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Prévia do material em texto

2017
Economia
Prof. Daniel Rodrigo Strelow
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
Profª. Tatiane Thaís Lasta
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof. Daniel Rodrigo Strelow
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
Profª. Tatiane Thaís Lasta
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
330
S914e Strelow; Daniel Rodrigo
 Economia / Daniel Rodrigo Strelow; José Alfredo Pareja Gomez 
de La Torre; Tatiane Thaís Lasta: UNIASSELVI, 2017.
 269 p. : il 
 ISBN 978-85-515-0049-1
1. Economia.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
III
aprEsEntação
 Prezado acadêmico! Seja bem-vindo ao caderno de estudos de eco-
nomia! Estamos iniciando uma nova disciplina neste curso, e nesta nova eta-
pa vamos nos dedicar ao estudo da disciplina Economia. Nos dias de hoje, 
entender de economia tornou-se imprescindível para o profissional de qual-
quer área do conhecimento. Na atualidade, o conhecimento sobre os fenô-
menos econômicos se faz cada dia mais necessário, inclusive para a tomada 
de decisões, não apenas por questões profissionais, mas também para a vida 
pessoal de cada indivíduo. Compreender os grandes problemas econômi-
cos, fazer análises e leituras cada vez mais precisas da realidade, compreen-
der as grandes diferenças sociais talvez seja o desafio de bons profissionais 
de qualquer área do conhecimento. Afinal, economia está presente no nosso 
dia a dia e em quase tudo o que fazemos, mas será que todas as pessoas têm 
esta clareza? Ou mesmo sabem interpretar as notícias relacionadas às ques-
tões econômicas e como elas afetam a nossa vida? Por exemplo, diariamente 
assistimos aos noticiários e lemos nos jornais questões simples que envol-
vem a economia que nos afetam diretamente. Algumas dessas notícias são 
sobre o aumento dos preços, a inflação, o aumento de impostos por parte 
do governo, o aumento do desemprego, aumento do dólar, crise econômica, 
ajuste fiscal, entre outras. Você sabe interpretar estas notícias e como cada 
uma delas interfere na economia? E a consequência delas em nossas vidas? 
Por isso, este caderno, dedicado à disciplina Economia, tem a finalidade de 
auxiliá-lo no entendimento dessas questões, didaticamente o caderno está 
dividido em três unidades.
 A Unidade 1 deste caderno consiste em uma introdução à economia. 
Esta unidade está dividida em cinco grandes tópicos. No Tópico 1, vamos 
estudar o conceito de economia, o problema da escassez dos recursos pro-
dutivos, as necessidades ilimitadas das pessoas. Estudaremos os problemas 
econômicos fundamentais, os bens de uma economia, os agentes econômi-
cos, estudaremos de forma breve a grande divisão da teoria econômica en-
tre microeconomia e macroeconomia. No Tópico 2, estudaremos os sistemas 
econômicos, como as sociedades capitalistas, socialistas e mistas organizam 
a sua produção e como lidam com os problemas econômicos. Já, no Tópico 
3, vamos estudar a curva de possibilidade de produção. Nesse tópico elabo-
ramos alguns exemplos e algumas aplicações da curva em uma sociedade. 
No próximo tópico, o quarto deste caderno, estudaremos o funcionamento 
de uma economia de mercado. Nele, você estudará como acontece a inter-
-relação entre os agentes econômicos de uma sociedade por meio dos fluxos, 
são apresentados os fluxos real e monetário, fluxo circular da renda em uma 
economia fechada e o fluxo circular da renda em uma economia aberta. Por 
fim, e não menos importante, apresentamos a você, estudante, o Tópico 5, 
em que trazemos a evolução do pensamento econômico ao longo do tempo, 
IV
desde a antiguidade, mercantilistas, fisiocratas; a escola clássica (importan-
te para compreender o pensamento econômico atual); o marxismo com Karl 
Marx, Keynes, os marginalistas, o neoclássico e mais atualmente, as correntes 
pós-keynesianas. 
 Na unidade 2 estaremos abordando questões de análise compor-
tamental dos dois agentes fundamentais à atividade econômica. Isto é, o 
agente “família”, como consumidores; e agente “empresa”, como centros 
produtivos. Ao longo da unidade estaremos conhecendo como esses agentes 
interagem no mercado, se observando: a dinâmica tanto da demanda como 
da oferta, o preço de equilíbrio de um determinado produto no mercado, 
a análise comportamental da utilidade marginal, a análise tanto da receita 
marginal como dos custos marginais e a dinâmica da economia de escala. 
E por último iremos estudar as estruturas de mercado que atuam em uma 
economia de mercado, quesito importante de entender para iniciar seus es-
tudos da unidade 3, a macroeconomia.
 Para lhe ajudar a se organizar nos seus estudos esta unidade divide-se 
em quatro grandes tópicos, sendo estes: tópico 1 – a lei da procura e da oferta, 
tópico 2 – o preço ideal e o comportamento da procura e oferta, tópico 3 – a 
teoria marginal e o comportamento do produtor, tópico 4 – a receita marginal 
e estrutura de mercado. Todos esses conceitos microeconômicos são impor-
tantes para que você possa ter maiores fundamentos e assim compreender 
melhor a unidade 3, na qual você irá estudar conceitos Macroeconômicos de 
uma economia de mercado.
 Na Unidade 3 deste Caderno de Economia iremos estudar a Macroe-
conomia, parte importante da teoria econômica. Nosso objetivo é conhecer os 
principais fundamentos da Teoria Macroeconômica e, para tanto, esta unida-
de divide-se em cinco grandes tópicos. No primeiro, iremos compreender as 
raízes históricas deste campo de estudo, bem como suas estruturas de análise, 
as políticas macroeconômicas e os seus principais objetivos. No segundo tópi-
co, nossa atenção estará voltada para a Contabilidade Social, um conjunto de 
técnicas que permite a medição dos principais agregados macroeconômicos 
de um país. Os principais agregados macroeconômicos também serão objeto 
de nosso estudo. No terceiro tópico analisaremos os pressupostos da teoria da 
determinação da renda e do produto nacional no mercado de bens e serviços. 
Além disso, discutiremos o papel e a importância da moeda no conjunto da 
economia. No quarto tópico estudaremos os fundamentos do comércio in-
ternacional e das relações econômicas internacionais. Nesse sentido, temas 
relacionados à importação, à exportação, ao balanço de pagamentos e à taxa 
de câmbio serão objeto de nossa atenção. Por fim, no quinto tópico analisare-
mos o fenômeno da inflação, suas principais características e seu impacto no 
cotidiano.
 Além do caderno de economia como o principal subsídio para esta 
disciplina, ao longo dos estudos preparamos para você algumas bibliografias 
e vídeos didáticos que serão úteis para que você atualize os seus conhecimen-
V
tos sobre o tema estudado. Além disso, ao final de cada tópico, elaboramos 
algumas atividades sobre os conteúdos abordados em cada tópico deste ca-
derno para você fixar os conhecimentos.
 Assim, esperamos que este caderno de estudos possibilite a você, aca-
dêmico, compreender os principais conceitos da disciplina de Economia e sua 
relação com o dia a dia. Desejamos a você um ótimo aprendizado, e que ao 
final desta disciplina você consiga aplicar os conceitos e teorias no meio pro-
fissional que você atua, sendo cada vez mais assertivo nas suas escolhas e 
tomadas de decisões, bem como auxilie nas pequenas escolhas diárias na sua 
vida pessoal. 
 Aproveite este caderno de economia! 
 Desejamos bons estudos! 
Daniel Rodrigo Strelow
José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
Tatiane Thaís Lasta
VI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VII
VIII
IX
sumário
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À ECONOMIA ............................................................................... 1
TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO À ECONOMIA ................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O QUE É ECONOMIA? ...................................................................................................................... 4
 2.1 ECONOMIA COMO UMA CIÊNCIA SOCIAL ......................................................................... 4
 2.2 A CIÊNCIA DA ESCASSEZ .......................................................................................................... 6
3 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS ............................................................... 8
 3.1 BENS E SERVIÇOS EM UMA ECONOMIA ............................................................................... 9
4 OS RECURSOS PRODUTIVOS ....................................................................................................... 11
 4.1 REMUNERAÇÃO DOS RECURSOS PRODUTIVOS ................................................................ 12
5 OS AGENTES ECONÔMICOS ......................................................................................................... 13
 5.1 AS FAMÍLIAS .................................................................................................................................. 13
 5.2 AS EMPRESAS ................................................................................................................................ 14
 5.3 GOVERNO ....................................................................................................................................... 14
 5.4 O RESTO DO MUNDO .................................................................................................................. 15
 5.5 MERCADO ...................................................................................................................................... 15
6 A DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA ................................................................................. 16
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 18
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 21
TÓPICO 2 - SISTEMAS ECONÔMICOS .......................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 23
2 O QUE É UM SISTEMA ECONÔMICO? ....................................................................................... 23
3 ECONOMIA CAPITALISTA OU DE MERCADO ........................................................................ 24
4 ECONOMIAS SOCIALISTAS OU PLANIFICADAS .................................................................. 26
5 ECONOMIAS MISTAS ...................................................................................................................... 28
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 30
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 31
TÓPICO 3 - CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO .................................................. 33
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 33
2 A FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA TÊXTIL ....... 34
 2.1 O CUSTO DE OPORTUNIDADE ................................................................................................. 37
 2.2 O DESEMPREGO REPRESENTADO NA CURVA DE POSSIBILIDADE 
 DE PRODUÇÃO ............................................................................................................................. 39
3 A CURVA DA POSSIBILIDADE EM NÍVEL DE UMA ECONOMIA ...................................... 40
 3.1 ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO ..................................... 42
 3.2 ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO: O 
 CRESCIMENTO E O DILEMA ENTRE A ESCOLHA ENTRE BENS DE 
 CONSUMO E BENS DE CAPITAL .............................................................................................. 44
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 47
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 48
X
TÓPICO 4 - FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO ............................... 49
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 49
2 O FLUXO REAL DA ECONOMIA ................................................................................................... 49
3 O FLUXO MONETÁRIO .................................................................................................................... 50
4 FLUXO CIRCULAR DA RENDA ...................................................................................................... 52
 4.1 FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA FECHADA SEM GOVERNO .......... 52
 4.2 FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA DE UMA 
 ECONOMIA ABERTA .................................................................................................................... 54
5 VAZAMENTOS E INJEÇÕES NO FLUXO DE RENDA ..............................................................56
 5.1 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – A POUPANÇA ............................. 56
 5.1.1 As injeções no fluxo circular da renda provenientes da poupança ................................. 57
 5.2 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – OS TRIBUTOS .............................. 57
 5.2.1 As injeções no fluxo circular da renda provenientes dos impostos ................................ 58
 5.3 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – AS IMPORTAÇÕES ..................... 58
 5.3.1 As injeções no fluxo circular da renda proveniente – caso das importações ................. 58
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 62
TÓPICO 5 - A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO ................................................ 63
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 63
2 PRÉ-HISTÓRIA E ANTIGUIDADE CLÁSSICA ........................................................................... 63
3 IDADE MÉDIA .................................................................................................................................... 64
4 MERCANTILISMO ............................................................................................................................. 64
5 FISIOCRACIA ...................................................................................................................................... 66
 5.1 OS FISIOCRATAS – CONTEXTO ................................................................................................. 67
6 A ESCOLA CLÁSSICA ....................................................................................................................... 68
 6.1 PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: ADAM SMITH ............................. 70
 6.2 PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: DAVID RICARDO ....................... 71
 6.3 PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: JEAN-BAPTISTE SAY ................. 73
 6.4 PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: THOMAS MALTHUS ................. 74
 6.5 PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: JOHN STUART MILL ................. 75
7 MARXISMO .......................................................................................................................................... 76
8 OS ECONOMISTAS NEOCLÁSSICOS (OU MARGINALISTAS) ........................................... 79
9 KEYNESIANISMO .............................................................................................................................. 81
 9.1 A ECONOMIA PÓS-KEYNES ...................................................................................................... 85
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 87
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 88
UNIDADE 2 - MICROECONOMIA ................................................................................................... 91
TÓPICO 1 - A LEI DA PROCURA E DA OFERTA .......................................................................... 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 93
2 CONCEITO DE MICROECONOMIA ............................................................................................. 93
3 LEI DA DEMANDA: O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ....................................... 95
 3.1 COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES .......................................................................... 96
 3.2 VARIÁVEIS DA ESTRUTURA DA DEMANDA ....................................................................... 98
 3.3 RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE PROCURADA E PREÇO DO PRODUTO ................... 100
4 FUNDAMENTOS DA LEI DA OFERTA ......................................................................................... 103
 4.1 O FATOR CUSTO DE PRODUÇÃO NAS QUANTIDADES OFERTADAS ........................... 106
 4.2 FATOR PREÇO E A CURVA DA OFERTA ................................................................................. 108
 4.3 A ESCALA COMPORTAMENTAL DOS PRODUTORES ........................................................ 109
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 111
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 112
XI
TÓPICO 2 - O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA ........... 113
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 113
2 O PREÇO DE EQUILÍBRIO ............................................................................................................... 113
 2.1 A INTERAÇÃO DA PROCURA E DA OFERTA ....................................................................... 113
 2.2. O PREÇO DE EQUILÍBRIO .......................................................................................................... 115
3 DESLOCAMENTOS DA CURVA DA PROCURA E/OU OFERTA ........................................... 118
 3.1 ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DA OFERTA .......................................................................... 119
 3.2 ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DA DEMANDA .................................................................... 121
4 FUNDAMENTOS DA ELASTICIDADE DA PROCURA E DA OFERTA ............................... 122
 4.1 A ELASTICIDADE DA PROCURA ............................................................................................. 123
 4.1.1 Fatores que influenciam na elasticidade preço da procura .............................................. 123
 4.1.2 Cálculo da elasticidade-preço da procura .......................................................................... 125
5 FUNDAMENTOS DA ELASTICIDADE DA OFERTA ................................................................ 128
 5.1 FATORES QUE INFLUENCIAM A ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA ........................ 129
 5.2 COEFICIENTE DA ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA .................................................... 130
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 133
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 134
TÓPICO 3 - A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR ................ 137
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 137
2 FUNDAMENTOS DA UTILIDADE MARGINAL DECRESCENTE DO 
 CONSUMIDOR ................................................................................................................................... 137
 2.1 O PRINCÍPIO DA UTILIDADE MARGINAL DECRESCENTE DO 
 CONSUMIDOR ............................................................................................................................... 138
 2.2 A ESCOLHA NO MOMENTO DE CONSUMIR ........................................................................ 140
3 LIMITAÇÕES PARA MAXIMIZAR A UTILIDADE MARGINAL ........................................... 142
 3.1 CURVA DA INDIFERENÇA .........................................................................................................142
 3.2 RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS .............................................................................................. 145
 3.3 REFLEXO DA RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA NO CONSUMO DO BRASILEIRO .......... 148
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 150
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 151
TÓPICO 4 - A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO .................................... 153
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 153
2 A RECEITA MARGINAL ................................................................................................................... 153
 2.1 MAXIMIZAR AS VENDAS ........................................................................................................... 154
3 ESTRUTURA DOS CUSTOS E A ECONOMIA DE ESCALA .................................................... 156
 3.1 CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS ..................................................................................................... 157
 3.2 ECONOMIA DE ESCALA ............................................................................................................. 159
 3.3 CUSTOS MÉDIOS E CUSTOS MARGINAIS .............................................................................. 161
 3.4 A MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO .................................................................................................. 163
4 ESTRUTURA DE MERCADO ........................................................................................................... 165
 4.1 CONCORRÊNCIA PERFEITA ...................................................................................................... 165
 4.2 COMPETIÇÃO IMPERFEITA E CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA ............................. 166
 4.3 OLIGOPÓLIO .................................................................................................................................. 167
 4.4 MONOPÓLIO .................................................................................................................................. 168
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 170
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 172
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 173
XII
UNIDADE 3 - MACROECONOMIA .................................................................................................. 175
TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA ................................................................... 177
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 177
2 EVOLUÇÃO DA TEORIA MACROEOCONÔMICA .................................................................. 178
 2.1 BREVE EVOLUÇÃO DA MACROECONOMIA ........................................................................ 180
3 OBJETIVOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA .................................................................. 181
4 OS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA ................................................ 183
 4.1 POLÍTICA FISCAL ......................................................................................................................... 184
 4.2 POLÍTICA MONETÁRIA .............................................................................................................. 185
 4.3 POLÍTICA CAMBIAL E COMERCIAL ....................................................................................... 186
 4.4 POLÍTICA DE RENDAS ................................................................................................................ 187
5 ESTRUTURAS DE ANÁLISE MACROECONÔMICA ................................................................ 188
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 190
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 191
TÓPICO 2 - NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL ................................................................ 193
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 193
2 A CONTABILIDADE SOCIAL ......................................................................................................... 193
 2.1 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS CONTAS NACIONAIS ............................................. 195
3 MEDINDO A ECONOMIA A DOIS SETORES: FAMÍLIAS E EMPRESAS ........................... 196
 3.1 O VALOR ADICIONADO ............................................................................................................. 200
 3.2 A POUPANÇA AGREGADA (S), O INVESTIMENTO AGREGADO (I) 
 E A DEPRECIAÇÃO ...................................................................................................................... 201
4 MEDINDO A ECONOMIA A TRÊS SETORES: O GOVERNO ................................................ 204
 4.1 CUSTO DE FATORES E PREÇOS DE MERCADO .................................................................... 205
 4.2 A RENDA PESSOAL DISPONÍVEL E A CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA E LÍQUIDA ....... 206
5 MEDINDO A ECONOMIA A QUATRO SETORES: O SETOR EXTERNO ............................ 207
 5.1 O PIB NOMINAL E O PIB REAL ................................................................................................. 209
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 211
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 213
TÓPICO 3 - A DETERMINAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO NACIONAL: 
 O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO MONETÁRIO ............. 215
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 215
2 O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS: A HIPÓTESE DO MODELO 
 BÁSICO (KEYNESIANO) .................................................................................................................. 215
 2.1 O EQUILÍBRIO MACROECONÔMICO .................................................................................... 217
 2.2 COMPORTAMENTO DOS AGREGADOS MACROECONÔMICOS .................................... 218
3 O MULTIPLICADOR KEYNESIANO DE GASTOS .................................................................... 220
4 DETERMINAÇÃO DE RENDA E DO PRODUTO NACIONAL: 
 O MERCADO MONETÁRIO ............................................................................................................ 222
 4.1 OFERTA DE MOEDA: OS MEIOS DE PAGAMENTO ............................................................. 222
 4.1.1 Criação e destruição de moeda ............................................................................................ 224
 4.2 OFERTA DE MOEDA PELO BANCO CENTRAL ..................................................................... 224
 4.3 O MULTIPLICADOR MONETÁRIO ........................................................................................... 225
 4.4 A DEMANDA DE MOEDA .......................................................................................................... 2264.5 TAXAS DE JUROS: NOMINAL E REAL ..................................................................................... 227
 4.6 A MOEDA E A POLÍTICA MONETÁRIA .................................................................................. 228
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 230
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 232
XIII
TÓPICO 4 - ECONOMIA INTERNACIONAL: O SETOR EXTERNO ........................................ 233
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 233
2 O COMÉRCIO INTERNACIONAL – ALGUMAS DEFINIÇÕES INICIAIS .......................... 234
 2.1 INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – 
 AS MEDIDAS PROTECIONISTAS ............................................................................................... 234
 2.2 INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL – 
 RESTRIÇÕES E INCENTIVOS AO LIVRE-COMÉRCIO .......................................................... 235
3 O BALANÇO DE PAGAMENTOS ................................................................................................... 236
4 TAXAS DE CÂMBIO ........................................................................................................................... 239
 4.1 OS REGIMES CAMBIAIS .............................................................................................................. 240
 4.2 A DESVALORIZAÇÃO E A VALORIZAÇÃO CAMBIAL ....................................................... 243
5 ALGUNS DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES E DAS EXPORTAÇÕES .................... 244
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 246
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 247
TÓPICO 5 - INFLAÇÃO ........................................................................................................................ 249
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 249
2 O QUE É INFLAÇÃO? ........................................................................................................................ 249
 2.1 A INFLAÇÃO DE DEMANDA .................................................................................................... 251
 2.2 A INFLAÇÃO DE CUSTOS ........................................................................................................... 252
 2.3 A INFLAÇÃO INERCIAL ............................................................................................................. 253
3 OS PRINCIPAIS EFEITOS DA INFLAÇÃO .................................................................................. 253
 3.1 EFEITOS NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ................................................................................ 254
 3.2 EFEITOS SOBRE O BALANÇO DE PAGAMENTOS ................................................................ 255
 3.3 EFEITOS SOBRE OS INVESTIMENTOS EMPRESARIAIS ....................................................... 255
 3.4 EFEITOS SOBRE O MERCADO DE CAPITAIS ......................................................................... 255
4 COMO COMBATER A INFLAÇÂO ................................................................................................ 256
5 METAS INFLACIONÁRIAS NO BRASIL ...................................................................................... 256
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 259
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 265
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 266
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 268
XIV
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• compreender os conceitos básicos da ciência econômica; 
• compreender e avaliar os problemas econômicos básicos que impactam 
nas atividades econômicas e no cotidiano; 
• entender e diferenciar as principais características dos sistemas econômicos; 
• conhecer e interpretar a curva de possibilidade de produção; 
• compreender o funcionamento de uma economia e sua relação com as ativi-
dades produtivas, comerciais e de distribuição da renda de uma sociedade;
• conhecer a evolução do pensamento econômico e as suas principais correntes. 
Esta unidade está organizada em cinco tópicos. Ao final de cada tópico você 
encontrará atividades que lhe darão uma maior compreensão dos temas 
abordados.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À ECONOMIA
TÓPICO 2 – SISTEMAS ECONÔMICOS
TÓPICO 3 – CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
TÓPICO 4 – FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
TÓPICO 5 – A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
Assista ao vídeo 
desta unidade.
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, daremos ínicio aos nossos estudos sobre introdução à 
economia. Nesta primeira unidade, a intenção é fazer com que você compreenda 
as conceituações básicas da economia presentes no nosso cotidiano.
Ao longo dos estudos, vamos fazer você perceber como a economia está 
presente no nosso dia a dia, em praticamente tudo o que fazemos. Embora todas 
as pessoas, diariamente, lidam com atividades de natureza econômica, poucas 
delas têm essa lucidez. Todos os dias, em telejornais, em periódicos, ou mesmo 
na internet, nos deparamos com diferentes questões econômicas que passam 
despercebidas. Alguns exemplos que podemos adiantar são os aumentos dos 
preços, cortes de gastos em períodos de crises e recessão econômica, ou ainda, de 
crescimento econômico em épocas prósperas. Poderíamos citar também as altas 
taxas de desemprego, taxas de câmbio, taxas de juros, alta nos impostos e tarifas 
públicas, a distribuição da renda e do produto, a inflação, entre outros. Exemplos 
mais simples, como a nossa diária relação de trabalho em troca de um salário no 
final do mês é uma relação econômica e política, o valor da passagem de ônibus, o 
valor dos alimentos, o valor da mensalidade da faculdade etc. É só começar a prestar 
atenção a nossa volta, e veremos que tudo o que nós compramos ou consumimos 
na forma de bens ou de serviços estão envoltas em várias relações econômicas 
e políticas. Esses são alguns temas centrais no estudo da ciência econômica, que 
aliás, é só ler um jornal para ver cada um desses termos, não é mesmo? O que todos 
esses termos econômicos e esses indicadores tem a ver com o nosso cotidiano? 
O estudo e conhecimento sobre os assuntos econômicos faz-se mais 
necessário do que nunca, já que maior parte dos grandes problemas das sociedades 
contemporâneas, como a globalização, a desigualdade, as questões ambientais e 
outros complexos problemas têm uma ligação direta com os problemas de natureza 
econômica. 
Neste primeiro tópico, vamos estudar o conceito de economia, o problema 
da escassez dos recursos produtivos, as necessidades ilimitadas, vamos estudar 
os problemas econômicos fundamentais, os bens de uma economia, os agentes 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
4
econômicos, estudaremos de forma breve a grande divisãoda teoria econômica 
entre microeconomia e macroeconomia, que serão aprofundadas nas Unidades 2 
e 3. 
2 O QUE É ECONOMIA? 
Para começarmos nossa disciplina, é importante buscar saber o que 
significa economia e qual a origem deste conceito. Em termos etimológicos, a 
palavra “economia” tem origem grega, sua divisão se dá por duas palavras: 
oikos, que significa casa; e nomos, que significa norma, lei. Assim, com a junção 
das duas palavras, temos oikonomia, que significa “administração da casa” ou 
“administração da coisa pública”. O senso comum costuma relacionar uma pessoa 
como sendo econômica, o que significa dizer que ela é cuidadosa com o gasto de 
dinheiro, ou cautelosa na administração de recursos que ela dispõe, geralmente a 
sua renda (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
Será que economia refere-se somente a economizar ou a poupar dinheiro? 
Muitas pessoas acreditam que sim, mas este é um juízo equivocado. Durante 
esta unidade, levaremos você a compreender a economia, buscando exemplos e 
demostrando que a mesma está presente no nosso dia a dia, em praticamente todas 
as atividades do nosso cotidiano, e nas escolhas que fazemos quando gastamos a 
nossa renda. 
 
A economia, ou ciência econômica, busca compreender como a sociedade 
e os indivíduos utilizam os seus recursos, que são escassos, na produção de 
determinados bens e serviços. Estuda-se ainda a forma como esses bens são 
distribuídos entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de 
satisfazer as necessidades de todos os indivíduos.
Os sujeitos devem fazer escolhas, as quais administrem bem os seus 
recursos, que já são escassos, de acordo com as suas necessidades (alimentação, 
saúde, educação, vestuário, habitação, transporte) que como citamos, são 
ilimitadas. Portanto, a ciência econômica preocupa-se com a alocação dos recursos 
de forma que não se comprometa as gerações futuras com o problema da escassez 
dos recursos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
2.1 ECONOMIA COMO UMA CIÊNCIA SOCIAL 
A ciência econômica procura estudar como a sociedade se organiza e de 
que forma administra seus recursos que são limitados (que tem um fim) com o 
propósito de produzir bens e serviços para atender às necessidades de toda a 
população que são ilimitadas. Assim, pode-se deferir a ciência econômica como 
sendo:
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
5
a ciência social que estuda como as pessoas e a sociedade decidem 
empregar recursos escassos, que poderiam ter utilização alternativa, na 
produção de bens e serviços de modo a distribui-los em várias pessoas 
e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas 
(STONIER, 1971 apud PASSOS; NOGAMI, p. 5).
Para Samuelson (1988) apud Passos e Nogami (2012), a economia é o estudo de 
como as pessoas e a sociedade decidem empregar os recursos escassos. Resumidamente, 
a definição da economia para Passos e Nogami (2012) é “uma ciência social que tem por 
objeto de estudo a questão da escassez”. Assim temos que: “economia é, pois, a ciência 
que estuda as formas do comportamento humano resultantes da relação existente entre as 
ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos 
alternativos” (STONIER, 1971, apud PASSOS; NOGAMI, p. 5, 2012).
A ciência econômica é uma ciência social e preocupa-se em estudar como a 
sociedade se organiza e de que forma administra seus recursos que são limitados, com o 
propósito de produzir bens e serviços e atender às necessidades das populações que são 
ilimitadas.
O senso comum geralmente tem a tendência de reduzir a ciência econômica 
ao seu viés puramente matemático, bancário e a gráficos, ou mesmo a relação 
mencionada anteriormente, em que economia consiste apenas em economizar 
dinheiro. Todavia, a ciência econômica pode ser considerada uma ciência social, 
pois é a ciência que estuda a organização e a distribuição dos bens, por consequência, 
o funcionamento das sociedades. É por meio da ciência econômica que estuda-se 
como os indivíduos e como a sociedade escolhe alocar os seus recursos produtivos 
da melhor forma possível, já que são escassos e tem a finalidade de satisfazer as 
necessidades de todas as pessoas dentro de uma determinada sociedade. Além 
disso, a ciência econômica preocupa-se com o comportamento das pessoas e como 
os indivíduos e as organizações tomam as decisões quanto à produção, troca de 
bens e consumos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). 
A economia é, portanto, uma ciência social, pois se ocupa do comportamento 
humano e de estudar como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na 
produção de bens e serviços.
IMPORTANT
E
NOTA
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
6
2.2 A CIÊNCIA DA ESCASSEZ 
O problema da escassez é um problema de todas as sociedades 
contemporâneas. Todos sabemos que o ser humano possui necessidades diárias 
para a reprodução material de sua vida, e que estão relacionadas ao consumo 
de mercadorias (bens e/ou serviços). Essas necessidades apresentam-se das mais 
variadas formas, é só observamos as nossas próprias necessidades, as primárias, 
que são: alimentação, saúde, educação etc. Desde as necessidades mais básicas até 
aquelas que podem facilitar a nossa vida, como produtos tecnológicos, celulares, 
computadores, carros etc. Assim, o consumo desses e de outros bens e serviços se 
torna uma condição de vida saudável, próspera e confortável na sociedade da qual 
fazemos parte. 
É importante, também, diferenciar as necessidades humanas dos desejos. 
As necessidades envolvem tudo o que realmente precisamos para sobreviver, como 
alimentação, moradia, saúde, educação, roupas, sapatos. Já os desejos são roupas 
caras e de marca, perfumes importados, celular de última geração etc. A escassez 
está presente em nosso dia a dia, por exemplo, quando você percebe que seu 
salário não pode comprar para além de todas as suas necessidades e todos os seus 
desejos. Se você precisa comprar um automóvel para facilitar seu deslocamento 
para seu trabalho, ou mesmo para passeio, isso é sua necessidade. Seu desejo seria 
comprar uma Ferrari, mas como seus recursos (rendimentos) são escassos, você 
vai comprar um automóvel que esteja dentro do seu orçamento e que vai atender 
a sua necessidade. 
 
Poderíamos nos perguntar: o que é a escassez e por que existe o problema 
da escassez? A escassez significa que um determinado produto ou serviço não tem 
uma disponibilidade ampla no mercado. Quer dizer, não consegue se produzir 
determinado bem para todas as pessoas e, se ele é escasso, possivelmente seu 
preço é mais elevado e nem todas as pessoas poderão comprá-lo. Assim a escassez 
existe pelo fato de que as necessidades das pessoas são ilimitadas. Tente pensar 
quais produtos e serviços você precisa para sobreviver e se reproduzir em um mês 
do ano, por exemplo. Você precisa consumir incontáveis bens e serviços, como 
alimentos, roupas, casa, transporte, escola, precisa ir ao médico, ir à faculdade, 
precisa abastecer seu carro, enfim, a lista se tornaria imensa, por isso, se diz em 
economia, que as necessidades são infinitas e ilimitadas. 
De outro lado, temos os recursos produtivos, (utilizados para a produção 
destes bens e serviços que utilizamos diariamente) que são máquinas, fábricas, 
terras, matérias-primas, entre outros, estes recursos são limitados, ou seja possuem 
um fim, possuem um limite. Por isso, os economistas costumam afirmar que as 
necessidades das pessoas são ilimitadas e os recursos são limitados, pelo simples 
fato de que não se consegue produzir todos os desejos de todas as pessoas (PASSOS; 
NOGAMI, 2012). 
Surge do pressuposto de que as necessidades humanas são infinitas, ao 
passo que os bens ou os meios de satisfazê-las são sempre finitos. De 
acordo com as teorias econômicas neoclássicas,o homem pode produzir 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
7
o suficiente de qualquer bem econômico para satisfazer completamente 
determinada necessidade, mas jamais poderá produzir o suficiente de 
todos os bens para atender simultaneamente a todas as necessidades. De 
acordo com essa definição, as ciências econômicas serviriam exatamente 
para gerir a escassez. Por outro lado, os bens econômicos são escassos 
porque normalmente se dispõem apenas de quantidades limitadas de 
recursos produtivos necessários para criar os bens em questão, recursos 
estes que compreendem, basicamente, o trabalho, a terra e o capital, mas 
o total dos bens econômicos que se podem produzir com tais recursos 
é bastante influenciado pela técnica e pelo grau de especialização, isso 
sem falar das complexas determinantes políticas que frequentemente 
afetam a produção e a distribuição dos bens. Assim, os economistas 
estudam também os processos produtivos pelos quais a escassez pode 
ser reduzida, empregando plenamente e de forma mais eficiente os 
recursos disponíveis, agilizando as formas de produção e distribuição 
dos bens em questão (SANDRONI, 1999, p. 211).
Assim, precisamos ter cuidado para que a escassez não seja confundida com 
pobreza. A pobreza, em termos simplistas, significa ter poucos e poder adquirir 
também poucos bens. Enquanto a escassez, significa que se tem mais desejos do 
que bens para satisfazê-los, ainda que hajam muitos bens. A questão da escassez 
está presente em todas as sociedades, seja rica ou seja pobre. Todavia, o problema 
difere se compararmos, por exemplo, países de terceiro mundo com países 
desenvolvidos. É claro que se experimenta uma escassez de maior quantidade de 
bens nos países em desenvolvimento. Já nos países desenvolvidos, como na Europa 
e Estados Unidos, estes podem ofertar uma quantidade maior de bem e serviços, 
por consequência, a escassez de bens é menor (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
FIGURA 1 – O PROBLEMA DA ESCASSEZ ILUSTRADO
 FONTE: Os autores
O problema da escassez é um dos problemas básicos da ciência econômica. 
Como vimos no tópico anterior, a economia se preocupa em estudar como a 
sociedade se organiza e de que forma administra seus recursos escassos, com a 
finalidade de atender às inúmeras necessidades que são ilimitadas. Assim, justifica-
se o estudo da economia justamente pela escassez dos recursos em relação às 
necessidades humanas, que são ilimitadas, é aí que faz sentido a ciência econômica, 
Necessidades
Humanas
Ilimitadas
Recursos
Produtivos
Limitados
Escassez
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
8
e justifica-se a preocupação em alocar e utilizar da forma mais racional e com 
maior eficiência possível todos os recursos disponíveis. Do problema da escassez 
surge a questão da escolha, uma vez que não se pode produzir tudo o que todas as 
pessoas desejam, e se criam, a partir disso, o que se chama na economia, problemas 
econômicos básicos ou fundamentais, o quanto produzir, para quem produzir e 
como produzir, por meio destes problemas econômicos básicos se decidem quais 
bens serão produzidos e quais necessidades vão ser atendidas (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2004). 
3 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS 
Como vimos no tópico anterior, as necessidades humanas, em todas as 
sociedades, são ilimitadas e os recursos produtivos são limitados, aí confrontam-
se com o problema da escassez, trata-se de um problema econômico central de 
qualquer sociedade dada a escassez de recursos, associada com a necessidade das 
pessoas que é ilimitada, originam-se os três problemas econômicos fundamentais 
que são: O que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? 
 Um exemplo básico sobre os três problemas fundamentais seria pensar 
sobre a produção de carros importados, quem os comprará? Provavelmente será 
uma pequena parcela da sociedade que poderá adquirir esse bem, então não é 
viável produzi-lo em grande escala. Outro exemplo seria a produção de trigo, o 
que, quanto e para quem? O trigo é um dos elementos mais comuns na alimentação 
mundial, possivelmente a demanda por esse bem é alta e não é apenas uma camada 
da sociedade que detém o poder de adquirir o pão, mas praticamente todas as 
faixas de renda. Os produtores vão observar o que e quanto devem produzir, 
como e para quem, observarão, inclusive, qual público poderá adquirir o bem, e se 
este bem é ou não viável de produzir em uma sociedade, já que não faria sentido 
produzir um bem que ninguém pode pagar ou que ninguém tem necessidade ou 
desejo sobre ele (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). 
 FIGURA 2 – PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS DAS 
SOCIEDADES
FONTE: Os autores
Como 
produzir?
O que e 
quanto
produzir?
Problemas 
econômicos 
básicos
Para quem 
produzir?
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
9
O que e quanto produzir?
Considerando que os recursos utilizados para a produção de bens e serviços 
são escassos, a sociedade precisa fazer escolhas, o que vai produzir e quanto vai 
produzir.
Como produzir?
Este problema se refere aos recursos que utilizará para produzir bens e 
serviços. Em geral, os produtores tendem a escolher aqueles que tiverem um baixo 
custo para produzir bens e serviços.
Para quem produzir?
Neste problema, a sociedade observará como as pessoas podem participar 
da distribuição de bens e serviços. Neste ponto se leva em conta as rendas dos 
indivíduos, ou seja, quem pode pagar por determinado bem. 
A forma como esses três problemas fundamentais serão tratados depende 
da forma de organização de uma determinada sociedade, que podem ser economias 
de mercado ou capitalistas, economias socialistas ou centralmente planificadas. 
Nas economias de mercado, por exemplo, espera-se uma maior condução desses 
problemas por parte das empresas privadas. Já nas economias planificadas, o 
protagonismo é do Estado na solução dos problemas (veremos mais adiante, no 
Tópico 2, os diferentes sistemas econômicos).
3.1 BENS E SERVIÇOS EM UMA ECONOMIA 
Falamos até aqui do problema da escassez e dos problemas econômicos 
fundamentais. A escassez, em economia, significa a falta de algum bem ou serviço. 
Quando se diz que um bem é escasso, significa dizer que ele é raro no mercado, 
mas precisamos entender o que são os bens e serviços em uma economia. Por 
“bem” pode-se entender que é tudo aquilo que permite satisfazer determinada 
necessidade humana. Só faz sentido um “bem” ser procurado se ele satisfazer as 
necessidades, ou seja, porque ele é útil. Em economia, os bens são classificados em 
bens livres e bens econômicos. 
Veremos a seguir as classificações: 
• Os bens livres são os que existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos 
com pouco ou nenhum esforço humano. Exemplos: a luz solar e o ar que 
respiramos, estes são considerados bens, pois de certa forma eles atendem às 
necessidades humanas. São bens livres, pois não possuem preço ou pelo menos 
ainda não pagamos por isso! 
• Bens econômicos são caracterizados pelo esforço humano para obtenção desse 
bem. E além disso, estes bens têm como característica básica um preço, além de 
serem escassos. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
10
Os bens econômicos são classificados em dois grandes grupos: bens 
materiais e bens imateriais ou serviços. Os primeiros são os bens materiais, ou 
seja, podem ser tangíveis, os quais podem ser atribuídos peso, altura etc. Exemplos 
desses bens são alimentos, roupas, livros. Os serviços são intangíveis, significa que 
não podem ser tocados nem medidos. Exemplos de serviços: atendimento médico, 
serviços de um advogado, serviços de transportadoras etc. A produção do serviço 
e o atendimento do mesmo são instantâneas. Uma importante característica é que 
os serviços não podem ser estocados, por exemplo.
Os bens materiais são classificados em bens de consumo e bens de 
capital. Os bens deconsumo estão relacionados com a satisfação das necessidades 
humanas. Estes podem ser de uso “não durável” e desaparecem assim que são 
utilizados. Alguns exemplos são: alimentos, gasolina, bebidas. Já os bens de uso 
durável, ao contrário, são bens que podem ser utilizados por um maior período de 
tempo, por isso, duráveis. Exemplos são eletrodomésticos, móveis, livros, carros, 
computador, entre outros.
Os bens de capital são os bens que permitem a produção de outros bens, 
como máquinas, equipamentos, computadores, instalações etc.
Os bens de consumo e bens de capital são considerados bens finais, pois 
já passaram por todos os processos de transformações possíveis para serem 
colocados no mercado e à disposição da população, por isso são os ditos “bens 
acabados”. Além dos bens finais, existem ainda os bens intermediários, que são 
aqueles que ainda não foram finalizados, como vidros utilizados na produção de 
carros. Os bens podem ainda ser classificados em bens privados e bens públicos. 
Os bens privados referem-se àqueles produzidos de forma privada, como carros, 
computadores, celulares. Os bens públicos são aqueles fornecidos pelo Estado, 
são bens públicos: segurança, justiça, educação, saúde etc. (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2004). 
FIGURA 3 – SÍNTESE DOS BENS DE UMA ECONOMIA
FONTE: Os autores
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
11
4 OS RECURSOS PRODUTIVOS
Você aprendeu até aqui que os recursos para a produção de bens e serviços 
são limitados e que as necessidades das pessoas são ilimitadas. Estudamos que 
as necessidades são satisfeitas por meio de mercadorias, serviços e bens. Para 
produzir os bens que vimos acima, com exceção daqueles com preço zero, são 
necessários os recursos produtivos. 
Os recursos produtivos, ou fatores de produção, são elementos utilizados 
no processo produtivo de bens (mercadorias) com a finalidade de satisfazer as 
necessidades humanas. Aqui entram os fatores que propiciaram a confecção das 
mercadorias, entre eles, o trabalho, os recursos naturais, as matérias-primas, os 
combustíveis, a energia, os equipamentos, entre outros. Os recursos produtivos 
de uma economia são classificados em trabalho, terra ou recursos naturais, capital, 
tecnologia, e capacidade empresarial. 
Veremos a seguir, cada um deles de forma particular, bem como suas 
funções no sistema econômico.
• Terra (ou recursos naturais): como o próprio nome já deixa claro são os recursos 
naturais, as florestas, a energia solar, os recursos minerais, o solo, as águas etc. Boa 
parte destes recursos naturais são utilizados diariamente na produção dos bens 
econômicos. Todavia, o que algumas correntes de economistas e ambientalistas 
costuman alertar é que os recursos naturais também são limitados, ou seja, 
possuem um fim se não forem utilizados com a devida precaução. 
• Trabalho: trata-se do valor humano necessário para a produção de determinado 
bem. O trabalho que consiste em esforço por parte de um ser humano, pode ser 
braçal, de força física ou mental despendida. Assim, o trabalho num sentido 
econômico, é um serviço prestado por determinada pessoa na sua área de 
atuação, podendo ser um médico, um agricultor, um pedreiro. Contudo, a força 
de trabalho e sua qualidade também são limitadas. 
• Capital (ou bens de capital): é definido por um conjunto de bens utilizados 
no processo de produção de outros bens e não essencialmente para atender às 
necessidades das pessoas. Exemplos de capital são máquinas e equipamentos, 
estoques, instalações, edifícios, usinas, estradas de ferro etc. Quando se fala 
em capital é muito comum que nossa mente associe a ações ou ao dinheiro, 
porém, isso deve ser associado como capital financeiro. Poderíamos pensar em 
exemplos do nosso cotidiano para bens de capital: 
 Qual o capital de um taxista? Seu táxi e seu sistema de comunicação; 
 Qual o capital de um pescador? Sua rede e bote para pescar. 
 E de um médico? Seu conhecimento, ou seja, seu investimento educacional 
na faculdade de medicina. Se tiver consultório médico, seu investimento em 
equipamento e local para atender seus pacientes.
• Tecnologia: na atualidade, a tecnologia tem papel fundamental na atividade 
econômica. As inovações tecnológicas têm papel fundamental na economia como 
um todo, por meio de inovações é possível alcançar um nível de crescimento e 
aumento de produtividade. Exemplos são os computadores, os smathphones etc, 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
12
que acabam facilitando o acesso produtivo. 
• Capacidade empresarial: este fator de produção consiste na capacidade 
empresarial, no “saber fazer” do empresário que exerce atividades e funções 
fundamentais no processo produtivo, pois é o empresário quem organiza todo 
o processo de produção e assume os riscos da produção dos bens e serviços que 
propõe-se a atender, resultando em lucros, ou nas perdas de seu investimento 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
4.1 REMUNERAÇÃO DOS RECURSOS PRODUTIVOS
Para a produção de qualquer bem ou serviço é necessário o empego dos 
recursos produtivos. Necessita de terra, de bens de capital que são necessários 
para produzir outros bens, além disso, o empresário, às vezes, não conta com todo 
o dinheiro para investir, sendo necessária a busca de dinheiro de terceiros para a 
aquisição de máquinas e equipamentos. E por fim, necessita de mão de obra para 
a produção de bens que virão a atender as necessidades humanas. Assim, o preço 
pago pela utilização dos serviços dos fatores de produção vai constituir a renda 
dos proprietários desses fatores. 
Com relação ao trabalho, o trabalhador é o proprietário dos recursos, e 
a remuneração que ele recebe na forma de salários no final de cada período 
trabalhado constitui a sua renda – paga pelo dono da empresa –. Por exemplo, com 
relação à remuneração do fator terra (ou recursos naturais), geralmente se conhece 
duas formas de remuneração, através de arrendamento (aluguel por ceder a terra 
temporariamente a alguém) ou mesmo a venda para outro proprietário. Já a renda 
do capital são os juros. No caso de um empresário necessitar de mais dinheiro para 
investir na sua produção, ele buscará o capital na forma de empréstimos, e para 
usufruir desse dinheiro, em troca pagará juros ao banco. O lucro, por fim, consiste 
na remuneração pela capacidade empresarial. O quadro a seguir sintetiza o que 
descrevemos até aqui.
QUADRO 1 – FATORES DE PRODUÇÃO E SUA REMUNERAÇÃO
FATOR DE PRODUÇÃO TIPO DE REMUNERAÇÃO
Trabalho Salário
Terra (recursos naturais) Aluguel
Capital Juro
Tecnologia Royalties
Capacidade empresarial Lucro
FONTE: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2009)
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
13
Para cada fator de produção ou recurso produtivo, haverá o pagamento pelos 
serviços prestados. Este pagamento corresponde a uma remuneração recebida por 
determinado serviço prestado. Por exemplo, o trabalhador trabalha o mês todo 
em troca de, no final de cada período, receber um salário. O salário corresponde à 
remuneração pelo trabalho e, consequentemente, a renda do trabalhador, o mesmo 
se dá com os demais fatores de produção. (PASSOS; NOGAMI, 2012). Todavia, é 
importante observar que os recursos produtivos têm como característica básica 
serem limitados ou escassos, ou seja, não existem em quantidade abundante para 
produzir todos os bens desejados pela sociedade. Os recursos naturais são finitos. 
Um exemplo é o petróleo, as terras adequadas para agricultura, recursos hídricos, 
minério de ferro etc. São matérias-primas que existem em quantidades infinitas. 
Mesmo as nações desenvolvidas têm esse tipo de limitação de recursos naturais.
5 OS AGENTES ECONÔMICOS
Você já parou para pensar que nós participamos de transações comerciais 
quase que diariamente? E as realizamos com diferentes agentes econômicos? Isso 
mesmo, ir ao supermercado, ir a um restaurante, compraruma água, abastecer 
o seu automóvel, todas essas e outras mais, são transações que proveem de 
necessidades que temos de consumir determinado serviço ou produto, seja para 
a nossa sobrevivência, seja por lazer, ou mesmo pelo conforto. Tudo o que nós 
consumimos nos é oferecido por um prestador de serviços. Aí entra o que se 
conhece em economia como os agentes econômicos, que são todas as pessoas, 
as empresas, o governo todos estes agentes transacionam entre si dentro de um 
mesmo mercado. É muito simples, todos nós efetuamos transações (de compra 
e venda) com os diferentes agentes, é só observar o seu dia a dia. Vamos ver 
mais adiante cada um dos agentes especificamente, e ficará mais claro para você 
compreender como se dão as transações entre os agentes no mercado.
5.1 AS FAMÍLIAS
Na economia, quando se fala em famílias, refere-se a todos os indivíduos 
que exercem o papel de consumidores de bens e serviços, com a finalidade de 
atender as suas necessidades. O ato de comprar determinada mercadoria funciona 
como um voto a favor da escolha de produção dessa mercadoria, que depende 
do empresário para ser produzida. Caso as famílias reduzam o consumo e 
comprem menos mercadorias, o empresário deverá interpretar esta ação, por 
parte o consumidor, como um descontentamento e possivelmente por conta disso 
tentará alterar a qualidade da mercadoria oferecida, de modo a se ajustar às novas 
necessidades dos compradores e consumidores. Além do papel de consumidores, 
as famílias oferecem ao mercado os fatores de produção que são: terra, trabalho, 
capital, entre outros, que os oferece às empresas.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
14
5.2 AS EMPRESAS 
A empresa, no âmbito da ciência econômica, é o termo utilizado para 
designar uma unidade produtiva que é responsável pela produção e comercialização 
de bens e serviços. A produção acontece por meio da aquisição dos fatores de 
produção das famílias (terra, trabalho) e das empresas, é da onde sai a maior parte 
das mercadorias na forma de bens e serviços, os quais servem para atender às 
necessidades das pessoas. Além disso, os empresários são aqueles que realizam 
os investimentos produtivos para ampliar a sua capacidade de produção, ou seja, 
para aumentá-la, utilizarão os investimentos para contratar e treinar trabalhadores 
e investir em novas máquinas e equipamentos. 
Todavia, é bom ressaltar que a empresa não atua isolada, ou seja, as 
empresas não tomam decisões de forma independente. Geralmente, as decisões 
do empresariado são tomadas com base no padrão de comportamento de boa 
parte dos consumidores, bem como observam as suas necessidades: aí observa-se 
o comportamento das famílias que atuam como consumidores dos produtos que 
as empresas produzem. 
Em resumo, podemos dizer que a empresa é responsável pelo uso e 
processo dos fatores de produção para satisfazer as necessidades e desejos das 
famílias (consumidores), e que uma das suas finalidades é a maximização do lucro. 
5.3 GOVERNO
O Governo, ou Estado, desempenha um papel fundamental na economia 
de qualquer nação. Em sociedades capitalistas, como é o caso na maior parte do 
mundo, o Estado emerge justamente para corrigir as falhas do mercado, com a 
finalidade de interferir nas relações de mercado entre empresários e consumidores. 
Todas as organizações estão de forma direta ou indireta sob o controle do 
governo, seja na esfera federal, estadual ou municipal. O governo tem o papel de 
intervir no sistema econômico com a finalidade de corrigir suas falhas. Além disso, 
concentra-se nas atividades de supervisão, regulação, oferta de bens públicos, 
redistribuição das riquezas. 
Vejamos cada uma delas: 
• Supervisão, regulação e regulamentação: diz respeito ao papel de legislador 
dos temas que dizem respeito aos assuntos econômicos de uma economia. É 
papel do Estado, neste caso, certificar-se do cumprimento de um conjunto de 
regras válidas para todos os agentes econômicos.
• A oferta de bens públicos: o Estado oferta bens e serviços com o dinheiro 
recolhido e redistribui por meio de arrecadação de tributos das famílias e 
das empresas. O bens públicos mais comuns são saúde, educação, escolas, 
universidades, iluminação pública, rodovias etc. 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
15
• Redistribuição das rendas: em economias de mercado é comum desigualdades 
na distribuição das rendas e riquezas na população, o que traz graves 
consequências sociais, aí a necessidade de intervenção estatal, fazendo uma 
mais equitativa redistribuição das rendas por meio de tributos, auxiliando com 
trasferências e subsídios às famílias mais desprovidas.
• As falhas de mercado: o mercado possui falhas, ou seja, não consegue se 
autoajustar, situações de externalidades (por exemplo, uma empresa que polui o 
meio ambiente), ou ainda, em situações de concorrência imperfeita (o monopólio 
ou de monopsônio causam falhas de mercado), de modo que o Estado intervém 
para o ajuste de tais falhas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
5.4 O RESTO DO MUNDO 
Resto do mundo é o termo utilizado em economia para expressar as relações 
comerciais e de troca entre as diferentes nações. Atualmente, com o crescimento das 
relações comerciais entre os vários países, decorrente do processo de globalização, 
o Resto do Mundo pode ser visto como um quarto agente econômico. Os mercados 
externos podem atuar como consumidores das mercadorias produzidas pelo país. 
Ao mesmo tempo, as famílias de um país podem consumir mercadorias produzidas 
no exterior por meio de importação de produtos.
QUADRO 2 – AGENTES ECONÔMICOS E SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES 
AGENTES 
ECONÔMICOS PRINCIPAL FUNÇÃO NA ECONOMIA 
Famílias Consumo de bens e serviços. 
Empresas Produção de bens e serviços. 
Governo Satisfação das necessidades coletivas e redistribuição da renda.
Resto do Mundo Troca de bens, serviços e capitais.
5.5 MERCADO 
O mercado não se trata especificamente de um agente econômico, mas 
é no mercado que a relação entre as famílias (consumidores) e as empresas 
(unidades produtivas) acontece. O mercado é um local físico ou não físico, onde se 
encontram compradores e vendedores para realizarem as trocas de bens e serviços. 
Concretamente são as feiras, lojas, bolsa de valores etc. No mercado, os compradores 
e vendedores confrontam os preços e as quantidades de um determinado bem que 
desejam trocar. Na definição de Sandroni (1999, p. 378), o termo mercado:
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
16
designa um grupo de compradores e vendedores que estão em contato 
suficientemente próximo para que as trocas entre eles afetem as 
condições de compra e venda dos demais. Um mercado existe quando 
compradores que pretendem trocar dinheiro por bens e serviços estão 
em contato com vendedores desses mesmos bens e serviços. Desse 
modo, o mercado pode ser entendido como o local, teórico ou não, do 
encontro regular entre compradores e vendedores de uma determinada 
economia. 
Em todo o mercado, o preço atua como mecanismo que regula as trocas. O 
comprador e o vendedor chegam a um acordo em relação ao preço de determinado 
bem. É importante ter em mente que o preço influencia na procura por um bem. 
Por exemplo, se determinado bem estiver com um preço baixo, possivelmente as 
pessoas comprarão mais desse bem, se ele estiver mais caro, as pessoas, no geral, 
tendem a substitui-lo por outro bem. 
6 A DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA 
De forma muito introdutória, veremos as duas grandes divisões do 
estudo da teoria econômica, que se dividem em duas grandes áreas: a teoria 
microeconômica e a teoria macroeconômica. 
A teoria microeconômica, ou microeconomia, é preocupada em examinar 
o comportamento econômico das unidades individuais que são representadas 
pelos consumidores, pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos. 
A microeconomia estuda a interaçãoentre as empresas e os consumidores, bem 
como a maneira pela qual a produção e preço são determinados em mercados 
específicos.
A microeconomia estuda o comportamento dos agentes econômicos individuais. 
Preocupa-se com o comportamento dos consumidores, das empresas, sua produção, seus 
custos; preocupa-se com a determinação de preços dos bens, dos serviços e fatores.
UNI
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
17
A teoria macroeconômica, ou macroeconomia, estuda o comportamento 
da economia como um todo. A macroeconomia estuda os grandes agregados 
nacionais, tais como a produção total dos bens e serviços, o PIB, as taxas de inflação 
e desemprego, o total de poupança captada em um país, as receitas e despesas 
totais de determinada economia, os investimentos por parte do governo, o balanço 
de pagamento e as contas nacionais etc. (PASSOS; NOGAMI, 2012; ROSSETTI, 
2003).
A macroeconomia estuda o comportamento do sistema econômico como 
um todo. Preocupa-se com o comportamento dos agregados nacionais: PIB, inflação, 
investimento agregado, poupança agregada, entre outros.
QUADRO 3 – MICROECONOMIA X MACROECONOMIA
CARACTERÍSTICAS MICROECONOMIA MACROECONOMIA
Visão Individual. Global.
Objetivo de estudos
Comportamento dos 
indivíduos, das famílias, das 
empresas e do mercado.
Comportamento da 
economia como um todo.
Variáveis 
fundamentais de 
estudo
Oferta e demanda, geração 
dos preços, o comportamento 
do consumidor, produção 
das empresas, mercados 
competitivos.
Produção total, nível geral 
de preços, emprego x 
desemprego, taxas de juros, 
inflação, salários e taxas de 
câmbio.
FONTE: Os autores
Caro acadêmico! Estudaremos mais adiante, com profundidade, a microeconomia 
e a macroeconomia, nas Unidades 2 e 3.
UNI
ESTUDOS FU
TUROS
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
18
RECURSOS ESCASSOS E NECESSIDADES ILIMITADAS: a sociedade está cada vez 
mais hipnotizada pelo marketing
Por Naiara Trajano dos Santos e Marçal Rogério Rizzo
Houve um tempo em que o homem não pensava que os recursos fossem 
escassos. A economia nem existia como ciência. Acontece, agora, que ela é tida 
como a ciência da escassez. Estuda como devem ser administrados os recursos. 
Também explica as "aparentes" necessidades ou carências materiais das pessoas. 
No entanto, o sistema capitalista parece querer omitir a tal escassez dos recursos, já 
que incentiva as compras mesmo que desnecessárias. Isso tudo ocorre em nome da 
manutenção da sociedade de consumo: renda, consumo, produção, impostos etc.
A sociedade está cada vez mais hipnotizada pelo marketing, publicidade, 
pela propaganda, e busca a felicidade no ato de comprar. Carências surgem a todo 
o momento, mesmo não necessitando. O anseio pela novidade vem sendo o motor 
propulsor da sociedade de consumo.
Um exemplo clássico para os tempos atuais que cabe bem nesta reflexão 
é o telefone celular. Parece que minuto a minuto a indústria lança um aparelho 
novo. Cria situações hilariantes, como a de nem mesmo quando se acaba de pagar 
o celular atual, surge um novo modelo e torna-o obsoleto.
Pela ótica da sociedade de consumo, a compra e a venda estão corretas, 
pois permitem a continuidade e manutenção da mesma. Contudo, toda visão 
fragmentada e descontextualizada merece desconfiança. O princípio básico 
da economia é a escassez, portanto, "os recursos são escassos e as necessidades 
ilimitadas", sendo assim, consumo de forma exacerbada gera endividamento, 
inadimplência e degradação ambiental.
Que pode pensar disso tudo o cidadão que é estimulado a consumir? 
Como avaliará as benesses materiais que o consumo lhes garante? O caso é muito 
simples: a economia do Brasil foi bombardeada com estímulos ao consumo e hoje 
vemos uma parcela considerável das famílias vivendo endividadas. Os dados 
demonstram falhas na condução dos orçamentos, das reais necessidades e dos 
desejos de consumo. Os recursos financeiros são insuficientes para tantas vontades 
e, diga-se de passagem, não somente os recursos financeiros, mas, inclusive, os 
naturais, dos quais ainda pouquíssimas pessoas se importam.
É lamentável que o status do "possuir algo" vem superando qualquer 
racionalidade. Excepcionalmente, até a ostentação vem ganhando força na 
sociedade atual. O “ter” tem sido mais importante que o “ser”. Se você tem, você é 
alguém; se você possui, te dá prazer, e se isso te dá prazer, você quer mais, ou seja: 
"quanto mais tem, mais quer". É tão trivial e verdadeira esta frase que o grau de 
endividamento da sociedade de consumo pode explicá-la. 
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
19
No entanto, o que fazer diante deste cenário? Nessa dinâmica, todo 
argumento contrário ao consumismo parece vazio. Isso torna o desafio ainda 
maior, já que ele tem que ser retroalimentado a todo momento. Contudo, na lógica 
do limite dos recursos ele não poderá se sustentar. É oportuno lembrar que uma 
parte considerável da população mundial vive ainda em condições subumanas. 
A par da questão da desigualdade social, há milhares de matérias publicadas 
sobre o assunto. Por outro lado, uma parcela considerável de pessoas fecha os 
olhos para o problema, uma vez que é inconveniente aos preceitos de quem vive 
numa zona de conforto pensar em diminuir seu nível de consumo em prol de 
uma sociedade mais justa e equânime. Certamente, não existe uma panaceia 
para a transformação imediata desta sociedade de consumo, mas é inegável que 
necessitamos urgentemente de medidas que visem a revalorização dos limites dos 
recursos e dos desejos materiais.
FONTE: Disponível em: <http://www.oregional.com.br/2013/12/recursos-escassos-e-
necessidades-ilimitadas_306519>. Acesso em: 4 jan. 2017.
20
Neste tópico, você aprendeu que:
• A economia estuda a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços 
pelas pessoas e sociedades; também estuda os processos de acumulação de bens 
materiais, possibilitando assim entender a geração de riqueza pelas sociedades.
• Os fatores de produção e suas remunerações são, respectivamente, trabalho 
(salários); terra e/ou recursos naturais (aluguel); capital (juros); tecnologia 
(royalties) e capacidade empresarial (lucro).
• A economia pode ser entendida como a ciência da escassez.
• Os recursos produtivos são considerados escassos e as necessidades humanas 
são consideradas ilimitadas.
• As pessoas e a socidade precisam fazer escolhas para administrar bem os seus 
recursos produtivos escassos, de forma a evitar desperdícios e preservar a 
capacidade de crescimento do sistema econômico para as gerações futuras.
• Agentes econômicos são todos os indivíduos, empresas e órgãos públicos que 
participam de um mercado e possuem uma relação de troca de bens ou serviços.
• A ciência econômica divide-se em dois grandes campos teóricos: a macroeconomia 
e a microeconomia.
• A microeconomia tem por objetivo estudar o comportamento econômico das 
unidades individuais, que são representadas pelos consumidores, pelas firmas 
e pelos proprietários de recursos produtivos. Ela estuda a interação entre as 
firmas/empresas e consumidores, bem como a maneira pela qual a produção e 
preço são determinados em mercados específicos.
• A macroeconomia tem como objetivo estudar a determinação do nível geral de 
preços, do nível de produto, da taxa de salários, do nível de emprego, da taxa de 
juros, do volume de moeda, da taxa de câmbio. Estuda os grandes agregados e 
a economia como um todo.
RESUMO DO TÓPICO 1
21
AUTOATIVIDADE
Prezado acadêmico, estamos chegando ao final do primeiro tópico que 
corresponde a uma introdução à economia. Chegando até aqui, é importante 
fixar alguns conceitos e teorias que estudamos e que serão importantes ao 
longo desta disciplina. Por isso, elaboramos algumas autoatividades para 
você testar seus conhecimentos.Desejamos bons estudos! 
1 Estudamos os recursos produtivos das economias. Como vimos, eles são 
imprescindíveis para o processo de produção, de modo que, sem ele, 
não haveriam produtos ou serviços a nossa disposição. Cada recurso de 
produção tem, em economia, uma remuneração específica. Com base nisso, 
associe a primeira coluna de acordo com a segunda:
a) Trabalho
b) Terra (recursos produtivos)
c) Capital
d) Tecnologia
e) Capacidade empresarial
2 As necessidades das pessoas são ilimitadas e os recursos produtivos 
são limitados. Disto resulta o problema da escassez, isto é, de que não 
há quantidades suficientes de um produto ou serviço para satisfazer os 
desejos de todos. Desse problema central, surgem três outros problemas 
fundamentais estudados em economia. Com base nisso, cite e comente os 
três problemas básicos da ciência econômica.
3 Os economistas, muitas vezes, utilizam modelos para explicar a realidade 
socioeconômica. Vimos que fazem parte da economia os chamados agentes 
econômicos, que são: as famílias, as empresas, o governo e o resto do 
mundo. Com base em seus estudos, descreva a função de cada um destes 
agentes na economia. 
4 Entende-se que um “bem” é tudo aquilo que nos permite satisfazer uma 
determinada necessidade. Assim, só faz sentido um “bem” ser adquirido 
se ele for útil, a fim de satisfazer as nossas necessidades. Com base no 
que você estudou, diferencie bens de consumo e bens de capital. Dê um 
exemplo para cada bem.
5 Estudamos de forma introdutória os dois grandes campos que subdividem 
a teoria econômica, a microeconomia e a macroeconomia. Com base no que 
você estudou, explique cada uma destas divisões.
( ) Juros
( ) Aluguéis
( ) Royalties
( ) Lucros
( ) Salários
Assista ao vídeo de
resolução da questão 4
22
23
TÓPICO 2
SISTEMAS ECONÔMICOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, no Tópico 1 iniciamos os estudos da disciplina de 
economia. Estudamos o que é economia, o problema da escassez, os problemas 
econômicos fundamentais, os recursos produtivos, os agentes econômicos, 
estudamos a grande divisão da teoria econômica, a microeconomia e a 
macroeconomia. Agora que você já domina as conceituações mais básicas da 
economia, podemos avançar nos estudos. O segundo tópico desta unidade tem 
por finalidade estudar os sistemas econômicos. Agora veremos como se dá a 
organização social das sociedades. 
De início, precisamos entender o que é um sistema econômico. O sistema 
econômico nada mais é do que a forma como cada sociedade organiza a sua 
produção, ela pode ser uma economia de mercado ou capitalista, a maior parte das 
economias do mundo são economias de mercado, mas existem algumas experiências 
diferenciadas, como é o caso de Cuba, economia socialista ou planificada, e ainda 
existem os sistemas de economias mistas. Sobre cada um destes sistemas, vamos 
estudar nas próximas páginas.
2 O QUE É UM SISTEMA ECONÔMICO?
Conceito básico em economia é o de sistema econômico. Este pode ser 
definido como a forma na qual a sociedade se organiza nos termos econômicos e 
sociais para desenvolver as suas atividades econômicas e produtivas para atender 
às demandas e às necessidades da população. Os elementos básicos de um sistema 
econômico, segundo Vasconcellos e Garcia (2004), são:
• estoques de recursos produtivos ou os chamados fatores de produção (os quais 
incluem recursos produtivos, trabalho humano, capacidade empresarial), aí 
entram os fatores que veremos mais adiante, o capital, os recursos naturais e a 
tecnologia; 
• o complexo de unidades de produção, constituídos pelas empresas; 
• o conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais, as quais são 
base para a organização da sociedade. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
24
Assim, toda economia opera segundo um conjunto de normas e regras, leis 
e regulamentos, e por isso é chamado de “sistema econômico”. De maneira geral, 
os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos: o sistema 
socialista ou de economia planificada; e o sistema capitalista ou de economia de 
mercado. 
No primeiro caso, em economia planificada ou socialista, as questões 
econômicas são resolvidas por um órgão central, no qual predomina a propriedade 
pública dos meios de produção, que são os bens de capital, os recursos naturais, 
bancos, prédios etc. Um exemplo de uma economia planificada atualmente é Cuba. 
Já o sistema capitalista, ou de economia de mercado, leva este nome 
justamente por ser regido pelas forças do mercado, na qual predomina a livre 
iniciativa e a propriedade privada dos meios de produção. Nas economias de 
mercado, que são boa parte dos países do mundo, as questões fundamentais 
são resolvidas por meio do mecanismo de preços e por meio da oferta e da 
demanda. Ressalta-se que mesmo com a livre iniciativa e o livre mercado no 
sistema capitalista, o Estado tem papel fundamental para o bom funcionamento 
da atividade econômica (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). 
Veremos nos próximos tópicos a diferença de cada um desses sistemas.
O que é um sistema econômico? Este pode ser definido como a forma na qual 
determinada sociedade se organiza nos termos econômicos e sociais para desenvolver 
determinadas atividades econômicas e produtivas, com a finalidade de efetuar as trocas de 
bens e serviços para atender às necessidades ilimitadas das pessoas.
3 ECONOMIA CAPITALISTA OU DE MERCADO
Quando falamos em capitalismo, nos referimos ao sistema econômico e 
social predominante atualmente na maioria dos países. Basicamente, é um sistema 
de organização econômica baseado na propriedade privada dos meios de produção. 
A economia está baseada na separação entre trabalhadores livres, portadores de 
sua força de trabalho e em proprietários dos meios de produção. Os trabalhadores 
vendem sua força de trabalho aos proprietários dos meios de produção, em troca 
de salário. A intenção, neste processo, é a produção de mercadorias, visando a 
obtenção de lucro (SANDRONI, 1999).
Alguns elementos que caracterizam o sistema econômico são: a presença 
de capital, de propriedade privada dos meios de produção, a divisão do trabalho, 
a moeda e o lucro. Observe cada uma destas características a seguir: 
IMPORTANT
E
TÓPICO 2 | SISTEMAS ECONÔMICOS
25
• Capital: para o senso comum, capital é entendido como um grande montante 
de dinheiro. O conceito de capital na economia é mais abrangente, ele significa 
o conjunto de bens econômicos, como máquinas, equipamentos, fábricas, terras, 
matérias-primas, que são capazes de produzir outros bens e serviços. O capital, 
na sua forma física, é chamado de capital tangível. E o capital representado por 
documentos, ações e papéis chama-se capital intangível (SANDRONI, 1999).
• Propriedade privada: as economias capitalistas recebem este nome justamente 
porque o capital é essencialmente propriedade privada de alguém: o capitalista. 
É por meio da propriedade privada que o capitalismo se apropria de parte da 
renda gerada nas atividades econômicas, a partir disso surge a concorrência 
(SANDRONI, 1999).
• Divisão do trabalho: nas economias capitalistas é marca a especialização do 
trabalho, ou seja, a produção massiva de bens é possível graças à divisão do 
trabalho máximo de vantagem, suas aptidões em determinadas tarefas. A 
especialização dos processos produtivos tem a finalidade de dinamizar e tornar 
cada vez melhor um processo produtivo. O processo de divisão do trabalho 
faz com que cada trabalhador, de acordo com a sua especialidade, adquira 
uma maior agilidade no processo produtivo, acentue a sua agilidade dentro do 
processo de produção, o que faz com que a produtividade se eleve (SANDRONI, 
1999).
• Moeda: juntamente com o capital e a especialização, a moeda vem a ser mais 
uma característica das economias capitalistas. Dentrode uma economia, a 
moeda tem algumas funções básicas, sendo estas: meio de troca, reserva de 
valor, unidade de conta e padrão para pagamentos. A moeda como meio de 
troca facilita as negociações em uma economia (SANDRONI, 1999).
• Preço: o preço está presente nas economias de mercado e expressa a relação de 
troca de um bem por outro bem. Em outras palavras, significa a quantidade em 
dinheiro que se dá em troca de algum bem ou mercadoria, representando assim 
o valor monetário da mercadoria ou serviço. Ainda em economias capitalistas 
de mercado, o preço tem função de assegurar a concorrência da economia como 
um todo. De acordo com o preço dos bens e serviços, as pessoas escolhem o que 
comprar e as empresas escolhem o que produzir (SANDRONI, 1999).
• Lucro: uma das finalidades dos empresários é, obviamente, obter lucros, retornos 
positivos sobre seu negócio, no qual foi investido capital. O lucro é a diferença 
entre a receita e o custo da produção. Um dos principais objetivos da empresa 
no capitalismo é obter lucros para seu proprietário (SANDRONI, 1999).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
26
Capitalismo é um sistema marcado pela propriedade privada dos meios de 
produção. Capital são os bens utilizados na fabricação de outros bens. Nas economias 
capitalistas ou de mercado é a oferta e demanda dos bens que determina o preço e organiza 
a produção.
4 ECONOMIAS SOCIALISTAS OU PLANIFICADAS 
Nas economias planificadas ou socialistas apresentam-se três problemas 
básicos. Como nas economias capitalistas de mercado, todavia, a forma de resolvê-
lo é que se distingue. Os problemas fundamentais, o que e quando produzir, para 
quem e como produzir, são decisões tomadas por órgãos planejadores centrais. 
Estes determinam tais questões, já que nas economias planificadas não há orientação 
pelo sistema de preços como nas economias de mercado. Um exemplo hoje ainda 
de economia planificada, é a experiência cubana. Nas economias socialistas o 
planejamento é formulado da seguinte maneira: 
• Planejamento sobre as necessidades das pessoas a serem atendidas; 
• levantamento sobre os recursos e as técnicas disponíveis para a produção de 
bens e serviços; 
• dada a premissa básica da economia, de que as necessidades são ilimitadas e 
que os recursos são limitados, surge também a necessidade de selecionar quais 
destas necessidades humanas serão prioridades para se produzir, quando se 
decidir isto, se determina o que, quanto, como e para quem serão produzidos 
determinados bens e serviços para atenderem as necessidades dos indivíduos 
dentro de uma determinada sociedade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
 
Quem define esse planejamento e as prioridades do que será produzido 
são os órgãos centrais planejadores. Nas economias socialistas, o sistema de 
preços não funciona como meio regulador, mas sim para facilitar os objetivos 
de produção estabelecidos pelo Estado. As características do funcionamento de 
uma economia socialista são: os preços e a organização da produção, os preços e a 
distribuição da produção, propriedade pública dos meios de produção (PINHO; 
VASCONCELLOS; GREMAUD, 2003).
 
Observe cada uma delas a seguir:
• Os preços e a organização da produção: ao contrário das economias de mercado 
em que o preço aparece como fundamental, no sistema socialista, ao contrário, 
não é a oferta e a demanda que definem os preços, mas sim, o órgão máximo 
de planificação central. Com base nas necessidades da população, consideradas 
prioritárias, é que vão se definir o que e quanto, como e para quem será produzido. 
Na produção em si, as fábricas são organizadas individualmente por um diretor 
NOTA
TÓPICO 2 | SISTEMAS ECONÔMICOS
27
escolhido pelo órgão de planificação central, estas recebem as instruções deste 
órgão central sobre o que, quanto e como será produzido naquela fábrica, de 
acordo com a capacidade da mesma (lembrando que é propriedade coletiva, ou 
seja, todos os trabalhadores trabalham para a sociedade como um todo).
• Os preços e a distribuição da produção: os preços dos bens de consumo são 
determinados pelo governo com intuito de evitar qualquer excesso ou qualquer 
falta dele na produção. 
• Propriedade pública: na economia socialista os meios de produção, as máquinas, 
os equipamentos, os edifícios, as matérias-primas, as terras e os bancos, todos 
são considerados de toda população que habita aquele país, tendo como 
característica a propriedade coletiva dos meios de produção. 
Nas economias planificadas não existe a propriedade privada dos meios de 
produção. A oferta e demanda de bens e serviços, assim como os preços e salários estão 
sob responsabilidade de um órgão planejador central.
FIGURA 4 – DIFERENÇA ENTRE SOCIEDADES CAPITALISTAS E SOCIALISTAS
FONTE: Disponível em: <http://www.tocadacotia.com/wp-content/gallery/
caracteristicas-do-socialismo/socialismo-19.jpg>. Acesso em: 5 jan. 2017
NOTA
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
28
5 ECONOMIAS MISTAS 
Outro modelo é o sistema chamado de economia mista. Neste sistema, 
umas parcelas dos meios de produção são pertencentes ao Estado, por meio das 
chamadas firmas públicas, e outra parcela pertence ao setor privado, são as firmas 
privadas. A solução dos problemas econômicos fundamentais, o que e quanto 
produzir, como e para quem nestas economias mistas, se dá na relação conjunta 
entre mercado e Estado. Com relação ao que e quanto produzir, o Estado, por meio 
de isenção ou redução de tributos e incentivos fiscais, pode indicar o que deve ser 
produzido naquela economia. Outro instrumento que o Estado utiliza é por meio 
do controle de crédito, por exemplo, naquelas atividades em que o Estado deseja 
fomentar haverá um maior incentivo ao crédito. Outra forma ainda do Estado 
intervir é por meio de suas empresas públicas, que são destinadas a garantir a 
produção dos bens e dos serviços que são fundamentais para o bem-estar coletivo, 
como saneamento básico, transporte, energia, entre outros. O Estado também 
executa grandes obras, como estradas e pontes, neste caso, o Estado necessita 
indiretamente do setor privado na produção dos insumos para estas grandes 
obras, como o cimento, o aço etc. Todavia, nas economias mistas o problema “o 
que e quanto produzir” se orienta pelo sistema de preços.
O problema de como produzir, em economias mistas, é resolvido de forma 
diferente segundo o setor público ou privado da economia. No setor público se 
resolve com o planejamento governamental, cuja função não é obter lucros, mas 
sim ao atendimento das necessidades da população. Já o contrário acontece no 
âmbito do setor privado, a questão é solucionada de acordo com o mercado e com 
os preços. 
Nos sistemas mistos, a questão distributiva é análoga às economias de 
mercado pelo sistema de preço, como vimos anteriormente. Nas economias mistas, 
assim como nas economias de mercado, é marcada a concentração das rendas, e 
neste caso, o Estado oferece subsídios como ensino público, assistência médica, 
entre outros. Exemplos da ação do Estado nesse sentido são: seguro-desemprego, 
o estabelecimento de salários-mínimos, entre outros.
Um exemplo concreto das chamadas economias mistas ou modelo de social 
democracia são as experiências dos países nórdicos, como a Noruega, Dinamarca, 
Suécia e Finlândia. Estes países ostentam um alto índice de desenvolvimento 
humano, de longevidade e de educação, além de taxas de desemprego baixíssimas 
e taxas de inflação operando a 1%. Embora com o predomínio das leis de mercado 
e da propriedade privada nestes países, boa parte dos serviços públicos, como 
saúde e educação, são gratuitos, bancados pelo Estado, isso é possível devido 
a uma carga tributária altíssima. Para se ter ideia, na Dinamarca, a alíquota do 
imposto de renda chega a ser cerca 56%. Com níveis de desigualdade baixíssimos, 
estes países têm instituições fortes esão considerados os mais democráticos do 
mundo. 
TÓPICO 2 | SISTEMAS ECONÔMICOS
29
Caro acadêmico, se você deseja conhecer mais sobre a experiência das 
economias mistas, também chamadas de social democracia, acesse o link com a reportagem: 
<http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/01/150128_noruega_democracia_chc_cc>.
Nas economias mistas prevalecem as “leis de mercado”, mas com forte atuação 
do Estado na economia.
NOTA
DICAS
30
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Sistema econômico nada mais é do que a forma como cada sociedade organiza 
a sua produção. Sistemas podem ser economia de mercado ou capitalista, 
economias planificadas ou socialistas, ou ainda, economias mistas.
• Economia capitalista ou de mercado é um sistema marcado pela propriedade 
privada dos meios de produção e comandado pelas forças de mercado.
• Economia planificada ou socialista é uma sociedade em que não existe a 
propriedade privada dos meios de produção. Os meios de produção são 
coletivos e o Estado comanda toda a atividade econômica.
• Nas economias mistas uma parcela dos meios de produção são pertencentes ao 
Estado por meio das chamadas firmas públicas, e outra parcela pertence ao setor 
privado, as firmas privadas. A solução dos problemas econômicos fundamentais, 
o que e quanto produzir, como e para quem, nestas economias mistas se dá na 
relação conjunta entre mercado e Estado.
31
AUTOATIVIDADE
1 Com base nos estudos do Tópico 2, explique o que é um sistema econômico 
e quais são seus elementos básicos.
2 Os diferentes sistemas econômicos que se tem conhecimento são: as economias 
capitalistas ou de mercado, as economias planificadas ou socialistas, e as 
economias mistas, estas são diferentes formas de organização social. Com 
base nos estudos do Tópico 2, analise as afirmativas a seguir:
I - As economias de mercado ou capitalistas baseiam-se na separação entre 
trabalhadores livres, portadores de sua força de trabalho e em proprietários 
dos meios de produção. Os trabalhadores vendem sua força de trabalho aos 
proprietários dos meios de produção em troca de salário. A intenção, neste 
processo, é a produção de mercadorias, visando à obtenção de lucro.
II - Nas economias socialistas, análogas às economias de mercado, predominam 
a propriedade privada dos meios de produção e a divisão do trabalho.
III - Nas economias capitalistas os meios de produção, as máquinas, os 
equipamentos, os edifícios, as matérias-primas, as terras e os bancos, todos 
são considerados de toda população que habita aquele país, tendo como 
característica a propriedade coletiva dos meios de produção.
IV - Nas economias mistas, uma parcela dos meios de produção são pertencentes 
ao Estado por meio das chamadas firmas públicas, e outra parcela pertence 
ao setor privado, as firmas privadas.
V - Nas economias capitalistas o sistema de preços não funciona como meio 
regulador, mas sim para facilitar os objetivos de produção estabelecidos pelo 
Estado.
Analisando estas sentenças, assinale aquela com a sequência de afirmações 
corretas:
a) ( ) Apenas a sentença I está correta.
b) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
e) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
3 Neste Tópico 2 estudamos os diferentes sistemas econômicos. Com base no 
que você estudou, explique o funcionamento de uma economia capitalista de 
mercado e cite suas principais caracteristícas.
4 Sabendo que o funcionamento das economias ditas socialistas, nas quais 
o Estado aparece como o protagonista, explique o funcionamento de uma 
economia socialista e descreva as suas principais características.
32
5 Estudamos ainda o funcionamento das economias mistas no último item 
deste tópico, vimos alguns exemplos e de como acontece a junção de Estado 
e mercado nas economias ditas mistas e social democracia. A exemplo dos 
países nórdicos, descreva as suas características.
33
TÓPICO 3
CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, vamos dar início ao terceiro tópico desta unidade. 
Nela, vamos estudar a curva de possibilidade de produção. Esta curva representa 
graficamente o problema da escolha e da escassez de uma determinada empresa 
ou de uma determinada sociedade.
Nós estudamos no Tópico 1 desta unidade o problema da escassez, lembra-
se? Vimos que a ciência econômica se preocupa com as ilimitadas necessidades 
humanas, bem como a limitação por parte dos recursos produtivos. Assim, o estudo 
da economia está ligado a uma questão central, a escolha. Deste problema surge na 
ciência econômica a curva de possibilidade de produção, que tem por finalidade 
ilustrar graficamente a escassez dos fatores de produção e das possibilidades de 
escolha. A curva de possibilidade de produção cria, graficamente, um limite para 
a capacidade produtiva de uma empresa, país ou sociedade.
A curva de possibilidade de produção representa a capacidade máxima 
de produção de uma empresa ou de uma sociedade, de acordo com os recursos 
produtivos disponíveis na empresa ou na sociedade naquele dado momento. A 
curva de possibilidade de produção representa uma lista de várias combinações 
de escolhas possíveis de bens que se quer produzir em uma economia ou em uma 
empresa. Veremos nos exemplos que quanto mais recursos forem investidos em 
um determinado bem, menos recursos teremos para investir na produção de outro 
bem.
A curva de possibilidade de produção é representada de forma simplificada 
em um gráfico em que cada eixo significa determinado bem. No gráfico, a curva 
de possibilidade de produção é representada por uma curva que une os eixos 
e os pontos referentes às quantidades máximas e às diferentes combinações 
possíveis de produzir de cada um dos bens. Veremos, ao longo deste tópico, o 
exemplo de uma empresa do ramo têxtil e a produção de dois bens: toalhas e 
cobertores. Veremos também a situação de eficiência e de desemprego, e como se 
aplica a curva de possibilidade de produção em uma sociedade e suas aplicações 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
34
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
2 A FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA 
EMPRESA TÊXTIL 
Para iniciar, trazemos como exemplo uma empresa do ramo têxtil e sua 
curva de possibilidade de produção. Considerada uma empresa exemplo, possui 
uma determinada extensão de instalações, máquinas e equipamentos próprios 
para as atividades que ali são desenvolvidas e um número de pessoas empregadas 
nesta atividade produtiva. O empresário deverá optar por aquilo que ele vai 
produzir e como produzir. Fazendo a escolha, o empresário estará optando por 
como seus recursos produtivos serão alocados ao restante das combinações dos 
bens possíveis. 
Por exemplo, ao escolher se especializar na produção de dois produtos, 
cobertores e toalhas, o empresário precisa decidir como organizar a produção, 
quantos trabalhadores utilizará para a produção de cada bem, se haverá espaço 
na empresa para a produção de um terceiro produto do ramo têxtil. No exemplo 
que estamos utilizando, em uma empresa hipotética, o empresário optaria pela 
produção de dois produtos: toalhas e cobertores. 
Neste caso, se o dono da fábrica orientar a sua produção apenas para a 
produção de cobertores, não haverá recursos disponíveis para produção de toalhas. 
E de outro lado, se optar apenas pela produção de toalhas, não haverá recursos 
disponíveis para a produção de cobertores. 
Assim, estamos diante de uma situação de escolha, aí podem existir 
outras possibilidades de solução que possam intermediar o problema, poder-se-á 
utilizar parte da produção para a produção de toalhas e parte para a produção 
de cobertores. O quadro a seguir ilustra as várias possibilidades de produção da 
empresa em exemplohipotético e numérico (PASSOS; NOGAMI, 2012).
QUADRO 4 – AS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA 
POSSIBILIDADES COBERTORES (UNIDADES) TOALHAS (UNIDADES)
A 0 8000
B 1000 7500
C 2000 6500
D 3000 5000
E 4000 3000
F 5000 0
FONTE: Adaptado de Passos e Nogami (2012, p. 50)
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
35
O quadro que você observou explicita as possibilidades de produção em 
escala numérica e com algumas possibilidades que refletem a opção do empresário 
pela produção dos dois bens. A opção A demonstra a opção pelo empresário em 
produzir apenas toalhas em sua fábrica e nenhuma quantidade de cobertores, 
e hipoteticamente produziria 8000 toalhas. A opção F demonstra o contrário, o 
empresário optaria por produzir apenas cobertores e produziria 5000 unidades. 
As possibilidades B, C, D e E representam as possibilidades do empresário caso 
optasse por produzir os dois bens, toalhas e cobertores, em suas instalações 
(PASSOS; NOGAMI, 2012).
GRÁFICO 1 – POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA 
FONTE: Adaptado de Passos e Nogami (2012, p. 50)
A representação gráfica da chamada curva de possibilidade de produção 
demonstra a possiblidade de produção da empresa entre toalhas e cobertores. 
Para isso, o gráfico é construído por um sistema de eixos cartesianos. O eixo 
das coordenadas (vertical) representará a quantidade de toalhas que a empresa 
poderá produzir. No eixo das abscissas (horizontal) representa-se a quantidade de 
cobertores que a empresa poderá produzir. 
36
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
GRÁFICO 2 – A CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA
FONTE: Adaptado de Passos e Nogami (2012, p. 50)
No ponto A, indica-se uma situação em que toda a capacidade produtiva 
da empresa está operando para a produção de toalhas. Nesse caso, a produção 
de cobertores fica zerada, pois todos os recursos produtivos estão sendo alocados 
para a produção das toalhas, permanecendo zerada a disponibilidade de recursos 
para a produção de cobertores. O ponto F indica outro extremo, ou seja, quando 
toda a capacidade produtiva da empresa está voltada para a produção de 
cobertores. Nesse caso, a produção de toalhas seria nula. Desta forma, os pontos 
B, C, D e E indicam outras possíveis combinações intermediárias de produção. 
Podemos, agora, unir os pontos de A até F. A curva resultante das combinações 
dos pontos no gráfico é a chamada Curva de possibilidades de produção. A curva 
demonstra todas as combinações possíveis da empresa, entre toalhas e cobertores. 
A representação gráfica do que foi descrito está acima, ilustrada no Gráfico 2.
As demais possibilidades de produção da empresa estão nos pontos B, C, D 
e E, são possibilidade de produção que alocam os recursos produtivos na produção 
dos dois bens: toalhas e cobertores. No ponto B da curva, a empresa opera com a 
capacidade de produzir 7.500 toalhas e 1000 cobertores. Já no ponto C, produziria 
6500 toalhas e 2000 cobertores. No ponto D a empresa produziria 5000 toalhas e 
3000 unidades de cobertores, e no ponto E produziria 3000 unidades de toalhas e 
4000 unidades de cobertores. Perceba que cada vez que se aumenta a produção de 
um bem, diminui-se a produção de outro bem (PASSOS; NOGAMI, 2012).
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
37
Sobre a curva de possibilidade de produção, assista ao vídeo disponível no link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=zFlzrhPlRn0>.
No caso hipotético da empresa e sua possibilidade de produção, 
representada graficamente acima, a empresa estaria operando de maneira eficiente 
sempre que a produção de um bem fosse aumentada, e por consequência, fosse 
reduzida a produção de outro bem. O fenômeno chamado de eficiência produtiva 
da empresa acontece somente se a curva do gráfico estiver situada sobre a linha do 
ponto A até o F, que neste caso a produção de cobertores aumentará somente se 
houver uma diminuição na produção de toalhas.
Supondo que a empresa esteja produzindo no ponto D, a curva de 
possibilidade de produção estará produzindo 5000 toalhas e 3000 cobertores. Caso 
o empresário deseje aumentar a sua produção de cobertores, deverá operar no 
ponto E, neste ponto serão produzidas 4000 unidades de cobertores para 3000 
unidades de toalhas. Todavia, este aumento só será possível se parte dos recursos, 
que antes eram alocados para a produção de toalhas, for agora alocada para a 
produção de cobertores. Nesse caso haverá, por consequência, uma diminuição 
da produtividade das toalhas de 5000 unidades para 3000 unidades, somente com 
a diminuição da produção das toalhas o empresáro conseguirá produzir mais 
cobertores (PASSOS; NOGAMI, 2012).
2.1 O CUSTO DE OPORTUNIDADE 
O custo de oportunidade é o termo utilizado para expressar os custos que se 
referem às alternativas que foram sacrificadas para a produção de um determinado 
bem. Por exemplo, se o empresário estiver com a sua produtividade no ponto C 
da curva, estaria produzindo 6.500 toalhas e 2000 unidades de cobertores. Se o 
empresário quisesse aumentar a sua produção de cobertores para 3000 unidades 
que seria alcançada no ponto D do gráfico, o empresário deverá sacrificar 1500 
unidades de toalhas para obter tal aumento. Assim, o custo de oportunidade das 
1000 unidades a mais de cobertores, são o custo de produzir 1500 unidades a 
menos de toalhas. Para elevar a produtividade de cobertores para mais 1000, foi 
necessária uma diminuição da produção de toalhas sucessivamente, passando do 
ponto que seria D no gráfico, para o ponto E.
DICAS
38
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Voltando ao termo “custo de oportunidade”, este é um termo importante 
na teoria econômica, pois faz a relação básica entre a questão da escassez e da 
escolha. Basicamente, o custo de oportunidade significa uma melhor alocação 
dos recursos para a produção de um bem que poderia gerar um melhor ganho 
no uso alternativo dos recursos. Assim, temos que a transferência dos fatores de 
produção de determinado bem para a produção de outro bem, implica um custo 
de oportunidade, e isto significa o sacrifício de deixar de produzir parte de um 
bem para produzir mais de um outro bem.
Poucos observam, mas passamos a vida fazendo escolhas justamente 
porque existe a escassez dos fatores de produção para suprir todas as necessidades 
humanas que são ilimitadas, de modo que o ser humano se obriga a optar por atender 
a determinadas necessidades e não todas, deixando assim, necessidades que não 
serão atendidas. Assim, o ser humano é submetido a fazer escolhas diariamente. 
Na ciência econômica, toda vez que fazemos a opção por uma determinada escolha 
e não outra, diz-se que ela implica em um custo de oportunidade. 
Um exemplo corriqueiro seria a opção por jogar basquete, ao fazer tal 
escolha, você opta por não fazer qualquer outra atividade que lhe traria os mesmos 
benefícios ao mesmo tempo. Outro exemplo, ao optar por fazer um curso superior, 
você deixa de fazer uma série de coisas que possivelmente gostaria de fazer no 
mesmo tempo despendido nesta escolha, como por exemplo, ler, ir ao cinema, 
assistir televisão etc. Se você optou em ocupar seu tempo estudando, você deixa 
de lado as demais atividades, pois acredita que esta atividade foi a melhor e mais 
racional escolha que poderia ter feito, mesmo que obrigando-se a sacrificar outras, 
isso chama-se na ciência econômica, de custo de oportunidade.
 Os custos não devem ser considerados absolutos, mas iguais a uma 
segunda melhor oportunidade de benefícios não aproveitada, ou seja, quando a 
decisão para as possibilidades de utilização de A exclui a escolha de um melhor 
B, podem-se considerar os benefícios não aproveitados decorrentes de B dos 
custos de oportunidade, assim, o custo de oportunidade é o termo utilizado para 
expressar os custos que se referem às alternativas que foram sacrificadas (PASSOS; 
NOGAMI,2012; ROSSETTI, 2003).
Custo de oportunidade representa o sacrifício em deixar de produzir um bem 
para elevar a produção de outro bem.
NOTA
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
39
2.2 O DESEMPREGO REPRESENTADO NA CURVA DE 
POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO 
Continuando com o exemplo da empresa, podem ocorrer casos em 
que ela esteja operando abaixo da sua capacidade, sendo assim, os fatores de 
produção estarão ociosos, gerando por consequência o desemprego de parte 
dos trabalhadores. Ao observarmos o gráfico a seguir, isso ocorre precisamente 
localizado no interior da curva de possibilidade de produção, especificamente no 
ponto G. Neste ponto, a produção de ambos os produtos, cobertores e toalhas, 
podem ser aumentadas até chegarem ao desenho da curva, utilizando esses fatores 
de produção que são ociosos no ponto G. Com um aumento na produção de 
cobertores e a mesma quantidade de toalhas, poderemos passar do ponto G para 
o ponto C, ou para o ponto E com uma maior produção de toalhas e a mesma de 
cobertores, ou no ponto D com o aumento de ambos os produtos.
GRÁFICO 3 – CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO NO CASO 
OCIOSO 
FONTE: Adaptado de Passos e Nogami (2012, p. 50)
Existem ainda pontos que podem localizar-se fora da curva de possibilidade 
de produção, tais como o ponto H, descrito na ilustração. Estes pontos são 
inatingíveis, já que envolvem uma combinação da elevação de dois produtos, em 
que a empresa não poderá produzir por ter os fatores de produção e tecnologias 
necessários. Estes pontos localizados para além da curva de possibilidade de 
produção serão alcançados somente se houver um aumento de tecnologia, fatores 
produtivos, ou ainda, por meio de inovação tecnológica que possa vir a viabilizar 
uma maior produção de determinado produto. No caso da empresa, um exemplo 
40
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
de aumento de produtividade por meio de tecnologia, ou ainda por meio da 
aquisição de novas máquinas e equipamentos que possibilitem mais rapidez nas 
atividades e uma maior produtividade na empresa poderiam alcançar o ponto H 
(PASSOS; NOGAMI, 2012).
3 A CURVA DA POSSIBILIDADE EM NÍVEL DE UMA 
ECONOMIA 
Até agora trabalhamos com a curva de possibilidade de produção em um 
exemplo hipotético de uma empresa do ramo têxtil, com fatores de produção 
e tecnologia e que hipoteticamente trabalha-se com a produção de apenas dois 
bens, o que resultaria em uma determinada curva de possibilidade de produção, 
como vimos acima. Agora, veremos como se comporta a curva de possibilidade de 
produção em nível de sociedade.
Em uma economia de mercado não se produzem apenas duas mercadorias, 
como no exemplo hipotético de uma empresa que produz apenas toalhas e 
cobertores. Sabemos que são produzidos diariamente milhares de produtos, desde 
que estes contenham os fatores produtivos necessários. Já estudamos também que 
lidamos diariamente com escolhas e com o problema da escassez, sabemos que os 
recursos são escassos e estes serão distribuídos entre inúmeras possibilidades de 
produção de bens e serviços em uma determinada sociedade. Assim surge o dilema 
da ciência econômica mais uma vez, a escolha! Para simplificar o entendimento, 
estudaremos uma economia hipotética que produza apenas dois bens econômicos: 
alimentos e automóveis.
Vamos imaginar que essa sociedade tenha disponível uma quantidade fixa 
de fatores de produção, uma quantidade fixa de trabalhadores e uma quantidade 
fixa de empresas e instrumentos necessários à produção (terra, trabalho, capital 
etc.). Quanto ao grau de conhecimento e à tecnologia, este permanecerá constante, 
sendo imutável durante nossa análise. Vamos supor também que a mão de obra 
empregada e os demais fatores produtivos podem ser empregados na produção 
de alimentos e na produção de automóveis em diferentes combinações de ambos 
(PASSOS; NOGAMI, 2012).
No quadro, segue um exemplo das possibilidades de produção de alimentos 
e automóveis na economia em questão.
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
41
QUADRO 5 – POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO DE UMA ECONOMIA HIPOTÉTICA
ALTERNATIVA
ALIMENTOS (EM 
MILHÕES DE 
TONELADAS)
AUTOMÓVEIS 
(UNIDADES)
CUSTO DE 
OPORTUNIDADE
A 0 500 50
B 1 450 100
C 2 350 150
D 3 200 200
E 4 0
FONTE: Adaptado de Passos e Nogami (2012, p. 53)
Se fossem empregados todos os recursos disponíveis na produção de 
automóveis, obteríamos um total máximo de 500 unidades. Assim, a produção de 
alimentos seria igual a zero, já que todos os fatores produtivos estariam voltados 
para a produção de automóveis e a produção de alimentos ficaria inviável. Se 
observarmos o quadro, isso aconteceria no ponto A. 
No caso contrário, se voltássemos todos os recursos produtivos para a 
produção de alimentos, a produção desta economia hipotética seria de 4 milhões de 
toneladas de alimentos, em contrapartida, a produção de automóveis ficaria igual 
a zero, pois todos os fatores de produção estariam alocados para a produção dos 
alimentos. Esta alternativa se daria no ponto E do quadro acima, com a produção 
de 4 mil toneladas de alimentos e nenhuma unidade de automóveis. 
Por outro lado, poder-se-ia trabalhar com as demais combinações dos 
dois bens, alocando parte dos recursos produtivos para a produção de alimentos 
e também de automóveis, o que geraria várias alternativas de produção, como 
as descritas em B, C e D no quadro acima, por exemplo. O ponto G apenas será 
alcançado se houver um aumento na produção ou a implementação de uma 
tecnologia que permita o aumento da produtividade, a exemplo do ponto H da 
empresa têxtil (PASSOS; NOGAMI, 2012).
42
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
GRÁFICO 4 – CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO DE UMA 
ECONOMIA 
FONTE: Adaptado de Passos e Nogami (2012)
A representação gráfica da curva de possibilidade de produção de uma 
sociedade que hipoteticamente produz dois bens – alimentos e automóveis – dar-
se-ia da forma demonstrada, sendo que o eixo horizontal representa a produção de 
alimentos e o eixo vertical representa a produção de automóveis.
Como vimos anteriormente, no exemplo da empresa, o custo de 
oportunidade apresenta-se também em termos de uma sociedade. Conforme o 
exemplo que estamos utilizando, em uma sociedade produtora de automóveis e 
alimentos, para produzir mais alimentos deve-se abdicar uma parte da produção 
de automóveis, para que assim possam alocar mais fatores de produção para 
a produção de alimentos. Estamos novamente frente a frente com o custo de 
oportunidade. Observa-se ainda que os custos de oportunidade podem ser 
crescentes, quando uma sociedade sacrifica quantidades cada vez maiores de 
um bem para aumentar a produção de outro bem. Este custo de oportunidade 
está representado no gráfico nos pontos 100, 150 e 200. Cada vez que a sociedade 
deseja produzir mais toneladas de alimentos, ela terá que sacrificar a produção de 
automóveis.
3.1 ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE 
PRODUÇÃO
As alterações na curva de possibilidade que localizam-se à direita da curva 
de possibilidade de produção, neste caso o ponto G, não eram possíveis de serem 
alcançadas, dada a condição tecnológica e a disponibilidade limitada de fatores de 
produção. Todavia, podem ocorrer mudanças quanto à capacidade de produção, 
devido a diferentes fatores ao longo do tempo, como um aumento de inovações 
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
43
tecnológicas. Neste ponto ocorrerá um aumento nas instalações e no número de 
fábricas, de trabalhadores e instrumentos de produção, entre outros, que vão 
determinar a mudança e o aumento da possibilidade de produção da economia 
que se dá por meio de constantes inovações tecnológicas. A curva de possibilidade 
de produção deslocar-se-á para a direita, como podemos observar no gráfico a 
seguir.
GRÁFICO 5 – DESLOCAMENTODA CURVA DE POSSIBILIDADE DE 
PRODUÇÃO 
FONTE: Adaptado de Passos e Nogami (2012, p. 56)
Como podemos visualizar, a curva de possibilidade de produção está 
completa no ano de 2010, operando com as suas combinações abaixo do ponto 
G. Já no ano de 2016, a curva alcança o ponto G. Esta mudança na curva de 
possibilidade de produção ocorre devido aos progressos tecnológicos, invasões 
implementadas pela empresa que possibilitem o aumento da produtividade. No 
caso da produção de automóveis, a inovação tecnológica tem papel fundamental. 
A introdução de novas tecnologias e o aperfeiçoamento das linhas de montagem 
podem causar mudanças na curva de possibilidade de produção. Assim, como a 
questão da produção de alimentos, que podem ser por meio de fertilizantes ou 
mesmo tecnologias que possibilitem uma maior produtividade de determinada 
cultura por hectares, causando assim, um aumento na produtividade deste bem.
Na produção dos dois bens, automóveis e alimentos, poderá ocorrer 
mudanças na curva de possibilidade de produção de ambos. Todavia, a inclinação 
será maior naquele bem em que as possibilidades de produção forem mais 
favoráveis na direção de um bem do que na de outro (PASSOS; NOGAMI, 2012).
44
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
GRÁFICO 6 – DESLOCAMENTO DA CURVA DE POSSIBILIDADE DE 
PRODUÇÃO FAVORÁVEL À PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
 FONTE: Adaptado de Passos e Nogami (2012, p. 57)
No gráfico acima ocorre um caso em que o progresso tecnológico foi mais 
favorável para a produção de alimentos do que automóveis, por exemplo. Partimos 
agora para o último ponto deste tópico sobre a curva de possibilidade de produção. 
3.2 ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE 
PRODUÇÃO: O CRESCIMENTO E O DILEMA ENTRE A 
ESCOLHA ENTRE BENS DE CONSUMO E BENS DE CAPITAL
Nós já vimos que a produção de bens e serviços tem a finalidade de 
atender às necessidade ilimitadas das pessoas, são os bens de consumo, mas não 
produzem somente para as pessoas, são produzidos também bens com a finalidade 
de produzir outros bens, estes são os chamados bens de capital. Todavia, sabe-
se que as instalações, as máquinas e equipamentos, assim como os demais bens 
de produção sofrem depreciação, deterioram-se à medida que são utilizados na 
produção ao longo do tempo. De modo que faz-se necessária a produção de mais 
bens de capital com a finalidade de substituir aqueles já desgastados, a fim de 
manter a capacidade produtiva. Para compreendermos melhor a situação, observe 
o caso no gráfico a seguir:
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
45
GRÁFICO 7 – CURVA DE POSSIBILIDADE DE PORDUÇÃO ENTRE BENS 
DE CONSUMO E BENS DE CAPITAL 
FONTE: Adaptado de Passos e Nogami (2012, p. 58)
No gráfico acima, no eixo horizontal estão representados os bens de 
consumo, e no eixo vertical os bens de capital. O ponto A refere-se ao ano de 2010 
e representa uma situação atípica, na qual são utilizados todos os recursos na 
produção unicamente de bens de capital. Neste ponto, a economia produz muitas 
máquinas e equipamentos para a utilização em fábricas e não produz nenhum bem 
de consumo, o que não é interessante para a maior parte da população, já que esta 
tem demanda por bens de consumo (como roupas, alimentos, eletrônicos etc.).
Já o ponto B representa outra situação atípica, todos os fatores de produção 
estão alocados para a produção de bens de consumo. Neste ponto, a produção 
de bens de consumo tem função de atender às demandas da população. O que 
acontece neste ponto é que somente produz-se bens de consumo e nenhum bem de 
capital está sendo produzido. Esta situação atípica também não é interessante em 
termos de uma sociedade, pois com o passar do tempo as máquinas, equipamentos 
e instalações vão ficando obsoletas e desgastadas, e necessitam ser substituídas 
por outras para que a capacidade produtiva não fique ociosa. Pois, se ocorre a 
defasagem das máquinas e equipamentos e se não houver a substitução, isto 
acarretará em consequências, como um declínio na produção também de bens 
de consumo, causando uma diminuição no atendimento das necessidades das 
pessoas. Portanto, o ideal, em uma economia, é que não ocorra nenhuma dessas 
situações extremas, já que quem sentirá as consequências será toda a sociedade. 
Fica claro, portanto, que uma sociedade, além de produzir bens de 
consumo e também bens de capital, não serve só para substituir eventualmente 
os equipamentos obsoletos, mas também para manter e ampliar a capacidade 
produtiva de uma economia. No ponto C do gráfico, indica que nesta economia está 
se produzindo bens de consumo e bens de capital. Este ponto permitirá a produção 
de máquinas e equipamentos e a produção de bens de consumo, o que seria o 
46
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
ponto ideal. No ano de 2016 ocorre um deslocamento da curva de possibilidade de 
produção para a direita, alcançando o ponto D, aí pode-se observar que houve um 
aumento na possibilidade de produção tanto dos bens de capital como dos bens de 
consumo. Fica claro que é necessário um sacrifício no consumo presente para que 
no futuro se ampliem as possibilidades (PASSOS; NOGAMI, 2012).
47
RESUMO DO TÓPICO 3
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A curva de possibilidade de produção ilustra graficamente a escassez dos fatores 
de produção e cria um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país 
ou sociedade.
• O custo de oportunidade significa o sacrifício de deixar de produzir um bem 
para produzir mais de outro bem.
• Estudamos a curva de possibilidade de produção em uma sociedade hipotética 
com a produção de apenas dois bens, automóveis e alimentos, e observamos 
suas várias possibilidades de produção com auxílio do gráfico e da curva.
• Além disso, estudamos também as mudanças na curva de possibilidade de 
produção que ocorrem devido ao aumento nas instalações e no número de 
fábricas, de trabalhadores e pelas inovações tecnológicas.
• As consequências que ocorrem em uma economia, entre optar pela produção 
apenas de bens de consumo ou somente de bens de capital. Vimos que o ponto 
ótimo se situa quando a economia consegue produzir ambos os bens para 
atender à sociedade.
48
1 Um conceito importante em economia refere-se ao custo de oportunidade, já 
que faz referência à relação básica entre o problema da escassez e a escolha 
dos agentes econômicos. Com base no que vimos, disserte sobre este conceito.
2 A ciência econômica se preocupa com o problema da escassez. Dessa maneira, 
podemos dizer que a economia é a ciência das escolhas, afinal, busca-se 
satisfazer as inúmeras necessidades das pessoas, com a disponibilidade 
limitada de recursos. Com base nestes pressupostos, surge um conceito 
importante, relacionado à curva de possibilidade de produção. Disserte 
sobre ele.
3 Neste tópico, estudamos a curva de possibilidade de produção e suas 
aplicações. Com base nos estudos sobre este tema, explique por que em uma 
economia deve-se produzir tanto bens de consumo como bens de capital, e 
quais são as consequências de produzir apenas um dos bens.
4 Estudamos as alterações que podem ocorrer na curva de possibilidade de 
produção devido a um aumento na capacidade produtiva. Estas alterações 
ocorrem por diferentes fatores. Explique em que situações ocorrem essas 
alterações na curva de possibilidade de produção.
5 Estudamos, neste tópico, casos nos quais a empresa pode estar operando 
abaixo da sua capacidade produtiva. Explique em que situação isso ocorre.
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de
resolução da questão 4
49
TÓPICO 4
FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE 
MERCADO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, bem-vindo ao Tópico 4! Neste tópico, nosso objetivo será 
conhecer o funcionamento de uma economia de mercado. Como acontece a inter-relação 
entre os agentes econômicos? Como se dá a remuneraçãodos fatores de produção? Qual 
sua relação com o mercado? De que forma interferem na economia como um todo?
No Tópico 1 desta unidade, conhecemos os agentes econômicos que 
compõem uma economia, lembra-se? São as famílias, as empresas, o governo e 
o resto do mundo. Estes agentes econômicos relacionam-se entre si no mercado. 
Na ciência econômica, isso pode ser resumido por meio de fluxos, esquemas que 
demonstram o funcionamento de uma economia de forma simplificada. 
Quando se fala em “fluxo circular da renda de uma economia”, parece 
soar estranho de início, mas trata-se de algo simples. Se prestarmos atenção na 
nossa rotina mensal, ou até mesmo diária, praticamente tudo o que compramos 
ou vendemos se realiza por meio de transações de compra e venda de mercadorias 
e de serviços. Isso, de forma simplória, é o fluxo das atividades econômicas, que 
nada mais é do que as atividades que realizamos diariamente. São tão costumeiras 
que fazemos de forma automática e não refletimos sobre a mesma. O fluxo circular 
da renda busca ilustrar de forma simples como os indivíduos, as famílias, as 
empresas e o resto do mundo transacionam entre si. É importante que você os 
compreenda, pois na macroeconomia serão aprofundadas as relações entre os 
agentes econômicos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
2 O FLUXO REAL DA ECONOMIA 
O primeiro e mais simples fluxo real da economia consiste em uma economia 
hipoteticamente simples e composta apenas por dois agentes: as famílias e as 
empresas. Nesse esquema, as famílias são detentoras de força de trabalho e dos fatores 
produtivos que oferecem para as empresas, já as empresas, para fazer sua produção 
de bens e serviços, necessitam de mão de obra. Assim, as empresas remuneram as 
famílias pela mão de obra e fatores de produção oferecidos na forma de salários. Com 
os salários as famílias adquirem poder de compra, indo ao mercado e comprando 
os bens e serviços dos quais necessitam que são ofertados pelas empresas. Esta é a 
relação mais básica de uma economia, representada na figura a seguir:
50
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
FIGURA 5 – FLUXO REAL DA ATIVIDADE ECONÔMICA 
FONTE: Adaptado de Passos; Nogami (2012) e Vasconcellos; Garcia (2004)
No fluxo real da economia acontece um movimento dos recursos produtivos 
de bens e serviços entre dois agentes econômicos, as famílias e as empresas. Nesse 
caso, a relação de troca entre ambos é dupla, quer dizer que um depende do outro. 
As famílias ofertam mão de obra e fatores de produção, as empresas, por outro 
lado, demandam contratar mão de obra, além de matérias-primas e insumos para a 
produção de bens, serviços e mercadorias que serão disponibilizadas no mercado. 
Em troca de ofertar a mão de obra às empresas, as famílias recebem a remuneração 
pelo trabalho na forma de salários, ou ainda, no caso de possuírem terras, recursos 
naturais e terrenos, receberão como rendimento os aluguéis, mas isso já está 
relacionado com o fluxo monetário que veremos na sequência (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2004). 
3 O FLUXO MONETÁRIO 
O fluxo monetário são todas as transações financeiras que acontecem entre 
os agentes econômicos. Toda vez que um serviço, um bem ou uma mercadoria é 
passada de um agente para outro, é efetuado o pagamento por meio de moeda que 
media as trocas. É só pensar nas nossas transações diárias, por exemplo, você trabalha 
para determinada empresa, que no final de cada período tem o compromisso de 
pagar seu salário, que vem a ser a sua remuneração que lhe permite ir ao mercado 
e comprar os bens, mercadorias e serviços dos quais necessita (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2004).
TÓPICO 4 | FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
51
FIGURA 6 – FLUXO MONETÁRIO 
FONTE: Adaptado de Passos; Nogami (2012) e Vasconcellos; Garcia (2004)
Assim, o fluxo monetário busca demonstrar como se dá a remuneração entre 
os agentes, nesse caso, as famílias e as empresas. A remuneração paga às famílias, 
na forma de salários, criam a renda e o poder de compra e consumo pelas famílias. 
As famílias, por sua vez, têm necessidades que são ilimitadas e que são satisfeitas 
pelo consumo de mercadorias na forma de bens e serviços. Essas mercadorias são 
produzidas pelas empresas, as quais são adquiridas pelas famílias por meio de 
pagamentos. 
É importante frisar que o fluxo monetário da economia só se torna possível 
com a presença de moeda (meio de troca/reserva de valor), que é utilizada para 
remunerar os fatores de produção e para pagar os bens e serviços. Identifica-
se além do fluxo real da economia que representa, por um lado, o envio dos 
recursos produtivos das famílias para as empresas, e por outro lado, o envio das 
mercadorias (bens e serviços) das empresas para as unidades familiares. De forma 
resumida, o fluxo monetário envolve o pagamento de bens e serviços por parte dos 
compradores, às empresas, e a consequente remuneração dos fatores de produção, 
às famílias (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). 
Você consegue perceber como a economia está no nosso cotidiano em 
praticamente todas as atividades que desenvolvemos? Todos estamos inseridos nos 
fluxos da economia em quase tudo o que compramos, por exemplo, as atividades 
mais simples do nosso cotidiano, como ir à padaria comprar pão, ir ao mercado, 
pagar a mensalidade da faculdade, entre outros.
52
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
4 FLUXO CIRCULAR DA RENDA 
Vimos até agora o fluxo real e o fluxo monetário de uma economia. No 
próximo ponto, vamos compreender como ocorre a interligação entre o fluxo real 
e monetário, que resulta no que se conhece em economia, como o fluxo circular 
da renda. Primeiramente, trazemos o fluxo circular da renda em uma economia 
fechada, e posteriormente, um exemplo de uma economia aberta e com governo.
4.1 FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA FECHADA 
SEM GOVERNO 
O fluxo circular da renda, representado na figura a seguir, surge da 
interligação dos fluxos reais e dos fluxos monetários de uma economia e busca 
demonstrar a forma como ela se movimenta e como os agentes transacionam entre 
si. 
TÓPICO 4 | FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
53
FIGURA 7 – FLUXO CIRCULAR DA RENDA DE UMA ECONOMIA FECHADA SEM 
GOVERNO
FONTE: Disponível em: <https://financasfaceis.files.wordpress.com/2010/03/
fluxo_renda2.png>. Acesso em: 5 jan. 2017.
O fluxo circular da renda ilustra de forma simplificada como em uma 
economia de mercado ajusta os preços à oferta e à demanda das famílias e a 
oferta e a demanda das empresas. Neste fluxo, são dois agentes econômicos que 
transacionam entre si: as famílias e as empresas. E são dois mercados que compõem 
este fluxo: o mercado de bens de consumo e serviços e os recursos produtivos.
Ao observarmos a parte de cima do fluxo, as famílias anseiam em satisfazer 
as suas necessidades, as quais serão atendidas pela aquisição de diferentes bens, 
produtos e serviços. Isso é a procura das famílias por atender as suas diferentes 
necessidades. É só pensarmos em nós mesmos, do que geralmente temos 
necessidades? São alimentos, roupas, serviços médicos etc. De outro lado, os 
54
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
serviços que uma família pode comprar depende muito de sua renda. Assim, 
quanto maior for a renda da família, mais bens, produtos e serviços ela poderá 
comprar. Já as empresas têm como finalidade maximizar os seus lucros, fazem 
isso colocando bens, produtos e serviços no mercado para que as famílias possam 
adquirir.
 Por meio desta relação entre a oferta e a procura, tem-se a formação dos preços 
em economias de mercado (lembra-se do Tópico 2?). É por meio das quantidades 
demandadas de determinado produto que o empresário vai saber se deve produzir 
mais ou menos de um determinado bem. É a solução do problema econômico: “o 
que produzir”! Assim, cria-se um fluxo real (no esquema, observe a flecha vermelha) 
de bens, produtose serviços das empresas para as famílias. E de outro lado, cria-se 
um fluxo monetário (no esquema, a flecha azul) das famílias para as empresas como 
pagamentos pelos produtos comprados (PASSOS; NOGAMI, 2012).
A parte de baixo do esquema do fluxo circular da renda mostra como se 
formam os preços dos recursos produtivos no mercado de fatores de produção. 
Neste caso, as famílias são proprietárias dos recursos de produção e os ofertam 
no mercado de fatores de produção. As famílias ofertam terra, trabalho, capital, 
capacidade empresarial. As empresas estão no mercado justamente demandando 
estes recursos de produção. Assim, novamente temos uma relação de oferta e 
demanda, agora invertido na parte de cima do fluxo, de modo que as famílias 
ofertam e as empresas demandam. 
Neste ponto do fluxo se dará a formação dos preços que vai assinalar aos 
produtores a outra questão econômica fundamental a ser solucionada: “como 
produzir”. Tem-se um fluxo real de recursos das famílias para as empresas. As 
empresas, ao comprarem os recursos produtivos, vão pagar as famílias em 
unidades monetárias na forma de salários, aluguéis, juros e lucros, o que resulta 
num fluxo monetário das empresas para as famílias (PASSOS; NOGAMI, 2012; 
VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
Sobre o fluxo circular da renda, assista ao vídeo disponível no link: <https://www.
youtube.com/watch?v=glSmM4dqhK0>.
4.2 FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA DE 
UMA ECONOMIA ABERTA 
No subtópico anterior, estudamos o fluxo circular da renda em uma 
economia sem governo. Agora estudaremos o fluxo de uma economia aberta. 
Abordaremos, também, a presença de um terceiro agente na economia: o governo.
DICAS
TÓPICO 4 | FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
55
Nesta situação, temos três agentes econômicos ofertando e demandando 
bens e serviços. E são novamente dois mercados que compõem este fluxo: o mercado 
de bens de consumo e serviços e os recursos produtivos. Você já estudou o fluxo 
circular da renda entre as famílias e as empresas no tópico anterior, a diferença é 
que agora o governo aparece como o terceiro agente econômico.
FIGURA 8 – FLUXO CIRCULAR DA RENDA MODELO COM GOVERNO
FONTE: Adaptado de Passos; Nogami (2012) e Vasconcellos; Garcia (2004)
Como vimos, as famílias precisam atender as suas necessidades, e para 
isso vão ao mercado de bens e serviços nos quais as empresas ofertam os bens. 
De outro lado, as empresas demandam no mercado de fatores de produção os 
quais as famílias são proprietárias. Assim, as empresas efetuam o pagamento às 
famílias por meio de recursos monetários, e as famílias, com esta renda, podem 
ir ao mercado de bens consumir os produtos e serviços dos quais necessitam 
para satisfazer suas necessidades (novamente ocorre o fluxo real representado no 
esquema pela flecha preta e o fluxo monetário representado pela flecha vermelha). 
Neste caso, ainda uma parte da renda das famílias vai ser destinada ao pagamento 
de impostos ao governo. Estes tributos serão utilizados para financiar gastos no 
mercado de fatores e no mercado de bens.
Em uma economia com governo, este também demanda recursos ou 
fatores de produção. São os serviços que o governo adquire e os utiliza para 
produzir outros bens e serviços públicos, que podem ser: alimentação, materiais 
escolares, a saúde pública, as escolas, as universidades, a segurança, entre outros. 
Estes serviços o governo disponibiliza (oferta) para as famílias e para as empresas 
56
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
de forma pública e gratuita. Além disso, o governo também dispõe de alguns 
fatores de produção como terras, que arrenda ou vende no mercado de fatores de 
produção. 
Por outro lado, pode-se registrar os gastos do governo, que são as 
transferências que realiza na forma de auxílios financeiros, na forma de programas 
sociais, ou ainda subsídios para as empresas, lembrando que o que financia boa 
parte das transferências do governo são os tributos na forma de impostos e taxas 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). 
Caro acadêmico, estudaremos mais profundamente o papel do governo na 
economia na unidade dedicada ao estudo da macroeconomia.
5 VAZAMENTOS E INJEÇÕES NO FLUXO DE RENDA 
 
Agora que você estudou o fluxo circular da renda com governo, vamos 
avançar no estudo e entender os vazamentos e as injeções no fluxo de renda e 
uma economia. Os vazamentos no fluxo circular da renda correspondem à parcela 
da renda das famílias que não se destinam diretamente ao consumo. Podemos 
apontar três: a poupança (S), os impostos (T) e as importações (M). Já as injeções 
no fluxo circular da renda são os mecanismos que compensam estes vazamentos. 
São mecanismos que permitem o retorno desta renda e seu reinvestimento na 
economia. Vejamos melhor como isso acontece.
5.1 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – A 
POUPANÇA
Na teoria keynesiana a renda adquirida pelas famílias deve ser gasta 
com o consumo, como já vimos. Todavia, se isso não for possível, as empresas 
não terão como vender todos os bens e serviços (mercadorias) produzidos, o 
que gerará uma crise de superprodução. Nesta situação há uma diminuição das 
receitas, e consequentemente, dos lucros da empresa, havendo uma tendência à 
diminuição de seu quadro de funcionários, redução da renda da sociedade e, por 
consequência, diminuição do consumo. Neste caso, a economia se encontraria em 
um momento de retroalimentação negativa, ou um ciclo vicioso, sendo que as 
vendas estimulariam as demissões e essas, por consequência, novas quedas nas 
vendas e assim sucessivamente. 
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 4 | FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
57
De outro lado, é importante observar que nem todas as pessoas gastam o 
total da sua renda. Algumas famílias conseguem deter uma parte da sua renda 
como poupança. É importante observar que nos países de terceiro mundo, nos 
quais os salários e as rendas são baixas, o nível de poupança tende a ser reduzido. 
A poupança representa um vazamento de recursos do fluxo circular da renda, e 
esses recursos, para evitar uma crise, devem ser reinventados na economia. 
5.1.1 As injeções no fluxo circular da renda provenientes 
da poupança
O papel de recolher os investimentos na forma de poupança é do mercado 
financeiro. Por meio dos bancos comerciais e demais entidades financeiras efetua-
se o recolhimento dessas rendas não gastas ou poupadas. O mercado financeiro 
coloca esses recolhimentos à disposição dos agentes econômicos na forma de 
empréstimos e cobra taxas de juros pela transação. 
As famílias (ou indivíduos) que têm recursos financeiros de sobra são 
estimulados a aplicá-los no mercado financeiro em troca de uma remuneração. É 
justamente por meio desse mecanismo que o mercado financeiro recolhe o que se 
chama de vazamentos do fluxo circular da renda, que ocorre devido a “uma sobra” 
nos rendimentos das famílias. 
Ao recolher estes rendimentos, o mercado financeiro os oferece em 
forma de empréstimos, que serão utilizados por empresários para estimular os 
investimentos. Assim, o recurso é injetado novamente no fluxo circular da renda. 
Podemos observar assim a importância da poupança, no sentido de financiar os 
empréstimos e investimentos.
5.2 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – OS 
TRIBUTOS
Boa parte dos rendimentos das famílias não é gasta com consumo e 
também não é poupada. Uma parte considerável da renda das famílias é gasta 
com o pagamento de impostos ao governo. Isso representa mais um vazamento do 
fluxo circular da renda. 
Se as famílias pudessem optar ou se não existissem os impostos, os 
indivíduos poderiam fazer outra coisa com este dinheiro (como comprar 
mais mercadorias). Caso o montante de impostos cobrados pelo governo não 
retornasse para a economia, alguns problemas poderiam ocorrer. Dentre eles, uma 
desaceleração econômica, fazendo diminuir a demanda por bens eserviços. Se isso 
prevalecer por um longo período, poderia acarretar numa séria recessão, e é claro, 
em altos níveis de desemprego. 
 
58
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
5.2.1 As injeções no fluxo circular da renda provenientes 
dos impostos
Os impostos recolhidos pelo governo são injetados novamente no fluxo 
circular da renda. Depois de recolher o dinheiro das famílias e das empresas, 
eles são investidos na sociedade de várias formas. Por exemplo, com a realização 
de obras de infraestrutura, construção de escolas, universidades, investimento 
em saúde, entre tantas outras despesas públicas. Além disso, o governo compra 
insumos, é responsável pelo pagamento do funcionalismo público, realiza a 
transferência às famílias por meio de programas sociais e políticas públicas, paga 
as aposentadorias etc. Estas e outras atividades do governo se resumem a seus 
gastos, mas também significam injeções na economia dos recursos anteriormente 
retirados. 
Assim, é necessário um equilíbrio tanto do volume de impostos recolhidos 
como de gastos do governo. Se os gastos do governo forem maiores do que a sua 
arrecadação, o governo (igual a qualquer pessoa) estará em dívida. Se o contrário 
acontecer, ou seja, se houver uma maior arrecadação do que os gastos (ou seja, se 
sobrar dinheiro na conta do governo) ele consegue reduzir a sua dívida (se ele tiver 
alguma).
5.3 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – AS 
IMPORTAÇÕES
Além da poupança e dos impostos, existe outro vazamento do fluxo circular 
da renda: os gastos das famílias com as mercadorias importadas. A compra de 
mercadorias produzidas fora do país favorece a produção naquele determinado 
país e desestimula a produção no país de domicílio. Importando produtos, o 
indivíduo envia parte da sua renda para o exterior. Por outro lado, se a demanda 
por mercadorias importadas for muito grande, é possível que a demanda por 
mercadorias nacionais caia e algumas empresas quebrem.
5.3.1 As injeções no fluxo circular da renda proveniente – 
caso das importações
Para este vazamento, o governo dispõe de injeções de recursos. Nesse 
caso, existem as injeções de recursos no fluxo circular da renda que decorrem 
das exportações. Quando determinado país exporta mercadorias, ele atrai renda 
externa. Essa renda estimulará a demanda agregada e provocará um aquecimento 
na atividade econômica dentro do país. 
TÓPICO 4 | FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
59
Por outro lado, se o volume de exportações for muito maior que o de 
importações, a tendência é ocorrer inflação, devido ao fato de que a produção 
nacional poderá não dar conta de suprir a elevação no consumo interno, que se 
originarão do excesso de renda resultantes das exportações. A seguir, podemos 
analisar um resumo do fluxo circular da renda, dos respectivos vazamentos e 
injeções.
FIGURA 9 – FLUXO CIRCULAR DA RENDA COM OS VAZAMENTOS E AS INJEÇÕES
FONTE: Adaptado de Froyen (2001) e Passos; Nogami (2012)
Conforme ilustrado no esquema acima, os vazamentos do fluxo circular 
da renda são três: a poupança (S), os impostos (T) e as importações (M). Depois de 
estudar até aqui, você ainda pode se perguntar como isso acontece, ou como na 
prática acontecem os vazamentos no fluxo de renda. Imaginemos que o seu salário 
seja R$ 3.000,00. Segundo a premissa keynesiana, para que a economia funcione de 
forma equilibrada, você deveria gastar todo o seu salário, certo? 
Todavia, você sabe que parte do seu salário será retido em forma de 
impostos (pagamento de imposto de renda e contribuição previdenciária, por 
exemplo). Suponhamos que o valor gasto com isso seja de R$ 200,00. Assim, seu 
salário real será de R$ 2.800,00, que foi o que sobrou após ter pago os tributos.
60
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Além disso, você pode optar por guardar parte do seu salário na poupança. 
Suponhamos então, que você guarde mais R$ 200,00 mensais, pois deseja comprar 
um automóvel no futuro. Tomando esta decisão, você estará optando por não 
consumir ou não gastar parte da sua renda. Seu salário, que era de R$ 3.000,00, 
agora é de R$ 3.000,00 – 200,00 – 200,00.
Com dinheiro sobrando, você decide comprar um computador. Acontece 
que ele é importado da China. Digamos que você parcelou sua compra, cuja 
parcela é de R$ 200,00 mensais. Temos então, um gasto com importação no valor 
de R$ 200,00 (por mês). Essa parte do seu salário não está sendo gasta dentro do 
país de origem, mas sim, no exterior. 
No final das contas, do seu salário inicial sobrou R$ 2.400,00 para gastar 
com bens e serviços na economia de seu país. O restante (impostos + poupança + 
importação) corresponde a vazamentos no fluxo de renda. 
Imagine que muitas pessoas fizeram transações parecidas com a sua. Então, 
teremos um valor bem maior de vazamento no fluxo de renda. Se não for feito 
nada para corrigi-los, a economia nacional poderá enfrentar alguns problemas 
relacionados à desaceleração: muitas empresas encontrarão problemas para 
vender seus bens e serviços, e possivelmente terão de reduzir a produção. Isso 
poderá ocasionar desemprego.
Para que isso não aconteça, o governo cria mecanismos ou gastos que 
compensem cada um dos vazamentos. Isso denomina-se injeções na economia. 
Conforme a ilustração acima, pode-se observar que as injeções são constituídas 
por investimentos (I) que visam compensar a poupança, os gastos do governo (G) 
que compensam a arrecadação de impostos (T) e as exportações (X) que têm a 
finalidade de se igualar às importações (M). Tudo isto para que a economia se 
mantenha equilibrada.
Acabamos de ver como é importante o governo no fluxo da renda. Essa 
gestão de injetar novamente os vazamentos é dinamizada por meio da gestão das 
políticas econômicas feitas pelo governo, que iremos aprofundar na Unidade 3 
deste caderno.
61
RESUMO DO TÓPICO 4
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Como ocorre o funcionamento de uma economia de mercado por meio do 
fluxo real, fluxo monetário e fluxo circular da renda, além disso, estudamos os 
vazamentos e injeções do fluxo circular da renda.
 
• Os fluxos acontecem por meio da relação dos agentes econômicos e se dá no 
mercado.
• O fluxo real da economia é o mais simples dos fluxos e é composto por famílias 
e empresas, qual as famílias ofertam os fatores de produção no mercado e as 
empresas demandam.
• No fluxo monetário, estudamos como acontecem as remunerações dos agentes 
econômicos. O fluxo monetário representa o envio de recursos financeiros 
das empresas para as famílias. As familias, com a remuneração, têm poder 
de consumo para a compra de bens de consumo produzido pelas empresas e 
disponibilizados no mercado pelas mesmas.
• O fluxo circular da renda surge da interligação dos fluxos reais e dos fluxos monetários 
de uma economia e busca demonstrar a forma como ela se movimenta e como os agentes 
transacionam entre si. 
• Os vazamentos no fluxo circular da renda correspondem à parcela da renda das 
famílias que não se destinam diretamente ao consumo. Podemos apontar três: a 
poupança (S), os impostos (T) e as importações (M).
• As injeções no fluxo circular da renda são os mecanismos que compensam 
estes vazamentos e são feitos por meio de investimentos, gastos do governo e 
exportações.
62
AUTOATIVIDADE
1 Ao analisar o funcionamento de uma economia de mercado fechada e sem 
governo, observa-se o fluxo real e monetário. Ambos os fluxos buscam 
ilustrar como ocorrem as interligações entre os agentes econômicos em uma 
economia. Com base nisso, explique como se dá o funcionamento destes 
fluxos em uma economia.
 
2 Em uma economia, o fluxo circular da renda surge da interligação dos 
fluxos reais e dos fluxos monetários. Sua finalidade é demonstrar a forma 
como se movimenta determinada economia e como os agentes econômicos 
transacionam entre si. Com baseno que você estudou, explique o 
funcionamento do fluxo circular da renda.
 - Em uma economia fechada:
3 No fluxo circular da renda acontecem os chamados vazamentos, que 
correspondem à parcela da renda das famílias que não se destinam 
diretamente ao consumo. Descreva quais são os vazamentos e o que se pode 
fazer para compensá-los.
63
TÓPICO 5
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO 
ECONÔMICO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste Tópico 5 vamos estudar a evolução do 
pensamento econômico, estudaremos desde a pré-história, antiguidade clássica e 
Idade Média, passando pelas ideias mercantilistas e fisiocratas, posteriormente à 
escola clássica, marxismo, keynesianismo e os economistas pós-keynesianos. Bons 
estudos! 
2 PRÉ-HISTÓRIA E ANTIGUIDADE CLÁSSICA 
A rigor, não se pode admitir a existência de um pensamento econômico 
até o fim da Idade Média. Até então, a economia era tão pouco relevante que 
não exigia pensar-se sobre ela. Mesmo assim, reconhece-se que, entre outros, 
Aristóteles na Grécia Antiga, e Santo Agostinho e São Tomás de Aquino na Idade 
Média, referiram-se a temas econômicos.
Algumas ideias econômicas fragmentárias apareceram na antiguidade 
grega, mas ligavam-se à política e à filosofia. Aliás, foram os gregos os primeiros a 
utilizarem a palavra oikonomia. Porém, não representou um pensamento econômico 
mais elaborado, já que se tratava de conhecimentos práticos de administração 
doméstica. 
Caro acadêmico, o termo oikonomia provém do grego e significa “cuidado 
com a casa”: oikos equivale à casa e nomos é o mesmo que cuidado.
Entre os romanos, algumas preocupações econômicas também tiveram 
lugar, mas como ocorreu com os gregos, não chegou a representar um pensamento 
econômico geral. Mesmo que as trocas fizessem parte de sua organização social, a 
preocupação dos romanos ligava-se à política.
NOTA
64
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
3 IDADE MÉDIA
Ainda na Idade Média, principalmente entre os séculos XI ao XIV, a 
atividade econômica, as trocas regionais e inter-regionais foram ganhando cada 
vez mais força. As trocas se generalizaram, surgiram as corporações de ofício, a 
divisão entre campo e cidade se acentuou, entre outras características.
Podemos dizer que o pensamento medieval tinha um caráter prático e 
dependente da moral cristã. Neste sentido, a igreja procurava moralizar todas as 
ações das pessoas. E o mesmo ocorria com a prática econômica. Neste período, 
esta instituição reconheceu a dignidade do trabalho, condenou as taxas de juros 
(usura), pregou o “justo preço”, a moderação e o equilíbrio dos atos econômicos.
4 MERCANTILISMO
O mercantilismo foi uma doutrina econômica que surgiu entre o fim da 
Idade Média e a época de triunfo do laissez-faire, portanto, entre 1500 e 1770, época 
de expansão comercial e marítima de nações europeias. Podemos apresentar como 
seus representantes, Jean-Baptiste Colbert (1619-1683) e Sir William Petty (1623-
1687). A grande preocupação destes pensadores era entender como tornar uma 
nação mais rica. 
FIGURA 10 – REPRESENTANTES DO MERCANTILISMO
FONTE: Disponível em: <http://history.info/on-this-day/1619-jean-baptiste-
colbert-the-minister-who-tried-to-increase-his-countrys-wealth/>; 
<http://alchetron.com/William-Petty-1072258-W>. Acesso em: 5 jan. 
2017.
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
65
Os mercantilistas consideravam que a riqueza de uma nação provinha da 
acumulação de metais preciosos: ouro e prata. Estes teriam origem, em grande 
parte, no comércio externo, mais precisamente, nos saldos que um país acumulava 
metais preciosos recorrente das trocas comerciais de bens com outros países. 
Podemos dizer que esta é a base do pensamento mercantilista. Por isso mesmo, a 
fim de aumentar o estoque de metais preciosos, defendiam um maior estímulo ao 
comércio exterior por meio de uma balança comercial favorável.
O contexto histórico do surgimento do mercantilismo foi marcado pela 
desintegração do feudalismo e pela formação do capitalismo mercantil, como já 
dissemos, entre o século XVI e fins do século XVIII. Em resumo, podemos destacar 
as seguintes transformações ocorridas neste período histórico:
I. Transformações intelectuais: foi um período de mudanças na forma de se 
pensar o mundo. O método científico (ligados à observação e à experiência) 
tomava o lugar das antigas maneiras de explicar a realidade, as produções 
artísticas e literárias se modificaram, entre tantas outras.
II. Transformações religiosas: cresceu o processo de laicização do pensamento, 
ganharam maior evidência os argumentos que exaltavam o individualismo, até 
restrições a algumas práticas econômicas (como a cobrança de juros e o lucro) 
perderam força.
III. Transformações no padrão de vida: os padrões de vida da população 
também se modificaram. A preocupação com o material, pelo desejo de bem-
estar difundiram-se (melhor alimentação, casas confortáveis, viagens, troca de 
experiências).
IV. Transformações políticas: neste período houve o aparecimento do Estado 
moderno, que coordenava os recursos materiais e humanos e que foi aglutinador 
das forças da nobreza, do clero, dos senhores feudais, da burguesia.
V. Transformações geográficas: a navegação e seu aprimoramento permitiram a 
descoberta de “novos mundos” (Américas, por exemplo).
VI. Transformações econômicas: todas as mudanças também se refletiram no 
aumento do afluxo de riquezas, surgiram novos centros de comércio, cidades se 
avolumavam, intensificou-se o processo de exploração das colônias, ente outros.
O mercantilismo surgiu como uma doutrina capaz de substituir os preceitos 
feudais, promover o nacionalismo, dar importância aos mercadores, e ainda, justificar a 
política de expansão marítima e militar, característica desta época histórica.
Resumidamente, podemos destacar como princípios do mercantilismo
IMPORTANT
E
66
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
FONTE: Os autores
Embora o mercantilismo não se configure como uma análise científica 
dos fenômenos econômicos, alguns de seus preceitos foram importantes para 
as posteriores formulações do pensamento econômico. Dentre estes preceitos, 
a preocupação por uma análise estatística dos problemas econômicos, a análise 
sobre as funções da produção e dos riscos assumidos pelos empresários nas 
tentativas de explicitar o circuito econômico, no método empirista e nos preceitos 
de administração pública (proibição da saída de metais preciosos, da entrada de 
mercadorias estrangeiras, intervencionismo na indústria, protecionismo etc.).
5 FISIOCRACIA
A Fisiocracia foi uma doutrina econômica liberal que teve seu auge no 
século XVIII. Formulou, pela primeira vez, de maneira sistemática e lógica, uma 
teoria do liberalismo econômico. Mais precisamente, apareceu na França no final 
da época mercantilista, tendo seu início determinado em 1756. A escola fisiocrata 
durou pouco e já em 1776 havia perdido muita força, principalmente com o advento 
das ideias que viriam a ser a base do pensamento econômico clássico.
• Acumulação de ouro e prata como fonte da riqueza. As nações deveriam promover 
ações que permitissem a acumulação destes metais.
• O nacionalismo. Era preciso uma nação poderosa, aglutinadora de forças. A nação 
deveria promover exportações e acumular riquezas as custas de seus vizinhos. Isso 
implicava em militarismo, dominação de rotas comerciais, captura de colonias.
• O comércio exterior e protecionismo. O comércio exterior deeria ser estimulado, por 
meio da balança comercial favorável. Internamente, era preciso proteger as matérias-
primas e os bens manufaturados. Além disso, era necessária uma política capaz de 
restringir a saída de matérias-primas.
• O colonialismo. Defendia-se uma política de dominação e exploração de colônias e de 
monopólio do comércio colonial em benefício próprio, ou seja,da metrópole (Política 
colonial mercantilista).
• Comércio Interno e incremento da população. De certa maneira, se estimulava 
o comércio interno, porém, através de concessões de monopólio e privilégios 
comerciais. Favoreciam uma população numerosa, fornecedora de mão de obra barata 
e abundante. Não preocupava-se com seu bem-estar.
• Grande intervenção do Estado. As atividades econômicas tinham forte controle 
e direção do Estado. Este concedia privilégios de monopólios a setores ligados ao 
comércio externo. A livre entrada no comércio interno era restringida.
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
67
Assim como os mercantilistas, os fisiocratas queriam entender como uma 
nação poderia tornar-se rica. Só que para eles, a fonte das riquezas de um país 
estava na terra. Sem a provisão de matérias-primas da natureza não se geraria 
qualquer valor. Podemos ressaltar como principais representantes desta corrente 
de pensamento, o médico francês François Quesnay (1694-1774) e Anne-Robert-
Jacques Turgot (1727-1781). 
FIGURA 11 – REPRESENTANTES DA FISIOCRACIA
FONTE: Disponível em:<https://global.britannica.com/biography/Francois-
Quesnay>; <http://en.chateauversailles.fr/history/court-people/
louis-xvi-time/anne-robert-jacques-turgot>. Acesso em: 6 jan. 
2017.
5.1 OS FISIOCRATAS – CONTEXTO
A fisiocracia surgiu como uma reação ao mercantilismo no momento 
histórico de muitas contradições, marcado pela dissolução dos últimos resquícios 
feudais e de ascensão da burguesia. 
Por um lado, o comércio se consolidou, o uso de moeda (em detrimento 
do escambo) se generalizou, grandes cidades surgiram, as primeiras indústrias 
se desenvolveram, novos métodos de produção ganharam lugar, bem como a 
consolidação de uma classe de comerciantes – a burguesia – como protagonistas 
dos processos socioeconômicos.
Do outro lado, como resquícios da velha ordem sociopolítica, havia muito 
controle governamental sobre as atividades mercantis. As atividades econômicas 
(ligadas ao comércio, agricultura, indústria) eram sobrecarregadas de impostos, 
tarifas e pedágios. A nobreza e o clero ainda gozavam certo prestígio e se 
beneficiavam das riquezas geradas pela sociedade. 
68
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Os ideais fisiocratas ganharam força neste contexto, sendo base tanto para 
as reivindicações da nova classe emergente, a burguesia, quanto para a ascensão 
do pensamento econômico liberal.
Podemos resumir os preceitos da fisiocracia do seguinte modo:
FONTE: Os autores
6 A ESCOLA CLÁSSICA
Podemos datar o início da Escola Clássica em 1776, e seu marco foi a 
publicação da obra “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, neste mesmo ano. 
Este pensador é considerado uma espécie de “pai” da ciência econômica. É a 
partir dos estudos feitos por Adam Smith que se tem um pensamento econômico 
mais elaborado. Com base nisso, outros economistas irão explicar a realidade de 
várias formas, como mostraremos neste tópico. Dessa maneira, diferentemente do 
mercantilismo e da fisiocracia, podemos dizer que as premissas da Escola Clássica 
são precursoras da teoria econômica moderna.
• Terra (agricultura/natureza) como fonte de riqueza. Somente a agricultura era 
produtiva, pois criava excedentes. A indústria e o comércio eram úteis, mas, estéreis, 
pois reproduziam o valor consumido (matéria-prima e produtos de subsistência).
• Ideia de ordem natural. As sociedades humanas estavam sujeitas a leis da natureza. 
As atividades humanas deveriam estar em comunhão com estas leis.
• Intervenção mínima do Estado. Economicamente, o direito natural das pessoas era 
desfrutardo seu próprio trabalho. Assim, o Estado não deveria intervir nos assuntos 
econômicos além do mínimo: proteger a vida e a propriedade, mantento a liberade.
• Oposição às restrições feudais, mercantilistas e governamentais. Deveria existir 
liberdade de negócios interna e livre-comércio no exterior. Laissez-faire, laissez-passer, 
que significa "deixar fazer, deixar passar"
• Impostos deveriam ser cobrados apenas dos propretários de terras. Como a 
agricultura era a fonte de riqueza, somente os donos das terras deveriam pagar os 
impostos (os nobres e a igreja eram donos das terras, neste período histórico).
• Oposição ao consumo de luxo. Os fisiocratas consideravam o consumo de luxo uma 
barreira à acumulação de capital.
• Consideração da economia como um todo integrado. Esta premissa é bem descrita 
na Tableau Economique, de Quesnay. Basicamente, divide a sociedade em três classes: 
os proprietários de terra (nobreza e clero), os produtores (agricultores) e as "classes 
estéreis" (demais cidadãos). Assim, existiria uma circulação de renda entre essas 
três classes: proprietários e produtores compravam produtos e serviços dos demais 
grupos. Essa renda retornava com a negociação dos produtos agrícolas.
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
69
A doutrina clássica também é conhecida como liberalismo econômico. 
Sendo assim, são seus pilares: a) a liberdade pessoal; b) a propriedade privada; c) a 
iniciativa industrial e controle individual da empresa; d) a doutrina do laissez-faire, 
laissez-passer.
A expressão “laissez-faire, laissez-passer” quer dizer “deixar fazer, deixar passar”. 
Essa expressão era uma espécie de “palavra de ordem” do liberalismo econômico, cujo intento 
era a absoluta liberdade de produção de comercialização dos produtos e serviços. Surgiu 
ainda com os fisiocratas (século XVIII) e foi defendida primeiramente de uma forma mais 
radical na Inglaterra. Tal postura econômica diferia completamente daquela mercantilista. 
Com o advento e consolidação do capitalismo, tornou-se importante mecanismo do 
liberalismo econômico, no que diz respeito às críticas à intervenção do Estado na economia 
(SANDRONI, 1999).
Ao pensarmos em colocar um fim na supremacia desta escola, podemos 
citar o ano de 1871, com os trabalhos de W. Stanley Jevons e Carls Menger. Estas 
formulações viriam a ser conhecidas como teoria neoclássica.
Os economistas clássicos consideravam naturais as categorias como 
dinheiro, capital, lucro, salário, propriedade privada, entre outras, uma vez 
compreendidas, elas se eternizariam. Suas principais ideias devem ser entendidas 
em seu contexto histórico, já que ganharam corpo em meio à desestruturação 
do antigo regime feudal. Como vimos anteriormente, é um período de grandes 
transformações: culturais, religiosas, políticas, econômicas, científicas, entre tantas 
outras.
O liberalismo econômico expressou o ideário da burguesia no período 
em que ela estava na vanguarda das lutas sociais, conduzindo o processo que 
derrubaria o antigo regime (feudalismo). Além do mais, as ideias desta escola 
ganharam força no século XVIII, quando a Inglaterra assumiu a supremacia no 
comércio e indústria. Período este, da Revolução Industrial.
Resumidamente, são princípios da Escola Clássica: 
a. Princípio do “laissez-faire, laissez-passer” e crença no autoajuste do mercado: 
para os economistas clássicos, o melhor governo era aquele que menos 
governava. Por isso, defendiam o Estado mínimo, com poucas funções e que 
não intervisse na economia. As forças de mercado, livre e competitivo, deveriam 
orientar a produção, a troca e a distribuição das mercadorias e serviços. Para 
estes pensadores, a economia se ajustava automaticamente e tendia ao equilíbrio.
b. Harmonia de interesses: os clássicos sustentavam que o indivíduo, ao buscar 
satisfazer seu próprio interesse, acaba servindo aos interesses da sociedade. 
Isso, é claro, em uma economia concorrencial.
IMPORTANT
E
70
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
c. O trabalho como fonte de valor: para os clássicos, a fonte da riqueza estava 
no trabalho. Além disso, eles ressaltavam a importância de todas as atividades 
econômicas no processo de geração de riqueza: a agricultura, o comércio, eprincipalmente, a indústria.
d. Objetivavam a promoção do máximo crescimento e desenvolvimento 
econômico: isto, de certa maneira, estava associado à crença de que os indivíduos, 
supostamente, tinham como desejo inato acumular riquezas como um fim em si 
mesmo.
e. Noção da economia como um todo e regida por leis naturais: os clássicos viam 
a economia como um todo interligado. Além disso, acreditavam existir leis 
naturais que a regiam. Assim, era importante descobri-las.
f. Partiam de um método de análise: um dos grandes legados dos clássicos foi ter 
oferecido um método de análise da economia, bem como das leis que dela fazem 
parte.
6.1 PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: 
ADAM SMITH
Adam Smith é considerado o fundador da Escola Clássica e como vimos 
anteriormente, é tido, por muitos, como o “pai” da economia moderna. Ele nasceu 
em 1723, na Escócia, onde viveu quase toda a sua vida. Veio a falecer em 1790. 
Frequentou as universidades de Glasgow e Oxford entre 1737-1746. Lecionou em 
Glasgow entre 1751 e 1764. Ficou dois anos na França, entre 1764 e 1766, onde teve 
contato com muitos pensadores e filósofos, dentre os quais destaca-se o contato 
com o fisiocrata Quesnay. Em 1776 publicou sua obra mais importante: An Inquiry 
into the Nature and Causes of the Wealth of Nations – A Riqueza das Nações.
FIGURA 12 – ADAM SMITH
FONTE: Disponível em: <http://www.biography.com/
people/adam-smith-9486480>. Acesso em: 6 jan. 
2017.
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
71
Smith se distinguiu daqueles que trataram de temas econômicos antes dele, 
como os fisiocratas e os mercantilistas. Isso dada a sua formação acadêmica e pela 
vastidão de conhecimentos. Além do mais, elaborou um modelo abstrato completo 
e relativamente coerente da natureza, da estrutura e do funcionamento do sistema 
capitalista. Notou que havia ligações entre as principais classes sociais, entre os 
setores de produção, a distribuição da riqueza, da renda, o comércio, a circulação 
da moeda, questões relativas aos preços e ao processo de crescimento econômico 
das nações (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004; HUNT, 2005).
O trabalho de Adam Smith é vasto, mas podemos destacar algumas ideias:
• O trabalho como fonte das riquezas das nações.
• A importância da divisão do trabalho: isso quer dizer a especialização dos 
trabalhadores em uma etapa específica do processo produtivo de determinada 
mercadoria. A divisão do trabalho, para ele, era estimulada pela ampliação dos 
mercados e era um elemento gerador de aumento da produtividade, e com 
isso, da própria riqueza (pois o trabalhador se especializa em uma atividade, 
poupava-se tempo e se abria espaço para o uso das máquinas).
• A ideia da “mão invisível” e da autorregulação do mercado/economia: Adam 
Smith sustentava ser necessário deixar agir a livre concorrência, de modo que 
os agentes econômicos encontrariam o equilíbrio de maneira natural, através de 
uma “mão invisível”. Com esta teoria defendia que todos os agentes, na busca 
por lucrar ao máximo, acabavam promovendo o bem-estar de toda a sociedade. 
É como se uma mão invisível orientasse as ações do mercado e da economia 
sem a necessidade propriamente da atuação do Estado para isso. Portanto, via o 
mercado, única e exclusivamente, como regulador das decisões econômicas de 
uma nação. Uma das passagens de seu famoso livro ilustra esses pressupostos: 
"não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu 
espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu 
autointeresse” (SMITH,1996, p. 22). 
• A defesa do laissez-faire, laissez-passer - não intervenção do Estado: como 
considerava que o mercado e a economia se ajustavam automaticamente, 
defendia que o Estado não intervisse na economia. O Estado deveria apenas a) 
proteger contra-ataques externos; b) estabelecer a justiça; c) construir obras e 
instituições necessárias à sociedade (não lucrativas); d) emitir papel moeda; e) 
controlar a taxa de juros, em alguns casos.
• Enfatizava o crescimento e o desenvolvimento, que seriam ocasionados pela 
divisão do trabalho, pelo aumento da produtividade e pela ampliação dos 
mercados.
6.2 PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: DAVID 
RICARDO
Outro importante pensador da Escola Clássica da economia foi David 
Ricardo (1772 -1823). Filho de um rico capitalista inglês, Ricardo fez fortuna ainda 
jovem operando na bolsa de valores. No campo da economia política, sua obra 
72
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
máxima foi “Princípios de economia política e de tributação”, publicada em 1817. 
Após Adam Smith, tornou-se a principal figura das ideias desenvolvidas pela 
Escola Clássica. Ele demonstrou as possibilidades da utilização do método abstrato 
e enfatizou temas relacionados à distribuição da renda (OSER; BLANCHFIELD, 
1987; HUNT, 2005).
FIGURA 13 – DAVID RICARDO
FONTE: Disponível em: <https://
historyofeconomicthought.wikispaces.com/
Sabol,+Ashley+-+David+Ricardo%E2%80%99
s+Influence+on+Economic+Methodology>. 
Acesso em: 6 jan. 2017.
É claro que o trabalho deste pensador é vasto, porém destacamos três 
ideias: a teoria do valor-trabalho, teoria das vantagens comparativas e a teoria da 
renda da terra.
• Teoria do valor-trabalho: partido das ideias de Adam Smith, Ricardo aprimorou 
a tese de que todos os custos se reduziriam aos custos de trabalho. Sendo assim, 
o valor de uma mercadoria era determinado pela quantidade de trabalho nela 
incorporada. E esse tempo de trabalho incluía o tempo de trabalho na elaboração 
do bem, acrescido do trabalho incluído nas matérias-primas, acrescido do 
trabalho incluído nos bens de capital.
• Teoria das vantagens comparativas: esta teoria foi elaborada a partir dos estudos 
de Ricardo sobre o comércio internacional. Ela consistia na demonstração de que 
os países deveriam se especializar na produção de bens que eram mais capazes 
de produzir. Mesmo que um país seja mais eficiente do que outro na produção 
de todos os bens, esse país deve se especializar e exportar o produto cujo custo é 
comparativamente o mais baixo. E da mesma maneira deve importar o que tiver 
o custo relativo (de produção interna) mais caro. Seguindo esta lógica, haveria 
vantagens para ambas as economias. Por isso, denominam-se estes preceitos 
de teoria das vantagens comparativas (OSER; BLANCHFIELD, 1987 ; HUNT, 
2005). 
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
73
• Teoria da renda da terra: com esta teoria, Ricardo considerava duas hipóteses: 
primeiro, que a terra tinha diferenças quanto a sua fertilidade. Dessa maneira, 
existiam espaços mais férteis e outros menos férteis. Portanto, o uso das terras 
poderia se ordenar a partir da terra mais fértil para a menos fértil. A segunda 
hipótese é que a concorrência sempre igualaria a taxa de lucro dos fazendeiros 
capitalistas, que arrendavam as terras dos proprietários (HUNT, 2005).
Prezado acadêmico, (assista ao vídeo e saiba um pouco mais sobre a teoria das 
vantagens comparativas de David Ricardo, disponível no link: <https://www.youtube.com/
watch?v=tHifBMcozR0&t=7s>.
6.3 PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: 
JEAN-BAPTISTE SAY
Jean-Baptiste Say (1767 - 1832) é considerado um seguidor das ideias de 
Smith, apesar de que sua pretensão era corrigir os equívocos deste pensador. 
Formou o que ficou conhecido como corrente liberal otimista, também denominada 
como Escola Liberal Francesa. Sua principal obra foi o “Tratado de economia 
política”, publicada em 1803. 
Para Say, o preço ou valor de troca de qualquer mercadoria era dependente 
de sua utilidade. Rejeitando assim, a ideia de que era o trabalho o formador de 
preço das mercadorias. Enquanto Ricardo havia colocado no centro dos fenômenos 
de produção a propriedade fundiária e a renda, Say enfatizou a indústria.
FIGURA 14 – JEAN-BAPTISTE SAY
FONTE: Disponívelem: <http://alchetron.com/Jean-Baptiste-
Say-1103404-W>. Acesso em: 6 jan. 2017.
IMPORTANT
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74
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Outros importantes argumentos deste pensador dizem respeito a sua crença 
no autoajuste do mercado, e consequentemente, no equilíbrio total da economia, 
em que todos os recursos (inclusive o trabalho) seriam plenamente utilizados, 
correspondendo a uma situação de pleno emprego da capacidade produtiva da 
economia. Esses pressupostos ficaram conhecidos como a Lei de Say (HUNT, 2005).
Caro acadêmico, o preceito principal da Lei de Say é que toda oferta cria sua 
própria demanda. Assim, de acordo com estes pressupostos, nunca poderia existir uma 
demanda insuficiente ou um excesso de mercadorias na economia. De forma isolada, caso 
algum ramo da indústria fosse acometido por superprodução (erros de cálculo etc.), haveria 
outros setores com escassez. A queda nos preços num setor e aumento em outros levariam 
as firmas a realocar a produção, levando ao equilíbrio.
6.4 PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: 
THOMAS MALTHUS 
Thomas R. Malthus (1766 - 1834) ficou famoso pela publicação da 
obra “Ensaio sobre o princípio da população”, em 1798. Nela se expressam os 
argumentos da teoria malthusiana da população. Outra obra que mereceu destaque 
foi “Princípios de economia política”, publicada em 1820.
FIGURA 15 – THOMAS R. MALTHUS
FONTE: Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br/a-vida-
e-o-legado-de-thomas-malthus/>. Acesso em: 6 jan. 2016.
IMPORTANT
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TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
75
Com relação à teoria malthusiana da população, este pensador acreditava 
que o crescimento da população iria superar a capacidade produtiva da terra, o que 
geraria fome e miséria. Para ele, a população, quando não controlada, aumentava 
geometricamente (1, 2, 4, 8, 16, 32, ...). Por outro lado, a produção de alimentos 
aumentava aritmeticamente (1,2,3,4,5, 6, ...). É claro que, por esta ótica, a “conta 
não fechava”, já que uma parcela da população iria passar por dificuldades de 
sobrevivência. Mais tarde esta teoria foi superada, já que Malthus não considerou 
o papel das inovações tecnológicas no processo produtivo.
Outros importantes argumentos deste autor foram algumas críticas à lei 
de Say. Entre elas, a que tentava demonstrar que o nível de atividade de uma 
economia dependia da sua demanda efetiva (segundo a lei de Say, esse nível de 
atividade seria influenciado pela oferta (OSER; BLANCHFIELD, 1987 ; HUNT, 
2005). 
6.5 PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: JOHN 
STUART MILL
Outro importante nome da Escola Clássica foi John Stuart Mill (1806 - 1873). 
Seguidor de Ricardo, tentou integrar a teoria do valor-trabalho com a perspectiva 
utilitarista, que via a utilidade como formadora dos preços. Sua principal obra 
foi “Princípios de economia política com algumas de suas aplicações à filosofia 
social”, publicada em 1848. 
FIGURA 16 – JOHN STUART MILL
FONTE: Disponível em: <https://global.britannica.com/
biography/John-Stuart-Mill>. Acesso em: 6 jan. 
2017.
76
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Mill reformulou a teoria do valor-trabalho de David Ricardo. Embora o trabalho 
ainda figurasse como o mais importante determinante do valor, não era único. Para este 
pensador, a teoria do valor-trabalho seria válida caso a razão entre capital e trabalho 
fossem as mesmas em todas as fábricas. Sendo assim, os custos para a produção seriam 
proporcionais ao trabalho incorporado em todos os tipos de mercadorias. 
É comum dizer que Mill foi o sintetizador do pensamento clássico. Além 
do mais, afirmava que a superprodução generalizada de bens poderia ocorrer 
em uma economia, mas seria uma condição temporária, o que reforça a ideia de 
que os mercados se autorregulavam. Também concordava que os princípios da 
produção de riqueza baseavam-se em leis naturais, ou seja, imutáveis. Mas as 
leis de distribuição dependiam parcialmente das instituições humanas, portanto, 
sujeitas a modificações (OSER; BLANCHFIELD, 1987 ; HUNT, 2005). 
7 MARXISMO
O contexto que se seguiu à Revolução Industrial e à consolidação do modo 
capitalista de produção foi marcado por inúmeros problemas socioeconômicos. 
Por um lado, se havia superado por completo os resquícios do feudalismo. A 
consolidação do novo modo de produção, com base na indústria, acarretou 
inúmeros problemas, entre eles: pobreza das massas, desemprego, super 
exploração, inchaço das cidades, poluição, desigualdades, entre muitos outros 
(OSER; BLANCHFIELD, 1987). 
Neste contexto, Karl Marx, com auxílio de Friedrich Engels, formulou uma 
crítica à economia política clássica como forma de entender a realidade, e mais do 
que isso, engajar-se em transformá-la.
Filho mais jovem de uma família judaica, Karl Marx (1818 - 1883) nasceu 
em Trier. Sua formação inicial foi em Filosofia, cujo título obteve em 1841. Em 
parceira com seu amigo Engels publicou diversas obras, entre elas: “A Sagrada 
Família”, “O Manifesto Comunista” e “A Ideologia Alemã”.
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
77
FIGURA 17 – KARL MARX
FONTE: Disponível em: <http://quotesgram.com/img/karl-
marx-quotes-socialism/15166276/>. Acesso em: 6 
jan. 2017.
Porém, a obra mais importante de Marx foi “O Capital”, resultado de 
40 anos de pesquisas e de esforço intelectual. Marx faleceu antes da publicação 
dos dois últimos volumes desta obra, que foram editados e publicados por seu 
amigo Engels. Nesta vasta obra é realizada uma crítica aos clássicos da economia 
(pressupostos de Adam Smith e os demais que o sucederam) e é claro, se constrói 
cientificamente uma profunda análise do modo capitalista de produção.
Marx e Engels interessaram-se em compreender a realidade social de 
seu tempo (capitalismo em seu contexto histórico) e descobriram que esta era 
condicionada pela crescente influência do capital.
A grande crítica de Marx aos autores da Escola Clássica é que lhes faltava 
a perspectiva histórica (embora essa crítica não se dirigisse propriamente a Adam 
Smith). Na opinião de Marx, se tivessem estudado história com mais cuidado, 
teriam descoberto que “a produção é uma atividade social” e que esta, por isso, 
assume diferentes formas e modos, dependendo da organização social (HUNT, 
2005, p. 297). Por isso, podemos dizer que uma das características deste pensador 
era justamente não conceber os fenômenos socioeconômicos através de leis naturais 
e eternas. Isto é, estes fenômenos são produtos das ações humanas, e, portanto, não 
se repetem em todos os momentos históricos. E isso é diferente do pensamento 
clássico, que muitas vezes procurava dar um sentido de naturalidade ao modo de 
produção capitalista. 
Marx também sustentava a ideia de que a base econômica da sociedade 
(forças produtivas e relações de produção) condicionam o restante, como o Estado, 
as leis (direito), as ideologias, a cultura, a religião, entre outros. 
Vejamos a seguir mais algumas ideias de Marx:
78
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
• O capital como relação social: Marx não concebia o capital apenas como um 
conjunto de máquinas, equipamentos, estradas etc. Para ele, o capital era uma 
relação social, uma relação de produção que surgiu com o aparecimento de 
duas classes sociais distintas: uma que se apropria dos meios de produção, ou 
seja, a burguesia, e outra que tinha apenas a sua força de trabalho para vender, 
isto é, os trabalhadores.
• Mercadoria como valor de uso e valor de troca: para este pensador, o preço 
das mercadorias era definido pelo tempo de trabalho socialmente necessário 
a sua produção. As mercadorias tinham valor de uso (que corresponde à 
utilidade dela, para que ela serve) e valor de troca (isto é, a possibilidade de ser 
trocada/vendida por outra). Vale dizer ainda que Marx também considera como 
mercadorias a força de trabalho e o dinheiro(OSER; BLANCHFIELD, 1987). 
• O conceito de mais-valia: este corresponde ao trabalho excedente e não pago, 
que é apropriado pelo dono dos meios de produção. A mais-valia é produzida 
no processo de produção e finalizada na circulação, isto é, quando a mercadoria 
é vendida. Por exemplo, imagine uma facção, com cinco trabalhadores, cuja 
produção mensal é de 100.000 camisetas, em 20 dias trabalhados. Para cobrir 
os custos de salário destes cinco trabalhadores, é necessária a produção de 
25.000 camisetas, que são produzidas com cinco dias de trabalho. Portanto, em 
cinco dias de trabalho, os trabalhadores já produziram o suficiente para sua 
subsistência. O restante da produção, ou seja, o valor das 75.000 camisetas 
restantes (e os 15 dias de trabalho restantes) ficam com o patrão. Em três dias, 
eles produzem um número de camisetas que Marx fazia distinção, ainda entre a 
mais-valia relativa e a mais-valia absoluta. Esta última está ligada à exploração 
do trabalhador através de métodos intensivos para aumentar o volume da 
produção. Entre eles: superjornada de trabalho (muito além das oito horas), 
ritmo acelerado da produção, vigilância do processo produtivo. E é claro, sem 
pagar a mais por isso. Já a mais-valia relativa tem ligação com o uso da tecnologia 
no processo produtivo. A produção não se eleva devido ao aumento da jornada 
de trabalho, maior produtividade individual, mas sim, aumento devido às 
melhorias tecnológicas, que aceleram o processo de produção. Porém, mesmo 
com mais mercadorias produzidas por trabalhador, não se repassa aumento em 
seus rendimentos (MARX, 1987).
• Exército industrial de reserva: corresponde ao contingente de trabalhadores 
sem emprego. Para Marx, um contingente de desempregados era uma 
característica do modo de produção capitalista, e, portanto, muito importante 
para a continuidade do processo de acumulação de capital. O exército industrial 
de reserva era produto do capitalismo e agia como um regulador dos salários. 
Além disso, era necessário à medida que deixava à disposição mão de obra 
complementar (MARX, 1987).
• Acumulação de capital: este processo é a força motriz do modo de produção 
capitalista. É o processo de valorização do valor. No processo de produção, 
o dinheiro inicialmente investido na produção de mercadorias, ao final do 
processo, retornava com acréscimo (por exemplo, pensemos em um capitalista 
que tenha investimento de R$ 1.000,00 na produção de 10.000 lápis. Após a 
produção e venda, teve um retorno de R$ 2.500,00. Logo, aos R$ 1.000,00 iniciais 
foram acrescidos outros R$ 1.500,00). No processo de acumulação, parcela do 
excedente criado (para Marx, através da mais-valia) era reinvestida no processo 
produtivo novamente.
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
79
• Acumulação primitiva: contrariando os economistas clássicos, Marx sustentava 
que a origem do modo de produção capitalista se dava através do processo de 
acumulação primitiva e não por conta de um esforço pessoal de algumas pessoas. 
Este processo nada mais era do que o processo de separação do produtor direto 
(o trabalhador) da propriedade das condições de seu trabalho, um processo 
que transforma, por um lado, os meios sociais de subsistência e de produção 
em capital, e por outro, os produtores diretos em trabalhadores assalariados 
(MARX, 1987). A acumulação primitiva era caracterizada por processos violentos 
e permitiu a superação dos entraves feudais e a ascensão do capitalismo. Marx 
analisou o caso da Inglaterra e chamou a atenção para a expropriação violenta 
das terras dos camponeses e suas características: violência, ação do Estado, 
legislação, entre outros (MARX, 1987).
8 OS ECONOMISTAS NEOCLÁSSICOS (OU MARGINALISTAS)
A “ciência econômica” neoclássica (também conhecida como marginalismo) 
passou a exercer forte influência em inúmeros âmbitos nas últimas décadas do 
século XIX, até a crise econômica dos anos 1930 e a publicação da Teoria Geral, 
de Keynes. Período este de consolidação da Revolução Industrial, e, portanto, do 
capitalismo. 
Marcado por inúmeras mudanças e também pelo crescimento de problemas 
socioeconômicos, como o desemprego, por oscilações econômicas e até mesmo 
por guerras. Cresceram também os movimentos teóricos de negação aos preceitos 
clássicos, os movimentos socialistas, movimentos sindicais, entre outros.
Em apertada síntese, os neoclássicos defenderam que a economia devesse 
funcionar livre de qualquer intervenção, submetida apenas aos mecanismos de 
mercado, isto é, às leis da oferta e procura. De certa maneira, eles fizeram uma 
releitura do trabalho dos economistas clássicos, incorporando novos preceitos 
(OSER; BLANCHFIELD, 1987). 
São importantes representantes neoclássicos: Léon Walras (1834 - 1910), W. 
S. Jevons (1835 - 1882), Carl Menger (1840 - 1921), A. Marshall (1842 - 1924), V. 
Pareto (1848 - 1923).
80
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
FIGURA 18 – ECONOMISTAS NEOCLÁSSICOS
FONTE: Os autores
QUADRO 6 – IDEIAS DOS ECONOMISTAS NEOCLÁSSICOS
1
A abordagem neoclássica/marginalista privilegiava a microeconomia. Neste 
sentido, os agentes econômicos, de maneira individual, assumiam o centro 
das discussões. A abordagem marginalista não se preocupava com a economia 
agregada, mas sim, com a tomada de decisão individual, com as condições 
de mercado para um único tipo de bens, com a formação de preços, com as 
decisões das empresas, com a produção e custos das empresas isoladas, com 
a maximização do lucro, entre outros.
2
Defendia a ideia laissez-faire, laissez-passer, isto é, de que os mercados se 
autorregulavam, e, portanto, o Estado não deveria intervir na economia. 
Sem interferências nas leis econômicas (que para eles, eram naturais), se 
alcançariam os benefícios sociais máximos.
3
A ideia de equilíbrio na economia. Como os marginalistas sustentavam que 
os mercados se autorregulavam, afirmavam que a economia tendia sempre 
ao equilíbrio. Sendo assim, as crises seriam apenas temporárias.
4
Enfatizam o lado da oferta. Para os marginalistas, era a oferta que determinava 
a demanda.
5
A ideia da concorrência perfeita. Os economistas neoclássicos baseavam sua 
análise em um sistema econômico pautado pela concorrência perfeita. Neste 
sentido, existiriam muitos compradores, muitos vendedores (empresários 
pequenos, individualistas e independentes), produtos homogêneos e 
preços uniformes. Assim, nenhum agente econômico teria a capacidade de 
influenciar os preços de mercado. Além disso, as decisões eram pautadas pela 
racionalidade e pelo pleno acesso à informação.
6
A ideia de utilidade marginal. A utilidade de cada bem relacionava-se a sua 
capacidade de satisfazer as necessidades humanas. À medida que se consome 
um bem, diminui a satisfação ou a utilidade de cada unidade adicional 
consumida desse bem.
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
81
7
Defesa da racionalidade nas decisões dos indivíduos. Os marginalistas 
defendiam que os indivíduos seriam racionais quanto as suas decisões. 
Indivíduos e empresas buscavam a alocação ótima de recursos. Além disso, 
sustentavam que as pessoas buscavam maximizar o prazer e minimizar o 
desprazer.
FONTE: Adaptado de Oser e Blanchfield (1987)
9 KEYNESIANISMO
John Maynard Keynes (1883 - 1946) foi um dos mais notáveis economistas 
da primeira metade do século XX. É considerado o pioneiro da macroeconomia. 
Discípulo do economista marginalista Alfred Marshal, estudou e lecionou em 
Cambridge. Tinha grandes preocupações com as implicações práticas das teorias 
econômicas. Não foi por acaso que se tornou crítico dos conceitos da ortodoxia 
marginalista, portanto, de seu próprio mestre (Marshal). 
Keynes não se destacou apenas como economista. Foi um homem de 
negócios, diretor de companhias de seguro e investimento, assessor de grandeinfluência do Tesouro Britânico, diretor do Banco da Inglaterra (equivalente ao 
nosso Banco Central). Foi produtor teatral, editor e colecionador de livros raros, 
articulista da imprensa. Politicamente, tinha ligação com o Partido Liberal Inglês. 
Inclusive, representou a Inglaterra na Conferência de Bretton Woods, em 1944, de 
onde se originaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial 
(VICECONTI; NEVES, 2005).
FIGURA 19 – JOHN MAYNARD KEYNES
FONTE: Disponível em: <http://www.ministry-of-information.com/john-
maynard-keynes-really-warren-buffet-day/>. Acesso em: 14 jan. 
2015
82
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Seria John Maynard Keynes quem explicaria a crise dos anos 1930 e 
demonstraria que os neoclássicos falharam ao ignorarem a necessidade de uma 
“regulação macroeconômica” do Estado. A contribuição de J. M. Keynes foi 
imortalizada na publicação de uma das obras mais influentes do século XX: a 
“Teoria geral do emprego, do juro e da moeda” (1936). Nestas páginas, descreveu 
o princípio da demanda efetiva. 
Prezado acadêmico, a crise de 1929, conhecida como a “Grande Depressão”, foi 
o período de maior crise econômica de nível mundial do século XX. Ela teve início em 1929, 
cujo ápice foi a quebra da bolsa de valores de Nova York. No primeiro momento, atingiu a 
economia norte-americana, a Europa, em seguida, os países latino-americanos, asiáticos e 
africanos.
Podemos dizer que é a partir de Keynes que o estudo da macroeconomia 
ganhou maior relevância. Anteriormente, outros economistas contribuíram com 
discussões acerca do desempenho da economia como um todo, como Adam Smith, 
Malthus, Karl Marx e F. List. Contudo, Keynes é considerado o fundador da teoria 
macroeconômica, em suas tentativas de explicar a crise econômica que atingia o 
mundo e a propor medidas para sair dela. 
Prezado acadêmico, embora Keynes seja considerado o “pai” da macroeconomia, 
o economista polonês Michal Kalecki chegou aos mesmos resultados, também por volta 
dos anos 1930. Enquanto Keynes baseou sua investigação nos pressupostos da economia 
neoclássica, Kalecki partiu dos pressupostos marxistas.
Como se evidenciou antes, as ideias de Keynes ganharam força após os 
anos de 1930, justamente no calor da crise de 1929. Foi um período caracterizado 
pelo desemprego em massa, crescimento lento das economias (ou nenhum), 
excesso de produção, concentração de riquezas, dentre tantos outros problemas 
macroeconômicos. Sem contar que a primeira metade do século XX foi marcada 
por duas grandes guerras mundiais.
No âmbito da ciência econômica havia uma crise justamente porque a 
doutrina dominante – a neoclássica/marginalista – não dava conta de explicar os 
problemas da nova realidade socioeconômica, muito menos de apresentar soluções 
para estes problemas.
IMPORTANT
E
NOTA
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
83
O pensamento de Keynes deu origem a uma “corrente” dentro das ciências 
econômicas: o keynesianismo. Este pensamento inaugurou uma modalidade de 
intervenção do Estado na economia, que não atingia totalmente a autonomia da 
iniciativa privada. Como em sua origem procurava reverter os efeitos da crise 
econômica, defendia a adoção de políticas capazes de solucionar os problemas 
de desemprego pela intervenção estatal, desestimulando o entesouramento por 
meio da redução da taxa de juros e aumento dos investimentos públicos. Em 
consequência disso, aumentam-se os investimentos em atividades produtivas 
(SANDRONI, 1999).
Algumas ideias:
I. O princípio da demanda efetiva: o princípio da demanda efetiva/agregada 
atentava para a proporção da renda gasta em consumo e investimento. Para 
Keynes, era a demanda, ou seja, as necessidades dos indivíduos que influenciaria 
na oferta. Sendo assim, para promover o equilíbrio macroeconômico com 
emprego, faz-se necessário atentar para o lado da procura. Um dos fatores 
fundamentais pelo volume de emprego era o nível de produção nacional 
de determinada economia, que era determinado pela demanda efetiva 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2009).
Caro acadêmico, a demanda efetiva/agregada corresponde à demanda por bens 
e por serviços que possuem capacidade de pagamento. São menores que as necessidades 
do conjunto da população, pois se referem às necessidades que a população efetivamente 
possa pagar (SANDRONI, 1999).
II. Ênfase na macroeconomia: a ênfase do keynesianismo está nos grandes 
agregados macroeconômicos: emprego, demanda efetiva, produto interno 
bruto, inflação, taxa de juros, nível de consumo agregado, entre outros.
III. Contrário à Lei de Say: para os keynesianos, o mercado não se autorregulava 
sempre. Dessa maneira, era necessária a intervenção estatal (através de gastos 
públicos) para estimular a demanda efetiva da economia e reequilibrá-la.
IV. Preocupação com o curto prazo: o pleno emprego era apenas uma das tantas 
situações possíveis em uma economia, e ao contrário dos neoclássicos, era possível 
alcançar o equilíbrio de uma economia com desemprego no mercado de trabalho. 
Seria possível, de acordo com Keynes, alcançar o equilíbrio do produto nacional 
de uma economia sem o pleno emprego dos recursos produtivos. Segundo os 
pressupostos keynesianos, a economia pode encontrar seu nível de equilíbrio 
mesmo com um nível alto de desemprego, que vai permanecer assim até que haja 
intervenção do governo através de uma política adequada de investimentos e de 
incentivos, capazes de sustentar a demanda efetiva, bem como manter os níveis 
de emprego e renda em alto ritmo. Assim, com cada elevação da renda, cresce 
IMPORTANT
E
84
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
também o consumo e o investimento. E para que isto aconteça, faz-se necessário 
que o Estado tenha instrumentos de política econômica, sejam de regulação da 
taxa de juros, de expansão dos gastos públicos, de investimentos por meio de 
empréstimos, entre outros (SANDRONI, 1999; OSER; BLANCHFIELD,1987). 
Caro acadêmico, o pleno emprego de uma economia corresponde a uma 
situação em que todos os recursos disponíveis (emprego, por exemplo) estão sendo 
utilizados de forma plena na produção dos bens e dos serviços, o que garante o equilíbrio 
das atividades produtivas.
QUADRO 7 – DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE O PENSAMENTO NEOCLÁSSICO E O 
KEYNESIANO
NEOCLÁSSICOS KEYNESIANISMO
A oferta determina a demanda. A demanda determina a oferta.
O equilíbrio de uma economia baseava-
se no pleno emprego dos recursos 
produtivos.
É possível alcançar o equilíbrio sem o pleno 
emprego dos recursos produtivos.
Propõe soluções de longo prazo para os 
problemas econômicos.
Propõe uma análise e solução de curto 
prazo.
Ênfase na microeconomia. Ênfase na macroeconomia.
A crença na autorregulação do mercado.
O mercado não se autorregula sempre, 
sendo necessária a intervenção do Estado 
na economia, com base em uma política de 
estímulo à demanda efetiva.
Contrário à intervenção do Estado na 
economia.
Favorável à intervenção do Estado na 
economia, em casos de crise econômica e 
de necessidade de resoluções de outros 
problemas macroeconômicos.
FONTE: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2009) 
NOTA
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
85
9.1 A ECONOMIA PÓS-KEYNES
Principalmente a partir dos anos 1970, a corrente keynesiana, então 
hegemônica na explicação da realidade econômica, perdeu espaço. Alguns 
problemas assolavam as economias mundiais e os preceitos de Keynes não eram 
capazes de solucioná-los. Dentre estes problemas, a falta de crescimento econômico 
e a ocorrência do fenômeno da estagflação.
A estagflação pode ser entendida como uma situação de estagnação econômica, 
com baixos ou mesmos índices negativos de crescimento, combinado com altos níveis de 
inflação e desemprego.
Uma corrente que ganhou evidência foi o monetarismo, que temcomo 
importante pensador Milton Friedman. O pensamento monetarista é tido como 
uma espécie de antítese do pensamento keynesiano. Para eles, era preciso deixar 
a preocupação com a demanda e enfatizar a oferta. O Estado deveria se afastar 
da economia e deixar as forças de mercado funcionar. Teria que haver inversão 
de ênfase entre aspectos estruturais e conjunturais (PINHO; VASCONCELLOS; 
GREMAUD, 2003; OSER; BLANCHFIELD, 1987). 
Retomando alguns preceitos neoclássicos, os monetaristas afirmavam que 
a economia de mercado se autorregulava. Assim, eram totalmente contrários à 
intervenção do Estado. Para eles, problemas como a inflação, e mesmo as flutuações 
econômicas, tinham raízes na oferta de moeda, ou seja, de ordem monetária. 
Entendiam, assim, que a moeda, ou melhor, o controle de estoque de moeda na 
economia era a variável mais importante na determinação da demanda agregada 
de um país.
Para os monetaristas, controlar o estoque de moeda, com o intuito de 
manter uma oferta monetária estável, era o que permitiria um controle do processo 
inflacionário, e é claro, levaria as economias ao equilíbrio. Sua ênfase também 
era em políticas de longo prazo, diferentemente do keynesianismo (PINHO; 
VASCONCELLOS; GREMAUD, 2003; OSER; BLANCHFIELD, 1987 ).
Podemos dizer que algumas medidas dos monetaristas resultaram 
positivamente nos países centrais, mas de maneira efêmera. Nos países periféricos, 
as políticas monetaristas fracassaram: o afastamento do Estado e a liberalização 
dos mercados produziram ainda mais a concentração de riquezas e problemas 
socioeconômicos.
NOTA
86
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Outra escola que ganhou evidência entre os anos de 1970 e 1980 foi a das 
expectativas racionais, conhecida também como os novos clássicos. Os principais 
postulados dessa escola eram parecidos com a dos monetaristas: a) defendiam que 
a economia se autorregulava; b) que o Estado não deveria interferir no mercado; c) 
deveria haver controle da oferta de moeda; d) sustentavam a ideia das expectativas 
racionais, ou seja, de que os agentes econômicos fundamentavam suas expectativas 
futuras de forma racional. 
Para os novos clássicos, as pessoas teriam acesso a inúmeras informações 
econômicas. Sendo assim, compreendiam o funcionamento da economia, bem como 
os impactos de políticas monetárias e fiscais. Com isso, conseguiam prever as ações do 
governo quanto ao uso da política econômica. Esta então, tornar-se-ia ineficaz.
Por fim, podemos citar os novos keynesianos, que buscam analisar a 
realidade com base em uma releitura dos principais postulados de Keynes. 
Procuram fazer isso, com base em um esquema teórico mais sólido. Além destes, 
vale citar os institucionalistas, que incorporaram à discussão dos agregados 
macroeconômicos novos elementos: o papel da tecnologia e das instituições, para 
eles, muitas instituições sociais e de poder que influenciam na formação dos preços 
e na alocação de recursos na economia. Assim, o mercado não seria o único a 
influenciar os preços e as demais variáveis econômicas (PINHO; VASCONCELLOS; 
GREMAUD, 2003).
IMPORTANT
E
87
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os mercantilistas consideravam que a riqueza de uma nação provinha da 
acumulação de metais preciosos: ouro e prata. Estes teriam origem, em grande 
parte, no comércio externo, mais precisamente, nos saldos que um país 
acumulava nas trocas com outros países.
• Os fisiocratas queriam entender como uma nação poderia tornar-se rica. Para 
eles, a fonte das riquezas de um país estava na terra.
• Podemos datar o início da Escola Clássica em 1776, e seu marco foi a publicação 
da obra “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, neste mesmo ano. Aliás, este 
pensador é considerado uma espécie de “pai” da ciência econômica.
• Princípio do “laissez-faire, laissez-passer” e crença no autoajuste do mercado. Para 
os economistas clássicos, o melhor governo era aquele que menos governava.
• Uma das principais ideias de David Ricardo é a teoria das vantagens 
comparativas.
• Lei de Say é a que toda oferta cria sua própria demanda. Assim, de acordo com 
estes pressupostos, nunca poderia existir uma demanda insuficiente ou um 
excesso de mercadorias na economia.
• Malthus acreditava que o crescimento da população iria superar a capacidade 
produtiva da terra, o que geraria fome e miséria.
• Karl Marx fez duras críticas à Escola Clássica, a grande crítica de Marx aos 
autores da Escola Clássica é que lhes faltava a perspectiva histórica.
• A abordagem neoclássica/marginalista privilegiava a microeconomia. Neste 
sentido, os agentes econômicos, de maneira individual, assumiam o centro das 
discussões.
• John Maynard Keynes foi um dos mais notáveis economistas da primeira metade 
do século XX. É considerado o pioneiro da macroeconomia.
88
AUTOATIVIDADE
Prezado acadêmico, estamos chegamos ao final do quinto tópico 
que corresponde aos estudos sobre evolução do pensamento econômico. 
É importante fixar alguns conceitos e teorias que estudamos e que vão ser 
importantes ao longo desta disciplina. Por isso, elaboramos algumas atividades 
para você testar seus conhecimentos. Desejamos bons estudos! 
1 É a partir do final do século XVIII que a ciência econômica é reconhecida 
como tal. Antes disso, existiram vários pensadores que tentaram entender 
a realidade socioeconômica do seu tempo, porém, não se configuravam 
como uma análise científica dos fenômenos econômicos. Desde o final do 
século XVIII, com os chamados pensadores clássicos, formulam-se análises 
científicas dos problemas estritamente relacionados à economia. A partir 
disso, a evolução do pensamento econômico torna-se cada vez mais rica, 
fazendo surgir novos paradigmas para a compreensão da realidade. Com 
base em seus estudos sobre a evolução do pensamento econômico, associe a 
primeira coluna com a segunda:
( a ) Adam Smith
( b ) John Maynard Keynes
( c ) Fisiocratas
( d ) Karl Marx
( e ) Mercantilistas
2 Não existe um consenso entre os economistas sobre o papel do Estado na 
economia. Essa questão é muito atual, mas também, remete ao passado, 
ou seja, ao longo da evolução do pensamento econômico, as escolas de 
pensamento se posicionaram quanto ao papel do Estado na economia. Com 
base nisso, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as sentenças 
falsas:
a) ( ) Para os economistas clássicos, o Estado deveria intervir na economia 
para corrigir desequilíbrios e crises.
b) ( ) Os autores neoclássicos eram contrários à intervenção do Estado na 
economia. Para eles, o mercado se autorregulava.
c ) ( ) O keynesianismo inaugurou uma modalidade de intervenção do Estado 
na economia, que não atingia totalmente a autonomia da iniciativa privada.
d) ( ) Os chamados economistas monetaristas consideravam importante a 
participação do Estado na economia, principalmente para garantir o pleno 
emprego.
( ) Princípio da demanda efetiva.
( ) A acumulação de riquezas se dava 
pela acumulação de metais preciosos.
( ) Desenvolveu o conceito de mais-valia.
( ) Desenvolveu o conceito de mão 
invisível.
( ) A fonte de riquezas estava na terra.
89
3 Ao longo dos séculos, os economistas criaram muitas teorias sobre os 
fenômenos socioeconômicos. Mesmo apresentando diferenças entre elas, 
todas contribuíram e continuam contribuindo para o entendimento da 
realidade, que é complexa. Com base nos estudos acerca dos principais 
pensadores econômicos, analise as afirmativas a seguir:
I - Com a ideia da “mão invisível”, Adam Smith sustentava ser necessário 
deixar agir a livre concorrência, como uma forma de alcançar o equilíbrio 
natural entre os agentes econômicos. Para ele, os agentes econômicos, ao 
buscarem satisfazer suas necessidades individuais, acabavam satisfazendo 
o bem-estar da sociedade. Haveria uma espécie de“mão invisível” que 
orientava as ações do mercado, sem a necessidade da intervenção estatal.
II – Foram os neoclássicos que formularam uma consistente crítica à economia 
política clássica, bem como uma análise profunda do modo capitalista de 
produção. Entre as noções que podemos destacar destes pensadores estão a 
ideia de acumulação primitiva, de mais-valia e a necessidade de se levar em 
conta a perspectiva histórica na análise econômica.
III - Dentre os postulados do keynesianismo, podemos destacar a Lei de Say. 
Esta vai preconizar que a oferta determina a demanda de uma economia. 
Sendo assim, Keynes acreditava no princípio do laissez-faire, laissez-passer.
IV – Karl Marx formulou a ideia de exército industrial de reserva, que 
corresponde a um contingente de desempregados. Esse contingente de 
desempregados é característica do modo de produção capitalista, inclusive, 
sendo peça importante para a continuidade do processo de acumulação de 
capital.
Analisando estas sentenças, assinale aquela com a sequência de afirmações 
corretas:
a) ( ) Apenas a sentença I está correta.
b) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
e) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
4 John Maynard Keynes (1883 - 1946) foi um dos mais notáveis economistas 
da primeira metade do século XX. Além disso, é considerado o pioneiro 
da macroeconomia. Com base nos estudos deste tópico, disserte sobre os 
principais pressupostos do Keynesianismo.
5 No último item deste tópico, você estudou os economistas que surgiram 
após Keynes, que ficaram conhecidos como pós-keynesianos. Descreva 
quais são estas correntes e quais seus postulados.
Assista ao vídeo de
resolução da questão 2
90
91
UNIDADE 2
MICROECONOMIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• entender a dinâmica da Lei da Demanda e da Oferta conforme os preços 
de mercado;
• perceber o comportamento da elasticidade-preço da demanda e da oferta;
• compreender o comportamento do consumidor nas suas decisões econô-
micas;
• compreender o comportamento das receitas e dos custos das empresas;
• saber identificar as características das Estruturas de Mercado.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada tópico você 
encontrará atividades que lhe darão uma maior compreensão dos temas 
abordados.
TÓPICO 1 – A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
TÓPICO 2 – O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E 
OFERTA
TÓPICO 3 – A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
TÓPICO 4 – A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
Assista ao vídeo 
desta unidade.
92
93
TÓPICO 1
A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, estudamos sobre os fundamentos da ciência econômica, 
quais são os agentes econômicos, o fluxo real e econômico da economia, fatos 
relevantes de história econômica, entre outros conceitos importantes para seu 
entendimento da ciência econômica. Agora, nesta unidade, iremos nos focar na 
microeconomia, parte de ciência econômica que estuda sobre o comportamento 
tanto do consumidor como da empresa, conforme as leis naturais do mercado, 
mas antes disso, vamos rever brevemente sobre os três questionamentos básicos de 
análise das prioridades econômicas de qualquer sistema econômico, isto é:
• O que e quanto produzir?
• Como produzir?
• Para quem produzir?
Esses questionamentos são peça-chave para iniciar nosso estudo da análise 
microeconômica, assim como para o estudo da análise macroeconômica da 
Unidade 3. Na análise microeconômica, desses três questionamentos fundamentais, 
devemos observar que a microeconomia se concentra no estudo e pesquisa do 
comportamento do consumidor e da empresa conforme a dinâmica própria do 
mercado.
2 CONCEITO DE MICROECONOMIA
A microeconomia analisa o comportamento tanto do consumidor como da 
empresa, ela faz todo um estudo analítico das atividades econômicas dos agentes 
econômicos que interagem no mercado para satisfazer suas necessidades, sejam 
de consumo, no caso das famílias, sejam de produção, no caso das empresas. Em 
uma economia de mercado, essas atividades econômicas acontecem na dinâmica 
da troca comercial por meio da precificação de todos os bens e serviços a serem 
procurados pelos agentes no mercado.
Assim, o “mercado” atua como mediador de troca dos interesses dos 
agentes econômicos. Os consumidores procuram bens e serviços precificados no 
mercado para satisfazer suas necessidades e desejos. Enquanto isso, as empresas 
(centros produtivos) procuram no mercado recursos produtivos, precificados, para 
dar conta de suas necessidades de produção, e assim dar conta das necessidades 
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
94
e “desejos” do consumidor. Isso quer dizer que tanto os interesses econômicos de 
consumir como de produzir encontram-se no mercado por meio de uma estrutura 
de preços bem definida e dinâmica.
Podemos dizer que a microeconomia analisa o comportamento individual 
dos agentes econômicos essenciais para uma economia de mercado, isto é, o 
comportamento das famílias (consumidores) e das empresas (centros produtivos 
e de comercialização). Se fizermos uma analogia, veremos que a microeconomia 
pode ser vista como o comportamento individual das árvores, plantas e organismos 
vivos que fazem parte de uma grande floresta, isto é, a flora e fauna desta em 
função das necessidades do ecossistema como um todo. E o ecossistema de toda 
a floresta é o agregado “macro” de toda a flora e fauna, gerando um sistema vivo 
interdependente, ou seja, analogicamente, a macroeconomia.
Nesta unidade, estudaremos o comportamento individualizado, tanto dos 
consumidores como das empresas, em função dos fatores econômicos. Antes de 
iniciarmos nossos estudos, não devemos confundir microeconomia com a análise 
da gestão empresarial, ou seja, com a “administração de empresas”, segundo 
Vasconcellos (2011, p. 29):
Deve ser observado que a Microeconomia não tem seu foco específico 
na empresa (não deve ser confundida com Administração de 
Empresas), mas no mercado no qual as empresas e consumidores 
interagem, analisando os fatores econômicos que determinam tanto o 
comportamento do consumidor quanto o comportamento da empresa.
Assim como expõe o autor Vasconcellos (2011), o foco da microeconomia é o 
mercado, os fatores econômicos e comportamentais tanto dos consumidores como 
das empresas servem como grande apoio para a administração e comercialização 
dos bens e serviços das atividades produtivas. Através do entendimento 
comportamental, tanto do consumidor como da empresa, pode-se analisar:
• Como os diferentes níveis de preços praticados no mercado levam as famílias a 
consumir um maior ou menor volume de um determinado produto ou serviço.
• Como os diferentes níveis de preços praticados no mercado levam as empresas 
a oferecer mais, ou inclusive menos, de um determinado produto ou serviço.
• Quais são os motivadores que levam as famílias a consumir determinado 
produto ou serviço? Isto é, motivadores que visam satisfazer suas necessidades 
e/ou “desejos”.
• Quais são os motivadores que levam as empresas (entidades produtivas) a 
oferecer no mercado um determinado produto ou serviço aos consumidores? 
Devemos observar que o motivador em comum, para todas as empresas, é a 
geração de lucro.
Acabamos de ver quais os objetivos principais motivam os centros 
produtivos (empresas) a produzir o que as famílias consomem. E no contexto da 
empresa, porque o lucro é o motivador comum? O porquê disso?
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
95
Se você observar, o lucro gerado pelas empresas vem a ser a “renda” do 
dono/acionista das empresas, que por sua vez leva essa renda disponível (lucro 
do acionista) para sua família,ou seja, uma parte da geração de lucro vira renda 
familiar dos acionistas para satisfazerem as necessidades/desejos de suas famílias. 
Outra parte será destinada aos novos investimentos.
Em resumo, por meio da microeconomia, podemos visualizar e analisar 
o comportamento econômico dos agentes econômicos essenciais para uma 
economia de mercado pelas ações dos consumidores que procuram satisfazer 
suas necessidades. Análise que leva para o estudo da lei e comportamento da 
“procura”. Também pelas ações dos produtores durante o processo produtivo e 
distribuição, visando satisfazer as necessidades dos consumidores e gerar lucro. 
Análise que leva para o estudo da lei e comportamento da “oferta”.
Para iniciarmos nossa análise econômica, vamos começar com os 
fundamentos da lei da procura e da oferta conforme os mercados específicos de 
atuação, ou seja, vamos estudar a lei da procura e da oferta desde uma ótica de 
análise individual, se considerado o mercado como espaço de troca comercial 
entre os agentes. Por exemplo, poderíamos analisar o comportamento de procura 
e oferta de sapatos no mercado brasileiro.
Eis o porquê da microeconomia ser a análise comportamental individual dos 
agentes econômicos, levando em consideração que todas as condições econômicas 
de análise ficaram constantes. Esta condicional é conhecida como “coeteris 
paribus”, fundamental à análise microeconômica. A expressão “coeteris paribus” 
vem do Latim e quer dizer: todas as demais condições ficam constantes. Segundo 
Vasconcellos (2011, p. 29): [...] para poder analisar um mercado isoladamente, 
supõe todos os demais mercados constantes. Ou seja, supõe que o mercado em 
estudo não afeta nem é afetado pelos demais. ”
Essa condição “coeteris paribus” tem como objetivo básico verificar o 
impacto de variáveis econômicas isoladas, independentemente dos efeitos das 
outras. Exemplo: se desejamos identificar o efeito isolado de uma variação de 
preço sobre a procura de pão, a observação deverá ser feita independentemente do 
efeito de outras variáveis que afetam a procura desse produto, tais como: a renda 
do consumidor, outros gastos, qualidade do produto em si, preferências de pães 
especiais etc.
3 LEI DA DEMANDA: O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
O primeiro passo para aprofundarmos na análise microeconômica é 
entendendo a lei da procura (ou demanda) e de como o consumidor se comporta 
conforme as condicionais de preços no mercado e de fatores econômicos específicos 
que se apresentam. O que é a lei da procura? Em poucas palavras, podemos dizer 
que é o comportamento natural dos seres humanos no momento de procurar, 
comprar e consumir um determinado produto no mercado, conforme os níveis de 
preços apresentados.
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
96
Vamos supor que após um longo dia de serviço, voltando para casa, você 
deseja comprar cinco pães de queijo na padaria de seu bairro, e por questões 
específicas, o pão de queijo apresenta um desconto promocional de 25%. Será que 
você levará somente cinco pães ou levará mais dois? Se sua vontade e fome forem 
grandes, provavelmente levará sete pães. Concorda?
É exatamente essa a análise da lei da demanda (procura), que estuda nosso 
comportamento de comprar e consumir um determinado produto conforme preços 
estabelecidos pelo mercado. Então, a procura de determinado produto define-
se como as diversas possibilidades de quantidades que os consumidores estarão 
dispostos e aptos a adquirir em função dos preços praticados no mercado em um 
determinado período de tempo e em função da utilidade (satisfação intrínseca) 
deste produto para o consumidor.
No exemplo do pão de queijo, exposto acima, você considerou levar mais 
dois pães em função de uma queda do preço durante um determinado tempo 
promocional; sua fome, isto é, a utilidade intrínseca de consumir esse produto.
Essa utilidade intrínseca de consumir é própria de cada pessoa e vai se 
manifestando de maneiras diferentes em cada indivíduo, porém mais cedo ou 
mais tarde, será manifestada. Isto é uma das bases de análise comportamental do 
consumidor e da lei da procura, o conceito de utilidade do consumidor “[...] baseia-
se na Teoria do Valor Utilidade. Supõe-se que, dada a renda e dados os preços de 
mercado, o consumidor, ao demandar um bem ou serviço, está maximizando a 
utilidade ou satisfação que ele atribui ao bem ou serviço. É também chamada de 
Teoria do Consumidor” (VASCONCELLOS, 2011, p. 33).
“Os fundamentos da análise da demanda ou procura estão alicerçados 
no conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de satisfação ou 
bem-estar que os consumidores atribuem a bens e serviços que podem adquirir no 
mercado” (VASCONCELLOS, 2011, p. 31).
3.1 COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES
Conforme vimos no exemplo do pão de queijo, analisando o padrão geral 
de comportamento do consumidor, podemos dizer que quanto mais barato for 
o preço de um determinado produto, maior será a quantidade de procura deste 
em um determinado mercado. Isto quer dizer que a quantidade de produto a ser 
consumida é inversamente proporcional ao nível dos preços. Essa proporcionalidade 
invertida é justificada no comportamento racional do consumidor, vinculada aos 
níveis de preços dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas no mercado. 
Este comportamento possui as seguintes características: o preço como limitante ao 
consumo; o fator da escolha de produtos substitutos; e a utilidade decrescente ou 
marginal.
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
97
O preço como limitante ao consumo: o consumo de um produto está 
vinculado ao nível de preços deste no mercado. Assim, quanto maior o preço, 
menor será o volume de consumidores dispostos e efetivamente “aptos” para 
comprar e consumir um determinado produto, exemplo: diferentes situações 
ocorrem quando o macarrão da marca “Macarrones” fica mais caro ou mais barato:
• No valor de R$ 2,50 haverá MAIOR procura, ou seja, maior quantidade de 
unidades consumidas.
• No valor de R$ 3,50 haverá uma MENOR quantidade de pessoas aptas em 
adquirir. Os compradores serão aqueles que têm uma renda um pouco maior 
do que a média da população.
• No valor de R$ 5,00, só as pessoas que realmente gostam dessa marca e que têm 
maior nível de renda estão aptas a comprar. Assim, as quantidades vendidas no 
mercado serão bem menores se compararmos a procura desse produto quando 
seu preço está em R$ 2,50.
O fator da escolha de produtos substitutos: se um produto está caro 
demais para um determinado grupo de consumidores, logo estes terão a tendência 
de procurar produtos semelhantes. Em termos econômicos, quer dizer que 
quando o nível de preços de um determinado produto aumentar, os consumidores 
diminuem a procura deste produto, em contrapartida, aumentam a procura de 
produtos semelhantes ou similares, ou seja, o consumidor rapidamente possui a 
tendência à substituição por outro que seja mais barato, exemplo: se a laranja está 
ficando mais cara, o consumidor poderá substitui-la pela maçã. Voltando para 
nosso exemplo do macarrão:
• Ao preço de R$ 2,50, ninguém vai se preocupar em trocar o consumo para outra 
marca, pois é um preço considerado barato pelos consumidores.
• Ao preço de R$ 3,50, as pessoas irão pensar duas vezes antes de comprar e talvez 
mudem sua escolha de compra para outra marca, e inclusive, procurem outro 
tipo de carboidrato, tal como arroz ou batata. 
• Ao preço de R$ 5,00, somente as pessoas que realmente têm vontade e/ou têm 
renda disponível para isso irão comprar.
A utilidade marginal decrescente: o que acontece quando você come a 
primeira bolacha do pacote? Ela será bem gostosa, ou seja, a utilidade intrínseca, a 
satisfação desta primeira unidade será bem alta. E a segunda unidade? Também será 
gostosa, mas menos do que a primeira. A satisfação em consumir vai diminuindo 
conforme comemos mais, concorda? Ouseja, a utilidade ou satisfação de consumir 
vai decrescendo à medida que consumimos e adicionamos mais uma unidade. Esta 
situação é conhecida, na economia, como a utilidade marginal decrescente. Assim, 
no contexto do comportamento da procura, quanto maiores forem as quantidades 
consumidas, menores serão os graus ou níveis de sua utilidade marginal (ou 
satisfação). Isto quer dizer que quando um consumidor possui apenas uma unidade 
de um produto qualquer, o grau de utilidade (satisfação) a ele atribuído é elevado, 
mas à medida que o consumidor tem à disposição mais unidades desse mesmo 
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
98
produto, a utilidade (satisfação) atribuída a cada unidade adicional certamente 
irá decrescer, podendo chegar até níveis negativos. O consumo adicional desse 
produto traz utilidades marginais decrescentes.
Esse último elemento do comportamento do consumidor – a utilidade 
marginal decrescente – é fundamental para realizar uma análise aprofundada 
da relação preço/consumo. Neste sentido, o consumidor possui a tendência de 
comprar e consumir unidades adicionais se os preços registrarem baixas, caso 
contrário, ele não estará interessado em adquirir novas unidades desse produto. 
Comparativamente, se você levar para casa 400 gramas de queijo colonial especial 
que possui um preço de R$ 60,00 o quilo, no momento de consumi-lo provavelmente 
fará um consumo moderado. Assim, cada pedaço consumido terá uma utilidade 
marginal decrescente alta, pois se comer demais sua consciência lhe dirá que é caro 
exagerar na ingestão desse produto.
Em contrapartida, 400 gramas de queijo padrão, que possui um preço 
de R$ 25,00 o quilo, no momento de consumi-lo, provavelmente você irá comer 
maiores quantidades em relação ao queijo “colonial especial”, ou seja, sua utilidade 
marginal será menor, precisando de maiores unidades de consumo para que seu 
consciente ou fome lhe digam: chega de consumir!
Em resumo, mantidas inalteradas as demais condições “Coeteris Paribus”, 
quanto mais se elevarem os preços de um produto qualquer, menores serão as 
quantidades que os consumidores estarão dispostos e aptos em adquirir. Isso 
levando em consideração os três fatores de comportamento do consumidor, isto é: 
o preço como limitante ao consumo; o fator da escolha de produtos substitutos; e a 
utilidade decrescente ou marginal da satisfação inerente para cada indivíduo que 
consumir um determinado produto/serviço.
3.2 VARIÁVEIS DA ESTRUTURA DA DEMANDA
Qual a estrutura da procura dos bens e serviços que as famílias precisam 
e/ou desejam adquirir? Em termos de análise, podemos dizer que a procura de 
um determinado produto/serviço está determinada conforme a sua estrutura 
comportamental socioeconômica, sendo os elementos desta estrutura:
a) Riqueza e distribuição da renda: em uma economia de mercado, as famílias 
possuem renda disponível para o consumo. Algumas possuem maior renda 
disponível (renda familiar da classe média-alta e alta), outras possuem 
renda média (renda familiar da classe média) e outras possuem menor renda 
disponível (renda familiar da classe média-baixa e baixa). Essas diferenças da 
renda familiar da população geram diversos produtos a serem procurados em 
função da renda disponível.
b) Preço de bens substitutos: o consumidor, conforme sua renda, se achar caro 
demais um produto, terá a tendência natural de procurar produtos substitutos/
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
99
semelhantes que possam satisfazer sua necessidade/desejo. Exemplificando: se a 
safra de arroz ficou abaixo do normal, provavelmente o preço desse produto no 
mercado aumentará e alguns consumidores trocarão parcialmente o consumo 
desse carboidrato por outro, aumentando a procura de outros carboidratos, tal 
como a batata ou mandioca.
 Se o preço das passagens de ônibus entre São Paulo e Florianópolis aumentarem, 
provavelmente a procura de passagens para esse destino diminuirão, 
aumentando os serviços substitutos, tal como as passagens aéreas para esse 
destino. 
c) Fatores de temporada e climáticos: se, por ventura, houver uma seca prolongada, 
a safra de uma série de produtos agrícolas (arroz, trigo, feijão, mandioca etc.) será 
prejudicada, logo, haverá escassez e preços altos destes produtos. Considerando 
os fatores de temporada, existem produtos de estação tanto por fatores de 
hábitos do consumidor como dos ciclos produtivos, exemplificando: a procura 
de brinquedos aumenta drasticamente no Dia das Crianças (12/outubro) e no 
Natal, certo? Logo, as empresas irão ofertar maiores volumes de brinquedos 
nessas épocas, assim como irão aumentar os preços dos brinquedos.
 A oferta de fruta de estação aumenta drasticamente quando é a época dessa 
fruta, como o pêssego no final do ano. Como o consumidor sabe que nessa época 
haverá oferta dessa fruta, a procura pela fruta aumentará.
d) Propaganda: atualmente, a maioria das empresas brigam pela diferenciação de 
seus produtos no mercado, assim, o meio para criar uma diferenciação efetiva 
é a propaganda. Com isso, as empresas podem criar hábitos específicos e 
preferências pelo consumo de marcas determinadas.
e) Hábitos e preferências do consumidor: a utilidade (satisfação) no consumo de 
produtos/serviços é intrínseca para cada indivíduo e cada cultura. Com certeza, 
no Brasil existe preferência pelos pratos que possuam feijão, entretanto, um 
consumidor europeu possui o hábito de acompanhar seu prato de almoço com 
batata, ervilhas e/ou brócolis e não com feijão.
f) Expectativas: As expectativas possuem um grande papel no momento de 
consumir. Se os consumidores têm a expectativa que haverá falta de água, 
provavelmente irão se abastecer de água potável além do necessário.
g) Disponibilidade de crédito de consumo, parcelas, taxa de juros e diversos 
prazos: para produtos de linha branca (fogões, geladeiras, lavadoras de roupa 
etc.), smartphones, veículos, casas, entre outros, a procura está vinculada às 
facilidades de crédito disponível. Se no mercado financeiro a oferta do número 
de parcelas aumentar de 48 para 60 meses para a compra de um carro, o valor da 
parcela/mês irá diminuir e provavelmente haverá um número maior de pessoas 
adquirindo um carro novo ou seminovo.
Observe que todos os fatores expostos acima fazem parte da estrutura e 
comportamento da procura de um determinado produto. Alguns desses fatores 
terão um maior peso na decisão do consumidor e outros terão um menor peso. 
Assim, a estrutura da procura de um determinado produto/serviço fica em função 
dessas variáveis, interpretando economicamente da seguinte maneira:
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
100
QUADRO 8 - ESTRUTURA ANALÍTICA DA DEMANDA
FONTE: Adaptado de Rossetti (2003, p. 411)
3.3 RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE PROCURADA E PREÇO 
DO PRODUTO
Agora que já temos uma visão da estrutura da procura, podemos analisar 
o comportamento das quantidades procuradas de um determinado produto em 
função do nível de preços praticados no mercado. Como padrão geral, podemos 
dizer que as quantidades efetivamente procuradas mudam inversamente 
proporcional à medida que os preços oscilam no mercado, isto quer dizer que:
• Quanto mais baixo for o preço de determinada mercadoria, maior será a 
quantidade efetivamente procurada.
• Quanto mais alto o preço de determinada mercadoria, menor será a quantidade 
efetivamente procurada.
Qual pode ser o motivo desse comportamento do consumidor, que leva 
para uma relação inversa das quantidades demandas em relação ao preço? Isso 
acontece pelos efeitos de substituição e dos níveis de renda disponíveis que 
reagem diretamente no comportamento do consumidor no momento de comprar 
e consumir. Segundo Vasconcellos (2011, p. 38):
Efeito substituição: o bem fica relativamente mais barato aos 
concorrentes, fazendo com o que a quantidade demandada aumente.
Efeito renda: com a queda de preço,o poder aquisitivo do consumidor 
aumenta e a quantidade demandada do bem, tende normalmente, a 
aumentar. Isto é, ao cair o preço de um bem, mesmo com sua renda não 
variando, o consumidor pode comprar mais mercadorias. 
Esse comportamento econômico e racional do consumidor é representado 
por meio da Lei da Procura, que possui uma tendência padrão inversamente 
proporcional ao nível de preços praticados no mercado, conforme podemos 
observar:
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
101
GRÁFICO 8 - COMPORTAMENTO DA CURVA DA DEMANDA
FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/miltonh/demanda-e-
oferta-201101>. Acesso em: 2 dez. 2016.
No gráfico acima podemos observar claramente o comportamento do 
consumidor conforme os níveis de preços mudam. Para exemplificar, imagine 
que o produto exposto no gráfico é pão de queijo, ofertado em uma lanchonete 
de aeroporto. Se o preço for de R$ 8,00 a unidade, logo haverá 100 unidades 
(quantidade) efetivamente compradas e consumidas do produto; se o preço for de 
R$ 6,00 a unidade, logo haverá 200 unidades (quantidade) efetivamente compradas 
e consumidas do produto; e se o preço for de R$ 4,00 a unidade, logo haverá 400 
unidades (quantidade) efetivamente compradas e consumidas do produto.
Devemos observar que nesses níveis de consumo expostos acima existe toda 
uma estrutura comportamental da procura do “pão de queijo”, na qual os hábitos 
e renda disponível do consumidor possuem um peso alto. Será que um francês 
está disposto a consumir a mesma quantidade de pão de queijo, com certeza não, 
pois ele possui outros hábitos de consumo diferentes ao do brasileiro, ele possui o 
hábito de consumir o famoso “croissant francês”.
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
102
FIGURA 16 – HÁBITOS DE CONSUMO DIFERENTES EM FUNÇÃO À CULTURA
FONTE: Disponível em: < http://deboranogueira.com. br/tag/croissant/>; <http://
www.peixeurbano.com.br/vitoria/juninho-do-pao-de-queijo/pao-de-
queijo-e-cafe-expresso>. Acesso em: 5 out. 2016.
Na figura exposta, podemos observar um elemento em comum entre os 
dois hábitos de consumo inerentes às culturas ocidentais, o café! Logo, podemos 
dizer que, levando em consideração esse hábito específico (pão de queijo e/ou 
croissant) e renda disponível, o consumidor estará disposto a comprar e consumir 
uma determinada quantidade de produto em função do nível de preço desses 
produtos no mercado. Como podemos observar, no comportamento da curva da 
procura, exposta anteriormente.
Qual seria a análise comportamental da curva da procura em termos 
matemáticos? Podemos interpretar a lei da procura por meio da seguinte função:
QUADRO 9 – FUNÇÃO DA LEI DA PROCURA
QD = f (P), 
onde 
QD é a quantidade de produto demandado (procurado) em um 
mercado e tempo específico.
f (P) é a quantidade procurada em função do nível de preço 
praticado no mercado.
FONTE: Adaptado de Rossetti (2003, p. 411)
A função básica da procura quer dizer que as quantidades procuradas (QD) 
dependem do nível de preço (P), mediante um mercado e tempos específicos. Para 
colocar em contexto a função da procura, vamos estudar o comportamento das 
quantidades demandadas de pão de queijo no mercado de lanchonetes, supondo 
uma grande área urbana, observando o seguinte comportamento:
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
103
QUADRO 10 – COMPORTAMENTO DA PROCURA EM FUNÇÃO DOS 
NÍVEIS DE PREÇO
FONTE: O autor
Podemos observar que à medida que o preço vai aumentando, as quantidades 
procuradas tornam-se menos expressivas. Isto é, cada vez menos pessoas estão 
dispostas a consumi-lo, logo, deixando de efetivar a compra. Isso acontece porque 
o preço vai superando a perspectiva de satisfação (utilidade) em função de sua 
“renda disponível”. Este raciocínio do comportamento do consumidor reflete na 
curva da procura tipicamente decrescente conforme as oscilações dos preços.
Essa função indica qual a intenção de procura dos consumidores 
quando os preços variam, com tudo o mais permanecendo constante. 
Ou seja, ela revela o desejo, a intenção de compra do consumidor, mas 
não a compra efetiva. A compra efetiva é um único ponto da escala 
apresentada (VASCONCELLOS, 2011, p. 38).
Assim, a lei da procura determina que o comportamento da curva da 
procura possui um padrão decrescente, delineando que as famílias (consumidores) 
reagem inversamente proporcional ao nível de preços praticados no mercado.
Esse raciocínio do consumidor reflete o fato de que a renda disponível é 
de fato limitada, e quanto maiores forem os preços, menores serão as quantidades 
efetivamente procuradas.
4 FUNDAMENTOS DA LEI DA OFERTA
Acabamos de analisar os elementos mais importantes da lei da procura, mas 
para que as famílias possam efetivamente consumir é necessário que as empresas 
possam produzir e ofertar bens e serviços às famílias por meio do mercado. Assim 
como as famílias, que possuem o interesse em satisfazer suas necessidades e 
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
104
desejos, as empresas também possuem seu interesse no momento de ofertar bens 
e serviços no mercado. Qual é esse interesse? Todas as empresas possuem um 
interesse em comum, a geração de lucro para a geração de renda de seus donos/
acionistas. 
Antes de adentrarmos no interesse de produzir e vender das empresas, 
devemos observar que a oferta de bens e serviços é o resultado final das atividades 
e processos produtivos dos centros de produção que as empresas possuem. Desde 
uma perspectiva microeconômica, a oferta em si de um determinado produto é 
definida da seguinte maneira: a oferta é a capacidade de oferecer, por parte das 
empresas, uma determinada quantidade de produto em função do nível de preços 
praticados no mercado em um determinado período, se considerando os seguintes 
elementos:
• a disponibilidade de recursos produtivos;
• a capacidade produtiva de processar esses recursos visando a produção em 
massa de bens e serviços;
• a capacidade de infraestrutura produtiva e tecnológica;
• a capacidade de distribuição e logística das empresas para que esses produtos 
possam ser “efetivamente” ofertados no mercado às famílias.
Assim como a estrutura da procura, a oferta também possui sua própria 
estrutura. Desde uma perspectiva bem diferente, principalmente a de produzir e 
gerar lucro! Nesse sentido, como um todo, a produção dependerá dos fatores da 
produção, infraestrutura e recursos produtivos, certo? No entanto, os elementos 
dessa estrutura são diferentes, conforme podemos ver na função geral da oferta: 
( )si i m nq f P, ,P ,T,A= π .
QUADRO 11 - VARIÁVEIS DA FUNÇÃO GERAL DA OFERTA DE BENS E SERVIÇOS
s
iq  Quantidade efetivamente ofertada de um produto/serviço.
iP  Preço do produto/serviço.
mπ 
Preço dos fatores da produção, isto é, mão de obra, recursos naturais, 
recursos de bens de capital, matéria-prima e insumos.
nP 
Preço dos outros n produtos substitutos na produção, exemplificando: 
 Tanto o queijo como o iogurte vêm de uma mesma matéria-prima, o 
leite!
T 
Tecnologia e capacidade produtiva, isto é, o know-how (saber fazer), 
capacidade de gestão e nível de tecnologia da empresa, em função 
disso haverá maior nível de competitividade (produtividade).
A 
Fatores climáticos e ambientais, exemplificando:
• Perante uma boa época de chuva haverá uma melhor colheita de 
arroz e feijão, logo, haverá uma quantidade maior desses produtos a 
serem ofertados no mercado.
• Se houver uma época de seca prolongada, os agricultores com 
certeza terão uma safra bem menor, logo, haverá uma quantidade 
menor desses produtos a serem ofertados no mercado, certo?
FONTE: Adaptado de Rossetti (2003, p. 426)
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
105
De todos os elementos da estrutura de oferta, devemos prestar especial 
atenção a nP (preço dos outros n produtos substitutos na produção). Voltandopara nosso exemplo do queijo e do iogurte: se estivermos analisando a produção 
desses produtos em uma indústria de laticínios, iremos observar que ambos vêm 
de uma mesma matéria-prima, o leite. Ambos produtos possuem níveis de preços 
diferentes no mercado. Vamos supor que o quilo de queijo está em R$ 30,00 e que 
o litro de iogurte está em R$ 7,00. Em função desses preços, a empresa possui uma 
determinada quantidade de produto sendo ofertado no mercado, vamos supor 
que a empresa oferta à semana 500 quilos de queijo, logo, a empresa terá uma 
receita (venda) de R$ 15.000 por semana, isto é, R$ 15.000 = 500 quilos x R$ 30,00. 
Se consumir 2.000 litros de iogurte, logo, a empresa terá uma receita (venda) de R$ 
14.000 por semana, isto é, R$ 14.000 = 2.000 litros x R$ 7,00.
Para poder ofertar essas quantidades de produto ao mercado, a empresa 
precisa de 7.000 litros de leite à semana, isto é, para produzir um quilo de queijo 
é necessário de 10 litros de leite, logo, serão necessários 5.000 litros de leite para 
produzir os 500 quilos de queijo por semana  5.000 litros = 500 quilos x 10 litros. 
Para produzir 2.000 litros de iogurte é necessário a mesma quantidade, ou seja, 
de um litro de leite será produzido um litro de iogurte. Há mais um insumo no 
processo de produção do iogurte, os lactobacilos ou bactéria do bem do iogurte.
Agora, aqui vem a análise de produtos substitutos na produção. Se por 
algum motivo, nas condições do mercado o preço do iogurte aumentar de R$ 
7,00 para R$ 9,00, será que a empresa irá desejar aumentar as quantidades de 
iogurte ofertadas? Com certeza sim! Porém, vamos supor que a empresa só pode 
adquirir 7.000 litros de leite, esta é a sua máxima capacidade. O que ela irá fazer, 
qual será a escolha de “custo de oportunidade”? A empresa irá fazer uma análise 
de produção e provavelmente aumentará a produção e quantidade de iogurte 
ofertado no mercado, mas em detrimento (perda) da produção de queijo. Lembre-
se que só pode adquirir de seus fornecedores 7.000 litros de leite semanal. Eis uma 
análise de “custo de oportunidade” ou escolha: o fator nP (preço dos outros n 
produtos substitutos na produção), neste caso, é um determinante  o aumento 
na produção de iogurte irá substituir a diminuição na produção de queijo, pois o 
preço do iogurte está mais atrativo para se produzir.
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
106
FIGURA 17 – OFERTA DE QUEIJO E DE IOGURTE
FONTE: Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-
noticias/afp/2015/05/28/suica-desvenda-misterio-dos-buracos-em-
seus-queijos.htm>; <http://receitarapida24h.blogspot.com.br/2013/07/
receita-de-iogurte-natural-clique-aqui.html>. Acesso em: 7 out. 2016.
Como podemos observar, a função geral da oferta determina o nível da 
quantidade ofertada de um produto em função direta às oscilações de preços do 
mercado. Ao contrário da procura, na lei da oferta, quanto menores os preços de 
uma mercadoria determinada, menores também serão as quantidades de produto 
ofertadas no mercado, pois menor será o incentivo por parte dos produtores em 
ofertar o produto no mercado. Entretanto, quanto maiores os preços, maiores 
também serão as quantidades ofertadas no mercado, como no caso do iogurte, 
quando o preço sobe de R$ 7,00 para R$ 9,00 o litro. A empresa fica incentivada em 
aumentar as quantidades de litros de iogurte a serem ofertados no mercado.
4.1 O FATOR CUSTO DE PRODUÇÃO NAS QUANTIDADES 
OFERTADAS
Existe um elemento fundamental na relação quantidade ofertada e preço 
de venda de uma mercadoria no mercado, o fator custo de produção/quantidade 
ofertada versus o preço de venda. Esta relação, custo/quantidade versus preço, fica 
refletida no comportamento da lei da oferta, a qual podemos interpretá-la por 
meio da seguinte função matemática:
Tendência da curva da Lei da Oferta 
s
i
i
q 0
P 
∆
>
∆
Desta função, temos que siq∆ é a variação da quantidade ofertada no mercado 
que fica em função de iP∆ , ou seja, as variações das quantidades ofertadas vão se 
determinando em função da variação do preço de produto no mercado. Em outras 
palavras, o motivador da oferta diz que quanto maior o preço, maior será a oferta; 
e quanto menor o preço, menor será ela. Deste modo, se o preço de um produto 
aumentar no mercado, estimula as empresas a produzirem maiores quantidades, 
pois haverá maior receita (venda), tendo maior potencial de gerar lucro. 
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
107
Talvez você esteja se perguntando, o que quer dizer isso, “maior que zero” 
(> 0)? O maior que ZERO quer dizer que se a variação das quantidades, em função 
da oscilação do preço, for menor que ZERO, logo a empresa não estará incentivada 
em mudar as quantidades ofertadas, pois o nível de preço no mercado está baixo 
demais. Qual o motivo disso?
O motivo é que se o preço de venda da mercadoria for menor que os custos 
de produção, não haverá incentivo para produzir. Segundo Samuelson, Nordhaus 
e Taylor (2012, p. 42), “um dos principais elementos básicos da curva de oferta é o 
custo de produção”. Quando os custos de produção de um produto estão baixos 
em relação ao preço de mercado, é rentável para os produtores fornecerem uma 
quantidade grande.
Os custos de produção são determinados de maneira direta pelos preços dos 
fatores de produção, dos processos produtivos e dos avanços tecnológicos. Quanto 
menores os preços dos fatores de produção e “melhor” for a tecnologia aplicada 
ao processo produtivo, menores serão os custos unitários de um determinado 
produto, logo, haverá incentivo em aumentar as quantidades ofertadas em 
função do nível de preços praticados no mercado. Isso porque, ao ter menores 
custos unitários “dado um nível de preço”, terá maior “potencial de lucro”. Nesse 
contexto, a tecnologia possui um papel fundamental, pois os avanços tecnológicos 
nos processos produtivos geram os seguintes incentivos:
• Avanços tecnológicos nos processos de produção geram processos mais 
produtivos, nos quais a produtividade “hora/homem” aumenta drasticamente.
• Avanços tecnológicos geram constantes inovações e novas invenções, um ciclo 
virtuoso, que vai se refletindo na produção de produtos com menores quantidade 
de recursos básicos e por meio de processos bem mais rápidos (menos tempo na 
cadeia produtiva).
O resultado disso é que de fato o avanço tecnológico gera um aumento 
considerável na capacidade efetiva de ofertar produtos e serviços. Este fator 
aumenta drasticamente a fronteira de produção. Além do fator tecnológico, e 
conforme mencionamos anteriormente, o fator “produtos substitutos no processo 
produtivo” é fundamental na determinação das quantidades ofertadas, fator 
representado como o elemento nP (preço dos outros n produtos substitutos na 
produção) da estrutura da lei da oferta. Você lembra da produção de iogurte versus 
produção de queijo? Segundo Samuelson, Nordhaus e Taylor (2012, p. 42):
Se o preço de um substituto de produção aumentar, a oferta de 
outro substituto diminuirá. Por exemplo, as empresas de automóveis 
costumam fazer vários modelos diferentes de carro na mesma fábrica. 
Se existir mais demanda por um modelo, e o seu preço aumentar, eles 
trocarão mais linhas de montagem para fazer esse modelo, e a oferta dos 
outros modelos cairá.
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
108
4.2 FATOR PREÇO E A CURVA DA OFERTA
Neste momento, já podemos identificar claramente a relação nível de 
preço e quantidades ofertadas, e tudo o que implica no comportamento da 
estrutura da oferta de um determinado produto. Agora, vamos exemplificar isto 
por meio da nossa análise do pão de queijo de lanchonete, assim, vamos analisar 
o comportamento da quantidade ofertada em função às oscilações do preço, 
conforme o seguinte quadro:
QUADRO 12 – COMPORTAMENTO DA OFERTA E OS NÍVEIS DE 
PREÇO
FONTE: O autor
Observe que neste caso de comportamentoda oferta, o interesse da empresa 
em colocar uma quantidade determinada de produto é exatamente ao contrário do 
interesse de compra por parte do consumidor. No caso exposto do pão de queijo, 
no extremo de preço de R$ 1,00 pela unidade, a quantidade ofertada será de apenas 
3.500 unidades. E a quantidade procurada pelo consumidor será de 12.500 unidades; 
no extremo de preço de R$ 5,50 pela unidade, a quantidade ofertada será de 12.500 
unidades e a quantidade efetivamente procurada pelo consumidor será de apenas 
de 3.500 unidades. Apresenta-se um interesse contraposto que será determinado 
pelo “preço de equilíbrio”. Preço que irá refletir o “encontro” das quantidades 
interessadas em adquirir, por parte dos consumidores, e das quantidades em 
ofertar, por parte da empresa. Ficou curioso? A seguir, abordaremos a definição 
do preço de equilíbrio no mercado.
Como podemos interpretar em um gráfico o comportamento do interesse 
em ofertar, por parte da empresa? Por meio da Curva da Lei da Oferta. A curva da 
Lei da Oferta reflete o fato que à medida que o preço aumentar, de igual maneira 
as ofertas também irão aumentar, se tornando quantidades bem mais expressivas. 
Este comportamento podemos observar no seguinte gráfico:
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
109
GRÁFICO 9 – CURVA TÍPICA DE OFERTA
FONTE: Disponível em :<http://pt.slideshare.net/miltonh/demanda-e-
oferta-201101>. Acesso em: 7 out. 2016.
A curva mostra um comportamento óbvio, se o quilo de maçã estiver R$ 
10,00 haverá uma oferta bem maior de maçã, e se o preço estiver R$ 4,00 haverá 
menor quantidade de produto ofertado no mercado. De maneira geral, podemos 
observar que os preços e as quantidades ofertadas caminham na mesma direção.
4.3 A ESCALA COMPORTAMENTAL DOS PRODUTORES
A condição da curva da oferta está plenamente justificada na condição básica 
do produtor. Devemos observar novamente que o principal interesse econômico 
em comum, para todas as empresas, é a geração de lucro. Geração esta que vai 
se aprimorando à medida que as empresas conseguem melhorar a produtividade 
de suas atividades. Assim, o comportamento lógico das empresas nos diferentes 
níveis de preços explica-se pelos seguintes elementos: 
• Na estrutura de custos de produção e na capacidade e interesse intrínseco das 
empresas em aprimorar seus custos. Isto é, tentar gerar o menor custo possível 
por unidade produzida e efetivamente ofertada ao mercado.
• Na capacidade de produção e gestão da produção.
• Na capacidade de inovar e aplicar novas tecnologias.
• Na capacidade de vender e distribuir.
Se adicionarmos aos elementos expostos acima uma melhora consistente 
dos preços no mercado, gerará um grande estímulo à mobilização de recursos 
adicionais, logo, maiores quantidades a serem ofertadas. Essa “mobilização 
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
110
de recursos” será refletida no incentivo das empresas em investirem nos seus 
negócios, exemplificando: com o aumento do interesse do público em consumir 
alimentos “funcionais” ou mais saudáveis, os preços de alimentos integrais vêm 
aumentando no mercado. A perspectiva de um preço melhor ficou na cabeça dos 
produtores, incentivando-os a investir mais nesse tipo de produto, pois essas “boas 
perspectivas” ativam o potencial de gerar lucro por parte das empresas, fazendo 
um efeito de ciclo positivo de investimentos no setor de alimentos “funcionais”.
Assim, nessa oscilação de preços e quantidade de oferta, é que de fato 
acontece a dinâmica da lei da oferta. Isso significa que os incentivos para o aumento 
das quantidades produzidas estão fundamentados na expansão dos níveis de 
preços, ou seja, essa expansão no preço é que torna possível uma elevação dos 
lucros empresariais, encorajando aos produtores no sentido de maiores níveis 
de produção e investimento. Em resumo, mantidas inalteradas todas as demais 
condições Coeteris Paribus, quanto maior for o nível de preço de um produto 
qualquer, maior será também a quantidade ofertada, por período de tempo 
determinado. O que vai acontecer quando as duas curvas se encontrarem? Haverá 
um preço de equilíbrio no mercado entre o interesse de consumir e o interesse em 
ofertar de um determinado produto.
111
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
• O foco da microeconomia é o mercado, os fatores econômicos e comportamentais 
tanto dos consumidores como das empresas.
• O conceito “coeteris paribus” tem como objetivo básico verificar o impacto de 
variáveis econômicas isoladas, independentemente dos efeitos das outras.
• A procura de determinado produto define-se como as diversas possibilidades 
de quantidades que os consumidores estarão dispostos e aptos em adquirir, em 
função dos preços praticados no mercado.
• O comportamento do consumidor possui as seguintes características: o preço 
como limitante ao consumo; o fator da escolha de produtos substitutos; e a 
utilidade decrescente ou marginal.
• As quantidades efetivamente procuradas mudam inversamente proporcional à 
medida que os preços oscilam no mercado.
• A oferta é a capacidade de oferecer, por parte das empresas, uma determinada 
quantidade de produto em função do nível de preços praticados no mercado. 
Quanto maior o preço, maiores serão as quantidades ofertadas no mercado.
• A capacidade de ofertar dependerá dos fatores da produção, da infraestrutura e 
dos recursos produtivos.
• Os custos de produção são determinados de maneira direta pelos preços dos 
fatores de produção, dos processos produtivos e dos avanços tecnológicos.
112
AUTOATIVIDADE
1 Determine qual o comportamento do consumidor na procura de bens 
e serviços em função do preço, e quais as características racionais do 
consumidor.
2 Determine quais as variáveis compõem a estrutura da Procura e qual a 
equação da Lei da Demanda.
3 Quais são os dois motivos da reação inversa das quantidades demandadas 
em função do preço? E qual é a fórmula matemática da Lei da Demanda?
4 O que indica a curva de procura?
FONTE: Disponível em: <https://enciclopediaeconomica.wordpress.
com/2012/12/10/curva-da-procura/>. Acesso em: 8 dez. 2016.
5 Como pode ser definida a oferta de determinado produto e quais os 
elementos que devem ser levados em consideração?
6 Qual a função geral da oferta e quais as variáveis que determinam as 
quantidades ofertadas?
7 Determine como é representado o comportamento das empresas por meio 
da Lei da Oferta.
8 Qual é um dos principais fatores da curva da oferta? Explique sua 
importância.
9 Como os avanços tecnológicos podem influenciar na curva da oferta?
113
TÓPICO 2
O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA 
PROCURA E OFERTA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
No primeiro tópico, estudamos sobre a lei da procura e da oferta e sobre 
os fundamentos comportamentais, tanto da curva da procura como da oferta. No 
entanto, faltou observar como é que os interesses dos consumidores e dos produtores 
representados por meio da curva da procura e da oferta vão se encontrar, e assim, 
determinar o preço ideal ou de equilíbrio no mercado.
2 O PREÇO DE EQUILÍBRIO
Devemos observar que na dinâmica do mercado, os consumidores e os 
produtores reagem diferentemente às variações dos preços, ou seja, eles possuem 
interesses conflitantes ou contrapostos. Isso ocorre porque os consumidores 
procuram o preço mais baixo possível para suprir suas necessidades, maximizando 
sua utilidade ou satisfação. Outro motivo é porque os produtores buscam um 
preço alto para a venda de seus produtos, dentro de suas possibilidades de ofertar. 
Assim, eles conseguem maximizar a geração de lucro.
Nesse contexto, acontece um processo de negociação natural e constante 
na dinâmica do mercado, no qual tanto os consumidores como os produtores 
conseguem definir “um ponto de encontro”, acordando assim, o preço ideal. 
Nesse preço idealsão estabelecidas tanto as quantidades demandadas como as 
quantidades produzidas, em função de um determinado nível de preço de mercado 
e das estruturas da procura e da oferta de um determinado produto.
2.1 A INTERAÇÃO DA PROCURA E DA OFERTA
Nesse processo de negociação natural do mercado, devemos avaliar 
“como” a dinâmica do mercado determina o preço de equilíbrio entre essas duas 
grandes forças conflitantes. Essa avaliação é feita por meio da análise de situações 
extremas, uma observa o comportamento da procura e da oferta quando o preço 
estiver bem baixo, e a segunda quando o preço estiver bem alto.
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
114
a) Preço baixo: se os preços forem muito baixos, os consumidores ficam tentados 
em comprar maiores quantidades. Porém, nesse nível de preços, os produtores 
podem ter pouco estímulo em vender essas quantidades, levando essa condição 
para um desequilíbrio de mercado, apresentando duas situações:
•	 Demanda maior que a oferta: os consumidores querendo comprar maiores 
quantidades e os produtores querendo ofertar menores quantidades, o que 
vai acontecer? Desabastecimento, pois os consumidores disputam as poucas 
mercadorias ofertadas. Com esse desabastecimento aumenta a disponibilidade 
dos consumidores em pagar mais um pouco. 
•	 Oferta menor que a demanda: observando o desabastecimento, os produtores 
ficam tentados em elevar os preços, até finalmente encontrar um ponto de 
encontro de preço “ideal”.
b) Preço alto: se os preços forem altos em relação ao preço ideal, os consumidores 
compram menores quantidades em relação às quantidades que os empresários 
desejam vender, forçando-os a ofertar seus produtos/serviços num preço menor. 
Condição de mercado que apresenta as seguintes características:
•	 Demanda menor que a oferta: ao se apresentar um preço alto, existem menores 
quantidades efetivamente procuradas, logo, os consumidores compram menos 
e as empresas acumulam estoques.
•	 Oferta maior que a demanda: ao ter menos vendas e estoques se acumulando, 
os empresários baixam os preços até encontrar um preço que esteja dentro das 
condições naturais da estrutura dessa oferta e demanda.
Observe que quando o preço está abaixo do preço ideal, apresenta-se uma 
situação de excesso de procura (ou demanda), logo, haverá desabastecimento do 
produto no mercado. Quando o preço está acima do preço ideal, apresenta uma 
situação de excesso de oferta, logo, haverá acumulação de estoques por parte das 
empresas. Ambas situações podemos observar no seguinte gráfico:
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
115
GRÁFICO 10 – PONTO DE EQUILÍBRIO, EXCESSO DE OFERTA E DEMANDA
FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/1784027/>. Acesso em: 8 out. 
2016.
No momento de se apresentar excesso de oferta, as empresas acumulam 
estoques, elas fazem queima destes estoques promovendo descontos e, 
efetivamente, baixando o preço da mercadoria. Isto acontecerá até que a própria 
dinâmica do mercado exponha o preço de equilíbrio. Entretanto, se existir preço 
muito baixo, haverá excesso de consumidores comprando, e os empresários ficarão 
sem estoques, incentivando-os para aumentar os preços. Esse aumento de preço 
acontecerá até achar o ponto de equilíbrio.
2.2. O PREÇO DE EQUILÍBRIO
Agora já podemos identificar economicamente uma situação óbvia de 
mercado, isto é, com um preço baixo mais consumidores desejam comprar, logo, 
pouco estoque nas empresas; e com um preço alto menores consumidores desejam 
comprar, logo, alto estoque nas empresas. Como podemos determinar o preço 
ideal no sobe e desce de preços?
Como princípio da lei da procura e da oferta, o preço de equilíbrio irá 
acontecer quando as quantidades ofertadas forem iguais às quantidades 
procuradas. Nesse encontro de nivelamento de quantidades procuradas e 
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
116
ofertadas acontece o ponto de equilíbrio, no qual a dinâmica própria do mercado 
leva à fixação de um preço de equilíbrio. Isso serve para harmonizar o permanente 
conflito de interesses entre os produtores e os consumidores.
Lembra-se de nossa análise do pão de queijo e como reagem tanto os 
consumidores como as empresas às oscilações do preço? Agora vamos conferir qual 
será o preço de equilíbrio do pão de queijo nesse suposto mercado de lanchonetes:
QUADRO 13 – ANÁLISE DE QUANTIDADES E PREÇO DE EQUILÍBRIO
FONTE: O autor
Ao observarmos os dados apresentados, para níveis de preço abaixo de 
R$ 3,50, há um excesso de demanda, ou seja, quantidades procuradas maiores às 
quantidades ofertadas, logo, falta de estoque (desabastecimento). Entretanto, para 
níveis de preço acima de R$ 3,50, há um excesso de oferta, ou seja, quantidades 
procuradas menores às quantidades ofertadas, logo, acumulação de estoques. E se 
olharmos bem nesse preço de R$ 3,50, tanto as quantidades procuradas como as 
ofertadas serão iguais!
Nesse preço de R$ 3,50 haverá 8.000 unidades de pão de queijo, negociando-
se nesse mercado de uma maneira “harmoniosa”, sem apresentar excesso de 
demanda nem excesso de oferta. Por que o preço de equilíbrio é de R$ 3,50 e não de 
R$ 4,00 ou de R$ 3,00? Isso acontece em função das condições bem específicas da 
estrutura tanto da procura como da oferta desse mercado (pão de queijo), assim, 
existe todo um comportamento de interesse de consumir e ofertar conforme vão 
acontecendo as variações de preço. Desse modo, podemos dizer que o preço de 
equilíbrio sincroniza por parte dos consumidores, o desejo e a capacidade real 
de compra, e do lado da oferta satisfaz a estrutura de custos e lucro. Não esqueça 
que essas condições vão se manifestando livremente na dinâmica de mercado. No 
caso específico do pão de queijo, a condição de equilíbrio será de R$ 3,50 e as 
quantidades, tanto procuradas como ofertadas, serão de 8.000 unidades.
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
117
GRÁFICO 11 – PONTO DE EQUILÍBRIO ENTRE O PREÇO E QUANTIDADES 
DO MERCADO DE PÃO DE QUEIJO/LANCHONETES
FONTE: O autor
Observe no gráfico que essa situação de equilíbrio não acontece para os 
demais níveis de preços. Quando o preço se situa ao nível de R$ 2,50, as quantidades 
procuradas elevam-se para 9.800, porém, essa procura efetiva não será atendida, 
pois as quantidades ofertadas nesse preço serão de 6.200 unidades. Solução de 
mercado? Aumentar o preço até o nível de R$ 3,50, ou seja, o preço de equilíbrio 
entre as quantidades ofertadas e procuras serão de 8.000 unidades! Devemos nos 
lembrar também que nos preços mais baixos e mais altos do preço de equilíbrio, 
não há incentivos nem para ofertar nem para procurar, neste sentido: 
•	Nos preços mais baixos, abaixo de R$ 3,50, embora seja estimulante para os 
consumidores, não incentiva os produtores, pois venderão gerando menor lucro.
•	Nos preços mais altos, acima de R$ 3,50, embora seja lucrativo para as empresas, 
inibe as quantidades efetivamente procuradas.
Eis o motivo dos interesses contrapostos que vão se negociando 
coletivamente no mercado até se conseguir um preço que seja de muito acordo entre 
as partes. Isto é, entre os consumidores que efetivamente procuram um produto e 
os produtores que efetivamente ofertam no mercado. Condição de preço que fica 
em função das condições de estrutura específicas tanto da procura como da oferta 
de um mercado específico, no caso analisado do mercado de pão de queijo.
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
118
3 DESLOCAMENTOS DA CURVA DA PROCURA E/OU OFERTA
Devemos observar que tanto as curvas da procura como da oferta são 
dinâmicas, e qualquer mudança que acontecer nos elementos que fazem parte da 
estrutura desta podem alterar o comportamento das curvas, por consequência, 
mudar o preço de equilíbrio. Lembra quais são os elementos que fazem parte da 
estrutura das curvas, estudadas no tópico anterior? Casonão lembre, volte ao 
tópico anterior para rever.
Agora, levando em consideração essas estruturas, vamos exemplificar 
mudanças nos elementos que fazem parte delas. Assim, para efeitos de análise, 
vamos supor que essas estruturas (tanto da procura como da oferta) estão 
vinculadas ao mercado de aparelhos celulares, no qual se estabelece um preço de 
equilíbrio entre o procurado e ofertado de R$ 400,00; estabelece-se uma quantidade 
de equilíbrio de 6.400, entre o procurado e ofertado no mercado, em função desse 
nível de preço de R$ 400,00.
Acima ou abaixo desse preço de R$ 400,00, conforme as condições da 
estrutura das curvas da procura e oferta desse produto, apresenta-se excesso 
de oferta e excesso de procura, respectivamente. A seguir podemos observar o 
comportamento desse mercado em função dos níveis de preço.
QUADRO 14 – PREÇO DE EQUILÍBRIO E COMPORTAMENTO DAS CURVAS 
DA PROCURA E OFERTA
FONTE: O autor
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
119
Do exposto no quadro e no gráfico podemos observar que nesse mercado 
específico de aparelho celular, o preço e quantidades de equilíbrio é de R$ 400,00 e 
6.400 unidades, respectivamente. O que irá acontecer se as condições da estrutura 
da oferta ou da demanda mudar? Haveria um deslocamento de uma, ou das duas 
curvas, isto é, da curva da procura e/ou da oferta.
3.1 ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DA OFERTA
A estrutura da oferta pode mudar se qualquer um dos elementos que 
fazem parte dela mudarem, ou seja, dos elementos da ( )si i m nq f P, ,P ,T,A= π . 
Vamos supor que mπ (fatores da produção) mudaram e os custos de produção 
ficaram mais caros, pois houve aumento dos insumos importados que fazem 
parte do processo produtivo, em função de uma alta da taxa de câmbio do dólar 
americano (US$). O resultado desta situação será uma condição menos favorável 
da oferta e de um deslocamento da curva da oferta à esquerda, portanto, um 
preço de equilíbrio maior. 
E se houver um US$ (dólar americano) mais barato? Ou seja, uma baixa 
na taxa de US$. Nesta situação, puxa os custos de produção para baixo, pois os 
insumos importados estão sendo adquiridos em um preço relativamente menor. 
O resultado disto seria uma melhor condição da estrutura da oferta, logo, um 
deslocamento da curva da oferta à direita e, portanto, um preço de equilíbrio 
menor. Aliás, condição que aconteceu no mercado de câmbio no ano 2012, quando 
o dólar estava na média em R$ 1,80 para a compra de US$ 1,00.
Voltando ao contexto de um US$ mais caro, a curva da oferta irá se deslocar 
à esquerda, e o preço de equilíbrio dos celulares ficará em um patamar maior. 
Vamos dar uma conferida na situação original de um preço de equilíbrio e para 
uma nova situação, considerando um aumento nos custos e deslocamento da 
curva de oferta à esquerda.
Lembra quando o dólar (US$) estava barato? No ano 2011 o dólar estava em uma 
média de R$ 1,70, com isso a importação de insumos estava bem mais barata. Disponível em: 
<http://www.idealsoftwares.com.br/indices/dolar2011.html>. Acesso em: 8 dez. 2016.
UNI
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
120
QUADRO 15 - PREÇO DE EQUILÍBRIO E DESLOCAMENTO DA OFERTA À ESQUERDA
FONTE: O autor
GRÁFICO 12 – DESLOCAMENTO DA CURVA DA OFERTA
FONTE: O autor
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
121
No gráfico, podemos observar claramente que um deslocamento à 
esquerda da curva da oferta representará um aumento do preço de equilíbrio, 
em contrapartida, um deslocamento da curva da oferta à direita representará 
uma diminuição do preço de equilíbrio. Desses dados apresentados podemos 
observar também que em função de um custo maior de produção, conforme o 
aumento do custo de aquisição de insumos importados, a capacidade de ofertar 
aparelhos celulares no mercado tem um impacto negativo. Deste modo, as 
quantidades ofertadas foram reduzidas, conforme o nível de preços. Em termos 
microeconômicos, houve um deslocamento da curva da oferta à esquerda.
Levando em consideração os dados expostos acima, tanto da procura como 
da oferta do exemplo, o preço de equilíbrio passou de R$ 400,00 e a quantidade de 
6.400 unidades, tanto procuradas como ofertadas para R$ 500,00 e a quantidade 
de 5.000 unidades, tanto procuradas como ofertadas, ou seja, com o aumento dos 
custos as empresas estão dispostas a vender menores quantidades conforme o 
nível de preços do mercado. Assim, o encontro dos interesses dos que desejam 
comprar e das empresas que desejam ofertar acontecerá em um novo patamar 
de preço. Novo preço, que não haverá nem excesso de oferta e nem excesso de 
demanda, ou seja, harmonia de mercado.
3.2 ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DA DEMANDA
Assim como na curva da oferta, se houver um deslocamento da curva da 
demanda tanto à esquerda como à direita, haverá mudanças no preço de equilíbrio 
no mercado, mas a dinâmica será igual à da oferta? O preço de equilíbrio nesta 
situação muda sim, mas no sentido contrário de como acontece na curva da oferta, 
isto é, se houver mudanças na estrutura da demanda que gerem maior quantidade 
de produto procurado para cada um dos diferentes níveis de preços, logo, a curva 
da demanda irá se deslocar à direita e o preço de equilíbrio aumentará; se houver 
mudanças na estrutura da demanda que gerem menor quantidade de produto 
procurado para cada um dos diferentes níveis de preços, logo, a curva da demanda 
irá se deslocar à esquerda e o preço de equilíbrio diminuirá.
Você lembra quais dos elementos fazem parte da curva da demanda? 
São: ( )diq f pi, ps,pc, R,G .= A seguir vamos analisar e exemplificar mudanças 
no elemento R (Renda do consumidor), se considerarmos o aumento da renda 
disponível das famílias:
•	Maior renda: se houver aumento da renda do consumidor, supondo aumento 
geral do salário classe média, haverá maior capacidade real de consumir, 
aumentando as quantidades procuradas em cada um dos preços dos produtos 
ofertados. O resultado disso é um deslocamento da curva da procura à direita, 
portanto, um preço de equilíbrio maior, pois haverá maiores quantidades 
procuradas para cada um dos possíveis preços da curva da demanda.
•	Preferências para um smartphone em detrimento de um celular comum: se o 
consumidor começar a preferir comprar mais um smartphone de última geração, 
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
122
a procura por celulares comuns cairá, ou seja, mudança nos hábitos de consumo 
resultarão num deslocamento da curva da procura à esquerda, portanto, um 
preço de equilíbrio menor, pois haverá menores quantidades procuradas para 
cada um dos possíveis preços da curva da demanda.
Agora, exemplificando o exposto, vamos supor que no mercado de 
celulares houve uma mudança positiva na renda disponível para a compra efetiva 
desses aparelhos. Essa mudança no comportamento do consumidor irá fazer com 
que a curva da demanda apresente um deslocamento à direita, mas de quanto? 
Levando em consideração os dados apresentados no quadro abaixo, o novo preço 
de equilíbrio mudará de R$ 400,00, demandando e ofertando a quantidade de 
6.400 unidades. E para R$ 500,00, demandando e ofertando a quantidade de 7.800 
unidades. Observe o novo comportamento da demanda desse produto e seu novo 
preço e quantidades de equilíbrio:
QUADRO 16 - PREÇO DE EQUILÍBRIO E DESLOCAMENTO DA OFERTA À 
ESQUERDA
FONTE: O autor
Como você pôde observar, o preço aumentará e as quantidades procuradas 
aumentarão também. Isso acontece porque neste exemplo, de fato, houve 
deslocamento da curva da demanda para a direita em função de um aumento da 
renda do consumidor, conforme estudaremos adiante.
4 FUNDAMENTOS DA ELASTICIDADE DA PROCURA E DA 
OFERTA
O termo de elasticidade está diretamente vinculado à sensibilidade das 
quantidades procuradas e ofertadas no mercado. No caso da elasticidade da 
procura, analisaremos a “sensibilidade” nasquantidades procuradas de um 
determinado produto em função direta do nível de preço praticado no mercado. 
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
123
Nesse sentido, devemos nos perguntar: quão sensível pode ser a procura e a oferta 
de um produto ou serviço em função do nível de preço? 
Para responder a esse questionamento, estudaremos a seguir como reagem 
a procura e a oferta em função às variações dos preços praticados no mercado. 
Exemplificando: se o quilo de queijo aumentar de preço em 20%, será que as 
quantidades demandadas terão uma variação negativa maior que essa variação de 
preço? Pois quanto maiores os preços, menores as quantidades procuradas, certo? 
Assim, será que a queda na demanda desse produto fica maior que o aumento 
(20%)?
Com certeza alguns consumidores comprarão os produtos substitutos 
(relacionados), tal como o iogurte, e pensarão duas vezes antes de gastar, mas 
outros continuarão comprando. Neste exemplo, temos um caso de demanda 
elástica. Se o sal aumentar de preço em 40% (bem maior que o do queijo), será que 
as quantidades demandadas terão uma variação negativa maior que da variação 
do preço? Com certeza a demanda continuará quase igual, pois primeiramente, 
uma alta no preço do sal não vai impactar no orçamento familiar e, em segundo 
lugar, não há produto substituto do sal. Portanto, as quantidades de sal procuradas 
se mantêm quase iguais. Neste exemplo, temos um caso de demanda inelástica.
Desses dois exemplos, podemos compreender que as variações das 
quantidades demandadas em função do preço podem ter vários níveis de 
sensibilidade nos preços. Isso em economia é conhecido como elasticidade das 
quantidades procuradas e ofertadas, em função direta do nível de preço praticado 
no mercado. Quanto maior for a sensibilidade de um produto às variações do 
preço, maior será sua elasticidade!
4.1 A ELASTICIDADE DA PROCURA
Em condições gerais, os consumidores podem consumir maiores 
quantidades quanto menor for o preço de um determinado produto. Logo, uma 
curva padrão de procura elástica mostra que uma subida repentina no preço gera 
uma alteração para menores quantidades procuradas, isto é, em proporção maior à 
variação do preço. A seguir podemos observar como é a curva da procura sob duas 
condições, elástica e inelástica.
4.1.1 Fatores que influenciam na elasticidade preço da 
procura
Há duas situações extremas de curva da demanda, uma inelástica e a 
outra elástica. Por que isso acontece e quais condições particulares de cada bem 
ou serviço que influenciam nas quantidades procuradas para que elas sejam mais 
elásticas ou mais inelásticas às variações dos preços? Lembram dos exemplos do 
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
124
queijo e do sal expostos acima? A resposta está lá, mas vamos dar uma aprofundada 
nisso, analisando todos os fatores que fazem com que uma procura seja elástica ou 
inelástica.
a) Fator 1 - A existência ou não de substitutos para o produto: os produtos que 
não têm substitutos ou similares apresentam uma curva de procura tipicamente 
inelástica, pouco sensível ao preço. Porém, à medida que passam a existir 
substitutos, o grau de elasticidade-preço aumenta. Isto é, quanto maiores opções 
de substitutos, maior será também a elasticidade da demanda, logo, maior 
sensibilidade aos preços. Produtos que podemos considerá-los inelásticos, tais 
como o Diesel dos caminhões, que não pode ser trocado por outro combustível, 
em curto prazo, assim, terá uma demanda inelástica, pois não é sensível às 
variações dos preços. Caso o preço do óleo diesel aumentar, os transportes 
pesados e urbanos precisarão manter a oferta de seus serviços, tanto faz se 
o preço do diesel está mais caro. Também podemos citar novamente o sal de 
cozinha, que não há substitutos para este produto.
Produtos que têm substitutos: estes tipos de produtos podem ser supridos 
por outros que tenham características similares, com a capacidade de suprir a 
necessidade ou desejo procurado. Portanto, podem apresentar uma demanda 
tipicamente elástica, como decidir entre o consumo entre manteiga e margarina. Se 
o preço da manteiga aumentar demais, a necessidade de consumir será trocada pela 
margarina. Em épocas de crise, e hoje por questões ambientais, a carne está ficando 
cara demais, mudar para uma dieta com maior peso de proteína vegetal seria a 
solução. Nestes exemplos existem diversas alternativas diante da perspectiva do 
poder de escolha do consumidor.
b) Fator 2 - Importância do produto no orçamento familiar e a periodicidade 
com que ele é adquirido: produtos como o sal de cozinha, canela em casca e 
o cravo-da-índia tendem a ser inelásticos, pois as quantidades procuradas são 
relativamente pequenas e de pouco peso no orçamento familiar. Se o preço 
do sal aumentar de R$ 1,70/quilo para R$ 2,50, será que esse novo valor irá 
impactar no orçamento familiar? Com certeza não, pois uma família consome, 
no máximo, um quilo por mês, se não menos, assim o valor relativo de um quilo 
é baixo. Podemos dizer que a procura do sal será pouca, ou quase nada, sensível 
às alterações de preços, ou seja, é bem inelástica.
c) Fator 3 - A essencialidade do produto: os bens considerados essenciais à 
subsistência humana tendem a ter uma curva de procura menos elástica do que 
os bens considerados supérfluos. Desse raciocínio podemos ter dois tipos de 
produtos: os essenciais e os não essenciais.
Produtos essenciais: aqui podemos citar o uso de combustíveis que têm 
pouca sensibilidade no preço, por ser um produto essencial para se deslocar, ou 
seja, a sua demanda é maioritariamente inelástica.
Produtos supérfluos: no outro extremo dos essenciais temos os supérfluos, 
ou produtos que não são essenciais à vida humana em sociedade, nem possuem 
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
125
peso no orçamento básico das famílias. Assim, se ficarem muito caros haverá um 
menor número de pessoas com disponibilidade em comprar. A exemplo disso, 
temos as viagens turísticas, ou uma garrafa de vinho. Portanto, são produtos 
considerados altamente elásticos ou sensíveis ao preço.
d) Fator 4 - Horizonte de consumo: se um produto terá vários anos de uso, inclusive 
décadas, os consumidores antes de comprá-lo terão mais tempo de fazer uma 
análise para comparar ofertas e preços no mercado. Logo, os consumidores terão 
mais formas para substitui-lo quando o preço aumentar. Esta condição faz com 
que o produto apresente uma procura mais sensível aos preços, ou seja, mais 
elástica, a exemplo disso, temos os carros, apartamentos, casas, entre outros.
Assim, podemos observar que a sensibilidade das quantidades procuradas, 
ou seja, a elasticidade de um produto dependerá dos fatores expostos acima, 
levando em consideração que existem produtos que podem apresentar um ou uma 
combinação desses fatores. Como também devemos considerar que existem vários 
graus de elasticidade. Esse nível ou grau de elasticidade em microeconomia pode 
ser medido, se observarmos o comportamento da curva da demanda e o peso dos 
fatores expostos acima.
Portanto, cada produto ou cada classe de produtos têm uma curva de 
procura própria e diferenciada, indicando assim quão diferentes podem ser suas 
sensibilidades às variações de preços. Para certos produtos, uma pequena alteração 
nos preços pode provocar uma alteração muito acentuada nas quantidades 
procuradas, logo, um alto grau de elasticidade. Para outros, pode acontecer 
exatamente o contrário, mesmo uma alteração muito acentuada nos preços não 
possui grande impacto nas quantidades procuradas, portanto, um baixo grau de 
elasticidade ou demanda tipicamente inelástica. 
4.1.2 Cálculo da elasticidade-preço da procura
Conforme foi visto, podemos observar que existem vários graus de 
elasticidade, condição de análise que é interpretada matematicamente por meioda função da elasticidade da demanda, sendo esta:
Є= 
Modificação percentual do preço
Modificação percentual da quantidade procurada  Є= Variação % de Q procurada
Variação % do preço
A função matemática da elasticidade exposta acima apura o grau de 
sensibilidade das quantidades procuradas em função à variação do preço desta. 
Vamos supor a seguinte situação:
Um produto (x) teve uma variação de seu preço no mercado de R$ 10,00 
para R$ R$ 12,50, isto representa uma variação percentual de 25% no preço, ou 
seja, 25% = ( R$1 2,50
R$1 0,00
 -1) x 100.
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
126
Levando em consideração esse novo preço de mercado, foi observado que 
os consumidores diminuíram a quantidade consumida, de 1.000 unidades para 700 
unidades, isso representa uma variação percentual de menos 30% na quantidade 
procurada, ou seja, - 30% = ( 700
1000
 -1) x 100.
Com esses dois cálculos da variação percentual, podemos apurar o grau de 
elasticidade, nesse caso:
Є= 
Variação % de Q procurada
Variação % do preço  Є= 
30
25
%
%  Є= 1,20
Assim, o grau de elasticidade desse produto em específico será de 1,20. Em 
termos econômicos, isso quer dizer que se o grau de elasticidade for maior que 
“um”, como neste caso de 1,20, esse produto apresenta uma elasticidade elástica. 
Se observarmos, a variação das quantidades procuradas é MAIOR que a variação 
no preço apresentado. A seguir, estudaremos as três grandes classificações dos 
graus da elasticidade da demanda (procura).
Tipos de elasticidade-preço da procura: existem três grandes grupos de 
elasticidade: Procura Elástica, Elasticidade Unitária e Procura Inelástica.
a) Procura elástica: neste caso, um aumento das quantidades procuradas é mais 
do que proporcional à redução relativa dos preços, logo  Є > 1,0  Є MAIOR 
QUE UM.
Ex.: se temos uma queda de 25% no preço de uma mercadoria, isto poderia 
representar um aumento de 45% nas quantidades procuradas, ou seja: Є= 1,8  
Є= 4525
%
% . Neste caso, como Є > 1,0, logo, é uma procura elástica.
b) Elasticidade unitária: neste caso, a variação relativa das quantidades procuradas 
é exatamente proporcional à variação relativa dos preços. Logo  Є = 1,0.
Ex.: uma queda de 25% no preço de uma mercadoria implica num aumento de 25% 
no seu consumo. Neste caso, Є= 1,0. Apresentando uma procura unitária, pois: 
Є = 1,0.
c) Procura inelástica: neste caso, a variação relativa das quantidades procuradas é 
menos do que proporcional à variação relativa dos preços. Logo  Є < 1,0.
Ex.: uma queda de 15% no preço de uma mercadoria implica num aumento de 10% 
no seu consumo. Neste caso, Є= 0,67  Є= 10
15
%
%
 . Assim, a procura será inelástica, 
pois: Є < 1,0.
Podemos observar estes coeficientes da procura elástica, unitária e 
inelástica, por meio do seguinte gráfico:
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
127
GRÁFICO 13 – COMPORTAMENTO DA CURVA DA PROCURA E SUA 
ELASTICIDADE
FONTE: Disponível em: <http://unipvirtual.com.br/material/MATERIAL_
ANTIGO/mix_marketing/modulo8/mod_8.html > Acesso em: 9 
out. 2016.
Podemos observar no gráfico como a curva da demanda tende a ser 
mais horizontal à medida que se apresenta uma condição de maior elasticidade. 
Entretanto, quanto menor for a elasticisade, mais vertical será a curva da demanda, 
a exemplo disso temos o sal, o consumo de energia elétrica, o diesel, entre outros. 
E quanto maior for a elasticisade, mais horizontal será a curva da demanda, a 
exemplo disso temos uma garrafa de vinho, uma caixa de chocolate, um carro etc.
A seguir vamos observar o comportamento de uma série de produtos com 
seu histórico de elasticidade da economia dos Estados Unidos. Aqui podemos 
visualizar uma série de produtos e serviços com seu grau de sensibilidade para o 
consumidor norte-americano.
QUADRO 17 – GRAUS DE ELASTICIDADE DE DEMANDA DE 
PRODUTOS E SERVIÇOS NOS ESTADOS UNIDOS
Bem ou Serviço
Elasticidade de 
Preço
Tomates 4,60
Ervilhas 2,80
Jogo legalizado 1,90
Serviços de Táxis 1,24
Móveis 1,00
Cinema 0,87
Sapatos 0,70
Serviços Legais 0,61
Seguro Médico 0,31
Viagem de ônibus 0,20
Energia residencial 0,13
FONTE: Samuelson, Nordhaus e Taylor (2012)
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
128
Desta tabela do consumidor norte-americano podemos observar que:
Estimativas de elasticidade-preço da demanda mostram uma grande 
variação. As elasticidades geralmente são altas para produtos cujos 
substitutos próximos já estão disponíveis, como tomates e ervilhas. 
Elasticidades baixas de preço existem para aqueles produtos como a 
energia, que são essenciais para a vida diária e que não têm substitutos 
próximos (SAMUELSON; NORDHAUS; TAYLOR, 2012).
Como expõem os autores Samuelson, Nordhaus e Taylor (2012), a procura 
por bens e serviços essenciais com pouca substituição apresenta uma elasticidade 
baixa (ou inelástica), tais como serviços legais: quando você precisa de um 
advogado para um processo legal não há escolha, tem que ser feito; viagem de 
ônibus: as pessoas precisam se deslocar; energia residencial: as famílias precisam 
da energia para suas necessidades básicas do lar; entre outras. Se observarmos, 
quanto mais próximo a “1,00” (UM) menos inelástica será a procura, tal como os 
serviços legais; quanto menor de “1,00 (UM) mais inelástica será a procura, tal 
como o consumo de energia elétrica.
5 FUNDAMENTOS DA ELASTICIDADE DA OFERTA
Assim como a elasticidade da procura, a elasticidade da oferta mostra 
o “nível” de sensibilidade das “variações” das quantidades em função das 
“variações” dos preços praticados no mercado, mas desta vez do lado da oferta 
dos bens e serviços produzidos pelas empresas. Diante disso, a curva da oferta 
expõe como mudanças no nível dos preços, tanto para cima quanto para baixo; 
incentiva para uma alteração, também para cima ou para baixo das quantidades 
ofertadas no mercado. As empresas também reagem imediatamente às mudanças 
dos preços, mas será que esse comportamento das quantidades ofertadas será 
aproximadamente igual para todas as mercadorias ofertadas no mercado? 
Certamente não! Dependerá muito da capacidade de mudar a curto prazo as 
quantidades ofertadas por parte das empresas, apresentando assim, elasticidades 
diferentes da oferta para os diversos bens e serviços ofertados.
Esse comportamento não necessariamente é igual, aliás, cada oferta é 
diferente. Comportamento este que depende de alguns fatores da produção e 
distribuição. Veremos alguns exemplos de como poderia reagir a produção e oferta 
de alguns bens diferentes no mercado:
•		Se houver um acréscimo no preço de mercado do pão, uma padaria poderia 
aumentar a produção, logo, com as quantidades ofertadas imediatamente 
poderão comprar maiores quantidades de insumos (farinha, ovos, óleo etc.). 
•		Se houver um acréscimo no preço de mercado de carros novos, uma montadora 
de carros não teria a capacidade de aumentar a produção “imediatamente”, é 
necessário combinar novas ordens de compra com os fornecedores, inclusive 
muitas peças dos veículos são importadas, demorando vários meses para que 
um aumento das compras tenha efeito.
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
129
Resultado: ao contrário da padaria que, aliás, tem a capacidade de aumentar 
a oferta de um dia para outro, o aumento da produção e da oferta de veículos 
novos irá demorar vários meses. Portanto, nesses dois casos expostos acima, há 
diferentes graus possíveis de sensibilidade das quantidades ofertadas em função 
do preço.
Esse fato leva a diferentes coeficientes de elasticidade-preço da oferta, assim, 
podemos dizer que para certos produtos, uma pequena alteração nos preços pode 
provocar uma grande alteração nas quantidades ofertadas, isso a curto prazo. Para 
outros, mesmo uma alteração muito acentuada nospreços não é capaz de provocar 
grandes modificações nas quantidades ofertadas, isso a curto prazo.
5.1 FATORES QUE INFLUENCIAM A ELASTICIDADE-PREÇO 
DA OFERTA
O que pode influenciar a elasticidade da demanda? Para responder a isso, 
devemos ver que há diferentes graus de elasticidade dos diversos bens e serviços 
ofertados, vimos os dois casos extremos: a oferta de pão e de carros novos. Diante 
disso, podemos dizer que os diferentes graus de sensibilidade (elasticidade) 
acontecem por vários motivos, ou “fatores da produção”, sendo resumidos 
em dois grandes grupos: o fator tempo, para aumentar a produção; e o fator 
disponibilidade de recursos produtivos.
Como o fator tempo pode influenciar no aumento da capacidade de 
produção? Existem casos em que não há condições de suprir, a curto prazo, um 
aumento das quantidades ofertadas, em função das variações observadas nos 
preços, como no exemplo da produção de carros. Nesses casos, somente depois de 
vários meses – inclusive anos (ex.: nova usina elétrica) – será possível suprir essa 
chance de aumentar a produção. Esse aumento da produção demanda de novos 
investimentos (recurso de bens de capital), exemplificando:
•		No caso do aumento da produção de carros ofertados, uma montadora de 
carros teria que comprar e instalar novos galpões e equipamento industrial, 
isso pode demorar pelo menos um ano. Diante do exposto, podemos dizer 
que a oferta de novos carros é considerada como inelástica, uma vez que os 
produtores não reúnem todos os fatores de produção de maneira imediata, com 
vistas de aumentar as quantidades ofertadas na proporção desses aumentos de 
preços. Somente poderiam fazê-lo no período de, pelo menos, um ano. Assim, 
a oferta de veículos pode ser considerada como inelástica, pois a capacidade 
de aumento nas quantidades ofertadas demora muito em função do tempo de 
ofertar novas quantidades produzidas.
•		No caso do aumento da quantidade de pão ofertado, uma padaria pode 
aumentar a sua produção/bem a curto prazo, em semanas. O padeiro poderia 
comprar um novo forno industrial e em questão de dias a sua produção 
instalada aumentaria sem maiores problemas. Diante disso, a oferta de pão pode 
ser definida como elástica, uma vez que os produtores reúnem, sim, todos os 
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
130
fatores da produção para fazer acontecer o aumento da produção em função de 
tempos curtos. Assim, a oferta de pão é elástica, pois a capacidade de aumento 
nas quantidades ofertadas demora quase nada em função do tempo de ofertar 
novas quantidades produzidas.
O segundo grande fator que impacta na elasticidade da oferta é a 
disponibilidade de recursos produtivos, recursos natural, humano e de capital 
financeiro. Quanto maior a rapidez de adquirir (disponibilidade) esses recursos, 
maior será também a elasticidade das quantidades ofertadas no mercado, logo, 
mais elásticos serão os coeficientes de elasticidade-preço da oferta. 
Se voltarmos para nossos exemplos da produção de carros e pão, temos 
que a indústria de carros, embora poderia ter na sua montadora capacidade 
de aumentar a sua produção, será que teria disponíveis todos os insumos para 
aumentar a produção em questão de dias? A resposta é NÃO. Teria que combinar 
com seus fornecedores quantidades maiores de todas as peças que fazem parte 
do carro, logo, a oferta de carros seria inelástica, uma vez que os produtores 
não reúnem as condições de comprar imediatamente todos os insumos e assim 
aumentar as quantidades ofertadas em função do fator tempo. E será que o padeiro 
tem disponível todos os insumos para aumentar a produção em questão de dias? 
A resposta é SIM, pois teria que apenas aumentar a compra de farinha, ovos, leite, 
margarina, entre outros, disponíveis imediatamente no mercado, assim, a oferta 
de pão é inelástica, uma vez que os produtores reúnem as condições para comprar 
imediatamente os insumos necessários e aumentar as quantidades ofertadas em 
função dos aumentos de preços.
Outro fator importante a ser considerado no fator disponibilidade de 
recursos é o recurso humano. No caso da montadora de carros ou de uma indústria 
farmacêutica, o recurso humano para realizar as operações é considerado altamente 
qualificado, logo, demora mais tempo a contratação desse tipo de profissional. 
Inclusive, quando forem contratados, geralmente os profissionais devem passar 
por uma fase de treinamento e capacitação interna. Entretanto, no caso de uma 
padaria, a contratação e capacitação do recurso humano é bem mais rápido. Assim, 
o fator do nível de conhecimento do profissional influencia também no coeficiente 
da elasticidade da oferta.
5.2 COEFICIENTE DA ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA 
Como acabamos de observar, os diversos bens e serviços ofertados 
no mercado possuem elasticidades da oferta diferentes. Essas diferenças na 
elasticidade mudam conforme as condições das particularidades dos fatores da 
produção, o que pode ser representado matematicamente por meio do coeficiente 
da elasticidade-preço da oferta. Essa função calcula a sensibilidade da quantidade 
ofertada conforme a variação de preço, relação que pode ser interpretada 
matematicamente através da seguinte função:
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
131
€o = Modificação percentual da quantidade ofertadaModificação percentual do preço  Єo = 
Variação % de Q ofertada
Variação % do preço
A função matemática da elasticidade exposta acima apura o grau de 
sensibilidade das quantidades ofertadas em função da variação do preço, a exemplo 
disso, pense que um produto (x) teve uma variação de seu preço no mercado de R$ 
10,00 para R$ R$ 12,50, isto representa uma mudança percentual de 25% no preço, 
ou seja, 25% = ( R$1 2,50
R$1 0,00
 -1) x 100.
a) Esse novo preço do produto faz aumentar de 1000 unidades as quantidades 
ofertadas, quando o preço estava em R$ 10,00, para 1350 unidades quando o 
preço mudou para 12,50. Isso representa uma variação percentual de mais 35% 
na quantidade procurada, ou seja, + 35% = ( 1350
1000
 -1) x 100.
b) Agora, com esses dois cálculos da variação percentual, podemos apurar o grau 
de elasticidade, neste caso:
Є= Variação % de Q procuradaVariação % do preço  Є= 
35%
25%  Є= 1,40
Assim, o grau de elasticidade desse produto, em específico, será de 1,25. 
Em termos econômicos isso quer dizer que se o grau de elasticidade for maior que 
um, como neste caso de 1,25, esse produto apresenta uma elasticidade tipicamente 
elástica. Se observarmos, a variação das quantidades procuradas é MAIOR que 
a variação no preço apresentado. A elasticidade da oferta é classificada em três 
grupos: oferta elástica, elasticidade unitária e oferta inelástica.
Oferta Elástica: a expansão relativa das quantidades ofertadas é mais do que 
proporcional ao incremento relativo dos preços, logo, € > 1,0, maior que UM. 
No exemplo exposto acima a elasticidade da oferta é elástica, pois Є= 1,40. 
Oferta de Elasticidade Unitária: a expansão relativa das quantidades ofertadas é 
proporcional ao aumento relativo dos preços, logo, € = 1,0. Ex.: um aumento de 
35% no preço de uma mercadoria implica num acréscimo de 35% de sua oferta, 
logo, € = 1,0  Є= 35%
35%
 .
Oferta Inelástica: a expansão relativa das quantidades ofertadas é menor do que 
proporcional ao incremento relativo dos preços, logo, € < 1,0, menor que UM. 
Ex.: um aumento 25% no preço de uma mercadoria implica num incremento de 
só 10% na sua oferta. Neste caso, €= 0,4  Є= 25%
10%
 .
Podemos observar esses coeficientes por meio dos seguintes gráficos:
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
132
GRÁFICO 14 – COEFICIENTES DA ELASTICIDADE PREÇO DA OFERTA
FONTE: Disponível em: <http://dmandayoferta.blogspot.com.
br/2013_03_01_archive.html> Acesso em: 12 out. 2016.
Observe como a curva da oferta tende a ser mais horizontal à medidaque 
apresenta uma condição de maior elasticidade. Quanto menor for a elasticidade, 
mais vertical será a curva da oferta, exemplo extremo: a oferta de energia elétrica 
leva alguns anos para aumentar a oferta desse serviço em função do alto grau 
de investimento e demora em poder aumentar as quantidades de kWh ofertadas. 
Quanto maior for a elasticisade, mais horizontal será a curva da oferta, exemplo 
extremo disso: a oferta de pastéis em uma lanchonete, pois leva só algumas horas 
para aumentar a oferta deste produto.
133
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você estudou que:
• O preço de equilíbrio irá acontecer quando as quantidades ofertadas foram 
iguais às quantidades procuradas. 
• Tanto na demanda quanto na oferta de qualquer bem ou serviço podem 
acontecer deslocamentos da curva (demanda e/ou oferta). Isto acontece quando 
as estruturas da demanda e/ou oferta mudam.
• A elasticidade da procura analisa a “sensibilidade” das quantidades procuradas 
de um determinado produto em função direta do nível de preço praticado no 
mercado.
• Os fatores que fazem com que uma procura seja elástica ou inelástica são a 
existência ou não de substitutos para o produto; produtos que têm substitutos; 
a importância do produto no orçamento familiar; a essencialidade do produto; 
e horizonte de consumo. 
• A elasticidade da oferta analisa a “sensibilidade” das quantidades ofertadas 
pelas empresas de um determinado produto em função direta do nível de preço 
praticado no mercado.
• Os fatores que fazem com que uma determinada oferta seja elástica ou inelástica 
são as condições dos “fatores da produção”, sendo resumido em dois grandes 
grupos: o fator tempo – para aumentar a produção –; e o fator disponibilidade 
de recursos produtivos.
134
AUTOATIVIDADE
1 Como acontece o preço de equilíbrio entre consumidores e produtores?
2 Vamos supor que a quantidade de leite integral procurada no Vale do Itajaí 
está entre 75.000 e 110.000 litros/dia, apresentando o seguinte comportamento 
de consumo e oferta em função do preço.
Qual seria o preço de equilíbrio entre a procura e oferta de leite?
3 Considerando o mercado de leite integral, se as pessoas começarem a preferir 
consumir leite semi-integral, o que vai acontecer com a demanda de leite 
integral?
a) Para onde vai se deslocar a curva da procura?
b) Será que preço de equilíbrio também mudará?
c) Faça um gráfico interpretando isso.
4 A exemplo do leite, mas agora do lado da oferta, o que poderá acontecer à 
oferta desse produto se o inverno fosse muito rigoroso? Haverá uma queda na 
produção de leite, ou seja, os produtores produzirão menores quantidades, 
assim, seus custos de produção aumentarão. 
a) Para onde vai se deslocar a curva da procura? 
b) Será que preço de equilíbrio também mudará?
c) Faça um gráfico interpretando isso.
5 Se houver uma melhora no clima, portanto, maior disponibilidade de 
alimento e água para as vacas, o que vai acontecer com a estrutura da oferta 
do leite?
135
a) Para onde vai se deslocar a curva da procura? 
b) Será que o preço de equilíbrio também mudará?
c) Faça um gráfico interpretando isso.
6 Como seria a elasticidade-preço de um produto quando existir vários 
produtos substitutos?
7 Quais os fatores que influenciam a elasticidade-preço da demanda (procura)?
8 Determine qual o significado de elasticidade-preço da oferta e exponha os 
graus de sensibilidade da oferta.
9 Como é caracterizada a elasticidade ofertada da energia elétrica? Como se 
explica esse comportamento?
10 Como é caracterizada a elasticidade oferta do pão? Como se explica esse 
comportamento?
11 Como funcionam os fatores que determinam a elasticidade-preço da oferta? 
Exponha situações de fator tempo e disponibilidade de recursos.
12 Com um aumento na produção de leite, o quilo de queijo teve uma queda 
drástica no seu preço passando de R$ 22,00 para R$ 14,00. Quando o preço 
estava em R$ 22,00 as quantidades procuradas eram de 1.000 quilos, e após a 
queda do preço para R$ 14,00 as quantidades procuradas aumentaram para 
1.500 quilos. Levando em consideração esses dados determinar a elasticidade 
desse produto, e se ele é elástico ou inelástico.
Assista ao vídeo de
resolução da questão 12
Assista ao vídeo de
resolução da questão 3
136
137
TÓPICO 3
A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO 
PRODUTOR
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Na dinâmica microeconômica existem dois principais agentes (além do 
Estado), isto é, as famílias, consumidores; e as empresas, centros produtivos e de 
comercialização. Nos tópicos anteriores estudamos sobre a lei da procura e da 
oferta e do comportamento da estrutura dessas duas curvas com sua respectiva 
elasticidade (sensibilidade relativa) conforme as oscilações dos preços. Em 
termos de análise do comportamento, tanto do consumidor como da empresa, a 
microeconomia analisa tanto o incentivo ao consumo quanto a produção de um 
determinado produto. Esta análise de mensurar o comportamento dos agentes é 
feita por meio da teoria marginalista da utilidade marginal, tanto do consumidor 
quanto da empresa.
2 FUNDAMENTOS DA UTILIDADE MARGINAL DECRESCENTE 
DO CONSUMIDOR
Como podemos medir o comportamento racional do consumidor no 
momento que ele satisfaz uma necessidade ou desejo específico? Esse motivador do 
consumidor pode ser medido por meio do conceito da maximização da satisfação 
(utilidade) que cada consumidor possui intrinsicamente.
Nesse sentido e em termos de análise comportamental, os consumidores 
sempre procuram maximizar suas necessidades e desejos através de um raciocínio 
lógico e sistemático no momento de executar a compra de um determinado 
produto. Esse comportamento é subjetivo para cada pessoa, mas padronizando, o 
consumidor sempre procura potencializar sua satisfação (utilidade) no momento 
da escolha de comprar um determinado bem ou serviço. Qual o limite na constante 
procura de potencializar a utilidade de consumo?
O limite ao consumo está diretamente ligado à renda disponível e à 
utilidade marginal. Limite refletido no comportamento racional do consumidor, 
analisado por meio das três variáveis da escolha de consumir um determinado 
produto, sendo: o preço, o efeito substituição e a utilidade marginal.
138
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
a) O preço: serve como obstáculo à compra, ou seja, como limite ao nível de gasto, 
visando satisfazer uma necessidade específica, tal como o almoço durante os 
dias de serviço. O consumidor de classe média, no horário de almoço, poderá 
escolher um restaurante de preço relativamente baixo: R$ 14,00 pelo buffet livre. 
O consumidor de classe média alta, no horário de almoço, poderá escolher um 
restaurante de preço médio alto: R$ 20,00 ou mais.
b) O efeito substituição: o fator substituição serve como escolha para satisfazer 
uma necessidade específica, por exemplo, termos vontade de assistir a um 
filme, logo: podemos ir ao cinema, alugar um filme, procurar filmes disponíveis 
na TV ou assistir na internet. A escolha dependerá muito do preço e da renda 
disponível do consumidor para cada uma das opções, mas observe que todas 
satisfazem a vontade de assistir a um filme.
c) A utilidade marginal: o fator saciedade varia conforme se consomem unidades 
adicionais de um produto. Assim, à medida que se consomem unidades 
adicionais, o fator satisfação (utilidade) da última unidade irá diminuir também. 
Isso é conhecido como “utilidade marginal”, ou seja, a análise da utilidade no 
acréscimo de mais uma unidade. Por exemplo, se estamos com vontade de 
comer pipoca durante o filme, podemos comer uma porção, logo mais uma, 
e mais uma... Até simplesmente não termos mais vontade, ficamos saciados e 
paramos de consumir.
A utilidade marginal é precisamente o último fator que faz parte dos 
principais elementos dos fundamentos de análise microeconômica,conceito 
conhecido como A Teoria Marginalista. Este conceito econômico foi desenvolvido 
pelo economista neoclássico William Stanley (1835-1882), exposto na sua principal 
obra: Theory of Political Economy. A teoria marginal baseia-se no poder da escolha, 
ao adicionar mais uma unidade, eis que o nome de marginal, neste contexto, quer 
dizer adicionar mais uma unidade.
2.1 O PRINCÍPIO DA UTILIDADE MARGINAL DECRESCENTE 
DO CONSUMIDOR
A teoria marginal tem como base o poder da escolha, e no caso do princípio 
da utilidade marginal, devemos observar que para o consumidor, “utilidade” 
significa satisfação intrínseca de cada indivíduo. Assim, no princípio da utilidade 
marginal decrescente do consumidor, ela possui como base de análise o poder 
de decidir, de adicionar mais uma unidade à satisfação de consumir um produto 
determinado. Segundo Samuelson, Nordhaus e Taylor (2012):
Considere que o consumo da primeira unidade de sorvete lhe dará 
certo grau de satisfação ou utilidade. Agora, imagine que você consome 
uma segunda unidade. A sua utilidade total aumenta porque a segunda 
unidade lhe dá alguma utilidade adicional. E o que aconteceria com 
uma terceira e uma quarta unidade do mesmo bem? Se tomasse muitos 
sorvetes, você acabaria por ficar doente em vez de aumentar a sua 
satisfação ou utilidade.
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
139
Segundo o exposto pelos autores, fica claro que à medida que o consumo 
de sorvete é maior, nossa satisfação total aumenta também, mas a utilidade de 
cada pequena unidade adicional vai diminuindo, até que tenhamos que escolher se 
adicionamos mais uma unidade ou não, em função de sua percepção de satisfação 
total. Este raciocínio nos leva ao conceito da utilidade marginal decrescente, que 
diz:
[...] à medida que uma pessoa consome cada vez mais de um bem, a 
utilidade adicional, ou marginal, diminui. Para compreender essa lei, 
recorde, primeiro, que a utilidade tende a aumentar quando se consome 
mais de um bem. Contudo, ao consumir cada vez mais, a utilidade total 
crescerá a uma taxa cada vez menor. Isso é o mesmo que dizer que a 
sua utilidade marginal (a utilidade adicional acrescentada pela última 
unidade consumida do bem) diminui com o aumento do consumo de 
um bem (SAMUELSON; NORDHAUS; TAYLOR, 2012).
Assim, à medida que aumentamos o consumo de mais uma unidade, a 
utilidade total aumenta, porém, a utilidade marginal (a última unidade consumida) 
decresce. É precisamente a utilidade marginal que nos dará a percepção para 
escolher se continuamos consumindo ou não um determinado bem. A teoria 
marginalista do consumidor está sustentada nos seguintes princípios:
a) A utilidade de um produto pode ser percebida: isto quer dizer que a satisfação 
pode ser mensurada em termos relativos para cada consumidor. Apesar de que 
cada consumidor possui gostos e preferências específicas, ele percebe um grau 
subjetivo de utilidade em cada um dos produtos e serviços a serem consumidos. 
Grau de utilidade que pode ser comparado e medido como o grau de utilidade 
atribuído para outros produtos semelhantes. Por exemplo, um consumidor 
pode ter preferência pelas frutas, mas destas, poderia preferir a maçã. Portanto, 
poderia dar um grau de utilidade maior ao consumir maçã, em detrimento 
(perda) das outras frutas. Esse fato das preferências do consumidor é refletido 
na disponibilidade em pagar mais um pouco pelo quilo de maçãs.
b) A utilidade total de um produto/serviço é acumulativa: ela é acumulativa até 
o ponto de saturação. Isso significa que todo produto/serviço, por melhor que 
esse seja, há um limite. No momento de consumir unidades adicionais, o grau 
de satisfação total vai acumulando até chegar à saturação. Porém, o grau de 
utilidade marginal em cada unidade adicional consumida vai diminuindo. Por 
exemplo, pela manhã uma pessoa pode gostar muito de seu cafezinho, então a 
primeira xícara será muito boa, se atribuirmos um grau de satisfação subjetiva 
a “5”. A segunda xícara será boa, se atribuirmos um grau de satisfação de “3”, 
acumulando um grau total de “8”  5 +3. Já a terceira xícara dá para tomar, mas 
talvez seja a última, se atribuirmos um grau de satisfação de “2”, acumulando 
um grau total de “10”. Se o consumidor não deseja consumir mais café, esse 
será o nível de utilidade (maximização) desse produto. Assim, a escolha será 
de parar de consumir na xícara nº 3, para outro consumidor será na nº 2, e para 
outro poderia ser na nº 4, ou seja, é uma percepção de satisfação individual.
Assim, à medida que a utilidade marginal vai se aproximando para ZERO, 
no caso de nossa análise na terceira xícara, vai se aproximando também do limite 
de unidades adicionais a serem consumidas.
140
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
c) Produtos “complementares” – a utilidade total também é acumulativa: isso 
significa que se um consumidor tiver a sua disposição diversos produtos 
complementares a serem consumidos, o seu grau de satisfação poderá ser ainda 
maior. Se no café da manhã o consumidor tem à disposição pão de queijo, 
logo, ele poderá acompanhar seu café com esses pães. Deste modo, seu grau de 
satisfação total será maior, e com certeza poderá ser ainda maior do que o grau 
de satisfação consumindo só com café.
d) A utilidade pode estar sujeita a comparações racionais: no momento de 
satisfazer uma necessidade específica o consumidor atribui graus de satisfações 
relativas em função dos produtos disponíveis e suas preferências. Para 
compreender melhor isso, vamos analisar de novo o exemplo do café da manhã, 
se o consumidor tiver a alternativa de consumir entre duas opções: 
 Opção 1: Café e pão de queijo.
 Opção 2: Chá inglês e torrada com manteiga e mel.
Qual delas ele poderá escolher? Depende, se ele é brasileiro, com certeza 
a opção 1 poderá lhe trazer um maior grau de satisfação, se ele é britânico, 
provavelmente o chá com torrada será a escolha.
e) O consumidor reflete no momento de maximizar a sua satisfação: o consumidor 
sempre buscará consumir uma combinação de produtos, ou seja, produtos e 
serviços complementares, no exemplo do café da manhã: café, leite, suco, pão de 
queijo, torrada, chá etc. Assim, a decisão de consumir será racional, fazendo com 
que suas escolhas sejam levadas em consideração. O grau máximo de satisfação 
é relativo, a ser obtido em cada um dos produtos, levando em consideração a 
sua renda disponível.
2.2 A ESCOLHA NO MOMENTO DE CONSUMIR
No momento de comprar, o consumidor terá várias opções ou escolhas, 
levantando a dúvida de qual produto levar para casa. Nessa dúvida, o consumidor 
poderá comprar o produto que lhe poderia trazer um maior grau de satisfação 
relativa, gerando expectativas de como vai consumi-lo. Por exemplo, se ele precisar 
comprar algum tipo de carboidrato e possui somente duas alternativas, qual levará 
para casa?
• Batata: grau de satisfação 8, preço R$2,00/quilo.
• Mandioca: grau de satisfação 10, preço R$2,50/quilo.
Segundo o exposto, o consumidor tem preferência pela mandioca, e em 
função de sua renda disponível, talvez esteja tentado a comprar a mandioca, embora 
seja um pouco mais cara, pois esse produto pode lhe gerar maiores expectativas 
em função da satisfação relativa que o consumidor esteja procurando. 
Vamos supor acompanhar um feijão com mandioca e não com batata. Qual 
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
141
será a quantidade de mandioca consumida? O consumidor irá fazer uma análise 
intrínseca de quantidade versus satisfação. Assim, um fator importante que pode 
determinar a escolha são os acréscimos da utilidade marginal, isto é, o acréscimo 
da utilidade marginal decrescente. Em termos relativos, sempre o grau de utilidade 
adicional da última unidade de um produto será menor que o grau de utilidade 
das unidades previamente consumidas, lembrando que ograu de utilidade total 
vai acrescentando. 
Voltando ao exemplo do café da manhã, a primeira xícara de café teve um 
grau de utilidade 5, lembrando que 10 é o grau de saturação, claro, deste exemplo. 
As unidades seguintes tiveram graus decrescentes até chegar ao limite de saturação 
10, assim:
1ª xícara  grau 5, utilidade total 5  0+ 5 = 5.
2ª xícara  grau 3, utilidade total 8  5+3 = 8.
3ª xícara  grau 2, utilidade total 10  8 + 2 = 10.
Podemos observar que nesse exemplo houve um grau de utilidade total de 
10, e três utilidades marginais (decrescentes) que foram se adicionando à utilidade 
total final. E se aumentarmos pão de queijo ao nosso café, será que nossa utilidade 
total será maior? Com certeza a satisfação (utilidade) desse café da manhã será 
bem maior, se comparar com o consumo só de café. Observe o quadro:
QUADRO 18 – UTILIDADE MARGINAL E TOTAL DE CAFÉ DA MANHÃ COM PÃO DE 
QUEIJO
Porções Consumidas 
(café + pão de queijo) Utilidade Marginal Utilidade Total
0 0 0
1 10 10
2 6 16
3 4 20
4 0 20
FONTE: O autor
Observe que a utilidade total dependerá da somatória de cada uma das 
utilidades marginais e de cada um dos produtos “complementares” a serem 
consumidos. Lembre-se que essa maximização do café da manhã também 
dependerá da capacidade de consumo, que, aliás, depende diretamente do nível 
de renda disponível do consumidor.
142
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
A expressão Utilidade Marginal é utilizada para indicar a utilidade adicionada pela 
última unidade de um produto ou serviço.
Em termos de comportamento geral, qual será a última unidade de 
consumo de um determinado produto? O consumidor irá parar de consumir 
quando sua percepção de utilidade (satisfação) marginal for igual a “ZERO”. 
No caso exposto acima, a escolha de parar de consumir será na porção nº 4, 
quando a utilidade marginal será de ZERO. Eis um exemplo simples do princípio 
da Utilidade Marginal Decrescente e da Escolha do consumidor. Lembre-se de 
que esses valores são subjetivos e dependem da percepção individual da utilidade 
(satisfação) intrínseca de cada pessoa.
3 LIMITAÇÕES PARA MAXIMIZAR A UTILIDADE MARGINAL
Os dois grandes limitantes para a maximização da utilidade total dependem 
das seguintes variáveis: preços e renda disponível. Quanto maior a renda do 
consumidor, maior será sua capacidade de consumir produtos diferenciados, 
visando satisfazer suas necessidades e desejos. Voltando ao café:
• Uma família de classe média poderá satisfazer sua necessidade de café da manhã 
do dia das mães com café, pães de queijo, ovos, frutas e diversos tipos de pães 
no lar.
• Uma família de classe média alta poderá satisfazer esse mesmo café da manhã 
do dia das mães indo para um restaurante especial, no qual a família será bem 
servida. No entanto, haverá um preço maior para o consumo desse café da 
manhã “especial”.
Neste exemplo, podemos observar como uma necessidade específica pode 
terminar em escolhas de consumo diferenciados, em função do preço desse bem/
serviço e do nível da renda familiar.
3.1 CURVA DA INDIFERENÇA
Lembrando dos limitantes ao consumo – preços e renda disponível – 
existem diversas opções de escolha para que o consumidor possa satisfazer 
suas necessidades e desejos. Neste contexto, os conceitos da Escola Marginalista 
consideram que o consumidor pode atingir um mesmo grau de satisfação com 
diferentes combinações de produtos e quantidades. Imagine que uma família de 
renda média tem no seu orçamento anual o seguinte leque de possibilidades de 
consumo:
ATENCAO
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
143
• Produto Y: 12 saídas de lazer ao ano para almoçar fora de casa nos domingos em 
família. Aliás, produto mais caro que X.
• Produto X: 20 saídas de lazer para passear e tomar café/sorvete nas tardes em 
família. Aliás, produto mais barato que Y.
Agora, a família irá consumir tanto o produto Y como o produto X, mas 
quanto maior o consumo de Y menor será o consumo de X, e assim vice-versa, certo? 
A família tem uma renda disponível que limita seu consumo. Este comportamento 
pode ser representado por escalas de indiferença.
QUADRO 19 – ESCALAS DE INDIFERENÇA
FONTE: Rossetti (2003)
Interpretando o quadro de Rossetti (2003), vamos relacionar esses valores 
para nossa análise da família. Quando a família consumir e mudar de opção (A) 
para (B), ela deixa de adquirir duas unidades de Y mais caras, mas com maior 
utilidade e passa a consumir mais cinco unidades de X mais baratas, mas com 
menor utilidade, ou seja, a família pode compensar a redução do consumo de Y 
com maiores volumes de consumo de X, pois é uma escolha mais barata, levando 
como resultado para: taxas marginais de substituição decrescentes de produtos 
que satisfazem uma necessidade em específico, neste caso: lazer em família.
Devemos nos lembrar que essa compensação de consumo relativo entre Y 
e X não é constante, porque para manter um grau de satisfação marginal positivo 
o consumidor precisa compensar a perda de menos duas unidades de Y com 
maiores cinco unidades de X. E se observarmos, na segunda alternativa haverá 
Pares de 
combinações 
indiferentes
Taxas 
Marginais de 
Substituição
Produtos Variações nas Quantidades
144
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
uma combinação de menos duas unidades de Y com mais dez unidades de X, dado 
que o consumidor precisará compensar essa perda com maiores volumes de X, 
pois ele possui uma utilidade relativa menor e assim é necessário maior volume de 
consumo para compensar a perda de consumo de Y (produto mais caro).
Em função do comportamento do consumidor, exposto pelo autor Rossetti 
(2003) e analisado por meio do exemplo da “família”, podemos dizer que a perda 
no consumo de Y é linear, isto é, de duas em duas unidades. Entretanto, o aumento 
no consumo de X é exponencial, isto é, 5, 10, 20, 30, e assim sucessivamente. 
A análise que acabamos de estudar pode ser explicada por meio da teoria 
da escassez relativa de um produto mais caro em função de outro mais barato que 
cause satisfação (utilidade) semelhante.
Nesse sentido, numa primeira fase, a substituição do consumo de Y pode 
ser compensada com somente cinco unidades adicionais de X. À medida que Y 
vai se tornando escasso (limite na renda disponível), no raciocínio do consumidor, 
ele passa a dar mais atenção ao valor relativo desse produto em si, ou seja, pode 
ter mais valor relativo, como exemplo: almoçar com a família num domingo, ao 
ar livre, num restaurante que tenha jardins e jogos para as crianças, se comparar 
com uma saída simples para tomar café e/ou sorvete. O valor gasto nesse almoço 
será bem maior que passear e tomar um sorvete numa tarde, portanto, para que a 
família possa compensar essa perda relativa de valor (ao deixar de almoçar juntos 
num restaurante) e se autoconvencer em mudar de opção, será necessária uma 
maior proporção de consumo das unidades de X.
Esse raciocínio subjetivo e individual do consumidor pudemos visualizar 
no quadro acima, e por meio da curva da indiferença desses dois produtos, 
conforme veremos a seguir:
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
145
GRÁFICO 15 – CURVA TÍPICA DE INDIFERENÇA
FONTE: Rossetti (2003)
Essa é uma interpretação gráfica da Teoria da Escassez relativa de um 
produto em função de outro, a teoria da Curva de Indiferença. Interpretação 
gráfica que sintetiza as preferências do consumidor ao se comparar dois produtos 
semelhantes, mas com graus de utilidade diferentes. No caso da família, utilidade 
de lazer em família entre almoçar fora nos domingos, produto Y mais caro; e saídas 
curtas em família para tomar café e/ou sorvete, produto X mais barato. 
3.2 RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
Todos nós, como consumidores, temos diversos desejos de consumir 
alguma coisa. O simples desejo de consumirnão significa que o consumidor terá 
as condições financeiras de executar esse “desejo”. Devemos observar que no 
momento de comprar, o consumidor precisa ter renda disponível para isso. O 
Unidade 
de Y
CURVA TÍPICA DE INDIFERENÇA
Unidades de X
146
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
consumidor é limitado pela restrição orçamentária de seu poder aquisitivo. Nesse 
sentido, ele poderá comprar uma combinação de produtos e serviços cujo valor 
total esteja dentro de seus limites de renda, ou seja, cujo valor não possa implicar 
um gasto além de suas capacidades financeiras.
Lembra-se dos limitantes ao consumo: renda disponível e preços? A 
renda disponível está ligada à restrição orçamentária e os preços estão ligados 
ao preço unitário de determinado produto. Desse modo, o segundo limitante que 
determina a escolha das quantidades de bens/serviços a serem consumidos será o 
preço unitário. É precisamente esse preço unitário e a restrição orçamentária que 
determinam a quantidade máxima a ser consumida dos bens/serviços oferecidos 
no mercado. Em síntese, há dois fatores que devem ser levados em conta pelo 
consumidor no momento de consumir:
• Renda disponível e seu vínculo direto às restrições orçamentárias.
• Preços com seu vínculo direto ao preço unitário relativo ofertado no mercado.
Assim, em função de suas preferências, cada consumidor tem sua própria 
capacidade de escolha relativa, isso conforme suas necessidades, desejos com 
vínculo direto à restrição orçamentária e preço unitário. Esse poder de escolha 
vinculando à restrição orçamentária e preços pode ser interpretado por meio da 
reta de restrição orçamentária, conforme o gráfico a seguir:
GRÁFICO 16 – RETA DA RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA
FONTE: O autor
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
147
Podemos observar como a reta da restrição orçamentária impõe um 
limite ao consumo em função da renda disponível. Por meio da renda disponível, 
a família possui um horizonte de consumo representada pela reta da restrição 
orçamentária, e horizonte de consumo que tem vínculo direto com a preferência 
de consumo representada pela “curva da indiferença”. E se houver uma mudança 
na renda disponível do consumidor? Haverá um deslocamento da reta da 
restrição orçamentária se houver aumento da renda disponível, logo, a reta da 
restrição orçamentária irá se deslocar à direita, conforme pudemos observar no 
gráfico exposto anteriormente. Isto quer dizer que o consumidor apresentará um 
comportamento de consumir maior volume dos produtos a serem comparados 
na reta orçamentária. Porém, se houver diminuição da renda disponível, a reta da 
restrição orçamentária irá se deslocar à esquerda. Isso quer dizer que o consumidor 
apresentará um comportamento de consumir menor volume dos produtos a serem 
comparados na reta orçamentária.
E como podemos analisar a reta da restrição orçamentária com a “curva da 
indiferença”? A curva da indiferença representa a preferência de consumo, assim, 
se acrescentamos à reta da restrição orçamentária, a análise microeconômica poderá 
analisar o potencial de consumo “efetivo” do consumidor entre duas escolhas de 
produto.
 Para exemplificar, vamos supor uma cesta nº 1 (X1) e cesta nº 2 (X2). Nesse 
sentido, considerando as necessidades humanas como ilimitadas, a preferência de 
consumo – curva da indiferença – visa melhorar o grau de satisfação, mas limitado 
pela renda disponível – reta da restrição orçamentária. Este princípio é, aliás, a 
base do marketing, isto é, análise de mercado dos produtos a serem oferecidos ao 
consumidor, levando em consideração suas preferências.
E se a reta da restrição orçamentária se deslocar à direita (mais renda 
disponível), será que a curva da indiferença irá se deslocar também? A resposta 
é sim. A curva da indiferença também irá se deslocar, refletindo a preferência do 
consumidor com uma melhor renda disponível para gastar. Na teoria marginalista, 
isso pode ser interpretado através de “curvas de indiferença superiores”, ou seja: 
Vai se deslocando à medida que muda também a renda disponível. 
Assim, quando o consumidor tem uma melhora na sua renda, ele muda 
as combinações possíveis dos produtos a serem comparados, puxando logo para 
acima e para a direita a curva de indiferença, em função de seu novo limite de 
renda disponível representado pela reta da restrição orçamentária.
148
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
GRÁFICO 17 – DESLOCAMENTO DA CURVA DA INDIFERENÇA E A ESCOLHA DO 
CONSUMIDOR ENTRE DOIS PRODUTOS: X2 E X1
FONTE: Adaptado de Rossetti (2003, p. 459)
3.3 REFLEXO DA RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA NO 
CONSUMO DO BRASILEIRO
Se formos comparar a renda disponível do ano 2014 do brasileiro com a 
renda dele há mais de 20 anos, podemos dizer que a sua renda vem aumentando 
bastante. Esse aumento da renda disponível representa um deslocamento da reta 
da restrição orçamentária da família brasileira à direita, puxando para a direita 
também a curva da indiferença.
Isso quer dizer que à medida que vem aumentando a renda, as preferências 
de consumo do brasileiro vêm mudando e aumentando também. Exemplificando: 
entre dois produtos de escolha que servem para um mesmo objetivo, o de se 
mobilizar, como moto e carro, o que vem acontecendo? Com maior renda, houve 
uma mudança na decisão de comprar mais carros versus motos. Maior renda 
representada por um deslocamento da reta da restrição orçamentária entre 
Curvas de 
Indiferença
Escolha ótima
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
149
comprar moto ou carro à direita. Entretanto, a curva da indiferença entre a escolha 
de comprar moto ou carro também vem se deslocando à direita, apresentando 
uma nova escolha ideal entre essas duas opções.
O consumo da família brasileira vem aumentando durante as últimas 
décadas, em um aumento constante de famílias entrando na classe média (classe 
C), aliás, hoje ela representa mais de 50% da população, ou seja, mais de 100 
milhões de pessoas, e com perspectivas de atingir os 120 milhões até o ano 2025. 
Isso representa um boom no consumo de diversos produtos diferenciados, comida 
industrializada, linha branca (geladeiras, fogões, lavadoras, micro-ondas etc.), 
celulares, veículos, entre outros.
Devemos considerar, claro, que com a forte crise econômica do ano 2015 
e 2016, houve uma queda na renda disponível da família brasileira. O resultado 
disso, em termos microeconômicos, é um deslocamento temporal à esquerda da 
reta da restrição orçamentária e mudanças na curva de indiferença também para a 
esquerda, refletindo o novo comportamento do consumidor (durante o tempo da 
crise), com menor renda disponível no momento de fazer sua escolha de comprar, 
como exemplo, a escolha de comprar moto versus carro.
Levando em consideração que a crise acaba e logo vem de volta a grande 
tendência do mercado brasileiro, aumento da renda disponível da classe média, e 
isto para um país com mais de 200 milhões de pessoas é um enorme atrativo para 
empresas grandes, médias e pequenas. Empresas que fazem grandes investimentos 
em pesquisa para analisar justamente isso, o comportamento de seus potenciais 
consumidores em função de suas preferências, curva da indiferença; e de sua 
renda disponível, reta da restrição orçamentária. Eis um elo entre o marketing das 
empresas e os conceitos microeconômicos do comportamento do consumidor.
150
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você estudou que:
• O motivador do consumidor pode ser medido por meio do conceito 
da maximização da satisfação (utilidade) que cada consumidor possui 
intrinsicamente.
• Um fator importante que pode determinar a escolha de que “consumir” é 
o acréscimo da utilidade marginal, isto é, o acréscimo da utilidade marginal 
decrescente.
• Os dois grandes limitantes para a maximização da utilidade total dependem das 
seguintesvariáveis: preços e renda disponível.
• A teoria da curva de indiferença interpreta as preferências do consumidor ao se 
comparar dois produtos semelhantes, mas com graus de utilidade diferentes.
• O consumidor é limitado pela restrição orçamentária de seu poder aquisitivo.
151
AUTOATIVIDADE
1 Determine qual é a análise comportamental do consumidor e qual é o limite 
às satisfações dos consumidores.
2 Quais os determinantes no comportamento racional do consumidor?
3 Por que a utilidade marginal é decrescente? 
4 Como o consumidor maximiza o seu grau de satisfação?
5 Quais as limitações para maximizar a utilidade marginal? Cite um exemplo 
de escolha comparativa, entre uma família de classe média e classe alta.
6 Qual a relação entre utilidade marginal e preços diferenciados?
7 Como pode ser interpretado o conceito da curva da indiferença?
8 Como pode ser interpretado o conceito de Restrição Orçamentária?
152
153
TÓPICO 4
A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE 
MERCADO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Assim como o consumidor, o produtor também procura maximizar 
seus interesses, mas qual seria esse interesse? O lucro, isto é, as empresas estão 
constantemente procurando potencializar a sua rentabilidade. Lucros que o produtor 
procura manter e maximizar ao longo do tempo. Esse interesse de maximizar a 
rentabilidade é feito por meio de um processo contínuo de aprimoramento das 
vendas, dos custos, ampliação de mercado, qualidade, inovação, entre outros. E 
em termos econômicos e no contexto da teoria marginalista, o produtor, assim 
como o consumidor, também reage racionalmente na procura constante de seu 
interesse, no caso das empresas, de maximizar seus lucros. Esta análise é feita por 
meio da teoria marginal das receitas e economia de escala, conforme veremos a 
seguir.
2 A RECEITA MARGINAL
O que representa a receita marginal em termos da teoria marginalista? 
Representa o que irá acontecer com as receitas totais se vendermos mais uma 
unidade. É obvio que se vendermos mais uma unidade, as receitas (vendas) totais 
irão aumentar também, mas como podemos fazer para conseguir vender mais 
uma unidade? A resposta é direta e simples: será reduzindo o preço de venda. 
Assim, sob perspectiva da teoria marginalista, na empresa existem duas análises 
de vendas: a Receita Total e a Receita Marginal. 
A receita total é a quantidade de unidades vendidas durante um período 
de tempo vezes o valor unitário, exemplo:
TABELA 1 - VENDAS DE FEIJÃO
Unidades vendidas Preço unitário por quilo Receita total
1.500 R$ 4,50 R$ 6.750,00
FONTE: O autor
154
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
A receita marginal será a receita adicional de mais um bloco de unidades 
vendidas, fruto de uma redução do preço unitário de venda.
TABELA 2 - VENDAS DE FEIJÃO E A RECEITA MARGINAL
Unidades 
adicionais 
vendidas
Unidades 
vendidas
Preço unitário 
por quilo
Receita total 
acumulada
Receita marginal
1500 R$ 4,50 R$ 6.750,00
100 1600 R$ 4,30 R$ 6.880,00 R$ 130,00
FONTE: O autor
Podemos observar que no momento de reduzir o preço do feijão, o produtor 
poderia vender mais 100 unidades de produto. Isso representa mais R$ 130,00 de 
receita marginal, pois esse aumento de R$ 130,00 representa a receita marginal de 
ter conseguido vender mais 100 unidades.
2.1 MAXIMIZAR AS VENDAS
A maximização das vendas é atingida quando se vende a maior quantidade 
de unidades possíveis, mas para poder vender maiores quantidades é necessário 
reduzir o preço de venda. Assim, segundo a análise marginalista, para que a 
empresa possa potencializar ao máximo sua venda, ela deverá fazer uma análise 
de redução dos preços, levando em consideração a lógica da Lei da Demanda, que 
diz que a procura por um produto é inversamente proporcional ao preço, ou seja, 
quanto menor o preço, maior as quantidades vendidas. Eis a aplicação desta lei no 
momento de maximizar as vendas de uma empresa.
Aplicando esta teoria da maximização da receita por meio da receita 
marginal, a seguir vamos observar esse comportamento marginal de maneira 
gradativa. Supondo a venda de almoços no centro comercial de uma cidade.
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
155
TABELA 3 – COMPORTAMENTO DA RECEITA E RECEITA MARGINAL
Preço de Venda
Quantidades 
Vendidas de 
almoços
Preços 
Unitários
Receita 
Total
Receita Marginal
+100 Unitária
700,00 19,00 13.300,00
800,00 18,00 14.400,00 1.100 11,00
900,00 17,00 15.300,00 900 9,00
1.000,00 16,00 16.000,00 700 7,00
1.100,00 15,00 16.500,00 500 5,00
1.200,00 14,00 16.800,00 300 3,00
1.300,00 13,00 16.900,00 100 1,00
1.400,00 12,00 16.800,00 -100 -1,00
FONTE: O autor
Observe que a receita marginal apura-se da diferença entre as quantidades 
vendidas de um nível de preços e o seguinte (quando o preço unitário cai R$ 1,00). 
Exemplo: entre o nível de 900 almoços vendidos e 1.000, quando o preço do almoço 
cai de R$ 17,00 para R$ 16,00, gerando uma receita marginal de  R$ 700,00 = R$ 
16.000 - R$ 15.300; e uma receita marginal unitária de R$ 7,00 = R$ 700,00 / 100  
observe que esses 100 representam os 100 almoços vendidos a mais após o preço 
ter baixado R$ 1,00.
À medida que o preço do almoço cai, a procura aumenta, assim, a venda 
aumenta, gerando aumentos decrescentes na receita marginal e total. Também 
podemos observar que o acréscimo dessa receita marginal vai diminuindo à 
medida que reduz o preço, ou seja, a receita adicional gerada em função da queda 
do preço cai, e vai caindo até que a receita marginal se torne negativa. No exemplo 
exposto, a partir do preço de R$ 13,00 é que, aliás, a receita total para de crescer 
e se torna negativa, quando o preço do almoço passa para os R$ 12,00. Assim, 
podemos dizer que a receita marginal tem o potencial de gerar vendas maiores, 
sempre e quando a receita marginal – da última unidade vendida – for igual ou 
maior que ZERO. A partir do momento que a receita marginal for menor que 
ZERO, a receita total começa a ser menor também. Isto quer dizer que nesse nível 
de receita marginal igual a zero, uma queda dos preços não irá gerar vendas 
maiores. No exemplo exposto, a maximização das receitas irá acontecer quando o 
preço estiver em R$ 13,00 e volume efetivamente procurado e vendido estiver em 
1.300 unidades, gerando uma receita total de R$ 16.900,00 almoços vendidos e uma 
receita marginal de apenas R$ 1,00.
Será que com a maximização das receitas haverá lucros maiores? A 
resposta é: “depende”, pois para isso devemos analisar a estrutura de custos do 
negócio, neste caso, a venda de almoços. Lembre-se de que receita, ou venda, não 
156
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
é sinônimo de “lucro”, para apurar o lucro devemos saber quais são os custos para 
gerar essas vendas.
Lucro  (+) Receitas Totais (-) Custos e Gastos Totais
O lucro é o fruto da diferença entre a receita total e custo total. Os 
empresários sempre procuram uma diferença positiva entre receita total e o custo 
total, a grande questão é como fazer uma análise de maximização dos lucros. 
Essa maximização pode ser feita por meio de uma melhora nas receitas totais, 
maximizando as vendas; uma melhora nos custos totais, minimizando os custos, 
ou uma combinação desses dois fatores, receitas e custos, sendo esta a melhor 
combinação para se obter a maximização do lucro.
3 ESTRUTURA DOS CUSTOS E A ECONOMIA DE ESCALA
Mesmo que uma empresa possa maximizar as vendas, ela deve acompanhar 
essa análise das vendas com o comportamento dos custos à medida que vão 
aumentando as quantidades produzidas e vendidas. Devemos observar que nem 
sempre o lucro será maximizado quando as vendas forem elevadas ao máximo, 
pois muitas vezes, para vender mais, devemos reduzir o preço unitário do produto 
a ser ofertado. 
Vamos analisar esse raciocínio no seguinte exemplo,supondo a venda 
de camisetas. Neste exemplo, a maximização das vendas será quando as receitas 
atingirem as 1.000 unidades e o preço de venda for de R$ 11,00/unidade.
QUADRO 20 – MAXIMIZAÇÃO DA RECEITA, VENDA DE CAMISETAS
FONTE: Adaptado de Rossetti (2003)
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
157
Observe que as receitas serão maximizadas ao vender entre 1.000 e 
1.100 unidades. Desta análise sistemática da maximização das vendas, como 
poderemos saber em que nível os lucros também serão maximizados? Observando 
o comportamento dos custos fixos e variáveis à medida que vão aumentando as 
receitas e as quantidades produzidas.
3.1 CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS
Toda empresa possui custos fixos e variáveis. Os custos fixos estão ligados 
aos gastos que não mudam, tipo aluguel, depreciação; e os variáveis estão ligados 
diretamente aos materiais incorporados ao produto, deste modo podemos definir:
a) Custos fixos: definidos como aqueles que não aumentam em função do aumento 
da produção, sempre dentro de um potencial produtivo, ou seja, em função da 
capacidade instalada. Isso quer dizer que se a empresa estiver produzindo uma 
só unidade ou 1000 unidades, esses custos deverão ser pagos periodicamente, 
não estão ligados diretamente ao produto produzido. Assim, não vão mudar, 
pois são FIXOS, e os custos fixos são necessários para manter o potencial 
produtivo pronto para ser usado. Exemplo de custos fixos: aluguel, amortização 
do equipamento, folha de pagamento, gastos administrativos, entre outros.
b) Custos variáveis: definidos como aqueles que vão se acrescentando à medida 
que vão aumentando as unidades produzidas, eles fazem parte direta dos 
materiais incorporados no produto. Desse modo, quanto maior forem as 
unidades produzidas, maiores serão os custos variáveis.
Os Custos Variáveis estão diretamente vinculados ao processo produtivo 
em si, tais como: insumos, mão de obra direta e custos de energia. Vamos supor 
que os custos variáveis para produzir um quilo de pão seja de R$ 3,50 (farinha, 
óleo, sal, fermento etc.) e que para manter a capacidade produtiva é necessário de 
R$ 1.100 de custos fixos, temos:
•	 Produzindo 10 quilos, o custo variável total será de R$ 35,00  R$ 3,50/kg x 10 
kg.
•	 Produzindo 150 quilos, o custo variável total será de R$ 525,00  R$ 3,50/kg x 
150 kg.
•	 E o custo fixo? Fica igual. Ele sempre se mantém em R$ 1.100, seja produzindo 
10 quilos ou 150 quilos!
Partindo desse conceito de custo fixo e variável, veremos agora o 
comportamento de ambos em nossa análise das camisetas, levando em consideração 
o comportamento de custos realizado pelo autor Rossetti (2003, p. 464):
158
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
QUADRO 21 – CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS CONFORME AUMENTA A 
PRODUÇÃO
FONTE: Adaptado de Rossetti (2003, p. 464)
Podemos observar que os custos fixos não se alteram conforme aumenta a 
produção, eles ficam constantes em R$ 2.000,00. Esses custos fixos são fundamentais 
para manter um potencial produtivo de até 1000 unidades em produção, acima 
disso deve-se aumentar a capacidade instalada, ou seja, para produzir acima 
dessas 1000 unidades/mês, será necessário alugar mais um galpão, comprar mais 
um equipamento etc. 
Enquanto isso, os custos variáveis vão mudando conforme aumenta a 
produção. Assim, à medida que se produz maiores unidades, maiores quantidades 
de insumos e energia (ligada ao processo produtivo) serão necessários para 
aumentar a produção. E claro, se você acrescentar o aumento dos custos variáveis 
aos custos fixos, logo, o custo total irá aumentar também, acompanhando o 
aumento da produção.
Esse aumento do custo total vai aumentando em menor proporção, em 
relação ao aumento do custo variável, porque existe uma proporção não constante 
recorrente da somatória dos custos fixos + custos variáveis e à medida que vai 
aumentando a produção. No caso de uma padaria, teríamos:
Produzidas
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
159
QUADRO 22 – COMPORTAMENTO DO CUSTO UNITÁRIO E FIXOS E VARIÁVEIS
FONTE: O autor
Nesse caso, a partir dos 60 quilos é que a capacidade instalada chega ao 
seu máximo potencial, mas a maximização dos custos acontece nos 40 quilos ao 
dia de produção e não aos 60 quilos. Nesse nível de 40 quilos é que acontece o 
menor custo unitário possível dentro dessa capacidade instalada. Nesse sentido, 
se você observar no quadro, à medida que vai aumentando a produção, a escala 
de otimização dos custos unitários para cada nível produtivo vai apresentando 
um comportamento decrescente de redução de custos unitários recorrentes do 
aumento na produção, e exatamente quando a escala de custos se torna negativa é 
que os custos param de ser otimizados, isto é, a partir dos 40 quilos. Isto é conhecido 
como economia de escala, conforme estudaremos a seguir.
O aumento nos custos, a partir dos 40 quilos, acontece porque à medida 
que vai se aproximando do potencial máximo de produção, vai forçando também 
a capacidade produtiva. Todos nós temos o potencial de trabalhar até 16 horas por 
dia, mas eventualmente. Se fizermos isso todos os dias, com certeza iremos incorrer 
em gastos adicionais, tal como medicação para não ficar doente de tanto trabalhar. 
Igual acontece em um centro produtivo, se forçar ao máximo o potencial produtivo, 
logo, terá que incorrer em gastos extras (maior manutenção de equipamento, horas 
extras etc.), refletindo nos custos.
3.2 ECONOMIA DE ESCALA
Em termos econômicos, a economia de escala é um fenômeno de 
comportamento natural dos custos, e sua lógica diz que a capacidade instalada 
começa a ser aproveitada quando há aumento nas quantidades de unidades 
produzidas. Isso significa que os recursos produtivos são aproveitados próximos a 
sua máxima capacidade instalada, devido ao fato de que com uma maior produção 
160
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
o custo fixo será diluído em um maior número de unidades, conseguindo dividir 
esse custo fixo em uma maior quantidade de unidades. 
Assim como no exemplo da padaria, podemos observar que os custos fixos 
são de R$ 90,00 ao dia. Se em um dia forem produzidos 20 kg de pão, o custo fixo 
unitário seria de R$ 4,50, isto é: R$ 4,50 = R$ 90,00
20 kg
; e 60 kg de pão, logo, o custo fixo 
unitário seria de R$ 1,50, isto é: R$ 1,50 = R$ 90,00
60 kg
.
Observe que os custos fixos foram aproveitados próximos a sua capacidade 
máxima instalada quando a produção atingir os 60 kg/dia de pão, conseguindo 
assim diluir os custos fixos de R$ 90,00/dia em uma maior quantidade produzida. 
Vejamos mais um exemplo: Uma empresa de ônibus faz o percurso 
Blumenau – Florianópolis (Estado de Santa Catarina), todos os dias saindo de 
Blumenau às 7 horas. Vamos supor que a capacidade máxima de passageiros é de 
100 pessoas, logo, em função dos seguintes custos, teríamos os seguintes graus de 
economia de escala:
Antes de continuar, devemos saber o significado de “amortização/depreciação”. 
Quando uma empresa faz investimentos em bens duráveis, tal como o caso do ônibus, esse 
bem irá sofrer desgaste ao longo de sua vida útil, perdendo seu valor gradativamente. Assim, 
a amortização/depreciação considera esse desgaste como um gasto a ser amortizado ao 
longo da prestação de serviço desses bens duráveis. Adiante, nas disciplinas de contabilidade 
e gestão financeira, você terá a oportunidade de se aprofundar nesse conceito.
IMPORTANT
E
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
161
Assim como no comportamento dos custos fixos da padaria, neste caso, 
quando o ônibus transportar 50 passageiros, os custos fixos de R$ 1.070 serão diluídos 
em 50 passageiros, resultando em um custo unitário de R$ 21,40 ( 1.070
50
R$ 
 passageiros
). E 
quando o ônibus atingir sua máxima capacidade instalada, o custo fixo irá atingir o 
valor de R$ 10,70.Podemos observar claramente que há uma redução de custos unitários 
à medida que vamos nos aproximando da capacidade máxima instalada, 
conseguindo um maior lucro pelo serviço de transporte. Nesse exemplo simples, 
o interessante é observar a escala de redução de custos unitários à medida que 
vamos nos aproximando do potencial. No exemplo do ônibus, podemos observar 
que quando o número de passageiros aumentar de 50 para 75, a escala de redução 
de custo unitário passa de R$ 21,40 para R$ 14,27, ou seja, uma economia de escala 
de R$ 7,13 (R$ 21,40 – R$ 14,27). Quando o número de passageiros aumentar de 75 
para 100, a escala de redução de custo unitário passa de R$ 14,27 para R$ 10,70, 
ou seja, uma economia de escala de R$ 3,57 (R$ 14,27 – R$ 10,70). À medida que 
vai aumentando a produção, a economia de escala vai reduzindo, neste exemplo 
passa de R$ 21,40 para R$ 7,13 e finalmente para R$ 3,57. Isto acontece porque a 
proporcionalidade dos custos fixos que estão se diluindo nas unidades produzidas 
é cada vez menor.
Exatamente a mesma análise pode ser aplicada para qualquer tipo de 
negócio. Só que num processo industrial, conforme vão produzindo maiores 
volumes os custos totais vão aumentando também, diferente do caso do serviço de 
ônibus, que praticamente tem só custos fixos. Isso é decorrente do fato que num 
processo industrial existem custos variáveis a serem apurados, insumos necessários 
para fabricar cada unidade produzida. Em termos da teoria microeconômica, a 
economia de escala acontece quando as máquinas e equipamentos passam a 
operar próximo de sua capacidade máxima de produção, horizonte produtivo. 
Desta forma, os custos desses equipamentos e dos trabalhadores são diluídos num 
volume bem maior de produção. Portanto, diminuindo o acréscimo proporcional 
dos custos por unidade produzida dentro de um quadro de custos totais. Segundo 
Samuelson, Nordhaus e Taylor (2012, p. 99):
Retornos crescentes de escala (também chamados de economia de 
escala) ocorrem quando um aumento de todos os fatores produtivos leva 
a um aumento mais do que proporcional do nível de produção. Estudos 
de engenharia têm determinado que muitas atividades industriais se 
beneficiam de pequenos retornos crescentes de escala para fábricas até 
atingirem a grande dimensão das fábricas modernas.
3.3 CUSTOS MÉDIOS E CUSTOS MARGINAIS
A teoria da economia de escala ficaria incompleta se não acrescentássemos 
o conceito de custos médios e custos marginais ao processo produtivo industrial. 
Qual será a diferença entre custos médios unitários e custos marginais? Para 
162
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
responder a essa pergunta, vamos observar o seguinte quadro, que demonstra o 
comportamento dos custos por cada unidade adicional produzida. Utilizaremos 
a análise de comportamento de custos do autor Rossetti (2003, p. 466), e para 
exemplificar, vamos supor que essa análise faça parte de nosso estudo de produção 
de camisetas, exposto previamente:
QUADRO 24 – COMPORTAMENTO DO CUSTO TOTAL, MÉDIO E MARGINAL
FONTE: Adaptado de Rossetti (2003, p. 466)
O custo médio é sinônimo de custo unitário, e o custo marginal é o acréscimo 
marginal nos custos recorrentes do aumento marginal das unidades produzidas. 
Esse aumento marginal na produção representa mais um bloco de aumento na 
produção, no exemplo exposto acima, a análise faz uma escala marginal de 100 em 
100 unidades de aumento na produção e o impacto disso sobre os custos totais, 
unitários e marginais. A seguir veremos como foi feito o cálculo desses custos, 
considerando o nível de produção de 600 unidades.
Sabe-se que os custos variáveis neste nível são de R$ 8,50 e que o custo fixo 
é de R$ 2.000,00, portanto, o Custo Variável Total representa o custo dos insumos 
incorporados em cada unidade vezes o volume produzido, isto é: R$ 5.100,00 = 
600 x R$ 8,50. O Custo Total representa a somatória do custo fixo + custo variável 
total, isto é: R$ 7.100 = R$ 2.000,00 + R$ 5.100,00. O custo unitário neste nível de 
produção, de 600 unidades, será de quanto? Simples, devemos dividir o custo total 
pelo número de unidades, isto é: R$ 11,83 = R$ 7.100,00 / 600 unidades.
O custo marginal neste nível de produção, de 600 unidades, será de R$ 
800,00, mas como podemos apurar esse valor? Simples, devemos observar que a 
última escala de produção comparativa foi em 500 unidades, logo após, devemos 
determinar qual foi o impacto no aumento dos custos desse aumento gradativo de 
produção de mais 100 unidades (600 – 500). Desse modo, o custo total na escala 
de produção de 500 unidades é de R$ 6.300, e o custo total na escala de produção 
de 600 unidades é de R$ 7.100. Agora, devemos apurar a diferença entre os custos 
destes dois níveis de produção, isto é: R$ 800 = R$ 7.100 – R$ 6.300,00. O custo 
marginal unitário neste nível de produção de 600 unidades será de R$ 8,00, pois 
ao passar de 500 para 600 unidades houve um aumento dos custos marginais de R$ 
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
163
800,00, portanto, o custo marginal deverá ser dividido por essas mais 100 unidades 
produzidas, isto é: R$ 8,00 = R$ 800 / 100. Podemos concluir que o custo marginal 
representa o acréscimo marginal no custo em vistas de produzir mais uma escala 
de produção. 
O quadro exposto anteriormente é uma representação do cálculo da análise 
que acabamos de fazer, porém, para todos os níveis de produção. Qual o objetivo 
disso? Observar o comportamento dos custos, especialmente o marginal, para 
assim identificar em que nível a empresa otimiza seus custos. Antes de atingir as 
400 unidades de produção, o custo marginal vem decrescendo, mas a partir das 
500 unidades de produção, o custo marginal volta a crescer.
Nas 400 unidades podemos observar que o custo unitário marginal será 
o menor possível de todas as escalas de produção analisadas. Isso quer dizer 
que os custos marginais serão otimizados quando o acréscimo marginal parar de 
diminuir e em seguida começar a aumentar a partir do seguinte aumento na escala 
de produção. Coincidentemente, isso acontece exatamente nas 400 unidades! Ou 
seja, os custos serão maximizados nesse nível de produção, nem antes nem depois.
A explicação para isso está nas 400 unidades, pois a empresa terá maior 
custo marginal. A partir desse nível terá que pagar uma maior proporção de custos 
variáveis por unidade produzida, como horas extras, maior gasto em manutenção 
de equipamento, entre outros. Assim como o impacto de diluir os custos fixos em 
um maior volume de produção é cada vez menor a partir das 400 unidades. Esse 
aumento dos custos é um sintoma de “começar” a atingir o potencial de produção, 
ou seja, a empresa a partir das 400 unidades estará ampliando sua capacidade 
produtiva sem necessariamente gerar menores custos médios (por unidade), 
refletindo isso em um aumento no custo marginal.
Em termos microeconômicos, quer dizer que até as 400 unidades a empresa 
consegue obter economia de escala crescente, isto é, custos marginais decrescentes 
e otimização do custo unitário. Ultrapassando as 400 unidades, a empresa passa a 
incorrer em economias decrescentes de escala, ou seja, para continuar ampliando 
a sua produção terá que forçar e aumentar seus custos variáveis por unidade 
produzida.
3.4 A MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO
Acabamos de observar que a empresa maximiza seus custos marginais 
na escala de produção de 400 unidades, mas será que nesse nível os lucros 
também podem ser otimizados? Dificilmente, pois a otimização do lucro depende 
também do preço unitário de venda do produto em análise. Assim, para buscar 
a maximização do lucro, devemos combinar entre a análise da otimização das 
vendas e dos custos, isto é, da receita marginal e custos marginais, identificando a 
escala ideal na qual acontece a “diferença positiva” maior possível entre a receita 
total e os custos totais, ou seja,o maior lucro potencial. Podemos exemplificar por 
meio do seguinte quadro:
164
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
QUADRO 25 – MAXIMIZAÇÃO DA RENTABILIDADE (LUCRO POTENCIAL)
FONTE: Adaptado de Rossetti (2003)
Observe que a maximização do lucro nem sempre bate com a maximização 
dos custos, nem com a maximização das receitas. A maximização das receitas, 
segundo o primeiro quadro deste tópico, fica na venda de 1.000 unidades e com 
uma receita total de R$ 11.000 (1.000 x R$ 11,00), isto é, quando a receita marginal 
estava se aproximando a R$ 0,00. A maximização do custo marginal fica em 400 
unidades produzidas, isto é, quando o custo marginal atinge seu menor nível.
Se você observar, o maior lucro potencial da análise fica em 600 unidades 
produzidas, ponto no qual a receita marginal será igual ao custo marginal, no 
quadro exposto isso acontece porque tanto a receita marginal quanto o custo 
marginal são iguais a R$ 8,00. Mera coincidência? Dificilmente, pois o encontro da 
receita marginal e do custo marginal é um fato do comportamento do processo 
produtivo e de sua ligação à maximização das vendas. 
Na análise exposta, quando acontece a maximização das vendas, acontece 
nas 1.000 unidades produzidas, mas nesse nível de vendas “máximas” o lucro 
será de menos R$ 4.620,00, ou seja, há prejuízo. A maximização do custo marginal 
acontece nas 400 unidades produzidas, mas nesse nível de custos mínimos por 
unidade o lucro será de apenas R$ 980,00. Longe do potencial máximo de lucro que 
é de R$ 1.900,00, quando a produção atingir as 600 unidades.
Portanto, ao realizar uma análise cruzada entre as receitas e os custos, 
devemos observar que a partir de determinado volume de unidades produzidas, 
a dinâmica de aumento dos custos é maior que o ritmo de crescimento da receita. 
É exatamente sob esta ótica que a teoria marginalista determina a maximização 
do lucro potencial, que acontece quando: O nível de maximização do lucro será 
exatamente no ponto em que a Receita Marginal e o Custo Marginal se encontram 
em um mesmo nível, ou seja, são iguais.
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
165
Ao fazer essa análise de processos de custos e de receitas, o empresário 
poderá potencializar sua rentabilidade, e assim atuar racionalmente, otimizando 
a geração de lucro, levando em consideração uma capacidade instalada 
predeterminada. Desse modo, o empresário deve cruzar tanto a análise de custos 
quanto a análise de vendas para poder potencializar seu negócio e seus lucros. 
A análise de custos apresentada considerou um comportamento constante, sem 
alterar as demais variáveis, ou seja, é conhecido em economia como Coeteris 
Paribus.
Agora, se a empresa realizar investimentos em marketing e propaganda, 
provavelmente poderá vender maiores quantidades em cada um dos níveis de 
preço de venda e custos analisados, portanto, maior potencial de lucro poderá 
existir em cada uma das escalas de produção observadas, ou seja, estará mudando 
o comportamento do consumidor, ficando ele disposto a pagar mais um pouco, 
maximizando assim ainda mais as receitas e o lucro da empresa. Eis um dos 
motivos do investimento tão grande das empresas em marketing.
4 ESTRUTURA DE MERCADO
Até agora, estudamos tanto o comportamento do consumidor quanto do 
produtor em função do encontro desses agentes econômicos no mercado, mas 
como podemos analisar o mercado diante de uma perspectiva econômica? Em uma 
análise ideal, a relação comercial entre os principais agentes econômicos deveria 
acontecer em condições “perfeitas”. Isso significa perfeita harmonia entre famílias 
(consumidores) e empresas, mas isso não acontece sempre, devido aos seguintes 
fatores: número de empresas e consumidores atuantes; tipos de mercadorias a 
serem oferecidas; produtos gerais e/ou diferenciados; e barreiras de acesso para 
novas empresas ao mercado. Esses fatores podem influenciar tanto o consumidor 
quanto o produtor, levando à análise dos diferentes modelos de mercado presentes 
hoje, formando a concorrência perfeita e a concorrência imperfeita, visto que esta 
última se desdobra em concorrência monopolística, oligopólio e monopólio.
4.1 CONCORRÊNCIA PERFEITA
A concorrência perfeita acontece quando há grande volume de empresas 
e consumidores. Assim, os produtos oferecidos são perfeitamente substituíveis 
entre diversas outras alternativas, ou seja, não há nenhum tipo de diferenciação 
significativa entre as mercadorias a serem ofertadas no mercado, tal como acontece 
nas feiras livres. 
No mercado ideal as empresas e os consumidores têm conhecimento total 
das condições do mercado. Os consumidores têm pleno conhecimento de todos 
os preços ofertados pelas empresas. E as empresas possuem a escolha de entrar e 
sair livremente, pois não existem barreiras, qualquer produtor está apto a entrar 
no mercado, no qual não há complicações no momento de vender seus produtos, 
tal como uma feira livre.
166
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
Nesse tipo de mercado devemos observar que as compras e ofertas são 
realizadas individualmente, tanto consumidores como empresas não possuem 
a força suficiente para modificar os preços dos produtos. Isso significa que o 
Consumidor, se quiser aumentar o volume demandado, não terá a capacidade 
de interferir nos preços gerais praticados, pois o volume de suas compras não vai 
alterar (mudar) a estrutura de preços do mercado. Porém, se a grande comunidade 
de consumidores aumentarem a demanda de um determinado produto, com 
certeza haverá uma mudança na estrutura de preços, o que é conhecido como as 
forças das massas (coletivas) de um determinado mercado.
O Produtor, se quiser modificar seus preços, não terá as condições 
individuais de elevar, ou ter o poder de modificar os preços praticados em função 
de seus interesses. Porém, se a grande comunidade de produtores desse produto/
serviço aumentarem a oferta, com certeza haverá uma mudança na estrutura de 
preços.
Na vida real, praticamente não há um “mercado perfeito”. O mercado 
que mais pode se aproximar são as feiras livres. Outro exemplo, próximo a isso, 
é a oferta de pão francês nas padarias de bairro, nas quais o produto ofertado 
é mais ou menos padrão e o consumidor conhece perfeitamente qual o preço 
oferecido. Em síntese, na competição perfeita, existe grande número de empresas 
e compradores; os produtos são perfeitamente substitutos entre si; as firmas e 
consumidores tem pleno conhecimento do mercado; as firmas podem entrar e sair 
livremente do mercado; as compras e vendas são realizadas individualmente e 
não têm a capacidade de modificar os preços dos produtos. Segundo Samuelson, 
Nordhaus e Taylor (2012, p. 133):
A concorrência perfeita é o mundo dos tomadores de preço. Uma 
empresa perfeitamente competitiva vende um produto homogêneo 
(idêntico ao produto vendido pelas outras empresas da mesma 
atividade). Essa empresa é tão pequena em relação ao seu mercado que 
não pode influenciar o equilíbrio de preços; apenas pode aceitar o valor 
dado.
4.2 COMPETIÇÃO IMPERFEITA E CONCORRÊNCIA 
MONOPOLÍSTICA
Nesse mercado existe grande volume de consumidores e empresas, nele 
não existem barreiras para que as empresas possam oferecer seus produtos no 
mercado. Situação bem parecida à concorrência perfeita, mas qual será a diferença? 
A diferença é que nesse caso os produtos oferecidos são diferenciados entre 
si, ou seja, as empresas têm condições de criar condições de diferenciação, tais 
como marcas diferenciadas de macarrão, de chocolates, de queijos, entre outros. 
Nesses produtos as empresas procuram se diferenciar por meio de qualidade e 
funcionalidade.
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
167
Essas características fazem com que o consumidor possa distinguir 
esses produtos entre as diferentes ofertas das empresas. Assim, considerando 
que os produtos são diferenciados,as empresas têm condições de determinar 
preços diferenciados também em função da percepção valor/satisfação que os 
consumidores possam perceber desse produto em específico. Segundo Samuelson, 
Nordhaus e Taylor (2012, p. 151), “na concorrência monopolística um número 
elevado de vendedores produz bens diferenciados”. Essa estrutura de mercado faz 
lembrar a concorrência perfeita pelo fato de existirem muitos vendedores, nenhum 
dos quais têm uma grande parcela de mercado.
Podemos observar que essa diferenciação não leva para preços muito 
elevados entre bens e serviços semelhantes ofertados pelas empresas. Nesse 
sentido, os produtos oferecidos pelas empresas poderiam ser substituídos 
facilmente, caso o preço cobrado fosse considerado, pelo consumidor, acima de 
sua utilidade (satisfação) marginal e do padrão marca/qualidade desse produto. 
Exemplos disso: pão de forma ofertado com marcas e diferenciações de qualidade, 
integral, 7 grãos, fofinho etc. Outro exemplo pode ser a oferta de camisetas de 
marcas diferenciadas. 
Em síntese, na competição imperfeita existe o grande número de firmas e 
compradores; os produtos oferecidos pelas firmas são diferenciados entre si; e as 
firmas podem entrar e sair livremente do mercado.
4.3 OLIGOPÓLIO
Nesse tipo de mercado existe um grande número de consumidores, mas a 
oferta do produto é feita por um número reduzido de grandes empresas. Podemos 
dizer que o grande setor industrial brasileiro, em sua grande maioria, possui 
sintomas de mercados oligopolistas. Podemos citar vários exemplos, um deles é o 
setor bancário brasileiro, no qual existem poucos e grandes bancos comerciais que 
controlam mais do 80% do mercado; existindo diversas instituições financeiras 
de pequeno porte ofertando serviços bancários no nível regional, mas que não 
possuem condições para atingir os grandes mercados nacionais. 
Os produtos ofertados nos oligopólios podem ter qualquer das seguintes 
características:
•		Homogêneos, tais como cerveja, alumínio, suco etc. Aqui podemos citar 
inclusive grandes produtores de commodities a nível global, assim como os países 
produtores de petróleo da década de 1970.
•		Diferenciados, tais como automóveis, aparelhos celulares, grandes empresas de 
comunicação, geladeiras, serviços bancários, entre outros.
Uma das características dos oligopólios é que, em condições normais, a 
entrada de novas firmas é muito difícil, pois as empresas precisam de grandes 
volumes de investimentos em processos produtivos e em tecnologia de última 
geração. Pode ser mera coincidência, mas as pessoas que retém grandes volumes 
168
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
de riqueza, ao redor do mundo, possuem empresas em áreas chaves, com um alto 
nível oligopolista, empresas das áreas de comunicações, sistemas de informação, 
indústria alimentar, setor farmacêutico e setor energético.
A tendência de um oligopólio é que as empresas que fazem parte têm a 
tendência de se comunicar entre si e se organizar de “maneira informal”, e, às vezes, 
podem se organizar de maneira formal para fixar políticas de preços relativamente 
padronizadas, visando manter lucros acima dos preços que poderiam ser fixados 
em uma livre concorrência. Esse tipo de prática, de se organizar para impor preços 
é conhecido como cartel. 
Observe que nos oligopólios, a concorrência entre as empresas vai 
continuar, não por meio de preços, mas através de marketing, atendimento, pós-
venda, qualidade etc. A indústria automobilística do Brasil pode ser um exemplo 
disso.
Quando existe oligopólio, as empresas têm as condições de impor um 
determinado preço. Nesta situação, apesar do preço alto, os consumidores não 
têm as condições de escolher outros produtos, mas de continuar consumindo os 
ofertados pelas empresas. Em síntese, em um oligopólio, há poucas firmas de 
grande porte e milhares de compradores; os produtos oferecidos pelas firmas 
podem ser homogêneos ou diferenciados; e é difícil a entrada de novas firmas no 
mercado. 
4.4 MONOPÓLIO
Nos monopólios, o produtor retém o poder de negociação frente a milhares 
de consumidores, isto é, uma única empresa possui as condições de produzir e 
ofertar um determinado bem ou serviço à sociedade. A empresa monopólica 
determina o preço em função de seu interesse de gerar o maior lucro possível. 
Nesta estrutura de mercado, não há escolha para o consumidor, mas de consumir 
e comprar os bens e serviços de uma única empresa. É quase impossível para 
empresas novas iniciarem atividades nos mercados de monopólio, as portas 
de entrada nesses setores estão praticamente fechadas. Segundo Samuelson, 
Nordhaus e Taylor (2012, p. 151), hoje:
A maioria dos monopólios persiste em virtude de alguma forma de 
regulação ou proteção estatal. Por exemplo, uma empresa farmacêutica 
que descobre um novo medicamento fantástico pode ter garantida uma 
patente que lhe dá o controle monopolista sobre esse medicamento 
durante um certo número de anos.
Em um mercado monopólico existem várias barreiras, sendo classificadas 
como monopólio natural, patentes, controle de matérias-primas básicas e 
monopólio institucional. 
a) Monopólio natural: estrutura pela qual o produto a ser oferecido é único e a 
formação de uma nova empresa fica praticamente inviabilizada, isso decorrente 
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
169
dos altos investimentos e das condições da oferta do produto. Imagine o 
mercado de energia elétrica sendo oferecido por várias empresas, ou mercado de 
serviços de transporte público de uma cidade. Pela condição da oferta e procura 
o monopólio vem a ser natural. Aqui, podemos citar empresas de fornecimento 
de energia elétrica e empresas de transporte público. Normalmente as empresas 
de um monopólio natural são estatais ou são fortemente regulamentadas pelo 
Estado.
b) Patentes (direitos de propriedade intelectual): as empresas, para se diferenciar 
e ganhar espaço de mercado, estão constantemente inovando e fazendo 
investimentos em tecnologia, e muitas vezes conseguem inventar e produzir, 
comercialmente, produtos únicos. Para se protegerem de cópias de sua 
invenção, as empresas (aliás, pessoas também) têm o direito de registrar a 
patente de invenção como propriedade intelectual. Um exemplo de patentes são 
os remédios desenvolvidos pelas farmacêuticas para o tratamento de doenças 
crônicas, tipo diabetes. Outro exemplo é a invenção de processos industriais que 
ajudam a aprimorar custos e reduzir tempos de fabricação em diversas áreas da 
economia.
c) Controle de matérias-primas básicas: a empresa monopólica possui o controle 
das fontes de onde esses recursos naturais são extraídos, tais como reservas de 
petróleo e jazidas de minerais. O pré-sal é um exemplo disso, o estado brasileiro 
é o único que tem o direito de extrair petróleo e gás, mas pode fazer parcerias e 
consignações com outras empresas.
d) Monopólio institucional: nesta situação, o Estado determina que um 
determinado setor da economia é estratégico, logo, o Estado determina quem 
será a empresa que irá ofertar o bem e/ou serviço. No geral, é uma empresa 
estadual ou empresa privada e/ou mista operando sob a proteção de uma licitação 
pública. Sob a proteção do Estado e pela força de lei, não há possibilidade da 
entrada de empresas novas.
Em síntese, no monopólio, existe uma só firma e milhares, ou milhões, 
de pequenos compradores; não existe um produto substituto próximo, sendo 
impossível para o consumidor escolher, mas terá que consumir o bem e/ou serviço 
ofertado pela empresa; é praticamente impossível para novas firmas entrarem no 
mercado.
Os monopólios e oligopólios, em mãos da empresa privada, geram grandes 
riquezas e poder econômico, aqui no Brasil e em qualquer país do mundo. É por 
isso que os países possuem órgãos públicos que fazem o controle desse tipo de 
empresa. Aqui no Brasil, o órgão públicoresponsável é o Conselho Administrativo 
de Defesa Econômica – CADE – (http://www.cade.gov.br/). 
A seguir você fará uma interessante leitura sobre os monopólios ao final do 
século XIX e começo do século XX, nos Estados Unidos, e como o excesso de poder 
econômico dessas empresas fez com que esse país tivesse que desenvolver órgãos 
de controle específicos para os oligopólios e monopólios.
Parabéns, chegamos ao final da segunda unidade! Convido você a iniciar 
a última unidade, nela, abordaremos questões da macroeconomia e o papel do 
170
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
Estado nas atividades econômicas, analisando como milhares de empresas 
e consumidores atuam nas atividades econômicas como um todo, gerando 
agregados a serem analisados nas grandes questões econômicas, tais como índices 
de produtividade, renda nacional, desemprego, inflação, nível da taxa de juros, 
gasto público etc. É importante para a análise macroeconômica o conhecimento 
sobre mercados, consumidores e produtores, a qual você acabou de estudar 
nesta unidade de estudos, e para finalizar, convido você a ler a seguinte leitura 
complementar, que aborda a grande pergunta econômica: qual o valor gerado na 
cadeia produtiva pelo recurso humano?
LEITURA COMPLEMENTAR
MONOPÓLIOS DA IDADE DE OURO
Em decorrência das modificações das leis e dos hábitos, os atuais 
monopolistas nos Estados Unidos têm pouca semelhança com os brilhantes 
inventivos, sem escrúpulos e, muitas vezes, desonestos barões da Idade de Ouro 
(Gilded Age, 1870-1914). Figuras lendárias como Rockfeller, Gould, Vanderbilt, 
Frick, Carnegie, Rothschild e Morgan, com o seu dinamismo, criaram novos 
setores como o das ferrovias ou do petróleo, promoveram o seu financiamento, 
desenvolveram o oeste dos Estados Unidos, destruíram seus concorrentes e 
transmitiram fortunas fabulosas aos seus herdeiros.
Nas últimas três décadas do século XIX, os Estados Unidos desfrutaram 
de um forte crescimento econômico aceitado por uma extraordinária ganância e 
corrupção. Daniel Drew era um criador de vacas, negociante de cavalos e dono 
de ferrovias que dominava o truque de “engordar” o gado com “água” (watering 
the stock). Esta prática consistia em fazer o seu gado passar sede até chegar ao 
matadouro; induzia então uma grande sede com sal e fazia o gado saciar-se de água 
imediatamente antes de ser pesado. Mais tarde, os ricos iriam também “engordar 
suas ações” inflacionando o valor de suas ações.
Os construtores de ferrovias da fronteira oeste dos Estados Unidos estão 
entre os empresários menos escrupulosos de que se tem notícia. As ferrovias 
transcontinentais foram construídas com a concessão de vastos terrenos federais, 
ajudados por “luvas” e ofertas de ações a numerosos membros do congresso e do 
governo. Pouco depois da guerra civil, o matreiro Jay Gould, das ferrovias, tentou 
monopolizar o suprimento de ouro dos Estados Unidos e, com isso, a oferta de 
moeda do país. Gould, mais tarde, promoveu a sua ferrovia descrevendo o trajeto 
de sua linha norte – em que cai neve na maior parte do ano – como um paraíso 
tropical, cheio de laranjais, bananais e macacos. Por volta do final do século, todos 
os subornos, concessões de terras, “aguamento” de gado e promessas fantásticas 
levaram à criação do maior sistema ferroviário do mundo.
A história de John D. Rockefeller simboliza os monopolistas do século 
XIX. Ele vislumbrou riqueza na nascente indústria petrolífera e começou a instalar 
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
171
refinarias de petróleo. Era um gestor meticuloso e pensou em trazer ordem aos 
desordeiros dos poços de petróleo. Começou a comprar concorrentes e consolidou 
a sua posição no setor ao persuadir as empresas ferroviárias a concederem-lhe 
grandes descontos secretos e a darem-lhe informação sobre os seus concorrentes. 
Quando os concorrentes não se alinhavam, as ferrovias ao lado de Rockfeller se 
recusavam a embarcar seu petróleo e até o derramavam na terra. Por volta de 1878, 
John D. controlava 95% dos oleodutos e das refinarias de petróleo nos Estados 
Unidos. Os preços subiram e se estabilizaram, a concorrência ruinosa terminou, e 
atingiu-se o monopólio.
Rockefeller criou uma maneira engenhosa para se assegurar o controle 
sobre seus aliados. Foi o cartel em que os acionistas cediam as suas ações e 
depositários (“trustees”) que geriam o setor de modo a maximizar o lucro. Outros 
setores imitaram o Standard Oil Trust, e, logo, os cartéis estavam implantados nos 
setores de querosene, açúcar, uísque, chumbo, sal e aço.
Essas práticas irritaram de tal modo as pessoas ligadas ao setor agrário 
e os populistas, que foram publicadas leis de defesa da concorrência. Em 1910, 
a Standard Oil Corporation foi dissolvida na primeira grande vitória dos 
progressistas contra o “Grande Capital”. Ironicamente, Rockfeller lucrou de fato 
com a dissolução, porque o preço das ações da Standard Oil disparou quando 
foram vendidas ao público.
Os grandes monopólios geraram grandes riquezas. Enquanto, em 1861, 
havia três milionários nos Estados Unidos, em 1900 havia 4 mil (1 milhão de 
dólares na virada do século XIX para o XX é equivalente a cerca de 100 milhões 
nos dólares de hoje).
A riqueza enorme gerou o consumo conspícuo (do inglês “conspicuous 
consumption”, um termo introduzido na economia por Thorstein Veblen em The 
Theory of the Leisure Class, 1899). Tal como os papas e aristocratas europeus de 
outras eras, os barões norte-americanos quiseram transformar as suas fortunas 
em monumentos duradouros. A riqueza foi gasta na construção de palácios 
principescos, como Marble House (Casa de Mármore), que ainda pode ser vista 
em Newport, Rhode Island; na aquisição de vastas coleções de arte que formaram 
o núcleo central dos grandes museus norte-americanos como o Metropolitam 
Museum of Arts de Nova York; e no lançamento de fundações e universidades com 
as que têm o nome de Stanford, Carnegie, Mellon e Rockfeller. Muito depois dos 
seus monopólios privados terem sido desmoronados pelo governo, ou tomados 
por concorrentes, e muito depois da sua riqueza ter sido largamente dissipada 
pelos seus herdeiros e tomada por uma nova geração de empresários, a herança 
filantrópica dos barões saqueadores continua a moldar as artes, a ciência e a 
educação nos Estados Unidos.
FONTE: SAMUELSON, Paul Anthony; NORDHAUS, William D.; TAYLOR, Robert Brian (Tradutor). 
Economia. 22. ed. Rio de Janeiro, McGraw-Hill, 2012.
172
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você estudou que:
•		A receita marginal será a receita adicional de mais um bloco de unidades 
vendidas.
•		A receita marginal é decrescente, levando em consideração uma queda do 
preço unitário e maiores volumes de vendas. Segundo a teoria marginalista, 
a maximização das vendas acontece quando a receita marginal se aproxima a 
zero.
•		Os custos fixos estão ligados aos gastos que não mudam, como o aluguel, 
depreciação; e os variáveis estão ligados diretamente aos materiais incorporados 
ao produto.
•		Os custos variáveis são aqueles que vão se acrescentando à medida que vão 
aumentando as unidades produzidas, eles fazem parte direta dos materiais 
incorporados no produto.
•		A economia de escala é um fenômeno de comportamento natural dos custos, e 
sua lógica diz que a capacidade instalada começa a ser aproveitada quando há 
aumento nas quantidades de unidades produzidas.
•		O custo médio é sinônimo de custo unitário produzido e o custo marginal é o 
acréscimo marginal nos custos recorrentes do aumento marginal das unidades 
produzidas.
•		A teoria marginalista determina que a maximização do lucro potencial acontece 
quando o nível de maximização do lucro será exatamente no ponto em que a 
receita marginal e o custo marginal se encontram em um mesmo nível, ou seja, 
são iguais.
•		A concorrência perfeita acontece quando há grandevolume de empresas e 
consumidores e não há nenhum tipo de diferenciação significativa entre as 
mercadorias a serem ofertadas no mercado.
•	 Na concorrência monopolística existe grande volume de consumidores e 
empresas, mas os produtos oferecidos são diferenciados entre si.
•	 No Oligopólio existe um grande número de consumidores, mas a oferta do 
produto é feita por um número reduzido de grandes empresas.
•		Nos monopólios, uma única empresa possui as condições de produzir e ofertar 
um determinado bem ou serviço à sociedade.
173
AUTOATIVIDADE
1 Qual a diferença entre receita total e marginal?
2 Segundo a análise marginalista, como pode se potencializar as vendas e 
qual a relação disso com a lei da demanda?
3 A receita marginal sempre gera receitas totais maiores? Determine em que 
ponto as vendas são otimizadas.
4 Na tabela a seguir, escolha o nível de quantidades vendidas, no qual poderá 
se maximizar as receitas, aplicando o conceito de receita marginal.
5 O ponto em que é gerado a maximização das receitas é de fato o ponto de 
maximização dos lucros? Explique.
6 Como pode ser definido o conceito de Economia de Escala? Cite um 
exemplo.
7 Qual a diferença entre custo médio por unidade produzida e custo 
marginal?
8 Observando a seguinte tabela, determine qual é o custo médio e qual é o 
custo marginal no nível que a padaria maximiza seus custos.
Assista ao vídeo de
resolução da questão 4
174
9 Seguindo a análise da padaria e considerando a tabela a seguir, determine 
em que nível de produção a empresa potencializa seu lucro. Explique por 
que o nível em que o lucro é maior não é quando o custo unitário é o menor.
10 Determine quando uma empresa pode potencializar o lucro.
Comportamento
175
UNIDADE 3
MACROECONOMIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• compreender os fundamentos da Teoria Macroeconômica;
• conhecer as principais políticas macroeconômicas e os principais agrega-
dos macroeconômicos;
• entender o papel da Contabilidade Social para o registro dos principais 
agregados macroeconômicos de uma economia;
• conhecer os pressupostos da teoria da determinação da renda e do produ-
to, pelo lado real da economia;
• analisar o papel e a importância da moeda no contexto da economia;
• conhecer os fundamentos do comércio internacional e das relações econô-
micas internacionais;
• analisar o fenômeno da inflação e compreender os seus principais impac-
tos na economia e na vida das pessoas.
Esta unidade está organizada em cinco tópicos. Ao final de cada tópico você 
encontrará atividades que lhe darão uma maior compreensão dos temas 
abordados.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
TÓPICO 2 – NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL
TÓPICO 3 – A DETERMINAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO NACIO-
NAL: O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO 
MONETÁRIO
TÓPICO 4 – ECONOMIA INTERNACIONAL: O SETOR EXTERNO
TÓPICO 5 – INFLAÇÃO
Assista ao vídeo 
desta unidade.
176
177
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, bem-vindo à terceira unidade do caderno de estudos 
de economia. Nesta unidade, vamos estudar a macroeconomia, uma das divisões 
da teoria econômica, lembra-se? Você já viu isso brevemente na Unidade 1 e 
agora vamos aprofundar. Iremos estudar, nesta Unidade 3, a evolução teórica da 
macroeconomia, suas estruturas de análise e os principais objetivos da política 
macroeconômica.
Inicialmente, é importante compreender que a macroeconomia é a parte 
da teoria econômica que tem por objetivo estudar o comportamento do sistema 
macroeconômico como um todo. Seu objeto de estudo são as relações entre os 
grandes agregados, como o PIB (Produto Interno Bruto), a renda nacional, o 
nível de emprego, a inflação, o desemprego, o consumo agregado, a poupança 
agregada, os investimentos totais, a balança de pagamentos, entre outros. Dito de 
outra maneira, é o estudo da economia de uma forma mais abrangente. 
Ao estudar esses agregados, a macroeconomia deixa para um segundo 
plano o comportamento das unidades individuais e dos mercados específicos, 
que são estudados pela microeconomia. Este subcampo fornece princípios que 
permitem a mensuração da atividade econômica geral e de um determinado 
sistema econômico, já que trabalha com relações estatísticas e diversas variáveis 
agregadas. Além da ferramenta de análise, é um instrumento que auxilia na 
previsão do comportamento das economias.
Vale dizer, ainda, que apesar das diferenças entre a microeconomia e a 
macroeconomia, não existe uma espécie de conflito entre elas, já que ambas são 
consideradas as duas grandes áreas da Teoria Econômica. Dito isso, especificamente, 
quando surgiu esse ramo da teoria econômica? 
Veremos melhor no decorrer deste tópico. Bom estudo!
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
178
2 EVOLUÇÃO DA TEORIA MACROEOCONÔMICA 
Podemos dizer que a macroeconomia ganhou maior relevância a partir dos 
anos 1930, em meio à Grande Depressão, iniciada em 1929, principalmente com 
a publicação da obra “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”, em 1936, 
de John Maynard Keynes. Anteriormente, outros economistas contribuíram com 
discussões acerca do desempenho da economia como um todo, como Adam Smith, 
Malthus, Karl Marx e F. List. Contudo, Keynes é considerado o fundador da teoria 
macroeconômica, em suas tentativas de explicar a crise econômica que atingia o 
mundo e ao propor medidas para sair dela. 
Prezado acadêmico, a crise de 1929, conhecida como a “Grande Depressão”, foi o 
período de maior crise econômica, em nível mundial, do século XX. Ela teve início em 1929, 
cujo ápice foi a quebra da bolsa de valores de Nova York. No primeiro momento, atingiu 
a economia norte-americana e a Europa, depois, os países latino-americanos, asiáticos e 
africanos (SANDRONI, 1999).
Prezado acadêmico, embora Keynes seja considerado o “pai” da macroeconomia, 
o economista polonês Michal Kalecki chegou aos mesmos resultados, também por volta 
dos anos 1930. Enquanto Keynes baseou sua investigação nos pressupostos da economia 
neoclássica, Kalecki partiu dos pressupostos marxistas.
A crise econômica que seguiu nos anos 1930 causou uma série de problemas 
socioeconômicos, dentre eles, elevados índices de desemprego. Até este período, 
a preocupação dos economistas em estudar os problemas “macro” da economia 
não tinha muita notoriedade, particularmente, a questão do nível de emprego. Isso 
porque a corrente hegemônica de economistas tinha como base os pressupostos 
clássicos, baseados na Lei de Say. Isto é, sustentavam que a oferta guiava a 
demanda e que o mercado se autorregulava, encontrando assim, o equilíbrio de 
forma natural.
Assim, para estes pensadores, tanto a crise econômica como os problemas 
dela advindos (dentre os quais, o desemprego e a superprodução) seriam 
temporários, de modo que a economia encontraria, naturalmente, seu equilíbrio, 
com base nas forças do próprio mercado. De certa maneira, esses pressupostos 
subestimaram os efeitos da crise de 1929 e, portanto, já não apresentavam soluções 
capazes de atenuar os problemas da depressão econômica. 
IMPORTANT
E
NOTA
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
179
A crise que se seguiu nos anos 1930 mostrou as limitações dessa teoria, 
que presumia o equilíbrio automático da economia. Keynes, a partir de estudos 
sobre o emprego e os ciclos econômicos, superou tais conceitos e sugeriu formas 
para atenuar a crise. Ele apontou justamente o contrário do que preconizavam 
os economistas clássicos: evidenciou que a demanda era responsável por guiar a 
oferta (pois, para Keynes, as necessidades dos indivíduos é que influenciariam na 
oferta) e comprovou que o nível de emprego de uma economia estava ligado a sua 
demanda efetiva, que correspondeàquela proporção da renda direcionada a gastos 
com o consumo e com o investimento (PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 
2004; NOGAMI; PASSOS, 2012).
Com isso, negou que a solução para a crise econômica encontrava o 
“autoequilíbrio” do mercado. O “remédio” proposto para sair da depressão 
econômica foi uma política macroeconômica de estímulo à demanda efetiva/
agregada da economia, ou seja, com políticas de intervenção do Estado na economia 
de um país, do lado da demanda agregada, através de gastos e investimentos em 
atividades produtivas (como a construção de obras públicas, subsídios a setores 
estratégicos da indústria, aumento do crédito, redução da taxa de juros, entre 
outros). 
Podemos dizer que a demanda efetiva/agregada é a demanda por bens e 
por serviços que possuem capacidade de pagamento. Refere-se às necessidades que a 
população efetivamente possa pagar (SANDRONI, 1999).
As principais preocupações de Keynes se concentraram nos grandes 
agregados econômicos de curto prazo (os clássicos defendiam o longo prazo). 
Além disso, sustentou que a situação de pleno emprego era apenas uma das tantas 
situações possíveis em uma economia. Ao contrário dos clássicos, dizia ser possível 
alcançar o equilíbrio de uma economia com desemprego no mercado de trabalho. 
Inclusive, sem o pleno emprego dos recursos produtivos.
Caro acadêmico, o pleno emprego de uma economia corresponde a uma 
situação em que todos os recursos disponíveis (emprego, por exemplo) estão sendo 
utilizados de forma plena na produção dos bens e dos serviços, o que garante o equilíbrio 
das atividades produtivas (SANDRONI, 1999).
IMPORTANT
E
NOTA
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
180
Foi justamente a partir do trabalho de Keynes que a teoria macroeconômica 
ganhou evidência e se desenvolveu profundamente, principalmente no pós-Segunda 
Guerra. Mais e mais, os economistas estavam preocupados em compreender as 
variáveis que influenciavam o desempenho da economia, em seus vários âmbitos 
(PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 2004; NOGAMI; PASSOS, 2012).
2.1 BREVE EVOLUÇÃO DA MACROECONOMIA
Os pressupostos defendidos por Keynes influenciaram muitos governos 
no direcionamento de suas políticas de planejamento econômico, bem como 
economistas em suas análises da realidade. No primeiro caso, por exemplo, podemos 
citar o famoso New Deal, programa de recuperação econômica do presidente norte-
americano Franklin D. Roosevelt (1933 - 1939). A convicção que se tinha era de 
que o capitalismo poderia ser salvo das crises, desde que o Estado intervisse na 
economia. No segundo caso, a explicação dos problemas macroeconômicos tornou-
se cada vez mais complexa, fazendo surgir várias escolas de pensamento. Dentre 
elas, os keynesianos, os monetaristas, os novos clássicos, os neokeynesianos e os 
institucionalistas (PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 2004).
Como o nome sugere, os keynesianos baseavam suas análises na obra de 
Keynes e defendiam seus principais pressupostos. Tentavam demonstrar que as 
economias capitalistas se caracterizavam pela incapacidade de alcançar o nível de 
pleno emprego, devido às falhas de mercado. E assim, a recomendação era de 
intervenção do Estado via políticas de gastos públicos, fiscal e monetária. 
No período que se sucedeu à Segunda Guerra Mundial, as formulações 
keynesianas dominaram o debate econômico e se difundiram pelo mundo, sendo 
adotadas por inúmeros governos. De fato, a adoção destas políticas contribuiu 
para o crescimento da economia por alguns anos, sem distúrbios graves.
Porém, a partir dos anos 1970, tornou-se recorrente entre muitos países a 
ocorrência do fenômeno da estagflação, que nada mais é do que uma situação de 
estagnação econômica, com baixos ou mesmos índices negativos de crescimento, 
combinado com altos níveis de inflação e desemprego. Neste período, a corrente 
keynesiana de explicação dos problemas macroeconômicos perdeu espaço. 
Ganhou força, então, o chamado monetarismo (cujo importante pensador é Milton 
Friedmann), rotulado como uma espécie de antítese do pensamento keynesiano.
Os monetaristas preconizavam que a economia de mercado se autorregulava, 
não havendo necessidades de intervenção por parte do Estado. Para esta corrente 
de pensamento, o problema da inflação era essencialmente de ordem monetária. 
Da mesma maneira, entendiam que as flutuações econômicas resultavam, em sua 
maior parte, de alterações na oferta monetária. Logo, a moeda era a variável mais 
importante na determinação da demanda efetiva/agregada da economia (PINHO; 
VASCONCELLOS; GREMAUD, 2004).
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
181
Dessa maneira, o controle do estoque de moeda, ou melhor, uma oferta 
monetária estável, permitiria um controle do processo inflacionário e também 
serviria para manter a economia em equilíbrio. Apenas no curto prazo mudanças 
na política monetária poderiam estimular a demanda efetiva, no longo prazo 
geraria inflação.
Também nos anos 1970 e 1980 ganhou força a escola das expectativas 
racionais, conhecida como os novos clássicos. Analogamente aos monetaristas, 
defendiam que a economia se autorregulava e, portanto, políticas de intervenção 
por parte do Estado acabavam sendo ineficazes. Sustentavam o controle da oferta 
de moeda, bem como a ideia das expectativas racionais, isto é, de que os agentes 
econômicos fundamentam suas expectativas futuras de forma racional. 
Segundo estes pensadores, os indivíduos têm acesso a muitas informações 
no campo econômico, desde o entendimento da economia até a devida compreensão 
dos impactos de políticas monetárias e fiscais. Assim, conseguem prever as ações 
do governo no que diz respeito à política econômica, tornando-as ineficazes 
(PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 2004).
Mais recentemente, a escola dos novos keynesianos vem analisando a 
realidade com base nos principais pressupostos de Keynes, porém, a partir em 
um esquema teórico mais sólido. Evidentemente, sustentam que a economia 
capitalista não se autorregula e que o pleno emprego dificilmente pode ocorrer, 
pois tanto os salários como os preços não são tão flexíveis. Defendem que os 
governos estabeleçam políticas de estabilização.
Por fim, os institucionalistas trazem novos elementos para a discussão dos 
agregados macroeconômicos. Dentre eles, o papel da tecnologia e das instituições. 
Para estes pensadores, existe um grau elevado de abstração em determinadas 
correntes do pensamento econômico. Além disso, sustentam que existem muitas 
instituições sociais e de poder que influenciam na formação dos preços e na 
alocação de recursos na economia. Para eles, o mercado é apenas uma dessas 
instituições e, sendo assim, é preciso levar em consideração, nas análises, todas as 
outras estruturas organizacionais que influenciam a formação de preços e demais 
setores da economia (NOGAMI; PASSOS, 2012).
3 OBJETIVOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA
Como já mencionado, a macroeconomia preocupa-se com os grandes 
agregados econômicos. As políticas macroeconômicas têm por principais objetivos 
alcançar um alto nível de emprego, a estabilidade de preços, a distribuição de renda 
e o crescimento econômico. As questões relacionadas ao emprego e à inflação são 
preocupações centrais das políticas chamadas de estabilização, e são geralmente 
preocupações de curto prazo. Já as questões relativas ao crescimento econômico e 
à distribuição de renda abrangem aspectos estruturais e, assim, são geralmente de 
longo prazo. 
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
182
Vejamos melhor os principais objetivos da política macroeconômica: 
I. Alto nível de emprego: as discussões sobre desemprego datam de 1930 e 
permitiram um aprofundamento do debate sobre a macroeconomia. Keynes foi 
quem forneceu os instrumentos necessários para que a economia em recessão 
recuperasse seu nível de emprego. Antes de 1930 o desemprego não era 
preocupação frequentedos economistas. Isto porque predominava o pensamento 
dos economistas liberais que acreditavam nos pressupostos do livre mercado, 
sem a interferência do Estado na atividade econômica. Eles acreditavam que 
“uma mão invisível” seria capaz de guiar os mercados ao pleno emprego. A 
inexistência de uma política econômica levou à quebra da bolsa de Nova York 
em 1929, uma recessão geral que atingiu boa parte dos países no ano seguinte. 
Com a contribuição de Keynes, as bases da economia moderna foram lançadas, e 
com elas, as políticas macroeconômicas e a intervenção do Estado na economia. 
Com isso, a busca por elevados níveis de emprego tornou-se um dos objetivos 
das políticas macroeconômicas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). 
Prezado acadêmico, o Balanço de Pagamentos (BP) corresponde ao registro 
contábil de todas as transações econômicas realizadas entre os agentes econômicos de um 
país com o exterior, ocorridas em um determinado período de tempo. Veremos mais sobre 
o Balanço de Pagamentos no Tópico 4.
II. Estabilidade de preços: a inflação ocorre quando há um aumento generalizado 
nos níveis gerais de preços. Por que a inflação pode vir a ser uma questão 
preocupante? Como veremos mais adiante, a inflação traz consequências 
negativas sobre a distribuição da renda, sobre os investimentos, sobre o setor 
produtivo e sobre o balanço de pagamento. Assim, um dos objetivos da política 
macroeconômica é a busca pela estabilização dos preços.
III. Distribuição de renda: na última década, o Brasil experimentou uma retomada 
do seu crescimento, especialmente entre 2004 - 2005. A política governamental 
adotada neste período, somada à conjuntura econômica mundial favorável, 
principalmente no que se refere à demanda de commodities (principalmente 
por parte da China), favoreceu a distribuição de renda entre os mais pobres 
e fortaleceu o mercado interno, já que impulsionou o consumo por parte das 
classes mais baixas. Isso possibilitou um maior crescimento da economia. 
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
183
FIGURA 18 – DISTRIBUIÇÃO DESIGUAL
FONTE: Disponível em: <http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/01/
distribuicao-de-renda-e-concentracao-da-riqueza-no-brasil.html>. 
Acesso em: 9 jan. 2017.
Neste período, o mercado interno se fortaleceu atraindo mais capitais do 
exterior, impulsionando o crescimento econômico. Todavia, o Brasil ainda é um 
dos países mais desiguais do mundo. Basta atentar para as diferenças regionais 
e de renda entre a população, por exemplo. Tendo estas preocupações em vista, 
a política macroeconômica tem fundamental importância como um mecanismo 
capaz de orientar a redistribuição das rendas de maneira mais equitativa.
IV. Crescimento econômico: quando se fala em crescimento econômico, estamos 
nos referindo ao crescimento da renda nacional per capita e do aumento da 
capacidade produtiva de uma economia. Em outras palavras, significa colocar 
à disposição de todos uma quantidade maior de mercadorias, bens e serviços. 
O crescimento de um país é medido pelo Produto Interno Bruto (conheceremos 
melhor este indicador no próximo tópico). Promover o crescimento de 
uma economia é umas das preocupações das políticas macroeconômicas 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
4 OS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA 
Vimos até aqui que as políticas macroeconômicas têm alguns objetivos, que 
são a estabilidade de preços, o alto nível de emprego, a distribuição da renda e o 
crescimento econômico. 
Como o governo atinge tais objetivos, na prática? Para dar conta destes 
objetivos, o governo faz uso dos instrumentos de política macroeconômica. 
Dentre eles, destacam-se: a Política Fiscal, a Política Monetária, a Política Cambial 
e Comercial e a Política de Rendas. É através destes instrumentos que o governo 
intervém na economia, com o objetivo de atingir as metas macroeconômicas 
(controle da inflação, fomento ao emprego, distribuição de renda, crescimento 
econômico) (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
184
Vejamos cada uma delas:
FIGURA 19 - OBJETIVOS E INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ECONÔMICA 
FONTE: Adaptado de Nogami; Passos (2012) e Vasconcellos; Garcia (2004)
4.1 POLÍTICA FISCAL 
 A política fiscal refere-se às ações do governo quanto aos seus gastos e 
receitas. Corresponde aos instrumentos utilizados para a arrecadação dos tributos 
(política tributária) e para o controle de gastos (política de gastos). 
FIGURA 20 – TRIBUTOS
FONTE: Disponível em: <https://institutomiguelcalmon.files.
wordpress.com/2012/12/carg-tributaria1.jpg>. Acesso 
em: 9 jan. 2017.
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
185
Como essa política intervém na economia? Por meio da política fiscal o 
governo pode estimular a demanda agregada (estimular o consumo, fomentar 
o crescimento econômico e o emprego) ou contraí-la (desestimular o consumo, 
“frear” a capacidade produtiva).
Para estimular a demanda, o governo deve utilizar algumas medidas de 
política fiscal expansiva. Entre eles, diminuindo os impostos (por exemplo, a 
redução do IPI para compra de automóveis e eletrodomésticos) e aumentando os 
seus gastos (por exemplo, investimentos em obras de infraestrutura, transferências 
para a população, subsídios ao setor privado, entre outros). Isso irá fomentar – 
acelerar – a economia e fomentar o crescimento econômico.
Já para contrair a demanda agregada, o governo deve fazer uso de uma 
política fiscal restritiva. Dentre seus mecanismos estão o aumento dos impostos 
(por exemplo, aumentando a taxa do IPI e outros tributos) e a contração dos gastos 
públicos (reduzir o valor das transferências, dar menos subsídios, realizar menos 
obras de infraestrutura). Com tais medidas, o consumo é retraído e a economia 
irá “desacelerar”. Inclusive, estas ações de política fiscal restritiva são utilizadas 
como mecanismo de combate à inflação (NOGAMI; PASSOS, 2012; VICECONTI; 
NEVES, 2005).
4.2 POLÍTICA MONETÁRIA 
A política monetária representa a atuação do governo sobre a quantidade 
de moeda. Os instrumentos desta política são: o controle da emissão de moeda, 
as reservas compulsórias, a operação de mercado aberto (compra e venda de 
títulos públicos), redescontos e regulamentação do crédito e da taxa de juros. Seu 
propósito é controlar a liquidez do sistema econômico, deixando em posse dos 
agentes econômicos mais moeda ou menos moeda.
FIGURA 21 – MÁQUINA DE DINHEIRO
FONTE: Disponível em: <https://encrypted-tbn2.gstatic.
com/images?q=tbn:ANd9GcQdM2tupRe3Jxk37-u-
4AoS3MclxySltmlSEUJqUFo_VyK61rF0LQ>. Acesso em: 9 
jan. 2017.
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
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Caso o governo precise contrair o volume de moeda em posse dos agentes 
econômicos, ele deve lançar mão de uma política monetária contracionista. 
Dentre os mecanismos utilizados (através da autoridade monetária, ou seja, o 
Banco Central) estão o aumento da taxa do depósito compulsório (porcentagem 
do volume dos depósitos captados pelos bancos que necessariamente precisa ser 
depositado no Banco Central, como reserva para eventuais desequilíbrios) e a venda 
de títulos públicos na operação de mercado aberto (ao vender títulos, o governo 
“retira” dinheiro da economia). Com essas ações, haverá diminuição do estoque de 
moeda na economia, “desacelerando-a”, já que as pessoas irão consumir menos. 
Inclusive, estas medidas são utilizadas para controlar a inflação.
Agora, se o governo precisa aumentar o estoque de moeda na economia, 
ele adotará mecanismos de política monetária expansiva. Assim, irá diminuir 
a taxa do depósito compulsório e comprar títulos públicos nas operações de 
mercado aberto. Estas duas ações irão aumentar o estoque de moeda nas mãos 
dos agentes econômicos. Isso irá fomentar a demanda agregada (isto é, as pessoas 
irão consumir mais) e o desenvolvimento econômico (NOGAMI; PASSOS, 2012; 
VASCONCELLOS;

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