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2ª FASE DO EXAME DE ORDEM PROFESSOR: GEOVANE MORAES PRISÃO TEMPORÁRIA: 1. Conceito: Trata-se de hipótese de prisão cautelar que visa auxiliar nas investigações policias e com previsão na Lei 7.960/89. A prisão temporária somente pode ser decretada na fase pré- processual (atendendo a representação da autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público), e no caso de prática de um dos delitos previstos no rol taxativo listados na própria Lei 7.960/89 e nas hipóteses de crimes hediondos e equiparados a hediondos. Observação: No caso de representação da autoridade policial, antes de decidir pela decretação ou não da prisão temporária, o Magistrado deverá ouvir o Ministério Público. DICA IMPORTANTE: A competência jurisdicional para a decretação da prisão temporária será determinada com base na observação de qual juízo seria competente para julgar eventual ação penal decorrente do(s) crime(s) que configura-se como objeto da investigação. 2. Cabimento da decretação da PRISÃO TEMPORÁRIA: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de suas formas típicas; n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. Pergunta 1: Os requisitos são alternativos ou cumulativos? Resposta: Cumulativos. Embora haja divergência doutrinária, a corrente majoritária entende que para a decretação da prisão temporária é necessário sempre a presença do inciso III (fumus comissi delicti), combinado com o inciso I ou o inciso II (periculum libertatis). Pergunta 2: O rol dos crimes autorizadores é taxativo ou exemplificativo? Resposta: O rol constante no art. 1º, inciso III, da Lei nº 7.960/89, é taxativo e todos os crimes são, na hipótese, de ação penal pública, sendo, portanto, vedado ao ofendido requerer prisão temporária (não é cabível prisão temporária em crimes de ação penal privada). Pergunta 3: O fato do crime ser considerado como hediondo próprio ou equiparado autoriza a decretação da prisão temporária? Resposta: Sim! A Lei nº 7.960/89 entrou em vigor antes da Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos). Com efeito, a Lei dos Crimes Hediondos estabelece em seu art. 2º, § 4º, que “a prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade”, razão pela qual passou a ser admitida a prisão temporária também aos crimes hediondos e aos equiparados, mesmo que não estejam expressamente previstos no inciso III, do art. 1º, da Lei 7.960/89. DICA 1 – A prisão temporária só pode ser decretada na fase de investigação policial, sendo inadmissível após a instauração da ação penal, não podendo, ainda, ser decretada de ofício pelo Magistrado: Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. 3. Prazo da PRISÃO TEMPORÁRIA: REGRA GERAL (art. 2º da Lei nº 7.960/1989 ) CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS (art. 2º, § 4º, da Lei nº 8.072/1990) 5 dias prorrogáveis por até igual período. 30 dias prorrogáveis por até igual período. TEMA RELEVANTE - Como fica a questão do prazo da prisão temporária no caso de crimes hediondos e equiparados que também constam no rol da lei 7960/89? Para os crimes listados na lei 7960/89, o prazo da prisão temporária é de 05 dias prorrogáveis por até igual período. Com o advento da Lei dos Crimes Hediondos – Lei 8072/90 – passamos a ter a previsão constante no seu art. 2º, § 4º, que os crimes hediondos, incluindo-se os equiparados, poderá ter prazo de 30 dias prorrogável por até igual período. Dentre o rol dos crimes hediondos próprios e equiparados temos diversos crimes que são taxativamente listados no Art. 1°, inciso III da lei da prisão temporária. Assim sendo, temos um notório conflito aparente de normas penais, onde a Lei 7960/89 indica que o prazo da prisão seria de 05 dias e a Lei 8072/90 indica que seria de 30 dias. Tal conflito deve ser solucionado mediante aplicação do princípio da especialidade, favorável a lei dos crimes hediondos. Assim sendo, todos os crimes hediondos, próprios e equiparados, poderão ter prazo de temporária de até 30 dias, prorrogáveis por até mais 30 dias. Os demais crimes listados na lei 7960/89, seguem a regra dos 05 dias prorrogáveis por até igual período. Observações Finais: i. O prazo da prisão só começa a ser contado do momento da efetiva captura do agente; ii. A contagem do prazo é feita no modelo penal, incluindo-se no cômputo o dia de início, independentemente da hora capturada; iii. O preso temporário deve ficar apartado dos demais presos; iv. Findo o prazo a liberação não dependerá da expedição de alvará de soltura.
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