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Discalculia: Desafios na Aprendizagem da Matemática

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCALCULIA 
UM DESAFIO PARA A MATEMÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA/PR 
2016 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ 
 
 
 
 
 
 
DISCALCULIA 
UM DESAFIO PARA MATEMÁTICA 
 
 
 
 
 
Trabalho entregue à Faculdade de Educação 
São Braz, como requisito legal para 
convalidação de competências, para obtenção 
de certificado de Especialização Lato Sensu, 
do curso de Distúrbios de Aprendizagem 
conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, 
Inciso 2, da LDB 9394/96. 
 
Orientador (A): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA/PR 
2016 
 
 
RESUMO 
 
No nosso cotidiano, a matemática é uma presença constante, no tempo, nas distâncias 
percorridas, em todo e qualquer processo de contagem e no espaço o qual estamos inseridos. 
Todo esse conhecimento de conceitos e formas numéricas é adquirido desde a infância, e 
durante todo o período escolar, são aperfeiçoados. Porém, em alguns casos isso não 
acontece, e é ai que deparamos com um distúrbio matemático que ainda é pouco conhecido, a 
discalculia. O foco principal desse trabalho é compreender a interferência exercida pela 
discalculia no processo de aprendizagem da disciplina de matemática. Para realizar essa 
pesquisa, escolheu-se fazer uma abordagem bibliográfica, teórica, com ênfase qualitativa e 
informativa, ressaltantes no processo de ensino aprendizagem de operações matemáticas, dos 
conceitos e das características que acercam a Discalculia como também o seu reconhecimento 
como um distúrbio de aprendizagem e quais as capacidades que os profissionais da educação 
devem ter para lidar com ela dentro de sala de aula, e quais as melhores formas de incluir as 
crianças em seu grupo de convívio. 
 
Palavras – chave: Matemática – Discalculia – Distúrbio – Transtornos de 
aprendizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 A Matemática surgiu como resposta a uma demanda do homem, da sua 
necessidade de sobrevivência. Com seu desenvolvimento e a progressiva 
utilização de ferramentas, cada vez mais elaboradas, a Matemática tornou-se 
essencial e também muito mais abstrata que em seu início. 
 Crianças pequenas, antes mesmo de adquirirem procedimentos de 
contagem, possuem essa facilidade. Em algumas brincadeiras, ela percebe a 
ausência de objetos ou o acréscimo de outros. Para fazer com que as crianças 
construam o signo numérico com significado ela deve ser colocada diante de 
situações, dentro da sala de aula, onde existam resoluções de problemas que 
envolvam quantidades. 
 Tratando-se tanto de sociedade quanto de sobrevivência a matemática é 
uma ferramenta extremamente importância para todos. A necessidade que se 
há em trabalhar com números e de efetuar cálculos numéricos que se faz 
presente na nossa prática cotidiana. 
 Muitas são as dificuldades encontradas, atualmente por alunos, 
relacionadas ao aprendizado da matemática, as faltas de capacidade em 
resolver operações e problemas de matemática e de habilidades com números 
que alguns alunos apresentam torna cada vez mais necessário um 
conhecimento cada vez maior sobre prováveis transtornos que venham a afetar 
o processo de aprendizagem em alunos com idade escolar. 
 A discalculia, ainda é pouco conhecida, até mesmo entre profissionais 
da educação. Porém, é de extrema necessidade procurar entender de que 
formas que esse transtorno vem a interferir no processo da aprendizagem da 
disciplina de matemática em alunos. 
 O objetivo principal do presente trabalho é conceituar discalculia e 
caracteriza-la como um transtorno de aprendizagem matemático tendo com 
base referenciais teóricos, para auxiliar na compreensão dos elementos que 
impedem a capacidade lógica do aluno, o qual é exigido para resolver cálculos. 
O trabalho também consiste em diferenciar os tipos de discalculia, apresentar 
as principais causas do transtorno e por fim algumas sugestões de atividades 
que podem ser trabalhadas com um aluno discalcúlico. 
 Dada à importância ao assunto, espera-se, que esse possa dar a 
contribuição necessária com os profissionais que atuam na área da educação, 
principalmente, da educação matemática, de forma que ajudem e deem a 
atenção necessária aos alunos que apresentem as características descritas ao 
longo do trabalho, identificando esses estudantes e ajudando 
pedagogicamente, procurando, sempre, auxiliá-los com a elaboração de 
estratégias em seus estudos, proporcionando assim o sucesso acadêmico e 
pessoal. 
 
 
2. A MATEMÁTICA 
 
 A matemática, apesar de fazer parte da vida das pessoas, por muito 
tempo tem sido considerada a mais difícil das disciplinas que compõe o 
currículo escolar. Muitas dificuldades são encontradas no processo de 
aprendizagem também de ensino. 
 Pode-se considerar que os números, foi um das invenções mais 
importantes tida pela humanidade, sem a existência deles, a sociedade e 
também as ciências não teriam desenvolvido. Segundo Rotta (2006), o 
conhecimento e as habilidades matemáticas fazem parte da nossa vida 
cotidiana, nas tarefas habituais ou relacionadas com o trabalho e nas ações 
sociais. 
 Mesmo antes da escrita, o homem pré-histórico era nômade e vivia em 
pequenos grupos. Os homens eram responsáveis pela caça e as mulheres 
cuidavam dos filhos e preparavam os alimentos. Não havia nenhuma forma de 
política e nem um processo de economia. O período pré-histórico não é 
marcado por um alto nível intelectual e cientifico, porém, algumas descobertas 
matemáticas podem ser citadas, como por exemplo, a elaboração de um 
processo rudimentar de contagem através de ranhuras em ossos, desenhos 
em cavernas, marcas em galhos e pedras e a maneira de contagem onde cada 
pedra era colocada em saquinhos. 
 Para Ferreira (2011, p. 581) Matemática significa, “ciência que estuda os 
números, as formas e as medidas de grandezas e quantidades”. 
 Huete (2006 p. 15), por sua vez entende como: 
“A matemática, do grego mátheema (ciência), distingue-se por seu 
aspecto formal e abstrato e por sua natureza dedutiva. Em 
contrapartida, sua construção liga-se a uma atividade concreta sobre 
os objetos para a qual o aluno necessita da intuição como processo 
mental.” 
 Para Bastos (2006), a matemática desempenha um papel decisivo, ao 
permitir, na formação do cidadão, o desenvolvimento proveitoso de diversas 
habilidades importantes no raciocínio lógico dedutivo, interferindo fortemente 
na capacitação intelectual e estrutural do pensamento. Bastos (2006), ainda 
afirma que a habilidade numérica é biologicamente determinada, sendo uma 
categoria científica de domínio do conhecimento. 
 Que há uma grande dificuldade no aprendizado da matemática não é 
nenhuma novidade, sua complexidade em símbolos, números, termos, 
fórmulas, pode ser um dos motivos, porém, não isso que justifica baixo 
rendimento na disciplina, alguns chegam a alegar que matemática é uma 
disciplina apenas para pessoas mais inteligentes, e isso sabemos que não é 
verdade. 
 A dificuldade no processo da aprendizagem dessa disciplina baseia-se 
nos processos cognitivos, os quais são apresentados na escola, na verdade, 
há um número grande de alunos que apresentam alguma dificuldade na 
disciplina, a qual, o acompanha pela vida toda. Interfere de forma significativa 
no desenvolvimento escolar da criança e também no seu cotidiano, pois essa 
habilidade sempre se apresenta na vida de todos, na qualenvolve um fator de 
cálculos e interpretações. 
 Há casos onde, mesmo o aluno tendo um grande interesse em aprender 
e o professor buscando diversas metodologias para ensiná-lo e motivá-lo, ele 
ainda não consegue entender. Esses casos exigem uma atenção um pouco 
maior, pois alguma coisa está errada, o aluno em questão, pode até apresentar 
um bom desenvolvimento em todas as outras disciplinas, menos na 
matemática, a dificuldade desse aluno não tem haver com desinteresse ou falta 
de atenção, o problema pode ser um distúrbio, um transtorno de aprendizagem, 
pouco conhecido, a discalculia. 
 
 
3. DISCALCULIA, UM TRANSTORNO POUCO CONHECIDO. 
 A aprendizagem é um processo continuo, sempre estamos aprendendo 
e descobrindo coisas novas ao longo de nossas vidas. Em alguns casos, esse 
processo pode ser influenciado por diversos fatores, os quais causam certas 
dificuldades no aprendizado de determinadas áreas. Geralmente é no ambiente 
escolar que esses obstáculos tende a serem percebidos, pois é lá que as 
dificuldades ficam mais visíveis. 
 Quando começam a surgir dúvidas simples, por exemplo, qual o número 
que vem sucede o 17? Esse sinal é de mais ou menos? A maioria dos alunos 
responde, quase que automaticamente, de maneira correta, mas para alguns, 
acertar a sequência numérica, ou mesmo os sinais usados na matemática, 
consiste em um desafio enorme. 
 Quando nos deparamos com dificuldades, podemos estar na 
presença de algum problema/transtorno/dificuldades de aprendizagem. 
De acordo com o DSM-IV (2002, p.44), 
 
transtornos da aprendizagem são diagnosticados quando os 
resultados do indivíduo em testes padronizados e individualmente 
administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão 
substancialmente abaixo do esperado para sua idade, escolarização 
e nível de inteligência. 
 
 Fragoso Neto (2007) por sua vez diz que, para que seja considerado um 
transtorno, a dificuldade no aprendizado deve se fazer presente desde o início 
da vida escolar, não ser adquirida apenas ao longo da escolarização e, em 
consequência de falta de oportunidades de aprender, interrupções na 
escolarização, traumatismo ou doença cerebral. 
 Novaes (2007), afirma que existem três tipos básicos de transtornos de 
aprendizagem, de acordo com o CID-10 e o DSM-IV: o Transtorno da Leitura, o 
Transtorno da Matemática e o Transtorno da Expressão Escrita. 
 O transtorno matemático, conhecido como discalculia, caracteriza-se 
pela dificuldade na aprendizagem dos números, a falta das habilidades para 
efetuar operações, aritméticas e matemáticas. É uma má formação neurológica 
caracterizada pela dificuldade do individuo em aprender calculo, operações e 
raciocínio lógico-matemático, impede também, a compreensão dos conceitos 
matemáticos e como inclui-lo na sua vida cotidiana. 
 Segundo BARBOSA (2008, p. 132), a palavra discalculia apresenta duas 
raízes gregas: “dis” que significa dificuldade e “calculia”, que se relaciona à arte 
de contar. 
 Não é causada por nenhuma deficiência mental, nem por uma má 
escolarização, dificuldades auditivas e visuais, e nada tem a ver com a 
inteligência e nem com o nível de QI. Pessoas portadoras desse transtorno de 
aprendizagem são incapazes de identificar sinais matemáticos, classificar 
números, montar operações, comete erros ao tentar solucionar problemas 
verbais, tem inúmeras dificuldades de contagem, na compreensão dos 
números e nas habilidades computacionais, não conseguem entender 
princípios de medida, seguir sequências e nem compreender conceitos 
matemáticos, essas dificuldades são geralmente descobertas na escola. 
 Durante muito tempo a medicina acreditava que a dificuldade no 
aprendizado portava alguma debilidade ou lesão cerebral, porém, o que sabe 
hoje, é que a maior parte das crianças com dificuldades de aprendizagem não 
tem nenhum histórico de lesão cerebral. Mesmo apresentando alguma lesão, 
nem sempre é a única fonte de dificuldades escolares. 
 A Discalculia não resulta de lesão na região cerebral. De acordo com 
Bastos (2008), a Academia Americana de Psiquiatria define que a Discalculia 
ou Discalculia do Desenvolvimento é a dificuldade em “aprender matemática, 
com falhas para adquirir adequada proficiência neste domínio cognitivo, a 
despeito de inteligência normal, oportunidade escolar, estabilidade emocional e 
necessária motivação”. 
 Segundo os pesquisadores Johnson e Myklebust (1983) a criança com 
discalculia não desenvolve a capacidade de: 
 
 Indicativos de possíveis transtornos matemáticos são as dificuldades 
que os alunos apresentam em contar de trás para frente, contar os números de 
2 em 2 ou de 3 em 3, isso por que, os discalcúlicos apresentam dificuldades na 
compreensão e na ordem da estrutura numérica. 
 Várias são as causas da discalculia que podemos citar, Castello (2008) 
enumera as mais aceitas, que são: 
 Neurológica, acontece devido à complexa disfunção e está associada, 
possivelmente a uma lesão no supra marginal e nos giros angulares, na união 
dos lóbulos temporal e parietal do córtex cerebral; 
 Déficits na memória, segundo o autor, indivíduos com déficits de 
memória podem vir apresentar a discalculia, porém, nem sempre é possível 
especificá-la, pois os déficits de memória podem ter relação também com 
outros distúrbios de aprendizagem; 
 Memória curta reduzida, alguns indivíduos que convivem com esse 
distúrbio podem desenvolver também a discalculia, pois não conseguem 
recordar os cálculos a serem feitos; 
 Quociente de inteligência (QI) menor que 70. Porém, pessoas com um 
QI normal também podem apresentar sintomas da discalculia; 
 Desordem hereditária, além da combinação de dois ou mais fatores 
destes apresentados. 
 Podemos citar até seis diferentes tipos de discalculia: 
1. Discalculia léxica: é dificuldade apresenta na leitura dos símbolos 
usados na matemática; 
2. Discalculia verbal: é dificuldade apresenta em nomear as quantidades, 
os números, e os termos e símbolos matemáticos; 
3. Discalculia gráfica: é a dificuldade encontrada na escrita dos símbolos 
matemáticos; 
4. Discalculia operacional: é dificuldade encontrada na execução de 
cálculos numéricos; 
5. Discalculia practognóstica: é a dificuldade na enumeração, na 
manipulação e na comparação de imagens ou objetos reais; 
6. Discalculia ideognóstica: dificuldade encontrada nas operações mentais 
e também no entendimento de conceitos matemáticos; 
 
 
4. COMO LIDAR COM A DISCALCULIA E AJUDAR ALUNOS 
DISCALCÚLICOS. 
 
 
 Desde os primeiros anos escolares a crianças começa demonstrar sinais 
do distúrbio, que podem ser percebidos quando ela, não consegue diferenciar, 
igual e diferente, por exemplo, grande e pequeno, coisas simples, que tendem 
ser diferenciadas com facilidade por crianças logo na educação infantil. Porém, 
ainda não se pode dar um diagnóstico preciso, e é somente a partir dos oito 
anos de idade, aproximadamente, que é quando começam serem introduzidos 
símbolos matemáticos e operações básicas que se tornam mais visíveis esses 
sinais. 
 Distúrbios como a discalculia, normalmente prejudica a convivência das 
crianças com os demais alunos, é de máxima importância, que todos sejam 
tratados com igualdade, e para que isso aconteça, é preciso saber quais 
realmente são as necessidades dessas crianças. 
 O professor desenvolve um papel fundamental para o desenvolvimento, 
será ele a orientar o aluno em todas as descobertas e conquistas que 
envolvam o aprendizado da matemática. O docente deve evitar evidenciar as 
dificuldades desses alunos e não trata-los com diferença dos demais, ser 
pacientecom as dificuldades apresentadas por eles, não corrigi-lo com 
frequência perante toda a turma, isso para não expor o aluno e jamais ignorar a 
dificuldade dessa criança. 
 Outros profissionais, além do professor, podem estar envolvidos neste 
processo de auxilio a alunos com discalcúlicos, entre eles um psicopedagogo, 
um neurologista, psicólogo e fonoaudiólogo, exercem um papel fundamental no 
diagnostico e na aprendizagem. 
 O uso de tecnologias também pode ser de grande valia, jogos no 
computador tendem a estimular muito as crianças. O computador é um grande 
aliado, pois é um objeto que desperta o interesse e a curiosidade da criança. É 
um instrumento que pode ser constantemente muito aproveitado, pois existem 
inúmeros sites de jogos educativos que propiciam a noção de espaço e forma, 
e que reforçam a compreensão matemática. 
 Segundo palavras de Becker e Franco (2002, p. 22) 
 
[...] para Piaget, o homem se faz matemático na medida em que 
constrói matemática – como conteúdo, mas, sobretudo, como 
estrutura. [...] ser humano implica ser matemático; tornar-se humano 
é tornar-se matemático, ou melhor, lógico matemático [...]. 
 
 
 Com base nessa afirmação de Piaget, existem algumas possibilidades 
para auxiliar um aluno que apresenta dificuldade de aprendizado em 
matemática no seu cotidiano escolar. Para isso o professor pode permitir, 
durante suas aulas, o uso de calculadora, caderno quadriculado, tabuada, 
questões claras, problemas curtos, menor número de questões. A escola pode 
disponibilizar um auxiliar para acompanhar esse aluno, as provas podem ser 
realizadas oralmente, tendo em mente sempre que, para o aluno discalcúlico, 
nada é óbvio, como é para os outros alunos, por esse motivo, ele precisa de 
uma compreensão maior de todas as pessoas. 
 
 
5. JOGOS QUE CONTRIBUEM NO PROCESSO DE ENSINO 
APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DISCALCULIA. 
 Os jogos são estruturas fundamentais que contribui para os 
desenvolvimentos, mental e pedagógico, pois trabalha com os aspectos 
cognitivos, motores e sociais da criança, é através dos jogos e brincadeiras, 
que elas dispõe o mundo que as rodeiam, assimilam informações e 
experiências e incorporam valores e atitudes importantes que lhes 
acompanham por toda a vida. 
 As brincadeiras e os jogos acompanham a crianças desde seu 
nascimento, são importantes atividades, através das quais a criança aprende a 
movimentar-se, desenvolver estratégias, pensar, resolver problemas, 
socializar-se e a busca. 
 Já é de conhecimento que o aluno com discalculia apresenta 
dificuldades em acompanhar as aulas de matemática. Este distúrbio de 
aprendizagem, se não tratado, afetará o estudante pelo resto de sua vida 
acadêmica, pois, depois que uma base sólida é estabelecida no ensino 
fundamental, as lições matemáticas dependem umas das outras. 
 Alguns jogos que podem ser trabalhados com alunos com discalculia, 
tanto em sala de aula por professores ou especialistas e até mesmo em casa 
com a supervisão dos pais são: 
 Matix: é um jogo de tabuleiro com 64 casas, é um quebra-cabeça e seus 
objetivos são favorecer e desenvolver o pensamento matemático, auxiliar no 
processo de generalização matemática e promover o desenvolvimento do 
raciocínio, exercitando e estimulando um pensar com lógica e critério, 
interpretando informações, buscando soluções, levantando hipóteses e 
coordenando diferentes pontos de vista. 
 Durante a partida, os jogadores desenvolvem suas capacidades de 
antecipar jogadas e de estabelecer estratégias de ação. 
 O jogador deverá fazer o maior número de pontos somando as peças de 
valor positivo e subtraindo as de valor negativo. 
 Tangram: é um jogo composto por sete peças, sendo elas, 5 
triângulos,1 quadrado e 1 paralelogramo, as cartelas apresentam diferentes 
figuras. Apenas um jogador participa, e o principal objetivo é formar um 
quadrado com as 7 peças. O melhor lugar para jogar é em uma superfície 
plana. O jogador deve sempre lembrar que todas as peças devem do jogo, 
devem obrigatoriamente, ser utilizadas para formar a figura, sem a 
sobreposição de peças. 
 Com o Tagram pode ser feitas muitas combinações. Exercita a 
inteligência e também a imaginação, e o jogador pode criar figuras dos mais 
diversos tipos, inclusive inéditas. 
 O jogo do Dominó: Coloca-se a disposição do aluno as peças de 
dominó. Ela deve ordena-las de seguindo a numeração das bolinhas que estão 
contidas nas extremidades das peças, seguindo as regras do jogo. Conforme é 
apresentada determinada peça o aluno deve colocar ao seu lado a peça que 
contém a quantidade correspondente. Esta atividade visa ampliar a percepção 
numerica e estimular o aluno a associar as peças com as quantidades iguais, 
amplia também a noção de sequência e a contagem. 
 Botões matemáticos: são separados botões de tamanhos e cores 
diferentes. Esses são selecionados de acordo com sua cor e tamanho, por 
exemplo: 12 botões brancos, 8 azuis e 6 amarelo, e assim por diante. Orienta-
se a criança a separar botões na quantidade solicitada, ordenando os 
tamanhos. Nessa atividade pode-se trabalhar dúzias ou dezenas, o professor 
pode trabalhar com o aluno a maior dificuldade dele. 
 O objetivo é desenvolver habilidades de compreensão de sistema de 
numeração, desenvolver coordenação motora e a orientação espacial. 
Jogo das garrafas coloridas: Selecionamos oito garrafas de plástico 
diferentes, a 1ª com 15 cm de altura, as outras com 12,5 cm, 10 cm, 7 cm, 5,25 
cm, 4,0 cm e 3,5 cm com acabamento de fitas colantes nas beiras. 
 A criança deve ordenar as garrafas em tamanhos, agrupando-as de 
tamanhos quase iguais ou diferentes, ordenando-as em fileiras, da menor para 
a maior e da maior para a menor. Esta atividade tem como objetivo verificar as 
noções de tamanho (maior/menor) e estimular a coordenação motora e a 
contagem. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O estudo da matemática contribui tanto para nosso crescimento pessoal 
quanto para a compreensão do mundo no qual estamos inseridos. Para os 
profissionais da matemática, ensinar a disciplina nem sempre é uma tarefa das 
mais fáceis, há inúmeras dificuldade e uma série de empecilhos para a 
aprendizagem, a maioria dos alunos acham a matéria difícil e nem sempre 
conseguem acompanhar o raciocínio. Em muitos casos essa dificuldade está 
relacionada com a falta de atenção do aluno, o desinteresse ou mesmo a 
didática usada pelo professor em sala de aula, esse por sua vez, deve estar 
sempre atento a todo esse processo de aprendizagem de seus alunos, 
principalmente quando se percebe pouca motivação por parte da criança e uma 
autoestima muito baixa pelo fato de cometer erros durante as atividades de 
matemática, erros esses simples, troca de sinais, confusões numéricas, 
dificuldade no raciocínio logico, que muitas vezes passam despercebidos e não 
são tratados com da maneira correta. 
 A partir da realização desse trabalho tornou-se possível perceber que a 
presença dessas dificuldades matemáticas, muitas vezes, é a discalculia, e 
esse é um transtorno que que interfere na aprendizagem dos alunos na fase 
escolar. 
 As características principais da discalculia são problemas no 
pensamento operatório, dificuldade de percepção de espaço, dificuldade para 
conservar quantidades entre outras mais especificadas ao longo desse 
trabalho. 
 Deve-se contar com a ajuda de especialistas para diagnosticar e tratar 
alunos discalcúlicos, a escola, e os profissionais da matemática, exercem um 
papel fundamental para a evolução da aprendizagem desses alunos. 
 
 
REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBARBOSA, Laura Monte Serrat. Psicopedagogia: um diálogo entre a 
psicopedagogia e a educação. 2. ed. Curitiba: Bolsa nacional do livro, 2008. 
 
BASTOS, J.A. O cérebro e a matemática. São Paulo: Edição do Autor, 2008. 
 
BASTOS, José Alexandre. Discalculia: transtorno específico da habilidade 
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BECKER, F.; FRANCO, Sérgio R.K. Revistando Piaget. 3. ed. Porto Alegre: 
Mediação, 2002. 
 
CASTELLO, E. C. Como a escola pode ajudar crianças com dificuldade de 
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Alegre: Artmed, 2002. 
 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio Júnior: dicionário escolar da 
língua portuguesa. 2ª ed. – Curitia: Positivo, 2011. 
 
FRAGOSO NETO, Alfredo Francisco. Discalculia. 2007. Disponível em: 
< http://uniprofes.blogspot.com/2007/05/discalculia-tropeando-em-nmeros.html 
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GARCIÁ, Jesus Nicasio. Manual de dificuldades de Aprendizagem: 
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HUETE, J. C. Sánchez, Bravo, J.A. Fernández. O ensino da matemática: 
fundamentos teóricos e bases psicopedagógicos. Porto Alegre: Artmed, 
2006. 
 
JOHNSON, D.J.; MYKLEBUST, H.R. Distúrbios de aprendizagem: princípios 
e práticas educacionais. São Paulo: Pioneira, 1983. 
 
 
ROTTA, Newra Tellechea. Transtornos de aprendizagem. Porto Alegre: 
Artmed, 2006.

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