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PROCESSOS EXÓGENOS DE FORMAÇÃO DO RELEVO Os agentes externos do relevo – ou, mais precisamente, os agentes externos de transformação do relevo – são os elementos que atuam no sentido de promoverem gradativas modificações no substrato superficial da Terra, moldando formas que existiam anteriormente e dando origem a novos tipos de morfologia. Sabemos que o relevo é modificado por dois grupos de elementos transformadores: os agentes internos ou endógenos e os agentes externos ou exógenos. Nesse caso, estamos abordando os últimos, que também são chamados de agentes modeladores, pois dão novas formas a estruturas naturais preexistentes. As forças externas de transformação do relevo são: a água (das chuvas, dos oceanos e dos cursos d'água), o vento, a temperatura (ou a variação das temperaturas), as geleiras e os seres vivos em geral (incluindo os humanos). Dos elementos naturais, o principal agente de transformação do relevo é a água, pois os seus efeitos são os mais rápidos e também os mais facilmente perceptíveis, podendo ocorrer de várias formas. A água atua, muitas vezes, na ocorrência do intemperismo químico, responsável pela dissolução das rochas, além de contribuir para a transformação dessas e das formas de relevo em sedimentos (partículas de rocha), que são transportados pela própria água para outras localidades. Em outras palavras, podemos dizer que a água é um importante elemento erosivo. As erosões provocadas pela ação da água podem acontecer de diferentes formas, das quais podemos destacar: a) - erosão fluvial: causada pela ação dos rios em suas margens e áreas adjacentes; b) - lixiviação (erosão laminar): “lavagem” ou remoção da camada superior do solo pela água das chuvas; c) - erosão marinha: provocada pela ação da água do mar sobre rochas e formas litorâneas de relevo. Os ventos, por sua vez, também são importantes agentes exógenos de transformação do relevo. A ação deles costuma ser mais gradual e menos perceptível que a da água, mas trabalha no sentido de dar novas formas a ambientes de relevo expostos. Com o tempo, estruturas vão ganhando formas diferentes, como se tivessem sido lentamente esculpidas pelo ar em movimento. A variação de temperatura provoca a sucessão dos processos de dilatação e contração das rochas, sobretudo em regiões onde as amplitudes térmicas são mais acentuadas. Como os graus de dilatação dos minerais são diferentes em uma mesma rocha, os seus ritmos de variação também não se coincidem, o que proporciona a quebra da rocha ao longo do tempo, caracterizando o intemperismo físico. A ação dos agentes externos do relevo é muito importante. Se considerarmos as áreas geologicamente mais antigas, percebemos que esses agentes tiveram mais tempo para exercer suas modificações, o que explica o fato de essas áreas (como o Brasil) não possuírem grandes altitudes e regiões montanhosas. Afinal, as maiores inclinações já foram lentamente desgastadas ao longo das eras geológicas até alcançarem suas formas atuais. Intemperismo e erosão são dois processos relativos à transformação do relevo, nos quais ocorrem o desgaste e o transporte de sedimentos, além da alteração da paisagem da superfície terrestre. Sua presença é mais facilmente observada em relevos geologicamente antigos e que estiveram por mais tempo expostos aos agentes externos ou exógenos, como a água e os ventos. Existem muitas dúvidas a respeito da diferença entre intemperismo e erosão, haja vista que se trata de processos correlatos. Mas, de uma maneira geral, podemos dizer que um fenômeno complementa o outro. O intemperismo, também chamado de meteorização, é o processo de desgaste das rochas por meio de elementos químicos (decomposição), físicos (desagregação) ou biológicos. Os principais responsáveis por esse processo são a água, o vento, o clima e também os seres vivos, principalmente alguns micro-organismos que ajudam a decompor as rochas. A erosão, por sua vez, é o conjunto de fenômenos que envolvem o desgaste, o transporte e a deposição das rochas e dos solos. Geralmente, a erosão dá sequência ao que foi iniciado pelos processos intempéricos, responsáveis pela geração de sedimentos transportados pelo escoamento superficial das águas ou pelo transporte dos ventos e massas de ar. ESTUDOS DOS SOLOS O solo possui diferentes definições de acordo com a atividade humana que está se referindo. Para a mineração o solo é um detrito que deve ser removido e separado dos minerais explorados; para algumas ciências como a ecologia, é um sistema vivo, composto de partículas minerais e orgânicas, que possibilitam o desenvolvimento de diversos ecossistemas. A geografia, em particular a pedologia, considera o solo a parte natural e integrada à paisagem que dá suporte as plantas que nele se desenvolvem. A agronomia, sobre tudo a edafologia, define o solo como um meio natural no qual o ser humano cultiva plantas, interessando-se pelas características ligadas à produção agrícola. O solo é formado através de um processo contínuo, pela desagregação física e decomposição química das rochas. Quando expostas à atmosfera, as rochas sofrem a ação direta do calor solar e da água da chuva, entre outros fatores, que modificam os aspectos físicos delas e a composição química dos minerais que as compõem. Quanto à origem, os solos são classificados em eluviais e aluviais. 1. Eluviais: quando os solos se formam por rochas encontradas no mesmo local da formação, ou seja, quando a rocha que se decompôs e se alterou para a formação do solo se encontra no mesmo local do solo; 2. Aluviais: quando os solos foram formados por rochas localizadas em outros lugares e que graças à ação das águas e dos ventos os sedimentos foram transportados para outro local. Classificação quanto à influência externa Quanto à influência externa, existe outra forma de classificação dos solos, também chamada declassificação zonal, que divide os solos em zonais, intrazonais e azonais: 1. Zonais: os solos zonais são caracterizados por serem maduros, bem delineados e profundos. São subdivididos em latossolos, podzóis, solos de pradaria e desérticos. 1.1. Latossolos: São solos pouco férteis, presentes geralmente em climas quentes e úmidos, com profundidades superiores a 2m; 1.2. Podzóis: São solos férteis, graças à acumulação de minérios, húmus e matéria orgânica, são próprios de climas frios e temperados; 1.3. Solos de pradarias: São ricos em cálcio e matérias orgânicas, por isso, são extremamente férteis. Estão presentes em regiões subúmidas de clima temperados; 1.4. Desérticos: Solos caracterizados por serem pouco profundos e pouco férteis. Próprio de regiões desérticas. 2. Intrazonais: são solos bem desenvolvidos, além de serem bastante influenciados pelo local e pelos fatores externos. Dividem-se em solos salinos e solos hidromórficos. 2.1. Solos Salinos: também chamados de halomórficos, caracterizam-se pelo alto índice de sais solúveis, próprios de regiões áridas e próximas ao mar. Possui uma baixa fertilidade; 2.2. Solos hidromórficos: por serem localizados próximos a rios e lagos, apresentam grande umidade. Sua fertilidade depende do índice de umidade, quanto mais úmidos, menos férteis. 3. Azonais: solos pouco desenvolvidos e muito rasos. Dividem-se em solos aluviais e litossolos. 3.1. Solos aluviais: presentes em áreas de formação recente em planícies úmidas. Quando os seus sedimentos são transportados, formamum solo de coloração amarela, denominado loess. 3.2 Litossolos: presentes em locais com declives acentuados, costumam estar posicionados diretamente sobre a rocha formadora. São solos inférteis. Manejo adequado dos solos O manejo do solo é a forma como o ser humano utiliza este recurso. Dependendo da forma como o solo é utilizado pode ocorrer o aumento ou a diminuição da erosão. Um manejo inadequado do solo pode causar a degradação do solo e sua consequente destruição em curto prazo, até mesmo promovendo a desertificação de grandes áreas. O contrário pode ocorrer quando o manejo do solo e as práticas culturais se orientam pelas atividades de rotação de culturas, o plantio direto e o manejo agroecológico. Estas práticas controlam a erosão e as perdas de nutrientes e mantêm, ou aumenta, em muitos casos, a produtividade da lavoura. O solo é ocupado e utilizado de várias maneiras. Para fins didáticos, é possível estudar as ocupações e atividades humanas em dois grandes grupos. Existe uma ocupação urbana, cada vez mais intensa, caracterizada pela construção de casas, edifícios, pavimentação do solo, ocupação de áreas de várzea e encostas. Outro tipo de ocupação ocorre no campo e em áreas distantes das concentrações humanas, onde predominam as atividades agropecuárias e de exploração dos recursos naturais. No caso da ocupação urbana do solo, há modificações pedogenéticas que devem ser condideradas. De maneira geral, os solos urbanos são considerados aqueles que se encontram em meio urbano e que podem ou não estar modificados pela ação das atividades da cidade. Quando os solos destas áreas sofrem transformações drásticas eles se tornam totalmente distintos daqueles que não tenham sofrido alterações e que preservam sua condição natural. Práticas urbanas diferenciadas provocam alterações distintas nas características do solo. De acordo com o crescimento das cidades intensificam-se as práticas de corte da camada vegetal, aterro, adição de materiais, compactação influenciando as condições do solo. A intervenção antrópica das cidades nos solos deve ser gerenciada e planejada, caso contrário, pode ocorrer o desequilíbrio ambiental. Para que a ocupação ocorra de maneira racional é necessário conhecer os aspectos dos solos urbanos, discutir suas semelhanças com os solos em condições naturais e as suas principais modificações resultantes da ação do homem devido a expansão urbana. Os solos no ambiente urbano cumprem várias funções essenciais, como a sustentação e fonte material para a construção civil, sustento das agriculturas praticadas nas cidades e arredores, além dos parques e áreas verdes. São utilizados também como meio de descarte dos residuos produzidos e meio para o armazenamento e filtragem das águas pluviais, auxiliando na manutenção do ciclo hidrológico. Quanto aos solos rurais existem diversas técnicas de cultivo e conservação dos solos, visando ao seu melhor aproveitando e à sua máxima preservação. Adubação verde ou orgânica: para uma maior e melhor preservação dos solos durante o cultivo, recomenda- se alternar as safras com leguminosas (plantas que dão vagens, como o feijão, lentilha e ervilha). Esse tipo de vegetação possui a característica de se associar com micro- organismos presentes na terra, capazes de transformar o nitrogênio do ar em compostos hidrogenados que enriquecem o solo. Afolhamento: essa técnica é utilizada para recuperar gradativamente os solos, poupando-os sem interromper totalmente a produção. Nela, divide-se a área agricultável em três partes, sendo duas cultivadas e outra reservada em “descanso” (geralmente por um período de dois anos) para recuperar naturalmente os nutrientes perdidos em colheitas anteriores. Rotação de culturas: em oposição ao sistema de monocultura (em que apenas uma espécie é cultivada até o total esgotamento do solo), elaborou-se o sistema de rotação de culturas, que consiste em alternar a produção: hoje, planta-se soja; amanhã, trigo; e depois milho, por exemplo. As vantagens dessa técnica são variadas: controle de pragas (através da variabilidade das espécies), reposição de nutrientes no solo, entre outros. No entanto, é necessário sempre fazer um estudo específico para se escolher as espécies mais adequadas a cada tipo de solo e que possam ser rentáveis comercialmente. Plantio direto: essa técnica objetiva a realização do plantio diretamente sobre os restos da colheita anterior, sem a necessidade de realizar uma nova aragem da terra, evitando a exposição do solo aos fatores climáticos e o seu desgaste. Além disso, ganha-se no combate à erosão e aumenta-se a produtividade. Calagem: muito utilizada na região do Cerrado brasileiro, essa técnica visa à correção da acidez do solo através do uso do calcário. Além disso, esse procedimento também fornece nutrientes como cálcio e magnésio para as plantas. Apesar de ser uma técnica moderna e eficiente de cultivo e preservação dos solos, ela acabou tendo o efeito contrário no Centro-Oeste do país, pois permitiu o avanço da fronteira agrícola no Brasil e a consequente devastação do bioma Cerrado, o que trouxe prejuízos tanto para os solos quanto para o meio ambiente. Curvas de nível: na Cartografia, essa expressão significa algumas linhas imaginárias traçadas para representar os desníveis de altitude do solo. Na agricultura, o procedimento é realizar o plantio acompanhando essas linhas imaginárias, favorecendo o cultivo em áreas de relativa declividade sem ocasionar a formação de erosões. Além da implantação de técnicas agrícolas, o agricultor também precisa ter muito cuidado ao aplicá-las. É necessária sempre a realização de estudos específicos, além de um bom apoio técnico. É preciso, também, a adaptação dos maquinários ao tipo de solo a ser cultivado para evitar danos maiores à topografia local. Uma recomendação usualmente manifesta por especialistas é a incorporação de seres vivos ao solo, como minhocas, lavas e outros tipos de insetos, pois eles contribuem para o seu enriquecimento orgânico. CLIMATOLOGIA O clima é o conjunto de variações na atmosfera em um determinado local ou região. Trata-se de uma dinâmica que dura um período superior a 30 anos, diferentemente do tempo, que são as oscilações momentâneas nessa mesma atmosfera. Por exemplo, quando dizemos que uma região possui duas estações bem definidas ao longo do ano, estamos falando do clima, mas ao falarmos que hoje choveu e amanhã vai fazer sol, estamos nos referindo ao tempo. Nesse sentido, o clima pode ser compreendido a partir de seus fatores e elementos, termos que, aparentemente semelhantes, referem-se a questões totalmente diferentes. Os elementos climáticos são as grandezas atmosféricas que podem ser medidas ou instantaneamente mensuradas. São os elementos atmosféricos que variam no tempo e no espaço e que se configuram como o atributo básico para se definir o clima da região. Os principais elementos climáticos são: radiação, temperatura, pressão e umidade. Os fatores climáticos são as condições que determinam ou interferem nos elementos climáticos e os climas deles resultantes. São eles que ajudam a explicar o porquê de uma região ser quente e úmida e outra ser fria e seca, por exemplo. Os principais fatores climáticos são: latitude, altitude, maritimidade e continentalidade, massas de ar, vegetação, correntes marítimas e até o relevo. Elementos climáticos a) radiação: a radiação climática, em linhas gerais,pode ser definida como todo o calor recebido pela atmosfera, a maior parte advinda do sol, mas que também recebe a influência dos seres vivos e dos elementos naturais e artificiais que refletem o calor já existente. A radiação solar manifesta-se em diferentes tons de intensidade ao longo do planeta, o que contribui para a formação das chamadas zonas térmicas ou climáticas da Terra. b) temperatura: é a mensuração do calor na atmosfera, podendo ser medida em graus celsius (ºC) ou em outras unidades de medida, como fahrenheit (ºF) e o kelvin (K). c) pressão atmosférica: é o “peso” ou “força” exercidos pelo ar sobre a superfície, pois, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o ar possui massa e, consequentemente, peso. A pressão atmosférica costuma ser medida em milibares (mb). d) umidade: é a quantidade de água em sua forma gasosa presente na atmosfera. Temos, assim, a umidade absoluta (quantidade total de água na atmosfera) e a umidade relativa do ar (quantidade de água na atmosfera em relação ao total necessário para haver chuva). Fatores Climáticos a) latitude: está intrinsecamente ligada às diferenças da radiação solar sobre a Terra. Assim, quanto mais próximo à Linha do Equador (baixas latitudes), mais as temperaturas tendem a aumentar. Por outro lado, à medida que nos direcionamos rumo às zonas polares (altas latitudes), menores tendem a ser as temperaturas. b) altitude: em regiões mais altas, a pressão atmosfera costuma ser menor, além do fato de a irradiação também ser mais diminuta. Assim a temperatura costuma ser inferior, o que nos faz concluir que quanto maior a altitude, menores as temperaturas e, quanto mais próximo ao nível do mar, maiores as temperaturas. c) maritimidade / continentalidade: são termos que designam, respectivamente, a proximidade de um local do mar ou a sua posição em uma região mais continental, o que interfere diretamente sobre o clima. Isso ocorre porque o solo costuma se aquecer ou se resfriar mais rapidamente do que a água, o que acarreta uma maior amplitude térmica (diferença entre a maior e menor temperatura) ao longo do ano em regiões continentais e o inverso em regiões litorâneas. d) massas de ar: em função das diferenças de pressão atmosférica, temos a movimentação do ar. Quando esse movimento ocorre em blocos de ar com a mesma temperatura e umidade, formam-se as massas de ar, que transferem suas características para o clima dos locais por onde passam. Massas de ar frio e úmido, por exemplo, são responsáveis por diminuírem as temperaturas e aumentarem a umidade. O encontro entre duas massas diferentes forma as frentes de ar. e) vegetação: interfere no clima de várias formas diferentes. As principais delas são a contenção ou absorção dos raios solares, minimizando os seus efeitos, e a elevação da umidade por meio da evapotranspiração, o que ajuda a diminuir as temperaturas e elevar os índices de chuva. f) relevo: também influencia o clima quando as regiões mais altas impedem a passagem de massas de ar, fazendo com que algumas regiões se tornem mais secas ou até desérticas. g) correntes marítimas: apresentam condições específicas de temperatura, influenciando diretamente o clima. Em regiões em que o mar é mais quente, por exemplo, a evaporação aumenta e eleva a umidade, que se dispersa para outras regiões. Quando as correntes são mais frias, a umidade local diminui e a pressão atmosférica e a umidade passam a ser menores, o que faz com que essa região acabe “sugando” as massas de ar de outras localidades, que passam a sofrer alterações em seus climas. Além de todos esses fatores, que são os de ordem natural, também é preciso lembrar que o homem acaba se tornando um dos agentes mais intensos de transformação do clima. Ele pode ser responsável tanto por fenômenos climáticos mais localizados (ilhas de calor, inversão térmica e outros) quanto por processos mais amplos e diversificados. Mudanças climáticas O termo mudança do clima, mudança clima tica ou alteração climática refere-se à variação do clima em escala global ou dos climas regionais da Terra ao longo do tempo. Estas variações dizem respeito a mudanças de temperatura, precipitação, nebulosidade e outros fenômenos climáticos em relação às médias históricas. Tais variações podem alterar as características climáticas de uma maneira a alterar sua classificação didática. Os tipos de classificação para as regiões climáticas são: Classificação do clima de Köppen, Classificação do clima de Thornthwaite e Classificação do clima de Martonne. Podem estar em causa mudanças no estado médio da atmosfera em escalas de tempo que vão de décadas até milhões de anos. Estas alterações podem ser causadas por processos internos ao sistema Terra-atmosfera, por forças externas (como, por exemplo, variações na atividade solar) ou, mais recentemente, pelo resultado da atividade humana. Portanto, entende-se que a mudança climática pode ser tanto um efeito de processos naturais ou decorrentes da ação humana e por isso deve-se ter em mente que tipo de mudança climática se está referindo. O sistema climático terrestre responde a desequilíbrios energéticos, chamados de forçantes climáticas. Na história geológica do planeta vários fatores já induziram mudanças climáticas significativas, como as várias transições entre Eras do Gelo e Interglaciais ocorridas no Quaternário. Suas causas podem ser classificadas como naturais (internas e externas) e antrópicas. Causas Naturais O fenômeno da mudança do clima é um evento que pode acontecer de forma natural. Assim, esse fenômeno pode ter causas com origem externa (de fora do planeta),bem como origem terrestre. Influência externa Dentre as causas com origem fora do globo terrestre temos as causas com origens solares, que vão desde a variação da energia solar que chega a Terra até a variação da própria órbita terrestre. a) Ciclo solar A temperatura da terra depende do sol, que emite radiação em direção ao planeta. Esta radiação é a radiação solar, que em parte é refletida para o espaço e o restante é absorvido pela terra em forma de calor. Esta energia não chega à terra de maneira uniforme, apesar do sol ser uma estrela de classe G e ser muito estável, essa energia aumenta cerca de 10% a cada um bilhão de anos, ou seja, no início da vida na terra, quase quatro bilhões de anos atrás, a energia do sol era em torno de 70% da atual. Outro tipo de variação da radiação solar ocorre em decorrência dos ciclos solares, que são mais importantes que a primeira, no que diz respeito à mudança do clima terrestre, visto que essa variação é uma oscilação e não somente um crescente e ocorre em períodos mais curtos. O Ciclo Solar é a variação de intensidade do vento solar e do campo magnético solar. Estudos de Heliosismologia comprovaram a existência de "vibrações solares", cuja frequência cresce com o aumento da atividade solar, acompanhando o ciclo solar que dura em média de 11 anos com mudança no ritmo das erupções, além da movimentação das estruturas magnéticas em direção aos pólos solares. Tais mudanças resultam em ciclos de aumento da atividade geomagnética da Terra e da oscilação da temperatura do plasma ionosférico na estratosfera de nosso planeta. b) Variação orbital Também é causa de mudança climática o fenômeno astronômicos variação orbital, ou seja, o aumento, ou diminuição, das radiações solares devido às variaçõesno movimento da Terra em relação ao sol. Apesar da variação radiação solar pelos ciclos solares e pelo aumento gradual ao longo de bilhões de anos resultar em certa estabilidade, o mesmo não podemos dizer das variações da órbita terrestre. A variação orbital ocorre periodicamente, fazendo com que a radiação solar chegue de forma diferente em cada hemisfério terrestre de tempos em tempos. Esta variação provoca as glaciações. Os Fatores que causam essa variação são três: a precessão dos equinócios, a excentricidade orbital e a Inclinação do eixo terrestre. As glaciações provocaram grandes mudanças no relevo continental e no nível do mar. Quando a temperatura global diminui ocorre, como consequência, o aumento das geleiras ou seja, as baixas temperaturas provocam o congelamento da água nos pólos aumentando a quantidade de gelo nas calotas polares. Outra consequência é o rebaixamento eustático do nível dos oceanos devido à retenção de água nos pólos. O Oceano se afasta da linha da costa, das praias, por exemplo, expondo grandes extensões de terra e ligando ilhas e continentes entre si, formando as chamadas pontes terrestres. Entre os períodos glaciais há os períodos interglaciais em que a temperatura da Terra se eleva. O período em que vivemos é um interglacial. Variações orbitais são os fatores que iniciam as glaciações. c) Impactos de meteoritos Impactos de meteoritos (de grandes proporções) são eventos raros, mas também podem modificar o clima na terra. Impactos de grandes proporções podem modificar profundamente a biosfera. O último evento deste tipo foi denominado Extinção K-T e ocorreu há mais ou menos sessenta e cinco milhões de anos atrás. Eventos assim podem desencadear uma série de tragédias ecológicas. Com o impacto, detritos podem ser arremessados até o espaço e entrarem na órbita da Terra, onde ficariam por algum tempo e só depois cairiam. Ocorreriam incêndios em escala global e a liberação de grandes quantidades de gás carbônico (CO2) na atmosfera causando o efeito estufa. Com o calor, as moléculas de nitrogênio e oxigênio se quebrariam e se combinariam com o hidrogênio formando o ácido nítrico (HNO3). Suceder-se- iam então longos períodos de chuva ácida, prejudicando ainda mais a vida terrestre. Paralela e consecutivamente, o aumento da acidez e da temperatura dos oceanos afetaria gravemente os ecossistemas marinhos. Influência Interna Há várias causas de origem interna. Dentre elas, temos: a) Deriva dos continentes Mudanças ou deriva dos continentes aproximando ou afastando-se dos polos. A movimentação das placas tectônicas (geofísica 2 cm ano), sobre a astenosfera, ocorre algo em torno de centímetros por ano, o que poderia provocar um distúrbio na atmosfera. Os movimentos orogenéticos de formação de montanhas também poderiam estar prejudicando a circulação dos ventos. b) El Niño e La Niña Os fenômenos “El Niño” e “La Niña” são mudanças na temperatura da água de partes do Oceano Pacífico. A mudança da temperatura das águas influencia a intensidade dos Ventos Alísios que pode fazer com que massas de água quente, e massas de ar também, se desloquem no Pacífico de forma diferente dos registros das médias históricas. c) Vulcanismo As partículas emitidas pelos vulcões (aerossóis) refletem a luz solar, impedindo que parte dela chegue à superfície. Assim, nos anos que se seguem a grandes erupções vulcânicas, como a do Monte Pinatubo 1991, observa-se um resfriamento do sistema climático da Terra. Para que haja efeito perceptível em escala global ao longo de mais de um ano, é necessário ao menos 100 mil toneladas de SO2 em suspensão na estratosfera. d) Variação na composição atmosférica O efeito estufa é a retenção de parte do calor que seria emitido de volta ao espaço pela Terra. Alguns gases, chamados gases estufa, têm a propriedade de obstruir raios infravermelhos, aumentando a temperatura da superfície. Este fenômeno torna possível a vida na Terra, uma vez que sem ele as temperaturas médias seriam vários graus abaixo de zero. Ele ainda age de forma a amplificar outras forçantes, como por exemplo as variações orbitais. Desta forma, um desequilíbrio energético relativamente pequeno em seu início toma proporções mais intensas, e de escala global. Causas Antrópicas a) Emissão de gases do efeito estufa A partir da Revolução Industrial o homem passou a emitir quantidades significativas de gases estufa, em especial o dióxido de carbono. Neste período, a concentração original de 280 ppm deste gás cresceu até os atuais 400 ppm, intensificando significativamente o efeito natural original. Assim, as atividades humanas passaram a ter influência importante nas mudanças climáticas. Alguns fatores antropogênicos que adicionam a um aumento no dióxido de carbono incluem o desmatamento, a queimada dos combustíveis fósseis e o cultivo do gado. FONTES: https://alunosonline.uol.com.br/geografia/agentes-externos-relevo.html https://alunosonline.uol.com.br/geografia/intemperismo-erosao.html https://alunosonline.uol.com.br/geografia/solo.html https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-elementos- climaticos.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Mudan%C3%A7a_do_clima Imagens do Google imagens
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