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UNIVERSIDADE LICUNGO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO EDUCAÇÃO AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL José Jeque, MSc. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO • • • Como instrumento de gestão educacional, a avaliação institucional tem de dar resposta à três (3) principais questões: Qual é a situação actual da organização? Qual é a situação futura desejada pela organização? Que caminhos seguir para o alcance da situação futura? Avaliação Institucional Objectivo A avaliação institucional tem como principal objectivo criar parâmetros e subsídios para estabelecer directrizes necessárias à elevação do padrão de desempenho e à melhoria contínua da qualidade e da pertinência das actividades desenvolvidas nas dimensões política, pedagógica e administrativa da escola. 1. 2. O processo de avaliação institucional pode ser realizado de duas maneiras: Auto-Avaliação [pelos actores e/ou membros da própria organização, ex: colegas professores, gestores da escola]; e Avaliação Externa [pelos actores externos e/ou membros da organização, ex: superiores, clientes]. TIPOS AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL É quando a própria organização volta-se para o levantamento da sua realidade, utilizando metodologias e instrumentos que possibilitam uma análise abrangente e profunda sobre a sua estrutura institucional. É um processo cíclico, internamente participativo, externamente validado, destinado a identificar e pôr em prática acções específicas. Deve responder a critérios de avaliação adequados, explícitos e aceites, e permitir o alcance, a manutenção e melhoria dos níveis de qualidade necessários para o pleno desenvolvimento do projecto institucional. AUTO-AVALIAÇÃO É quando a organização agrega um olhar externo ao processo interno. Este tipo de avaliação é praticada por especialista externo convidado e ou pelo poder público por meio de suas acções de regulação do sistema de ensino. AVALIAÇÃO EXTERNA PRESSUPOSTOS PRÁTICOS DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL Criação da cultura de avaliação A avaliação institucional como instrumento de melhoria da qualidade deve ser percebida como um processo justo e equitativo por todos os envolvidos directa ou indirectamente com a organização. O efectivo conhecimento do papel da avaliação como um processo que promoverá resultados satisfatórios a todos os envolvidos garantirá a adesão e a decorrente contribuição dos segmentos organizacionais. A avaliação deve ser colectiva e participativa A avaliação institucional deve ser desejada por todos como um instrumento que ajudará a organização em todos os seus aspectos, não devendo ser imposta pelos dirigentes como um processo autoritário e passível de sanções. Apoio e comprometimento da equipa gestora A avaliação não pode ser entendida ou utilizada como um instrumento ameaçador ao sistema gerencial existente, porque, a ser assim, encontrará resistências que poderão comprometer a legitimidade dos resultados. A ética que suporta o processo e a segurança do propósito da avaliação institucional garantirá a confiança da comunidade escolar. Capacitação dos avaliadores A comissão de avaliação deve estar devidamente capacitada nas três etapas que compõem o processo: preparação (estudo do instrumento de avaliação). desenvolvimento (aplicação do instrumento de avaliação, de acordo com o cronograma de actividades definido). consolidação (organização do relatório – roteiro e evidências). Utilização dos resultados para o propósito da avaliação Os resultados deverão subsidiar a tomada de decisões, promovendo correcções, ajustes, alterações nos aspectos que estiverem dificultando o desempenho pedagógico e administrativo da instituição. A divulgação dos resultados deverá ser sistematizada e realizada dentro de curto espaço de tempo, garantindo que os dados reflictam a actual situação e permitam a identificação das medidas necessárias. Continuidade A periodicidade do processo de avaliação permitirá a verificação da eficácia das medidas adoptadas, estabelecendo dados comparativos da evolução dos diferentes processos de gestão da instituição. O processo deverá estar ancorado em uma concepção de avaliação comprometida com a melhoria contínua da qualidade de cada actividade pedagógica ou administrativa. Objectividade A avaliação deve pautar-se em pressupostos claros e a metodologia adoptada deve garantir objectividade em todas as etapas. O processo deve superar meras verificações e mensurações, destacando os significados das actividades institucionais, não apenas do ponto de vista académico, mas também quanto aos impactos sociais, económicos, políticos e culturais. Respeito e valorização da identidade institucional O conhecimento e o respeito da imagem, da filosofia e dos valores que regem todas as actividades da escola são princípios norteadores que fortalecem a responsabilidade social da instituição e a consolidação de sua identidade junto à comunidade interna e seu entorno. PRINCÍPIOS PRÁTICOS DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL PRINCÍPIOS A avaliação institucional em educação deve pautar pela observância de sete (7) princípios básicos: Globalidade; Comparabilidade; Respeito à identidade institucional; Não-punição ou premiação; Adesão voluntária; Legitimidade; e Continuidade. Globalidade É necessário avaliar a instituição não só a partir de uma das suas actividades, mas e sobretudo a partir de todos os elementos que compõem a sua vida, para que a mesma seja a mais completa possível. Assegurar o uso da linguagem comum em relação as demais instituições educacionais, permitindo a uniformização da metodologia e indicadores. Garantir a contemplação das características próprias das instituições, evitando exigir desempenhos incompatíveis com as suas características. Comparabilidade Respeito à identidade institucional O processo de avaliação não deve estar vinculado a mecanismos de punição ou premiação; deve prestar-se na identificação e formulação de políticas , acções e medidas institucionais que impliquem o seu aperfeiçoamento. É o suporte da cultura de avaliação (legitimidade política), reconhecimento de que o êxito do processo da avaliação depende da construção colectiva e intensa participação dos seus membros, tanto nos procedimentos e implementação, como na utilização dos resultados. Não-punição ou premiação Adesão voluntária O processo de avaliação precisa de uma legitimidade técnica, expressa através de (i) uma metodologia capaz de garantir a construção de indicadores adequados acompanhados de uma abordagem analítico-interpretativa que dá significado v às informações; e (ii) construção de informações fidedignas capaz de ser aceite pela comunidade da escola/universidade avaliada. Um processo da avaliação deve ser contínuo para permitir a comparabilidade dos dados de um determinado momento a outro, revelando o grau de eficácia das medidas adoptadas a partir dos resultados obtidos. Legitimidad e Continuidad e PROCESSO E PRÁTICA DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL REQUISITOS Em qualquer exercício de avaliação institucional em educação é indispensável a observância de alguns requisitos gerais: Compromisso das autoridades; Liderança, consenso, motivação e participação; Claridade e transparência; Qualidade e pertinência da informação. REQUISITOS Existência de uma Comissão (Interna ou Externa) de Avaliação. Compreensão da comunidade académica sobre o compromisso de melhoria da qualidade.Sensibilização e motivação interna. Abertura para a validação dos resultados do processo. Apoio explícito e compromisso dos dirigentes. Garantia de recursos mínimos (humanos e financeiros). ETAPAS O processo da avaliação institucional em educação é constituída por três (3) principais etapas: PREPARAÇÃO – planeamento, através de definição de requisitos, metodologia, dimensões, categorias e indicadores. DESENVOLVIMENTO – operacionalização/ aplicação dos instrumentos de avaliação, de acordo com o cronograma de actividades definido. CONSOLIDAÇÃO – organização do relatório: roteiro e evidências, divulgação de resultados, uso dos resultados e meta-avaliação. Constituição da Comissão. Sensibilização para o processo. Elaboração do projecto de avaliação. Sensibilização p/a operacionalização. Acções. Levantamento de dados/informações. Análise das informações. Relatório final. Divulgação de resultados. Balanco crítico. PLANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO Preparação Desenvolviment o Consolidação METODOLOGIA a) b) A colecta de dados e geração de informações baseia- se em duas abordagens: Qualitativa: informação de carácter qualitativo. Quantitativa: informação de carácter quantitativo. São utilizados técnicas como: Questionários; Entrevistas; Reuniões com grupos focais. A metodologia garante o processamento dos dados, sistematização e cruzamento das informações, para a análise das dimensões e a elaboração dos juízos avaliativos. INSTRUMENTO DA AVALIAÇÃO O instrumento da avaliação institucional em educação é constituído por 3 elementos: dimensões, categorias, indicadores. agrupamentos das principais características dos aspectos institucionais sobre os quais se emite o juízo de valor e, no seu conjunto, expressam a totalidade da instituição. aspectos em que se divide a dimensão e que, em seu conjunto, expressam a situação em que se encontra a instituição com respeito a cada dimensão. DIMENSÕE S CATEGORI AS INDICADORE S INSTRUMENTO DA AVALIAÇÃO DIMENSÃO CATEGORIA INDICADOR Formação e Condições de Trabalho dos profissionais da educação Docentes Nível académico Critérios de admissão, progressão e promoção na carreira Programas de capacitação didáctico-pedagógica Corpo Técnico Administrativo Critérios de admissão, progressão e promoção na carreira Divisão equitativa das tarefas pelas equipas de trabalho Programas de capacitação especifica para a melhoria do trabalho de apoio prestado RESULTADOS E META- AVALIAÇÃO USO DOS RESULTADOS Consiste na divulgação permanente com a comunidade do processo de implementação das acções com as quais houve compromisso institucional. META-AVALIAÇÃO Consiste na avaliação do processo para a detecção das inconsistências do projecto de avaliação institucional e as dificuldades da metodologia do processo, para introdução de melhorias a cada nova edição. PROBLEMAS DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL PROBLEMAS DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL O principal problema da avaliação institucional está em torno de como é tratada a relação com a qualidade da educação. Existe uma visão salvífica da avaliação, como se bastasse avaliar as escolar para que estas, por artes mágicas, se transformassem em escolas de qualidade para todos. É cada vez mais comum encontrar um aparente consenso em torno do imperativo da promoção da qualidade da escola através da avaliação institucional. PROBLEMAS DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL A qualidade é um conceito polissémico que, a sua avaliação, remete para os “espaços de poder e conflito” que envolvem a sua delimitação conceptual. O discurso hegemónico da qualidade, fortemente influenciada pela visão mercantil (foco no mercado), silencia e inviabiliza outras narrativas e possibilidades, subordinando a democratização da escola à sua vontade. PROBLEMAS DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL A qualidade da educação escolar não se consubstancia apenas na sua “qualidade científica e pedagógica”, mas também na sua qualidade democrática. Por isso, exige-se que a avaliação das escolas se estruture através de procedimentos mais complexos, diversificados e muito distintos daqueles que baseiam-se apenas nos exames externos padronizados.
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