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Bardonista_ Grau V ao Grau X - Introdução

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25/09/2019 Bardonista: Grau V ao Grau X - Introdução
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Grau V ao Grau X - Introdução
Em algumas ocasiões, pessoas têm me pedido para escrever algum tipo de guia
do estudante para “O Caminho do Adepto”, de Franz Bardon. Em cada vez que isso
acontecia, eu respondia com algo como “Não consigo pensar em nada para acrescentar”.
E, por anos, eu mantive essa opinião, mas as minhas experiências como participante
num grupo de discussão online sobre os trabalhos de Bardon me levaram a reconsiderar
esse sentimento. Dessa maneira, quando me pediram para reescrever o FAQ de Franz
Bardon que aparece num site popular, consenti em escrever algumas coisas sobre os
primeiros quatro Graus de CVA. Pouco eu sabia de imediato que eu encontraria todos os
tipos de coisas para dizer! Viciado em palavras como sou, terminei escrevendo não
menos que 37 páginas de comentários e perguntas a questões comumente perguntadas.
Mesmo assim, centenas de páginas adicionais poderiam ser escritas.
Tornar coisas compreensíveis e apresentar conceitos de uma maneira que seja
fácil para o leitor assimilar são a responsabilidade do escritor. Mas a responsabilidade do
escritor para por aí – cabe ao leitor adquirir o entendimento. E é o leitor que não
compreende o bastante o que o autor quer dizer que é responsável por tentar descobrir a
resposta. Isso é, com certeza, a falha de uma coisa escrita – não existe chance para
diálogo, nem colocar suas questões para o autor em busca de esclarecimento. Portanto,
muitas coisas escritas permanecem incompreendidas por muitos, ou pelo menos
parcialmente incompreendidas.
No caso dos livros de Franz Bardon, isso é fundamentado pelo fato de que, na
medida em que ele os escreveu, se colocou na perspectiva do estudante que está
envolvido verdadeiramente com o labor do material que ele descreve. Por exemplo,
quando ele descreve os exercícios do Grau V em CVA, ele diz coisas que apenas um
estudante que fez o trabalho dos exercícios dos Graus I, II, III e IV compreenderá. Dessa
forma, o estudante que está no meio do Grau II, ou o estudante que está lendo CVA pela
primeira vez e nem começou o trabalho, compreenderá o que Bardon escreveu sobre o
Grau V menos completamente do que alguém que completou o trabalho do Grau IV.
Isso certamente aconteceu comigo e, na medida em que eu progredia pelos
Graus, ficava repetidamente surpreso que eu tinha compreendido mal coisas na mera
leitura do texto que agora faziam perfeito sentido porque eu tinha feito o trabalho que
levava até aquele ponto no caminho. Foi dentro dessa atitude que eu encontrei uma
razão para continuar meu comentário sobre CVA além do limite do Grau IV que eu tinha
estabelecido anteriormente.
Eu firmemente creio que toda pessoa que progrediu em CVA até o início do Grau
V não tem necessidade de conselhos externos. O estudante do Grau V terá dominado as
técnicas mais rudimentares sobre as quais o restante do curso é construído. Ainda mais,
o estudante terá aprendido a habilidade de descobrir as respostas por si mesmos e terão,
por necessidade, aperfeiçoado essa habilidade a uma agudeza de navalha. A esse ponto,
CVA se torna muito mais fácil para o estudante.
Essa fase, caracterizada pela habilidade do estudante de perguntar as suas
questões internamente e procurar as respostas através de sua própria experimentação, é
parte necessária do caminho da iniciação. Na medida em que você trilha o caminho da
iniciação, a responsabilidade para o seu progresso cai mais e mais em suas próprias
mãos. A curiosidade e a inventividade são aliadas importantes do estudante da magia e
existem certas passagens nas quais elas são tudo que você tem à sua disposição para
trabalhar.
Eu tentei encontrar um equilíbrio entre dar a esse fato o seu respeito devido e
tentar o meu melhor para abster-me de dar incentivo a aqueles que desejam pular mais
longe do que eles estão preparados. Meu compromisso foi fazer duas coisas em relação
a CVA: primeiro, eu limitei meu comentário detalhado e sugestões práticas à seção de
Teoria e exercícios dos Graus I até IV.
Segundo, escrevi um comentário sobre os Graus V até o X que esboça alguns
dos pontos nos quais o modo de Bardon de escrever, do ponto de vista imediato do
estudante, interfere com a compreensão do leitor despreparado. Não oferecerei meu
conselho prático para esses Graus posteriores a não ser em correspondência pessoal ou
conversação com estudantes praticantes desses Graus em particular. O mesmo é
verdadeiro para os livros segundo e terceiro de Bardon, “A Prática da Evocação Mágica”
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e “A Chave para a Verdadeira Quabbalah”. Devo adicionar aqui que não espero ser
perguntado sobre tais questões. Todas as pessoas que conheço que alcançaram esses
estágios em sua iniciação não precisam pedir conselho de outra pessoa, e
consequentemente eles não pedem.
Colocando toda a minha lógica interna de lado, me preocupo pelo fato de que
aqueles que leem CVA ou aqueles que esperam ansiosamente pelos próximos Graus
terão a ideia errada do que isso tudo realmente significa. Em muitos lugares de CVA,
Bardon teve de usar metáforas que só podem ser compreendidas se você já souber o
que foi a base para construir a metáfora, em primeiro lugar. É difícil para o leitor criar as
conexões sutis entre o que é aprendido em um Grau e o que é, então, aplicado de uma
maneira nova no próximo Grau.
Minha preocupação é especialmente aguda quando chega aos PEM e CVQ de
Bardon. Muito frequentemente encontrei estudantes que pegam PEM e querem
COMEÇAR com evocação enquanto ignoram totalmente o que Bardon diz
(repetidamente) sobre tendo de se alcançar primeiro o fim do Grau VIII de CVA (ou o seu
equivalente por outros meios) antes de começar o trabalho de PEM ou CVQ. É fácil
pensar, da mera leitura desses dois livros, que é realmente possível ignorar os pré-
requisitos ditos por Bardon, mas a realidade é uma coisa inteiramente diferente e a
advertência de Bardon é completamente verdadeira. Esse tipo de incompreensão de
PEM é, em minha opinião, devido a uma falta de experiência prévia na magia genuína e a
consequente inabilidade de se verdadeiramente compreender o significado mais profundo
do que está sendo dito. Isso é inevitavelmente natural e o que eu disse deve ser
entendido apenas como uma declaração factual que deve ser tratada abertamente e não
como uma crítica.
Por essa razão acima de todas as outras, tentarei, através de meu próprio
comentário, ajudar o leitor a pelo menos se tornar consciente dos lugares nos quais essa
é uma importante adição à sua compreensão do que o autor quis dizer mais
profundamente. Se os meus comentários adicionam realmente à sua compreensão de
CVA está fora de minhas mãos – tudo que posso prometer é que tentarei fazer o meu
melhor.
Peço que, na medida em que você lê meus comentários, faça-o com esse
pensamento em mente: o único professor verdadeiro é a experiência. Até se mil sábios
gastassem um bilhão de palavras tentando explicar os Mistérios, você não compreenderia
as suas totais implicações até que tenha penetrado o que espreita além do véu. Contudo,
nunca deixe esse fato lhe dissuadir de fazer o seu máximo esforço para penetrar esse
véu – “é apenas teia de aranha”, como diz o ditado. Quanto mais você penetrar, mais
profundamente sua compreensão crescerá; e, quanto mais profunda a sua compreensão,
mais profundamente nos Mistérios você penetrará. Mantenha as suas conclusões com
mãos escorregadias de modo que você possa sempre ser capaz de renová-las. Sempre
permaneça querendo aprofundar a sua compreensão – a principal barreira quanto a isso
é nos segurarmos firme demais a nossas conclusões. Adote as suas próprias conclusões,
não aquelas de outros. Isso é especialmente verdadeiro, considerando-se que tudo que
posso oferecera você aqui são as minhas próprias conclusões, e as suas podem ser
muito diferentes das minhas. O melhor que eu espero é que ler algumas das minhas
conclusões lhe inspirará a se questionar e expandir as suas próprias conclusões.

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