Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Universidade do Estado do Pará 
Centro de Ciências Sociais e Educação 
Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia 
 
 
 
 
EVILA RAYLANE DE LIMA COSTA 
WIRNA DIANNE MONTEIRO BICHO 
 
 
RESENHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 São Miguel do Guamá 
 2019 
 
GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira 
de Educação v.16, n.47, maio-agosto 2011. 
No referido texto da autora Maria da Glória Gohn são destacados distintos 
movimentos sociais presentes no Brasil e no mundo, esclarecendo a relação dos mesmos 
com a educação, em que, primeiramente, a autora afirma que a educação não acontece 
apenas nos âmbitos escolares, visto que há aprendizagens e produção de saberes em 
outros espaços, denominados de educação não formal. 
Gohn afirma que a relação movimento social e educação existe a partir das ações 
práticas de movimentos e grupos sociais, ocorrendo de duas maneiras: na interação dos 
movimentos em contato com instituições escolares, e no interior do próprio movimento 
social, dado o caráter educativo de suas ações. 
No Brasil, essa relação foi sendo construída lentamente desde o final dos anos 
1970, quando foram formadas novas associações ou ativadas entidades cientificas já 
existentes. Tais entidades e eventos pautaram no fim dos anos 1970 e durante a década 
de 1980, em seus grupos de trabalho e pesquisa, mesas e debates referente a temática dos 
movimentos sociais. Desse modo, essa relação entre movimento social e escola se 
desenvolveu a partir da atuação de novos sujeitos que entravam em cena, indivíduos de 
ações inovadoras voltadas para a coletividade, que iam para além do ambiente fabril ou 
locais de trabalho, atuando como moradores das zonas periféricas da cidade, exigindo ao 
poder público o atendimento de suas necessidades para sobreviver ao mundo urbano. 
Sendo assim, os movimentos tiveram papel educativo para os membros que o formavam. 
Na concepção de Gohn os movimentos sociais são ações socais coletivas de 
caráter sócio-político e cultural que viabilizam formas distintas de a população se 
organizar e expressar suas demandas. Na prática, essas formas adotam diferentes 
estratégias, tais como: mobilizações, marchas, concentrações, passeatas, distúrbios a 
ordem constituída, atos de desobediência civil, entre outros. 
Na realidade histórica, os movimentos sociais sempre existiram, e acredita-se que 
existirão perpetuamente. Pois, tais movimentos representam forças sociais organizadas, 
reúnem as pessoas não como força-tarefa de ordem numérica, mas como campo de 
atividades e experimentação social, em que tais atividades são fontes geradoras de 
criatividade e movimentações socioculturais. A autora diz que a experiencia desses 
movimentos não advém de forças congeladas do passado, embora sua importância seja 
inegável, mas sim, que tal existência é reforçada por meio de situações distintas que são 
enfrentadas cotidianamente. 
Segundo Gohn, os movimentos realizam diagnósticos sobre a realidade social, 
constroem propostas. Atuando em redes, constroem ações coletivas que agem como 
resistência à exclusão e batalham pela inclusão social. Realizando essas ações, projetam 
em seus membros sentimentos de pertencimento social, fazendo com que aqueles que 
eram excluídos possam se sentir inclusos em algum de tipo de ação de um grupo ativo. 
Para a autora as lutas, movimentos e associativismo na América Latina trouxeram 
para a primeira década desse século uma forma contraditória, no agir do ator social nas 
ações em conjunto que cresceram em seus países, tais como radicalização do processo 
democrático e ressurgimento de lutas sociais tradicionais, como por exemplo movimentos 
étnicos, especialmente dos indígenas na Bolívia e no Equador. 
Houve um aumento, nos primeiros dez anos desse século, dos movimentos sociais 
que ultrapassaram as fronteiras da nação, que são denominados de transnacionais, como 
o movimento alter ou antiglobalização, presente no Fórum Social Mundial, que atuam 
através de redes conectadas por meios tecnológicos da sociedade da informação. Embora 
haja diferenças nesse movimento, eles unem a crítica sobre as causas da miséria, exclusão 
e conflitos sociais, a procura e a criação de um consenso que possibilite ações conjuntas. 
Segundo a autora, na primeira década deste milênio houve um fortalecimento de 
ONGs e entidades do terceiro setor. As ONGs tomaram a frente na organização da 
população, no lugar dos movimentos, tal processo se fortaleceu quando surgiu outro ator 
social importante no cenário do associativismo nacional: as fundações e organizações do 
terceiro setor, articuladas por empresas, bancos, redes do comércio e da indústria, ou por 
artistas conhecidos, que passaram a realizar os projetos junto à população, em parcerias 
com o Estado. 
No Brasil e em diversos outros países da América Latina, no final da década de 
1970 e parte dos anos 1980, ficaram famosos os movimentos sociais populares formados 
por grupos de oposição aos regimes militares. Gohn afirma que é inegável que os 
movimentos sociais dos anos 1970/1980, no Brasil, foram fundamentais para a conquista 
de muitos direitos sociais, que foram inscritos em leis na nova Constituição Federal de 
1988. 
Um acontecimento marcante dos anos 1990, foi a criação de uma Central de 
Movimentos Populares, no plano de organização. Tal Central estruturou distintos 
movimentos populares em nível nacional, bem como a luta pela moradia, como também 
procurou uma articulação e formou colaborações em diferentes tipos de movimentos 
sociais, populares e não populares. 
Dentre os muitos movimentos sociais organizados nos anos de 1990 são 
destacados pela autora o movimento de mulheres, movimento dos homossexuais, 
movimento negro ou afrodescendente, movimentos culturais, movimento dos indígenas, 
movimento dos funcionários e movimento dos ecologistas. 
Gohn destaca que lutas e movimentos pela educação têm caráter histórico, são 
processuais, e desse modo, acontecem dentro e fora dos ambientes escolares. Tais lutas 
fazem parte da construção da cidadania, pois, envolvem lutas por direitos. Direitos estes 
que são essenciais, porque fornecem universalidade às questões sociais, aos problemas 
econômicos e as políticas públicas, atribuindo-lhes caráter emancipatório. 
Os movimentos sociais pela educação abrangem questões tanto de escola como de 
gênero, etnia, nacionalidade, religiões, portadores de necessidades especiais, meio 
ambiente, qualidade de vida, paz, direitos humanos, direitos culturais e etc. Movimentos 
sociais são fontes e agências de produção do saber, desse modo, o ambiente escolar é 
fundamental para o envolvimento dos referidos movimentos com a educação e 
participação na sociedade em seus distintos aspectos. 
Os movimentos que envolvem a educação formal apresentam uma lista de 
demandas extensa, tais como lutas pelo acesso em todos os níveis de educação, escola 
pública de qualidade, gestão democrática, políticas públicas que priorizem a educação, 
lutas por melhores condições de emprego e salários, lutas contra discriminação, educação 
de jovens e adultos, projetos pedagógicos que respeitem as culturas locais, alterações na 
relação da escola com a comunidade, entre outros. 
Fica evidente que os distintos movimentos sociais presentes em nossa sociedade 
nos dias atuais, são essenciais na busca de autonomia dos sujeitos envolvidos nessas 
manifestações, além de contribuírem para a formação do cidadão que valoriza o ideal 
democrático, reconhecendoe lutando pelos seus direitos garantidos por lei. 
A junção da educação com as muitas manifestações sociais possibilita a 
construção de novos saberes, visto que no interior desses movimentos há aprendizagens 
de contexto histórico, social, político, entre outras. Sendo assim, o envolvimento de 
ambos é de grande colaboração na formação estudantil, pois possibilitaria a formação de 
sujeitos críticos e participativos, com autonomia para compreender e respeitar as muitas 
lutas sociais, como de mulheres, indígenas, LGBTs, afrodescendentes, etc.

Mais conteúdos dessa disciplina