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LAURA LUCIA FERREIRA DOS SANTOS R.A. (8074817) ATIVIDADE DE PORTFÓLIO (2º Ciclo) Trabalho apresentado ao Centro Universitário Claretiano para a disciplina Fundamentos e Métodos do E nsino de Língua Portuguesa e Matemática, ministrada pela Tutor a: Alessandra Correa Farago . FLORIANO-PI 2019 Descrição da atividade Faça a leitura do artigo "Psicogênese da Língua Escrita", de Onaide Mendonça e, depois, escreva um texto crítico e reflexivo a respeito das contribuições, dos equívocos e as conseqüências geradas pela má interpretação da psicogênese da língua escrita para o trabalho pedagógico de alfabetização. PORTFÓLIO As autoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky demonstram no artigo A Psicogênese da Língua Escrita, os equívocos mais comuns advindos da interpretação, bem como suas conseqüências, desse modo, estudos e pesquisas evidenciam que a criança, antes de chegar à escola, tem idéias e faz hipóteses sobre o código escrito, descrevendo os estágios lingüísticos que percorre até a aquisição da leitura e da escrita. Para tanto, o educador deve criar condições para que o aluno escreva de acordo com o que pensa considerando os erros como hipóteses, sendo importante que o educador esteja atento a essas tentativas e faça o aluno avançar. Ferreiro entrou em contato com alunos buscando respostas para o fracasso escolar mostrando que a criança constrói diferentes hipóteses sobre o sistema de escrita mesmo antes de compreender o sistema alfabético. Ela explica que todos os conhecimentos têm uma gênese, ou seja, uma origem. Argumenta que as crianças podem ser leitores antes de sê-lo, mesmo antes de aprender a ler. Suas idéias chegaram ao Brasil foram confundidas como um novo método de alfabetização, assim o aluno deixa de ser o agente passivo da aprendizagem para se tornar o construtor de um conhecimento, que recebe e absorve sobre o que lhe é ensinado, sendo respeitado o seu tempo e momento de aprender. Portanto, a Psicogênese da língua escrita descreve como o aprendiz se apropria dos conceitos e das habilidades de ler e escrever, mostrando que a aquisição desses atos lingüísticos segue um percurso semelhante àquele que a humanidade percorreu até chegar ao sistema alfabético, ou seja, o aluno, na fase pré-silábica do caminho que percorre até alfabetizar-se, ignora que a palavra escrita representa a palavra falada, e desconhece como essa representação se processa. Esta abordagem ainda nos possibilita perceber a relação teoria-prática, sob uma ótica que muda a antiga concepção de ensino, de aprendizagem, de homem, de sociedade, de professor, de aluno – aqui visto como um ser cognoscitivo e reflexivo. Como adverte Ferreiro (1985), mesmo que não saiba ler e escrever convencionalmente, o alfabetizando pensa sobre o objeto do conhecimento, constrói hipóteses acerca da leitura e da escrita, vivencia conflitos cognitivos e, nos seus esforços para solucionar os conflitos, avança na construção do conhecimento. Compreende-se também que o papel do professor como mediador no processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem escrita é fundamental, tendo em vista que, na interface concepções/prática, o professor, apoiado no referencial teórico, pode planejar, executar e avaliar com mais segurança, portanto, pode exercer a mediação docente de forma mais efetiva. Diante desta ótica pode-se evidenciar a teoria construtivista afirmando que é o sujeito que constrói seu conhecimento, o professor não pode intervir: enfim, há a concepção equivocada, entre “intelectuais de gabinete” da educação, de que se a conduta na alfabetização for construtivista, o professor não poderá intervir com atividades que ajudem o aluno a avançar, alegando que, se a criança é o sujeito do conhecimento, é preciso deixar que avance sozinha. Talvez este equívoco seja o maior responsável pelo atual fracasso na aprendizagem da leitura e da escrita. Sabendo que alfabetização não é pré-requisito para o letramento, concluí-se que alfabetização e letramento são realmente processos distintos, mas que devem ser realizados concomitantemente, a fim de se assegurar uma aprendizagem de qualidade, porém o processo de alfabetização, por ser específico e convencional, precisa ser sistematicamente ensinado e, portanto, merece esforço e dedicação especiais. A alfabetização diluída e inconclusa no processo de letramento, como vem sendo feito, é inaceitável, todavia os resultados das avaliações sobre leitura e interpretação de texto demonstram, hoje, que, além da conduta exclusiva “construtivista”, não conseguir alfabetizar representa incompetência também para letrar. Enfim, o domínio da língua escrita, enquanto especificidade da alfabetização, e a participação do aluno no mundo letrado têm se configurado como um grande desafio e um problema considerável para o sistema escolar Referência: MENDONÇA, O. S.; MENDONÇA, O. C. Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e conseqüências para a alfabetização. Caderno de formação: formação de professores didática dos conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica/Unesp/Univesp, 2011. v. 2.
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