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DIREITO REAIS Direito do promitente comprador Direitos reais de garantia: normas gerais Aula 14 Objetivos Ao final da sessão o aluno deverá ser capaz de: • Identificar os requisitos legais que conduzem o contrato de compra e venda a ser causa do direito real do promitente comprador; • Compreender as normas gerais aplicáveis aos direitos reais de garantia ESTRUTURA DE CONTEÚDO Unidade 6 - continuação 6.3. Direito real do promitente comprador do imóvel 6.3.1. Conceito 6.3.2.Constituição 6.3.3. Efeitos 6.1.4. Necessidade do registro do título Unidade 7 - DIREITOS REAIS DE GARANTIA 7.1. Conceito e natureza jurídica 7.2. Constituição 7.3. Requisitos 7.4. Características DIREITOS REAIS (Art 1225 CC) Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Lei 11.481/2007) XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) Direito real do promitente comprador do imóvel Art 1417 a 1418 CC DL 58/37 Lei 6.766/79 Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel. • Promessa irretratável de compra e venda • Sem cláusula de arrependimento • Instrumento público ou particular, registrado no cartório de imóveis • Gera direito real de aquisição do imóvel. • Direito real limitado, sobre coisa alheia • Possui eficácia real após registro • Antes do registro: > direito obrigacional -> resolvido com perdas e danos. Formas de execução do contrato a) Pela entrega da escritura definitiva. b) Pela sentença constitutiva de adjudicação compulsória. Súmula 413 - STF O compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que não loteados, dá direito à execução compulsória, quando reunidos os requisitos legais. Súmula 239 - STJ O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. SÚMULA 84 STJ SÚMULA 84 - E ADMISSIVEL A OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIRO FUNDADOS EM ALEGAÇÃO DE POSSE ADVINDA DO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMOVEL, AINDA QUE DESPROVIDO DO REGISTRO. Ementa: EMBARGOS DE TERCEIRO. COMPROMISSO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA. AUSÊNCIA DE REGISTRO. BOA-FÉ DO POSSUIDOR DO IMÓVEL. APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 84 DA SÚMULA DO STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CAUSALIDADE. ENUNCIADO 303 DA SÚMULA DO STJ. 1. O possuidor de boa-fé tem legitimidade para defender a posse do bem adquirido por contrato de compra e venda, independentemente de registro em cartório imobiliário (Enunciado 84 da Súmula do STJ). 2. Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios (Enunciado 303 da Súmula do STJ). 3. Apelação da Fazenda Nacional e à remessa oficial a que se nega provimento. Encontrado em: /09/2014 - 12/9/2014 SUM_00000084 STJ SUM_00000303 STJ APELAÇÃO CIVEL AC 13323120104013801 (TRF-1 APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. COMPRA E VENDA NÃO REGISTRADA. PENHORA. INEFICÁCIA DA CONSTRIÇÃO EM FACE DO TERCEIRO POSSUIDOR DE BOA FÉ. PROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS. SÚMULA 84 DO STJ. Situação em que a penhora ocorreu após a venda do imóvel a terceiros de boa-fé. Contrato de compra e venda que restou firmado em data anterior à constrição, servindo o imóvel como residência dos embargantes. A falta de registro imobiliário não impede a procedência dos embargos de terceiro. Inteligência da Sum. 84 do STJ. Prova dos autos a evidenciar que a parte embargante detém os direitos sobre a coisa constrita, legitimando-a ao manejo da ação possessória. Confirmação da sentença de procedência dos embargos, com desconstituição da penhora. Ônus sucumbenciais. Embora a proteção ao direito dos embargantes, não há negar que a penhora - e a conseqüente oposição dos embargos, poderiam ter sido evitadas, caso os embargantes tivessem procedido à transferência do imóvel no registro imobiliário. Incidência da Súmula n. 303 do STJ. Ao mesmo tempo, o embargado resistiu à pretensão, inclusive apelando para fazer valer a constrição, não obstante as evidência fáticas, o que justifica a distribuição dos ônus sucumbenciais. APELO DESPROVIDO E RECURSO ADESIVO PROVIDO EM PARTE. (Apelação Cível Nº 70055287049, 12ª Cam Civ, TJRS, Rel: José Aquino Flôres de Camargo, J. 15/08/2013) Direitos Reais de Garantia Penhor, Hipoteca, Anticrese (Art. 1419 1510 CC) DIREITOS REAIS (Art 1225 CC) Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; Dtos Reais de Garantia X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Lei 11.481/2007) XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) XIII - a Laje Conceito e natureza jurídica Direitos reais de garantia • São direitos acessórios que asseguram adimplemento de obrigação principal. Há 2 relações distintas: Natureza pessoal - consiste na obrigação garantida; Natureza real - Vinculação de determinado bem ao adimplemento da obrigação garantida. Garantia - Conceito “ Segurança especial criada por convenção das partes para recebimento do crédito” Garantia: Fidejussória ou pessoal – terceiro se responsabiliza pela solução da dívida, caso o devedor deixe de cumprir a obrigação Real – vincula determinado bem do devedor ou mesmo de terceiro ao pagamento da dívida Dtos Reais de Garantia - Características • Vinculação de uma coisa ao pagamento da dívida. • Credor não pode usar ou gozar do bem, ainda que na sua posse. • Rendimentos do bem destinados à liquidação do débito. • Acessórios. Dtos Reais de Garantia - Constituição • Contratual • Celebrado entre partes da obrigação principal, ou terceiro que garante dívida alheia com bem próprio. • Se garantia instituída sobre bem imóvel > Registro no Cartório de Imóveis em que estiver matriculado; • No caso do penhor > contrato registrado no Cartório de Títulos e Documentos. Dtos Reais de Garantia - Constituição Para eficácia, deve conter (art. 1.424, CC): a) Valor do crédito, estimação, ou valor máximo; b) Prazo para pagamento; c) Taxa dos juros, se houver; d) Especificações do bem dado em garantia. + Capacidade para alienar. (art. 1.420, CC). Dtos Reais de Garantia - Requisitos Situações especiais: > Bem em condomínio - Cada condômino pode estabelecer direito real de garantia sobre sua fração ideal (art. 1.420, § 2º, CC); > Pós-eficacização: Propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono. Dtos Reais de Garantia - efeitos Dto de Preferência(Art. 1.422, segunda parte CC) Credor prefere no pagamento a outros credores Exceção a privilégios legais previstas (art. 1.422, §ú, CC). Ex: Preferência dos créditos fiscais na falência Dto de Sequela (Art. 1.419 CC) Possibilidade de reclamar coisa em garantia, de quem detenha injustamente. Dto de Excussão (art. 1422 CC) Possibilidade de venda em hasta pública, em execução judicial Exceção das hipotecas realizadas pelo SFH e contrato de penhor que permita venda extrajudicial. Indivisibilidade (art. 1.421 CC) Não ocorre exoneração parcial da garantia pelo pagamento de uma ou mais prestações da dívida, salvo disposição expressa Dtos Reais de Garantia - Requisitos Subjetivos • Capacidade para atos da vida civil • Capacidade especial para alienar * se casado – outorga uxória * se incapaz – autorização judicial * Bem em condomínio – condômino pode estabelecer direito real de garantia sobre sua fração ideal (Art 1420 § 2º) Dtos Reais de Garantia - Requisitos Objetivos • Coisas passíveis de alienação (Art 1420 CC) • Bem móvel ou imóvel Formais • Especialização (Art 1424 CC) Descrição pormenorizada do bem em garantia, valor da dívida, prazo p/ pagamento, juros. • Publicidade Registro do título constitutivo no registro de imóveis ou cartório de títulos e documentos Cláusula Comissória • Estipulação que autoriza credor a ficar com a coisa dada em garantia, se a dívida não for paga. • Vedação expressa (Art 1428 CC) • Autorizada a dação em pagamento por parte do devedor com aceitação do credor (Art 1428,§ único) Caso Concreto Otávio prometeu comprar, de Augusto, um imóvel não loteado em 50 prestações de R$ 3.000,00 (três mil reais) e quitou a obrigação em 26 de março de 2015. Diante da recusa do promitente vendedor em outorgar voluntariamente a escritura definitiva, viu-se na contingência de ajuizar ação de adjudicação compulsória em face de Augusto que, citado, alega não estar obrigado a fazer a escritura, pois o compromisso não se encontra devidamente registrado nos termos do artigo 1.418, do Código Civil, e não é esse o entendimento do Supremo Tribunal Federal. Indaga-se: a) O promitente comprador do imóvel tem direito real? Justifique. b) Está correta a afirmação de Augusto de que há necessidade de registro do negócio jurídico para fins de ação de adjudicação compulsória? Es clareça Questão objetiva (IAPJM Advogado 2010) Quanto aos efeitos dos direitos reais de garantia, assinale a opção correta. a. No direito brasileiro, vigora a regra de que o crédito real prefere ao pessoal, salvo se este gozar de privilégio. b. O credor de uma segunda hipoteca efetuada sobre determinado imóvel perderá a garantia do bem hipotecado. c. Ainda que não convencionado, o pagamento parcial de uma dívida importará a liberação de garantia na proporção do pagamento efetuado. d. Os herdeiros do devedor pignoratício poderão remir parcialmente o penhor, na proporção de seus quinhões. e. O credor tem o direito de penhorar o imóvel afetado ao pagamento da dívida de quem quer que o detenha.
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