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Morfofisiologia do Esôfago 
 
Luiz Pedro Duarte Farias – lpdfarias.med@gmail.com 
Universidade Salvador – Laureate International Universities 
Medicina – Sistema Digestório 
Turma IV 
EMBRIOLOGIA 
 O esôfago começa a se desenvolver na faringe primitiva – seu desenvolvimento é contínuo. Na 5ª semana, 
deve ocorrer uma separação – septação: o esôfago se separa da traqueia. A partir disto, o esôfago começa a crescer e 
em tono da 7ª/8ª semana, a estrutura já terminou o seu crescimento. O esôfago é proveniente do intestino anterior. 
O endoderma forma todo o epitélio de revestimento e glândulas – o endoderma será o mesmo para todas as 
regiões do trato GTI. Contudo, a medida que o esôfago cresce, algumas modificações vão acontecendo. O mesoderma 
dará forma ao mesênquima esplâncnico e este aos 4º e 6º arcos da faringe primitiva e futuramente aos 2/3 inferiores 
do esôfago adulto. O esôfago é divido em 3 terços: parte da musculatura estriada, mistura/ transição entre a 
musculatura estriada e músculos lisos e, finalmente, a musculatura lisa (esta desigualdade promove que os 
medicamentos possam agir em locais diferentes. Entretanto, mesmo que esse músculo seja estriado, não é possível 
um controle voluntário. Esse músculo estriado (1/3 superior) será proveniente do mesênquima das células da crista 
neural (contínuo com a faringe) e pouco do mesênquima original, enquanto os 2/3 inferiores serão provenientes do 
mesênquima esplâncnico. 
Entre a 7ª/8ª semana, as células do endoderma da mucosa vão se multiplicar exageradamente, acarretando a 
obstrução parcial ou total do esôfago. Todavia, na 9ª semana, a estrutura deve ser recanalizada – se isso não acontece, 
pode acontecer uma estenose esofágica. Outra alteração que pode acontecer é a atresia esofágica (em 80% dos casos 
vem associada com a fístula traqueoesofágica – VACTERL). Isso acontece 
devido a uma anomalia na septação; no caso da atresia, a septação pode ter 
ocorrido posteriormente. 
 
 
 
 
 
ANATOMIA 
 O esôfago possui em torno de 25cm de comprimento e pode ser 
dividido em 3 porções de acordo com a localização: porção cervical, porção 
torácica e porção abdominal. Tem seu início em torno de C6/C7 e seu fim 
em torno de T8/T9 (7ª costela). 
 Assim como o sistema digestório, o esôfago possui camadas 
específicas (todo o sistema digestório possui as mesmas camadas, mas 
cada região apresenta pequenas variações): mucosa (voltada para luz do 
tubo, camada mais interna), submucosa, muscular (externa) e serosa. No 
entanto, em algumas porções do sistema digestório, não existe 
exatamente uma camada serosa é possível encontrar uma camada 
adventícia. A camada serosa é mais fina que a adventícia, possui 
mesotélio, células pavimentosas nas duas extremidades; a camada 
adventícia é mais espessa, só é encontrada no tecido conjuntivo sem as 
células do mesotélio. Toda a porção do tórax do esôfago possui a camada 
adventícia e na parte abdominal possui a camada serosa (devido a 
continuidade com o peritônio). 
 
 A mucosa possui porções diferentes: epitélio, membrana basal (todo epitélio possui uma membrana basal), 
lâmina própria e muscular da mucosa. O epitélio da mucosa é estratificado pavimentoso não queratinizado – em todo 
o esôfago será encontrado esse epitélio (o limite entre o esôfago e estômago, o epitélio sofre uma mudança drástica). 
Na lâmina própria encontra-se tecido conjuntivo, é uma região bastante vascularizada e é possível encontrar glândulas 
(glândulas cárdicas do esôfago – encontradas no início e no final [regiões perto da faringe e na região gástrica do 
esôfago] – produzem o muco que ajudam na descida do bolo alimentar e na lubrificação do esôfago). Abaixo da lâmina 
própria, existe a camada muscular da mucosa, nesta encontra-se pedaços de músculos lisos; esta camada possui uma 
função específica: à medida que se contrai, a mucosa pode se mover para que a camada possa se aproximar da luz ou 
do bolo alimentar (não gera o movimento do peristaltismo – quem gera esse movimento é a camada muscular 
externa). O controle dessa camada muscular deve-se à 
parte do sistema nervoso entérico (porção do sistema 
nervoso autônomo) [o sistema nervoso entérico é 
subdivido em dois plexos: o submucoso – plexo de 
Meissner – e o plexo mioentérico – plexo de Auerbach –; o 
plexo submucoso está na camada submucosa {emite 
prolongamentos para a camada mucosa} e o mioentérico 
na camada muscular]. 
Na região da submucosa é possível encontrar 
vascularização, o plexo submucoso e glândulas esofágicas 
(seromucosas). 
 A camada muscular externa do esôfago é formada 
por músculos circulares (internos) e longitudinais 
(externos), independentemente do tipo de músculo. 
DEGLUTIÇÃO 
 A deglutição começa na faringe e finaliza no estômago. Esse processo é subdividido em fases: fase oral, fase 
faríngea e fase esofágica. Enquanto não há passagem do bolo alimentar pelo esôfago, este se encontra colabado, a 
sua abertura ocorrerá quando o alimento passar. Esse fato impede que haja o refluxo gástrico ou deglutição de ar. As 
extremidades do esôfago possuem esfíncteres – esfíncter esofágico superior (EES) [considerado tanto funcional 
quanto anatômico, pelo Moore] e inferior (EEI). Esses esfíncteres não são considerados anatômicos e sim fisiológicos 
– são espessamentos de músculos: superiormente, o espessamento do músculo estriado e inferiormente, o liso. O EEI 
está exatamente no ponto em que o esôfago atravessa o diafragma – o hiato diafragmático; enquanto o EES é 
exatamente na transição da faringe para o esôfago. 
 A primeira fase da deglutição é a deglutição oral: mastiga-se o alimento e este é empurrado para o palato 
grosso pela ponta da língua. O alimento será deslocado em direção ao palato mole pelo dorso da língua (parte mais 
posterior) e a partir disso mecanorrecpotores (receptores de tato) serão ativados. Com ativação desses receptores, 
informações serão enviadas, através dos nervos cranianos (glossofaríngeo e vago, IX e X), para o centro da deglutição 
– este localizado no tronco encefálico: no bulbo e na ponte. Quando a informação chega, ocorre a sinapse e ela retorna 
através do reflexo, a partir disto o processo da deglutição começa de maneira involuntária e assim se inicia a fase 
faríngea. As pregas palatofaríngeas serão 
contraídas, levando o palato mole para cima 
e obstrui a VAS para que o alimento não vá 
para a cavidade nasal. A laringe será 
elevada, fazendo com que a epiglote desça 
e seja fechada, impedindo que o alimento 
vá para o Sistema Respiratório e o esfíncter 
esofágico superior relaxa. Disto, há uma 
contração dos músculos da faringe superior, 
iniciando a onda peristáltica primária. 
Então, o alimento passa pelo EES e começa a descer pelo esôfago e então se inicia a fase esofágica. Toda essa 
movimentação dura em torno de 1s. 
 A onda peristáltica gerada – primária, extrínseco – tem sua duração até percorrer todo o esôfago. Fisiologia 
do peristaltismo: após o reflexo, ocorre uma despolarização das fibras vagais eferentes com a musculatura estriada/ 
lisa (este se utiliza de GAP junctions, ou seja, 
gradativamente todas as fibras são despolarizadas), 
fazendo com que a onda peristáltica se propague. 
Quando a onda primária não é efetiva, o sistema 
intrínseco – mecânico, ao empurrar a parede do 
esôfago – gera uma onda peristáltica secundária. 
Contudo, o peristaltismo secundário acontece 
apenas na região onde o alimento está “parado”; 
neurônios do sistema entérico serão estimulados e 
estes farão várias conexões com músculos que estão 
em posições distintas (músculos que estão logo atrás 
e logo à frente do bolo aimentar). Desta forma, os 
interneurônios vão conectar essasinformações 
excitatórias e inibitórias. 
 O músculo que será contraído na porção 
posterior será o longitudinal (por meio do 
neurotransmissor acetilcolina). Ao mesmo tempo, a 
porção anterior deverá ser relaxada – interneurônios 
vão enviar informações para a musculatura circular 
entrar em relaxamento. Este estímulo inibitório pode 
acontecer por substâncias diferentes: óxido nítrico e VIP. Desta forma, 
com o longitudinal contraído e o circular relaxado, o alimento pode se 
locomover. 
 As pressões nas regiões do esôfago, quando não se está 
alimentando, é similar a pressão torácica. Onde há uma pressão muito 
elevada são nas regiões onde existem os esfíncteres. Na região do EES, 
a pressão está um pouco acima de 30mmHg e no EEI está em torno de 
20mmHg. Na situação de acalasia, a pressão do EEI está muito 
aumentada, fazendo com que o alimento não consiga passar para o 
estômago e se acumule na região.

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