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Um pedido de socorro 
Por: Fernanda Aranda 
 
– O governo trata como um algarismo; 
– A indústria de alimentos como uma oportunidade de negócio; 
– As pessoas como um castigo ou desleixo. 
O fato é que o aumento exponencial dos casos de obesidade deveria ser 
encarado como um pedido de socorro da nossa sociedade. 
Sim, uma vez que a gordura corpórea é um mecanismo de proteção, 
precisaríamos olhar para os excessos e entender que recado o nosso organismo 
está dando. 
É fato que estamos nos agredindo diariamente. 
E esta agressão tem várias frentes. 
Uma delas, extremamente perigosa, é a alimentação. 
Toda vez que na hora do almoço colocamos “para dentro qualquer coisinha” 
sem nenhum questionamento, estamos nos agredindo. 
É agressivo também acatar com normalidade que a rotina dilacerante de 
trabalho tornou um privilégio o almoço e um jantar de qualidade. 
Também praticamos agressão, contra nós e contra os outros, quando 
deturpamos tudo e usamos a gordura como um marcador exclusivamente 
estético. 
É assim, misturando padrão de beleza com obesidade, que passamos uma vida 
só condenando os obesos por puro preconceito. Fosse de fato a saúde o alvo, 
eles não seriam o alvo do ataque. 
A verdade é que a alimentação terapêutica é revolucionária por mil questões. 
Mas principalmente porque quando você se importa – VERDADEIRAMENTE 
– com o que come passa a não engolir qualquer sapo. Deixa de ser marionete. 
E vivencia outros sabores. Um deles, escondido dos tempos atuais, é o sabor da 
qualidade de vida. 
Com a Jolivi, eu aprendi que o alimento é o melhor medicamento. Não só para 
doenças. Mas também para as nossas feridas sociais. 
Aqui, reunimos alguns conteúdos nossos sobre a nutrição que transforma. 
Espero que você deguste. 
Tim-tim! 
 
 
 
ÍNDICE 
 
 A má nutrição pode derrubar a expectativa de vida 
 
 Os segredos da quinoa 
 
 Doenças autoimunes podem ser tratadas com vitamina D 
 
 Estamos tomando leite longa vida ou leite longa morte? 
 
 Goji berry: a pequena grande estrela da alimentação 
 
 Chia, uma herança asteca 
 
 O nutriente seKreto: você conhece a vitamina K? 
 
 Como o ômega 3 pode turbinar seu cérebro 
 
 Os benefícios da linhaça, sua aliada em potencial 
 
 Aos ex-diabéticos, a poderosa batata andina 
 
 Infarto e pressão arterial: o suco infalível 
 
 O tempero indiano para evitar o Alzheimer 
 
 O vegetal que da cartão vermelho ao Câncer 
 
 Alecrim sagrado contra o refluxo 
 
 
 
 
 
A má nutrição pode derrubar a 
expectativa de vida 
Por | Fernanda Aranda 
Aceita uma xícara de café com verdade? Digo isso porque esta edição do Café 
com Saúde expõe algumas realidades “inconvenientes”. 
A entrevista é especial para as pessoas que insistem em usar o “aumento da 
expectativa de vida do Brasil” como um argumento forte o suficiente para 
mantermos tudo como está. 
Logo que comecei a estudar a importância do resgate da saúde natural como um 
recurso essencial para garantirmos a sobrevivência da nossa geração, passei a 
escutar com frequência o seguinte raciocínio: 
“Hoje as pessoas vivem muito, é cada vez maior a parcela dos centenários. No 
passado, morriam cedo. Diante disso, como acreditar que a saúde piorou?” 
Sim, minha gente. A ampliação da população com mais de 80 anos no Brasil é 
o indicador preferido entre aqueles que têm resistência em encarar que há muita 
coisa fora da ordem. 
Por isso, escutar a nutricionista, pesquisadora e autora de 11 livros, Drª Denise 
Carreiro, consultora da Jolivi, é tão emergencial e necessário. 
Ela foi uma das primeiras a alertar sobre a relação íntima entre padrão de 
alimentação e o adoecimento crônico, por diabetes, doenças cardíacas e 
depressão, das populações. E agora coloca o dedo na ferida ao destacar os 
estudos – que ainda ficam embaixo do pano – , mas comprovam: as estatísticas 
já mostram que as gerações atuais estão vivendo menos. 
 
 
Assista ao nosso Café com saúde 
 
 
 
 
Da América pré-colombiana para o 
espaço: os segredos da quinoa 
Por | Nivia de Souza 
Por conta de sua importância nutricional e econômica, a quinoa já teve um ano 
exclusivamente dedicado a ela, em uma homenagem da Organização das 
Nações Unidos (ONU). 
O intuito da campanha era evidenciar o poder que este alimento tem, 
principalmente para as populações que não têm acesso a fontes ricas em 
proteínas. 
Outro ponto ressaltado foi o reconhecimento dos povos da região dos Andes, 
que foram uma espécie de “guardiões” da quinoa, conservando-a para o 
presente e para o futuro. 
Um presente do passado para o futuro 
Eu sou apaixonada por História. Talvez, seja por este motivo que fico 
surpreendida (e feliz) quando percebo que a maioria dos chamados 
“superalimentos” tem sempre um pezinho no passado.Parece-me que o atual 
consumo dessas iguarias é, na realidade, um resgate desta forma mais natural 
de se viver, baseada na riquíssima e sábia cultura das civilizações que habitaram 
o planeta há séculos. 
No caso da quinoa, falo dos Incas, que habitaram territórios da nossa América 
do Sul – onde, atualmente, costumamos chamar de Equador, Peru, Bolívia e 
Chile – até serem extintos após a colonização espanhola. E os benefícios 
perduraram por todo este período, ainda que a industrialização tivesse 
provocado uma pane na tradição. 
O cultivo da quinoa era um ato sagrado para os Incas. Eles a utilizavam não só 
como um simples alimento, mas também para a cura de resfriados, parasitas 
intestinais e até picadas de inseto. Os soldados do exército Inca se alimentavam 
continuamente com este alimento, pois assim conseguiam a energia necessária 
para conquistar os tantos territórios que foram dominados. 
 
 
Além disso, ela tem uma outra particularidade. A NASA (National Aeronautics 
and Space Administration) a considera como o alimento perfeito para o 
consumo nas expedições espaciais. Ou seja, já tivemos e ainda temos muitos 
astronautas vivendo de quinoa. 
Fico pensando aqui comigo se as crianças incas que comiam a quinoa há muito, 
muito mais de 500 anos atrás, seriam capazes de imaginar que, um dia, o homem 
viajaria pelo espaço comendo o mesmo alimento que elas. 
Diferentona 
Os poderes e fama da quinoa – cujo nome científico é Chenopodium quinoa – 
vão além de sua importância histórica. Estes grãos não vão parar nas dietas 
saudáveis à toa. 
Considerada um pseudocereal (pois sua composição química remete aos 
cereais, porém não é considerada um), ela foi reconhecida como um alimento 
completo devido à sua qualidade proteica. 
Nutricionalmente falando, as proteínas contidas na quinoa são similares às 
encontradas nas carnes, ovos e leite. E por que será que ela é tão boa assim? 
Olha só os principais componentes da quinoa: 
• Proteínas 
A quinoa é classificada também como uma fonte completa de proteína, pois 
fornece todos os aminoácidos essenciais (aqueles que o nosso organismo não 
produz, e que temos que consumir por meio da alimentação). 
• Carboidratos 
Grande parte deste macronutriente presente na quinoa é formado por amidos, 
fibras insolúveis e pequenas quantidades de açúcares. Muitos desses amidos são 
do tipo resistentes, ou seja, escapam da digestão e acabam alimentando as 
bactérias amigas da flora intestinal. 
• Gorduras 
Rica em gorduras boas, como a poli-insaturada e a monoinsaturada. 
• Fibras 
A quinoa cozida é uma boa fonte de fibras, batendo até os índices do arroz 
integral e do milho. 
• Vitaminas e minerais 
Quem está em busca de antioxidantes, vai encontrar na quinoa uma boa aliada. 
Elaé rica em vitaminas do complexo B, manganês, fósforo, ferro, magnésio, 
zinco e cobre. O bacana é que a quinoa não contém glúten. Ou seja, para quem 
sofre de intolerância à essa substância ou opta e precisa fazer a restrição 
dietética, este alimento é mais do que bem-vindo. 
Quem também se beneficia bastante com o consumo de quinoa, principalmente 
pelo perfil proteico dela, são os vegetarianos. 
 
 
Consumindo a quinoa 
Pessoalmente, ainda não entendo por que os alimentos naturais, na maioria das 
vezes, são vendidos em estabelecimentos diferentes dos demais. A quinoa, por 
mais que esteja ganhando a merecida popularidade, é mais um ingrediente que 
você pode encontrar nos mercados especializados em saúde natural. 
Segundo a nutricionista Fernanda Furlan, a quinoa em flocos pode incrementar 
iogurtes e frutas. “Fica supergostoso”, afirma. Quando ela está em forma de 
grãos, antes de tudo, é preciso cozinha-la. Então, a nutricionista Fernanda indica 
que você use em tabules ou mesmo substituindo o arroz. 
Para que o valor nutricional do alimento não seja perdido, é necessário fazer o 
cozimento da maneira correta. A quantidade de água e tempo carecem de 
atenção. Outra dica da nutri é ficar atento ao sabor, já que algumas quinoas 
ficam amargas. Para amenizar este efeito, ela sugere que você lave bem os grãos 
e os deixe-os secar para depois cozinhar. 
Milagre? 
Muitas dietas que propõem o emagrecimento têm a quinoa como ingrediente. 
De fato, por conta da sensação de saciedade que ela provoca e das proteínas e 
também pela acelerada que ela dá no metabolismo, o grão até pode ajudar no 
processo. 
A nutricionista Fernanda, no entanto, enfatiza que perder peso comendo a 
quinoa será o resultado de um conjunto de fatores, entre eles a alimentação 
saudável. Portanto, não caia no conto de dietas milagrosas que se baseiam no 
consumo desta herança inca. 
Já para a diminuição das taxas de açúcar no sangue, o consumo da quinoa é 
bastante interessante. 
Segundo uma pesquisa que li – realizada pelo Departamento de Química 
Alimentícia e Nutrição, da The Jagiellonian University, em Cracóvia, na 
Polônia, a ingestão de quinoa diminuiu os níveis de colesterol, triglicérides e 
açúcar de ratinhos, ainda que os bichos tivessem uma dieta rica em frutose. 
O nosso organismo, pasme, tem muitas semelhanças com o dos ratos. Ou seja, 
fazer bem para estes animais é o primeiro passo para cogitarmos que faz muito 
bem para nós também. 
Alimento político 
O cultivo da quinoa, de acordo com Claudia Mónika Haros, do Instituto de 
Agroquímica e Tecnologia dos Alimentos, do Consejo Superior de 
Investigaciones Científicas, de Valência, na Espanha, pode ser realizado em 
solos áridos e sem a necessidade de muita água. É uma produção mais simples 
e sustentável do que outros alimentos. 
A especialista ainda comentou em uma entrevista para o blog da instituição que, 
para obtermos um quilo de carne, é preciso alimentar o animal com 4 quilos de 
cereais. 
“Esse desequilíbrio vai aumentar ao longo dos anos, devido às alterações 
climáticas, ao destino de cereais para a produção de biocombustíveis e ao 
aumento da população mundial, colocando a segurança alimentar em risco”. 
E quem desponta como uma alternativa? 
Aposto que você já sabe a resposta. 
 
 
 
 
Doenças autoimunes podem ser 
tratadas com vitamina D 
Por | Fernanda Aranda 
Se tem um assunto que me intriga profundamente são as misteriosas “doenças 
autoimunes”. 
Digo que são cercadas de mistério porque a ciência ainda não sabe dizer como 
tudo começa. Mas olha só que intrigante. Um dia, o seu sistema imunológico – 
aquele responsável por nos defender dos vírus, das bactérias e de qualquer 
agente infeccioso – começa a operar em uma espécie de “tilt”. 
Nestes casos, as células de defesa ficam tão desorientadas, que entram em um 
combate maluco, atacando o próprio corpo e deixando sequelas em diferentes 
órgãos. 
Escolhi este assunto porque ele passou a fazer parte da rotina da minha família, 
após um parente muito próximo receber um destes diagnósticos. Passei, então, 
a pesquisar e entendi que esta patologia pode invadir a casa de qualquer pessoa 
de diferentes formas. 
Apesar de serem considerados eventos raros, este nome “doença autoimune” 
serve para classificar um grupo composto por mais de 100 diferentes problemas 
de saúde. 
E mesmo com a diversidade de sintomas e de diagnósticos envolvidos, uma 
vitamina tem despontado como um caminho promissor para amenizar o curso 
destes males misteriosos e ainda evitar que mais pessoas façam parte das 
estatísticas de doentes. 
Fio condutor 
Antes de falar sobre a tal vitamina, é preciso dizer as razões que fazem um 
diabético tipo 1 ser enquadrado no mesmo grupo de alguém que tem esclerose 
múltipla, 2 exemplos de doenças autoimunes. 
O “tilt” do sistema imunológico pode afetar, mais diretamente, um ou outro 
órgão do corpo. Na esclerose, o órgão de choque é o cérebro. No diabetes tipo 
1, o pâncreas. Na Doença de Crohn, o aparelho digestivo é o que denúncia o 
sistema imunológico em colapso. Na artrite, são as articulações. 
No Lúpus, o próprio sistema imunológico ataca suas células e por aí vai. 
Por isso, os sintomas são tão diversos, e a identificação do problema não é tão 
simples. 
Um fio condutor entre estes diferentes problemas é a dor, tanto a física quanto 
a psicológica. Os sintomas doloridos marcam quem faz parte deste misterioso 
grupo patológico justamente porque todas estas doenças são inflamatórias, 
como me explicou o Dr. Wanderley Pires, um dos médicos brasileiros que mais 
investiga o tema. 
“A dor é a voz da inflamação”, diz ele. E, além das implicações e limitações 
físicas impostas pelos órgãos que passam a funcionar em anormalidade, as 
doenças autoimunes não têm cura e exigem, conforme descreve a medicina 
tradicional, a utilização de pesadas (e caras) medicações para o resto da vida. 
 
 
Fórmula promissora 
Por isso que eu fiquei com a pulga atrás da orelha quando alguns médicos, entre 
eles o Dr. Wanderley, e uma coleção de pesquisas científicas passaram a 
defender que uma vitamina poderia ser capaz de amenizar estes sofrimentos tão 
distintos. 
Pensava com os meus botões: como doenças tão diferentes poderiam ser 
combatidas por uma “fórmula” única? 
O nome desta vitamina é vitamina D, que já ficou pop entre os cientistas do 
planeta todo. 
Uma das hipóteses sobre sua versatilidade – que ainda permanece sobre intensa 
investigação com resultados cada vez mais animadores – é que esta 
característica seria resultante da forma como ela circula pelo corpo. 
Em linhas gerais, as pesquisas mostram que, após ser metabolizada, a vitamina 
D cumpre seu trajeto por meio da corrente sanguínea. Neste caminho, ela faz 
uma espécie de baldeação em vários órgãos, ajustando e organizando as funções 
do sistema imunológico e combatendo de forma extremamente eficaz as 
inflamações corpóreas. 
Também por este mecanismo de ação, a vitamina D já é classificada como um 
hormônio esteroide e suas ações regulatórias do sistema imune têm sido 
confirmadas pelas mais variadas universidades, incluindo a Universidade 
Federal de São Paulo (Unifesp). 
Doutor Cícero Coimbra, médico brasileiro e criador de um dos protocolos de 
utilização de altas doses de vitamina D para doenças autoimunes, costuma 
explicar que o colecalciferol (o nome científico da vitamina D) é o percursor do 
hormônio 1,25(OH)2 colecalciferol. É esta substância que potencializa a ação 
do sistema imunológico, inclusive contra infecções virais. 
Na revisão de 59 estudos científicos publicada na Revista Brasileira de 
Reumatologia, por exemplo, os pesquisadoresatestaram que a suplementação 
em altas doses de vitamina D diminuiu os sintomas de artrite, fazendo com que 
eles desaparecessem em 45% dos casos. O mesmo efeito terapêutico foi 
encontrado para esclerose, lúpus, diabetes e outras doenças autoimunes. 
No ensaio científico “Vitamin D and autoimmunity: new etiological and 
therapeutic considerations” – publicado no Annals of The Rheumatic Deseases 
– está constatado que as doenças autoimunes respondem pela terceira causa de 
morte nos Estados Unidos, atrás apenas das doenças cardíacas e do câncer. E 
que neste contexto, a terapia de suplementação de vitamina D tem apresentado 
desempenho protetor e controlador destas patologias. 
 
 
#somostodosdeficientes 
Ao mesmo tempo em que os ensaios científicos dão fôlego para a vitamina D, 
as pesquisas também alertam que o atual estilo de vida tem resultado em uma 
epidemia silenciosa de deficientes desta substância. 
Em média, 9 em cada 10 pessoas têm insuficiência de vitamina D, ainda que 
não tenham manifestado nenhum sintoma mais grave provocado pela ausência 
do nutriente. 
O que faz sermos quase todos deficientes é que é praticamente impossível 
conseguir a dosagem indicada como protetora e suficiente via alimentação. A 
fonte natural e mais efetiva é a exposição ao sol, sem proteção dos filtros 
solares, nos horários recomendados por 15 a 25 minutos todos os dias. 
Exposição, neste caso, significa vestindo no máximo 1 camisa e 1 shorts para 
homens e mulheres. Quanto maior a exposição, melhor. 
Pensem comigo: vivemos em uma rotina em que não há tempo para a exposição 
solar. Trabalhamos e nos divertimos em ambiente fechado. Além disso, está 
cada vez mais consolidado que outros vilões modernos – como estresse, 
alimentação irregular e pesticidas – são grandes influenciadores para minguar 
a nossa dosagem de vitamina D. 
Caminho possível 
Neste ciclo, a suplementação é a possibilidade de sanar algumas deficiências. 
A dosagem, para cada pessoa, só pode ser definida pelo médico, de forma 
individualizada. O que já se sabe é que os padrões definidos por médicos como 
Dr. Cícero (7.000 mil UI – unidades de medida da vitamina) para pessoas com 
deficiência são 35 vezes superiores do que os Índices de Recomendação Diária 
(IDR) estabelecidos para consumo no Brasil pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa). Os marcadores atuais foram definidos há 17 anos 
e apontam como dosagem segura 200 UI de vitamina D. 
Sim, é verdade. A vitamina D e sua utilização terapêutica ainda são encarados 
como uma possibilidade em teste. Isso faz com que a substância precise 
percorrer um longo caminho, colecionar ainda mais estudos para que, um dia, 
possa ser encarada como a primeira opção da maioria dos doutores e ser 
legitimada pelas Associações Médicas, que regulam as prescrições de drogas 
terapêuticas. 
O fato é que os médicos já estão sendo impulsionados a, ao menos, cogitar esta 
terapêutica para os portadores de doenças autoimune. Em especial para aqueles 
que não reagem bem aos remédios tradicionais. 
Doutor Carlos Máximo, cardiologista e médico amigo da nossa equipe, sempre 
faz uma ressalva toda vez que falamos em esperança para a saúde. Segundo ele, 
todo o sintoma é um convite à mudança. E nada, absolutamente nada, melhora 
a saúde sozinho. Nem um remédio, nem uma vitamina, nem uma cirurgia, nem 
uma oração. 
A vitamina – qualquer uma – pode até fazer a parte dela. Mas você precisa fazer 
a sua. 
 
 
 
 
Estamos tomando leite longa vida ou 
leite longa morte? 
Por | Nivia de Souza 
Há alguns anos, quando nossas avós compravam leite, ele ficava dentro da 
geladeira por só uns 2 ou 3 dias. Agora, o leite vem embalado em caixas, duram 
dias (meses e anos!) e receberam o “carinhoso” nome de longa vida. 
Pensando nisso, resolvi bater um papo com o Dr. Carlos Schlischka, nosso 
consultor, sobre este tema lácteo. 
Vou te contar quais as diferenças entre uma pessoa que tem intolerância ao leite 
e outra que é alérgica a ele. 
Alta velocidade 
Iogurtes, leite condensado, coalhadas e os famosos queijos nada mais são, de 
acordo com o Dr. Carlos, formas de conservar o leite. Mas por que o ser humano 
teve essa necessidade de inventar formas de conservar o leite? A resposta é 
(quase) simples: ele estraga com facilidade por conta de sua riqueza nutricional. 
Nosso consultor me informou que o leite é rico em gorduras, carboidratos, 
proteínas e vitaminas. Somando essas propriedades com a elevada porção de 
água em sua composição, o resultado é um ambiente fértil para o 
desenvolvimento de micro-organismos. 
Bingo! 
“Quando consumido cru, após a ordenha, o leite pode estar contaminado por 
uma grande quantidade de micro-organismos. Por isso, o comércio de leite cru 
foi proibido”, esclarece Dr. Carlos. 
De olho no rótulo 
Neste processo de “domesticar” o leite, a indústria produtora passou a incluir 
muitas substâncias dentro da caixinha. Para comprovar isso, leitor, basta dar 
uma bela olhada nas embalagens de leite. Muitas delas apresentam rótulos 
extremamente povoados por nomes que nem sabemos o significado. 
Pois é… Ficar de olho e atento ao processo pelo qual essa bebida foi submetida 
para poder durar mais tempo é taxativo. Porque você detecta que pode estar 
consumindo muito mais do que leite. 
História 
Dr. Carlos me contou que o cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) 
estudava a ação dos vários tipos de fungos e bactérias nos processos 
fermentativos. E foi Pasteur que inventou um método para impedir que o leite 
causasse doenças. E então, surgiu a tal pasteurização. Neste processo, o leite é 
aquecido até a temperatura de 75°C por 15 segundos, o que é suficiente para 
matar a maioria das bactérias que podem causar doenças ou deteriorar o leite. 
“A pasteurização não elimina todas as formas de bactérias presentes. Isso 
significa que, conforme o tempo passa, as sobreviventes vão se reproduzir e, 
em pouco tempo, deterioram o leite. O prazo de validade do leite pasteurizado 
ainda fechado e refrigerado é de 3 a 5 dias, a partir da data de fabricação. Após 
aberto, deve ser consumido rapidamente, entre 1 e 3 dias, se mantido na 
geladeira, numa temperatura de até 7°C”, explica o Dr. Carlos. 
Existe um outro processo, chamado de UHT ou UAT (Ultra Alta Temperatura), 
que é uma ultrapasteurização. O resultado dá origem ao leite longa vida. De 
acordo com nosso consultor, este leite é, posteriormente, acondicionado em 
uma embalagem com diversas camadas com a finalidade de proteger o leite do 
ambiente externo. 
Neste método, o leite é aquecido rapidamente a temperaturas muito altas (entre 
130 a 150 °C, por 2 a 4 segundos) e, por isso, todos os micro-organismos são 
eliminados. “Isso permite a armazenagem do produto sem refrigeração por 
aproximadamente 4 meses a partir da data de fabricação, antes de ser aberto. 
Após aberto, pode ser consumido em até 3 dias, armazenando-o sempre na 
geladeira”, diz. 
 
 
Muita gente não sabe, mas o leite em pó é a forma mais antiga de conservação. 
Dr. Carlos me falou que, para se chegar no resultado, é preciso pasteurizar o 
leite e, depois, desidratá-lo. Por conta do contato com o ambiente externo e a 
possível contaminação, depois de aberto, o leite em pó tem validade de 30 dias. 
Porém, quando ele está enlatado, pode ficar disponível na prateleira do 
supermercado por até 18 meses. 
A escolha é sua 
Estes métodos, no entanto, afetam a quantidade de vitaminas existentes no leite, 
isto é fato. Porém, o maior problema está para quem vê neste alimento sua única 
opção de fonte de cálcio. Porque o leite ganhou boa fama internacional por ser 
fonte de cálcio, certo? 
A ironia dissotudo é que para esta substância ser bem absorvida, o leite deveria 
ser consumido cru, cuja venda é proibida. “Além disso, o leite também tem 
traços de hormônios, que são administrados para vaca com o intuito de 
aumentar a produtividade. E eles também são ingeridos”. gosta, desde que não 
seja alérgico ou intolerante, pode tomar. “É uma escolha gastronômica e não de 
saúde”, explica Dr. Carlos. 
Escolha gastronômica 
Bom, se você toma leite porque gosta, a minha sugestão é que você experimente 
outros tipos de leite, como o de amêndoas e de coco. Vamos combinar o 
seguinte. 
Mas antes é preciso dizer que algumas pessoas não fazem isso só por uma 
questão de gosto. Tem gente que PRECISA evitar o consumo de leite de vaca. 
E talvez este seja o seu caso. 
Certamente, leitor, você já ouviu falar ou conhece alguém que é intolerante ou 
alérgico ao leite. Então, vamos entender o que são essas doenças. 
Intolerância à lactose 
Segundo o nosso consultor, quando uma pessoa apresenta intolerância ao leite, 
na verdade, ela é intolerante à lactose. “É uma inabilidade para digerir porções 
significativas do açúcar do leite (lactose), resultante da quantidade insuficiente 
da enzima, a lactase, no interior das vilosidades do intestino, onde lactose é 
digerida”. 
E o que acontece quando a lactose não é processada pelo organismo? Ele me 
disse que ela é fermentada pelas bactérias, resultando em ácido lático, gás 
carbônico e hidrogênio. Então, a pressão dentro do intestino grosso aumenta, 
causando dores abdominais, diarreia ácida e gases. 
É interessante também te contar que a produção da enzima lactase diminui 
progressivamente a partir dos 5 anos de idade e isso varia de acordo com as 
etnias. “Existem populações que digerem muito bem a lactose, como os 
indianos, por exemplo, e outras altamente intolerantes, como os chineses. 
Estima-se que 25% dos brasileiros em idade adulta sejam intolerantes à 
lactose”. 
 
 
Alergia ao leite 
Já os alérgicos não são protegidos nem mesmo pelas versões “sem lactose”. O 
sistema imunológico dos alérgicos ao leite reage às proteínas do alimento, como 
a caseína, a betalactoglobulina e a alfalactoalbumina. O aleitamento materno 
exclusivo até os 6 meses de vida de um bebê reduz, segundo nosso consultor, 
substancialmente a incidência de alergia ao leite de vaca. 
Em resposta à presença dessas substâncias, o organismo libera outras, que vão 
causar os sintomas alérgicos. Entre eles estão: urticárias, eczemas, tosses, 
rinites, sinusites, diarreia, dores abdominais e gases. Dr. Carlos me contou que, 
dependendo do grau de sensibilidade do indivíduo, a ingestão de leite e 
derivados pode até causar um choque anafilático. Por isso, quem é alérgico ao 
leite, precisa banir da sua dieta os produtos lácteos. 
Bom, diante de tudo isso, é urgente entender por que o cálcio é tão importante 
e, também, conhecer outras fontes da substância que vão além do leite. 
Bora? 
Muito além do leite 
Quem nunca ouviu, principalmente durante a infância, que era preciso “tomar 
muito leite para crescer”?! Não é? 
É verdade que o nosso organismo precisa do cálcio para muitas coisas, que vão 
além do fortalecimento dos ossos. Segundo o dr. Carlos Schlischka, nosso 
consultor, ele também está presente nos dentes e no sangue. 
“O cálcio está envolvido no metabolismo de todas as células do corpo, no 
mecanismo de contração muscular dos membros ou do coração, na transmissão 
de impulsos nervosos entre o cérebro e o resto do corpo e até no equilíbrio do 
pH do sangue”, observa o nosso médico. 
Além disso, precisamos do cálcio para que o nosso sangue se coagule da forma 
correta e para a permeabilidade de cada célula de nossa composição. 
Uau! Parece uma tarefa complicada, né? Mas, fique calmo. O cálcio dá conta 
desse trabalho. 
Tudo é questão de biodisponibilidade. Bio o quê? Apesar da minha 
familiaridade com termos advindos do mediquês, também me senti um pouco 
confusa quando o dr. Carlos me contou sobre esta tal biodisponibilidade. 
De forma simples, nosso consultor me explicou que biodisponilidade é a 
capacidade de uma substância ser aproveitada (absorvida) por um organismo. 
Captou? 
Então, muito mais importante do que apenas oferecer cálcio, o alimento é 
considerado uma boa fonte dessa substância se, além de tudo, ele facilita a 
absorção deste nutriente pelo nosso corpo. 
E é aí que o leite entre em xeque. Porque o cálcio por ele oferecido não é tão 
biodisponível assim. 
“A pasteurização do leite prejudica a biodisponibilidade do cálcio, isto é, ela 
diminui a quantidade do nutriente existente sob a forma de íon (átomo 
carregado eletricamente e altamente reativo). Isto prejudica a sua absorção pelo 
intestino”, explica Dr. Carlos. 
Como o nosso corpo absorve o cálcio, então? 
 
 
Se o cálcio é uma substância preciosa para o funcionamento da máquina 
humana, a absorção dele é um processo tão importante como. De acordo com 
as informações que o dr. Carlos me deu, existem 2 formas que facilitam este 
processo: 
1) Exposição solar 
A vitamina D dá uma força para o intestino humano fazer a absorção de cálcio. 
Poucos alimentos são ricos nesta substância, entretanto. (Nosso editor, o Daniel 
Cunha, conhece bastante o assunto e me disse que o salmão selvagem e 
cogumelos criados sob exposição solar são bons exemplos). 
Ou seja, precisamos da exposição solar para que nosso corpo processe a 
vitamina D, que, por sua vez, ajuda na biodisponibilidade do cálcio. 
“Quando a pele é exposta ao sol, a luz ultravioleta converte o calciferol, o que 
permite a absorção do cálcio pelo organismo”, explica o nosso consultor. 
2) Atividade física 
Além da exposição solar, os exercícios são recomendações constantes no 
universo da saúde natural. E não à toa. 
O Dr. Carlos me contou que, especialmente aquelas que envolvem impacto, 
como corridas ou caminhadas, aumentam indiretamente a eficácia da absorção 
e diretamente na fixação do cálcio. 
“Isso acontece pelo efeito positivo sobre o estímulo do metabolismo de 
reconstrução óssea”, fala. 
Ok, cálcio absorvido. Mas, onde eu o encontro? 
Ter o leite como uma única fonte de cálcio é um pouco limitado, como já 
explicamos, além de não ser tão efetivo. Ainda que você você tome sol e faça 
atividades físicas, há ainda o risco de alergias e intolerância, como eu já te 
contei. 
Esta constatação, no entanto, não é uma condenação pura e simples do leite. 
Mas serve para te alertar que você NÃO PRECISA fazer dele a sua única fonte 
de cálcio. Antes de te oferecer uma lista de alimentos que são ricos em cálcio, 
preciso só trazer mais um ensinamento aqui, partilhado pelo Dr. Carlos. 
Osteoporose 
Provavelmente, você deve ter escutado a defesa do consumo de leite por pessoas 
que sofrem de osteoporose. 
Osteoporose é o nome de uma doença silenciosa, caracterizada pela perda de 
massa óssea. Geralmente, ela costuma ficar assintomática até que as 
consequências mais graves, como fraturas ósseas, surjam. 
Segundo os dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 
no Brasil, mais de 10 milhões de pessoas sofrem com esta patologia. A 
organização ainda afirma que cerca de 200 mil pessoas morrem, anualmente, 
em decorrência dessas fraturas. 
 
 
Eu sei, que se você sofre com osteoporose ou conhece alguém que tenha, está 
se perguntando como que essa doença fica no meio disso tudo. De acordo com 
o Dr. Carlos, a osteoporose não decorre somente da falta de fixação do cálcio 
nos ossos. O problema é mais complexo. 
“Não é essencial suplementação de cálcio para evitar o processo de osteoporose. 
Tal decisão pode ser perigosa. O osso é um tecido vivo, em constante processo 
de remodelação,composto de uma proteína chamada osteína, que lhe confere 
flexibilidade. Já o cálcio depositado, lhe dá rigidez e força”. 
Acontece que, no processo de osteoporose causada pelo envelhecimento (há 
também outras causas), existe a queda dos níveis hormonais – estrogênio na 
mulher e a testosterona no homem –, que prejudica a remodelação óssea. 
“Isso provoca tanto a deficiência quanto a diminuição da fixação do cálcio, e os 
ossos não se renovam adequadamente, provocando rarefação e fraqueza e 
afinamento dos mesmos”, aponta o consultor. 
É verdade que as mulheres estão mais propensas a osteoporose? Sim, isso é 
verdade, pois a menopausa ocorre de maneira acelerada, com uma queda mais 
ou menos rápida dos níveis de estrogênio. “No homem, a queda da testosterona 
se faz bem mais lentamente ao longo do tempo”. 
Suplementar ou não: eis a questão 
Sobre fazer suplementação de cálcio para combater a osteoporose é uma prática 
não aconselhada pelo Dr. Carlos. 
“É preciso manter uma alimentação correta, rica em proteínas para que o cálcio 
tenha o substrato ao qual vai se ligar. A prevenção e o tratamento da osteoporose 
envolvem alimentação adequada, exposição ao sol ou suplementação de 
vitaminas A e D, além do balanceamento hormonal”. 
Segue, então, a lista de 21 alimentos que combatem a osteoporose. Eles são 
fonte de cálcio e ainda proporcionam a tal alimentação balanceada sugerida pelo 
nosso consultor. 
– Sementes de gergelim, linhaça e chia; 
– Águas minerais ricas em cálcio: sim, elas existem, e o cálcio contido nelas 
está ionizado e é totalmente biodisponível; 
– Grão de bico; 
– Sardinha, principalmente a em lata; 
– Bacalhau; 
– Mamão; 
– Siri; 
– Folha de mostarda e caruru; 
– Agrião; 
– Alface; 
– Aveia; 
– Salsa; 
– Salsão; 
– Beterraba; 
– Folha da beterraba; 
– Batata doce; 
– Brócolis; 
– Cebola; 
– Couve; 
– Espinafre; 
– Laranja; 
– Figos frescos e secos; 
– Ameixa seca. 
 
Anotou? Dá para fazer um banquete! 
 
 
 
 
Goji berry: a pequena grande 
estrela da alimentação 
Por | Nivia de Souza 
Ele é pequenino, de cor avermelhada, mais conhecido por sua forma seca e é o 
atual queridinho dos adeptos de uma vida saudável e das dietas emagrecedoras. 
Você sabe de quem estou falando? 
Se arriscou goji berry, acertou em cheio. 
Este fruto rico em nutrientes é originário do Tibete, na Ásia, já faz parte da 
rotina alimentar dos povos asiáticos há mais de 6 mil anos. Suas propriedades 
medicinais são inúmeras. Ou seja, o goji berry não tem toda esta fama à toa. 
Quando se pensa em vitamina C, por exemplo, logo se fala em na laranja, 
acerola e kiwi, não é? 
Pois é, o goji berry é uma excelente fonte desta substância, contendo cerca de 
2,5 g de vitamina C a cada 100 g de fruta. 
As vitaminas A e E também são encontradas em sua composição, assim como 
as do Complexo B (B1, B2, B6), que promovem uma ação imunoestimulante. 
Isso significa que ele reforça as proteções do organismo contra doenças. 
Dessa forma, o consumo da fruta pode ajudar a enfraquecer a formação de 
células cancerígenas e o crescimento de tumores. Para quem está passando por 
tratamento quimioterápico, por exemplo, o goji berry alivia os efeitos 
colaterais. 
O que a ciência diz 
Apesar de sua composição riquíssima em nutrientes, o espaço destinado pelas 
pesquisas científicas para o goji berry ainda é pífio (coisas da medicina 
tradicional). 
Na medicina chinesa, em que a observação dos pacientes é tão importante como 
a evidência do laboratório, a utilização é bem mais frequente. 
Um dos estudos mais importantes, chamado Observation of the effects of 
LAK/IL-2 therapy combining with Lycium barbarum polysaccharides (Lycium 
barbarum é o nome científico do goji), a fruta foi incluída na dieta diária de 79 
pacientes em tratamento para vários tipos de câncer (melanoma, cólon, pulmão, 
faringe), e em 75 deles foi observado a regressão do tumor. 
 
 
Componentes exclusivos do goji berry 
O nosso sistema imunológico também tende a ficar mais forte com o consumo 
desta fruta, uma vez que ela possui 4 tipos exclusivos de polissacarídeos. Isso 
significa que ele tem combinações de moléculas exclusivas que resultam, 
justamente, no fortalecimento das nossas células de defesa. 
Um benefício importante do goji berry é sua atuação antioxidante. Muito 
provavelmente, segundo os estudiosos, este efeito pode retardar o 
envelhecimento precoce das células, eliminando as sujeiras nocivas chamadas 
radicais livres. No goji, há presença de 6 carotenoides que cumprem essa função 
de limpeza: betacaroteno, luteína, zeaxantina, licopeno, criptoxantina e 
xantofila. 
Estes compostos também preservam a saúde dos olhos, evitando o cansaço 
visual e prevenindo cataratas e glaucomas. Além disso, o betacaroteno também 
protege a pele dos efeitos nocivos da radiação solar. 
Em 2008, outra pesquisa indicou que a fruta é benéfica para o bem-estar geral 
das pessoas. Segundo os especialistas, foi feito um estudo comparativo com o 
suco de goji e um placebo. As conclusões, publicadas no Journal of Alternative 
and Complementary Medicine, indicam que beber 120 ml de suco de goji berry 
diariamente melhora a disposição, a atividade cerebral e também a digestão. 
O goji berry é também riquíssimo em minerais. Ao todo, são 21, como ferro, 
selênio, cálcio, fósforo, potássio e o germânio. Este último também é 
considerado uma importante arma na prevenção do câncer. 
Já seus ácidos graxos, responsáveis pela síntese dos nossos hormônios, regulam 
o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. 
Quem sofre com problemas de impotência sexual e desequilíbrio na próstata, 
por exemplo, a indicação relatada por profissionais de saúde é que o consumo 
pode ser benéfico, devido à presença de uma substância chamada beta-
sistosterol, que tem propriedades anti-inflamatórias, atuando também contra 
vírus, fungos e bactérias. 
Os estudos ainda identificam que o goji berry pode fazer bem para: 
 
– A circulação sanguínea; 
– Combate a ansiedade, estresse e doenças autoimunes; 
– Melhoras na qualidade do sono e da digestão; 
– Desintoxicação do organismo; 
– Emagrecimento, pois produz uma sensação de saciedade. 
 
Por tudo isso, fica evidente de que a fruta merece ocupar mais tempo e espaço 
na medicina tradicional. 
Não só isso. Uma dica é também introduzir o vermelhinho corretamente na 
alimentação típica do ocidente. 
Mas, como consumir as bagas de goji berry? 
Desde que comecei a pesquisar sobre os efeitos terapêuticos da fruta 
identifiquei que o goji berry é mais facilmente encontrado em sua forma seca. 
Então, minha sugestão é que os pequeninos podem ser adicionados em 
preparações diferentes, tanto em saladas como juntamente de outras frutas, 
iogurtes e sucos. 
Vale lembrar que introduzir o goji berry em sua dieta não vai fazer nenhum 
milagre. É preciso combinar suas ações terapêuticas com uma alimentação 
balanceada, prática de exercícios físicos e tudo mais que a Jolivi vem discutido 
à respeito. 
Contraindicações do goji berry 
Se você faz uso de medicamentos que visam afinar o sangue e para pressão 
arterial, está grávida ou é diabético ou hemofílico, converse com o seu médico 
antes de introduzir o alimento em sua dieta. 
 
 
 
 
Chia, uma herença asteca 
Por | Nivia de Souza 
 
Os povos astecas, que habitavam a região do sul do México e arredores entre 
os séculos XIV e XVI, consumiam com certa frequência as sementes de uma 
planta típica da região, a Salvia hispanica L. 
Alguns séculos depois, este alimento continua sendo bastante conhecido, 
mesmo após a dominação europeia no nosso continente,fazendo parte tanto das 
dietas emagrecedoras quanto da alimentação balanceada. 
O curioso é que, apesar das sementes serem bem pequenas, elas são um 
alimento funcional completo e saudável. 
Ou seja, um item praticamente obrigatório em sua próxima lista de compras. 
Por que as sementes de chia são tão 
poderosas? 
É provável que o que tenha alavancado a boa fama das sementes de chia seja 
sua influência no emagrecimento. De acordo com uma pesquisa realizada na 
Universidade Federal da Paraíba e publicada internacionalmente, o consumo do 
alimento induz a perda de peso. 
Realizado em 2014, o estudo observou durante 12 semanas, 2 grupos de 
pessoas: um consumia chia e o outro não. 
Como resultado, os especialistas brasileiros observaram um significante 
emagrecimento nos participantes submetidos à dieta que tinham as sementes 
adicionadas. 
É claro que essa informação é importante e chama a atenção das pessoas, 
principalmente em tempos de epidemia da obesidade. 
Porém, não é apenas como “emagrecedora” que as sementes de chia funcionam. 
Elas também são grandes aliadas da sua, da minha e da saúde de todos nós. 
Chia e sua composição 
De forma resumida, essas sementes são ricas em fibras, gorduras saudáveis e 
antioxidantes. 
O ômega 3, aquela gordura boa, poli-insaturada e grande amiga do seu coração 
e do seu cérebro, é bastante encontrado nas sementes de chia. Tanto que o 
alimento é considerado uma das maiores fontes da substância, ganhando até 
mesmo do popular salmão. 
Elas também são ricas em fibras, ou seja, facilitam o processo digestivo e a 
eliminação de impurezas do corpo. 
Além disso, durante a digestão, as sementes têm a capacidade de absorver os 
sucos gástricos. Assim, transformam-se em uma espécie de gel no seu 
estômago, promovendo uma maior sensação de saciedade. 
As quantidades de cálcio e de antioxidantes são também satisfatórias e 
contribuem para o recebido título de superalimento. 
Por serem ricas em cálcio, a indicação nutricional é que podem ser uma bela 
alternativa para os intolerantes à lactose. São também uma importante arma 
para a prevenção de osteoporose, uma doença caracterizada pelo 
enfraquecimento ósseo e deficiência de cálcio. 
Outro ponto forte da chia é a sua composição proteica. As sementes contêm os 
aminoácidos essenciais, aqueles que não são produzidos pelo nosso organismo. 
São eles: triptofano, valina, isoleucina, lisina, metionina, leucina, fenilalanina, 
treonina e histidina. 
 
 
Gerenciamento da diabetes 
Uma pesquisa veiculada na publicação médica Diabetes Care, vinculado a 
American Diabetes Association, afirma que o consumo destas sementes 
controla a quantidade de glicose presente no sangue e melhora os riscos de 
doenças cardiovasculares nos portadores do Diabetes tipo 2. 
Já o British Journal of Nutrition revelou, em 2009, que um estudo feito com 
ratos diabéticos demonstrou que a chia poderia normalizar a resistência à 
insulina, enquanto reduziam as taxas de gordura e colesterol do sangue. 
Sua beleza também agradece o consumo de chia 
Além de ser poderosa no controle de peso e diabetes, a vitamina A presente na 
chia auxilia na redução do aparecimento de acne e no ressecamento cutâneo. 
Outra vitamina que podemos encontrar é a B12, que fortalece unhas, cabelos e 
a pele. Ou seja, consumir a chia pode potencializar os efeitos dos cremes anti-
idade! 
O ômega 3, que já falamos anteriormente, também pode reduzir as inflamações 
organismo, o que diminuiria o aparecimento de celulites (que são processos 
inflamatórios). 
Consumindo 
Tornar o consumo da chia um hábito é mais fácil do que você imagina. As 
sementes não têm praticamente gosto algum e podem ser adicionadas às 
preparações tanto salgadas quanto doces. 
Não sou a melhor cozinheira do pedaço, mas tenho algumas sugestões. 
A chia pode ser polvilhada em saladas, em sucos e vitaminas, iogurtes, ovos 
mexidos, tapiocas, sopas. A variedade de opções é mesmo grande e você vai 
encontrá-las com facilidade nas lojas de produtos naturais. 
Existe contraindicação ao adicionar chia 
nas minhas receitas? 
A recomendação dos nutricionistas é que se consuma aproximadamente 25 g de 
chia diariamente. Esta quantidade contém 34% das fibras que você precisa 
consumir em apenas um dia. 
Cuidado. Consumir a chia de forma indevida e desvairada pode interferir na 
absorção de minerais pelo seu organismo. 
 
 
 
 
O nutriente seKreto: você conhece a 
vitamina K? 
Por | Daniel Cunha 
Por muito tempo, a vitamina K foi subestimada e mal-entendida. Percorreu – e 
percorre – um caminho de sobressaltos parecido com o que os nutrientes 
enfrentam para fazer parte das consultas médicas de rotina. 
Agora, parte da ciência está empenhada em descobrir os status especiais da 
vitamina K. As recentes descobertas são bem promissoras. 
História 
Bom, o “namoro” entre cientistas e vitamina K é recente. Recente do ponto de 
vista científico, né? Isso porque os ensaios científicos ficaram mais recorrentes 
nos últimos 20 anos. E por mais que você considere 2 décadas tempo “para 
caramba”, os médicos costumam precisar de muito mais para considerarem uma 
relação estável. 
Por se tratar de uma relação muito “nova”, ainda é difícil encontrar informações 
confiáveis sobre o tema. Até mesmo na internet, onde a gente encontra qualquer 
coisa, são poucos os artigos confiáveis. 
Pedi ajuda ao nosso consultor Dr. Carlos Schlischka. E agora te convido a seguir 
comigo para entender melhor como a vitamina K funciona. 
Quem são? Onde vivem? 
A vitamina K foi descoberta em 1929 como um nutriente essencial para a 
coagulação sanguínea. Desde então, os livros de nutrição – que servem como 
referência bibliográfica para os estudantes na área da saúde – a trataram como 
se fosse uma coisa só. 
O problema é que, tempos depois, foi comprovado que a vitamina K é uma 
“família” de vitaminas, formada por K1, K2 e K3. Só que este conhecimento 
levou bastante tempo para começar a se espalhar e ainda hoje paira uma 
confusão. 
Os pesquisadores descobriram, por exemplo, que a vitamina K1 é encontrada 
com abundância em vegetais folhosos verdes, fácil de ser obtida por meio da 
dieta e com a função exclusiva de participar na coagulação do sangue. Por isso 
mesmo, nunca foi muito popular no meio médico. 
Não bastasse a negligência que a K1 enfrentou, as pesquisas recentes têm 
revelado que é a irmã do meio, a vitamina K2, a grande estrela da família. E cá 
entre nós ela também não é lá muito famosa. Os benefícios para a saúde 
atribuídos à vitamina K2 vão muito além da coagulação do sangue, e 
já há pesquisadores chamando-a de “a nova vitamina D”. 
Um leque de possibilidades 
Como disse, foi só a partir dos anos 2000 que a comunidade científica passou 
descobrir a atuação da vitamina K2. O conhecimento ainda está em pleno 
desenvolvimento, mas um leque de benefícios já foi aberto com a sua utilização. 
As evidências preliminares indicam um papel protetor dessa vitamina em casos 
de calcificação arterial; doenças cardiovasculares, perda óssea e fraturas; câncer 
de próstata, câncer de fígado, câncer de pulmão, leucemia, doença de 
Alzheimer, entre outros. 
 
 
A rainha do cálcio 
Preciso te contar ainda que, em 2011, um livro lançado por uma médica 
naturopata canadense (“Vitamin K2 And The Calcium Paradox”), chacoalhou 
as estruturas do mundo da nutrição. 
Neste trabalho, Kate Rheaume-Bleue demonstrou que o principal papel da 
vitamina K2 é “guiar” o cálcio pelo corpo. Especificamente, conduzir o cálcio 
para os dentes e ossos, onde ele realmente deve estar, e removê-lo de áreas 
indesejadas onde ele pode se depositar, como artérias e rins. 
Também abordoua interação importantíssima que a K2 tem com a vitamina D. 
Segundo sua pesquisa, as 2 são grandes parceiras e, para que possamos ter os 
benefícios que esperamos da vitamina D, precisamos também da vitamina K2. 
São informações muito recentes e que ainda não foram inseridas à prática da 
maioria dos médicos, mas prometo mantê-los informados e voltar neste assunto 
mais para a frente. 
Onde eu encontro isso, peloamordedeus? 
E agora, como eu prometi, vamos às recomendações do Dr. Carlos sobre como 
obter sua parcela de vitamina K2. Ele me contou que ainda não existe um exame 
de laboratório capaz de medir a deficiência deste nutriente. Mas observando a 
sua dieta e o seu estilo de vida é possível ter uma ideia se você está em falta 
com ele. 
Se você tem osteoporose, doença cardiovascular ou diabetes, condições 
associadas à deficiência de vitamina K2, é muito provável que você esteja 
precisando repor esta substância. 
“Seguramente”, me contou nosso consultor, “a maior fonte de K2 conhecida no 
planeta é um alimento utilizado na culinária oriental chamado Natto (lê-se 
natô)”. 
Você pode obter praticamente toda K2 de que necessita (entre 150 e 200 
microgramas por dia) comendo 15 gramas de Natto diariamente. O problema 
aqui é que o Natto geralmente não é muito agradável ao paladar do ocidental, 
então uma alternativa a se considerar é garantir sua porção por meio de 
suplementação. 
Os demais alimentos que têm maiores concentrações de vitamina K2 são os 
seguintes: 
– Produtos orgânicos originados de animais que se alimentem de capim (ovos, 
manteiga, produtos lácteos); 
– Certos alimentos fermentados (assim como o natto), ou vegetais fermentados 
usando uma cultura de bactérias produtoras de vitamina K2; 
A maioria dos vegetais fermentados não são ricos em vitamina K2 e apresentam 
cerca de 50 mcg por porção. No entanto, se forem utilizadas culturas de de 
bactérias específicas, eles podem oferecer até 500 mcg por porção; 
– Certos queijos como Brie e Gouda (que contém cerca de 75 mcg de K2 por 
30 gramas de queijo). 
 
Antes de ir, um adendo sobre a vitamina K3: ela é um composto sintético 
(produzido em laboratórios) que, no intestino, é convertido em K2. Sua 
suplementação não costuma ser recomendada, pois pode ser tóxica. 
 
 
 
 
Como o ômega 3 pode turbinar seu 
cérebro 
Por | Daniel Cunha 
Se você já passou por sites de nutrição, tenho certeza que ficou com vontade de 
incluir o ômega 3 na sua dieta ou via suplementação. Para o médico 
toxicologista e consultor da Organização Mundial da Saúde, Dr. Anthony 
Wong, ele é uma das 3 substâncias fundamentais para a longevidade. 
Na primeira vez que fui procurar um suplemento, fiquei sem saber o que fazer. 
Me deparei com diversas opções diferentes – ômega 3, DHA, EPA – e não 
soube qual era a que eu precisava. 
Por isso, pedi ajuda ao nosso consultor Dr. Carlos Schlischka e agora te convido 
para conhecer mais sobre a substância considerada a salvadora de corações 
frágeis e cérebros fracos. 
Além do Dr. Google 
Pra começar, perguntei ao dr. Carlos: “Afinal, o que é o ômega 3?” Ele me 
explicou que o ômega 3 é um grupo de ácidos graxos poli-insaturados. Se você 
usar só os sites de busca para se informar, vai encontrar a seguinte definição: 
“Um ácido graxo é uma cadeia de átomos de carbono com átomos de hidrogênio 
ligados e um grupo de carbono-oxigênio-oxigênio-hidrogênio, a unidade que o 
torna um ácido, no final”. 
Entendeu? Nem eu (rs). Em outras palavras, disse o nosso consultor, “os ácidos 
graxos podem ser explicados como blocos construtores de gorduras”. Durante 
a digestão, o corpo quebra as gorduras, que na sequência podem ser absorvidas 
pelo sangue. 
Fazem esta função em nosso organismo, três tipos de ômega 3: 
1) Ácido alfa-linolênico; 
2) Ácido eicosapentaenoico (EPA); 
3) Ácido docosahexaenoico (DHA). 
 
Esses ácidos graxos são chamados de “essenciais”, e este nome faz todo o 
sentido. Seu corpo realmente precisa deles. O problema é que o nosso 
organismo não é capaz de produzi-los internamente, então precisamos obtê-los 
por meio de quem? Dela, da alimentação. 
 
 
As fontes e as funções 
Em linhas gerais, o EPA e o DHA são encontrados nos animais marinhos, 
especialmente nos peixes. Já o ácido alfalinolênico é de origem vegetal 
(encontrado nas sementes da chia e na linhaça). A suplementação acaba sendo 
mesmo um caminho para a maior parte da população. É importante, no entanto, 
que você discuta com o seu médico qual é a dosagem indicada. 
Ter uma quantidade ideal de ômega 3 no corpo é necessário porque os ácidos 
graxos realizam muitas funções em nosso organismo. Entre elas, Dr. Carlos 
citou: 
– A formação de uma camada de gordura em torno das células, chamada de 
membrana celular. Esta membrana tem função vital para a célula. É o que faz o 
funcionamento ser possível, garantindo a circulação e a oxigenação, por 
exemplo; 
– Além disso, os mesmos EPA e DHA também são fundamentais para que o 
“Tico e Teco” se entendam. 
 
Digo isso porque eles atuam na formação da bainha de mielina, uma outra 
membrana que reveste os neurônios e cuja função é realizar a condução dos 
impulsos elétricos e garantir a comunicação entre eles. 
Corações frágeis 
Toda vez que eu escutava sobre o ômega 3, sempre via as propagandas 
endossarem os benefícios cardíacos de tal substância (tem gente até recebendo 
ligação gravada com a voz do Moacyr Franco sugerindo a venda deste produto, 
sabia?) Sim, o sistema cardiovascular, quando afetado por ômega 3 de 
qualidade, responde de forma muito positiva por algumas razões. 
Dr. Carlos me explicou que o EPA, por exemplo, tem efeito anticoagulante, 
diminuindo a atividade das plaquetas e reduzindo os níveis de triglicerídeos 
(gorduras saturadas). 
Tudo isso faz com que o sangue fique “mais fino”, característica fundamental 
para quem está no alvo de um “entupimento” eminente, o que pode resultar em 
um infarto ou AVC, por exemplo. 
 
 
Já o DHA ajuda a evitar arritmias cardíacas, estabilizando a atividade elétrica 
no coração. Isso é importante para manter o ritmo dos batimentos, o que 
significa também estabilidade para evitar doenças cardiovasculares. 
Além disso, o ômega 3 modifica a composição química do sangue, provocando 
o aumento dos níveis do HDL (colesterol bom) e a diminuição dos níveis de 
LDL (colesterol ruim). E, de quebra, ainda regula a pressão – a vilã do AVC. 
Controlar a hipertensão e entender a real função do colesterol em nosso 
organismo é fundamental para manter a boa saúde. A questão toda é que os 
conhecimentos atuais sobre estes assuntos enfrentam um paradigma. 
Cereja do bolo 
O fato é que o ômega 3 ocupa o pedestal de protetor contra formação de placas 
de gordura nos vasos e é responsável por flexibilizar as veias e artérias. Isso 
afasta o risco de doenças como hipertensão, aterosclerose, infarto e derrames. 
Mas se pudesse eleger o principal beneficiado pelo ômega 3, o Dr. Carlos me 
contou que, certamente, escolheria o cérebro e o sistema nervoso central. 
Porque, como já disse, além de permitir que o Tico e o Teco conversem, ele 
também potencializa o desempenho cognitivo. 
Isto também é muito útil e necessário para a memória, para a linguagem e, 
óbvio, para evitar as sequelas impostas pelas doenças cerebrais mais temidas. 
Uma pesquisa realizada pela Northumbria University, do Reino Unido, 
observou que o consumo semanal de peixes ricos em ômega 3, melhora a 
circulação cerebral e diminui os riscos de demência ao envelhecer. 
Há ainda pesquisas relacionando baixos níveis de ômega 3 a um 
desenvolvimento mais lento de crianças e adolescentes, depressão, Alzheimer,obesidade, além de doenças crônicas como artrite reumatoide e diabetes, entre 
outras. 
Direto na fonte 
E aí, onde encontrar essa riqueza? Os peixes de águas frias são os alimentos que 
têm a maior quantidade de ômega 3, em função da sua tendência a acumular 
mais gorduras. 
Arenque, sardinha, salmão e atum são as espécies indicadas. E é sempre bom 
lembrar, reforçou o dr. Carlos, que os peixes que contêm ômega 3 são os 
selvagens. Peixes de criação são pobres da substância devido à sua alimentação, 
à base de rações, que são ricas em ômega 6 (e tem um efeito inflamatório). 
 
 
As sementes de chia e linhaça também são muito ricas em ômega 3, na forma 
de ácido alfalinolênico. A quantidade diária recomendada de linhaça, 10 
gramas, possui 0,54 gramas do ácido graxo. A chia também conta com boas 
quantidade de ômega 3. 
Suplementação 
Dr. Carlos fez questão de ressaltar que os suplementos de ômega 3 são 
indicados caso a pessoa não consiga adquirir o ácido graxo por meio da 
alimentação, com a ingestão de peixes, linhaça ou chia. 
“É preciso ficar atento à fraude de cápsulas, pois atualmente muitas delas não 
contém o ômega 3, ou contêm de uma forma impura. Desconfie de marcas 
muito baratas”, alertou o nosso consultor. 
Sobre a quantidade diária recomendada de ômega 3, ela ainda não é um 
consenso dentro da comunidade médica. “Boa parte dos especialistas defende 
como segura uma porção que varia de 1 a 3 gramas de ômega 3 ao dia”, disse 
Dr. Carlos. 
Antes de ir, preciso dividir com você algumas observações: 
1. Aprendi com Dr. Carlos que salmão de criadouro como fonte de ômega 3 é 
enganação. O ideal é se alimentar do salmão selvagem, muito difícil de ser 
encontrado. O problema é que o salmão vendido no Brasil costuma vir de 
criações no Chile em que o peixe se alimenta de rações pobres em ômega 3 e 
riquíssimas em ômega 6 (que tem efeito inflamatório). Ainda são adicionados 
corantes no peixe para ficar com a carne avermelhada. Portanto, evite. É melhor 
usar e abusar das sardinhas. 
2. A sardinha está mais abaixo na cadeia alimentar, se alimenta de plâncton e 
por isso fica mais protegida de estar contaminada por mercúrio, como ocorre 
com o salmão e o atum. Fora que é muito mais barata. 
3. Atualmente, em caso de suplementação, é preferível usar os preparados 
purificados, que não contêm mercúrio e são altamente concentrados em EPA e 
DHA, já nas proporções adequadas. Há contraindicações para pessoas com 
problemas de coagulação, como os hemofílicos. Gestantes também merecem 
atenção especial na hora de suplementar. 
 
 
 
 
Os benefícios da linhaça, sua aliada 
em potencial 
Por | Nivia de Souza 
Podendo ser encontrada na forma de grão, farinha e óleos, a linhaça desponta 
como mais um item importante na lista dos superalimentos. Vai dizer que você 
nunca ouviu ninguém sugerir que ela seja adicionada em suas refeições? 
A amiga do coração 
Tendo em vista que milhares brasileiros perdem suas vidas todos os anos por 
conta de doenças do coração, a prevenção desses eventos deveria nortear a 
nossa alimentação e práticas. 
Inserir a linhaça na sua dieta significa consumir um nutriente muito importante 
para sua saúde, o ômega 3. Pode ser que, quando eu cito esta substância, de 
forma automática, seu cérebro pense diretamente nos peixes. 
Sim, você está fazendo a associação correta. Entretanto, os peixes não são os 
únicos que possuem altas concentrações de ômega 3, como vimos no capítulo 
anterior. 
Além da chia, a linhaça é outro alimento que vai proporcionar para o seu 
organismo este nutriente, uma vez que ele não é produzido pelo nosso corpo. 
Um estudo publicado em 2010 pelo The Canadian Journal of Cardiology afirma 
que o aumento na ingesta de ácidos ômega 3 é uma das mais poderosas 
estratégias de obter benefícios cardiovasculares, pois a presença do ácido 
alfalinolênico é capaz de diminuir a presença do colesterol ruim na corrente 
sanguínea, prevenindo de infartos e AVCs. 
Contra inflamações? Linhaça 
A linhaça é uma excelente opção para ajudar no equilíbrio entre Ômega 3 e 6. 
Quando acontece um desarranjo nesta relação, o organismo humano fica muito 
mais propenso a inflamações. 
Em sua composição, podemos identificar uma quantidade destacável de fibras. 
A recomendação é que, diariamente, você consuma 10 gramas de linhaça, o que 
corresponde a uma colher de sopa. Sendo isso, você estaria ingerindo 13% das 
fibras necessárias para o período de 24 horas. 
As fibras são responsáveis pelo funcionamento pleno do intestino. E você sabe 
que um intestino que trabalha direitinho é sinal de uma boa digestão e absorção 
dos nutrientes. Quem não quer? 
Para quem busca redução de peso, segue uma informação importante: ela age 
na liberação do sangue e, consequentemente, reduz o acúmulo de gordura no 
corpo. 
O consumo de linhaça também ajuda o seu organismo a produzir o fitoquímico 
lignana, que é nossa aliada no combate ao câncer. 
Algumas pesquisas sugerem que ela impede o progresso de certos tumores e 
diminua a possibilidade do surgimento de câncer de mama em mulheres na 
menopausa. 
Um destes estudos, chamado de Flaxseed oil reduces the growth of human 
breast tumors (MCF-7) at high levels of circulating estrogen (algo como “Óleo 
de linhaça reduz o crescimento de tumores de mama como altos níveis de 
estrógeno circulante”, em português) e realizado pela Universidade de 
Toronto, sugere que seja o mesmo ácido alfalinolênico o responsável pela ação 
benéfica. 
Além disso, essa substância é antioxidante, ou seja, previne o envelhecimento 
celular. 
Como encontrar 
O uso da linhaça como componente da dieta é milenar. Existem até registros do 
alimento em desenhos encontrados nos túmulos faraônicos. 
As sementes, que podem ser das cores marrom ou dourada, são facilmente 
adicionadas em frutas, receitas de pães e saladas. Outra dica é adicioná-las em 
sucos e vitaminas. 
Já o óleo de linhaça, que não pode ser aquecido por perder suas propriedades, é 
usado bastante para temperar saladas. Mas, atenção, esta opção tem menos 
fibras. 
Cuidado! 
Sempre consuma os alimentos – e aqui incluímos a linhaça – em quantidades 
moderadas. O excesso de fibras pode causar irritação nas mucosas intestinais. 
 
 
 
 
Aos ex-diabéticos, a poderosa batata 
andina 
Por | Nivia de Souza 
A manutenção de uma vida com qualidade, atualmente, é sinônimo 
de privação. Digo isso porque, para ser saudável hoje, erroneamente, nos 
ensinam que só é preciso aprender a dizer não. 
DUvida? Basta propagar a palavra carboidrato perto de alguém que deseja 
emagrecer, seja por qual motivação. 
Imediatamente, com indicador em riste, nutricionistas tradicionais começam a 
propagar a impossibilidade de degustar o sabor e a delícia trazidos por este 
grupo alimentar. 
Neste contexto, junto com as massas, pães e bolo, a batata foi condenada, 
extirpada e expulsa do cardápio tido como saudável. 
Agora, ainda que seja adequado pensar em alguma moderação na hora de 
consumir este tubérculo – uma vez que ele é rico em amido e se transforma 
rapidamente em açúcar após ser ingerido – eu preciso te fazer uma revelação: 
Existe um tipo de batata, bem específico e facilmente encontrado no Brasil, que 
tem propriedades secretas, diferenciadas e transformadoras. 
E, por estas características, já está sendo chamado pelos naturalistas de 
“remédio rústico para o diabetes”. 
Se você, além do milagre também quer saber o nome do santo, te convido a 
permanecer comigo aqui. 
Tenho certeza de que os resultados desta batata vão te surpreender. 
Iguaria andina 
Vamos lá. 
Foi a professora e consultora da Jolivi, a expert Drª Denise Carreiro,que me 
apresentou a esta poderosa batata. 
Drª Denise é conhecida no meio médico e científico por ajudar seus pacientes 
portadores de doenças crônicas a encontrar a cura por meio da alimentação. 
A indicação do alimento terapêutico foi feita durante uma conversa nossa sobre 
a dificuldade das pessoas em conseguir controlar o diabetes tipo 2. 
Sim, hoje em dia é epidêmico o descontrole do diabetes, colocando toda uma 
geração em perigo. 
Um estudo da própria Sociedade Brasileira do Diabetes mostra que em média 
9 em cada 10 diabéticos não conseguem manter os níveis seguros de glicemia, 
ficando próximos de complicações como cegueira, neuropatia e depressão. 
 
 
Agora, olha o contrassenso: 
Se a ciência já sabe que o tipo 2 desenvolvido pelos diabéticos é um problema 
de origem e reversão centrados nos hábitos de vida, incluindo aí a 
alimentação, como até agora não havíamos encontrado um cardápio realmente 
terapêutico para ajudar os pacientes a domarem esta doença? 
Uma das explicações da Drª Denise para este cenário desolador é que realmente 
a medicina tradicional se afastou da fisiologia e da nutrição. 
E como parte majoritária dos profissionais de saúde desconhece a ação dos 
nutrientes dentro do corpo, eles acabam privando, por consequência, os seus 
pacientes de terem acesso aos ingredientes naturais, que têm o poder de curar e 
reduzir drasticamente os sofrimentos. 
Em vez disso, preferem atuar por aí só prescrevendo remédios e dando cartão 
vermelho para os alimentos. 
Deve ser por isso que eu, por exemplo, nunca tinha ouvido falar da funcional 
batata yacon. Uma planta descrita por pesquisadoras da Universidade Estadual 
de Campinas como da espécie Asteraceae, originária da região andina e 
introduzida no Brasil por descendentes japoneses por volta de 1989. 
Para eles, os sábios japoneses, um santo remédio natural! 
Como age a Yacon? 
Se você ficou curioso, eu preciso te deixar ainda mais entusiasmado. 
Visualmente, a Yacon parece uma batata-doce (que cá entre nós, já é uma opção 
melhor do que a batata inglesa e infinitas vezes mais nutritiva do que uma batata 
frita congelada, recheada de monossódico de glutamato). 
E o que faz da batata Yacon um achado terapêutico é justamente a sua 
composição. 
Para facilitar o entendimento, eu vou focar em apenas um dos seus 
componentes: o frutano. 
O frutano deixa a Yacon com um poder especialmente almejado por quem está 
no alvo do diabetes. 
Já vou explicar por quê. 
Fibras e glicemia 
Toda vez que a gente ingere um carboidrato, ele é transformado em glicose 
(energia) dentro do corpo. 
Para esta energia ser transportada e chegar aos órgãos, é preciso da ação de um 
hormônio chamado insulina. 
Quem produz insulina é o pâncreas. 
Porém, em situação de diabetes, obesidade e pré-diabetes, este transporte não 
ocorre como deveria. 
Como as taxas de glicemia do diabético já costumam estar nas alturas, o 
pâncreas não dá conta de produzir o hormônio transportador em quantidade 
suficiente. 
Este desequilíbrio é fatal. 
O açúcar em excesso vira gordura, inflama as células, entope vasos, cobre o 
fígado, o pâncreas e deixa lenta a circulação. 
 
 
Já a insulina que não cumpre sua função, envelhece o organismo, deixa lento o 
metabolismo e ainda impede que o cérebro receba oxigênio em quantidade ideal 
para a sobrevivência. 
Daí você me pergunta: e a Yacon nisso 
tudo? 
Então, ao contrário das batatas tradicionais, o tubérculo andino armazena os 
carboidratos na forma de frutano, e não de amido. 
Isso faz diferença por promover os seguintes efeitos: 
– A metabolização praticamente não exige insulina (uhu! folga para o pâncreas) 
– Ela é composta por fibras alimentares que ampliam a sensação de saciedade, 
diminuindo a fome e a compulsão (um excelente modo de dimunir a gordura e 
a inflamação). 
– Os compostos da Yacon contribuem para o funcionamento do intestino e 
ainda diminuem o aporte glicêmico do organismo (O que faz com que a 
glicemia diminua, uma vez que a energia em excesso é eliminada ou enviada 
para os órgãos que precisam). 
 
Resultado: lembra da dificuldade de manter as taxas glicêmicas em controle? 
Então, aos diabéticos descontrolados, as batatas! 
Simples assim. 
Recomendação de consumo 
Aos seus pacientes diabéticos, Denise recomenda o consumo de uma batata 
yacon, à noite, em média de duas a três horas antes de dormir. 
Aquela boquinha noturna tão providencial, sabe? 
Pode ser crua, batida com um suco de couve, ou cozida, temperada com alecrim 
(couve e alecrim, dois alimentos terapêuticos que vamos explorar mais neste 
relatório). 
A prática clínica de Denise está totalmente alinhada a diversos ensaios 
científicos que já atestaram o impacto da yacon na baixa da glicemia e na 
melhora da insulina. 
 
 
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Nacional de 
Tucuman, e publicado no Clinical Nutrition Journal, mostrou que o xarope de 
batata Yacon foi eficiente para diminuir a resistência à insulina encontrada em 
mulheres em situação de menopausa (grupo em que o combate do diabetes é 
ainda mais difícil do que os diabéticos em geral, devido às mudanças 
hormonais). 
O grupo de mulheres foi acompanhado por 120 dias, e o método foi duplo-cego. 
Ou seja. Uma parte recebeu a Yacon e a outra só placebo, para que não tivesse 
nenhum tipo de interferência nos resultados. 
Quem consumiu o extrato de batata, em 120 dias, já estava com a resistência à 
insulina sanada, além de ter reduzido os índices de massa corpórea. 
Já os pesquisadores do Instituto de Biociência da Universidade Estadual de 
Botucatu, fizeram uma revisão bibliográfica em todos os estudos feitos com a 
Yacon desde os anos 2000 e endossam o coro em defesa da batata. 
Na conclusão da pesquisa publicada na revista internacional Nutrients, está lá: 
“como resultado (do consumo da Yacon), os níveis glicêmicos, peso corporal 
e risco de câncer de cólon pode ser reduzido. Com base nesses achados, a 
maioria dos estudos revisados concluiu que, devido às suas propriedades 
funcionais, as raízes de Yacon podem ser efetivamente usadas como um 
suplemento dietético para prevenir e tratar doenças crônicas, entre elas o 
diabetes”. 
E os efeitos colaterais? 
Sim. Se exagerar na dose, você poderá ter desconforto abdominal, gases e até 
flatulência. 
Parece pouco (muito pouco) perto da falência renal e das amputações em 
decorrência do diabetes, doença que a metformina e a aplicação sintética de 
insulina, sozinhas, não estão conseguindo colocar nos trilhos 
E, como aprendi com a Drª Denise, alimentação segura nunca será resumida a 
um ingrediente só. 
Pensando bem, isso seria um tédio sem tamanho. 
Por isso, além da Yacon, sugiro que você continue acompanhando as edições 
do Remédio Natural. Em cada vídeo, texto e webinar eu descubro um alimento 
terapêutico novo, saboroso, simples e sem efeito colateral. 
 
 
 
 
Infarto e pressão arterial: o suco 
infalível 
Por | Nivia de Souza 
 
Vamos conhecer 2 pessoas totalmente diferentes, que poderiam ser seus 
parentes, vizinhos ou até mesmo você. 
Verônica J., 63 anos: Contadora, mãe de 2 filhos, voltou a fumar há pouco 
mais de uma década, logo após a menopausa. Durante um bom tempo, foi 
usuária da pílula anticoncepcional. Costuma fazer aulas de zumba às quartas-
feiras, mas, às sextas, não dispensa uns petiscos com chope geladinho. 
Sua ginecologista, com quem faz consultas anuais, a aconselhou procurar um 
cardiologista. A médica, porém, não foi ouvida. Depois de sentir muita dor de 
cabeça, Verônica sofreu AVC hemorrágico enquanto trabalhava. 
Douglas F., 38 anos: Engenheiro, pai de 3 filhos, usauma calça número 48 e 
se incomoda com a barriga que costuma ficar para fora. Não frequenta a 
academia e, em um mesmo dia, não chega a dar os 10 mil passos diários 
necessários para ser considerado ‘saudável’. Também não liga muito para o 
cuidado com o diabetes e com a saúde em geral. Nunca colocou um cigarro na 
boca e também não bebe, porém faz praticamente todas as refeições fora de 
casa, abusando de fast food, frituras, refrigerantes diets, pães doces e cachorro-
quente. Em uma segunda-feira de manhã, teve um AVC isquêmico. 
Apesar de serem tão distintos, Verônica e Douglas têm em comum algo que vai 
além do fato de ambos terem sido vítimas (quase fatais) de um Acidente 
Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecidos como derrames. 
Verônica e Douglas são hipertensos, ou seja, sofrem de pressão alta. Você sabe, 
leitor, o que isso realmente significa? O sangue, quando passa por cada veia e 
artéria, exerce uma tensão sobre as paredes destes vasos. 
É como a água passando pela mangueira. 
Quando esta tensão é igual ou acima do considerado normal (14 por 9, em 
repouso), a pessoa é enquadrada como vítima de hipertensão. De acordo com a 
Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a pressão alta acomete 1 em cada 
4 pessoas. 
Esta condição é popular e democrática; qualquer pessoa pode apresentar, 
independentemente de idade, cor, peso e temperamento. 
Durante o processo de envelhecimento, é comum que aconteça esse aumento 
na pressão arterial. 
É um processo silencioso e, por vezes, traiçoeiro. Até porque, você, meu 
vizinho, a Verônica e o Douglas podem estar com os índices pressóricos em 
desalinho sem se darem conta disso. 
 
 
Sinal de alerta 
Leitor, eu não quero com isso lhe causar nenhum desespero. Até porque o 
terrorismo mais atrapalha do que ajuda. 
O meu objetivo – e o da Jolivi também – é te alertar para esse problema de 
saúde que pode ser um gatilho para doenças cardiovasculares – entre elas o 
AVC, que acometeu nossos amigos Verônica e Douglas. 
Segundo o nosso consultor, Dr. Leonardo Aguiar, anualmente, 68 mil pessoas 
morrem por causa de um derrame no Brasil, sendo a nossa primeira e principal 
causa de morte. No mundo todo, esse número é de 6 milhões. 
Além dessa estatística ser triste e estar bem próxima da gente por abranger quem 
nos é querido, é revoltante saber que a pressão alta é uma condição altamente 
evitável. Há também aquelas pessoas que sobrevivem ao AVC. O que, óbvio, é 
desejável, mas, muitas vezes as sequelas são horríveis. 
O Dr. Léo me disse que as consequências de um derrame podem ser 
incapacitantes, o que resulta não só em impactos na vida do paciente e de seus 
familiares, mas para a sociedade em geral. 
Assim, podemos dizer que a hipertensão é um problema de saúde de pública e 
seu combate exige muito mais do que sair do consultório médico com receitas 
vitalícias de medicamentos, que prometem fazer o controle. 
Só medicar os hipertensos não adianta, e a coleção de mortes e sequelados pelo 
AVC nos comprova isso. 
Ingredientes da pressão controlada: 
A alimentação, como você já deve imaginar, leitor, tem um papel essencial no 
gerenciamento e controle. 
Eu acho que você deve estar pensando que farei uma lista de diversas restrições 
alimentares. Pelo contrário! Até porque o controle tem muito mais a ver com 
equilíbrio do que com proibições. 
A única restrição que vou citar é sobre o sal. E não estou falando de todos os 
tipos de sal, mas, sim, do sal refinado. 
Assim como o açúcar, para ganhar aquela aparência branquíssima, o sal passa 
por um processo de refinamento em que mais de 80 minerais são perdidos, 
restando apenas dois: o sódio e o cloro. 
A recomendação, portanto, é que você e sua família consumam o sal integral, 
ou seja, aquele que não passa pelo procedimento químico. 
Pode ser o sal marinho, o sal do mar Celta ou o sal rosa do Himalaia, por 
exemplo. Todos eles contém, entre todos aqueles minerais que eu disse lá em 
cima, o magnésio, uma substância com propriedades relaxantes e, também, um 
excelente antiarrítmico. Em outras palavras, ele descontrai as artérias, diminui 
a resistência periférica e, consequentemente, a pressão. 
“Devemos lembrar que existem alimentos que nos enganam, pois possuem 
altíssimo teor de sódio como, por exemplo, conservas, temperos 
industrializados e embutidos”, avalia o Dr. Léo. Ele indica que você dê 
preferência para os grãos integrais, pois eles são ricos em fibras. 
Quer exemplos? Olha só: arroz integral, milho (lembre-se de não adicionar sal 
na pipoca), aveia, quinoa. 
 
 
A próxima dica do nosso consultor é abusar dos vegetais, que são ricos em 
minerais e fibras. “Não pense neles apenas como acompanhamentos”, indica. 
A trinca tomates, cenouras e brócolis rendem pratos saborosos, criativos e 
coloridíssimos. 
As nozes também são aliadas poderosas, pois elas contêm tipos de gorduras que 
são bons para a nossa saúde. Por conta do alto teor calórico, consuma com 
moderação como lanche intermediário. 
Fique atento também ao consumo de bebidas alcóolicas, pois elas também 
possuem a capacidade aumentar a sua pressão. 
Feita esta pequena introdução, posso dizer, que de acordo com as minhas 
pesquisas e com todos os especialistas que eu ouvi, existem 10 passos simples 
para baixar a pressão. 
Deixe-me apresenta-los 
• Beber mais água (pelo menos 2 litros por dia) – a desidratação faz com que a 
pressão sanguínea aumente rapidamente. 
• Comer alimentos naturais de cor verdade, como couve, brócolis e couve de 
Bruxelas– o magnésio que eles contêm diminui a pressão arterial. 
• Cortar o açúcar refinado – estudos mostram que este é o único item que você 
precisa cortar do seu cardápio 
• Comer mais frutas ricas em potássio, como é o caso da banana, que ajudam a 
equalizar a pressão. 
• Pare de fumar – um cigarro pode aumentar a sua pressão arterial em até 10 
pontos. Parar de fumar reduz a pressão já nas primeiras 2 horas sem tabaco 
• Limitar o uso de álcool – o consumo exagerado, ainda que eventual, é um dos 
gatilhos da pressão arterial elevada. O limite deve ser de duas doses quando se 
decide beber. 
• Reduzir o peso – Lembre-se: perder 5% do total do peso corporal é o suficiente 
para sair do grupo de hipertensos 
• Fazer mais exercício – mas não exagere! Faça uma caminhada diária ou um 
mergulho. 
• Suavizar o estresse – tente meditação, massagem ou música. 
• Nunca adicionar sal após o alimento pronto. Só esta atitude já é suficiente para 
reduzir pela metade o grupo de hipertensos, conforme ensinou a Sociedade 
Brasileira de Hipertensão. Durante o cozimento, trocar o sal branco por sal 
marinho ou sal do Himalaia. 
 
O equilíbrio certo de sódio e potássio é vital para a regulação da pressão arterial. 
Se além dele, você apostar nas sementes de girassol (25 gramas por dia), no 
consumo diário de duas colheres de sopa de azeite, em sempre temperar a sua 
comida com alho, o modulador natural da pressão, você estará pronto para 
conquistar todos os benefícios trazidos por um suco especial. 
O suco de beterraba 
Beber suco de beterraba todos os dias pode ajudar as pessoas que sofrem de 
pressão alta, segundo diferentes pesquisadores. 
Essa planta contém altos níveis de nitrato. E, no corpo humano, o nitrato se 
converte em óxido nítrico, um gás que promove o relaxamento e dilatação dos 
vasos sanguíneos, diminuindo a pressão. 
Um estudo da Barts and the London School of Medicine and Dentistry mostrou 
que pacientes hipertensos, ao tomarem um só copo de suco de beterraba todos 
os dias, ao longo de um mês, tiveram um aumento quase imediato dos níveis de 
óxido nítrico no corpo. 
E viram cair a pressão sistólica e a diastólica.

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