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Forma de Estado do Brasil (Federalismo)

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Lara Maria de Almeida Paz
Acadêmica de Direto pela Universidade Federal do Maranhão
------------------------------------ Forma de Estado -------------------------------------
Maneira de organizar o poder político dentro de um território. Pode ser centralizado (simples- único poder administrativo) ou descentralizado (composto, pluralidade de poderes políticos). 
Unitário: centralização política e o monismo de poder. Um centro de poder político responsável pela produção de normas jurídicas a serem observadas indistintamente por todo o território. Pode haver um certo grau de descentralização, subdividindo o estado unitário em:
Puro: absoluta centralização
Descentralizado administrativamente: A descentralização administrativa visa assegurar relativa autonomia regional ou local com vistas a executar ou gerir algumas competências outorgadas pelo Poder Central.
Descentralizado política e administrativamente: autonomia na elaboração de leis e na execução de decisões políticas.
Composto: duas ou mais entidades políticas no mesmo território. 
Confederação: Pessoa Jurídica de Direito Internacional Público. A confederação consiste na associação de Estados nacionais soberanos, firmada por intermédio de um tratado internacional, com vistas a estipular tarefas e objetivos comuns. Os Estados participantes detêm o direito de secessão, pois o elo que os conecta é mais fraco do que o da Federação. Podem se opor às decisões proferidas no Congresso Confederal (único órgão em comum entre eles) e os seus cidadãos mantém a nacionalidade de seu país.
Federação: um único Estado, com entes autônomos unidos através da Constituição Federal, sendo as decisões tomadas pelo executivo, legislativo ou judiciário federal obrigatórias, respeitados os limites estabelecidos na CF. Os cidadãos têm a nacionalidade do Estado federal.
Federação Brasileira: caracterizada pela descentralização política-administrativa fixada pela Constituição, existência de órgãos que representam os Estado e DF no âmbito federal (Congresso Nacional e Governadores) e poder de auto-organização (Constituição estadual + lei orgânica). 
Obs.: possibilidade de os Estados ou DF por meio do Governador ou das Assembleias Legislativas de elaborar PEC (art. 60, III) e controle de constitucionalidade concentrado (art. 103 CF).
Requisitos para manutenção da federação: rigidez da constituição, a imutabilidade da forma federativa, a existência de órgãos encarregados de exercer o controle de constitucionalidade das Leis e possibilidade de intervenção federal.
Autonomia dos entes federativos: capacidade de autodeterminação dentro de certos limites constitucionalmente estabelecidos. Difere-se da soberania, pois esta é a capacidade de autodeterminação incondicionada por determinantes jurídicas extrínsecas ao povo.
Autogoverno: capacidade de escolha dos representantes do Legislativo e do Executivo. 
Auto-organização: capacidade de elaborar a própria Constituição
Auto-Legislação: competência para editar as próprias leis 
Autoadministração: possibilidade de exercer suas competências constitucionalmente atribuídas de forma livre, desde que não inflija o pacto federativo.
 Tipos de federalismo: 
Formação: centrípeto (por aglutinação, estado perfeito Ex.: EUA) ou centrífugo (por segregação, estado imperfeito Ex.: Brasil) 
Repartição de competências: 
- Dualista: repartição horizontal de competências entre a União e os Estados; não há competência concorrente ou comum entre eles; aos estados-membros são atribuídas competências remanescentes; Estado Liberal. Ex.: EUA
- Integração: subordinação dos Estados à União; aproxima-se do estado unitário descentralizado
- Cooperação: áreas de atuação comum e concorrente entre a União e os Estados-membros, Estado de bem-estar social. Ex.: Brasil
Concentração de poder: centralizador (centrípeto; predominância do poder central, convívio entre o princípio federal e o unitário; ex: BR), descentralizador (centrífugo; predominância do poder periférico) e equilíbrio (compensação entre integração e autonomia).
Distribuição de competências: simétrico (igual distribuição de competências entre entes federativos de mesmo grau. Ex.: BR) ou assimétrico (geralmente em países com acentuadas diferenças regionais, diferente tratamento jurídico entre os entes federativos ex.: Canadá).
Conformação com o federalismo: simétrico (tem: composição plural do Estado, repartição de competências entre o poder central e periférico, intervenção federal, poder judiciário repartido, existência do poder constituinte decorrente e organização bicameral do poder legislativo) e assimétrico (infenso a uma sistematização federalista rigorosa)
Centros de competência: bidimensional (típico-duas esferas de competência: União e estados-membros) e tridimensional (atípico- divisão em 3 esferas: União, Estados-membros e Municípios).
Repartição de competências:
Princípio da predominância de interesse: matérias relacionadas a interesse nacional/geral são destinadas à União (art. 21 e 22), se de interesse regional, aos Estados (art. 25) e se de interesse local, aos Municípios (art. 30). Ao Distrito Federal encaminha-se matérias referentes ao interesse local e regional, tendo em vista seu caráter híbrido (art. 32 §1°). 
Critérios para a repartição de competências: I) repartição exaustiva de competências entre os entes federativos; II) enumeração das competências da União e atribuição de poderes reservados ou não enumerados aos Estados federados e III) enumeração da competência os Estados federados e atribuição de poderes reservados à União.
Obs.: competência exclusiva não pode ser delegada.
Possibilidade de delegação das competências privativas (art. 22, Parágrafo único) quando atender aos requisitos:
Formal: só pode delegar por meio de lei complementar 
Material: só pode delegar matérias específicas da competência privativa
Implícito: a delegação tem que atingir a todos os estados e distrito federal (princípio federativo; simétrico – art. 19, III)
Obs.: a União pode revogar a delegação de competência por meio de lei complementar (paralelismo das formas); o Estado não pode delegar a competência a ele delegada; 
Competências administrativas comuns: art. 23 CF (Ex.: zelar pela guarda da constituição; proteger o meio ambiente e combater a poluição)
Competência legislativa concorrente: art. 24 e parágrafos.
§1°: No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. Competências não cumulativas. A União não dispõe de poderes ilimitados que lhe permitam transpor o âmbito das normas gerais, para, assim, invadir, de modo inconstitucional, a esfera de competência normativa dos Estados. O Estado, existindo normas gerais veiculadas em leis nacionais, não pode ultrapassar os limites da competência meramente suplementar, pois, se tal ocorrer, o diploma legislativo estadual incidirá, diretamente, no vício da inconstitucionalidade. Repartição vertical de competências normativas. Não haverá confronto de constitucionalidade entre norma geral federal e norma específica estadual.
§2°: A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. Existente a lei federal de normas gerais, poderão os Estados e o Distrito Federal, no uso da competência suplementar, preencher os vazios da lei federal de normas gerais, a fim de afeiçoá-la às peculiaridades locais. Competência Suplementar Complementar.
§3°: Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender as suas particularidades. Competência suplementar supletiva. 
§4°: A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Não é revogação, pois a norma estadual continua existente e válida, porém não produz mais efeitos. Caso a norma da União seja declarada inconstitucional ou revogada, a norma estadual voltará a produzir efeitos (repristinação tácita).
Art. 30,II – os Municípios podem suplementar a legislação federal e estadual no que couber. Ou seja, de acordo com o interesse local (art. 30, I).
Obs.: norma geral (conceito tem divergência doutrinária) - elevado nível de abstração, como princípios, diretrizes; institui comandos que podem ser aplicados a qualquer estado.

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