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CAPÍTULO 8 - DO SUJEITO ATIVO E PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

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Prof. Luiz Antonio de Paula
PUC/GOIÁS – 2018/2 – DIREITO TRIBUTÁRIO I – JUR3411
CAPÍTULO 8 – DO SUJEITO ATIVO E PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA – SOLIDARIEDADE – CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA e DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
8.1 – DO SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A definição legal de sujeito ativo da obrigação tributária é dada pelo art. 119 do CTN, nos seguintes termos:
Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Como se vê sujeito ativo é o ente federativo (pessoa jurídica de direito público) que tem a competência (atribuída pela Constituição Federal– arts. 153 a 156) para exigir o cumprimento da obrigação.
Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.
Esta regra, contida no art. 120 do CTN, foi aplicada por ocasião da divisão territorial do estado de Goiás, em Goiás e Tocantins, sendo que a nova unidade da federação criada não só sub-rogou-se no direito aos créditos tributários que eram devidos para Goiás, relativamente aos fatos geradores ocorridos na região desmembrada, como também utilizou a legislação tributária de Goiás até que entrasse em vigor a sua própria.
8.2 - SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Em consonância com o conceito legal dado à obrigação tributária principal, que tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, é que o CTN define o sujeito passivo:
Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Em relação ao sujeito passivo da obrigação acessória, o direito positivo afirma:
Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
O sujeito passivo da obrigação principal, conforme a relação que tenha com o fato gerador, pode ser chamado de contribuinte ou responsável. O parágrafo Único do art. 122 do CTN, traz, assim, a regra:
O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador
responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei
Diante do dispositivo legal, descobrimos que contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que corresponda ao fato gerador, noutras palavras, é a pessoa que pratica a situação descrita no núcleo do fato gerador. Aquele que importa produtos do estrangeiro, aquele que presta serviços, aquele que promove a circulação de mercadorias, etc. Quando o contribuinte é chamado a pagar o tributo devido ocorre a “sujeição passiva direta”.
O responsável, por sua vez, é aquele que, sem ser contribuinte (porque não tem relação pessoal e direta com o fato gerador), é escolhido como sujeito passivo (pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária) por disposição expressa de lei. Quando o responsável é chamado a pagar o tributo devido no lugar do contribuinte ocorre a “sujeição passiva indireta”.
Exemplificando. Para o imposto de renda, todo aquele que aufere uma renda ou a disponibilidade econômica é considerado contribuinte. Assim, o empregado, ao receber sua remuneração é contribuinte deste imposto, porque tem relação pessoal e direta com seu fato gerador (auferir renda ou proventos de qualquer natureza). Entretanto, a lei atribui à fonte pagadora (empregador) a responsabilidade pelo recolhimento do imposto em nome do contribuinte. Neste caso, o empregador é sujeito passivo da obrigação principal, na condição de responsável, porque está obrigado a efetuar o pagamento do imposto. Ocorre aí a chamada “sujeição passiva indireta”, em que a lei atribui a terceiro a obrigação de pagar o tributo.
Observa-se que, embora o responsável não tenha relação pessoal e direta com o fato gerador, é necessário que tenha algum vínculo com aquele fato, conforme se depreende ao art. 128 do CTN, que diz que “a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação”.
As Convenções Particulares
Estabelece o CTN que:
Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Esta disposição, contida no art.123 do CTN, vem esclarecer que o Fisco não é obrigado a aceitar as convenções particulares, sobre a responsabilidade pelo pagamento de tributo, que tendem para modificar a definição legal do sujeito passivo. Assim, a cláusula em contrato de locação de imóvel que atribui ao inquilino a obrigação de recolher o IPTU, liberando o Proprietário do imóvel, não pode ser oposta à Fazenda Pública Municipal. O contrato vale somente entre as partes, ressalvada disposição de lei em sentido contrário.
SOLIDARIEDADE
A definição legal de solidariedade nos é dada pelo Art. 896, parágrafo único, do Código Civil, nos seguintes termos: “Há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado à dívida”. No primeiro caso, tem-se a solidariedade ativa e, no segundo, a solidariedade passiva.
Destarte, ocorrerá solidariedade passiva sempre que duas ou mais pessoas estiverem simultaneamente obrigadas numa mesma relação jurídica-obrigacional, respondendo todas elas pela dívida toda (in solidum). Em Direito Tributário admite-se apenas a solidariedade passiva, uma vez que numa mesma relação obrigacional só é possível um único sujeito ativo, o qual estará exigindo tributo previsto em sua competência.
A respeito da solidariedade, estatui o art. 124 do CTN:
São solidariamente obrigadas:
as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;
as pessoas expressamente designadas por lei.
Do disposto, podemos extrair duas modalidades de solidariedade em Direito Tributário: a solidariedade de fato – quando as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal e a solidariedade legal – em relação às pessoas expressamente designadas por lei.
Exemplo: ocorrerá a solidariedade decorrente do “interesse comum” no caso de uma sociedade de fato que promova uma dada transação comercial tributável. Embora os sócios não estejam relacionadas entre si por constituição jurídica (sociedade de direito), ainda assim responderão por igual pela obrigação tributária daí nascida, como se de direito a sociedade fosse.
Um exemplo de solidariedade legal é relacionado com a cobrança do IPTU em edifícios de apartamentos em condomínio, em que o Município pode se fixar em qualquer um dos condôminos para efetuar a cobrança do tributo pelo valor total, já que a solidariedade não comporta benefício de ordem.
São efeitos da solidariedade tributária:
a solidariedade não comporta benefício de ordem
pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais
a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo
a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Capacidade é a aptidão legal para adquirir e exercer direitos e contrair obrigações. Em nosso direito positivo (Direito Civil), algumas pessoas são indicadas como absolutamente ou relativamente incapazes de exercer os atos da vida civil, dependendo de certas circunstâncias previstasem lei, como a menoridade, a loucura, etc. 
Em Direito Tributário, todavia, a capacidade tributária independe da capacidade civil das pessoas naturais, significando que os incapazes segundo a lei civil (menores, surdos-mudos, que não possam exprimir sua vontade, etc.) têm capacidade para figurarem no pólo passivo da relação obrigacional tributária. 
Mais do que isso, é irrelevante para caracterizar a capacidade tributária o fato de a pessoa natural achar privada do exercício de certas atividades, como o comerciante falido (proibido temporariamente de comerciar) e o engenheiro que teve seu registro profissional cassado, sendo que, se tais pessoas exercem irregularmente os atos que lhe são proibidos e se, assim o fazendo, praticarem fato gerador de algum tributo, serão tributadas normalmente. Ainda a capacidade tributária independe de a pessoa jurídica estar regularmente constituída, sendo possível a tributação das sociedades de fato, que não foram registradas na junta comercial ou no órgão competente designado pela lei. A seguir, o extraído do texto legal contido no art. 126 do CTN.
A capacidade tributária passiva independe:
da capacidade civil das pessoas naturais;
de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO 
“O domicílio é o centro dos negócios de uma pessoa, isto é, é o lugar em que a pessoa responde ativa e passivamente pelas suas obrigações�”. Pelo art. 2º do CC “o domicílio civil da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo”. Em matéria tributária, o domicílio é, em princípio, aquele eleito pelo contribuinte ou responsável para nele responder pelas obrigações tributárias, porém existe uma regra suplementar a ser aplicada na falta de eleição. Veja o extrato das disposições contidas no art. 128 e seus §§ do CTN:
	Regra 
	Considera-se como domicílio tributário o local indicado pelo contribuinte ou responsável.
	
	
	Regra suplementar 
	Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, considera-se como tal:
	
	quanto às pessoas naturais ( a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais ( o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento
quanto às pessoas jurídicas de direito público ( qualquer de suas repartições no território da entidade tributante
	
	
	Exceção 
	Quando não couber a aplicação das regras, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
	
	
	Poder de Recusa 
	A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, devendo ser considerado, neste caso, o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
� Yoshiaki Ichihara, in obra citada,
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