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1 QUÍMICA INORGÂNICA Ministrante: Profa. Dra. Ionara Nayana Gomes Passos Grajaú/2019 Índice UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 2 Groupo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Pe ríodo 1 1 H 2 He 2 3 Li 4 Be 5 B 6 C 7 N 8 O 9 F 10 Ne 3 11 Na 12 Mg 13 Al 14 Si 15 P 16 S 17 Cl 18 Ar 4 19 K 20 Ca 21 Sc 22 Ti 23 V 24 Cr 25 Mn 26 Fe 27 Co 28 Ni 29 Cu 30 Zn 31 Ga 32 Ge 33 As 34 Se 35 Br 36 Kr 5 37 Rb 38 Sr 39 Y 40 Zr 41 Nb 42 Mo 43 Tc 44 Ru 45 Rh 46 Pd 47 Ag 48 Cd 49 In 50 Sn 51 Sb 52 Te 53 I 54 Xe 6 55 Cs 56 Ba * 71 Lu 72 Hf 73 Ta 74 W 75 Re 76 Os 77 Ir 78 Pt 79 Au 80 Hg 81 Tl 82 Pb 83 Bi 84 Po 85 At 86 Rn 7 87 Fr 88 Ra ** 10 3 Lr 104 Rf 105 Db 106 Sg 107 Bh 108 Hs 109 Mt 110 Ds 111 Rg 112 Uub 113 Uut 114 Uuq 115 Uup 116 Uuh 117 Uus 118 Uuo *Lantanídeos * 57 La 58 Ce 59 Pr 60 Nd 61 Pm 62 Sm 63 Eu 64 Gd 65 Tb 66 Dy 67 Ho 68 Er 69 Tm 70 Yb **Actinídeos ** 89 Ac 90 Th 91 Pa 92 U 93 Np 94 Pu 95 Am 96 Cm 97 Bk 98 Cf 99 Es 100 Fm 101 Md 102 No Fonte: http://www.webelements.com/germanium/ Voltar 3 1 - Propriedades Gerais dos Elementos 1.1 – Introdução 1.2 - Formato da Tabela Periódica moderna Exercício de fixação 01 1.3 - Tamanho dos átomos (raio atômico) Exercício de fixação 02 1.3.1 - Raio metálico Exercício de verificação 1.3.2 - Raio covalente 1.4 – Raios iônicos 1.4.1 - Tamanho dos íons (raio iônico) 1.4.2 - Tendências observadas nos raios iônicos 1.4.3 - Problemas com os valores dos raios iônicos 1.5 – Carga nuclear efetiva (Zefetiva, Z*) 1.6 - Energia de ionização 1.6.1 - Fatores que influenciam na energia de ionização 1.7 - Afinidade eletrônica (E) 1.8 - Ciclo de Born-Haber 1.9 - Eletronegatividade 1.9.1 - Tendência da eletronegatividade 1.10 - Poder polarizante e polarizabilidade Inicio 4 1.1 - Introdução TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS Dmitri Ivanovich Mendeleev - Publicou primeiro; J. L. Meyer - Cientista alemão também organizou um modelo de tabela periódica. Mendeleev - observou regularidade nas propriedades químicas ao ordenar os elementos de forma crescente em relação as massas atômicas. Lei periódica: As propriedades químicas e físicas dos elementos variam com suas massas atômicas de um modo periódico, e usou esta lei para organizar sua tabela periódica 5 TABELA PERIÓDICA DE MENDELEEV Períodos - linhas horizontais – os elementos eram colocados em ordem crescente de massa atômica; Grupos – formados pelos elementos que aparecem uns sobre os outros e que têm propriedades semelhantes; →Fator importante na tabela de Mendeleev: →Aparecimento das lacunas; →Prever com exatidão as propriedades de elementos desconhecidos e determinar massas atômicas inexatas; Dmitri Ivanovich Mendeleev (1834 - 1907) 6 A tabela de Mendeleev - semelhante em muitos aspectos à tabela moderna. A partir de 1894, os gases nobres começaram a ser descobertos, então surgiu um novo fato. O argônio (Ar) e o potássio (K): cairiam em grupos incompatíveis com suas propriedades. As massas atômicas não eram, pois, o conceito correto a ser associado à periodicidade das propriedades dos elementos. Voltar 7 LEI PERIÓDICA Quando os elementos são colocados em ordem crescente de número atômicos, é observada uma repetição periódica em suas propriedades Tabela 8 1.3 Tamanho dos Átomos (raio atômico) Uma das propriedades atômicas mais úteis de um elemento é o tamanho de seus átomos e íons. Considerações geométricas são de importância crucial para as estruturas de muitos sólidos e moléculas individuais, e a distância dos elétrons ao núcleo reflete a energia necessária para removê-lo no processo de formação de íon e ou no compartilhamento na formação de ligação química. 9 A teoria quântica do átomo não fornece valores precisos de raios atômicos e iônicos porque a grandes distâncias a função de onda dos elétrons diminui exponencialmente com o aumento da distância do núcleo. Os químicos propõem uma variedade de definições de raio atômico, por considerações empíricas. Na Tabela Periódica, tem-se que nos períodos sua variação é inversamente proporcional ao número atômico, enquanto que nos grupos ou famílias estes aumentam com o número de camadas. 10 O TAMANHO ATÔMICO: Raios covalentes Raios metálicos Raios iônicos Problemas com os raios Iônicos: Método que calcula a distancia entre os átomos com exatidão. Difração de raio-X. Problema. Como distribuir essa distância entre os dois átomos? 11 Várias sequências de raios: Goldschmidt Pauling. Ahrens Shannom (valor mais recente, 1976) São necessárias correções nos raios com a mudança de carga, de número de coordenação e na geometria do cristal. A suposição de que o íon é esférico é mais próxima da verdade no caso de íons do bloco s e p. Os raios iônicos devem ser encarados como uma aproximação para efeito de esfera rígida. 12 Problemas com os valores dos raios iônicos: Não há fórmula universal aceita para dividir a distância entre dois íons diferentes: Ex: NaCl (Na+) e (Cl-). Histórico: (Goldschmidt , Pauling e Ahrens); Mais Recente: (Shannon em 1976). Correção dos valores dos raios, por mudança do valor da carga. Correções para a mudança do número de coordenação e para a mudança de geometria. Suposições que os íons sejam esféricos. Em elétrons no orbital "d", muito deslocalizados, ocorrem mudanças nos raios. Voltar 13 1.3.1 Raio metálico O raio metálico de um elemento é definido como a metade da distância determinada entre os núcleos dos átomos vizinhos mais próximos em um sólido metálico. FIGURA 1 - Representação do raio metálico. Voltar 14 FIGURA 2-Representação do raio covalente para um átomo. 1.3.2 Raio covalente O raio covalente de um elemento não-metálico é similarmente definido como a metade da separação de átomos vizinhos do mesmo elemento em uma molécula. 15 Tabela Periódica, tem-se que nos períodos sua variação é inversamente proporcional ao número atômico, enquanto que nos grupos ou famílias estes aumentam com o número de camadas. Crescimento do Raio Atômico nos Grupos e Períodos Em um mesmo período (mesmo número de camadas) o raio atômico diminui com o aumento da carga nuclear, devido ao aumento da força de atração do núcleo sobre os elétrons circundantes 16 3Li → ra=1,23Å 11Na → ra=1,57Å 3Li ra=1,23Å 4Be ra=0,89Å Exemplo Períodos: Exemplo Grupos: Raio atômicos 17 FIGURA 3 - Variação do raio atômico ao longo da Tabela Periódica, onde se vê com clareza a contração dos raios após os lantanídeos, no sexto período. Foram usados raios metálicos, para os metais e covalentes para os elementos não-metálicos. 18 A FIGURA 3 mostra a variação do raio atômico ao longo da Tabela Periódica, onde se vê com clareza a contração dos raios após os elementos lantanídeos, no sexto período. O raio atômico aumenta nos Grupos com o aumento do número de camadas, mesmo com o aumento da carga nuclear, pois o aumento dos níveis eletrônicos reduz o efeitode atração do núcleo pelos elétrons da eletrosfera. Contração dos lantanídeos. 19 Li 157 Be 112 B 88 C 77 N 74 O 66 F 64 Na 191 Mg 160 Al 143 Si 118 P 110 S 104 Cl 99 K 235 Ca 197 Sc 164 Ti 147 V 135 Cr 129 Mn 137 Fe 126 Co 125 Ni 125 Cu 128 Zn 137 Ga 153 Ge 122 As 121 Se 117 Br 114 Rb 250 Sr 2115 Y 182 Zr 160 Nb 147 Mo 140 Tc 135 Ru 134 Rh 134 Pd 137 Ag 144 Cd 152 In 167 Sn 158 Sb 141 Te 137 I 133 Cs 272 Ba 224 Lu 172 Hf 159 Ta 147 W 141 Re 137 Os 135 Ir 136 Pt 139 Au 144 Hg 155 Tl 171 PB 175 Bi 182 TABELA 1 - Raios atômicos dos elementos químicos, r/pm Voltar 20 Raio Iônico → É formado quando um átomo perde ou ganha elétrons, formando um cátion ou ânion. O Raio do Cátion é sempre menor que o raio do átomo de origem. O Raio do Ânion é sempre maior que o raio do átomo de origem. Raios iônicos Exemplo: Raio covalente do cloro → 0,99 Å; Raio iônico do Cl- → 1,84 Å. Voltar 21 1.4 Tamanho dos Íons (raio iônico) O raio iônico é formado quando um átomo perde ou ganha elétrons, formando um cátion ou ânion. O raio iônico está relacionado à distância entre os núcleos de cátions e ânions que estão vizinhos (Figura 4). O raio do íon O²- é considerado igual a 1,40 Å. Por exemplo, o raio iônico do Mg²+ é obtido subtraindo 1,40 Å da distância de separação internuclear dos íons Mg²+ e O²-, que são vizinhos no sólido MgO. Que certeza se tem sobre esta forma de cálculo? Resposta: Não há fórmula universal que garanta este fato. 22 FIGURA 4 - Representação do raio iônico de um cátion e um ânion. Voltar 23 1.4.1 Tendências observadas nos raios iônicos I. Nos grupos representativos (s e p) o raio aumenta de cima para baixo devido à adição de novas camadas eletrônicas; II. Em qualquer período da Tabela Periódica o raio iônico decresce da esquerda para a direita devido ao aumento da carga nuclear efetiva (Zefetiva); III. Íon com a mesma carga, entretanto, com diferente número de coordenação, o raio aumenta quando aumenta o número de coordenação; IV. O raio iônico diminui com o aumento da carga ou da valência para um mesmo cátion. Por exemplo: (Cr2+): rCr2+ > rCr3+ > rCr4+ > rCr5+ > rCr6+; V. Os orbitais d e f blindam com menor eficiência a carga nuclear, logo a carga nuclear efetiva exerce uma forte atração sobre a eletrosfera, ocorrendo forte diminuição no tamanho dos íons. Voltar 24 1.4.2 Problemas com os valores dos raios iônicos I. Não há fórmula universal aceita para dividir a distância entre dois íons diferentes; Exemplo os íons, Na+ e Cl-, no NaCl(s), não há nenhuma fórmula que determine qual a posição que deve ser considerada como limite entre estes dois íons. II. É preciso fazer correções nos valores dos raios quando houver mudança na carga do íon; II. É preciso fazer correções quando houver mudança do número de coordenação e da geometria; IV. A suposições de que os íons são esféricos, só chega mais próximo da realidade para os elementos do bloco s e p com configuração de gás nobre, mas foge muito da realidade para os elementos do bloco d e f. Voltar 25 1.5 Carga nuclear efetiva (Zefetiva, Z*) Carga Nuclear Efetiva é a carga real de atração que efetivamente o núcleo exerce sobre cada um dos elétrons mais externos. Está relacionada com a carga nuclear (Z): Z* = Z – S Onde: Z* = Carga nuclear efetiva; Z = Carga nuclear do átomo; S = Constante de blindagem. Carga Nuclear Efetiva depende dos valores dos números quânticos n e l do elétron de interesse, uma vez que cada elétron pertence a uma função radial diferente. 26 O grau e efeito de penetração dos orbitais em direção ao núcleo é resultado da forma e simetria dos orbitais e da carga nuclear efetiva. A ordem de energia dos orbitais em átomos multieletrônicos é normalmente ns < np < nd < nf, que é inversamente proporcional à ordem de penetração e da blindagem (S). Voltar 27 É energia necessária para remover um elétron de um átomo neutro em fase gasosa. A primeira energia de ionização (I1) é a energia de ionização do último elétron ligado menos firmemente ao átomo neutro, enquanto que a segunda energia de ionização (I2) é a energia de ionização do cátion resultante. Exemplos M (g) → M + (g) + e - ( I1) M+(g)→ M 2+ (g) + e - ( I2) M2+(g)→ M 3+ (g) + e - ( I3) 1.6 Energia de Ionização Determinação da Energia de Ionização: A partir de dados Espectroscópicos. Medidos em kJ/mol. 28 Crescimento da Energia de Ionização nos Grupos e Períodos FIGURA 5 - Variação da energia de ionização em função do número atômico para os elementos químicos. Voltar 29 Fatores que influenciam nas energias de ionização são: Tamanho do Átomo A carga Nuclear efetiva A eficiência com que os níveis eletrônicos internos blindam a carga nuclear. O tipo de elétron envolvido (s, p, d e f). Grupo-1 1º Ei 2º Ei Grupo-2 1º Ei 2º Ei 3º Ei Li 520 7.296 Be 899 1.757 14.847 Na 496 4.563 Mg 737 1.450 7.7731 K 419 3.069 Ca 590 1.145 4.910 Rb 403 2.650 Sr 549 1.064 4.207 Cs 376 2.420 Ba 503 965 - Fr - - Ra 509 979 3.218* Tabela 2-Energias de Ionização para os elementos dos Grupos 1 e 2 (kJ/mol) 30 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª H 1312 He 2372 5250 Li 520 7297 11.810 Be 899 1757 14.845 21.000 B 800 2426 3659 25.020 32.820 C 1086 2352 4619 6221 37.820 47.260 N 1402 2855 4576 7473 9442 53.250 64.340 O 1314 3388 5296 7467 10.987 13.320 71.320 84.070 F 1680 3375 6045 8408 11.020 15.160 17.860 92.010 Ne 2080 3963 6130 9361 12.180 15.240 __ __ Na 496 4563 6913 9541 13.350 16.600 20.113 25.666 Mg 737 1450 7731 10.545 13.627 17.995 21.700 25.662 TABELA 3 - Valores das oito primeiras energias de ionização para os doze primeiros elementos da Tabela Periódica (em kJ.mol-1). Fonte: Lee, J.D., Química inorgânica não tão concisa, 1999. 31 1.6.1 Fatores que influenciam na energia de ionização Alguns fatores que influenciam na variação da energia de ionização de um elemento químico e, geralmente, esses fatores estão correlacionados entre si. São eles: I. O tamanho do átomo; II. A carga do núcleo ou mais efetivamente a carga nuclear efetiva; III. A eficiência com que os níveis eletrônicos internos blindam a carga nuclear; IV. O tipo de elétron envolvido (s,p,d e f). 32 Um fator que influencia a energia de ionização dos elementos é a eficiência com que os níveis eletrônicos internos blindam a carga nuclear. Os orbitais d e f não blindam eficientemente a carga nuclear, ocorrendo a contração dos átomos quando estão sendo preenchidos os orbitais d e f, o que reflete nas energias de ionização destes átomos de forma significativa, bem como em outras propriedades destes elementos. Estruturas eletrônicas com estabilidade especial I - Nível s preenchido II - Nível p semipreenchido III - Nível p preenchido Voltar 33 1.7 Afinidade Eletrônica (E) A afinidade eletrônica é a variação de energia potencial associada com a adição de um elétron a um átomo ou a um íon gasoso em seu estado fundamental. Para um elemento X(g) a variação em energia potencial associada com o processo é: X (g) + e - → X- (g) (∆E) átomo neutro gasoso ânion gasoso A variação da afinidade eletrônica dos elementos aumenta exotermicamente da esquerda para a direita dentro do período e debaixo para cima dentro dos grupos na Tabela Periódica, embora existam algumas irregularidades. 34 1 2 13 14 15 16 17 H -73 Li -60 Be +238 B -27 C -122 N ~ +9 O -141 F -328 Na -53 Mg +230 Al -44 Si -134 P -72 S -200 Cl -348 K -48 Ca +155 Ga -30 Ge -120 As -77 Se -195 Br -325 Rb -47 Sr +167 In -30 Sn -121 Sb -101 Te -190 I -295 Cs -45 Ba +50 Tl -30 Pb -110 Bi -110 Po -183 At -270 TABELA 4 - Afinidades eletrônicas dos elementos representativos (kJ.mol-1). Fonte: Brady, J.E.; Russel, J.B.; Holum, J.R.; Química: a matéria e suas transformações, 2002. Voltar 35 1.8 Ciclo de Born-Haber Os termos energéticos envolvidos na formação de um retículo cristalino podem ser subdivididos em várias etapas: O ciclo termodinâmico da Figura 6. é representativo da formação do cloreto de sódio (NaCl). As reações representativas de cada etapa são: I. Na (s) → Na (g) : entalpia de sublimação (∆Hs); II. Na (g) → Na + (g): energia de ionização (I); III. Cl2 (g) → 2Cl(g): entalpia de dissociação (∆Hd); IV. Cl (g) → Cl - (g): afinidade eletrônica (E); V. Na+ (g) + Cl - (g) → NaC l(cristal): energia reticular (U); VI. Na (S) + 1/2Cl2 → NaCl (cristal): entalpia de formação (∆H)f; 36 FIGURA 6 - Ciclo de Born-Haber para a formação do cloreto de sódio. Entalpia de sublimação Hs Energia de ionização (I) Energia reticular (U) Afinidade eletrônica (E) Voltar Aplicando a Lei de Hess ao ciclo, tem-se: ∆Hf = ∆Hs+ (I) + 1/2∆Hd + E + U 37 1.9 Eletronegatividade A eletronegatividade, χ (chi), de um elemento é definida como o poder do átomo de um elemento atrair elétrons quando faz parte de um composto. A eletronegatividade não é um valor absoluto mas sim relativo; Diversas escalas de eletronegatividade foram sugeridas, incluindo as de R. S. Mullinken, L. Pauling e R.T. Sanderson. A escala de Pauling é a mais antiga e surgiu da consideração das energias necessárias para romper as ligações 38 Mulliken De acordo com a definição de Mulliken, a eletronegatividade de um elemento é a média da energia de ionização e da afinidade eletrônica do mesmo. χM = ½(I + Ea) Linus Pauling Linus Pauling formulou seu conceito de eletronegatividade ( χp,) ilustrados na tabela seguinte, relacionados à formação de ligações. Pauling disse que as reações do tipo que está representada abaixo são exotérmicas: A2 + B2 → 2AB (Δ<0) A-A e B-B < A-B (Ligação mais forte) Exemplos: H2(g) + F2(g) →2HF(g) Δ = -5393 kJ/mol 39 Considerando que: O orbital molecular ligante da espécie AB(ΦAB) é formado a partir das funções de onda dos orbitais atômicos (ΨA) e (ΨB). ΦAB = ΨA + K(ΨB) Onde: K = constante; Se: K > 1: O orbital molecular (OM) terá maior densidade eletrônica sobre o átomo B; Se: K < 1: O orbital molecular (OM) terá maior densidade eletrônica sobre o átomo A. Assim se tem a formação do dipolo da ligação: A─B (δ+) (δ-) 40 Devido ao caráter iônico parcial, a ligação A-B apresenta uma energia de ligação adicional que é denominada delta (Δ). A energia adicional é obtida pela seguinte expressão: Δ = (Energia de ligação real) - (Energia para uma ligação100% covalente) Pauling propôs que a energia da ligação 100% covalente é igual à média geométrica das energias das ligações de A-A e B-B, Portanto: E100% covalente A-B = Logo: Δ = (Energia de ligação real) - χ (chi) = Eletronegatividade do átomo = 0,208 (Δ em Kcal/mol); Em unidade (SI) → χ = 0,1017 (Δ em kJ.mol-1) 41 TABELA 5 - Eletronegatividades de Pauling (preto) e de Mulliken (azul) para os vários elementos químicos. Fonte: Shriver,D. F. e Atkins, P. W. Química Inorgânica. H 2,20 3,06 He 5,5 Li 0,98 1,28 Be 1,57 1,99 B 2,04 1,83 C 2,55 2,67 N 3,04 3,08 O 3,44 3,22 F 3,98 4,43 Ne 4,60 Na 0,93 1,21 Mg 1,31 1,63 Al 1,61 1,37 Si 1,90 2,03 P 2,19 2,39 S 2,58 2,65 Cl 3,16 3,54 Ar 3,36 K 0,82 1,03 Ca 1,00 1,30 Ga 1,81 1,34 Ge 2,01 1,95 As 2,18 2,26 Se 2,55 2,51 Br 2,96 3,24 Kr 3,0 2,98 Rb 0,82 0,99 Sr 0,95 1,21 In 1,78 1,30 Sn 1,96 1,83 Sb 2,05 2,06 Te 2,10 2,34 I 2,66 2,88 Xe 2,6 2,59 Cs 0,79 0,70 Ba 0,89 0,90 Tl 2,04 1,80 Pb 2,33 1,90 Bi 2,02 1,90 Voltar 42 1.9.1 Tendência da eletronegatividade A eletronegatividade aumenta com a diminuição do tamanho atômico, tanto para elementos do mesmo período como para os do mesmo grupo. A eletronegatividade cresce com o aumento do número de elétrons de valência para os metais do Grupo 1, 2 e 3. Aspectos do conceito de eletronegatividade: Permite se predizer propriedades químicas dos elementos, como o caráter de uma ligação química; Átomos com eletronegatividades semelhantes, a ligação entre eles será covalente. Átomos com eletronegatividades bastantes diferentes a ligação será iônica. 43 As escalas de Pauling e Mulliken estão praticamente alinhadas entre si e uma conversão razoavelmente segura entre as duas é dada por: χ P = 1,35 χ M ½ - 1,37 Exemplos: H2 (100% covalente); HBr (89% covalente e 11% iônico); BF3 (34% covalente e 66% iônico). Voltar 44 1.10 Poder Polarizante e Polarizabilidade Considerando a formação de uma ligação pela aproximação entre duas espécies de íons A+ e B-, a uma distância de equilíbrio. Que tipo de ligação será formada? Iônica ou covalente? 45 O poder polarizante de um íon é o grau de distorção que ele provoca em outro íon. A polarizabilidade (α) de um átomo ou íon é a sua habilidade de sofrer distorção causada por um campo elétrico; A polarizabilidade de um íon negativo é maior que de um íon positivo; Considerando o efeito de polarizabilidade dos átomos e íons, Fajans estabeleceu as regras, conhecidas como Regras de Fajans: 46 Regras de Fajans: 1. Um íon positivo pequeno favorece a formação de ligação covalente devido o grande poder polarizante que possuem sobre os íons negativos; 2. Um íon negativo grande favorece a covalência. Os íons grandes são muito polarizáveis, facilitando a sobreposição de nuvens eletrônicas; 3. Cargas elevadas em ambos os íons favorece a covalência; 4. A polarização será favorecida se o cátion não tiver configuração de um gás nobre. Voltar 47 Exercícios de fixação – Resolvido 02 O ciclo de Born-Haber, ilustrado na Figura a seguir apostila são representados por setas as diversas etapas de energia associadas à reação de formação do cristal de NaCl(s). Escreva separadamente cada reação, classificando se o processo indicado nesta equação é endotérmico ou exotérmico? Segue 48 Exercícios de fixação – Resolvidos 02 O ciclo de Born-Haber, ilustrado na figura 1.8 da apostila são representados por setas as diversas etapas de energia associadas à reação de formação do cristal de NaCl(s). Escreva separadamente cada reação, classificando se o processo indicado nesta equação é endotérmico ou exotérmico? Resposta: Etapa 1 : Partindo do sódio sólido para sódio gasoso é um processo que requer energia, assim é uma etapa endotérmica; Na(s) → Na(g): É a entalpia de sublimação ou também chamada de entalpia de atomização (∆Hs); seguir 49 Exercícios de fixação – Resolvidos 02 O ciclo de Born-Haber,ilustrado na figura 1.8 da apostila são representados por setas as diversas etapas de energia associadas à reação de formação do cristal de NaCl(s). Escreva separadamente cada reação, classificando se o processo indicado nesta equação é endotérmico ou exotérmico? Resposta: Etapa 2. Na etapa seguinte é a formação do cátion; a retirada de um elétron do átomo no estado gasoso ou energia de ionização (I). Também é um processo que requer energia, ou endotérmico: Na (g) → Na + (g): energia de ionização (I); seguir 50 Exercícios de fixação – Resolvidos 02 O ciclo de Born-Haber, ilustrado na figura 1.8 da apostila são representados por setas as diversas etapas de energia associadas à reação de formação do cristal de NaCl(s). Escreva separadamente cada reação, classificando se o processo indicado nesta equação é endotérmico ou exotérmico? Resposta: Etapa 3. A etapa 3 envolve a quebra da ligação Cl - Cl, ou entalpia de dissociação. Para romper uma ligação precisa-se de energia, daí ser um processo endotérmicos: Cl2 (g) → 2Cl(g): entalpia de dissociação (∆Hd); seguir 51 Exercícios de fixação – Resolvidos 02 O ciclo de Born-Haber, ilustrado na figura 1.8 da apostila são representados por setas as diversas etapas de energia associadas à reação de formação do cristal de NaCl(s). Escreva separadamente cada reação, classificando se o processo indicado nesta equação é endotérmico ou exotérmico? Resposta: Etapa 4. A espécie Cl(g) recebe um elétron para formar o ânion Cl - (g). A energia envolvida no processo de adicionar um elétron a um átomo no estado gasoso se chama afinidade eletrônica que como vimos pode ser um processo endotérmico ou exotérmico(ver tabela 1.7 da apostila), no caso do Cl(g) é exotérmico: Cl (g) → Cl - (g): afinidade eletrônica (E); valor negativo; seguir 52 Exercícios de fixação – Resolvidos 02 O ciclo de Born-Haber, ilustrado na figura 1.8 da apostila são representados por setas as diversas etapas de energia associadas à reação de formação do cristal de NaCl(s). Escreva separadamente cada reação, classificando se o processo indicado nesta equação é endotérmico ou exotérmico? Resposta: Etapa 5 A etapa seguinte é a formação do cristal de NaCl a partir dos íons formado: Na+(g) + Cl - (g) → NaCl(cristal): energia reticular (U); é um processo exotérmico; seguir 53 Exercícios de fixação – Resolvidos 02 O ciclo de Born-Haber, ilustrado na figura 1.8 da apostila são representados por setas as diversas etapas de energia associadas à reação de formação do cristal de NaCl(s). Escreva separadamente cada reação, classificando se o processo indicado nesta equação é endotérmico ou exotérmico? Resposta: Etapa 6: A última etapa é a formação do cristal a partir dos elementos no estado fundamental, que para ser uma espécie estável ou termodinamicamente favorecida o processo deve ser exotérmico: Na(S) + 1/2Cl2 → NaCl (cristal): entalpia de formação (∆Hf); seguir 54 Vencidas todas as etapas e aplicando a lei de Hess: (ΔHf = ΔHs+ (I) + 1/2ΔHd + E + U) podemos calcular qualquer uma das energias se as demais forem conhecidas. Observação: 1.Coloque o sinal na equação somente quando colocar o valor numérico da energia. 2.Nunca coloque previamente o sinal da energia que está calculando, deixe que o sinal aparece no final da soma dos valores conhecidos. 3.O ciclo é uma ferramenta para dar uma explicação do processo como um todo, não para complicar sua vida, entenda cada etapa da reação que tudo fica muito claro. Voltar 55 Exercício de verificação: Faça um ciclo para a formação do CaBr2(s) a partir de seus elementos. Quais das etapas são exotérmicas ? Voltar 56 Exercícios de fixação – Resolvidos 01 1) Como varia o tamanho dos átomos da esquerda para a direita num período e de cima para baixo num grupo da tabela periódica? seguir 57 seguir Resposta: O tamanho atômico nos períodos da TP diminui da esquerda para a direita e aumenta de cima para baixo dentro dos grupos ou famílias Exercícios de fixação – Resolvidos 01 58 Quais as razões destas variações? seguir Exercícios de fixação – Resolvidos 01 59 Nos Períodos: decréscimo, em conseqüência do aumento da carga nuclear que provoca um aumento da força de atração a todos os elétrons das camadas do átomo provocando uma contração do átomo. Nos grupos ou famílias: aumenta em virtude do aumento das camadas eletrônicas (níveis eletrônicos crescentes) Nos elementos do bloco d e f este aumento de tamanho nos grupos é menos acentuado devido à fraca blindagem dos orbitais d e f, em relação à carga nuclear. A entrada dos orbitais f a partir do elemento lantânio (57) provoca uma forte contração do tamanho atômico o que é conhecida como contração lantanídica. Com isto os raios dos elementos d e f são muito similares entre si principalmente quando analisamos nos grupos. seguir Exercícios de fixação – Resolvidos 01 60 2) Explique por que os raios atômicos dos gases nobres são os maiores dentro dos seus respectivos períodos. seguir Exercícios de fixação – Resolvidos 01 61 Resposta: O tamanho atômico decresce como já vimos da esquerda para a direita até o Grupo dos halogênios (Grupo 17), porém, ao passar para o Grupo 18 o raio aumenta, isto é uma conseqüência do preenchimento total da camada eletrônica, que provoca uma expansão dos orbitais. Exemplo: Raio do F= 0,72Å; Raio do Ne=1,60 Å; raio do Cl= 0,99 Å e raio do Ar=1,91 Å seguir Exercícios de fixação – Resolvidos 01 62 3) Explique por que a afinidade eletrônica do Li (-57kJ/mol) é negativa e a do Be (66kJ/mol) é positiva, visto que são metais e muito próximos em carga nuclear. seguir Exercícios de fixação – Resolvidos 01 63 Resposta: A afinidade eletrônica é a energia liberada quando um elétron é adicionado a um átomo gasoso neutro. Quando há liberação de energia o termo é negativo, quando o sinal positivo significa que há absorção de energia para ocorrer a adição do elétron. O que faz então a diferença entre a afinidade eletrônica do Li(1s22s1) e do Be(1s22s2)? No lítio o orbital s só tem um elétron que de certa forma se estabiliza com o emparelhamento pela adição de um elétron, por outro lado no Be o elétron adicionado vai para o orbital 2p ficando desemparelhado, que se configura uma situação mais instável, que a do Li. Observe a segunda afinidade eletrônica do oxigênio e veja a explicação na apostila. Exercícios de fixação – Resolvidos 01 Voltar