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Hidrologia Profa. Camila Mateus Método Racional Método desenvolvido pelo irlandês Thomas Mulvaney, 1851. Utilizado para pequenas áreas Equação: Onde: Q = Vazão de pico (m3/s) C = coeficiente de deflúvio ou escoamento superficial i = intensidade de precipitação (mm/h) A = área da bacia drenada (Km2) Limitações da fórmula Não considera a distribuição espacial da chuva. Não considera a distribuição temporal da chuva. Não considera o efeito da intensidade da chuva no coeficiente C. Não considera a umidade antecedente no solo. Não considera que as chuvas mais curtas eventualmente podem dar maior pico. A fórmula racional só pode ser aplicada para áreas até 5 km2. Coeficiente de deflúvio Alguns dos valores do coeficiente de escoamento superficial “C” normalmente recomendados para projeto são os da tabela a seguir e se aplica as precipitações de 5 e 10 anos de período de retorno. Para maiores períodos de retorno, as intensidades das precipitações são maiores e portanto requerem o uso do coeficiente “C” maior, porque a infiltração e outras perdas têm proporcionalmente um menor efeito sobre escoamento superficial. Para corrigir o coeficiente “C” para maiores períodos de retorno é apresentado o coeficiente multiplicador Cf. C= Vol .escVol . prec Determinação do tempo de concentração Determinação do tempo de concentração Tempo de concentração relativo a uma seção de um curso de água é o intervalo de tempo contado a partir do início da precipitação para que toda a bacia hidrográfica correspondente passe a contribuir na seção em estudo. Corresponde à duração da trajetória da partícula de água que demore mais tempo para atingir a seção. De maneira geral, o tempo de concentração de uma bacia qualquer depende dos seguintes parâmetros: Área da bacia; Comprimento e declividade do canal mais longo (canal principal); Forma da bacia; Declividade média do terreno; Rugosidade dos canais de drenagem; Tipo de recobrimento vegetal; Distância entre o fim do canal e o espigão (divisor de águas). As três primeiras características fisiográficas são as que mais influenciam no tempo de concentração. Determinação do tempo de concentração Fórmula de Kirpich 385,02 57 eq c I Lt onde: Ieq – declividade equivalente em m/km; L – comprimento do curso d´água em km. t c= 57 L3 H 0,385 onde: L – comprimento do talvegue em km; H – Cota final – Cota inicial (m) Equações das chuvas Para a localidade do projeto verificar a equação de chuva utilizada afim de determinar a intensidade de precipitação, a qual estará em função de um período de retorno adotado e a duração de chuva sendo igual ao tempo de concentração da bacia, possibilitando a obtenção da vazão de Pico (máxima). Sequência de cálculo a) Delimitar a bacia hidrográfica; b) Planimetrar a área (A) e verificar se A ≤ 5 km2; c) Divisão de áreas quanto a cobertura da bacia (C1, C2, C3, etc.); d) Cálculo do C (média ponderada). Corrigir o valor de acordo com o período de retorno. e) Determinação do comprimento do curso principal L e a sua declividade S (ou H, que é o desnível entre o ponto mais afastado da bacia e a exutória); f) Com L e S (ou H) calcular o tempo de concentração; g) Fazer a duração da chuva de projeto (t) = tempo de concentração (tc); h) Conhecimento do período de retorno T (depende da obra hidráulica a ser projetada); i) Com os valores de T e t calcular a intensidade i (mm/h) através da equação de chuvas intensas; j) Cálculo da vazão máxima pela fórmula t c= 57 L3 H 0,385 Exemplo de aplicação do Método Racional Calcular a vazão máxima pelo Método Racional, da bacia hidrográfica abaixo para o período de retorno de 10 anos. São dados: Comprimento do curso d’água (L) = 3km Área da bacia (A) = 4,8 km2 Área da mata = 1,0 km2 Área da zona urbana pavimentada = 0,8 km2 Área cultivada = 0,9 km2 Área de várzea = 2,1 km2 A equação de chuvas intensas para o local é: Área da bacia (A) = 4,8 km2 Área da mata = 1,0 km2 Área da zona urbana pavimentada = 0,8 km2 Área cultivada = 0,9 km2 Área de várzea = 2,1 km2 Método I-Pai_Wu Modificado (IPW) Este método proposto em 1963 foi analisar dados observados em 21 bacias de drenagem do estado de Indiana (USA) e a relação entre forma de hidrogramas e as características de bacias obtidas por mapas topográficos. Essas bacias possuem áreas até 260Km2. Onde: Qp : Vazão de pico m3/s C: Coeficiente de escoamento superficial I: intensidade mm/h A: área em Km2 K: coeficiente de distribuição espacial da chuva, adimensional KAICQp ....278,0 9,0 Coeficiente C 1 2 1 2 C C F C 2/1 .2 A LF F C 2 4 1 GRAU DE IMPERMEABILIDADE DO SOLO COBERTURA OU TIPO DE SOLO USO DO SOLO OU GRAU DE URBANIZAÇÃO C2 Muito Baixo -terreno seco e muito arenoso. -terreno com vegetação densa. -terrenos planos -zonas verdes não urbanizadas. -zonas de proteção de mananciais com vegetação densa. -parques e áreas vazias. 0,10 Baixo - com vegetação rala e/ou esparsa. - solo arenoso seco -terrenos cultivados - zonas verdes não urbanizadas. -zonas especiais (universidade,cemitério, aeroporto,hipódromo) 0,30 Médio - terrenos com manto fino de material poroso - solos com pouca vegetação - gramados amplos - declividades médias - zona residencial com lotes amplos (> 1000 m2 ) - zona residencial rarefeita 0,50 Alto - terrenos pavimentados - solos argilosos - terrenos rochosos estéreis ondulados - vegetação quase inexistente - zona residencial com lotes pequenos ( 100 a 1000 m2 ). -zona de apartamentos e edifícios comerciais. 0,70 Muito Alto -terreno pavimentado com declividades fortes. -terrenos de rocha viva não porosa. -terreno estéril montanhoso -vegetação inexistente. - zona de concentração de prédios comerciais e/ou residenciais. 0,90 Tempo de concentração e intensidade de precipitação calcular conforme o Método Racional Método I-Pai_Wu Modificado (IPW) t c= 57 L3 H 0,385 Coeficiente de distribuição espacial da chuva (k) Exercícios: 1) Estimar a vazão de um extravasador para uma barragem de terra, sobre um córrego cuja área de drenagem é 0,7 Km2, sabendo-se que, o talvegue principal possui 4,5 Km de extensão e o desnível entre a cabeceira e a seção da barragem é de 60 m. A área está ocupada da seguinte forma; 50% com pastagem, 30% com culturas anuais e 20% com florestas. A barragem terá uma vida útil estimada em 30 anos e admite-se um risco de colapso de 10%. Utilizar a equação de chuva para a cidade de São Paulo de acordo com a duração da chuva. Exercícios: 2) Estimar a vazão de pico para um período de retorno de 15 anos para uma área de contribuição de 160 Km2, na região do Rio de Janeiro, com comprimento do talvegue de 3 Km e desnível de 25 m. Essa região possui um solo argiloso.