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Aula 2 Os problemas econômicos fundamentais

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FUNDAMENTOS DA ECONOMIA 
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Prof. Dr. Marcos Rambalducci 
 
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Aula 2 
 
 
Os problemas econômicos fundamentais 
 
 
O problema econômico fundamental consiste, em primeiro lugar, em decidir o que 
produzir e em quais quantidades. Sendo os recursos produtivos limitados, como mão-de-
obra especializada (engenheiros, técnicos de nível médio, ferramenteiros, torneiros etc.), 
matérias-primas, capital fixo (máquinas, equipamentos, prédios, estradas, portos), capital 
financeiro para pagar os trabalhadores e adquirir matérias-primas, terras férteis para a 
agricultura e empresários dispostos a arriscar seus recursos no setor produtivo, e as 
necessidades humanas ilimitadas, a sociedade precisa decidir qual será a composição dos 
bens e serviços que naquele período será produzido e em quais quantidades. 
 
Além da expectativa de obter lucro, a escolha de um empreendedor em produzir prédios 
ou produzir alimentos, armas ou medicamentos depende do conhecimento que ele tem do 
mercado, de seu acesso à tecnologia e da tradição familiar. Do ponto de vista da sociedade, 
a escolha do que produzir está relacionada com as opções de política econômica dos 
dirigentes. A sociedade pode desejar mais usinas hidrelétricas e mais estradas, ou maior 
produção de grãos e habitações populares. 
 
Em segundo lugar, vem a questão de como produzir, que diz respeito à tecnologia. O 
conhecimento tecnológico pode ser comprado de outros países, mediante o pagamento de 
direitos (royalties). Para descobrir novos produtos e processos de produção novos ou 
aperfeiçoados, as empresas investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Geralmente, 
os países menos desenvolvidos investem menos em P&D, por insuficiência de recursos 
técnicos e financeiros, preferindo importar técnicas conhecidas em outros países. 
 
A decisão de como produzir implica a escolha das técnicas, o que, mais uma vez, 
envolve a questão dos preços dos recursos. Se a mão-de-obra for barata e o custo do capital 
elevado, as empresas tenderão a utilizar mais trabalho (L, de labor) e menos capital (K), isto 
é, o processo de produção será mais manual e menos mecanizado. Nesse caso, diz-se que 
as técnicas são de trabalho intensivo. Inversamente, nos países desenvolvidos, em que os 
salários são elevados e os direitos sociais dos trabalhadores mais amplos, as empresas 
tendem a mecanizar em massa o setor produtivo. 
 
Outra tendência dessas empresas é produzir alguns tipos de bens nos países em 
desenvolvimento, com mão-de-obra barata. Elas continuam produzindo, em seus países, os 
produtos que exigem alta dose de capital; diz-se que elas empregam alta relação K/L (capital 
intensivo), implicando o emprego de máquinas sofisticadas e robôs. A robotização está 
sendo empregada também em países em desenvolvimento, como o Brasil, principalmente na 
indústria automobilística. A explicação é a de que, com a globalização da produção em nível 
mundial, as empresas precisam reduzir custos, para poder competir. Entretanto, a 
robotização também é empregada em operações perigosas, como é o caso da Petrobrás, na 
prospecção de petróleo em águas profundas. 
 
 
 
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Prof. Dr. Marcos Rambalducci 
 
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Em terceiro lugar, a decisão para quem produzir é tomada pelas empresas, em função 
da expectativa de realizar lucro. Com esse objetivo, elas escolhem os consumidores que 
desejam abastecer com bens e serviços, conforme as diferentes classes de renda a que 
pertencem. Por exemplo, uma empresa do ramo da construção civil pode escolher entre 
construir prédios de luxo para a classe A, ou prédios mais modestos para a classe média, 
ou, ainda, uma combinação desses dois tipos de obra. Do ponto de vista privado, a escolha 
envolve sempre a expectativa de maximizar lucros e a disponibilidade de recursos e de 
tecnologia.

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