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Hidráulica e Hidrologia Aplicada 2

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Unidade II
Unidade II
Antes que a água da chuva possa fluir em um curso d’água ou canal, ela deve primeiro se precipitar 
do céu, seguir seu caminho pela superfície e acumular-se de forma concentrada. Agora estudaremos os 
tipos de precipitação, o valor da vazão de escoamento que depende do coeficiente de runoff, que está 
diretamente relacionado ao tamanho da área onde cai a chuva, e a natureza do solo sobre o qual a água 
flui. Além disso, veremos detalhadamente as partes de um sistema de drenagem e como se projeta um 
sistema de escoamento de águas pluviais.
5 PRECIPITAÇÃO E PLUVIOMETRIA
A precipitação faz parte do ciclo hidrológico e é definida como toda água que é descarregada 
na superfície da terra na forma líquida (chuva), sólida (granizo e neve), neblina, orvalho e geada. 
Pode-se perceber então que a única diferença entre esses tipos de precipitação é a forma como a 
água está presente.
A precipitação sobre uma bacia hidrográfica durante um período é predominante para avaliar 
a necessidade de irrigação de culturas, verificar a quantidade e a disponibilidade de água para 
abastecimento público etc. O estudo da intensidade da precipitação é importante para o controle de 
inundação e da erosão do solo. O tipo de precipitação mais importante para a hidrologia é a chuva, pois 
ela pode produzir escoamento superficial.
Para que haja formação de chuva, a condensação de vapor d’água, formando nuvens, juntamente 
com os ventos, faz com que ocorra uma movimentação das gotículas de água, acarretando a 
aglutinação das partículas. Quando essas massas se tornam muito pesadas, ocorre a precipitação das 
águas. Todo esse processo é influenciado diretamente por temperatura, vento e umidade do local.
São chamados de coalescência e difusão de vapor os processos de crescimento das massas de 
água. Quando o ar, após um nível de condensação, continua evoluindo, provocando mais difusão de 
vapor supersaturado de água, posteriormente, irá condensar em torno das partículas da água, que vão 
aumentar de tamanho. Então temos o processo de difusão de vapor.
 Observação
A coalescência é o processo no qual as pequenas gotas d’água das 
nuvens aumentam seu tamanho porque colidem com outras gotas. 
A movimentação das gotas de nuvem é provocada pelos movimentos 
turbulentos do ar, a força elétrica e o movimento browniano.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
Quando as gotas atingem um tamanho suficiente para vencer a resistência do ar, caem em direção 
ao solo. As gotas maiores se deslocam com mais velocidade do que as menores, o que faz com que as 
gotas menores sejam alcançadas e incorporadas às maiores, aumentando, portanto, seu tamanho.
5.1 Tipos de precipitação
A principal causa da condensação das gotículas de água e do deslocamento vertical desse líquido em 
direção ao solo é o resfriamento.
Um fator importante para a formação das chuvas é o movimento vertical das massas de ar, 
que podem ser classificadas de acordo com as condições que produzem o movimento vertical 
do ar. O resfriamento rápido de grandes massas de ar pode ser produzido de forma ciclônica, 
orográfica e convectiva. Geralmente, quando ocorre a precipitação, mais de um desses processos 
é ativado.
5.1.1 Precipitações frontais ou ciclônicas
Como a superfície da terra é, geralmente, aquecida de forma desigual, isso acarreta uma diferença 
de pressão entre regiões. Por isso, as massas de ar costumam se deslocar das regiões de alta pressão para 
as regiões de baixa pressão, produzindo as precipitações ciclônicas.
As precipitações ciclônicas podem ser classificadas como frontais ou não frontais. Chamamos de 
superfície frontal a zona de transição (quase sempre muito delgada) entre duas massas de ar diferentes. 
Designa-se frente a linha de intersecção da superfície frontal dessas massas com o solo. A frente quente 
é aquela cujo deslocamento ocorre da massa de ar mais quente para a mais fria, de modo que o ar 
quente tende a substituir o ar frio.
Ar quente
Ar frio
1500 km
Ar frio
Figura 41 – Precipitações frontais
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Unidade II
Quando a frente quente se eleva sobre a massa de ar frio, provoca condensação do vapor d’água, 
formando pequenas gotículas (5 a 20 mícrons), que constituem as nuvens. Esse processo evolui, dando 
lugar a um grande sistema de nuvens características, que dão origem às chuvas uniformes, de longa 
duração, intensidade de baixa a moderada e que atingem grande extensões.
A elevação da frente fria e a sobreposição ao ar quente provocam os mesmos fenômenos citados 
anteriormente, porém com menor extensão. A ascensão frontal pode ser vista na figura anterior.
5.1.2 Precipitações orográficas
Acontecem quando ventos quentes e úmidos, provenientes do oceano, sopram para o continente 
e encontram uma barreira montanhosa. Com o choque com as montanhas, elevam-se e se resfriam, 
havendo condensação de vapor, formação de nuvens e chuvas. São chuvas com pequena intensidade e 
longa duração, que cobrem pequenas áreas, como apresentado na figura a seguir.
1500 km
Topografia
Figura 42 – Precipitações orográficas
5.1.3 Precipitações convectivas
Ocorrem quando o ar próximo do solo é aquecido, podendo criar camadas que se mantêm em 
equilíbrio instável. Com o equilíbrio perturbado, forma-se uma ascensão local de ar menos denso, que 
atingirá seu nível de condensação com formação de nuvens, e muitas vezes chuvas. São as chuvas 
convectivas, características das regiões equatoriais, em que os ventos são fracos e os movimentos de 
ar são exclusivamente verticais, podendo ocorrer no verão (tempestades violentas). São, normalmente, 
chuvas de pequena duração, grande intensidade e que ocorrem em pequenas extensões. Essas chuvas 
provocam inundação nas bacias e são muito importantes para o estudo de drenagem em engenharia.
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5 km
Convecção
Figura 43 – Precipitações convectivas
5.2 Medidas pluviométricas
A quantidade de chuva (h) é expressa pela altura de água precipitada e acumulada sobre uma 
superfície plana e impermeável.
As medidas das precipitações são feitas através de equipamentos chamados pluviômetros e pluviógrafos.
O pluviômetro é um equipamento que consiste de um receptor cilíndrico-cônico, com uma proveta 
graduada de vidro. Consegue-se medir apenas a altura de precipitação.
A altura da água depositada na proveta é medida em milímetros (mm) e é chamada de altura 
pluviométrica. Com esse parâmetro, podemos determinar a intensidade das chuvas dividindo a altura 
pluviométrica pelo tempo, cuja unidade é expressa em mm h-1 ou mm.min-1.
Os pluviógrafos são equipamentos muito importantes para projetos de drenagem de águas pluviais e 
enchentes em bacias hidrográficas, pois permitem o estudo da relação intensidade, duração e frequência. 
O pluviógrafo permite o monitoramento contínuo.
O equipamento possui uma superfície receptora com área de 200 a 500 cm2 e é geralmente instalado 
a 1,50 m do solo. A instalação não pode ter influências de árvores, prédios ou outros obstáculos.
A altura pluviométrica (h) representa a medida linear do volume precipitado expressa em mm. 
A altura (h) independe do diâmetro do cilindro do coletor. Para diâmetros muito pequenos, os erros 
ocorrem em razão do tamanho da gota da chuva e, para diâmetros muito grandes do coletor, estes 
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aparelhos não são práticos. O ideal é usar um coletor com diâmetro compreendido entre 15 e 50 cm. 
A altura pluviométrica (h) é representada pela equação:
Volume precipitado
h=
Área de captação
Os pluviógrafos mais sofisticados ficam ligados diretamente aregistradores e constroem um gráfico 
chamado pluviograma, como é apresentado na figura a seguir:
7
hora
8 9
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
-1mm
10 11 13 15 19 21 23 1 3 51712 14 16 20 22 24 2 4 6 718Pluviógrafo:
Us. Biogás
Colocado em: 
05/01/97 às 
07 horas
Retirado em: 
06/01/97 às 
07 horas
Operador:
Cemig
Figura 44 – Pluviograma
As leituras das alturas pluviométricas de uma determinada bacia podem ser apresentadas na forma 
de uma tabela na qual se faz uma relação desse parâmetro com o tempo.
Tabela 10 – Leitura do pluviograma
Hora Precipitação (mm) Hora Precipitação (mm) Hora Precipitação (mm)
7-8 0 15-16 3,0 23-24 0,6
8-9 0 16-17 0 24-1 0,4
9-10 0,4 17-18 1,4 1-2 2,3
10-11 0,2 18-19 5,2 2-3 0,5
11-12 1,5 19-20 2,8 3-4 0,4
12-13 3,1 20-21 0,4 4-5 1,4
13-14 6,0 21-22 3,4 5-6 5,4
14-15 5,0 22-23 3,0 6-7 1,0
Fonte: Venturini (2017, p. 18).
5.3 Processamento e análise de dados pluviométricos
O objetivo de um posto de medição de chuvas é obter uma série de leituras ao longo dos anos. 
Podem ocorrer, em alguns casos, falta de dados ou falhas nas observações devido a erros com 
aparelhos de registro e/ou operador do posto. Assim, os dados coletados devem ser submetidos 
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a uma análise antes de seu uso. A primeira etapa para a preparação dos dados a serem utilizados 
nos tratamentos estatísticos consiste na identificação e correção desses erros. Após essa análise, a 
série de leituras poderá apresentar lacunas, que podem ser preenchidas por métodos desenvolvidos 
para preenchimento de falhas.
Os métodos utilizados são: método da ponderação regional, método de regressão linear e método 
da ponderação regional com base em regressões lineares.
O método da ponderação regional é comumente utilizado para preenchimento de séries mensais 
ou anuais de precipitação com o objetivo de homogeneização do período de informações e análise 
estatística das precipitações. São selecionados três postos que possuam, no mínimo, dez anos de dados. 
Para um posto Px que apresenta falhas, estas são preenchidas através da equação:
a b c
x xm
am bm cm
P P P1
P = ( + + ).P
3 P P P
Sendo,
Px = é a precipitação a ser estimada no posto com falhas.
Pa, Pb, Pc = correspondem às precipitações do mês ou ano que se deseja preencher, observadas em três 
estações vizinhas.
Pxm = é a precipitação média do posto Px.
Pam, Pbm, Pcm= representam a equação média das três estações circunvizinhas.
É importante escolher postos vizinhos que possuem uma região climatológica semelhante ao 
posto a ser preenchido. O método tem algumas limitações, pois o valor encontrado no cálculo é 
visto isoladamente, mas o resultado estatístico da precipitação não sofre com as limitações desse 
preenchimento. Esse resultado apenas é utilizado para homogeneizar os dados. Para preenchimento 
de falhas de valores diários não se deve utilizar esse método, pois os resultados podem ser muito 
ruins. Normalmente, valores diários são difíceis de serem preenchidos devido à variação temporal e 
espacial da precipitação.
Para o preenchimento de falhas, também é utilizado o método da regressão linear, que consiste 
na correlação das precipitações do posto com falha com as de um posto vizinho. As estimativas 
dos dois parâmetros podem ser obtidas graficamente ou através dos mínimos quadrados. A figura 
a seguir representa esse método.
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2100
1900
1700
1500
1300
1100
900
700
500
500 700 1100 1500
Py=0,63.Px+680,82
Total anual precipitado (mm) - local 1
To
ta
l a
nu
al
 p
re
ci
pi
ta
do
 (m
m
) -
 lo
ca
l 2
1900900 1300 1700 2100
Figura 45 – Preenchimento de falhas: análise de regressão
O método da ponderação regional com base em regressões lineares é uma combinação dos dois 
anteriores e consiste em estabelecer regressões lineares entre o posto com dados a serem preenchidos 
(A) e cada um dos postos vizinhos (X1, X2, X3). De cada uma das regressões lineares efetuadas, obtém-se 
o coeficiente de correlação r, e são estabelecidos fatores de peso, um para cada posto. A expressão fica 
WXJ = RAXJ/(RAX1 + RAX2 + RAX3 + ......... RAXN).
Em que WXJ é o fator de peso entre os postos A e XJ; RAXJ é o coeficiente de correlação entre os postos 
citados; e N é o número total de postos vizinhos considerados.
A soma de todos os fatores de peso deve ser igual a 1. E, finalmente, o valor a preencher no posto é 
obtido por:
A = X1WX1 + X2WX2 ...................... + XNWXN
5.4 Precipitação média em uma bacia
Existem diversos métodos para determinar a precipitação média numa área, conforme a ponderação 
que se faz das observações pontuais disponíveis. A seguir são descritos os métodos mais usuais.
5.4.1 Método aritmético
Corresponde a um dos métodos que possuem muita simplicidade de execução e, como ignora 
variações geográficas da precipitação, é aplicável apenas em regiões onde isso possa ser feito sem 
incorrer em grandes erros, como áreas planas, com variação gradual.
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Esse método é aplicável somente quando max min
med
h - h
h 
< 0,50 (média aritmética das alturas de chuva 
medidas nos diversos postos pluviométricos da região).
 Lembrete
h = é a altura da água registrada no aparelho de medição e sua unidade 
é medida em mm.
n
ii=1
m
P
P = 
n
∑
Pm= precipitação média em mm.
Pi = precipitação observada em cada pluviômetro (mm).
n = número total de pluviômetros.
1
1
1
2
2
2
h 
uniforme
Superfície 
pluviométrica
Precipitação 
média
h1
h2
(C)
(B)
(A)
Figura 46 – Conceito de precipitação média
5.4.2 Método de Thiessen
Esse método leva em consideração a não uniformidade da distribuição espacial dos postos, mas não 
leva em conta o relevo da bacia. A metodologia consiste em:
• Ligar os postos pluviométricos através de retas.
• Traçar linhas perpendiculares aos trechos retilíneos, passando pelo meio da linha que liga os 
dois postos.
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Unidade II
• Prolongar as linhas perpendiculares até encontrar outra.
O polígono, apresentado na figura a seguir, formado pela intersecção das linhas, corresponde à área 
de influência de cada posto. Assim, é possível calcular a precipitação média através da seguinte equação:
m i i
1
P = x AP
A
∑
Onde:
Ai = área de influência do posto i.
Pi = precipitação registrada no posto i.
A = área total da bacia.
É um método que fornece bons resultados em terrenos levemente acidentados ou quase planos, 
quando a localização e a exposição dos pluviômetros são semelhantes e as distâncias entre eles não 
são muito grandes. Facilita também a automatização dos cálculos, pois, uma vez estabelecida a rede, os 
valores das áreas permanecem constantes.
AT
P1
P2
P4
P3
A3
Figura 47 – Método de Thiessen
Exemplo
Nas figuras a seguir demonstraremos a aplicação prática do método de Thiessen.
Seja uma bacia em que os pluviômetros estão posicionados nas posições indicadas a seguir:
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
50 mm
75 mm
70 mm
82 mm
120 mm
Figura 48 – Definição dos polígonos de Thiessen
Como descrito anteriormente, traçamos uma reta ligando dois pluviômetros próximos:
50 mm
75 mm
70 mm
82 mm
120 mm
Figura 49 – Linha que une dois pontos pluviométricos próximos
Na figura a seguir, traçamos linhas perpendiculares aos trechos retilíneos:
50 mm
75 mm
70 mm
82 mm
120 mm
Figura 50 – Linha que divide ao meio a linha anterior; região de influências dos postos
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Unidade II
50 mm
75 mm
70 mm
82 mm
120 mm
Figura 51 – Linhas que unem todos os postospluviométricos vizinhos
Na figura a seguir, dividimos ao meio todas as linhas que ligavam os pluviômetros para que fosse 
possível avaliar a região de influência de cada posto:
50 mm
75 mm
70 mm
82 mm
120 mm
Figura 52 – Linhas que dividem ao meio todas as anteriores
Através de diferentes cores, representamos a área de influência de cada posto pluviométrico:
50 mm
75 mm
70 mm
82 mm
120 mm
Figura 53 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
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50 mm
75 mm
70 mm
82 mm
120 mm
Figura 54 – Construção da área de influência dos pluviômetros
Os polígonos formados ao redor de cada pluviômetro correspondem à área de influência e medição 
de cada pluviômetro:
50 mm
75 mm 82 mm
120 mm
(1)
(2)
30 Km2
5 Km2
10 Km2
15 Km2
40 Km2
(3)
(4) (5)
Figura 55 – Área de medição por pluviômetro
5.4.3 Método das isoietas
Linhas de igual precipitação são chamadas de isoietas e podem ser traçadas para um evento ou para 
uma duração específica. O traçado das isoietas pode ser realizado da seguinte forma:
a) Localizar os postos no mapa da região de interesse e escrever o total precipitado para o período 
escolhido ao lado de cada posto.
b) Esboçar linhas de igual precipitação, escolhendo números inteiros.
c) Ajustar essas linhas por interpolação entre os pontos.
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Unidade II
d) Utilizar um mapa de relevo e sobrepor com o mapa de isoietas.
e) Para obter a precipitação média Pm, planimetrar a área entre a isoieta Ai, i + 1, multiplicar pela média 
das precipitações das respectivas isoietas i i+1(P+P ) ,
2
 e dividir pelas áreas totais:
i i+1
m i, i+1 
1 P+ P
P = x A x
n 2
∑
É importante salientar que se trata do método mais preciso, pois utiliza curvas de igual precipitação 
(isoietas), e a precisão do método depende da habilidade do analista no traçado das isolinhas.
AT
i - 2
i - 1
i + 1
Ai, i + 1
i 
P3
P2
P1
P4
Figura 56 – Método das isoietas
5.5 Precipitações máximas
Tucci (2004) define precipitação máxima como a ocorrência extrema, com duração e 
distribuição temporal e espacial crítica para uma área ou bacia hidrográfica. A precipitação 
pode atuar sobre a erosão do solo, inundações em áreas rurais e urbanas, obras hidráulicas, 
entre outros. A disponibilidade de longas séries de precipitação é, em geral, muito mais 
frequente que a de vazão. Com o estudo das precipitações máximas, pode-se conhecer a vazão 
de enchente de uma bacia.
Trata-se de um fenômeno natural, caracterizado por uma forte precipitação com curta duração, na 
qual ocorre aumento de vazões, inundações, enchentes etc.
Cabe salientar que uma precipitação pode ser considerada intensa para uma bacia e não para outra.
Para projetos de obras hidráulicas, tais como vertedores de barragens, sistemas de drenagem, galerias 
pluviais e dimensionamento de bueiros, é necessário conhecer as características fundamentais das chuvas, 
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
que são: intensidade, duração e frequência (ou tempo de retorno). Para análise desses parâmetros são 
utilizadas curvas que possuem esses três parâmetros, conforme apresenta a figura a seguir.
A relação entre essas três variáveis (curvas de intensidade-duração-frequência) deve ser deduzida de 
observações das chuvas de grande intensidade durante longos períodos e que representam os eventos 
extremos do local.
210
200
190
180
150
120
90
60
30
170
140
110
80
50
20
160
130
100
70
40
10
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tr = 100
Tr = 50
Tr = 25
Tr = 20
Tr = 15
Tr = 10
Tr = 5
Tr = 3
Tr = 2
In
te
ns
id
ad
e 
m
áx
im
a 
em
 m
m
/h
or
a
Duração da chuva em minutos
Figura 57 – Curvas de intensidade-duração-frequência
As curvas também podem ser expressas por equações genéricas que têm a seguinte forma:
b
d
a.Tr
i = 
(t+c)
Em que:
i = intensidade, geralmente expressa em mm/h.
Tr = o tempo de retorno em anos.
t = duração da chuva em minutos.
a, b, c, d = parâmetros que devem ser determinados para cada local.
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Unidade II
 Observação
O período de retorno (Tr) corresponde ao número médio em anos entre dois 
eventos de chuva que se igualam ou excedem um determinado número de 
milímetros durante uma determinada duração. E está diretamente relacionado 
com o grau de segurança e proteção no dimensionamento de obras.
5.6 Escoamento superficial e drenagem
O escoamento superficial equivale ao segmento do ciclo hidrológico correspondente ao deslocamento 
das águas sobre a superfície do solo e quando a capacidade de acumulação de água no solo for 
ultrapassada. Superficialmente, a água começará a escoar.
Para que essa água seja conduzida de modo organizado, é necessário um projeto de coleta 
de águas pluviais. O elemento mais relevante num projeto de águas pluviais é a escolha de 
tubulações com diâmetros com declividades compatíveis com a vazão do projeto, a fim de evitar 
grandes catástrofes.
O escoamento superficial é o fator mais importante do ciclo hidrológico em termos de drenagens. 
Trata-se da ocorrência e do transporte de água na superfície terrestre e está associado à maioria dos 
estudos hidrológicos e à proteção contra os fenômenos catastróficos provocados pelo seu deslocamento, 
abrangendo desde o excesso de precipitações e suas diretas consequências até um dimensionamento 
preventivo duradouro.
Existem alguns fatores, apresentados a seguir, que influenciam diretamente no dimensionamento de 
um sistema de drenagem:
• Fatores climáticos:
— Intensidade: quanto maior a intensidade, maior será o escoamento superficial.
— Duração: quanto maior a duração, maior o escoamento superficial.
— Precipitações antecedentes: quanto maior a umidade do solo (saturação), maior o 
escoamento superficial.
• Fatores fisiográficos:
— Área da bacia: quanto maior a área da bacia, maior o escoamento superficial.
— Permeabilidade do solo: quanto mais permeável o solo, menor será o escoamento superficial.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
— Interceptores: obras hidráulicas contidas na bacia, principalmente barragem, diminuem 
o escoamento superficial, porém, retificações nos meandros dos curso d’água aumentam o 
escoamento superficial.
— Vegetação: quanto maior for a presença de vegetação em densidade, menor será o 
escoamento superficial.
— Declividade: quanto maior for a declividade, maior o escoamento superficial.
5.7 Grandezas que caracterizam o escoamento superficial
As grandezas que influenciam diretamente no escoamento superficial estão relacionadas ao volume 
de água precipitado e ao recobrimento da superfície da bacia.
5.7.1 Vazão Q
É a principal grandeza que caracteriza o escoamento e é normalmente expressa em m3 s-1.
A quantidade da vazão está diretamente associada à velocidade de escoamento na área superficial e 
a velocidade, por sua vez, está diretamente ligada proporcionalmente à declividade superficial. Já a área 
superficial está associada à forma ou figura da área.
Q = S.V ou Q = A.V
Em que:
V = velocidade (m s-1)
S = A = Área (Km2, hectares ou m2)
A vazão específica é definida como vazão por unidade de área e serve como comparativo entre bacias.
5.7.2 Coeficiente de escoamento superficial C
Também denominado como coeficiente de runoff, corresponde à relação entre volumes precipitados:
Volume escoado
C=
Volume precipitado
 Observação
Os valores de C encontram-se tabelados ou pré-estipulados. Para 
melhor eficiência, o ideal é adotar os valores conforme características da 
bacia hidrográfica.
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Unidade II
Quantoao relevo (CR):
• Terreno íngreme, com declividade média superior a 30% ⇒ 0,40.
• Terreno montanhoso, com declividade média de 10% a 30% ⇒ 0,30.
• Terreno ondulado, com declividade média de 5% a 10% ⇒ 0,20.
• Terreno relativamente plano, com declividade média de 0,1% a 5% ⇒ 0,10.
Quanto à infiltração no solo (CIS):
• Sem cobertura ou sem efeito, com presença de pedras, ou ainda com uma fina camada de solo, 
com baixa capacidade de infiltração ⇒ 0,20.
• Infiltração lenta, solo argiloso, com baixa capacidade de absorção, tipicamente considerado como 
barro ⇒ 0,15.
• Infiltração normal, com camada argilosa profunda, típica de região de planícies ⇒ 0,10.
• Infiltração elevada, com camada arenosa profunda, ou mesmo quando se nota que o solo possui 
grande capacidade de infiltração (seca rapidamente), solo poroso ⇒ 0,05.
Cobertura vegetal (CV):
• Cobertura esparsa ou mesmo ausente, escassa ou rala ⇒ 0,20.
• Cobertura esparsa a moderada, com culturas nas áreas limpas com cobertura pobre, e menos de 
10% de área drenante ⇒ 0,15.
• Cobertura moderada a boa, com 50% em média da área de drenagem com boas pastagens, 
arvoredos, culturas nas áreas limpas inferiores a 50% da área drenante ⇒ 0,10.
• Cobertura boa e excelente, com cerca de 90% da área drenante de pastagens, arvoredos ou 
cobertura equivalente ⇒ 0,05.
Acumulação superficial (CAS):
• Acumulação precária ou negligenciável, com depressões superficiais raras ou poucas, com 
escoadouro íngreme e pequeno, sem lagos ou pântanos ⇒ 0,20.
• Acumulação baixa, com pequenos escoadouros bem definidos e sem lagos e pântanos ⇒ 0,15.
• Acumulação normal, bem considerável nas depressões superficiais, com sistemas drenantes de 
solos típicos de planícies com lagos e pântanos inferiores a 2% da área de drenagem ⇒ 0,10.
• Acumulação elevada, nas depressões superficiais, com planícies alagadas e grande quantidade de 
lagos ⇒ 0,05.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
Classificação da bacia:
• Extrema: quando a soma dos coeficientes, quanto a relevo + infiltração no solo + cobertura 
vegetal + acumulação superficial, resultar em 1,00.
• Elevada: quando a soma dos coeficientes, quanto a relevo + infiltração no solo + cobertura vegetal 
+ acumulação superficial, resultar em 0,75.
• Normal: quando a soma dos coeficientes, quanto a relevo + infiltração no solo + cobertura vegetal 
+ acumulação superficial, resultar em 0,50.
• Baixa: quando a soma dos coeficientes, quanto a relevo + infiltração no solo + cobertura vegetal 
+ acumulação superficial, resultar em 0,25.
 Observação
Essa classificação é muito importante no projeto de barragens e essas 
informações devem ser coletadas e observadas no local.
Nota-se também que, em uma bacia hidrográfica, principalmente nas 
grandes, ocorrem variações ou diversificações nos itens mencionados. 
Isso torna necessário fazer uma média ponderada, diretamente proporcional 
à área predominante de cada uma dessa características.
Valores complementares do coeficiente de runoff
Os dados subsequentes dos valores de coeficientes de escoamento superficial devem ser 
cuidadosamente aplicados e utilizados sempre referencialmente a cada tipo de obra e com 
projeções futuras.
Tabela 11 – Drenagem da agricultura
Declividades (%)
Tipos de solo
Barro arenoso Barro argiloso-arenoso Argiloso
Florestas:
0 – 5
5 – 10
0,10
0,25
0,30
0,35
0,40
0,50
Pastagens:
0 – 5
5 – 10
10 – 30
0,10
0,15
0,20
0,30
0,35
0,40
0,40
0,55
0,60
Terra cultivada:
0 – 5
5 – 10
10 – 30
0,30
0,40
0,50
0,50
0,60
0,70
0,60
0,70
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Unidade II
Os valores da tabela estão mais indicados para dimensionamento de canais e para 
sistematização de terrenos. Os coeficientes subsequentes são aplicáveis a tormentas 
(tempestades) de período de retorno de cinco a dez anos.
 Lembrete
O período de retorno T de uma chuva ou de um pico de cheia está 
diretamente relacionado com o grau de segurança e proteção no 
dimensionamento de obras.
Tabela 12 – Método racional
Descrição da área Coef. de runoff
Área comercial:
- Residência
- Bairros
0,70 – 0,95
0,50 – 0,70
Área residencial:
- Residência isolada
- Unidades múltiplas (separadas)
- Unidades múltiplas (conjuntos)
- Lotes acima de 2000 m2
0,35 – 050
0,40 – 060
0,60 – 0,75
0,30 – 0,45
Áreas com prédios de apartamentos 0,50 – 0,70
Área industrial:
- Indústrias leves (pequenas)
- Indústrias pesadas (grandes)
0,50 – 0,80
0,60 – 0,90
Parques e cemitérios 0,10 – 0,25
Área de recreação (playgrounds) 0,20 – 0,35
Pátios ferroviários 0,20 – 0,40
Área sem melhoramentos 0,10 – 0,30
Esses valores são aplicados nos dimensionamentos, utilizando-se o método racional.
Tabela 13 – Método racional (complementar)
Uso do solo ou grau de urbanização
Valores de coef. de runoff
Mínimos Máximos
Área com urbanização futura (projeção) “totalmente urbanizada” 0,50 0,70
Area com urbanização futura (projeção) “parcialmente urbanizada” 0,35 0,50
Área com predomínio de plantação, pasto e urbanização recente 0,20 0,35
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
Tabela 14 – Método racional (composição)
Características da superfície Coef. de runoff
Ruas:
- Com pavimentação asfáltica
- Com pavimentação de concreto
0,70 – 0,95
0,80 – 0,95
Passeios (calçadas) 0,75 – 0,85
Telhados 0,75 – 0,95
Terrenos com capim (solo arenoso):
- Pequena declividade (2%)
- Declividade média (2% a 7%)
- Declividade acentuada (7% ou mais)
0,05 – 0,10
0,10 – 0,15
0,15 – 0,20
Terrenos com capim (solo silte arenoso):
- Pequena declividade (2%)
- Média declividade (2% a 7%)
- Acentuada declividade (acima de 7%)
0,15 – 0,20
0,20 – 0,25
0,25 – 0,30
5.8 Métodos racionais
Os métodos denominados racionais são utilizados para determinação das vazões em bacias que 
possuem área de 50 hectares, no máximo.
Com a equação racional, podemos determinar a vazão de escoamento de água em uma bacia 
utilizando os parâmetros de intensidade de chuva, coeficiente de runoff e área da bacia. Assim, a 
equação pode ser escrita:
Q = C x i x A
Sendo:
Q = vazão de enchente na seção de drenagem, em m3 s-1.
C = coeficiente de runoff ou coeficiente de escoamento superficial da bacia hidrográfica.
i = intensidade média da chuva sobre toda a área da bacia, com duração igual ao tempo de 
concentração, em m3 s-1 por hectare.
A = área da bacia em hectares.
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Unidade II
Exemplo de aplicação
Levando em consideração os dados a seguir, calcule a vazão na seção de drenagem.
Dados:
C = 0,4 (coeficiente de runoff).
t = 30 minutos (tempo de coef.).
h = 48 mm (altura da precipitação).
A = 0,7 Km2 (área da bacia).
Resultado: Q = ? m3/min.
h
i=
tc
48mm
i=
30 min
i = 1,6 mm/min
Pode-se apresentar, para melhor efeito de cálculo, da seguinte maneira:
i = 1,6 x 60
i = 96 mm/hora
Sendo assim, torna-se fácil determinar a vazão de projeto, isto é:
0,4×96×0,7
Q=
3,6
20,4×0,096m×700.000,00m
Q=
3600 segundos
Q = 7,47 m3/s
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
O método racional pressupõe hipóteses:
• Distribuição uniforme da chuva sobre a bacia (por isso a área é limitada a, no máximo, 50 hectares).
• Constância de precipitação quanto à intensidade.
• Tempo de concentração (tc) igual à duração da chuva.
• Coeficiente de runoff constante para a bacia toda.
O método racional preceitua o período de retorno T, em anos, em que:
• S < T < 10 anos para projetos de galerias de águas pluviais (GAP).
• T = 25 anos para macrodrenagem urbana, como canais, pontes e bueiros.
A duração da chuva (t) equivale ao tempo de contração (tc) da bacia e, para avaliar, no caso de 
macrodrenagem, utiliza-sea fórmula de Kirpich.
0,3853L
tc=57×
H
 
  
Em que:
tc = tempo de concentração em minutos.
L = extensão do curso d’água em Km.
H = desnível entre a cabeceira do rio até o local da obra “ponto”, em metros.
6 SISTEMAS DE DRENAGEM
Coletores e galerias de águas pluviais são tubulações subterrâneas usadas para transportar de forma 
segura as águas de chuva de áreas urbanizadas até os rios, córregos etc. São projetos usados em estradas, 
estacionamentos, gramados, entre outros.
Antes do desenvolvimento dos projetos de canalização das águas das chuvas, havia o direcionamento 
dessas águas para o final das ruas e fundos de vale. Com isso, a água escoava em céu aberto, o que possibilitava 
uma grande transmissão de doenças. Essa prática ainda é muito usada em países subdesenvolvidos.
Antigamente, usava-se o sistema unitário, que significa o transporte de águas pluviais e esgoto 
sanitário em tubulações embaixo da terra. Atualmente, esse sistema não é mais utilizado e temos o 
escoamento das águas pluviais e dos esgotos sanitários em tubos distintos.
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Unidade II
Yoshizane (2003) entende que um sistema de drenagem de águas pluviais é composto de uma série 
de unidades e dispositivos hidráulicos para os quais existe uma terminologia própria e cujos elementos 
mais frequentes são conceituados a seguir.
6.1 Greide
É uma linha do perfil correspondente ao eixo longitudinal da superfície livre da via pública.
6.2 Guia
Também conhecida como meio-fio, é a faixa longitudinal de separação do passeio com o leito viário, 
constituindo-se geralmente de peças de granito argamassadas.
6.3 Sarjeta
É o canal longitudinal, em geral triangular, situado entre a guia e a pista de rolamento, destinado a 
coletar e conduzir as águas de escoamento superficial até os pontos de coleta.
Calçada para 
pedestres
Pista
y
Guia ou meio-fio
Figura 58 – Corte do sistema de drenagem de águas pluviais
6.4 Sarjetões
Canais de seção triangular situados nos pontos baixos ou nos encontros de ruas, destinados a 
encaminhar os efluentes para os pontos de coleta.
Argamassa de cimento Rasgo 0,10 x 0,05 m
10%10%
0,60 a 1,20 m
Areia
Paralelepípedos
Brita nº 4
Figura 59 – Modelo de sarjetões
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
6.5 Bocas coletoras
Também chamadas de bocas de lobo, são estruturas hidráulicas para captação das águas transportadas 
pelas sarjetas e sarjetões.
Classificação
Dependendo da estrutura, localização ou do funcionamento, as bocas de lobo recebem várias 
qualificações, agrupadas como descrito a seguir:
• Quanto à estrutura da abertura ou entrada:
— Simples ou lateral.
— Gradeada com barras longitudinais, transversais ou mistas (boca de leão).
— Combinada.
— Múltipla.
• Quanto à localização ao longo das sarjetas:
— Intermediárias.
— De cruzamentos.
— De pontos baixos.
• Quanto ao funcionamento:
— Livre.
— Afogada.
6.5.1 Escolha do tipo de boca coletora
É muito importante para alcançar alta eficiência de projeto posicionar adequadamente a boca coletora 
para drenagem das águas superficiais. Alguns fatores físicos e hidráulicos devem ser considerados para 
que esta condição seja estabelecida, como declividades longitudinais e transversais da sarjeta, vazão de 
projeto, possibilidade de interrupção e também pontos em que as bocas coletoras estarão posicionadas. 
É possível estabelecer algumas situações que se adaptam para cada tipo de boca coletora:
• As bocas coletoras laterais são estruturas aplicadas em pontos intermediários nas sarjetas com 
pouca declividade longitudinal (cerca de 1% a 5%).
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Unidade II
• Para pontos intermediários em sarjetas com pouca depressão, em ruas com alta declividade 
longitudinal, em torno de 1% a 10%, e sem materiais que obstruam o sistema de drenagem, 
usamos a boca coletora com grelha.
• As bocas coletoras combinadas são recomendadas para pontos baixos de ruas, pontos intermediários 
da sarjeta com declividade média entre os valores 5% e 10% e também com presença de detritos 
que causam obstrução.
• As bocas coletoras múltiplas são utilizadas para sarjetas com altos valores de vazão e para 
pontos baixos.
6.6 Bocas de lobo
A vazão de captação de uma boca de lobo é de 50 L/s.
B
B
AA
Placa de 
concreto 
removível
Figura 60 – Planta de uma boca de lobo
Figura 61 – Corte A/A de uma boca de lobo
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
Figura 62 – Corte B/B de uma boca de lobo
 Observação
As paredes das bocas de lobo devem ser revestidas internas e 
externamente em argamassa impermeabilizante.
6.6.1 Bocas de lobo de sarjeta
São as bocas de lobo posicionadas nas sarjetas ou em um rebaixamento e podem ter ralo ou não. 
Normalmente, é feita uma abertura retangular na face frontal da sarjeta.
Para alcançar a máxima eficiência das bocas de lobo, é necessário executar limpezas periódicas para 
a retirada de materiais e galhos retidos nas grelhas. Esse procedimento é imprescindível para que não 
haja alagamento das ruas e transbordamento das sarjetas.
6.6.2 Bocas de lobo com grelha
Possuem uma abertura no alinhamento do meio-fio que fica em frente à abertura do nível da sarjeta, 
ambas com o mesmo comprimento, igual ao da boca de lobo.
Em alguns casos, a abertura vertical pode ficar afastada da outra e iniciar onde a outra termina ou 
coincidir parcialmente com a outra. Esse tipo de boca de lobo pode ser com ou sem depressão.
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Unidade II
6.6.3 Bocas de lobo combinadas
As bocas de lobo combinadas são estruturas que recebem as águas pluviais em uma abertura 
localizada ao longo da face vertical do meio-fio. O comprimento da abertura depende diretamente 
da vazão máxima a receber, da depressão da sarjeta e do volume de escoamento de água que será 
direcionado pela sarjeta.
As bocas de lobo combinadas são estruturas associadas de boca de lobo de sarjeta e boca de lobo 
com grelha e, por isso, podem ser com ou sem depressão. Quando a vazão de projeto é muito alta, 
podem ser utilizadas múltiplas estruturas associadas e, quando ocorrem desníveis superiores a 0,75 m, 
devem ser instalados tubos de queda ligando o coletor ao fundo do poço.
6.6.4 Boca de leão
Essa estrutura possui capacidade de captação de 150 L/s de águas pluviais.
.18 .18
.3
0
.0
9
.0
9
.0
3
.0
3
.4
0
.4
35
.2
0
.2
0
.5
0
.90.20 .20
.30
B
B
A
A
Alvenaria em tijolos 
maciços
.4
0
.90
1.26 .05.05
1.38.40 .40
2.16
Figura 63 – Planta de uma boca de leão
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
Sarjeta
Lastro de pedra
4 ∅ 3/8"
11 ∅
Estr. ∅ 5 mm c/ 20.
Revestimento interno e externo 
em argamassa impermeabilizante
Lastro de pedra nº 2
Terreno compactado 
a 95% do P.N.
nº 3 ou 4
2" 1/2”
.45 .45.95.15 .15
Alvenaria em 
tijolos
.10 .10.20 .90
1.50
.20
Figura 64 – Corte A/A da boca de leão
Passeio
Estribo - ∅ 5 mm ./20
Revestimento interno e externo 
em argamassa impermeabilizante
Alvenaria em tijolos maciços Va
riá
ve
l –
 m
ín
im
o 
1.
00
Lastro de pedra nº2
Terreno compactado a
95% do P.N.
Mínimo 1%
.10 .10.435
.50.17 .20
.2
0
3%
.20 .20
Grade
Pavimento agadado
Ver detalhe (abaixo)
4 ∅ 3/8”
Figura 65 – Corte B/B da boca de leão
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Unidade II
6.7 Tubos de ligação
São ligações entre as bocas de lobo e os poços de visita ou caixas de ligação.
6.8 Caixas de ligação
São utilizadas para receber tubos de ligação de bocas de lobo intermediárias ou para evitar excesso 
de ligações no mesmo poço de visita (máximoquatro ligações). Não são visitáveis.
6.9 Poços para redes pluviais
Os poços de visita para redes de drenagem de águas pluviais são estruturas mais simples, pois o 
escoamento ocorre sem qualquer tipo de interrupção. Essas estruturas podem ser construídas com 
alvenaria, e existem também poços de visita pré-moldados.
6.9.1 Poços de visita
Os poços de visita são estruturas visitáveis cuja função principal é permitir o acesso às galerias 
para possíveis desobstruções e inspeções. Normalmente são instalados em cruzamentos das ruas, 
mudanças de direção, declividade e seção para que possam atender aos objetivos do dispositivo. 
Eles possuem, na parte superior, um tampão ao nível da rua e o diâmetro mínimo dos coletores 
pode variar entre 40, 50 e 60 cm.
Figura 66 – Poço de visita convencional
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
 Observação
O afastamento máximo entre dois poços de visita consecutivos 
é de aproximadamente 60 cm e esse valor é o mesmo adotado para 
dimensionamento de drenagem de esgoto sanitário.
6.9.2 Disposição construtiva
A estrutura convencional de um poço de visita possui duas partes que são chamadas de chaminé e 
balão. São construídas para a entrada e saída de uma pessoa e também devem possuir espaço suficiente 
para essa pessoa trabalhar e desempenhar as funções que lhe forem atribuídas
A câmara de trabalho, ou balão, é o espaço principal da estrutura, de forma circular, retangular ou 
quadrada, em que se realizam os trabalhos internos, que podem ser mecânicos ou manuais, quando é 
realizada a manutenção de cada trecho da rede. Em seu piso são construídas as calhas para a entrada 
dos trechos a montante e a saída.
O tubo de ligação entre o exterior (rua) e o balão é chamado de chaminé, pescoço ou tubo de 
descida. É uma estrutura circular (tubo) feita na laje da cobertura do balão e termina na superfície do 
terreno. Esse furo é fechado por um tampão de ferro fundido.
As pessoas que irão fazer manutenção devem entrar nos poços de visita através de escadas metálicas 
inoxidáveis, fixadas, degrau por degrau, na parede do poço de visita, ou podem ser utilizadas escadas 
móveis para poços com profundidades pequenas.
As calhas existentes no fundo do poço são dispostas de modo a orientar as correntes líquidas 
desde as entradas do poço até a parte inicial do trecho de jusante do coletor principal que 
atravessa o poço.
Quando os coletores das águas pluviais chegam aos poços de visita em nível acima do 
fundo, são necessárias algumas precauções especiais na sua construção para que seja feita a 
manutenção pelos operários. Quando os desníveis são menores que 50 cm, não são previstas 
alterações construtivas na estrutura, pois ocorrem poucos respingos e erosão pela queda da água 
da chuva sobre a calha coletora. Para desníveis superiores a 50 cm, é obrigatória a instalação dos 
chamados poços de queda.
6.9.3 Tubo de queda
Quando o coletor de águas pluviais possui poço de visita, pode atingir a estrutura em alturas 
diferentes, mas a cota menor do poço de visita corresponde ao fundo da estrutura. Essa solução de 
projeto é considerada o método mais econômico de construção para sistemas de drenagem.
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Figura 67 – Poço de queda
O método construtivo correto corresponde a manter as alturas definidas pelo cálculo do projeto, o 
que significa a chegada de condutos em cotas acima do fundo do poço. Essas aberturas correspondem 
aos degraus que são fixados em suas paredes para facilitar o acesso ao balão.
Ligas de alumínio e materiais fundidos são utilizados na confecção dos degraus de acesso, pois o 
vergalhão de aço, o mesmo usado em armaduras de concreto armado, sofre corrosão no decorrer do 
tempo, tornando-se perigoso.
O espaçamento vertical entre os degraus pode ter 30, 40 ou 50 cm e é comum a utilização de 
escada portátil.
6.9.4 Poços de alvenaria
As paredes dos poços de alvenaria são construídas com tijolos maciços de barro cozido ou blocos 
maciços de concreto simples, assentados em argamassa de cimento e areia, no traço 1:3.
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Figura 68 – Poço de visita em alvenaria
A espessura mínima das paredes é de 20 cm e na parte interna devem receber reboco, enquanto na 
parte externa recebem o mesmo revestimento ou são apenas chapiscadas.
É construída uma laje maciça em concreto armado com espessura de 12 cm, tendo uma abertura 
circular como elemento intermediário entre o pescoço e o balão. Essa estrutura é usada para suportar o 
tampão, se o poço tiver profundidade de até 1,50 m, caso em que sua câmara sobe até o nível do terreno.
Os poços de visita podem ser prismáticos ou cilíndricos e devem seguir as especificações apresentadas 
na tabela a seguir.
Tabela 15 – Dimensões dos poços de visita estabelecidas
Profundidade (m) Diâmetro da maior tubulação (m)
Diâmetro do tubo de descida 
ou pescoço (m)
Menor dimensão plana da 
câmara ou balão (m)
Até 1,5 Até 0,3 1,0 1,0
De 1,5 a 2,2
Até 0,3 0,6 1,0
De 0,3 a 0,5 0,6 1,5
Além de 0,5 0,6 (d + 1,0)
De 2,2 em diante
Até 0,3 0,6 1,0
De 0,3 a 0,5 0,6 1,5
Além de 0,5 0,6 (d + 1,0)
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6.9.5 Poços pré‑moldados de concreto
As vantagens de utilização das peças pré-moldadas para a construção de poços de visita são a 
facilidade de construção, a rapidez de execução e o menor custo. São muito utilizadas para a execução 
de obras de poços de visita cilíndricos com diâmetro interno de 1,0 m.
Figura 69 – Poço de concreto pré-moldado
Para o tubo de descida (pescoço) os anéis possuem diâmetro interno de 0,60 m e altura de 0,30 m 
ou 0,15 m ou 0,08 m, neste caso para uso complementar.
Para o balão devem ser usados anéis com diâmetro interno de 1,0 m e altura de 0,30 m ou 0,40 m.
Tabela 16 – Declividade da rua x capacidade de escoamento superficial
Declividade da rua (m/m) Capacidade de escoamento superficial (L/s)
0,001 60
0,002 90
0,005 150
0,007 160
0,010 200
0,015 250
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0,020 280
0,030 340
0,040 400
0,050 450
0,060 500
Fonte: Yoshizane (2018, p. 42).
Alguns autores recomendam um par de bocas de lobo por 500 m2 de rua, tolerando, porém, a 
variação de 300 a 800 m2; recomendam também que não deve haver afastamento maior que 40 m entre 
duas bocas de lobo consecutivas.
BL BL
BL
Sentido de 
escoamento
Figura 70 – – Situação recomendada
BLM
BLM
BLJ
BLJ
Figura 71 – Situação não recomendada
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BL BL
BL
Figura 72 – Situação usual
Em que:
BL = boca de lobo;
BLM = boca de lobo montante;
BLJ = boca de lobo jusante.
Todas as tubulações de ligação que partem das bocas de lobo para alimentar os coletores podem 
terminar em um poço de visita, em uma caixa de ligação ou em outra tubulação conectora (galeria). 
Essas tubulações devem ter diâmetro mínimo de 300 mm e, para seções retangulares, a altura mínima 
deve ser de 50 cm. A declividade econômica deve ser igual à do terreno e, se isso não ocorrer, a declividade 
não deverá ser menor que 1%, pois, com este valor, é possível escoar 80 L/s, aproximadamente.
É permitido receber até quatro ligações em um poço de vista. Quando um projeto da rede de esgoto 
pluvial é previsto, é necessária uma planta topográfica, na escala de 1:2000, com curvas de nível de 
metro em metro. Quando o projeto previsto corresponde a pequenas áreas, torna-se dispensável o 
desenho das curvas de nível, desde que indicadas as cotas topográficas dos cruzamentos das ruas.
É muito importante o uso de planilhas para o cálculo e a determinação do valordas áreas contribuintes 
da forma mais correta possível.
6.10 Galerias
A água pluvial que é coletada pelos sistemas descritos é encaminhada para as galerias de águas 
pluviais ou esgotos pluviais, que podem ter tubulações próprias (sendo chamados, neste caso, de sistema 
separador absoluto), sendo posteriormente lançada nos cursos d’água, lagos, lagoas etc.
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O dimensionamento das galerias é o de conduto livre em regime permanente e uniforme. Devem-se 
levar em consideração a impermeabilização da superfície, a duração e a intensidade da chuva.
6.11 Projeto das redes de esgoto pluvial
As bocas de lobo, onde tem início o escoamento subsuperficial das águas de chuva, em rebaixamentos 
situados nas sarjetas, geralmente devem ficar próximas aos cruzamentos de ruas, um pouco a montante 
das faixas destinadas à travessia de pedestres para evitar que as pessoas pisem na água e evitar 
empoçamento de água nos cruzamentos, provocando problemas no tráfego de veículos.
São utilizadas bocas de lobo intermediárias quando a distância entre dois cruzamentos de ruas 
consecutivas for grande.
Quanto maior a declividade da rua, maiores serão a vazão e a velocidade de escoamento da água da 
chuva. Assim, é importante que cada tubulação instalada tenha uma declividade capaz de escoar a água 
com a máxima velocidade tolerada (5 m/s). No entanto, por questões de ordem econômica, na prática, 
a declividade do conduto fica condicionada ao perfil longitudinal da via pública.
A vala de menor custo para instalação dos tubos coletores é a que mantém em toda a sua extensão 
a profundidade mínima permitida, seguindo sempre a declividade da rua. Essa declividade só não poderá 
ser seguida se provocar uma velocidade superior à máxima tolerada, que é de 5 m/s, ou se for muito 
pequena, conduzindo a uma velocidade inferior à mínima admissível (0,75 m/s). Caso a velocidade seja 
maior que 5 m/s poderá ocorrer abrasão das camadas internas da tubulação.
Os projetos de redes de drenagem de águas pluviais são o esboço do sistema de escoamento da água de 
chuva no mapa topográfico. Deve-se escolher o melhor ponto para lançamento, que pode ser um córrego, 
um rio, um riacho etc. É necessário também escolher mais do que um ponto de lançamento para escoar 
toda a água de chuva. A escolha dos pontos de lançamento não é uma tarefa fácil, pois toda a água deve 
ser transferida da tubulação para o corpo receptor sem causar danos como erosão ou inundação no local. Se 
um curso d’água não estiver disponível no lugar do projeto, é obrigatório que o sistema seja estendido a uma 
distância considerável além do local, para encontrar um ponto de lançamento adequado.
Em seguida, é preciso localizar as posições das bocas de lobo, que ficam alocadas sempre em pontos 
baixos, em que podem reunir o escoamento com mais eficiência. É necessário conectar as bocas de 
lobo com tubulações e verificar se seus alinhamentos vertical e horizontal não irão interferir em outros 
serviços disponíveis no bairro.
Uma seleção correta dos locais das instalações das bocas de lobo é muito importante para o bom 
desempenho do projeto. Além de escolher pontos baixos, muitos outros fatores devem ser considerados, 
tais como:
• Nivelamento: as bocas de lobo são instaladas onde o escoamento possa entrar, e a forma mais 
comum de fazê-lo é usar a sarjeta ou o meio-fio ao longo da borda da via. Em locais em que não 
existe o meio-fio, como um gramado, o solo é nivelado em uma baixada.
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• Espaçamento: as bocas de lobo devem estar próximas o bastante para que não haja 
transbordamento. Quando bocas de lobo são dispostas em sequência, juntas ao meio-fio, 
não devem estar espaçadas umas das outras em mais de 75 metros lineares para prevenir 
excesso de vazão pela sarjeta e inundação do passeio. É importante também que as bocas 
de lobo não estejam localizadas muito próximas, porque seria desnecessário e caro.
• Mudança de direção: como os tubos coletores são retos, precisam formar ângulos. Para que não 
haja obstrução nesses pontos, são colocadas bocas de lobo ou poços de visita.
• Mudança de declividade ou de diâmetro do tubo: pela mesma razão da mudança de direção, 
bocas de lobo e poços de visita devem ser colocados em cada ponto em que houver mudança de 
declividade ou diâmetro.
• Posição: as bocas de lobo devem ser colocadas em cada ponto baixo para prevenir empoçamentos 
e precisam ser numerosas o bastante para evitar escoamento excessivo.
BL BL BL BL
BL BL BL BL
BL
PV PVCLCLColetor
Meio-fio
Calçada
BLBL BL
Figura 73 – Locação de caixas de ligação
Em que:
BL = boca de lobo;
CL = caixa de ligação;
PV = poço de visita.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA APLICADA
 Saiba mais
Para se aprofundar no assunto, leia:
TUCCI, C. E. M.; CLARKE, R. T. Impacto das mudanças da cobertura vegetal 
no escoamento: revisão. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Porto 
Alegre, v. 2, n. 1, p. 135-152, jan./jun. 1997. Disponível em: <http://rhama.
com.br/blog/wp-content/uploads/2016/12/impacto-das-mudanças 
-cobertura-vegetal-no-escoamento.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2018.
 Resumo
Nesta unidade pudemos estudar os fatores que formam as precipitações 
e as consequências da urbanização que mais interferem com a drenagem 
urbana, que são as alterações de escoamento superficial. Com isso, ocorre 
uma variação da vazão de escoamento nessas áreas, mas é necessário 
remover as águas pluviais em excesso da forma mais eficiente possível para 
evitar transtornos, prejuízos e riscos de inundações.
Melhores soluções para esses problemas são alcançadas através de 
projetos de drenagem de águas pluviais bem executados e que consigam 
minimizar os riscos aos quais as populações estão sujeitas e possibilitar 
o desenvolvimento urbano de forma harmônica e sustentável. Por isso, 
os dispositivos de engenharia (como sarjetas, bocas de lobo e galerias) 
que fazem o escoamento da água da chuva devem ser bem planejados 
e bem posicionados.
Sabe-se que o impacto da urbanização tende a aumentar a necessidade 
de maiores projetos e a aplicabilidade dos dispositivos de escoamento das 
águas de chuvas em toda a bacia hidrográfica.

Outros materiais