994) [...] Elas constituem um grupo de substâncias orgânicas de composição química e funções biológicas diversas, que são fornecidas em pequenas quantidades na dieta para a síntese pelos tecidos de cofatores essenciais e diversas reações metabólicas controladas por enzimas e coenzimas, algumas das quais que consistem em uma vitamina como grupo ativo e um componente prostético como veículo. (FRANCO, 1995) De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (2001), “as vitaminas são substâncias químicas complexas. A maioria delas não pode ser produzida pelo organismo, por isso é necessário obtê-las a partir dos alimentos”. Muitas vezes, ingerimos não a vitamina, mas uma pró-vitamina: uma substância com estrutura química similar a uma vitamina específica, e que pode ser convertida a esta, via reações metabólicas. São exemplos: o betacaroteno (precursor da vitamina A) e o 7- dehidrocolesterol (precursor da vitamina D3). Lehninger (1990) conceitua ainda as vitaminas como micronutrientes porque são necessárias na dieta humana em quantidades da ordem de miligramas ou microgramas por dia. Esse termo serve para distingui-las dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios), 12 necessários em grande quantidade na dieta, ou seja, quantidades da ordem de centenas de gramas por dia. 3.2 BIODISPONIBILIDADE Segundo Mourão (2005), o termo biodisponibilidade representa a parte do nutriente ingerido que tem o potencial de suprir as demandas fisiológicas em tecidos alvos; por definição, não corresponde, na maioria das vezes, à quantidade ingerida. A utilização e o transporte da vitamina absorvida nos tecidos incluem absorção celular e conversão para uma forma que realiza alguma função bioquímica. A palavra “disponível” é chave, pois a vitamina também pode ser metabolizada dentro da célula e ficar indisponível para excreção subsequente, ou simplesmente pode ser armazenada para uso futuro. Dentre os fatores que interferem na sua absorção e utilização das vitaminas, estão a interação com outros nutrientes ou componentes da dieta e as condições fisiológicas dos organismos submetidos ao estudo. Ressalta-se ainda que, quando certa quantidade de vitamina é absorvida e entra na circulação, alguns tecidos podem não a utilizar por já terem atingido o estágio de saturação. A biodisponibilidade de um nutriente não deve ser confundida com o conteúdo de vitamina presente no alimento. Por exemplo, um alimento processado pode ter perdas de parte do conteúdo de vitaminas sensíveis ao calor, de acordo com suas características de estabilidade. Contudo, a biodisponibilidade da quantidade restante pode ou não ser alterada. Assim, a estabilidade do nutriente e a biodisponibilidade são claramente distintas. Os fatores relacionados ao alimento, a forma química e o estado físico no qual as vitaminas se encontram em sua matriz, afetam diretamente sua absorção. Essas propriedades podem ser influenciadas pelos efeitos do processamento ou preparação do alimento com possíveis consequências na absorção de seus nutrientes. Também alguns componentes da própria refeição podem retardar ou aumentar a absorção da vitamina; sendo assim, a composição da dieta é um fator importante. Do mesmo modo, outras substâncias ingeridas, como álcool e drogas, podem interferir nos mecanismos fisiológicos de absorção. Portanto, como 13 a biodisponibilidade pode ser influenciada por um grande número de parâmetros, a quantidade de vitamina realmente disponível pode variar consideravelmente. Um exemplo clássico de influência na biodisponibilidade é a interação entre a vitamina C e o mineral ferro. Independente do tipo de ferro da dieta – ferro heme (presente em carnes em geral) ou ferro não heme (presente em leguminosas e outros vegetais) – a vitamina C, se ingerida junto com alimentos ricos em ferro, potencializa a absorção deste no organismo. Outro exemplo é a interação entre vitamina D e o mineral cálcio. O leite ingerido conjuntamente com fontes naturais de vitamina D pode elevar de três a dez vezes sua absorção. Alguns autores explicam esse fato pela presença da lactoalbumina como um fator que estimula a absorção. Resumindo Fatores que influenciam a biodisponibilidade de vitaminas: a fisiologia do indivíduo e a presença de patologias; a quantidade e a qualidade de vitaminas presentes em determinado alimento, e quanto dela será efetivamente aproveitado; a quantidade de vitaminas ingerida; a quantidade de vitaminas presente no sangue; a quantidade de vitaminas presente nos tecidos-alvo; a presença ou ausência de determinados alimentos que, quando consumidos concomitantemente com a vitamina, podem melhorar ou prejudicar sua absorção; a composição da dieta – quantidade de proteínas, carboidratos, lipídios, fibras, etc.; uso de medicamentos; uso de álcool e outras drogas. 14 3.3 FOME OCULTA Fome é a ingestão insuficiente de comida, quantitativa ou qualitativamente. Uma pessoa que passa fome está desnutrida. Quando uma dieta é insuficiente em quantidade, caracteriza-se o estado de fome palpável, que pode ser sentida. Essa definição se baseia na ingestão inadequada de energia ou na quantidade de alimento. Quando uma dieta é de baixa qualidade, caracteriza-se o estado de fome oculta. Mesmo que a alimentação seja suficiente em termos de quantidade, a pessoa não ingere os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo, e envolve o estágio anterior ao surgimento de sinais clínicos detectáveis. Ao contrário da desnutrição, que atinge especialmente a população carente, a fome oculta está presente em qualquer população, de qualquer faixa etária ou classe social. Nos últimos anos, o padrão de consumo alimentar na população urbana brasileira tem sofrido mudanças significativas, principalmente no que se refere ao aumento relativo no consumo de lipídios e diminuição percentual no consumo de carboidratos, sem haver modificações no consumo de proteínas. Muitos estudos têm demonstrado esse fato. O próprio Ministério da Saúde lançou, em 2006, um Guia Alimentar com diretrizes para a modificação desses hábitos alimentares. FIGURA 4 FONTE: Ministério da Saúde. Por outro lado, existem poucos estudos em nível nacional identificando situações alimentares e nutricionais de populações, principalmente no que se refere ao consumo de micronutrientes, o que torna preocupante a questão da fome oculta. 15 3.4 ANTIVITAMINAS Uma antivitamina ou antagonista é uma substância – natural ou artificial – que interfere com a síntese ou metabolismo das vitaminas. Muitos antagonistasde vitaminas são compostos semelhantes, em estrutura, à molécula ativa. Tomando o lugar da vitamina, eles tornam a coenzima inativa. Alguns exemplos são: a hidrazida do ácido isonicotínico, um agente quimioterápico usado no tratamento da tuberculose, que é um antagonista para a piridoxina; a aminopterina, uma droga usada no tratamento da leucemia, que é um antagonista para a folacina; o dicumarol, um anticoagulante, age como um antagonista para a vitamina K; e a avidina, encontrada na clara de ovo crua, que se combina com a biotina para formar um composto que não pode ser absorvido a partir do trato intestinal. Quando um paciente precisar utilizar qualquer medicação antagonista de vitaminas, especialmente por longos períodos, é necessário um acompanhamento laboratorial constante para avaliar a necessidade de suplementação de vitaminas. 3.5 ANTIOXIDANTES As células do nosso corpo estão constantemente sujeitas a danos tóxicos pela formação de radicais livres.Esses radicais livres são provenientes da oxidação da membrana celular, responsáveis pela ocorrência de diversas enfermidades e processos degenerativos do organismo humano. O termo antioxidante é utilizado para denominar a função de proteção celular contra os efeitos danosos dos radicais livres. Alguns nutrientes, naturalmente presentes ou adicionados nos alimentos, possuem propriedade antioxidante, dentre eles, algumas vitaminas. Alguns estudos têm demonstrado a função antioxidante de algumas vitaminas, como, por exemplo: a vitamina C em relação à atividade imunológica e prevenção de alguns tipos de câncer; a vitamina E no aumento de imunidade celular e prevenção de doenças respiratórias; o 16 licopeno em relação à prevenção de doenças cardiovasculares e de alguns tipos de câncer, dentre outros. FIGURA 5 - LARANJA, UMA FONTE DE VITAMINA C FONTE: www.sxc.hu. FIGURA 6 - FRUTAS OLEAGINOSAS, FONTES DE VITAMINA E FONTE: www.sxc.hu. FIGURA 7 - TOMATE, UMA FONTE DE LICOPENO FONTE: www.sxc.hu. 17 3.6 SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINAS Como comentado anteriormente, as vitaminas são nutrientes que precisam ser ingeridos para que o organismo possa delas fazer uso. Mesmo as que possuem algum estoque em tecidos do corpo, precisam de reposição em algum momento. Por meio de uma dieta quantitativa e qualitativamente completa, isto é, na quantidade necessária para cada organismo, e com a proporção correta de macro e micronutrientes, é possível garantir que a recomendação diária de vitaminas seja facilmente atingida. Existem algumas condições fisiológicas e clínicas que podem aumentar a necessidade de determinadas vitaminas, como, por exemplo: a gestação, a lactação, doenças infecciosas e sepse, câncer, uso de alguns medicamentos (exemplos: quimioterápicos, anticonvulsivantes, antiácidos por tempo prolongado), desnutrição, diarreia e outras patologias no intestino, pancreatite, dentre outros. Talvez, não seja possível atingir as necessidades vitamínicas apenas pela alimentação. Nessas condições, é necessário que o paciente tenha um acompanhamento laboratorial para avaliar a necessidade de suplementação. A legislação brasileira, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define Suplementos Vitamínicos e/ou de Minerais como alimentos que servem para contemplar com esses nutrientes (vitaminas e minerais) a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos nos quais sua ingestão a partir da alimentação seja insuficiente ou quando a dieta requerer suplementação. Devem conter um mínimo de 25%, e no máximo 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) de vitaminas e/ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante, não podendo substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva. São considerados suplementos: vitaminas isoladas ou associadas entre si; minerais isolados ou associados entre si; associações de vitaminas com minerais e produtos fontes naturais de vitaminas e/ou minerais, legalmente regulamentados em conformidade com a legislação pertinente. Podem ter forma de comprimidos, tabletes, líquido, pó ou spray. 18 FIGURA 8 FONTE: www.sxc.hu. 3.7 FORTIFICAÇÃO DE ALIMENTOS Nos dias atuais, fala-se muito em fome e nos problemas decorrentes dela, mas não tanto sobre a boa nutrição e a boa alimentação. A boa nutrição envolve diferentes aspectos biológicos e sociais, e para que ela seja adequada é necessário que a agricultura, a economia, os hábitos, as tradições, a educação, o abastecimento e a mídia colaborem com os seus objetivos. A alimentação ideal deveria conter todos os nutrientes de que o ser humano necessita e todas as pessoas deveriam ter acesso a uma alimentação equilibrada. Mas certos nutrientes nem sempre estão disponíveis para a população, ou nem todos podem ter acesso a eles. Preocupada com os prejuízos causados pela ausência de ferro e ácido fólico na alimentação da população brasileira, a ANVISA publicou a Resolução 344, tornando obrigatória a adição desses nutrientes nas farinhas de trigo e de milho comercializadas em todo o País. A fortificação de alimentos por meio da adição de vitaminas e minerais tem sido utilizada há bastante tempo. No mundo industrializado, a fortificação de alimentos processados tem se mostrado uma maneira muito eficiente de reduzir os riscos de deficiências de micronutrientes da população em geral. É necessário que fique claro que a fortificação dos alimentos não tem objetivo farmacológico ou terapêutico e que não soluciona todos os problemas, visto não ser possível colocar todos os micronutrientes em um único alimento. Segundo a Resolução da ANVISA: É obrigatória a adição de ferro e de ácido fólico nas farinhas de trigo e nas farinhas de milho pré-embaladas na ausência do cliente e prontas para oferta ao consumidor, as destinadas ao uso industrial, incluindo as de panificação e as farinhas adicionadas nas pré-misturas, devendo cada 100g de farinha de trigo e de farinha de milho fornecerem no mínimo 4,2 mg (quatro vírgula dois miligramas) de ferro e 150 mcg (cento e cinquenta microgramas) de ácido fólico. 19 FIGURA 9 FONTE: ANVISA. Agora, as farinhas de trigo e de milho, bem como os produtos que utilizem essas matérias-primas em sua fabricação, tais como pães, biscoitos, macarrão, misturas para bolos e salgadinhos, terão maior quantidade de ferro e de ácido fólico. Pesquisas científicas demonstram que esses nutrientes, consumidos em quantidades inadequadas, levam ao desenvolvimento de algumas carências nutricionais. Todas as farinhas de milho e de trigo devem ser fortificadas, no entanto, em decorrência das limitações de processamento tecnológico, os seguintes produtos estão excluídos: farinha de biju ou farinha de milho obtida por maceração; flocão; farinha de trigo integral; e farinha de trigo durum. As farinhas de trigo e de milho devem apresentar, em sua embalagem, além do nome convencional do produto, de acordo com a legislação específica, uma das seguintes expressões: Fortificada(o) com ferro e ácido fólico; Enriquecida(o) com ferro e ácido fólico; Rica(o) com ferro e ácido fólico. Essas farinhas, usadas como ingredientes de outros produtos, devem ser fortificadas e declaradas na lista de ingredientes da rotulagem como farinha de trigo ou farinha de milho seguida das expressões: fortificada ou enriquecida ou rica com ferro e ácido fólico. Todas as farinhas de trigo e de milho importadas também serão fortificadas. A exceção fica para os produtos importados que utilizem farinhas de trigo e de milho como ingredientes em sua formulação, que não têm essa obrigatoriedade. 20 Por que escolheram as farinhas de trigo e de milho para fortificar? Principalmente pelos seguintes motivos: os alimentos produzidoscom essas farinhas são consumidos pela maioria da população; existe pequena variação no seu consumo. As pessoas ingerem esses alimentos constantemente, durante todo o ano, por exemplo, os pães; a adição desses nutrientes não altera em nada as características desses alimentos – nem sabor, nem cheiro; o ácido fólico e o ferro são facilmente absorvidos pelo organismo; os processos de fortificação são economicamente viáveis – quer dizer, têm baixo custo – e trazem grandes benefícios para a população. A maioria dos países da América Latina fortifica alimentos com ferro e ácido fólico. A fortificação das farinhas, em alguns países da América Latina, reduziu a anemia em 40%. Já nos Estados Unidos e no Chile, houve a redução de até 40% nas doenças do tubo neural em virtude da fortificação com ácido fólico. 21 4 CLASSIFICAÇÃO DAS VITAMINAS As vitaminas são divididas em duas grandes classes: hidrossolúveis (solúveis em água) e lipossolúveis (solúveis em gordura). TABELA 1 Hidrossolúveis Lipossolúveis Tiamina Niacina Riboflavina Piridoxina Folato Vitamina B12 Ácido Pantotênico Vitamina C Vitamina A Vitamina D Vitamina E Vitamina K FONTE: Do autor. As vitaminas hidrossolúveis são vitaminas solúveis em água. São absorvidas pelo intestino e transportadas pelo sistema circulatório até os tecidos em que serão utilizadas. Devido à solubilidade em água, o excesso dessas vitaminas é excretado na urina, e raramente se acumulam em concentrações tóxicas. Pela mesma razão, o armazenamento das vitaminas é limitado (exceto a cobalamina), e, como consequência, devem ser ingeridas regularmente. As vitaminas lipossolúveis são moléculas apolares e hidrofóbicas. Para serem absorvidas de forma eficiente, necessitam que ocorra absorção normal de gorduras, bílis e suco pancreático. Uma vez absorvidas, são transportadas no sistema linfático, como qualquer outro lipídeo, até os tecidos onde serão armazenadas. As vitaminas A e D são armazenadas principalmente no fígado: a vitamina E nos tecidos gordurosos e em menor escala nos órgãos reprodutores, e a vitamina K tem um estoque muito pequeno. Em função dessa capacidade de armazenamento no organismo, o consumo excessivo de vitaminas lipossolúveis pode levar à toxicidade. 22 5 VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS 5.1 VITAMINA A A deficiência de vitamina A é responsável por uma série de problemas de saúde. A sigla mais conhecida para determinar esse problema é VAD, da terminologia em inglês Vitamin A Deficiency. A deficiência crônica de vitamina A ainda é um dos mais resistentes problemas nutricionais nos países em desenvolvimento, a despeito dos sintomas não serem de difícil identificação, de a etiologia ser bem conhecida, do tratamento ser disponível e, em grande parte das situações, de existirem fontes alimentares, disponíveis e acessíveis, de vitamina A, seja na forma de carotenoides, seja como retinol. Segundo o Ministério da Saúde, sabe-se há muito tempo que a deficiência de vitamina A pode levar à cegueira, carência essa que afeta milhões de crianças no mundo. Mesmo nos casos de deficiência leve, pode haver comprometimento do sistema imunológico, o que reduz a resistência à diarreia e ao sarampo, que, por sua vez, contribuem para a morte de, respectivamente, 2,2 milhões e 1 milhão de crianças por ano no mundo. Estima-se que aproximadamente 190 milhões de indivíduos apresentem deficiência subclínica, 13 milhões, algum sintoma de xeroftalmia, e, como consequência desta, 250 mil a 500 mil crianças são atingidas, anualmente, de cegueira irreversível. TABELA 2 - VITAMINA A Nome Retinol -, -, -caroteno Função É essencial para o crescimento normal, desenvolvimento e manutenção do tecido 23 epitelial, para a integridade da visão noturna. Auxilia o desenvolvimento ósseo normal e influencia a formação normal dos dentes. Funciona como antioxidante. A vitamina E auxilia na biodisponibilidade da vitamina A. É absorvida no intestino delgado, armazenada no fígado e excretada na bile e urina. É tóxica em grandes quantidades. É estável à luz e ao calor. O que pode causar a deficiência? Síndromes de má absorção de gorduras; obstrução biliar; pancreatite; consumo de álcool; deficiência de zinco; parasitas intestinais. Fontes alimentares Fígado bovino, rins, gordura do leite, gema do ovo, vegetais de folhas verdes e amarelas, damasco, pêssego, alimentos fortificados, leite materno (para lactentes). Manifestações de excesso ou carência Deficiência: alterações na pele, cegueira noturna e ulcerações na córnea, perda de apetite, inibição do crescimento, anormalidades ósseas, ceratinização das papilas gustativas e perda do paladar. Toxicidade: dor e fragilidade óssea, hidrocefalia e vômitos (lactentes e crianças), pele seca com fissuras, unhas frágeis, perda de cabelos (alopecia), gengivite, queilose, anorexia, irritabilidade, fadiga, hepatomegalia e função hepática anormal, ascite e hipertensão portal. FONTE: Do autor. 5.2 VITAMINA D A vitamina D é essencial para a manutenção da saúde. A sua fonte principal é a pele ou pode ser ingerida com a dieta. A maioria dos seres humanos depende da exposição solar para adquirir quantidades suficientes de vitamina D. A radiação ultravioleta tipo B transforma o 7- dehidrocolesterol em vitamina D3 (colecalciferol). A época do ano, latitude, pigmentação da pele, idade e uso de filtros solares são fatores que influenciam a produção cutânea. Deficiência de vitamina D pode causar raquitismo e osteomalacia, exacerbar a perda óssea na osteoporose, como também pode associar-se a várias morbidades como doenças cardiovasculares, diabetes 24 mellitus tipos 1 e 2, câncer de próstata e de intestino grosso. A prevalência de hipovitaminose D tem sido relatada com grande frequência mesmo em regiões de baixa latitude e deve ser considerada na avaliação da osteoporose. Embora a deficiência severa, levando a osteomalacia, possa ser vista raramente no Brasil, evidências se acumulam da frequente ocorrência de deficiência subclínica, especialmente em idosos (BANDEIRA, 2006). Um recente estudo apoiado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (MAIA et.al., 2007) desmentiu recentes notícias divulgadas que o uso de protetores solares poderia prejudicar a produção de vitamina D, causando a hipovitaminose desse nutriente, e em consequência, possíveis prejuízos ósseos, dentre outros problemas carenciais. Esse estudo comprovou que nenhum indivíduo deve abrir mão do uso de protetores solares, a fim de prevenir doenças como o câncer de pele. Mais estudos são necessários nessa área. Outra pesquisa, esta da Universidade de Medicina de Boston, estudou a biodisponibilidade da vitamina D fortificada no leite integral, no leite desnatado, no óleo de milho e no suco de laranja. O melhor resultado foi encontrado com o suco de laranja fortificado, ao mesmo tempo, com cálcio e vitamina D: a concentração sérica de vitamina D aumentou em 150% entre pessoas que tomaram o suco. Entre indivíduos que tomaram suco de laranja fortificado apenas com cálcio, o aumento foi de 45%. “Tivemos interesse em estudar os alimentos fortificados com vitamina D devido ao fato de muitas pessoas serem alérgicas ou intolerantes à lactose e não conseguirem atingir a ingestão diária recomendada da vitamina”, explicam os autores. A vitamina D e o cálcio são importantes para prevenir o raquitismo, em crianças, e a osteomalacia e a osteoporose, frequente em adultos. O trabalho mostrou que oferecer vitamina D junto com o cálcio é melhor do que isoladamente e que essa fortificação pode ser feita em alimentos que não são fontes naturais do cálcio, como o suco de laranja. Assim, evita-se o consumo obrigatório do leite. TABELA 3 - VITAMINA D Nome Ergocalciferol (D2)Colecalciferol (D3) Função 25 É um pró-hormônio. Essencial para o crescimento e desenvolvimento normais; importante para a formação e manutenção dos ossos e dentes normais, por estimular a mineralização óssea. Influencia a absorção e o metabolismo de fósforo e cálcio. É tóxica em grandes quantidades. Estável ao calor e à oxidação. É absorvida no jejuno, e na presença de bile; armazenada no fígado, músculo e tecido adiposo; excretada pelas fezes (95%), urina e bile. O que causa deficiência? Síndrome do intestino curto; doenças hepatobiliares e pancreáticas; uso de anticonvulsivantes. Fontes alimentares Fígado, gordura do leite, gema do ovo, salmão, sardinha, atum, óleo de peixe, alimentos fortificados. A forma colecalciferol pode ser sintetizada na epiderme. Manifestações de excesso ou carência Deficiência: raquitismo em crianças, osteomalácia em adultos, desenvolvimento da osteoporose, fraqueza muscular, hiperparatireoidismo. Toxicidade: excessiva calcificação óssea, e calcificação de tecidos moles, cefaleia e náusea, constipação, poliúria. FONTE: Do autor. 5.3 VITAMINA E A Universidade Federal de Viçosa em recente estudo concluiu que, embora a deficiência de vitamina E não seja um problema de saúde pública, a ingestão de doses maiores que a estabelecida pela atual recomendação tem conduzido a efeitos benéficos contra as doenças causadas pelo estresse oxidativo, o que sugere que a fortificação dos alimentos pode contribuir para a ingestão adequada de vitamina E (BATISTA, 2007). Os alimentos que possuem alto teor de gordura, como o leite e a margarina, ou aqueles que são comumente ingeridos com outros alimentos ricos em gordura, podem ser, preferencialmente, fortificados com vitamina E, por propiciarem maior absorção desse nutriente. 26 A vitamina E apresenta efeitos positivos, tanto para a saúde humana quanto para a qualidade nutricional dos alimentos, e a sua utilização na indústria alimentícia como antioxidante parece ser uma estratégia eficaz para o aumento da ingestão diária desse micronutriente. Apesar de sua importância, ainda são escassos, no Brasil, dados sobre o consumo alimentar pela população e estado nutricional e o conteúdo de vitamina E natural nos alimentos produzidos no País, evidenciando a importância e a necessidade de estudos relacionados a essa vitamina. TABELA 4 - VITAMINA E Nome Tocoferóis e tocotrienóis Função É um potente antioxidante. Pode auxiliar na prevenção da oxidação de ácidos graxos insaturados e da vitamina A no trato intestinal e nos tecidos orgânicos. Protege as hemácias da hemólise. Atua na reprodução (em animais). Atua na manutenção do tecido epitelial e na síntese de prostaglandinas. Hidrolisada no intestino delgado, armazenada em tecidos adiposo, muscular e hepático, e excretada pela bile (80%). Estável ao calor e ácidos. Oxida na presença de oxigênio. O que causa deficiência? Síndrome do intestino curto, atresia biliar. Fontes alimentares Germe de trigo, óleos vegetais, abacate, gordura do leite, gema de ovo e frutas oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas, amendoim, etc.). Manifestações de excesso ou carência Deficiência: anormalidade no transporte de lipídios, dores musculares, anemia hemolítica em prematuros, alterações hepáticas, neuropatia periférica. Toxicidade: rara, mesmo em grandes quantidades, mas pode causar cefaleia, náuseas, fadiga e hipoglicemia. FONTE: Do autor. 27 5.4 VITAMINA K Poucos estudos mostram questões sobre as fontes dessa vitamina, sua absorção, distribuição e metabolismo, recomendações dietéticas, avaliação do estado nutricional relacionado à vitamina K e ainda fatores que afetam sua concentração plasmática. Diante das novas evidências sobre a participação da vitamina K no metabolismo ósseo, pesquisas adicionais são necessárias a fim de identificar as possíveis consequências à saúde, em longo prazo, da deficiência subclínica dessa vitamina. Uma revisão na bibliografia feita por Dores et al. (2001) mostrou que os grupos de alimentos que mais contribuem para suprir as necessidades de vitamina K são os grupos dos óleos e gorduras e das hortaliças, sendo juntos responsáveis por até 80% da ingestão total. O feijão foi identificado como importante fonte alimentar de vitamina K na dieta de um grupo de pacientes brasileiros. A biodisponibilidade da vitamina K é influenciada por fatores nutricionais e digestivos e a adição de gordura à dieta total favorece a biodisponibilidade da vitamina. TABELA 5 - VITAMINA K Nome Filoquinona (K1) Menaquinona (K2) Menadiona (K3) “Anti-hemorrágica” Função Auxilia na produção da protrombina, um composto necessário para a coagulação sanguínea normal. Absorção no intestino delgado, armazenada no fígado, pele e músculos, mas em quantidade menor, se comparada a outras vitaminas lipossolúveis, e excretada pela urina e fezes. É tóxica em grandes quantidades. Resistente ao calor, oxigênio e umidade. O que causa deficiência? 28 É secundária a doença ou terapia com drogas: síndromes de má absorção, obstrução biliar, antibióticos, cefalosporinas, desnutrição proteico-calórica, e megadoses da própria vitamina E. Fontes alimentares Fígado, óleo de soja, outros óleos vegetais, vegetais verde-escuros, farelo de farinha. Sintetizada no trato intestinal. Manifestações de excesso ou carência Deficiência: raras, má absorção de lipídios ou destruição da flora intestinal (por terapia antibiótica contínua), tendência ao aumento de hemorragias, hematúria. Toxicidade: anemia hemolítica e icterícia nuclear em lactentes. FONTE: Do autor. 29 6 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS 6.1 TIAMINA (B1) TABELA 6 - VITAMINA B1 – TIAMINA Nome Tiamina (Vitamina B1) Função Essencial para o crescimento, apetite normal, digestão e transmissão de impulsos nervosos. Absorvida no intestino delgado. Possui reserva orgânica no músculo esquelético, coração, fígado, rins e sistema nervoso. É excretada na urina, e em pequena quantidade na bile. Instável na presença de calor (exceto em solução ácida), álcalis ou oxigênio. O que causa deficiência? Realimentação pós-jejum prolongado; diálise peritonial ou hemodiálise prolongada; o consumo de álcool reduz a absorção. Fontes alimentares Fígado de porco, vísceras, leguminosas, pães e cereais enriquecidos de grãos integrais, germe de trigo, batatas. Sintetizada no trato intestinal. A colocação de bicarbonato de sódio nas verduras para conservar a cor viva destrói o teor de tiamina desses alimentos. Manifestações de excesso ou carência Deficiência: comum em alcoólatras. Beribéri, que afeta o sistema nervoso e cardiovascular. Confusão mental, edema, paralisia periférica, taquicardia e coração aumentado são comumente relatados. Perda de apetite, obstipação intestinal. Toxicidade: não há efeito tóxico conhecido. FONTE: Do autor. 30 6.2 RIBOFLAVINA (B2) A deficiência de riboflavina tem sido mencionada como um fator de risco para o câncer, embora esse fato ainda não esteja satisfatoriamente estabelecido em humanos, sendo que a influência de dietas deficientes em riboflavina na gênese e progressão do câncer tem sido assunto controverso no meio científico onde existem relatos provando tanto sua ação estimulatória em certos casos, quanto inibitória em outros. Em geral, a deficiência de riboflavina parece estar relacionada à diminuição do desenvolvimento de tumores espontâneos em animais experimentais, mas também, paradoxalmente, ao aumento da carcinogênese provocada por certos agentes (SOUZA, 2005). TABELA 7 - VITAMINA RIBOFLAVINA (B2) Nome Riboflavina (Vitamina B2) Função Essencial para o crescimento. Importante no metabolismo de glicídios, proteínas e lipídios. Exerce papel enzimático na respiração dos tecidose age como transportador de íons hidrogênio. A coenzima forma FMN e FAD. É absorvida no intestino delgado; armazenada no fígado, coração, baço e rim; excretada na urina, bile, suor e fezes. Estável ao calor, oxigênio e ácido. O que causa a deficiência? Drogas psicoativas e antidepressivas, consumo excessivo de álcool. Fontes alimentares Leite e derivados, vísceras, vegetais de folhas verdes, cereais e pães enriquecidos, ovos. 31 Manifestações de excesso ou carência Deficiência: normalmente, ocorre em combinação com a deficiência de outras vitaminas hidrossolúveis. Fotofobia, lacrimação, queimadura e coceira nos olhos, perda da acuidade visual e dor e queimadura dos lábios, boca e língua. Toxicidade: não há efeito tóxico conhecido. FONTE: Do autor 6.3 NIACINA (B3) Segundo Borges (2005), a niacina modifica favoravelmente todas as principais frações lipídicas, sendo o único agente hipolipemiante que diminui a lipoproteína (a), e a droga mais eficaz na elevação dos níveis de HDL-Colesterol. A niacina pode reduzir os níveis de LDL- Colesterol, e os de triglicerídios, além de aumentar o HDL-Colesterol. A niacina age inibindo o transporte dos ácidos graxos livres dos tecidos periféricos ao fígado. Dessa forma, reduz eficazmente a síntese hepática de triglicerídios, resultando na diminuição da produção de lipoproteínas contendo apo-B. Por meio de mecanismos ainda não esclarecidos, a niacina pode induzir elevações suaves na glicemia. Por essa razão, muitos clínicos ficam hesitantes em usar a niacina em pacientes com diabetes mellitus ou intolerância à glicose (IGT). TABELA 8 - NIACINA – VITAMINA B3 Nome Ácido Nicotínico e Nicotinamida (Vitamina B3) Função Como parte do sistema enzimático, auxilia na transferência de hidrogênio e age no metabolismo de carboidratos e de aminoácidos. Envolvida na glicólise, na síntese de gordura e na respiração tecidual. Junto com a tiamina e a riboflavina, fornece energia para as células. Absorvida no estômago e parte superior do intestino delgado, presente nos eritrócitos e 32 leucócitos; excretada pela urina. Estável ao calor, à luz, à oxidação, ao ácido e álcalis. O que causa a deficiência? Doenças recessivas autossômicas, ingestão aumentada de leucina, consumo excessivo de álcool. Fontes Alimentares Peixe, fígado, carne, aves, vários grãos, ovos, amendoins, leite, leguminosas, grãos enriquecidos. Sintetizada por bactérias intestinais. Manifestações de excesso ou carência Deficiência: inicialmente, fraqueza muscular, anorexia, indigestão e erupções cutâneas. Se agravar, leva à pelagra, que é a doença dos 3 Ds: dermatite, demência e diarreia. Toxicidade: se usada em excesso, por tempo prolongado, pode ser tóxica para o fígado e causar úlcera péptica. FONTE: Do autor 6.4 ÁCIDO PANTOTÊNICO (B5) TABELA 9 - VITAMINA ÁCIDO PANTOTÊNICO (B5) Nome Ácido Pantotênico Vitamina B5 Função Como parte da coenzima A, age na síntese e quebra de vários componentes vitais corpóreos. É essencial no metabolismo intermediário de carboidratos, gorduras e proteínas. É absorvido no intestino, armazenado no tecido hepático, e excretado pela urina e fezes. É instável a ácido, álcalis, ao calor e certos sais. O que pode causar deficiência? Normalmente, ocorre com deficiência de outras vitaminas do complexo B. Fontes alimentares 33 Presente em todos os alimentos vegetais e animais. Os ovos, leite e derivados, rins, o fígado, o salmão, abacate, batata e a levedura são as melhores fontes. Manifestações de excesso ou carência Deficiência: irritabilidade, anorexia, dormência, formigamento. Constipação, vômitos e náusea. Hipotensão postural. Cefaleia. Toxicidade: não há efeito tóxico conhecido. FONTE: Do autor 6.5 PIRIDOXINA (B6) A síndrome da tensão pré-menstrual (TPM) ocorre por volta de 10 a 15 dias antes do início do ciclo menstrual (fase lútea). Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 35% das mulheres em idade fértil sofrem de TPM, uma doença que incide desde a adolescência até o climatério. A sintomatologia é muito vasta, mas pode variar de acordo com a intensidade. Os sintomas físicos incluem: retenção hídrica, acne, dor e sensibilidade nos seios, dor e sensibilidade na região inferior do abdômen, dores de cabeça e enxaqueca, cansaço físico e fraqueza, aumento de peso e dores no corpo. A TPM é de etiologia desconhecida, mas as causas mais prováveis incluem: desequilíbrio hormonal, particularmente excesso de estrogênio e deficiência de progesterona; retenção hídrica; hiperprolactinemia; deficiência de vitamina B6; hipoglicemia; aumento ou diminuição de prostaglandinas; anormalidades da tireoide; deficiência de serotonina; desordem psicológica preexistente; e excesso ou deficiência alimentar. O excesso de gordura animal, açúcar refinado, sal e cafeína, assim como o sedentarismo, parecem estar associados ao aumento da sintomatologia da TPM. Outra causa comum da TPM é a deficiência tanto de piridoxina (vitamina B6) quanto de Magnésio (Mg). A deficiência de vitamina B6 está relacionada ao edema e depressão e ela é necessária para a efetividade do magnésio. A carência de piridoxina pode contribuir para elevar os níveis de prolactina, um hormônio que em alguns estudos se mostrou elevado em mulheres com TPM. Sua deficiência pode reduzir a capacidade hepática de metabolização do estrogênio, 34 ocasionando o seu aumento sérico, resultando em uma relação estrogênio/progesterona mais alta, sendo esse um achado muito frequente nessas mulheres. Essa relação alterada muito se associa à retenção hídrica, distensão abdominal, seios doloridos e ganho de peso. Além disso, a deficiência de B6 ou Mg pode diminuir os níveis de dopamina e de ácido gama aminobutírico (GABA) no cérebro, associando-se com diversos sintomas emocionais verificados na mulher com TPM. TABELA 10 - PIRIDOXINA (B6) Nome Piridoxina, Piridoxal e Piridoxamina (Vitamina B6) Função Como uma coenzima, auxilia na síntese e na quebra de aminoácidos e na síntese de ácidos graxos insaturados a partir de ácidos graxos essenciais. Essencial para conversão de triptofano em niacina. Essencial para o crescimento normal. Mantém a integridade funcional do cérebro. Mantém a resposta imunológica e o metabolismo endócrino. Absorvida no duodeno, e parte no jejuno e íleo, armazenada no fígado e músculo esquelético, excretada na urina. Estável ao calor, à luz e à oxidação. O que causa deficiência? Algumas drogas, consumo excessivo de álcool, dietas com alta concentração de leucina. Fontes Alimentares Batata, banana, carne de porco, vísceras, farelo e germe de cereais, leite, gema de ovo, farinha de aveia, espinafre e leguminosas. Sintetizada por bactérias intestinais. Manifestações de excesso ou carência Deficiência: são raras, mas pode causar mudanças na personalidade, hipertrofia das papilas gustativas, neurite periférica. Toxicidade: neuropatia sensorial, se em uso prolongado. FONTE: Do autor 35 6.6 BIOTINA (B7) TABELA 11 - VITAMINA BIOTINA (B7) Nome Biotina Vitamina B7 – Vitamina H – Vitamina B8 Função Componente essencial de enzimas. Está envolvida na síntese e na quebra de ácidos graxos e de aminoácidos, auxiliando a adição e remoção de CO2 para ou de compostos ativos e a remoção de NH2 de aminoácidos. Absorvida no intestino delgado e excretada pelas fezes. Instável na presença de oxigênio, luz e radiação ultravioleta. Estável ao calor. O que pode causar deficiência? Cirrose hepática, gestação, alcoolismo, nutrição parenteral prolongada, ingestão excessiva de avidina (glicoproteína presente na clara de ovo cru). Fontes Alimentares Fígado, frango, cogumelos, amendoins, levedura, leite, carne, gema de ovo, maioria dos vegetais, abacate, banana, tomate, melancia emorangos. Sintetizada no trato intestinal por bactérias. Manifestações de excesso ou carência Deficiência: dermatite seca, escamosa, palidez, náuseas, queda de cabelos, sonolência, vômitos e anorexia. Perda parcial da memória. Hipercolesterolemia. Toxicidade: não há efeito tóxico conhecido. FONTE: Do autor 36 6.7 FOLATO O ácido fólico tem um papel fundamental no processo da multiplicação celular, sendo, portanto, imprescindível durante a gravidez. O folato interfere com o aumento dos eritrócitos, o alargamento do útero e o crescimento da placenta e do feto. O ácido fólico é requisito para o crescimento normal, na fase reprodutiva (gestação e lactação) e na formação de anticorpos. Atua como coenzima no metabolismo de aminoácidos (glicina) e síntese de purinas e pirimidinas, síntese de ácido nucleico DNA e RNA e é vital para a divisão celular e síntese proteica. Consequentemente, sua deficiência pode ocasionar alterações na síntese de DNA e alterações cromossômicas. As gestantes são propensas a desenvolver deficiência de folato, provavelmente em virtude do aumento da demanda desse nutriente para o crescimento fetal e tecidos maternos. Outros fatores que contribuem para deficiência de folato são a dieta inadequada, hemodiluição fisiológica gestacional e influências hormonais. Defeitos do tubo neural são malformações que ocorrem na fase inicial do desenvolvimento fetal, levando à anencefalia e espinha bífida; o ácido fólico é o mais importante fator de risco identificado até hoje. A prevalência relatada de defeitos do tubo neural coloca o Brasil no patamar dos países com as mais altas taxas no mundo. Inquéritos sobre consumo de folato entre gestantes brasileiras mostram ingestão altamente deficiente (<0,6 mg/dia). A ANVISA regulamentou para 2004 a adição de ácido fólico às farinhas de trigo e milho (0,15 mg/100 g). A Pesquisa de Orçamento Familiar indicou que a disponibilidade média diária domiciliar de panificados/farináceos era 106,1 g (aportando 0,16 mg/dia folato). Todos os estudos demonstraram impactos e reduções significativas na prevalência de defeitos do tubo neural, variando de 19% a 78%. A fortificação de alimentos com ácido fólico é uma intervenção inquestionável na prevenção primária; à luz dos conhecimentos atuais devem-se considerar os defeitos do tubo neural como uma “epidemia” passível de prevenção. 37 TABELA 12 - FOLATO Nome Folato Ácido Fólico (Vitamina B9) Função Essencial para a biossíntese de ácidos nucleicos. Essencial para a maturação das hemácias. Atua em associação com a vitamina B12 para a síntese de DNA. Funciona como coenzima: ácido tetraidrofólico. Absorvida no intestino delgado, armazenada no tecido hepático (50%) e excretada na urina e fezes. Estável à luz solar quando em solução. Instável ao calor em meio ácido. O que causa deficiência? Doença inflamatória intestinal, câncer, queimaduras, doença hepática, drogas anticonvulsivantes e antituberculose, consumo excessivo de álcool. Fontes alimentares Vegetais de folhas verdes, fígado, carne bovina magra, trigo, aspargos, ovos, peixes, feijões secos, lentilhas, feijão de corda, brócolis, couves, leveduras. Sintetizado no trato intestinal por bactérias. Manifestações de excesso ou carência Deficiência: alteração do metabolismo de DNA, anemia megaloblástica e outras doenças sanguíneas, distúrbios no trato gastrointestinal, defeito no tubo neural de recém- nascidos, irritabilidade, anorexia, perda de peso, dor de cabeça, febre, dermatite, acne. Toxicidade: não há efeito tóxico conhecido, mas megadoses levam a criar depósitos de cristais de ácido fólico nos rins. FONTE: Do autor. 38 6.8 VITAMINA B12 Uma revisão bibliográfica feita por Ferreira et al. (2006), relacionando a prática de vegetarianismo com a de atividade física, evidencia benefícios da dieta vegetariana para a saúde humana. Contudo, a partir da adoção de práticas vegetarianas mais restritivas, confirmam-se os riscos à saúde. As dietas vegetarianas são caracterizadas pelo elevado consumo de carboidratos, fibras, magnésio, potássio, folato e antioxidantes, podendo apresentar deficiências em aminoácidos e ácidos graxos essenciais, cálcio, zinco, ferro e cobalamina. Pesquisas experimentais em humanos indicam que vegetarianos e não vegetarianos apresentam capacidade aeróbica semelhante. Em relação ao desempenho em atividades de força e potência muscular, as pesquisas são escassas, mas as existentes não apontam diferenças significativas. Situações de risco cardiovascular têm sido confirmadas, em função do provável quadro de hiper-homocisteinemia, em decorrência da baixa ingestão de cobalamina. A função imune parece não ser prejudicada. Dessa forma, a prática de dietas vegetarianas apresenta-se compatível com a prática esportiva cotidiana, desde que bem planejada para evitar deficiências nutricionais. TABELA 13 - VITAMINA B12 Nome Cianocobalamina Vitamina B12 Função Envolvida no metabolismo de fragmentos isolados de carbono. Essencial para a biossíntese de ácidos nucleicos e nucleoproteínas. Atua no metabolismo do tecido nervoso. Envolvida com o metabolismo de folato. Relacionada ao crescimento. Absorvida no íleo, armazenada no tecido hepático, e excretada pela urina, fezes e bile. Lentamente destruída por ácido, álcalis, luz e oxidação. O que causa deficiência? 39 Ingestão inadequada, doenças de má absorção, algumas drogas, consumo excessivo de álcool. Fontes alimentares Fígado, rim, leite e derivados, carne, ovos e caranguejo. Os vegetarianos restritos necessitam de suplementação. Sintetizada por micro-organismos intestinais. Manifestações de excesso ou carência Deficiência: anemia megaloblástica, glossite e hipospermia, degeneração da substância branca do cérebro, causando alterações neurológicas como perda de memória, redução do senso de posição, psicose, anorexia, cefaleia. Constipação, palpitação. Toxicidade: não há efeito tóxico conhecido. FONTE: Do autor. 6.9 VITAMINA C No ano de 2007, vários jornais e revistas publicaram a notícia que a vitamina C, que até algum tempo atrás era a arma principal contra os resfriados, na realidade tem pouco efeito, segundo uma análise de 30 estudos publicada em março de 2007 pela revista “The Cochrane Library”, feita por cientistas da Universidade Nacional Australiana e da Universidade de Helsinque. Participaram desses estudos, ao todo, 11.350 pessoas, que tomaram pelo menos 200 miligramas da vitamina por dia. Ao que parece, só há uma circunstância em que a vitamina C ajuda – é preciso que seu consumidor seja um atleta ou algo perto disso. Os pesquisadores informaram que muitas pessoas submetidas a períodos prolongados de pressão, como os corredores de longas distâncias, os esquiadores e os soldados em manobras, têm 50% menos possibilidades de ficarem resfriados se consumirem uma dose diária de vitamina C. Para a maioria das pessoas, o benefício é tão mínimo que não compensa a despesa. “Não faz sentido consumir vitamina C 365 dias por ano para reduzir a probabilidade de um resfriado”, disse Harry Hemila, coautor do estudo e professor do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Helsinque. 40 A vitamina foi descoberta em 1930. Na década de 1970, o químico americano Linus Pauling popularizou seu consumo, com a publicação de um livro intitulado “A Vitamina C e o resfriado comum”, no qual recomendava um consumo diário de pelo menos um grama. Hoje, as autoridades de saúde aconselham um consumo de 60 miligramas. Um copo de suco de laranja contém cerca de 80 miligramas da vitamina. Apesar das provas de que seus efeitos são mínimos, a vitamina C mantém sua popularidade. “Muita gente, inclusive os financiadores desses estudos, quer acreditar que ela dá resultados”, dizWallace Sampson, professor de medicina da Universidade de Stanford e um dos fundadores da revista “Scientific Review of Alternative Medicine”. No entanto, os cientistas preveem que a vitamina C, em combinação com outras vitaminas e substâncias, pode ajudar no tratamento de outras doenças, inclusive o câncer. “A vitamina C não é uma panaceia, mas também não é absolutamente inútil. Pauling foi otimista demais, mas não estava totalmente errado”, opinou Hemila. TABELA 14 - VITAMINA C Nome Ácido Ascórbico Função Mantém a substância de união intracelular com preservação da integridade capilar. Cossubstrato nas hidroxilações que requerem oxigênio molecular. Importante na resposta imunológica, cicatrização de feridas e reações alérgicas. Aumenta a absorção do ferro não heme. Em associação com a vitamina B12 atua na síntese do DNA, mas depende da presença de ácido fólico. É absorvida no intestino delgado; armazenada nas glândulas pituitária e adrenal, fígado, pâncreas, cérebro e baço; excretada na urina. Instável ao calor, álcalis e oxidação, exceto em ácidos. Destruída pelo armazenamento. O que causa deficiência? Traumas, cicatrizações, estresse emocional grave, síndromes de má absorção, contraceptivos orais e tabagismo. 41 Fontes alimentares Acerola, frutas cítricas, tomates, melões, pimentões, hortaliças, repolho cru, morango, abacaxi, goiaba, batata, kiwi. Manifestações de excesso ou carência Deficiência: Escorbuto (hiperceratose folicular, gengivas inchadas e inflamadas, perda dos dentes, secura da boca e dos olhos, perda de cabelo e pele seca e pruriente). Emagrecimento, cefaleia, dores ósseas. Toxicidade: diarreia pelo efeito osmótico da vitamina não absorvida no trato intestinal. FONTE: Do autor 42 7 RECOMENDAÇÕES DE VITAMINAS 7.1 O QUE SÃO RDA E DRI? RDA é a sigla em inglês para “Recommended Dietary Allowances” e são as Recomendações Nutricionais para a população americana sadia, estabelecidas pela Food and Nutrition Board (FNB) da National Research Council (NRC), National Academy of Sciences dos Estados Unidos da América. A última edição ocorreu em 1989. Essas recomendações são estabelecidas com base em estudos epidemiológicos de avaliação de consumo, observando-se as médias e geralmente aplicando desvio padrão, garantindo-se com isso que sejam satisfeitas entre 97% a 98% da população. No momento de revisão da RDA de 1989, os cientistas americanos decidiram estabelecer uma nova estrutura para suas Recomendações Nutricionais e desenvolveram as Dietary Reference Intakes (DRIs), substituindo as revisões periódicas das RDAs. Várias mudanças foram estabelecidas, dentre elas as quantidades de diversos nutrientes e as faixas etárias até então utilizadas. Em função do crescente consumo de suplementos nutricionais e o uso de alimentos fortificados, foram estabelecidas, para alguns nutrientes, quantidades máximas de ingestão, que em hipótese nenhuma devem ser entendidas como “recomendações”. Na última publicação, por exemplo, foi estabelecido o limite máximo de ingestão da vitamina C de 2000 mg/dia, enquanto que a recomendação para indivíduos adultos aumentou de 60 mg/dia para 90 mg/dia. Nem todos os nutrientes foram contemplados com o limite máximo de ingestão, como, por exemplo: proteínas; vitaminas A e K; ferro; zinco; iodo; etc. A RDC número 269 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), publicada em 2005, define IDR como a quantidade de proteína, vitaminas e minerais que deve ser consumida diariamente para atender às necessidades nutricionais da maior parte dos indivíduos e grupos de pessoas de uma população sadia. As tabelas apresentadas pela Resolução devem ser levadas em conta na hora das empresas elaborarem seus rótulos nutricionais de alimentos ou medicamentos que contenham os nutrientes citados. 43 As recomendações apresentadas a seguir são traduzidas a partir da tabela da National Academy of Sciences de 2004. Essas e as demais tabelas que apresentam outros nutrientes estão disponíveis no site da Instituição, no endereço www.nap.edu. Também é importante ressaltar que, para bebês com até seis meses de idade, o leite materno deve ser a única fonte alimentar, e todas as recomendações aqui apresentadas são supridas apenas por intermédio dele. A partir dos seis meses, eles devem continuar a ser amamentados, mas com a introdução de outros alimentos, pois aí sim, o leite materno não consegue suprir as recomendações sozinho. FIGURA 10 FONTE: National Academy of Sciences, 2004, www.nap.edu. 7.2 RECOMENDAÇÕES DE VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS TABELA 15 Vitaminas Lipossolúveis Categoria Idade (anos) A (g/d) D (g/d) E (mg/d) K (g/d) Lactentes 0-6 meses 7-12 meses 400 500 5 5 4 5 2 2,5 Crianças 1-3 4-8 300 400 5 5 6 7 30 55 Adultos Homens 9-13 14-18 600 900 5 5 11 15 60 75 44 19-30 31-50 51-70 > 70 900 900 900 900 5 5 10 15 15 15 15 15 120 120 120 120 Mulheres 9-13 14-18 19-30 31-50 51-70 > 70 600 700 700 700 700 700 5 5 5 5 10 15 11 15 15 15 15 15 60 75 90 90 90 90 Gestantes 14 – 18 19 – 30 31 – 50 750 770 770 5 5 5 15 15 15 75 90 90 Lactação 14 – 18 19 – 30 31 – 50 1.200 1.300 1.300 5 5 5 19 19 19 75 90 90 FONTE: Adaptado de National Academy of Sciences, 2004, www.nap.edu. 7.3 RECOMENDAÇÕES DE VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS TABELA 16 Vitaminas Hidrossolúveis Categoria Idade (anos) B1 (mg/d) B2 (mg/d) B3 (mg/d) B5 (mg/d) B6 (mg/d) B7 (g/d) Folato (g/d) B12 (g/d) C (mg/d) Lactentes 0-6 m 7-12 m 0,2 0,3 0,3 0,4 2 4 1,7 1,8 0,1 0,3 5 6 65 80 0,4 0,5 40 50 Crianças 1-3 4-8 0,5 0,6 0,5 0,6 6 8 2 3 0,5 0,6 8 12 150 200 0,9 1,2 15 25 Adultos Homens 9-13 0,9 0,9 12 4 1,0 20 300 1,8 45 45 14-18 19-30 31-50 51-70 > 70 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 16 16 16 16 16 5 5 5 5 5 1,3 1,3 1,3 1,7 1,7 25 30 30 30 30 400 400 400 400 400 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 75 90 90 90 90 Mulheres 9-13 14-18 19-30 31-50 51-70 > 70 0,9 1,0 1,1 1,1 1,1 1,1 0,9 1,0 1,1 1,1 1,1 1,1 12 14 14 14 14 14 4 5 5 5 5 5 1,0 1,2 1,3 1,3 1,5 1,5 20 25 30 30 30 30 300 400 400 400 400 400 1,8 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 45 65 75 75 75 75 Gestan- tes 14-18 19-30 31-50 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 18 18 18 6 6 6 1,9 1,9 1,9 30 30 30 600 600 600 2,6 2,6 2,6 80 85 85 Lactação 14-18 19-30 31-50 1,4 1,4 1,4 1,6 1,6 1,6 17 17 17 7 7 7 2,0 2,0 2,0 35 35 35 500 500 500 2,8 2,8 2,8 115 120 120 FONTE: Adaptado de National Academy of Sciences, 2004, www.nap.edu. 46 8 ALGUNS SUPLEMENTOS EXISTENTES NO MERCADO Com o corre-corre da nossa rotina, cada vez mais pessoas recorrem ao uso de suplementos nutricionais. Na busca de melhor qualidade de vida, muitas pessoas têm investido no consumo desses produtos, como forma de prevenir doenças, melhorar o desempenho nas atividades físicas e mentais e, principalmente, retardar o envelhecimento. FIGURA 11 FONTE: Saúde em Movimento.com.br. Mas será que tais suplementos realmente têm os efeitos fabulosos que lhes são atribuídos? Muitos são os argumentos de quem comercializa tais produtos. Os principais são aqueles que relacionam as condições de vida atual (estresse constante, exposição à poluição) com o aumentodas exigências nutricionais que, dificilmente, seriam supridas pela alimentação comum. Entendemos que os nutrientes devem ser obtidos, primariamente, por meio das refeições diárias, existem quantidades estabelecidas para cada vitamina ou mineral. Vale frisar que tais quantidades podem ser obtidas, normalmente, na alimentação diária, sem necessidade de suplementação, quando se trata de pessoas saudáveis. Também não existe comprovação científica de que a exposição a agentes poluentes, por exemplo, levaria a maiores necessidades de vitaminas e minerais e, se assim fosse, se uma alimentação equilibrada já não seria o bastante, uma vez que as cotas estabelecidas já preveem 47 quantidades suficientes para prevenir deficiências que podem ocorrer ao longo da vida. O mesmo pode se dizer quanto ao estresse, tão citado como importante causa para levar a um maior consumo de vitaminas e minerais. É importante lembrar que, quando um determinado nutriente precisa ser ingerido acima das quantidades recomendadas, ele torna-se um medicamento, devendo ser ingerido mediante recomendação e acompanhamento médico, e sempre com um objetivo específico, como tratar uma determinada doença ou deficiência alimentar grave, que dificilmente seria resolvida só pela alimentação. Apenas médicos e nutricionistas estão devidamente habilitados para prescrever suplementos de minerais e vitaminas que ultrapassem as recomendações nutricionais, uma vez que tais dosagens podem causar diversos efeitos colaterais, em médio e longo prazo, e só o acompanhamento desse profissional pode reduzir ou minimizar esses efeitos. Há cinco anos são considerados suplementos pelo Ministério da Saúde produtos que não ultrapassem 100% da ingestão diária recomendada (IDR) em determinada substância. Superada essa dose, o suplemento vira medicamento. Mesmo assim, é fácil encontrar nas lojas do ramo alguns compostos importados vendidos normalmente com doses acima do IDR indicado. Existem também estudos novos na área da nutrição que mostram que, para a maioria dos casos de deficiência nutricional, os alimentos fortificados (enriquecidos com vitaminas e/ou minerais) são a forma mais eficiente para suprir necessidades especiais de nutrientes, como é o caso do tratamento da osteoporose. Um lembrete importante: cápsulas de vitaminas e minerais não devem ser usadas como forma de corrigir maus hábitos de vida e de alimentação. Procure corrigir hábitos inadequados de vida, como o sedentarismo, o uso abusivo de fumo e bebidas alcoólicas, busque uma alimentação saudável, controlando as quantidades de gordura, açúcar e sal e mantenha o seu peso adequado. Essas medidas são fundamentais para uma boa saúde e podem solucionar diversos sintomas atribuídos, erroneamente, a deficiências nutricionais. Neste capítulo, nos propomos a mostrar diversos Suplementos Vitamínicos existentes no mercado, para os mais variados grupos. Não temos a intenção de esgotar todos os produtos existentes, nem privilegiar uma ou outra empresa, mas apenas os mais facilmente encontrados nas prateleiras. Ressaltamos também que muitos produtos são Polivitamínicos e Poliminerais, mas como este curso está direcionado apenas a atualidades em vitaminas, foram apresentadas 48 apenas a parte das bulas referentes a esses nutrientes. Para mais informações, basta consultar o site da empresa que consta na Bibliografia Consultada. Também não temos a menor intenção de estimular o consumo desses produtos, a menos que haja indicação médica para tal. Sempre privilegie a alimentação equilibrada. 8.1 CENTROTABS Fabricante: Neoquímica http://www.neoquimica.com.br/site/modulos/Produto/buscarEspecificaProdutoAction.do ?pro_codigoSap=1100144 USO ADULTO/USO ORAL TABELA 17 Vitamina Quantidade em 1 comprimido % IDR Vitamina E 45 UI 450% Vitamina C 600 mg 1333% Vitamina B12 25 mcg 83% Vitamina B6 10 mg 769% Vitamina B1 30 mg 2500% Vitamina B2 10 mg 769% Vitamina B3 100 mg 588% FONTE: Neoquímica. Disponível em: <http://www.neoquimica.com.br/site/modulos/Produto/buscarEspecificaProdutoAction.do?pro_codigoSap=1100144>. 49 8.2 CENTRUM Fabricante: Laboratórios Wyeth-Whitehall Ltda. http://www.wyeth.com.br/br/nossosprodutos_centrum2.htm USO ADULTO/USO ORAL TABELA 18 Vitamina Quantidade em 1 comprimido % IDR Vitamina A (como acetato de retinol) (como betacaroteno) 4000 UI 1000 UI 200% 50% Vitamina B1 1,5 mg 125%> Vitamina B2 1,7 mg 131% Vitamina B6 2 mg 154% Vitamina B12 6 mcg 250% Vitamina C 60 mg 133% Vitamina D 400 UI 200% Vitamina E 30 UI 300% Vitamina K 25 mcg 38% Vitamina B3 20 mg 125% 50 Ácido fólico 400 mcg 167% Ácido pantotênico 10 mg 200% Biotina 30 mcg 100% FONTE: Do autor. 8.3 CENTRUM SILVER Fabricante: Laboratórios Wyeth-Whitehall Ltda. http://www.wyeth.com.br/br/nossosprodutos_centrumsilver2.htm USO ADULTO E GERIÁTRICO/USO ORAL TABELA 19 Vitamina Quantidade em 1 comprimido % IDR Vitamina A (como acetato de retinol) (como betacaroteno) 4.000 UI 1.000 UI 200% 50% Vitamina B1 1,5 mg 125% Vitamina B2 1,7 mg 131% Vitamina B6 3 mg 231% Vitamina B12 25 mcg 1042% Vitamina C 60 mg 133% Vitamina D2 400 UI 200% Vitamina E 45 UI 450% Vitamina K1 10 mcg 15% Vitamina B3 20 mg 125% 51 Ácido fólico 400 mcg 167% Ácido pantotênico 10 mg 200% Biotina 30 mcg 100% FONTE: Laboratórios Wyeth-Whitehall Ltda. Disponível em: <http://www.wyeth.com.br/br/nossosprodutos_centrumsilver2.htm>. 8.4 STRESSTABS Fabricante: Laboratórios Wyeth-Whitehall Ltda. http://www.wyeth.com.br/br/nossosprodutos_stresstabs2.htm USO ADULTO/USO ORAL TABELA 20 Vitamina Quantidade em 1 comprimido % IDR Vitamina B1 30 mg 2500% Vitamina B2 10 mg 769% Vitamina B6 10 mg 769% Vitamina B12 25 mcg 1042% Vitamina C 600 mg 1333% Vitamina E 45 UI 450% Ácido fólico 500 mcg 208% 52 Ácido pantotênico 25 mg 500% Vitamina B3 100 mg 625% FONTE: Laboratórios Wyeth-Whitehall Ltda. Disponível em: <http://www.wyeth.com.br/br/nossosprodutos_stresstabs2.htm>. 8.5 CLUSIVOL INFANTIL Fabricante: Laboratórios Wyeth-Whitehall Ltda. +http://www.wyeth.com.br/br/nossosprodutos_clusivolliq2.htm USO PEDIÁTRICO E ADULTO/USO ORAL TABELA 21 % Crianças Adultos Composição Cada 1mL contém 1-3 anos 5mL 4-6 anos 5mL 7-10 anos 10mL 20mL VITAMINAS Vitamina A 250 UI 94 83 150 250 Vitamina B1 0,07 mg 70 58 78 117 Vitamina B2 0,09 mg 90 75 100 138 Vitamina B6 0,08 mg 80 80 80 123 Vitamina B12 0,3 mcg 167 125 167 250 Vitamina C 3,25 mg 54 54 93 144 Vitamina D 20 UI 50 50 100 200 Pantenol 0,6 mg 150 100 150 240 Vitamina B3 1 mg 83 62,5 83 125 FONTE: Laboratórios Wyeth-Whitehall Ltda. <+http://www.wyeth.com.br/br/nossosprodutos_clusivolliq2.htm>. 53 8.6 PHARMATON Fabricante: Boehringer Ingelheim do Brasil http://www.pharmaton.com.br/br/Main/Product/index.htm USO ADULTO/USO ORAL TABELA 22 Vitamina Quantidade em 1 comprimido % IDR Vitamina A 2667 UI 100% Vitamina D 200 UI 100% Vitamina E 10 mg 100% Vitamina B1 1,4 mg 116% Vitamina B2 1,6 mg 123% Vitamina B6 2 mg 153% Vitamina B12 1 mcg 3% Biotina 150 mcg 500% Vitamina B3 18 mg 105% Vitamina C 60 mg 133% FONTE: Boehringer Ingelheim do Brasil. Disponível em: <http://www.pharmaton.com.br/br/Main/Product/index.htm>. 54 8.7 KIDDI PHARMATON Fabricante: Boehringer Ingelheim do Brasil http://www.boehringer.com.br/arquivos/Kiddi_Pharmaton_paciente.pdf USO PEDIÁTRICO E ADULTO / USO ORAL TABELA 23 % IDR Composição Cada 15mL contém 1-3 anos 4-6 anos 7-10 anos 11-14 anos VITAMINAS Vitamina B1 3,0 mg 600 500 333 250 Vitamina B2 3,5 mg 700 583 389 22 Vitamina B6 6,0 mg
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