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Tópico: Treliças planas isostáticas Prof. Roberto E. Oshiro Conteúdo: 1 – Treliças 2 – Exemplos 3 – Exercícios para prática Referências: ‒ Hibbeler, Mecânica para engenharia : Cap. 6 ‒ Beer & Johnston, Mecânica vetorial para engenheiros: Cap. 6 1 – Treliças 1 – Treliças Treliças são combinações de barras retas conectadas pelas extremidades formando triângulos. Elas tem como característica principal a alta capacidade de carga aliada a um baixo peso e custo de construção Pelo fato de ser uma estrutura muito eficiente, treliças são arranjos estruturais largamente utilizados na engenharia. Exemplos: pontes, torres de transmissão elétrica, suporte de telhados, etc. Características: - Todas as cargas são aplicadas nos nós; - O peso próprio é frequentemente desprezado pois a carga suportada é bem maior que o peso do elemento; - Os elementos são ligados entre si por superfícies lisas. Atendidas as hipóteses acima, a barra de uma treliça só aceita forças na direção axial, ou seja, compressão ou tração. No exemplo acima, perceba que só existem forças de tração (barras AB e AC) e compressão (barra BC). Além disso, a barra não transmite nenhuma força cortante ou momento fletor e todos os esforços aplicados na treliça atuam nos nós. Composição: - As treliças são compostas de barras e nós: 1 – Treliças Observação: Devido à lei de Newton de ação e reação, se uma barra é tracionada, ela também traciona os nós ligados a ela com uma força de mesma magnitude. 1 – Treliças - A barra AC está sujeita à tração e traciona os nós A e C. - A barra BC está sujeita à compressão e comprime os nós B e C. 1 – Treliças As junções das treliças simples são feitas através de pinos, isto é, são articuladas. Devido esta forma de conexão, apenas os esforços axiais são transmitidos através das barras, conforme já mencionado. Entretanto, se as junções forem soldadas ou parafusadas através de placas, como ilustra a figura abaixo, e os eixos longitudinais das barras se interceptarem num mesmo ponto no interior da junta, é razoável considerar somente os carregamentos axiais. Do contrário, demais tipos de carregamentos transmitidos entre as barras não devem ser desprezados. 1 – Treliças Para esta disciplina, serão consideradas apenas Treliças planas isostáticas: - Uma treliça plana (ou bidimensional) é uma estrutura onde todos os membros e os nós se encontram no mesmo plano, enquanto uma treliça espacial/tridimensional tem membros e nós em três dimensões; - Treliças isostáticas são aquelas em que o número de incógnitas é igual ao número de equações. Treliça bidimensional Treliça tridimensional Existem diversos métodos para a solução de treliças como o método dos nós, método de Maxwell-Cremona, método das seções, método matricial, etc. O método estudado aqui será o método dos nós. Método dos nós Consiste no desmembramento da treliça em seus vários componentes (nós e barras). Através da aplicação do DCL em cada um dos nós, é possível calcular os esforços desconhecidos fazendo o equilíbrio de forças nas direções x e y: 1 – Treliças 0xF = 0yF = 1 – Treliças Importante: convenção de sinais - A convenção de sinais para os esforços externos atuando na treliça (forças externas aplicadas e reações dos apoios) segue o sistema de eixos coordenados global. - A convenção de sinais para os esforços internos (forças atuando nas barras) é independente do sistema de coordenadas global. A força é positiva quando a barra é tracionada e negativa quando a barra é comprimida. Método dos nós Etapas: 1 – Calcule as forças de reação nos apoios. 2 – Escolha um nó e faça o DCL. Faça o equilíbrio de forças do nó usando o equilíbrio de forças nas direções x e y. 3 – Repita a etapa 2 para cada nó da estrutura até que todas as forças sejam identificadas. 2 – Exemplos Exemplo 1 Etapa 1: Calcular as reações nos apoios; Cy = 500 N Ax = 500 N Ay = -500 N Etapa 2: Selecionar um nó que tenha no máximo 2 barras com esforços desconhecidos. Por exemplo, o nó B. Faça o diagrama de corpo livre do nó B. Dica: desenhe a força desconhecida sempre apontando para fora do nó (tracionando o nó/barra). No caso da força calculada der negativa, então sabe-se que o nó/barra está em compressão e deve-se inverter o sentido do vetor. Ax (N) Ay (N) Cy (N) -500 -500 500 FBA (N) FBC (N) FCA (N) É útil construir uma tabela resumindo os valores calculados, principalmente para treliças constituídas de muitas barras e nós: Nó B Exemplo 1 Ax (N) Ay (N) Cy (N) 500 -500 500 FBA (N) FBC (N) FCA (N) +500 -707 Usando as equações de equilíbrio de forças nas direções x e y, determine FBA e FBC: o0 500 sen(45 ) 0x BCF F= → + = → o0 cos(45 ) 0y AB BCF F F= → − − = →(comprimindo a barra BC) (tracionando a barra AB) 707 NBCF = −500 NABF = Importante: para desenhar os vetores força atuando em um nó, lembrar que forças positivas nas barras atuam tracionando o nó (saindo), enquanto forças negativas nas barras comprimem o nó (entrando). Porém, as reação dos apoios e forças aplicadas são esforços externos e seguem a notação de sinais do sistema de coordenadas global. Nó B Exemplo 1 Ax (N) Ay (N) Cy (N) 500 500 500 FBA (N) FBC (N) FCA (N) +500 -707 +500 N Etapa 3: Seleciona-se o nó C e determina-se as forças FBA e FBC nas direções x e y através das equações de equilíbrio determine : = → − + = → o0 707 sen(45 ) 0x CAF F= → − = → o0 707 cos(45 ) 0y yF C(tracionando a barra AC) = 500 NCAF = 500 NyC Nó C Este cálculo serve para checar o resultado anterior Etapa 4: Todos os esforços já foram determinados, mas o último nó (A) pode ser usado para conferir os cálculos. As forças devem-se equilibrar nas duas direções x e y. Nó A = → + = → 0 0y y BAF A F Coincide com o valor já calculado = −500 NyA = −500 NxA = → + = → 0 0x x CAF A FCoincide com o valor já calculado Exemplo 1 Exemplo 2 Etapa 1: Calcular as reações nos apoios; Ay = 600 N Cx = -600 N Cy = -200 N Etapa 2: Ay (N) Cx (N) Cy (N) 600 -600 -200 FAB (N) FBC (N) FCD (N) FAD (N) FBD (N) -750 -600 -200 +450 +250 Nó A = → + = → 3 0 0 5 x AD ABF F F = → + = → 4 0 600 0 5 y ABF F (tracionando a barra AD) (comprimindo a barra AB) = 450 NADF = −750 NABF Exemplo 2 Etapa 3: Nó D = → − − + = → 3 0 450 600 0 5 x BDF F= → + = → 4 0 0 5 y BD CDF F F (tracionando a barra BD) (comprimindo a barra CD) = 250 NBDF = −200 NCDF Etapa 4: Nó C 0 600 0x BCF F= → − − = → 0 200 200 0yF = → − =(comprimindo a barra BC) 600 NBCF = − Este cálculo serve para checar o resultado anterior Exemplo 2 Etapa 5: 3 3 0 600 750 250 0 5 5 xF = → − + + = 4 4 0 400 750 250 0 5 5 yF = → − + − = Nó B: este cálculo serve para checar os resultados anteriores Ay (N) Cx (N) Cy (N) 600 -200 -600 FAB (N) FBC (N) FCD (N) FAD (N) FBD (N) -750 -600 -200 +450 +250 3 – Exercícios para prática Exercício 1 - treliças Calcule as forças atuando em todos os nós das treliças (a resposta é dada somente para algumas barras). (a) (b) FAC = +64 kN FAB = 0 FEF = +30 kN (c) FAD = +15 kN FBE = +5 kN (d) FAD = -20,6 kN (e) FBC = -5,02 kN FCD = +4,10 kN (f) FAC = -283 N FBC = +200 N Exercício 1 - treliças FAC = -156 kN (g) (h) (i) FCD = +800 N FBE = +750 N FAE = -1750 N FAB = +7,5 kN FDE = -4,5 kN FBC = +18,5 kN Exercício 1 - treliças (j) FAB = +1500 lb FBD = +2500 lb FCE = -8750 lb (k) FCD = +9,24 kN FDE = +4,62 kN FCB = +9,24 kN (l) FBD = -1,7 kN FAB = -2,55 kN FCF = +1,6 kN Exercício 1 - treliças (o) (n) FAB = -1500 lb FBD = -1200 lb FEF = -60lb FGH = +1200 lb (m) FAD = -260 lb FBE = -832 lb FCE = +400 lb FAB = -420 lb FAB = +286 lb FBC = +808 lb Exercício 1 - treliças (p) (q) FAB = -1500 lb FCE = +1200 lb FDF = -1000 lb FAB = -47,2 kN FCD = +17,5 kN FDE = 0 Exercício 1 - treliças Treliças planas isostáticas Links para estudo: Exercício: https://www.youtube.com/watch?v=PhbpqgE7tPw Exercício: https://www.youtube.com/watch?v=JfIcLOjRSR8 Exercício (parte 1): https://www.youtube.com/watch?v=PfcI6dZwFWk Exercício (parte 2): https://www.youtube.com/watch?v=k4Bc4sdW7_o Exercício (parte 3): https://www.youtube.com/watch?v=E3JVJZ56wr8 Exercício: https://www.youtube.com/watch?v=lyXwVnQDBRA Exercício: https://www.youtube.com/watch?v=HmTaRIzZHdM Exercício: https://www.youtube.com/watch?v=Ir8nPPWYyFM Próximo tópico • Propriedades da seção transversal (centro de gravidade e momento de inércia) ‒ Hibbeler, Mecânica para engenharia : Cap. 9 e 10 ‒ Beer & Jonnston, Mecânica vetorial para engenheiros: Cap. 5 e 9
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