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Um pedido de socorro Por: Fernanda Aranda – O governo trata como um algarismo; – A indústria de alimentos como uma oportunidade de negócio; – As pessoas como um castigo ou desleixo. O fato é que o aumento exponencial dos casos de obesidade deveria ser encarado como um pedido de socorro da nossa sociedade. Sim, uma vez que a gordura corpórea é um mecanismo de proteção, precisaríamos olhar para os excessos e entender que recado o nosso organismo está dando. É fato que estamos nos agredindo diariamente. E esta agressão tem várias frentes. Uma delas, extremamente perigosa, é a alimentação. Toda vez que na hora do almoço colocamos “para dentro qualquer coisinha” sem nenhum questionamento, estamos nos agredindo. É agressivo também acatar com normalidade que a rotina dilacerante de trabalho tornou um privilégio o almoço e um jantar de qualidade. Também praticamos agressão, contra nós e contra os outros, quando deturpamos tudo e usamos a gordura como um marcador exclusivamente estético. É assim, misturando padrão de beleza com obesidade, que passamos uma vida só condenando os obesos por puro preconceito. Fosse de fato a saúde o alvo, eles não seriam o alvo do ataque. A verdade é que a alimentação terapêutica é revolucionária por mil questões. Mas principalmente porque quando você se importa – VERDADEIRAMENTE – com o que come passa a não engolir qualquer sapo. Deixa de ser marionete. E vivencia outros sabores. Um deles, escondido dos tempos atuais, é o sabor da qualidade de vida. Com a Jolivi, eu aprendi que o alimento é o melhor medicamento. Não só para doenças. Mas também para as nossas feridas sociais. Aqui, reunimos alguns conteúdos nossos sobre a nutrição que transforma. Espero que você deguste. Tim-tim! ÍNDICE A má nutrição pode derrubar a expectativa de vida Os segredos da quinoa Doenças autoimunes podem ser tratadas com vitamina D Estamos tomando leite longa vida ou leite longa morte? Goji berry: a pequena grande estrela da alimentação Chia, uma herança asteca O nutriente seKreto: você conhece a vitamina K? Como o ômega 3 pode turbinar seu cérebro Os benefícios da linhaça, sua aliada em potencial Aos ex-diabéticos, a poderosa batata andina Infarto e pressão arterial: o suco infalível O tempero indiano para evitar o Alzheimer O vegetal que da cartão vermelho ao Câncer Alecrim sagrado contra o refluxo A má nutrição pode derrubar a expectativa de vida Por | Fernanda Aranda Aceita uma xícara de café com verdade? Digo isso porque esta edição do Café com Saúde expõe algumas realidades “inconvenientes”. A entrevista é especial para as pessoas que insistem em usar o “aumento da expectativa de vida do Brasil” como um argumento forte o suficiente para mantermos tudo como está. Logo que comecei a estudar a importância do resgate da saúde natural como um recurso essencial para garantirmos a sobrevivência da nossa geração, passei a escutar com frequência o seguinte raciocínio: “Hoje as pessoas vivem muito, é cada vez maior a parcela dos centenários. No passado, morriam cedo. Diante disso, como acreditar que a saúde piorou?” Sim, minha gente. A ampliação da população com mais de 80 anos no Brasil é o indicador preferido entre aqueles que têm resistência em encarar que há muita coisa fora da ordem. Por isso, escutar a nutricionista, pesquisadora e autora de 11 livros, Drª Denise Carreiro, consultora da Jolivi, é tão emergencial e necessário. Ela foi uma das primeiras a alertar sobre a relação íntima entre padrão de alimentação e o adoecimento crônico, por diabetes, doenças cardíacas e depressão, das populações. E agora coloca o dedo na ferida ao destacar os estudos – que ainda ficam embaixo do pano – , mas comprovam: as estatísticas já mostram que as gerações atuais estão vivendo menos. Assista ao nosso Café com saúde Da América pré-colombiana para o espaço: os segredos da quinoa Por | Nivia de Souza Por conta de sua importância nutricional e econômica, a quinoa já teve um ano exclusivamente dedicado a ela, em uma homenagem da Organização das Nações Unidos (ONU). O intuito da campanha era evidenciar o poder que este alimento tem, principalmente para as populações que não têm acesso a fontes ricas em proteínas. Outro ponto ressaltado foi o reconhecimento dos povos da região dos Andes, que foram uma espécie de “guardiões” da quinoa, conservando-a para o presente e para o futuro. Um presente do passado para o futuro Eu sou apaixonada por História. Talvez, seja por este motivo que fico surpreendida (e feliz) quando percebo que a maioria dos chamados “superalimentos” tem sempre um pezinho no passado.Parece-me que o atual consumo dessas iguarias é, na realidade, um resgate desta forma mais natural de se viver, baseada na riquíssima e sábia cultura das civilizações que habitaram o planeta há séculos. No caso da quinoa, falo dos Incas, que habitaram territórios da nossa América do Sul – onde, atualmente, costumamos chamar de Equador, Peru, Bolívia e Chile – até serem extintos após a colonização espanhola. E os benefícios perduraram por todo este período, ainda que a industrialização tivesse provocado uma pane na tradição. O cultivo da quinoa era um ato sagrado para os Incas. Eles a utilizavam não só como um simples alimento, mas também para a cura de resfriados, parasitas intestinais e até picadas de inseto. Os soldados do exército Inca se alimentavam continuamente com este alimento, pois assim conseguiam a energia necessária para conquistar os tantos territórios que foram dominados. Além disso, ela tem uma outra particularidade. A NASA (National Aeronautics and Space Administration) a considera como o alimento perfeito para o consumo nas expedições espaciais. Ou seja, já tivemos e ainda temos muitos astronautas vivendo de quinoa. Fico pensando aqui comigo se as crianças incas que comiam a quinoa há muito, muito mais de 500 anos atrás, seriam capazes de imaginar que, um dia, o homem viajaria pelo espaço comendo o mesmo alimento que elas. Diferentona Os poderes e fama da quinoa – cujo nome científico é Chenopodium quinoa – vão além de sua importância histórica. Estes grãos não vão parar nas dietas saudáveis à toa. Considerada um pseudocereal (pois sua composição química remete aos cereais, porém não é considerada um), ela foi reconhecida como um alimento completo devido à sua qualidade proteica. Nutricionalmente falando, as proteínas contidas na quinoa são similares às encontradas nas carnes, ovos e leite. E por que será que ela é tão boa assim? Olha só os principais componentes da quinoa: • Proteínas A quinoa é classificada também como uma fonte completa de proteína, pois fornece todos os aminoácidos essenciais (aqueles que o nosso organismo não produz, e que temos que consumir por meio da alimentação). • Carboidratos Grande parte deste macronutriente presente na quinoa é formado por amidos, fibras insolúveis e pequenas quantidades de açúcares. Muitos desses amidos são do tipo resistentes, ou seja, escapam da digestão e acabam alimentando as bactérias amigas da flora intestinal. • Gorduras Rica em gorduras boas, como a poli-insaturada e a monoinsaturada. • Fibras A quinoa cozida é uma boa fonte de fibras, batendo até os índices do arroz integral e do milho. • Vitaminas e minerais Quem está em busca de antioxidantes, vai encontrar na quinoa uma boa aliada. Elaé rica em vitaminas do complexo B, manganês, fósforo, ferro, magnésio, zinco e cobre. O bacana é que a quinoa não contém glúten. Ou seja, para quem sofre de intolerância à essa substância ou opta e precisa fazer a restrição dietética, este alimento é mais do que bem-vindo. Quem também se beneficia bastante com o consumo de quinoa, principalmente pelo perfil proteico dela, são os vegetarianos. Consumindo a quinoa Pessoalmente, ainda não entendo por que os alimentos naturais, na maioria das vezes, são vendidos em estabelecimentos diferentes dos demais. A quinoa, por mais que esteja ganhando a merecida popularidade, é mais um ingrediente que você pode encontrar nos mercados especializados em saúde natural. Segundo a nutricionista Fernanda Furlan, a quinoa em flocos pode incrementar iogurtes e frutas. “Fica supergostoso”, afirma. Quando ela está em forma de grãos, antes de tudo, é preciso cozinha-la. Então, a nutricionista Fernanda indica que você use em tabules ou mesmo substituindo o arroz. Para que o valor nutricional do alimento não seja perdido, é necessário fazer o cozimento da maneira correta. A quantidade de água e tempo carecem de atenção. Outra dica da nutri é ficar atento ao sabor, já que algumas quinoas ficam amargas. Para amenizar este efeito, ela sugere que você lave bem os grãos e os deixe-os secar para depois cozinhar. Milagre? Muitas dietas que propõem o emagrecimento têm a quinoa como ingrediente. De fato, por conta da sensação de saciedade que ela provoca e das proteínas e também pela acelerada que ela dá no metabolismo, o grão até pode ajudar no processo. A nutricionista Fernanda, no entanto, enfatiza que perder peso comendo a quinoa será o resultado de um conjunto de fatores, entre eles a alimentação saudável. Portanto, não caia no conto de dietas milagrosas que se baseiam no consumo desta herança inca. Já para a diminuição das taxas de açúcar no sangue, o consumo da quinoa é bastante interessante. Segundo uma pesquisa que li – realizada pelo Departamento de Química Alimentícia e Nutrição, da The Jagiellonian University, em Cracóvia, na Polônia, a ingestão de quinoa diminuiu os níveis de colesterol, triglicérides e açúcar de ratinhos, ainda que os bichos tivessem uma dieta rica em frutose. O nosso organismo, pasme, tem muitas semelhanças com o dos ratos. Ou seja, fazer bem para estes animais é o primeiro passo para cogitarmos que faz muito bem para nós também. Alimento político O cultivo da quinoa, de acordo com Claudia Mónika Haros, do Instituto de Agroquímica e Tecnologia dos Alimentos, do Consejo Superior de Investigaciones Científicas, de Valência, na Espanha, pode ser realizado em solos áridos e sem a necessidade de muita água. É uma produção mais simples e sustentável do que outros alimentos. A especialista ainda comentou em uma entrevista para o blog da instituição que, para obtermos um quilo de carne, é preciso alimentar o animal com 4 quilos de cereais. “Esse desequilíbrio vai aumentar ao longo dos anos, devido às alterações climáticas, ao destino de cereais para a produção de biocombustíveis e ao aumento da população mundial, colocando a segurança alimentar em risco”. E quem desponta como uma alternativa? Aposto que você já sabe a resposta. Doenças autoimunes podem ser tratadas com vitamina D Por | Fernanda Aranda Se tem um assunto que me intriga profundamente são as misteriosas “doenças autoimunes”. Digo que são cercadas de mistério porque a ciência ainda não sabe dizer como tudo começa. Mas olha só que intrigante. Um dia, o seu sistema imunológico – aquele responsável por nos defender dos vírus, das bactérias e de qualquer agente infeccioso – começa a operar em uma espécie de “tilt”. Nestes casos, as células de defesa ficam tão desorientadas, que entram em um combate maluco, atacando o próprio corpo e deixando sequelas em diferentes órgãos. Escolhi este assunto porque ele passou a fazer parte da rotina da minha família, após um parente muito próximo receber um destes diagnósticos. Passei, então, a pesquisar e entendi que esta patologia pode invadir a casa de qualquer pessoa de diferentes formas. Apesar de serem considerados eventos raros, este nome “doença autoimune” serve para classificar um grupo composto por mais de 100 diferentes problemas de saúde. E mesmo com a diversidade de sintomas e de diagnósticos envolvidos, uma vitamina tem despontado como um caminho promissor para amenizar o curso destes males misteriosos e ainda evitar que mais pessoas façam parte das estatísticas de doentes. Fio condutor Antes de falar sobre a tal vitamina, é preciso dizer as razões que fazem um diabético tipo 1 ser enquadrado no mesmo grupo de alguém que tem esclerose múltipla, 2 exemplos de doenças autoimunes. O “tilt” do sistema imunológico pode afetar, mais diretamente, um ou outro órgão do corpo. Na esclerose, o órgão de choque é o cérebro. No diabetes tipo 1, o pâncreas. Na Doença de Crohn, o aparelho digestivo é o que denúncia o sistema imunológico em colapso. Na artrite, são as articulações. No Lúpus, o próprio sistema imunológico ataca suas células e por aí vai. Por isso, os sintomas são tão diversos, e a identificação do problema não é tão simples. Um fio condutor entre estes diferentes problemas é a dor, tanto a física quanto a psicológica. Os sintomas doloridos marcam quem faz parte deste misterioso grupo patológico justamente porque todas estas doenças são inflamatórias, como me explicou o Dr. Wanderley Pires, um dos médicos brasileiros que mais investiga o tema. “A dor é a voz da inflamação”, diz ele. E, além das implicações e limitações físicas impostas pelos órgãos que passam a funcionar em anormalidade, as doenças autoimunes não têm cura e exigem, conforme descreve a medicina tradicional, a utilização de pesadas (e caras) medicações para o resto da vida. Fórmula promissora Por isso que eu fiquei com a pulga atrás da orelha quando alguns médicos, entre eles o Dr. Wanderley, e uma coleção de pesquisas científicas passaram a defender que uma vitamina poderia ser capaz de amenizar estes sofrimentos tão distintos. Pensava com os meus botões: como doenças tão diferentes poderiam ser combatidas por uma “fórmula” única? O nome desta vitamina é vitamina D, que já ficou pop entre os cientistas do planeta todo. Uma das hipóteses sobre sua versatilidade – que ainda permanece sobre intensa investigação com resultados cada vez mais animadores – é que esta característica seria resultante da forma como ela circula pelo corpo. Em linhas gerais, as pesquisas mostram que, após ser metabolizada, a vitamina D cumpre seu trajeto por meio da corrente sanguínea. Neste caminho, ela faz uma espécie de baldeação em vários órgãos, ajustando e organizando as funções do sistema imunológico e combatendo de forma extremamente eficaz as inflamações corpóreas. Também por este mecanismo de ação, a vitamina D já é classificada como um hormônio esteroide e suas ações regulatórias do sistema imune têm sido confirmadas pelas mais variadas universidades, incluindo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Doutor Cícero Coimbra, médico brasileiro e criador de um dos protocolos de utilização de altas doses de vitamina D para doenças autoimunes, costuma explicar que o colecalciferol (o nome científico da vitamina D) é o percursor do hormônio 1,25(OH)2 colecalciferol. É esta substância que potencializa a ação do sistema imunológico, inclusive contra infecções virais. Na revisão de 59 estudos científicos publicada na Revista Brasileira de Reumatologia, por exemplo, os pesquisadoresatestaram que a suplementação em altas doses de vitamina D diminuiu os sintomas de artrite, fazendo com que eles desaparecessem em 45% dos casos. O mesmo efeito terapêutico foi encontrado para esclerose, lúpus, diabetes e outras doenças autoimunes. No ensaio científico “Vitamin D and autoimmunity: new etiological and therapeutic considerations” – publicado no Annals of The Rheumatic Deseases – está constatado que as doenças autoimunes respondem pela terceira causa de morte nos Estados Unidos, atrás apenas das doenças cardíacas e do câncer. E que neste contexto, a terapia de suplementação de vitamina D tem apresentado desempenho protetor e controlador destas patologias. #somostodosdeficientes Ao mesmo tempo em que os ensaios científicos dão fôlego para a vitamina D, as pesquisas também alertam que o atual estilo de vida tem resultado em uma epidemia silenciosa de deficientes desta substância. Em média, 9 em cada 10 pessoas têm insuficiência de vitamina D, ainda que não tenham manifestado nenhum sintoma mais grave provocado pela ausência do nutriente. O que faz sermos quase todos deficientes é que é praticamente impossível conseguir a dosagem indicada como protetora e suficiente via alimentação. A fonte natural e mais efetiva é a exposição ao sol, sem proteção dos filtros solares, nos horários recomendados por 15 a 25 minutos todos os dias. Exposição, neste caso, significa vestindo no máximo 1 camisa e 1 shorts para homens e mulheres. Quanto maior a exposição, melhor. Pensem comigo: vivemos em uma rotina em que não há tempo para a exposição solar. Trabalhamos e nos divertimos em ambiente fechado. Além disso, está cada vez mais consolidado que outros vilões modernos – como estresse, alimentação irregular e pesticidas – são grandes influenciadores para minguar a nossa dosagem de vitamina D. Caminho possível Neste ciclo, a suplementação é a possibilidade de sanar algumas deficiências. A dosagem, para cada pessoa, só pode ser definida pelo médico, de forma individualizada. O que já se sabe é que os padrões definidos por médicos como Dr. Cícero (7.000 mil UI – unidades de medida da vitamina) para pessoas com deficiência são 35 vezes superiores do que os Índices de Recomendação Diária (IDR) estabelecidos para consumo no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os marcadores atuais foram definidos há 17 anos e apontam como dosagem segura 200 UI de vitamina D. Sim, é verdade. A vitamina D e sua utilização terapêutica ainda são encarados como uma possibilidade em teste. Isso faz com que a substância precise percorrer um longo caminho, colecionar ainda mais estudos para que, um dia, possa ser encarada como a primeira opção da maioria dos doutores e ser legitimada pelas Associações Médicas, que regulam as prescrições de drogas terapêuticas. O fato é que os médicos já estão sendo impulsionados a, ao menos, cogitar esta terapêutica para os portadores de doenças autoimune. Em especial para aqueles que não reagem bem aos remédios tradicionais. Doutor Carlos Máximo, cardiologista e médico amigo da nossa equipe, sempre faz uma ressalva toda vez que falamos em esperança para a saúde. Segundo ele, todo o sintoma é um convite à mudança. E nada, absolutamente nada, melhora a saúde sozinho. Nem um remédio, nem uma vitamina, nem uma cirurgia, nem uma oração. A vitamina – qualquer uma – pode até fazer a parte dela. Mas você precisa fazer a sua. Estamos tomando leite longa vida ou leite longa morte? Por | Nivia de Souza Há alguns anos, quando nossas avós compravam leite, ele ficava dentro da geladeira por só uns 2 ou 3 dias. Agora, o leite vem embalado em caixas, duram dias (meses e anos!) e receberam o “carinhoso” nome de longa vida. Pensando nisso, resolvi bater um papo com o Dr. Carlos Schlischka, nosso consultor, sobre este tema lácteo. Vou te contar quais as diferenças entre uma pessoa que tem intolerância ao leite e outra que é alérgica a ele. Alta velocidade Iogurtes, leite condensado, coalhadas e os famosos queijos nada mais são, de acordo com o Dr. Carlos, formas de conservar o leite. Mas por que o ser humano teve essa necessidade de inventar formas de conservar o leite? A resposta é (quase) simples: ele estraga com facilidade por conta de sua riqueza nutricional. Nosso consultor me informou que o leite é rico em gorduras, carboidratos, proteínas e vitaminas. Somando essas propriedades com a elevada porção de água em sua composição, o resultado é um ambiente fértil para o desenvolvimento de micro-organismos. Bingo! “Quando consumido cru, após a ordenha, o leite pode estar contaminado por uma grande quantidade de micro-organismos. Por isso, o comércio de leite cru foi proibido”, esclarece Dr. Carlos. De olho no rótulo Neste processo de “domesticar” o leite, a indústria produtora passou a incluir muitas substâncias dentro da caixinha. Para comprovar isso, leitor, basta dar uma bela olhada nas embalagens de leite. Muitas delas apresentam rótulos extremamente povoados por nomes que nem sabemos o significado. Pois é… Ficar de olho e atento ao processo pelo qual essa bebida foi submetida para poder durar mais tempo é taxativo. Porque você detecta que pode estar consumindo muito mais do que leite. História Dr. Carlos me contou que o cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) estudava a ação dos vários tipos de fungos e bactérias nos processos fermentativos. E foi Pasteur que inventou um método para impedir que o leite causasse doenças. E então, surgiu a tal pasteurização. Neste processo, o leite é aquecido até a temperatura de 75°C por 15 segundos, o que é suficiente para matar a maioria das bactérias que podem causar doenças ou deteriorar o leite. “A pasteurização não elimina todas as formas de bactérias presentes. Isso significa que, conforme o tempo passa, as sobreviventes vão se reproduzir e, em pouco tempo, deterioram o leite. O prazo de validade do leite pasteurizado ainda fechado e refrigerado é de 3 a 5 dias, a partir da data de fabricação. Após aberto, deve ser consumido rapidamente, entre 1 e 3 dias, se mantido na geladeira, numa temperatura de até 7°C”, explica o Dr. Carlos. Existe um outro processo, chamado de UHT ou UAT (Ultra Alta Temperatura), que é uma ultrapasteurização. O resultado dá origem ao leite longa vida. De acordo com nosso consultor, este leite é, posteriormente, acondicionado em uma embalagem com diversas camadas com a finalidade de proteger o leite do ambiente externo. Neste método, o leite é aquecido rapidamente a temperaturas muito altas (entre 130 a 150 °C, por 2 a 4 segundos) e, por isso, todos os micro-organismos são eliminados. “Isso permite a armazenagem do produto sem refrigeração por aproximadamente 4 meses a partir da data de fabricação, antes de ser aberto. Após aberto, pode ser consumido em até 3 dias, armazenando-o sempre na geladeira”, diz. Muita gente não sabe, mas o leite em pó é a forma mais antiga de conservação. Dr. Carlos me falou que, para se chegar no resultado, é preciso pasteurizar o leite e, depois, desidratá-lo. Por conta do contato com o ambiente externo e a possível contaminação, depois de aberto, o leite em pó tem validade de 30 dias. Porém, quando ele está enlatado, pode ficar disponível na prateleira do supermercado por até 18 meses. A escolha é sua Estes métodos, no entanto, afetam a quantidade de vitaminas existentes no leite, isto é fato. Porém, o maior problema está para quem vê neste alimento sua única opção de fonte de cálcio. Porque o leite ganhou boa fama internacional por ser fonte de cálcio, certo? A ironia dissotudo é que para esta substância ser bem absorvida, o leite deveria ser consumido cru, cuja venda é proibida. “Além disso, o leite também tem traços de hormônios, que são administrados para vaca com o intuito de aumentar a produtividade. E eles também são ingeridos”. gosta, desde que não seja alérgico ou intolerante, pode tomar. “É uma escolha gastronômica e não de saúde”, explica Dr. Carlos. Escolha gastronômica Bom, se você toma leite porque gosta, a minha sugestão é que você experimente outros tipos de leite, como o de amêndoas e de coco. Vamos combinar o seguinte. Mas antes é preciso dizer que algumas pessoas não fazem isso só por uma questão de gosto. Tem gente que PRECISA evitar o consumo de leite de vaca. E talvez este seja o seu caso. Certamente, leitor, você já ouviu falar ou conhece alguém que é intolerante ou alérgico ao leite. Então, vamos entender o que são essas doenças. Intolerância à lactose Segundo o nosso consultor, quando uma pessoa apresenta intolerância ao leite, na verdade, ela é intolerante à lactose. “É uma inabilidade para digerir porções significativas do açúcar do leite (lactose), resultante da quantidade insuficiente da enzima, a lactase, no interior das vilosidades do intestino, onde lactose é digerida”. E o que acontece quando a lactose não é processada pelo organismo? Ele me disse que ela é fermentada pelas bactérias, resultando em ácido lático, gás carbônico e hidrogênio. Então, a pressão dentro do intestino grosso aumenta, causando dores abdominais, diarreia ácida e gases. É interessante também te contar que a produção da enzima lactase diminui progressivamente a partir dos 5 anos de idade e isso varia de acordo com as etnias. “Existem populações que digerem muito bem a lactose, como os indianos, por exemplo, e outras altamente intolerantes, como os chineses. Estima-se que 25% dos brasileiros em idade adulta sejam intolerantes à lactose”. Alergia ao leite Já os alérgicos não são protegidos nem mesmo pelas versões “sem lactose”. O sistema imunológico dos alérgicos ao leite reage às proteínas do alimento, como a caseína, a betalactoglobulina e a alfalactoalbumina. O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida de um bebê reduz, segundo nosso consultor, substancialmente a incidência de alergia ao leite de vaca. Em resposta à presença dessas substâncias, o organismo libera outras, que vão causar os sintomas alérgicos. Entre eles estão: urticárias, eczemas, tosses, rinites, sinusites, diarreia, dores abdominais e gases. Dr. Carlos me contou que, dependendo do grau de sensibilidade do indivíduo, a ingestão de leite e derivados pode até causar um choque anafilático. Por isso, quem é alérgico ao leite, precisa banir da sua dieta os produtos lácteos. Bom, diante de tudo isso, é urgente entender por que o cálcio é tão importante e, também, conhecer outras fontes da substância que vão além do leite. Bora? Muito além do leite Quem nunca ouviu, principalmente durante a infância, que era preciso “tomar muito leite para crescer”?! Não é? É verdade que o nosso organismo precisa do cálcio para muitas coisas, que vão além do fortalecimento dos ossos. Segundo o dr. Carlos Schlischka, nosso consultor, ele também está presente nos dentes e no sangue. “O cálcio está envolvido no metabolismo de todas as células do corpo, no mecanismo de contração muscular dos membros ou do coração, na transmissão de impulsos nervosos entre o cérebro e o resto do corpo e até no equilíbrio do pH do sangue”, observa o nosso médico. Além disso, precisamos do cálcio para que o nosso sangue se coagule da forma correta e para a permeabilidade de cada célula de nossa composição. Uau! Parece uma tarefa complicada, né? Mas, fique calmo. O cálcio dá conta desse trabalho. Tudo é questão de biodisponibilidade. Bio o quê? Apesar da minha familiaridade com termos advindos do mediquês, também me senti um pouco confusa quando o dr. Carlos me contou sobre esta tal biodisponibilidade. De forma simples, nosso consultor me explicou que biodisponilidade é a capacidade de uma substância ser aproveitada (absorvida) por um organismo. Captou? Então, muito mais importante do que apenas oferecer cálcio, o alimento é considerado uma boa fonte dessa substância se, além de tudo, ele facilita a absorção deste nutriente pelo nosso corpo. E é aí que o leite entre em xeque. Porque o cálcio por ele oferecido não é tão biodisponível assim. “A pasteurização do leite prejudica a biodisponibilidade do cálcio, isto é, ela diminui a quantidade do nutriente existente sob a forma de íon (átomo carregado eletricamente e altamente reativo). Isto prejudica a sua absorção pelo intestino”, explica Dr. Carlos. Como o nosso corpo absorve o cálcio, então? Se o cálcio é uma substância preciosa para o funcionamento da máquina humana, a absorção dele é um processo tão importante como. De acordo com as informações que o dr. Carlos me deu, existem 2 formas que facilitam este processo: 1) Exposição solar A vitamina D dá uma força para o intestino humano fazer a absorção de cálcio. Poucos alimentos são ricos nesta substância, entretanto. (Nosso editor, o Daniel Cunha, conhece bastante o assunto e me disse que o salmão selvagem e cogumelos criados sob exposição solar são bons exemplos). Ou seja, precisamos da exposição solar para que nosso corpo processe a vitamina D, que, por sua vez, ajuda na biodisponibilidade do cálcio. “Quando a pele é exposta ao sol, a luz ultravioleta converte o calciferol, o que permite a absorção do cálcio pelo organismo”, explica o nosso consultor. 2) Atividade física Além da exposição solar, os exercícios são recomendações constantes no universo da saúde natural. E não à toa. O Dr. Carlos me contou que, especialmente aquelas que envolvem impacto, como corridas ou caminhadas, aumentam indiretamente a eficácia da absorção e diretamente na fixação do cálcio. “Isso acontece pelo efeito positivo sobre o estímulo do metabolismo de reconstrução óssea”, fala. Ok, cálcio absorvido. Mas, onde eu o encontro? Ter o leite como uma única fonte de cálcio é um pouco limitado, como já explicamos, além de não ser tão efetivo. Ainda que você você tome sol e faça atividades físicas, há ainda o risco de alergias e intolerância, como eu já te contei. Esta constatação, no entanto, não é uma condenação pura e simples do leite. Mas serve para te alertar que você NÃO PRECISA fazer dele a sua única fonte de cálcio. Antes de te oferecer uma lista de alimentos que são ricos em cálcio, preciso só trazer mais um ensinamento aqui, partilhado pelo Dr. Carlos. Osteoporose Provavelmente, você deve ter escutado a defesa do consumo de leite por pessoas que sofrem de osteoporose. Osteoporose é o nome de uma doença silenciosa, caracterizada pela perda de massa óssea. Geralmente, ela costuma ficar assintomática até que as consequências mais graves, como fraturas ósseas, surjam. Segundo os dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, no Brasil, mais de 10 milhões de pessoas sofrem com esta patologia. A organização ainda afirma que cerca de 200 mil pessoas morrem, anualmente, em decorrência dessas fraturas. Eu sei, que se você sofre com osteoporose ou conhece alguém que tenha, está se perguntando como que essa doença fica no meio disso tudo. De acordo com o Dr. Carlos, a osteoporose não decorre somente da falta de fixação do cálcio nos ossos. O problema é mais complexo. “Não é essencial suplementação de cálcio para evitar o processo de osteoporose. Tal decisão pode ser perigosa. O osso é um tecido vivo, em constante processo de remodelação,composto de uma proteína chamada osteína, que lhe confere flexibilidade. Já o cálcio depositado, lhe dá rigidez e força”. Acontece que, no processo de osteoporose causada pelo envelhecimento (há também outras causas), existe a queda dos níveis hormonais – estrogênio na mulher e a testosterona no homem –, que prejudica a remodelação óssea. “Isso provoca tanto a deficiência quanto a diminuição da fixação do cálcio, e os ossos não se renovam adequadamente, provocando rarefação e fraqueza e afinamento dos mesmos”, aponta o consultor. É verdade que as mulheres estão mais propensas a osteoporose? Sim, isso é verdade, pois a menopausa ocorre de maneira acelerada, com uma queda mais ou menos rápida dos níveis de estrogênio. “No homem, a queda da testosterona se faz bem mais lentamente ao longo do tempo”. Suplementar ou não: eis a questão Sobre fazer suplementação de cálcio para combater a osteoporose é uma prática não aconselhada pelo Dr. Carlos. “É preciso manter uma alimentação correta, rica em proteínas para que o cálcio tenha o substrato ao qual vai se ligar. A prevenção e o tratamento da osteoporose envolvem alimentação adequada, exposição ao sol ou suplementação de vitaminas A e D, além do balanceamento hormonal”. Segue, então, a lista de 21 alimentos que combatem a osteoporose. Eles são fonte de cálcio e ainda proporcionam a tal alimentação balanceada sugerida pelo nosso consultor. – Sementes de gergelim, linhaça e chia; – Águas minerais ricas em cálcio: sim, elas existem, e o cálcio contido nelas está ionizado e é totalmente biodisponível; – Grão de bico; – Sardinha, principalmente a em lata; – Bacalhau; – Mamão; – Siri; – Folha de mostarda e caruru; – Agrião; – Alface; – Aveia; – Salsa; – Salsão; – Beterraba; – Folha da beterraba; – Batata doce; – Brócolis; – Cebola; – Couve; – Espinafre; – Laranja; – Figos frescos e secos; – Ameixa seca. Anotou? Dá para fazer um banquete! Goji berry: a pequena grande estrela da alimentação Por | Nivia de Souza Ele é pequenino, de cor avermelhada, mais conhecido por sua forma seca e é o atual queridinho dos adeptos de uma vida saudável e das dietas emagrecedoras. Você sabe de quem estou falando? Se arriscou goji berry, acertou em cheio. Este fruto rico em nutrientes é originário do Tibete, na Ásia, já faz parte da rotina alimentar dos povos asiáticos há mais de 6 mil anos. Suas propriedades medicinais são inúmeras. Ou seja, o goji berry não tem toda esta fama à toa. Quando se pensa em vitamina C, por exemplo, logo se fala em na laranja, acerola e kiwi, não é? Pois é, o goji berry é uma excelente fonte desta substância, contendo cerca de 2,5 g de vitamina C a cada 100 g de fruta. As vitaminas A e E também são encontradas em sua composição, assim como as do Complexo B (B1, B2, B6), que promovem uma ação imunoestimulante. Isso significa que ele reforça as proteções do organismo contra doenças. Dessa forma, o consumo da fruta pode ajudar a enfraquecer a formação de células cancerígenas e o crescimento de tumores. Para quem está passando por tratamento quimioterápico, por exemplo, o goji berry alivia os efeitos colaterais. O que a ciência diz Apesar de sua composição riquíssima em nutrientes, o espaço destinado pelas pesquisas científicas para o goji berry ainda é pífio (coisas da medicina tradicional). Na medicina chinesa, em que a observação dos pacientes é tão importante como a evidência do laboratório, a utilização é bem mais frequente. Um dos estudos mais importantes, chamado Observation of the effects of LAK/IL-2 therapy combining with Lycium barbarum polysaccharides (Lycium barbarum é o nome científico do goji), a fruta foi incluída na dieta diária de 79 pacientes em tratamento para vários tipos de câncer (melanoma, cólon, pulmão, faringe), e em 75 deles foi observado a regressão do tumor. Componentes exclusivos do goji berry O nosso sistema imunológico também tende a ficar mais forte com o consumo desta fruta, uma vez que ela possui 4 tipos exclusivos de polissacarídeos. Isso significa que ele tem combinações de moléculas exclusivas que resultam, justamente, no fortalecimento das nossas células de defesa. Um benefício importante do goji berry é sua atuação antioxidante. Muito provavelmente, segundo os estudiosos, este efeito pode retardar o envelhecimento precoce das células, eliminando as sujeiras nocivas chamadas radicais livres. No goji, há presença de 6 carotenoides que cumprem essa função de limpeza: betacaroteno, luteína, zeaxantina, licopeno, criptoxantina e xantofila. Estes compostos também preservam a saúde dos olhos, evitando o cansaço visual e prevenindo cataratas e glaucomas. Além disso, o betacaroteno também protege a pele dos efeitos nocivos da radiação solar. Em 2008, outra pesquisa indicou que a fruta é benéfica para o bem-estar geral das pessoas. Segundo os especialistas, foi feito um estudo comparativo com o suco de goji e um placebo. As conclusões, publicadas no Journal of Alternative and Complementary Medicine, indicam que beber 120 ml de suco de goji berry diariamente melhora a disposição, a atividade cerebral e também a digestão. O goji berry é também riquíssimo em minerais. Ao todo, são 21, como ferro, selênio, cálcio, fósforo, potássio e o germânio. Este último também é considerado uma importante arma na prevenção do câncer. Já seus ácidos graxos, responsáveis pela síntese dos nossos hormônios, regulam o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. Quem sofre com problemas de impotência sexual e desequilíbrio na próstata, por exemplo, a indicação relatada por profissionais de saúde é que o consumo pode ser benéfico, devido à presença de uma substância chamada beta- sistosterol, que tem propriedades anti-inflamatórias, atuando também contra vírus, fungos e bactérias. Os estudos ainda identificam que o goji berry pode fazer bem para: – A circulação sanguínea; – Combate a ansiedade, estresse e doenças autoimunes; – Melhoras na qualidade do sono e da digestão; – Desintoxicação do organismo; – Emagrecimento, pois produz uma sensação de saciedade. Por tudo isso, fica evidente de que a fruta merece ocupar mais tempo e espaço na medicina tradicional. Não só isso. Uma dica é também introduzir o vermelhinho corretamente na alimentação típica do ocidente. Mas, como consumir as bagas de goji berry? Desde que comecei a pesquisar sobre os efeitos terapêuticos da fruta identifiquei que o goji berry é mais facilmente encontrado em sua forma seca. Então, minha sugestão é que os pequeninos podem ser adicionados em preparações diferentes, tanto em saladas como juntamente de outras frutas, iogurtes e sucos. Vale lembrar que introduzir o goji berry em sua dieta não vai fazer nenhum milagre. É preciso combinar suas ações terapêuticas com uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e tudo mais que a Jolivi vem discutido à respeito. Contraindicações do goji berry Se você faz uso de medicamentos que visam afinar o sangue e para pressão arterial, está grávida ou é diabético ou hemofílico, converse com o seu médico antes de introduzir o alimento em sua dieta. Chia, uma herença asteca Por | Nivia de Souza Os povos astecas, que habitavam a região do sul do México e arredores entre os séculos XIV e XVI, consumiam com certa frequência as sementes de uma planta típica da região, a Salvia hispanica L. Alguns séculos depois, este alimento continua sendo bastante conhecido, mesmo após a dominação europeia no nosso continente,fazendo parte tanto das dietas emagrecedoras quanto da alimentação balanceada. O curioso é que, apesar das sementes serem bem pequenas, elas são um alimento funcional completo e saudável. Ou seja, um item praticamente obrigatório em sua próxima lista de compras. Por que as sementes de chia são tão poderosas? É provável que o que tenha alavancado a boa fama das sementes de chia seja sua influência no emagrecimento. De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade Federal da Paraíba e publicada internacionalmente, o consumo do alimento induz a perda de peso. Realizado em 2014, o estudo observou durante 12 semanas, 2 grupos de pessoas: um consumia chia e o outro não. Como resultado, os especialistas brasileiros observaram um significante emagrecimento nos participantes submetidos à dieta que tinham as sementes adicionadas. É claro que essa informação é importante e chama a atenção das pessoas, principalmente em tempos de epidemia da obesidade. Porém, não é apenas como “emagrecedora” que as sementes de chia funcionam. Elas também são grandes aliadas da sua, da minha e da saúde de todos nós. Chia e sua composição De forma resumida, essas sementes são ricas em fibras, gorduras saudáveis e antioxidantes. O ômega 3, aquela gordura boa, poli-insaturada e grande amiga do seu coração e do seu cérebro, é bastante encontrado nas sementes de chia. Tanto que o alimento é considerado uma das maiores fontes da substância, ganhando até mesmo do popular salmão. Elas também são ricas em fibras, ou seja, facilitam o processo digestivo e a eliminação de impurezas do corpo. Além disso, durante a digestão, as sementes têm a capacidade de absorver os sucos gástricos. Assim, transformam-se em uma espécie de gel no seu estômago, promovendo uma maior sensação de saciedade. As quantidades de cálcio e de antioxidantes são também satisfatórias e contribuem para o recebido título de superalimento. Por serem ricas em cálcio, a indicação nutricional é que podem ser uma bela alternativa para os intolerantes à lactose. São também uma importante arma para a prevenção de osteoporose, uma doença caracterizada pelo enfraquecimento ósseo e deficiência de cálcio. Outro ponto forte da chia é a sua composição proteica. As sementes contêm os aminoácidos essenciais, aqueles que não são produzidos pelo nosso organismo. São eles: triptofano, valina, isoleucina, lisina, metionina, leucina, fenilalanina, treonina e histidina. Gerenciamento da diabetes Uma pesquisa veiculada na publicação médica Diabetes Care, vinculado a American Diabetes Association, afirma que o consumo destas sementes controla a quantidade de glicose presente no sangue e melhora os riscos de doenças cardiovasculares nos portadores do Diabetes tipo 2. Já o British Journal of Nutrition revelou, em 2009, que um estudo feito com ratos diabéticos demonstrou que a chia poderia normalizar a resistência à insulina, enquanto reduziam as taxas de gordura e colesterol do sangue. Sua beleza também agradece o consumo de chia Além de ser poderosa no controle de peso e diabetes, a vitamina A presente na chia auxilia na redução do aparecimento de acne e no ressecamento cutâneo. Outra vitamina que podemos encontrar é a B12, que fortalece unhas, cabelos e a pele. Ou seja, consumir a chia pode potencializar os efeitos dos cremes anti- idade! O ômega 3, que já falamos anteriormente, também pode reduzir as inflamações organismo, o que diminuiria o aparecimento de celulites (que são processos inflamatórios). Consumindo Tornar o consumo da chia um hábito é mais fácil do que você imagina. As sementes não têm praticamente gosto algum e podem ser adicionadas às preparações tanto salgadas quanto doces. Não sou a melhor cozinheira do pedaço, mas tenho algumas sugestões. A chia pode ser polvilhada em saladas, em sucos e vitaminas, iogurtes, ovos mexidos, tapiocas, sopas. A variedade de opções é mesmo grande e você vai encontrá-las com facilidade nas lojas de produtos naturais. Existe contraindicação ao adicionar chia nas minhas receitas? A recomendação dos nutricionistas é que se consuma aproximadamente 25 g de chia diariamente. Esta quantidade contém 34% das fibras que você precisa consumir em apenas um dia. Cuidado. Consumir a chia de forma indevida e desvairada pode interferir na absorção de minerais pelo seu organismo. O nutriente seKreto: você conhece a vitamina K? Por | Daniel Cunha Por muito tempo, a vitamina K foi subestimada e mal-entendida. Percorreu – e percorre – um caminho de sobressaltos parecido com o que os nutrientes enfrentam para fazer parte das consultas médicas de rotina. Agora, parte da ciência está empenhada em descobrir os status especiais da vitamina K. As recentes descobertas são bem promissoras. História Bom, o “namoro” entre cientistas e vitamina K é recente. Recente do ponto de vista científico, né? Isso porque os ensaios científicos ficaram mais recorrentes nos últimos 20 anos. E por mais que você considere 2 décadas tempo “para caramba”, os médicos costumam precisar de muito mais para considerarem uma relação estável. Por se tratar de uma relação muito “nova”, ainda é difícil encontrar informações confiáveis sobre o tema. Até mesmo na internet, onde a gente encontra qualquer coisa, são poucos os artigos confiáveis. Pedi ajuda ao nosso consultor Dr. Carlos Schlischka. E agora te convido a seguir comigo para entender melhor como a vitamina K funciona. Quem são? Onde vivem? A vitamina K foi descoberta em 1929 como um nutriente essencial para a coagulação sanguínea. Desde então, os livros de nutrição – que servem como referência bibliográfica para os estudantes na área da saúde – a trataram como se fosse uma coisa só. O problema é que, tempos depois, foi comprovado que a vitamina K é uma “família” de vitaminas, formada por K1, K2 e K3. Só que este conhecimento levou bastante tempo para começar a se espalhar e ainda hoje paira uma confusão. Os pesquisadores descobriram, por exemplo, que a vitamina K1 é encontrada com abundância em vegetais folhosos verdes, fácil de ser obtida por meio da dieta e com a função exclusiva de participar na coagulação do sangue. Por isso mesmo, nunca foi muito popular no meio médico. Não bastasse a negligência que a K1 enfrentou, as pesquisas recentes têm revelado que é a irmã do meio, a vitamina K2, a grande estrela da família. E cá entre nós ela também não é lá muito famosa. Os benefícios para a saúde atribuídos à vitamina K2 vão muito além da coagulação do sangue, e já há pesquisadores chamando-a de “a nova vitamina D”. Um leque de possibilidades Como disse, foi só a partir dos anos 2000 que a comunidade científica passou descobrir a atuação da vitamina K2. O conhecimento ainda está em pleno desenvolvimento, mas um leque de benefícios já foi aberto com a sua utilização. As evidências preliminares indicam um papel protetor dessa vitamina em casos de calcificação arterial; doenças cardiovasculares, perda óssea e fraturas; câncer de próstata, câncer de fígado, câncer de pulmão, leucemia, doença de Alzheimer, entre outros. A rainha do cálcio Preciso te contar ainda que, em 2011, um livro lançado por uma médica naturopata canadense (“Vitamin K2 And The Calcium Paradox”), chacoalhou as estruturas do mundo da nutrição. Neste trabalho, Kate Rheaume-Bleue demonstrou que o principal papel da vitamina K2 é “guiar” o cálcio pelo corpo. Especificamente, conduzir o cálcio para os dentes e ossos, onde ele realmente deve estar, e removê-lo de áreas indesejadas onde ele pode se depositar, como artérias e rins. Também abordoua interação importantíssima que a K2 tem com a vitamina D. Segundo sua pesquisa, as 2 são grandes parceiras e, para que possamos ter os benefícios que esperamos da vitamina D, precisamos também da vitamina K2. São informações muito recentes e que ainda não foram inseridas à prática da maioria dos médicos, mas prometo mantê-los informados e voltar neste assunto mais para a frente. Onde eu encontro isso, peloamordedeus? E agora, como eu prometi, vamos às recomendações do Dr. Carlos sobre como obter sua parcela de vitamina K2. Ele me contou que ainda não existe um exame de laboratório capaz de medir a deficiência deste nutriente. Mas observando a sua dieta e o seu estilo de vida é possível ter uma ideia se você está em falta com ele. Se você tem osteoporose, doença cardiovascular ou diabetes, condições associadas à deficiência de vitamina K2, é muito provável que você esteja precisando repor esta substância. “Seguramente”, me contou nosso consultor, “a maior fonte de K2 conhecida no planeta é um alimento utilizado na culinária oriental chamado Natto (lê-se natô)”. Você pode obter praticamente toda K2 de que necessita (entre 150 e 200 microgramas por dia) comendo 15 gramas de Natto diariamente. O problema aqui é que o Natto geralmente não é muito agradável ao paladar do ocidental, então uma alternativa a se considerar é garantir sua porção por meio de suplementação. Os demais alimentos que têm maiores concentrações de vitamina K2 são os seguintes: – Produtos orgânicos originados de animais que se alimentem de capim (ovos, manteiga, produtos lácteos); – Certos alimentos fermentados (assim como o natto), ou vegetais fermentados usando uma cultura de bactérias produtoras de vitamina K2; A maioria dos vegetais fermentados não são ricos em vitamina K2 e apresentam cerca de 50 mcg por porção. No entanto, se forem utilizadas culturas de de bactérias específicas, eles podem oferecer até 500 mcg por porção; – Certos queijos como Brie e Gouda (que contém cerca de 75 mcg de K2 por 30 gramas de queijo). Antes de ir, um adendo sobre a vitamina K3: ela é um composto sintético (produzido em laboratórios) que, no intestino, é convertido em K2. Sua suplementação não costuma ser recomendada, pois pode ser tóxica. Como o ômega 3 pode turbinar seu cérebro Por | Daniel Cunha Se você já passou por sites de nutrição, tenho certeza que ficou com vontade de incluir o ômega 3 na sua dieta ou via suplementação. Para o médico toxicologista e consultor da Organização Mundial da Saúde, Dr. Anthony Wong, ele é uma das 3 substâncias fundamentais para a longevidade. Na primeira vez que fui procurar um suplemento, fiquei sem saber o que fazer. Me deparei com diversas opções diferentes – ômega 3, DHA, EPA – e não soube qual era a que eu precisava. Por isso, pedi ajuda ao nosso consultor Dr. Carlos Schlischka e agora te convido para conhecer mais sobre a substância considerada a salvadora de corações frágeis e cérebros fracos. Além do Dr. Google Pra começar, perguntei ao dr. Carlos: “Afinal, o que é o ômega 3?” Ele me explicou que o ômega 3 é um grupo de ácidos graxos poli-insaturados. Se você usar só os sites de busca para se informar, vai encontrar a seguinte definição: “Um ácido graxo é uma cadeia de átomos de carbono com átomos de hidrogênio ligados e um grupo de carbono-oxigênio-oxigênio-hidrogênio, a unidade que o torna um ácido, no final”. Entendeu? Nem eu (rs). Em outras palavras, disse o nosso consultor, “os ácidos graxos podem ser explicados como blocos construtores de gorduras”. Durante a digestão, o corpo quebra as gorduras, que na sequência podem ser absorvidas pelo sangue. Fazem esta função em nosso organismo, três tipos de ômega 3: 1) Ácido alfa-linolênico; 2) Ácido eicosapentaenoico (EPA); 3) Ácido docosahexaenoico (DHA). Esses ácidos graxos são chamados de “essenciais”, e este nome faz todo o sentido. Seu corpo realmente precisa deles. O problema é que o nosso organismo não é capaz de produzi-los internamente, então precisamos obtê-los por meio de quem? Dela, da alimentação. As fontes e as funções Em linhas gerais, o EPA e o DHA são encontrados nos animais marinhos, especialmente nos peixes. Já o ácido alfalinolênico é de origem vegetal (encontrado nas sementes da chia e na linhaça). A suplementação acaba sendo mesmo um caminho para a maior parte da população. É importante, no entanto, que você discuta com o seu médico qual é a dosagem indicada. Ter uma quantidade ideal de ômega 3 no corpo é necessário porque os ácidos graxos realizam muitas funções em nosso organismo. Entre elas, Dr. Carlos citou: – A formação de uma camada de gordura em torno das células, chamada de membrana celular. Esta membrana tem função vital para a célula. É o que faz o funcionamento ser possível, garantindo a circulação e a oxigenação, por exemplo; – Além disso, os mesmos EPA e DHA também são fundamentais para que o “Tico e Teco” se entendam. Digo isso porque eles atuam na formação da bainha de mielina, uma outra membrana que reveste os neurônios e cuja função é realizar a condução dos impulsos elétricos e garantir a comunicação entre eles. Corações frágeis Toda vez que eu escutava sobre o ômega 3, sempre via as propagandas endossarem os benefícios cardíacos de tal substância (tem gente até recebendo ligação gravada com a voz do Moacyr Franco sugerindo a venda deste produto, sabia?) Sim, o sistema cardiovascular, quando afetado por ômega 3 de qualidade, responde de forma muito positiva por algumas razões. Dr. Carlos me explicou que o EPA, por exemplo, tem efeito anticoagulante, diminuindo a atividade das plaquetas e reduzindo os níveis de triglicerídeos (gorduras saturadas). Tudo isso faz com que o sangue fique “mais fino”, característica fundamental para quem está no alvo de um “entupimento” eminente, o que pode resultar em um infarto ou AVC, por exemplo. Já o DHA ajuda a evitar arritmias cardíacas, estabilizando a atividade elétrica no coração. Isso é importante para manter o ritmo dos batimentos, o que significa também estabilidade para evitar doenças cardiovasculares. Além disso, o ômega 3 modifica a composição química do sangue, provocando o aumento dos níveis do HDL (colesterol bom) e a diminuição dos níveis de LDL (colesterol ruim). E, de quebra, ainda regula a pressão – a vilã do AVC. Controlar a hipertensão e entender a real função do colesterol em nosso organismo é fundamental para manter a boa saúde. A questão toda é que os conhecimentos atuais sobre estes assuntos enfrentam um paradigma. Cereja do bolo O fato é que o ômega 3 ocupa o pedestal de protetor contra formação de placas de gordura nos vasos e é responsável por flexibilizar as veias e artérias. Isso afasta o risco de doenças como hipertensão, aterosclerose, infarto e derrames. Mas se pudesse eleger o principal beneficiado pelo ômega 3, o Dr. Carlos me contou que, certamente, escolheria o cérebro e o sistema nervoso central. Porque, como já disse, além de permitir que o Tico e o Teco conversem, ele também potencializa o desempenho cognitivo. Isto também é muito útil e necessário para a memória, para a linguagem e, óbvio, para evitar as sequelas impostas pelas doenças cerebrais mais temidas. Uma pesquisa realizada pela Northumbria University, do Reino Unido, observou que o consumo semanal de peixes ricos em ômega 3, melhora a circulação cerebral e diminui os riscos de demência ao envelhecer. Há ainda pesquisas relacionando baixos níveis de ômega 3 a um desenvolvimento mais lento de crianças e adolescentes, depressão, Alzheimer,obesidade, além de doenças crônicas como artrite reumatoide e diabetes, entre outras. Direto na fonte E aí, onde encontrar essa riqueza? Os peixes de águas frias são os alimentos que têm a maior quantidade de ômega 3, em função da sua tendência a acumular mais gorduras. Arenque, sardinha, salmão e atum são as espécies indicadas. E é sempre bom lembrar, reforçou o dr. Carlos, que os peixes que contêm ômega 3 são os selvagens. Peixes de criação são pobres da substância devido à sua alimentação, à base de rações, que são ricas em ômega 6 (e tem um efeito inflamatório). As sementes de chia e linhaça também são muito ricas em ômega 3, na forma de ácido alfalinolênico. A quantidade diária recomendada de linhaça, 10 gramas, possui 0,54 gramas do ácido graxo. A chia também conta com boas quantidade de ômega 3. Suplementação Dr. Carlos fez questão de ressaltar que os suplementos de ômega 3 são indicados caso a pessoa não consiga adquirir o ácido graxo por meio da alimentação, com a ingestão de peixes, linhaça ou chia. “É preciso ficar atento à fraude de cápsulas, pois atualmente muitas delas não contém o ômega 3, ou contêm de uma forma impura. Desconfie de marcas muito baratas”, alertou o nosso consultor. Sobre a quantidade diária recomendada de ômega 3, ela ainda não é um consenso dentro da comunidade médica. “Boa parte dos especialistas defende como segura uma porção que varia de 1 a 3 gramas de ômega 3 ao dia”, disse Dr. Carlos. Antes de ir, preciso dividir com você algumas observações: 1. Aprendi com Dr. Carlos que salmão de criadouro como fonte de ômega 3 é enganação. O ideal é se alimentar do salmão selvagem, muito difícil de ser encontrado. O problema é que o salmão vendido no Brasil costuma vir de criações no Chile em que o peixe se alimenta de rações pobres em ômega 3 e riquíssimas em ômega 6 (que tem efeito inflamatório). Ainda são adicionados corantes no peixe para ficar com a carne avermelhada. Portanto, evite. É melhor usar e abusar das sardinhas. 2. A sardinha está mais abaixo na cadeia alimentar, se alimenta de plâncton e por isso fica mais protegida de estar contaminada por mercúrio, como ocorre com o salmão e o atum. Fora que é muito mais barata. 3. Atualmente, em caso de suplementação, é preferível usar os preparados purificados, que não contêm mercúrio e são altamente concentrados em EPA e DHA, já nas proporções adequadas. Há contraindicações para pessoas com problemas de coagulação, como os hemofílicos. Gestantes também merecem atenção especial na hora de suplementar. Os benefícios da linhaça, sua aliada em potencial Por | Nivia de Souza Podendo ser encontrada na forma de grão, farinha e óleos, a linhaça desponta como mais um item importante na lista dos superalimentos. Vai dizer que você nunca ouviu ninguém sugerir que ela seja adicionada em suas refeições? A amiga do coração Tendo em vista que milhares brasileiros perdem suas vidas todos os anos por conta de doenças do coração, a prevenção desses eventos deveria nortear a nossa alimentação e práticas. Inserir a linhaça na sua dieta significa consumir um nutriente muito importante para sua saúde, o ômega 3. Pode ser que, quando eu cito esta substância, de forma automática, seu cérebro pense diretamente nos peixes. Sim, você está fazendo a associação correta. Entretanto, os peixes não são os únicos que possuem altas concentrações de ômega 3, como vimos no capítulo anterior. Além da chia, a linhaça é outro alimento que vai proporcionar para o seu organismo este nutriente, uma vez que ele não é produzido pelo nosso corpo. Um estudo publicado em 2010 pelo The Canadian Journal of Cardiology afirma que o aumento na ingesta de ácidos ômega 3 é uma das mais poderosas estratégias de obter benefícios cardiovasculares, pois a presença do ácido alfalinolênico é capaz de diminuir a presença do colesterol ruim na corrente sanguínea, prevenindo de infartos e AVCs. Contra inflamações? Linhaça A linhaça é uma excelente opção para ajudar no equilíbrio entre Ômega 3 e 6. Quando acontece um desarranjo nesta relação, o organismo humano fica muito mais propenso a inflamações. Em sua composição, podemos identificar uma quantidade destacável de fibras. A recomendação é que, diariamente, você consuma 10 gramas de linhaça, o que corresponde a uma colher de sopa. Sendo isso, você estaria ingerindo 13% das fibras necessárias para o período de 24 horas. As fibras são responsáveis pelo funcionamento pleno do intestino. E você sabe que um intestino que trabalha direitinho é sinal de uma boa digestão e absorção dos nutrientes. Quem não quer? Para quem busca redução de peso, segue uma informação importante: ela age na liberação do sangue e, consequentemente, reduz o acúmulo de gordura no corpo. O consumo de linhaça também ajuda o seu organismo a produzir o fitoquímico lignana, que é nossa aliada no combate ao câncer. Algumas pesquisas sugerem que ela impede o progresso de certos tumores e diminua a possibilidade do surgimento de câncer de mama em mulheres na menopausa. Um destes estudos, chamado de Flaxseed oil reduces the growth of human breast tumors (MCF-7) at high levels of circulating estrogen (algo como “Óleo de linhaça reduz o crescimento de tumores de mama como altos níveis de estrógeno circulante”, em português) e realizado pela Universidade de Toronto, sugere que seja o mesmo ácido alfalinolênico o responsável pela ação benéfica. Além disso, essa substância é antioxidante, ou seja, previne o envelhecimento celular. Como encontrar O uso da linhaça como componente da dieta é milenar. Existem até registros do alimento em desenhos encontrados nos túmulos faraônicos. As sementes, que podem ser das cores marrom ou dourada, são facilmente adicionadas em frutas, receitas de pães e saladas. Outra dica é adicioná-las em sucos e vitaminas. Já o óleo de linhaça, que não pode ser aquecido por perder suas propriedades, é usado bastante para temperar saladas. Mas, atenção, esta opção tem menos fibras. Cuidado! Sempre consuma os alimentos – e aqui incluímos a linhaça – em quantidades moderadas. O excesso de fibras pode causar irritação nas mucosas intestinais. Aos ex-diabéticos, a poderosa batata andina Por | Nivia de Souza A manutenção de uma vida com qualidade, atualmente, é sinônimo de privação. Digo isso porque, para ser saudável hoje, erroneamente, nos ensinam que só é preciso aprender a dizer não. DUvida? Basta propagar a palavra carboidrato perto de alguém que deseja emagrecer, seja por qual motivação. Imediatamente, com indicador em riste, nutricionistas tradicionais começam a propagar a impossibilidade de degustar o sabor e a delícia trazidos por este grupo alimentar. Neste contexto, junto com as massas, pães e bolo, a batata foi condenada, extirpada e expulsa do cardápio tido como saudável. Agora, ainda que seja adequado pensar em alguma moderação na hora de consumir este tubérculo – uma vez que ele é rico em amido e se transforma rapidamente em açúcar após ser ingerido – eu preciso te fazer uma revelação: Existe um tipo de batata, bem específico e facilmente encontrado no Brasil, que tem propriedades secretas, diferenciadas e transformadoras. E, por estas características, já está sendo chamado pelos naturalistas de “remédio rústico para o diabetes”. Se você, além do milagre também quer saber o nome do santo, te convido a permanecer comigo aqui. Tenho certeza de que os resultados desta batata vão te surpreender. Iguaria andina Vamos lá. Foi a professora e consultora da Jolivi, a expert Drª Denise Carreiro,que me apresentou a esta poderosa batata. Drª Denise é conhecida no meio médico e científico por ajudar seus pacientes portadores de doenças crônicas a encontrar a cura por meio da alimentação. A indicação do alimento terapêutico foi feita durante uma conversa nossa sobre a dificuldade das pessoas em conseguir controlar o diabetes tipo 2. Sim, hoje em dia é epidêmico o descontrole do diabetes, colocando toda uma geração em perigo. Um estudo da própria Sociedade Brasileira do Diabetes mostra que em média 9 em cada 10 diabéticos não conseguem manter os níveis seguros de glicemia, ficando próximos de complicações como cegueira, neuropatia e depressão. Agora, olha o contrassenso: Se a ciência já sabe que o tipo 2 desenvolvido pelos diabéticos é um problema de origem e reversão centrados nos hábitos de vida, incluindo aí a alimentação, como até agora não havíamos encontrado um cardápio realmente terapêutico para ajudar os pacientes a domarem esta doença? Uma das explicações da Drª Denise para este cenário desolador é que realmente a medicina tradicional se afastou da fisiologia e da nutrição. E como parte majoritária dos profissionais de saúde desconhece a ação dos nutrientes dentro do corpo, eles acabam privando, por consequência, os seus pacientes de terem acesso aos ingredientes naturais, que têm o poder de curar e reduzir drasticamente os sofrimentos. Em vez disso, preferem atuar por aí só prescrevendo remédios e dando cartão vermelho para os alimentos. Deve ser por isso que eu, por exemplo, nunca tinha ouvido falar da funcional batata yacon. Uma planta descrita por pesquisadoras da Universidade Estadual de Campinas como da espécie Asteraceae, originária da região andina e introduzida no Brasil por descendentes japoneses por volta de 1989. Para eles, os sábios japoneses, um santo remédio natural! Como age a Yacon? Se você ficou curioso, eu preciso te deixar ainda mais entusiasmado. Visualmente, a Yacon parece uma batata-doce (que cá entre nós, já é uma opção melhor do que a batata inglesa e infinitas vezes mais nutritiva do que uma batata frita congelada, recheada de monossódico de glutamato). E o que faz da batata Yacon um achado terapêutico é justamente a sua composição. Para facilitar o entendimento, eu vou focar em apenas um dos seus componentes: o frutano. O frutano deixa a Yacon com um poder especialmente almejado por quem está no alvo do diabetes. Já vou explicar por quê. Fibras e glicemia Toda vez que a gente ingere um carboidrato, ele é transformado em glicose (energia) dentro do corpo. Para esta energia ser transportada e chegar aos órgãos, é preciso da ação de um hormônio chamado insulina. Quem produz insulina é o pâncreas. Porém, em situação de diabetes, obesidade e pré-diabetes, este transporte não ocorre como deveria. Como as taxas de glicemia do diabético já costumam estar nas alturas, o pâncreas não dá conta de produzir o hormônio transportador em quantidade suficiente. Este desequilíbrio é fatal. O açúcar em excesso vira gordura, inflama as células, entope vasos, cobre o fígado, o pâncreas e deixa lenta a circulação. Já a insulina que não cumpre sua função, envelhece o organismo, deixa lento o metabolismo e ainda impede que o cérebro receba oxigênio em quantidade ideal para a sobrevivência. Daí você me pergunta: e a Yacon nisso tudo? Então, ao contrário das batatas tradicionais, o tubérculo andino armazena os carboidratos na forma de frutano, e não de amido. Isso faz diferença por promover os seguintes efeitos: – A metabolização praticamente não exige insulina (uhu! folga para o pâncreas) – Ela é composta por fibras alimentares que ampliam a sensação de saciedade, diminuindo a fome e a compulsão (um excelente modo de dimunir a gordura e a inflamação). – Os compostos da Yacon contribuem para o funcionamento do intestino e ainda diminuem o aporte glicêmico do organismo (O que faz com que a glicemia diminua, uma vez que a energia em excesso é eliminada ou enviada para os órgãos que precisam). Resultado: lembra da dificuldade de manter as taxas glicêmicas em controle? Então, aos diabéticos descontrolados, as batatas! Simples assim. Recomendação de consumo Aos seus pacientes diabéticos, Denise recomenda o consumo de uma batata yacon, à noite, em média de duas a três horas antes de dormir. Aquela boquinha noturna tão providencial, sabe? Pode ser crua, batida com um suco de couve, ou cozida, temperada com alecrim (couve e alecrim, dois alimentos terapêuticos que vamos explorar mais neste relatório). A prática clínica de Denise está totalmente alinhada a diversos ensaios científicos que já atestaram o impacto da yacon na baixa da glicemia e na melhora da insulina. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Nacional de Tucuman, e publicado no Clinical Nutrition Journal, mostrou que o xarope de batata Yacon foi eficiente para diminuir a resistência à insulina encontrada em mulheres em situação de menopausa (grupo em que o combate do diabetes é ainda mais difícil do que os diabéticos em geral, devido às mudanças hormonais). O grupo de mulheres foi acompanhado por 120 dias, e o método foi duplo-cego. Ou seja. Uma parte recebeu a Yacon e a outra só placebo, para que não tivesse nenhum tipo de interferência nos resultados. Quem consumiu o extrato de batata, em 120 dias, já estava com a resistência à insulina sanada, além de ter reduzido os índices de massa corpórea. Já os pesquisadores do Instituto de Biociência da Universidade Estadual de Botucatu, fizeram uma revisão bibliográfica em todos os estudos feitos com a Yacon desde os anos 2000 e endossam o coro em defesa da batata. Na conclusão da pesquisa publicada na revista internacional Nutrients, está lá: “como resultado (do consumo da Yacon), os níveis glicêmicos, peso corporal e risco de câncer de cólon pode ser reduzido. Com base nesses achados, a maioria dos estudos revisados concluiu que, devido às suas propriedades funcionais, as raízes de Yacon podem ser efetivamente usadas como um suplemento dietético para prevenir e tratar doenças crônicas, entre elas o diabetes”. E os efeitos colaterais? Sim. Se exagerar na dose, você poderá ter desconforto abdominal, gases e até flatulência. Parece pouco (muito pouco) perto da falência renal e das amputações em decorrência do diabetes, doença que a metformina e a aplicação sintética de insulina, sozinhas, não estão conseguindo colocar nos trilhos E, como aprendi com a Drª Denise, alimentação segura nunca será resumida a um ingrediente só. Pensando bem, isso seria um tédio sem tamanho. Por isso, além da Yacon, sugiro que você continue acompanhando as edições do Remédio Natural. Em cada vídeo, texto e webinar eu descubro um alimento terapêutico novo, saboroso, simples e sem efeito colateral. Infarto e pressão arterial: o suco infalível Por | Nivia de Souza Vamos conhecer 2 pessoas totalmente diferentes, que poderiam ser seus parentes, vizinhos ou até mesmo você. Verônica J., 63 anos: Contadora, mãe de 2 filhos, voltou a fumar há pouco mais de uma década, logo após a menopausa. Durante um bom tempo, foi usuária da pílula anticoncepcional. Costuma fazer aulas de zumba às quartas- feiras, mas, às sextas, não dispensa uns petiscos com chope geladinho. Sua ginecologista, com quem faz consultas anuais, a aconselhou procurar um cardiologista. A médica, porém, não foi ouvida. Depois de sentir muita dor de cabeça, Verônica sofreu AVC hemorrágico enquanto trabalhava. Douglas F., 38 anos: Engenheiro, pai de 3 filhos, usauma calça número 48 e se incomoda com a barriga que costuma ficar para fora. Não frequenta a academia e, em um mesmo dia, não chega a dar os 10 mil passos diários necessários para ser considerado ‘saudável’. Também não liga muito para o cuidado com o diabetes e com a saúde em geral. Nunca colocou um cigarro na boca e também não bebe, porém faz praticamente todas as refeições fora de casa, abusando de fast food, frituras, refrigerantes diets, pães doces e cachorro- quente. Em uma segunda-feira de manhã, teve um AVC isquêmico. Apesar de serem tão distintos, Verônica e Douglas têm em comum algo que vai além do fato de ambos terem sido vítimas (quase fatais) de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecidos como derrames. Verônica e Douglas são hipertensos, ou seja, sofrem de pressão alta. Você sabe, leitor, o que isso realmente significa? O sangue, quando passa por cada veia e artéria, exerce uma tensão sobre as paredes destes vasos. É como a água passando pela mangueira. Quando esta tensão é igual ou acima do considerado normal (14 por 9, em repouso), a pessoa é enquadrada como vítima de hipertensão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a pressão alta acomete 1 em cada 4 pessoas. Esta condição é popular e democrática; qualquer pessoa pode apresentar, independentemente de idade, cor, peso e temperamento. Durante o processo de envelhecimento, é comum que aconteça esse aumento na pressão arterial. É um processo silencioso e, por vezes, traiçoeiro. Até porque, você, meu vizinho, a Verônica e o Douglas podem estar com os índices pressóricos em desalinho sem se darem conta disso. Sinal de alerta Leitor, eu não quero com isso lhe causar nenhum desespero. Até porque o terrorismo mais atrapalha do que ajuda. O meu objetivo – e o da Jolivi também – é te alertar para esse problema de saúde que pode ser um gatilho para doenças cardiovasculares – entre elas o AVC, que acometeu nossos amigos Verônica e Douglas. Segundo o nosso consultor, Dr. Leonardo Aguiar, anualmente, 68 mil pessoas morrem por causa de um derrame no Brasil, sendo a nossa primeira e principal causa de morte. No mundo todo, esse número é de 6 milhões. Além dessa estatística ser triste e estar bem próxima da gente por abranger quem nos é querido, é revoltante saber que a pressão alta é uma condição altamente evitável. Há também aquelas pessoas que sobrevivem ao AVC. O que, óbvio, é desejável, mas, muitas vezes as sequelas são horríveis. O Dr. Léo me disse que as consequências de um derrame podem ser incapacitantes, o que resulta não só em impactos na vida do paciente e de seus familiares, mas para a sociedade em geral. Assim, podemos dizer que a hipertensão é um problema de saúde de pública e seu combate exige muito mais do que sair do consultório médico com receitas vitalícias de medicamentos, que prometem fazer o controle. Só medicar os hipertensos não adianta, e a coleção de mortes e sequelados pelo AVC nos comprova isso. Ingredientes da pressão controlada: A alimentação, como você já deve imaginar, leitor, tem um papel essencial no gerenciamento e controle. Eu acho que você deve estar pensando que farei uma lista de diversas restrições alimentares. Pelo contrário! Até porque o controle tem muito mais a ver com equilíbrio do que com proibições. A única restrição que vou citar é sobre o sal. E não estou falando de todos os tipos de sal, mas, sim, do sal refinado. Assim como o açúcar, para ganhar aquela aparência branquíssima, o sal passa por um processo de refinamento em que mais de 80 minerais são perdidos, restando apenas dois: o sódio e o cloro. A recomendação, portanto, é que você e sua família consumam o sal integral, ou seja, aquele que não passa pelo procedimento químico. Pode ser o sal marinho, o sal do mar Celta ou o sal rosa do Himalaia, por exemplo. Todos eles contém, entre todos aqueles minerais que eu disse lá em cima, o magnésio, uma substância com propriedades relaxantes e, também, um excelente antiarrítmico. Em outras palavras, ele descontrai as artérias, diminui a resistência periférica e, consequentemente, a pressão. “Devemos lembrar que existem alimentos que nos enganam, pois possuem altíssimo teor de sódio como, por exemplo, conservas, temperos industrializados e embutidos”, avalia o Dr. Léo. Ele indica que você dê preferência para os grãos integrais, pois eles são ricos em fibras. Quer exemplos? Olha só: arroz integral, milho (lembre-se de não adicionar sal na pipoca), aveia, quinoa. A próxima dica do nosso consultor é abusar dos vegetais, que são ricos em minerais e fibras. “Não pense neles apenas como acompanhamentos”, indica. A trinca tomates, cenouras e brócolis rendem pratos saborosos, criativos e coloridíssimos. As nozes também são aliadas poderosas, pois elas contêm tipos de gorduras que são bons para a nossa saúde. Por conta do alto teor calórico, consuma com moderação como lanche intermediário. Fique atento também ao consumo de bebidas alcóolicas, pois elas também possuem a capacidade aumentar a sua pressão. Feita esta pequena introdução, posso dizer, que de acordo com as minhas pesquisas e com todos os especialistas que eu ouvi, existem 10 passos simples para baixar a pressão. Deixe-me apresenta-los • Beber mais água (pelo menos 2 litros por dia) – a desidratação faz com que a pressão sanguínea aumente rapidamente. • Comer alimentos naturais de cor verdade, como couve, brócolis e couve de Bruxelas– o magnésio que eles contêm diminui a pressão arterial. • Cortar o açúcar refinado – estudos mostram que este é o único item que você precisa cortar do seu cardápio • Comer mais frutas ricas em potássio, como é o caso da banana, que ajudam a equalizar a pressão. • Pare de fumar – um cigarro pode aumentar a sua pressão arterial em até 10 pontos. Parar de fumar reduz a pressão já nas primeiras 2 horas sem tabaco • Limitar o uso de álcool – o consumo exagerado, ainda que eventual, é um dos gatilhos da pressão arterial elevada. O limite deve ser de duas doses quando se decide beber. • Reduzir o peso – Lembre-se: perder 5% do total do peso corporal é o suficiente para sair do grupo de hipertensos • Fazer mais exercício – mas não exagere! Faça uma caminhada diária ou um mergulho. • Suavizar o estresse – tente meditação, massagem ou música. • Nunca adicionar sal após o alimento pronto. Só esta atitude já é suficiente para reduzir pela metade o grupo de hipertensos, conforme ensinou a Sociedade Brasileira de Hipertensão. Durante o cozimento, trocar o sal branco por sal marinho ou sal do Himalaia. O equilíbrio certo de sódio e potássio é vital para a regulação da pressão arterial. Se além dele, você apostar nas sementes de girassol (25 gramas por dia), no consumo diário de duas colheres de sopa de azeite, em sempre temperar a sua comida com alho, o modulador natural da pressão, você estará pronto para conquistar todos os benefícios trazidos por um suco especial. O suco de beterraba Beber suco de beterraba todos os dias pode ajudar as pessoas que sofrem de pressão alta, segundo diferentes pesquisadores. Essa planta contém altos níveis de nitrato. E, no corpo humano, o nitrato se converte em óxido nítrico, um gás que promove o relaxamento e dilatação dos vasos sanguíneos, diminuindo a pressão. Um estudo da Barts and the London School of Medicine and Dentistry mostrou que pacientes hipertensos, ao tomarem um só copo de suco de beterraba todos os dias, ao longo de um mês, tiveram um aumento quase imediato dos níveis de óxido nítrico no corpo. E viram cair a pressão sistólica e a diastólica.