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Componentes: Natália Gomes Vitor Igor Wallace Teoria das Relações Humanas e a Organização do Trabalho A Teoria das Relações Humanas, ou Escola das Relações Humanas, é um conjunto de teorias administrativas que ganharam força com a Grande Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929. Começa a tratar de forma mais complexa os seres humanos. O que é? Essas teorias criaram novas perspetivas para a administração, visto que buscavam conhecer as atividades e sentimentos dos trabalhadores e estudar a formação de grupos. Até então, o trabalhador era tratado pela Teoria Clássica, e de uma forma muito mecânica. Com os novos estudos, o foco mudou e, do Homo economicus o trabalhador passou a ser visto como "homo social". O ser humano não pode ser reduzido a um ser cujo comportamento é simples e mecânico. O homem é, ao mesmo tempo, guiado pelo sistema social e pelas demandas de ordem biológica. Todos os homens possuem necessidades de segurança, afeto, aprovação social, prestígio, e autorrealização. Começa-se a pensar na participação dos funcionários na tomada de decisão e na disponibilização das informações acerca da empresa na qual eles trabalhavam. Foram sendo compreendidos aspectos ligados à afetividade humana e percebeu-se os limites no controle burocrático por parte das organizações como forma de regulamentação social. Principais Características 1- A necessidade de humanizar e democratizar a administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. 2- O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psicologia e a sociologia. 3- As idéias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram capitais para o humanismo na administração. 4- As conclusões da Experiência em Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo. A origem da Teoria das Relações Humanas são: Experiência de Hawthorne - Elton George Mayo (1880-1949) No período entre 1927 e 1932 foram realizadas pesquisas em uma das fábricas da Western Electric Company, localizada em Hawthorne, distrito de Chicago. Detectar de que modo fatores ambientais influenciavam a produtividade dos trabalhadores. Analisar a correlação entre iluminação e eficiência dos operários, medida por meio da produção e estendeu-se à fadiga, aos acidentes do trabalho e à rotatividade de pessoal (turnover) e ao efeito das condições do trabalho sobre a produtividade do pessoal. Objetivo A Experiência de Hawthorne se dividiu em quatro fases (realizadas de 1924 a 1932): 1ª - Os estudos da iluminação 2ª - Estudos na sala de montagem de relés 3ª - O programa de entrevistas 4ª - Sala de montagem de terminais O nível de produção é resultante da integração social. Comportamento social dos empregados: O comportamento do individuo é apoiado totalmente no grupo. Recompensas e sanções sociais: O comportamento dos trabalhadores está condicionado a normas e padrões sociais. Grupos informais: os grupos sociais definem regras, sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas. Relações humanas: cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e nas atitudes das outras com quem mantém contatos e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas outras. As pessoas procuram ajustar-se às demais pessoas e grupos: querem ser compreendidas, aceitas e participar, no intuito de atender a seus interesses e aspirações pessoais. Conclusões da Experiência de Hawthorne Importância do conteúdo do cargo: a especialização não é a mais eficiente divisão do trabalho. A especialização proposta pela Teoria Científica/clássica não cria a organização mais eficiente. Observaram que os operários trocavam de posição para variar e evitar a monotonia, contrariando a política da empresa. Essas trocas provocavam efeitos negativos da produção, mas elevavam o moral do grupo. Trabalhos simples e repetitivos tornam-se monótonos e maçantes afetando negativamente a atitude do trabalhador e reduzindo a sua satisfação e eficiência. Ênfase nos aspectos emocionais: os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção especial da Teoria das Relações Humanas. O nível de produção é determinado pela integração social e não pela capacidade física dos operários; O operário não reage como indivíduo isolado, mas como membro de um grupo social; A empresa passou a ser vista como um conjunto de grupos informais cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal; Os elementos emocionais e mesmo irracionais passam a merecer uma maior atenção; As pessoas são motivadas principalmente pela necessidade de reconhecimento, de aprovação social e de participação nas atividades dos grupos sociais (Conceito de Homem Social); Outras visões gerais de Hawthorne: As conclusões de Hawthorne somente tiveram um impacto decisivo e definitivo na teoria administrativa a partir da década de 50, com o aparecimento da Teoria Comportamental. “Em essência, Mayo diz que o desempenho das pessoas depende muito menos dos métodos de trabalho, segundo a visão da administração científica, dos que dos fatores emocionais ou comportamentais. Destes, os mais poderosos são aqueles decorrentes da participação do trabalhador em grupos sociais. A fábrica deveria ser vista como um sistema social, não apenas econômico ou industrial, para a melhor compreensão de seu funcionamento e de sua eficácia.” (MAXIMIANO, 2002, p.238) Conclusões apresentadas por Elton Mayo: (no livro: The human problems of an industrial civilization, publicado em 1933): Funções básicas da organização segundo Roethlisberger & Dickson. Homem social : as recompensas e sansões sociais é que realmente definem o rendimento do trabalhador. 1- Os trabalhadores são criaturas sociais complexas, dotados de sentimentos, desejos e temores; 2- As pessoas são motivadas por necessidades humanas e alcançam suas satisfações, por meio dos grupos sociais com que interagem; 3- O comportamento dos grupos sociais é influenciado pelo estilo de supervisão e liderança; 4- As normas sociais do grupo funcionam como mecanismos reguladores do comportamento dos membros. (Fonte : CHIAVENATO, 1983, p. 109) Diferenças das Teorias: Com o advento da Teoria das Relações Humanas, uma nova linguagem passa a dominar o repertório administrativo: Fala-se agora em motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo etc. Os princípios clássicos passam a ser duramente contestados. O engenheiro e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao sociólogo. O método e a máquina perdem a primazia em favor da dinâmica de grupo. A felicidade humana passa a ser vista sob um ângulo completamente diferente, pois o homoeconomicus cede lugar ao homem social. A ênfase nas tarefas e na estrutura é substituída pela ênfase nas pessoas. Decorrência da Teoria das Relações Humanas A teoria da motivação procura explicar os porquês do comportamento das pessoas. Na Teoria da Administração Cientifica que a motivação era pela busca do dinheiro e das recompensas salariais e materiais do trabalho. A experiência de Hawthorne veio demonstrar que o pagamento, ou recompensa salarial, não é o único fator decisivo na satisfação do trabalhador. Elton Mayo e sua equipe passaram a chamar atenção para o fato de que o homem é motivado por recompensas sociais, simbólicas e não materiais Motivação Níveis de estágio de motivação: A Teoria das Relações Humanas constatou a existência de certas necessidades humanas fundamentais: a- Necessidades Fisiológicas – Relacionadas a sobrevivência do indivíduo. Nível mais baixo. As principais necessidades fisiológicas são as de alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção contra os elementos e de segurança física contra os perigos. b- NecessidadesPsicológicas – Relacionadas aos desejos do indivíduo. Nível médio. São aprendidas e adquiridas no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades. As necessidades psicológicas são raramente satisfeitas em sua plenitude - Necessidade de segurança íntima; - Necessidade de participação; - Necessidade de autoconfiança; Necessidade de afeição. c- Necessidade de auto realização – Relacionadas e decorrentes a educação e da cultura da pessoa. Nível mais elevado. O MORAL E A ATITUDE O moral é um conceito abstrato, intangível, porém perfeitamente perceptível. O moral é uma decorrência do estado motivacional, uma atitude mental provocada pela satisfação ou não satisfação das necessidades dos indivíduos. O moral elevado é acompanhado de uma atitude de interesse, identificação, aceitação fácil, entusiasmo e impulso em relação ao trabalho, em geral paralelamente a uma diminuição dos problemas de supervisão e de disciplina. O moral elevado devolve a colaboração. LIDERANÇA: conduzir as pessoas rumo ao objetivo, utilizando a comunicação e as questões motivacionais. O administrador precisa conhecer a motivação humana e saber conduzir as pessoas, isto é liderar. Com a Teoria das Relações Humanas, passou-se a constatar a enorme influência da liderança informal sobre o comportamento das pessoas. A Experiência de Hawthorne teve o mérito – entre outros – de demonstrar a existência de líderes informais que encarnavam as normas e expectativas do grupo e que mantinham estrito controle sobre o comportamento do grupo, ajudando os operários a atuarem como um grupo social coeso e integrado. Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processo da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos. As teorias sobre a liderança podem ser classificados em três grandes grupos: • Teorias de traços de personalidade. • Teorias sobre estilos de liderança. • Teorias situacionais da liderança. TEORIA DE TRAÇOS DE PERSONALIDADE: A teoria dos traços partem do pressuposto de que certos indivíduos possuem uma combinação especial de traços de personalidade que podem ser definidos e utilizados para identificar futuros líderes potenciais. 1. Traços físicos: energia, aparência e peso. 2. Traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e autoconfiança. 3. Traços sociais: cooperação, habilidades interpessoais e habilidade administrativa 4. Traços relacionados com a tarefa: impulso de realização, persistência e iniciativa. TEORIA SOBRE ESTILOS DE LIDERANÇA São as teorias que estudam a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados, isto é, maneiras pelas quais o líder orienta sua conduta. Refere-se àquilo que o líder faz, o seu estilo de comportamento para liderar. TEORIAS SITUACIONAIS DA LIDERANÇA Partem do princípio de que não existe um único estilo ou característica de liderança válida para toda e qualquer situação. Cada tipo de situação requer um tipo de liderança diferente para alcançar a eficácia dos subordinados.. COMUNICAÇÕES É oferecer a informação e a compreensão necessárias para a realização das tarefas, visando à obtenção da cooperação e motivação. Com o desenrolar das conseqüências das Experiências de Hawthorne e das experiências sobre liderança, os pesquisadores passaram a concentrar sua atenção nas oportunidades de ouvir e aprender em reuniões de grupo e notar os problemas das comunicações entre grupos de empresas. Neste sentido, a Teoria das Relações Humanas criou uma pressão sensível sobre a Administração no sentido de modificar as habituais maneiras de dirigir as organizações. O enfoque das relações humanas adquiriu certa imagem popular cujo efeito líquido foi compelir os administradores a: a- Assegurar a participação dos escalões inferiores na solução dos problemas da empresa. b- Incentivar maior franqueza e confiança entre os indivíduos e os grupos nas empresas. A comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos principais: a- Proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas possam conduzir-se nas suas tarefas. b- Proporcionar as atitudes necessárias que promovam motivação, cooperação e satisfação no cargo. Estes dois propósitos, em conjunto, promovem um ambiente que conduz a um espírito de equipe e um melhor desempenho nas tarefas. Para a Teoria das Relações Humanas, a comunicação é importante no relacionamento entre as posições e no conhecimento e na explicação aos participantes inferiores das razões das orientações Tomadas. ORGANIZAÇÃO INFORMAL Existem padrões de relações encontrados na empresa mas que não aparecem no organograma. Encontramos amizades e antagonismos, indivíduos que se identificam com outros, grupos que se afastam de outros e uma grande variedade de relações no trabalho ou fora dele e que constituem a chamada organização informal. Essa organização informal desenvolveu-se a partir da interação imposta e determinada pela organização formal. Os padrões informais de relações são extremamente diversos quanto à forma, conteúdo e duração e nos mostram que nem sempre a organização social de uma empresa correspondente exatamente ao seu organograma. DINÂMICA DE GRUPO Fundada por Kurt Lewin a Escola da Dinâmica de grupo desenvolve uma proposição geral de que o comportamento, as atitudes, as crenças e os valores do indivíduo baseiam-se firmemente nos grupos aos quais pertence. Dinâmica de grupo é a soma de interesses dos componentes do grupo, que pode ser ativada através de estímulos e motivações, no sentido de maior harmonia e aumento do relacionamento. Ela apresenta uma visão inadequada dos problemas de relações industriais - em alguns aspectos a experiência de Hawthorne foi insegura e artificial e mesmo tendenciosa; alguns estudiosos acreditam que a origem esteja no fato de ser a teoria das relações humanas em produto da ética e do princípio democrático então existente nos Estados Unidos. Apesar de os Industriais tenderem a julgar sempre as conclusões de Mayo verdadeiras, estes as consideravam inaplicáveis, como citado por um "Tudo isto é muito interessante, mas o que psicólogos e teóricos em geral parecem esquecer é que tenho que obter lucro e produzir bens. O bem-estar é muito justo no devido lugar, mas é, no final das contas, um problema secundário na indústria e não a sua função principal.". Uma crítica feita pelos psicólogos é que as conclusões de Mayo são óbvias, porém Mayo sem dúvida tem seu mérito por tirar este conceito das ciências e aplicá-lo às práticas administrativas. Críticas à teoria das relações humanas Oposição cerrada à teoria clássica - Tudo aquilo que esta preconizava, a teoria das relações humanas negava. Limitação no campo experimental, sua principal crítica é a de natureza analítica. Suas pesquisas concentram-se em campos muito pequenos de variáveis e ao estudá-las não levar em conta as demais. Isto levou com o tempo a um certo descrédito de sua teoria. A concessão ingênua e romântica do operário - as pessoas que seguiram demonstraram que nem sempre isto ocorreu. A ênfase exagerada nos grupos informais colaborou rapidamente para que esta teoria fosse repensada. O seu enfoque manipulativo e certamente demagogo não deixou de ser descoberto e identificado pelos operários e seus sindicatos. UNISAM – Apostila II – Fundamentos da administração – Curso Análise de sistemas Caldas, R F. Anotações pontos da disciplina Teoria Geral de Administração/ Depto Ciência da Informação UNESP/FFC www.uniriotec.br/~simone/Analise%20Empresarial/.../5_TGA.pd www.professorcezar.adm.br/.../Teoria%20das%20relacoes%20humanas Referências
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