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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ GABRIEL COVALSKI DA MOTA MARCO ANTONIO FERREIRA MACHADO MARIANA RAMOS DOS SANTOS PAZ ARRANJO PRODUTIVO LOCAL CURITIBA 2020 1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ GABRIEL COVALSKI DA MOTA MARCO ANTONIO FERREIRA MACHADO MARIANA RAMOS DOS SANTOS PAZ ARRANJO PRODUTIVO LOCAL Estudo Dirigido apresentado ao curso de Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito avaliativo do 1º bimestre da disciplina de Economia Aplicada. Profº.: Osni José Jugler CURITIBA 2020 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3 1. CONCEITO DE APL ............................................................................................ 4 2. CONCEPÇÃO ...................................................................................................... 5 3. TIPOS DE APL..................................................................................................... 6 3.1. ARRANJOS INCIPIENTES ........................................................................... 6 3.2. ARRANJOS EM DESENVOLVIMENTO ..................................................... 7 3.3. ARRANJOS DESENVOLVIDOS (SISTEMAS PRODUTIVOS E INOVATIVOS LOCAIS) ......................................................................................... 7 4. VANTAGENS E DESVANTAGENS NOS APLS ................................................ 9 5. A IMPORTÂNCIA DOS APLS NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL ....... 11 5.1. PARCERIAS ................................................................................................ 12 5.2. CONFIANÇA E COOPERAÇÃO ................................................................ 12 6. APLS BUSCAM PARCERIAS EM PEQUENAS E MÉDIAS CIDADES .......... 14 7. CONTABILIDADE DE CUSTOS APLs ............................................................ 15 7.1. OBJETIVO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS ...................................... 16 7.2. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ................................................................... 17 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 19 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 20 3 INTRODUÇÃO A cooperação entre empresas destaca-se com um meio de gerar competitividade. Fortalecendo o poder de compra, partilhando recursos, colaborando com investimentos em novas tecnologias, estabelecendo competências, capaz de gerar renda e empregabilidade pra o local, entre outras. Empresas que buscam alcançar vantagens competitivas encontram através da inserção em redes de Arranjo Produtivo Local (APL). Segundo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), nos anos 50 e 60 ainda não havia incentivos políticos específicos com a intenção de desenvolver os centros industriais e comercias no Brasil. Foi apenas a partir dos anos 70 que iniciaram as primeiras aglomerações voltadas as políticas externas em determinados setores industriais, mas foi nos anos 80 que começaram a tratar as aglomerações como Arranjo Produtivo Local. No Estado do Paraná, por exemplo, podemos citar Arranjos produtivos Locais fixados nas cidades de Apucarana, polo dos bonés; Campo Largo, polo da cerâmica; Cianorte, polo dos jeans; Umuarama, polo dos estofados, entre outras cidades. Isso ocorre também entre estados ou então entre países, dependendo dos recursos ou interesses que podem oferecer ao outro. O presente trabalha irá abordar a constituição do APL, como o mesmo é planejado, qual o objetivo das empresas ao adotar esta política, de uma forma prática e de simples entendimento. 4 1. CONCEITO DE APL Surgiram no Brasil as aglomerações produtivas das PME (pequenas e médias empresa), nas décadas de 1980-1990. O surgimento das PME se deu por fatores de esgotamento do crescimento econômico sobre orientação do Estado e de grandes empresas como multinacionais. a crise no mercado de trabalho com demissões das indústrias e o crescimento da cultura empreendedora. Dentro deste contexto das PME, trabalha o conceito das APLs (Arranjos Produtivos Locais). Segundo Cardoso. O Arranjo Produtivo Local é uma aglomeração de empresas, localizadas em um território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa'. (CARDOSO, 2014, p. 7). Apresenta-se a formação de economias de aglomeração, por possuírem benefícios como, proximidade dos agentes, sendo elas matéria prima, equipamentos, mão de obra etc. Essas aglomerações de empresas ampliam suas oportunidades de sobrevivência e ampliação da instituição, constituindo-se uma essencial fonte indutora de vantagens competitivas. Dessa maneira, Conforme Costa (2010, p. 127) “um APL pode ser entendida como um grupo de agentes “orquestrados” por um grau de institucionalização explícito ou implícito ao aglomerado que buscam como finalidade, harmonia, interação e cooperação”. Vale ressaltar o termo APL refere-se à aglomeração de quaisquer atividades podendo pertencer ao setor primário, secundário e terciário no espaço, não importando o tamanho das empresas, variando desde estruturas artesanais com pequeno dinamismo, até arranjos que comportem grande divisão do trabalho entre as empresas e produtos com elevado conteúdo tecnológico. 5 2. CONCEPÇÃO A instalação de arranjos produtivos locais teve início nas décadas de 1960 e 1970 na Alemanha e na Itália. O sucesso destas instalações levou à proliferação desse tipo de organização. O fenômeno já havia sido descrito pelo economista Marshall no início do século XX, mas seu incremento se deu somente no período pós-guerra. Sua formação encontra-se geralmente associada a trajetórias históricas de construção de identidades e de formação de vínculos territoriais (regionais e locais), a partir de uma base social, cultural, política e econômica comum. Pressupõem-se, nos arranjos produtivos locais, ambientes favoráveis à interação, cooperação e confiança entre os atores, além de potencial para crescimento e desenvolvimento. No caso do Brasil, a Promulgação da Constituição Brasileira de 1988 aumentou o poder local na determinação dos rumos do seu desenvolvimento, objetivando melhorar a qualidade de vida como também as condições de moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene e principalmente transporte. (SANT ANNA. RIO DE JANEIRO, 2013) Devido à globalização, a incorporação da abordagem de APL na esfera das políticas públicas e privadas ocorreu rápida nos países desenvolvidos. No Brasil, segundo a Dra. Helena Lastres. Tal incorporação de modo concreto, ocorreu a partir de 1999 no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Em parceria com os estados da federação, foram identificados APL nos quais foram apoiados projetos de cooperação entre institutos de pesquisa e empresas, visando aprimorar produtos e processos. Foi também incluída pela primeira vez uma ação em APL no Plano Plurianual de governo (PPA 2000-2003), de responsabilidade do MCT. 6 3. TIPOS DE APL Cada arranjo apresenta suas próprias características com relação às origens, contexto econômico, ambiente sociocultural, nível de complexidade da cadeia produtiva entre outras. Com relação ao grau ou estágio de desenvolvimento, os arranjos podem ser classificados em três níveis:Arranjo Incipiente, Arranjo em Desenvolvimento e Arranjo Desenvolvido. 3.1. ARRANJOS INCIPIENTES São os arranjos desarticulados, carentes de lideranças legitimadas. Falta integração entre as empresas, o poder público e a iniciativa privada e uma visão mais ampla para o empresariado. Não há centros de pesquisa ou de profissionalização que poderiam contribuir para elaborar/implementar novos processos produtivos. São determinados por: • Baixo desempenho empresarial; • Foco individual; • Isolamento entre empresas; • Ausência de interação do poder público; • Ausência de apoio/presença de entidade de classe; • Mercado local (mercado de atuação restrito); e • Base produtiva mais simples. Este nível engloba aqueles arranjos incipientes, bastante desarticulados, carentes de governança, cooperação, entidades de classe estruturadas, investimentos em ciência e tecnologia. 7 3.2. ARRANJOS EM DESENVOLVIMENTO São importantes para o desenvolvimento local, pois atraem novas empresas e incentivam os empreendedores a investirem em competitividade, como condição para sua sobrevivência. Preocupam-se com os demais elos da cadeia produtiva, com impacto direto sobre a qualidade de seus produtos. As lideranças são mais capacitadas e legitimadas, organizando-se em entidades de classe, defendendo interesses regionais em vez de particulares. Apresentam uma incipiente integração entre o poder público e o empresarial. São reconhecidos por: • Foco setorial; • Possíveis estrangulamentos nos elos da cadeia produtiva; • Dificuldade no acesso a serviços especializados (tecnologia/design/ logística/crédito); • Interação com entidade de classe; e • Mercado local/estadual/nacional. Seu processo de desenvolvimento é reconhecido, possibilitando a atração de novas empresas e incentivando os empreendedores locais a também participarem da geração de renda do novo movimento empresarial. 3.3. ARRANJOS DESENVOLVIDOS (SISTEMAS PRODUTIVOS E INOVATIVOS LOCAIS) São aqueles arranjos produtivos cuja interdependência, articulação e vínculos consistentes resultam em interação, cooperação e aprendizagem, possibilitando inovações de produtos, processos e formatos organizacionais e gerando maior competitividade empresarial e capacitação social. As empresas e provedores de serviços formam um conjunto integrado, atuando com objetivos e estratégias comuns, exercendo forte impacto sobre o território em geral e sendo por este influenciado. São determinados por: 8 • Foco territorial; • Estrangulamento nas demandas comerciais coletivas; • Interação com a comunidade; • Mercado estadual/nacional/internacional; • Finanças de proximidade (relacionamento comercial estreito entre bancos e empresas) mais avançadas; • Base institucional local diversificada e abrangente; e • Estrutura produtiva ampla e complexa. Os arranjos classificados como de terceiro nível apresentam-se mais bem articulados, de importância para o desenvolvimento local, pela capacidade de atrair novas empresas, fornecedores, prestadores de serviços, bancos etc. Suas lideranças atuam, principalmente, em entidades de classe, com relacionamentos formais. Outros níveis de mercado (regional, nacional e internacional). Há, também, implementação de iniciativas de marketing territorial. 9 4. VANTAGENS E DESVANTAGENS NOS APLS Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES, 2004), “um conceito só é útil quando lhe permite apontar tanto situações em que é válido quanto as situações em que não é válido”. E buscando essa utilidade para o conceito de APL, é necessária a apresentação tanto de suas vantagens quanto desvantagens. Serrano (2011) comparou a atuação das empresas organizadas em um APL com as forças de Porter, o que permitiu concluir que as vantagens competitivas das empresas em APLs se formam por fatores relacionados principalmente aos clientes, por meio da qualidade, preço e serviços de pós-venda oferecidos pelas empresas dos arranjos, o que reduz o poder de negociação dos clientes. Aos sistemas de logística, no que diz respeito ao acesso fácil à distribuição e logística, curva de aprendizagem, e o acesso a insumos necessários para a produção, e política governamental favorável, classificou as vantagens como: • Clientes; • Fornecedores; • Sistema de Logística; • Desenvolvimento de novos produtos e manutenção de margens e rentabilidade; • Facilidade de acesso à pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados; e • Proteção contra novos concorrentes e ajuda de órgãos de fomento e desenvolvimento. Cezarino e Campomar (2005) apresentam vantagens, que foram unidas com o propósito de simplificar a explicação. • Infraestrutura de apoio especializada; • Fornecedores especializados e de bens substitutos; • Fortalecimento do poder de compra; 10 • Compartilhamento de ônus, recursos e riscos; • P&D (Pesquisa e Desenvolvimento); • Linhas de produtos com qualidade superior; • Renda de reinvestimento na atividade; • Pressão no mercado; e • Força para atuação em mercados internacionais. Os autores concluem que estas são provenientes de vantagens de poder de competição e de competitividade interna. No que diz respeito principalmente ao fluxo de informação, a especialização, aos bens substitutos, a P&D, observa-se convergência com os demais autores citados. 11 5. A IMPORTÂNCIA DOS APLS NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL O desenvolvimento regional está focado na importância dos movimentos dos agentes locais e assim, na valorização dos ativos territoriais. Com isso os APL são uma forte ferramenta para o desenvolvimento econômico e regional. A relação dos arranjos produtivos locais com o desenvolvimento regional implica em uma análise das atividades econômicas desenvolvidas em uma determinada região, sendo necessário adotar uma visão mais ampla do conjunto das atividades instaladas no território. Com tudo a própria terminologia arranjo produtivo local, demonstra que esse arranjo caracteriza-se pela sua localização geográfica, ou seja, sua base territorial. Portanto, retoma-se o conceito de território como o espaço apropriado por um ator, sendo definido e delimitado por e a partir de relações de poder, em suas múltiplas dimensões. Cada território é produto da intervenção e do trabalho de um ou mais atores sobre determinado espaço (ALBAGLI, 2004). Ao se estabelecer um APL, percebe-se que um arranjo produtivo local bem consolidado se estabelece como um importante instrumento de politica econômica, visando o desenvolvimento regional através do desenvolvimento das vocações microrregionais, agregando valores aos produtos e verticalização da produção; diversificação da base produtiva e da pauta de exportação; avanço no indicador de inclusão social através da melhoria da qualidade do emprego, melhoria salarial, melhoria da qualificação técnica da mão de obra (COSTA, 2010). Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional O APL é um forte instrumento de desenvolvimento Sócio produtivo e ao mesmo tempo, como resultado de politicas adequadas para o desenvolvimento regional. As justificativas para essas afirmações é o fato dos processos implicar numa valorização territorial. 12 5.1. PARCERIAS A presença de fornecedores, instituições e empresas cria o ambiente propício ao desenvolvimento dos Arranjos, mas não assegura o seu alcance, que é potencializado pelas interações sócio–econômicas e as constantes negociações e interlocuções lideradas pelos agentes locais. Ao se pensar no papel da liderança exercida pelos atores locais nos APLs, é imprescindível que se discuta também aspectos de confiança, cooperação egovernança, temas intimamente relacionados. Apenas a confiança permite a realização de ações cooperadas, que estimulam o aumento gradativo de confiança entre os atores. A governança, por sua vez, é a forma pela qual os protagonistas do Arranjo resolvem seus problemas no exercício dessa relação de confiança. Determina, também, o grau de maturidade da localidade para planejar, coordenar e executar as ações coletivas. 5.2. CONFIANÇA E COOPERAÇÃO As delimitações territoriais nas quais os APL estão inseridos contam com diferentes atores que trabalham cada qual, buscando objetivos próprios. No entanto, como já mencionado, o incremento da competitividade e o desenvolvimento do Arranjo só serão alcançados se os atores agirem de forma conjunta em prol de objetivos comuns, utilizando da melhor forma possível os recursos materiais, humanos e institucionais existentes na aglomeração. A necessidade da ação cooperada se apresenta quando surgem demandas que dificilmente poderiam ser satisfeitas com os agentes trabalhando isoladamente. A combinação de competências com escala de produção e a divisão de custos e riscos, possibilita o atendimento a demandas diversificadas. No entanto, as ações cooperadas carecem de um pré-requisito, a confiança. As pessoas são inclinadas a cooperar com quem já conhecem e com quem têm histórico de interação, de forma que, incentivar o protagonismo dos atores locais, no apoio ao incremento da competitividade das PMEs inseridas em APLs, passa pela construção e consolidação de um ambiente permeado pela confiança. 13 Esse processo envolve um conjunto de ações específicas no APL, em cinco níveis de indução: • Autoconfiança dos empresários; • Confiança nas instituições; • Confiança intra-empresas; • Confiança entre as instituições locais; e • Confiança entre as empresas. 14 6. APLS BUSCAM PARCERIAS EM PEQUENAS E MÉDIAS CIDADES O Governo Federal vem desde 2004 incentivando os APL, com o objetivo de melhorar o desempenho produtivo dessas empresas, e a economia regional. Em levantamento realizado em 2016 realizado pela Secretaria de Desenvolvimento da Produção (SDP) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do 677 APLS presente em 2175 municípios, são responsável por gerar mais de 3 milhões de empregos diretos em 59 setores da economia brasileira. O governo Federal estimula e atua para que empresas do mesmo setor ou que fazem parte da mesma cadeia produtiva organizem, juntas, práticas de cooperação, interação e treinamento. Por ora, as barreiras para o uso de soluções que melhoram o atendimento ao cidadão, a gestão e o uso dos recursos, vão muito além da dificuldade em investimento; “O diálogo com os municípios e gestores precisam ser ampliados para que os resultados e os processos burocráticos tenham andamento”, disse Carlos Frees, líder de projeto da Agencia Brasileira de Desenvolvimento Industrial. O caminho é que seja elaborado um termo geral para que startups e APLs apresentem ao poder público, com foco em pequenos e médios munícipios, as vantagens e inovações tecnológicas. As empresas que fazem parte de APLs têm ganhado tanto em competitividade quanto em escala. Algumas dessas estruturas, por exemplo, dividem maquinários, outras organizam capacitação e também buscam, em conjunto, suprir as necessidades de mercado. Além disso, a organização traz outras vantagens, como mais facilidade em organizar treinamento e capacitação de mão de obra e os custos podem ser divididos. Para fazer parte de um APL, a empresa precisa estar situada na área de atuação do arranjo produtivo. A integração ao grupo é feita mediante análise por instituições públicas ou privadas que são as gestoras regionais dos APLs. 15 7. CONTABILIDADE DE CUSTOS APLs Com o surgimento da Revolução Industrial, e o constante crescimento das empresas industriais, a contabilidade deparou-se com a necessidade de adaptar os procedimentos de apuração do resultado em empresas comerciais para as empresas industriais, pois as mesmas adquiriam matéria-prima e através da produção, transformavam os insumos em produtos destinados a venda. A contabilidade de custos, com o passar das décadas evoluíam de simples avaliações de estoque – como acontecia na simples compra e revenda - para um procedimento mais complexo, pois envolve outros fatores, como, salário, energia, aquisição e utilizam dos insumos, entre outros. Visto isso, ao encerramento do balanço haverá três tipos de estoque: insumos ou matéria-prima, produtos em elaboração e produtos acabados ou produtos para venda. Dentro dos custos, podemos subdividir em dois grandes grupos: Custos direitos e custos indiretos. Os custos diretos são aqueles que estão diretamente ligados aos produtos fabricados, pois há uma medida exata sobre o consumo na fabricação, como por exemplo, matéria-prima, mão de obra direta, embalagem, energia elétrica, entre outros. Já os custos indiretos são aqueles que estão indiretamente ligados à produção, que necessitam de cálculo para chegar a uma medida, como os rateios e estimativas, como por exemplo, depreciação de equipamentos, salários dos chefes, aluguel, serviços gerais, entre outros. Paulo Viceconti e Silvério das Neves, em seu livro Contabilidade de Custos, diz que: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços; abrange todos os gastos relativos à atividade de produção. Os custos são ativados e integram o estoque de produtos em elaboração e o de produtos. No momento da venda, os custos se transformam em despesas, em obediência ao Princípio da Competência (as despesas devem ser reconhecidas simultaneamente com as receitas que ajudaram a gerar). (VICECONTI; NEVES, 2018) Ainda é possível classificar entre outros dois grupos, como custos fixos que são aqueles que têm o mesmo valor, que independe do volume de produção, como aluguel 16 da fábrica, impostos, entre outros. E os custos variáveis, são aqueles que irão oscilar com o nível da produção ou se não houver produção, o custo será nulo, como materiais indiretos consumidos, gastos com hora extra, etc. 7.1. OBJETIVO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A escrituração na Contabilidade de Custos é capaz de controlar melhor as despesas de produção e colaborar nas tomadas de decisões. Os custos devem sempre estar sob controle e sendo monitorados para que através da gestão em equipe da entidade, possa alcançar determinados objetivos e fortalecer a economia, são eles: • Estabelecer os custos para um determinado período; • Ter maior controle sobre as quantidades físicas produzidas, por meio do custo médio; • Estabelecer sistemas de controle de custo que permitam análises, comparações, redução ou melhoria do custo; • Fornecer dados de custo com relação a determinadas alternativas, a fim de que a administração possa tomar decisões quanto à escolha; e • Determinar o melhor índice (Markup) e sobre ele o melhor preço de venda. Primeiramente, o objetivo de uma empresa é gerar lucro. A contabilidade de custos determinará o que será preciso investir para se produzir algo, por quanto o produto poderá ser vendido para se obter algum lucro e qual será esse lucro. Para iniciar a contabilização dos custos é necessário transcrever as informações pertinentes, sejam eles no Excel ou sistema utilizado pela empresa, como os gastos com matéria- prima, com pessoal, água, energia, entre outros. É importante frisar que o processo de registro é o mesmo para produtos e serviços. 17 7.2. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL Compreende as vendas de produtos e serviços da entidade, e outras receitas operacionais, pelo valor da Nota Fiscal, ou seja, está incluso no valor de venda o valor dos impostos, como ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISS. Na Demonstraçãodo Resultado do Exercício (DRE), os custos correspondem às receitas e ganhos – junto às despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos – e deverá ser reconhecida mesmo sem o desembolso (Lei 11.638/07). O custo se transformará em despesa quando o bem ou serviço for consumido, ou seja, o custo do produto ou serviço que incialmente estava estocado deixa de ser custo e vira despesa a partir do momento que é entregue ao cliente. Por tanto esta saída é uma perda, resultando a diminuição do Patrimônio Líquido. A matéria-prima adquirida pela indústria, enquanto não utilizada no processo produtivo, representa um investimento e estará registrada numa conta de Ativo Circulante (Estoque); no momento em que é requisitada pelo setor de produção, é efetuada baixa na conta de ativo e ela passa a ser considerada um custo, pois será utilizada para produzir outros bens ou serviços. No momento em que o produto acabado é vendido, o custo se transforma em despesa e passa a integrar o resultado da empresa. (NEVES; VICECONTI. P. 14, 2018) Abaixo, os custos mais comuns encontrados em empresas comerciais e industriais: • Custo das Vendas: Os custo da venda é semelhante a avaliação de estoque de mercadorias ou produtos. Os mesmos elementos que formam o Ativo formam também os Custos das Vendas; • Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): Refere-se exclusivamente às empresas comerciais, pois revendem as mercadorias que adquirem de seus fornecedores, sem alterar sua constituição. Portanto o único valor é o do custo da mercadoria, líquido dos impostos se recuperáveis; • Custo de Produtos Vendidos: Refere-se exclusivamente às empresas industriais, pois recebem a matéria-prima, adicionam insumos e fabricam um novo produto. A 18 apuração deste tipo de custo é bastante complexa, tendo em vista que a mensuração de determinados componentes é difícil; e • Custo dos Serviços Vendidos: Serviços administrativos ou comerciais, não há estoque de serviços. Porém, se forem serviços industriais, poderá haver a formação de estoque de serviços em elaboração, antes da conclusão final do serviço. 19 CONCLUSÃO Portanto, pode-se concluir que há vários conceitos sobre o tema, porém de modo geral os autores, afirmam que os APLs são aglomerações de empresas, que são constituídas em um mesmo território geográfico, partindo das necessidades da população, da demanda de atividades na região. Além dos diversos benefícios já mencionados, ainda é possível entender que a implantação desta política, conquista a especialização de determinado produto ou processo para uma região, permitindo o reconhecimento para uma cidade ou estado. No estudo realizado, observou que existem vantagens e desvantagens na implementação de um arranjo produtivo local. As vantagens acabam se tornando primordial no crescimento da empresa diante de um mercado agressivo e competitivo, onde as empresas unem seus esforços em busca de vantagem competitiva. As desvantagens por sua vez, não podem ser desconsideradas, mas podem ser evitadas, fazendo analise de riscos, das culturas que envolvem num aglomerado, no desenvolvimento de um sistema flexível e dinâmico que são formados nos APL. 20 REFERÊNCIAS CAMPOS, Ana J. de Melo; FEITOR, Carlos D. Cequeira; MARTINS, D. de Araújo; SOUZA, Iêda I. de Lira; CHAGAS, Talita Dias. Arranjos produtivos locais: Da conceituação à apresentação das características e das vantagens. Disponível em: < http://smartcitybusiness.com.br/2018/apls-buscam-parcerias-em-pequenas-e-medias- cidades/ > Acesso em: 15 abr. 2020 FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Manual de atuação em arranjos produtivos locais (APLS) – DECOMTEC/FIESP. Disponível em: < https://sitefiespstorage.blob.core.windows.net/uploads/2014/06/manual_apl.pdf > Acesso em: 14 abr. 2020 LASTRES, Helena M. Martins. Avaliação das Políticas de Promoção de Arranjos Produtivos Locais no Brasil e Proposição de Ações. Rio de Janeiro: Redesist, mar. de 2007. PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de Contabilidade Básica: Contabilidade Introdutória e Intermediária. 10 Ed. São Paulo: Atlas, 2017. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos: Fácil. 8 Ed. São Paulo: Saraiva, 2013. Disponível em: < https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502202092/cfi/0 > Acesso em: 17 abr. 2020. SEBRAE – Serviço Brasileira de Apoio às Micro e Pequenas Empresas . Termos de Referência para atuação do Sistema SEBRAE em arranjos produtivos locais. Brasília: SEBRAE, 2003. Disponível em: < http://intranet.df.sebrae.com.br/download/Backup/termo_referencia_apl.pdf > Acesso em: 13 abr 2020. VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério. Contabilidade de Custos: Um enfoque direto e objetivo. 12 Ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Disponível em: < https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220808/cfi/22!/4/4@0.00:4 9.9 > Acesso em: 16 abr. 2020.
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