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TCC Pedagogia UNIP

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1 
 
 UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
 
 
Cintia Carla de Oliveira 
 Jéssica de Fátima de Souza 
 Jonathan Almeida da Rocha 
Silmara Francis Martins 
 
 
 
 
 
 
DISCALCULIA NO ENSINO FUNDAMENTAL I 
 
“Jogos pedagógicos como ferramenta facilitadora 
do processo de Ensino Aprendizagem” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
 2013 
 
 
2 
 
Cintia Carla de Oliveira 
 Jéssica de Fátima de Souza 
 Jonathan Almeida da Rocha 
Silmara Francis Martins 
 
 
 
 
 
DISCALCULIA NO ENSINO FUNDAMENTAL I 
 
“Jogos pedagógicos como ferramenta facilitadora 
do processo de Ensino Aprendizagem” 
 
 
Trabalho de conclusão de curso para 
obtenção do título de Licenciatura 
em Pedagogia apresentado à 
Universidade Paulista – UNIP. 
 
 
 Orientador: Prof. ª Eliana Mariano
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
 2013 
 
 
3 
 
Cintia Carla de Oliveira 
 Jéssica de Fátima de Souza 
 Jonathan Almeida da Rocha 
Silmara Francis Martins 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCALCULIA NO ENSINO FUNDAMENTAL I 
 
“Jogos pedagógicos como ferramenta facilitadora 
do processo de Ensino Aprendizagem” 
 
 
 
 
 
 Aprovado em: 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_______________________/__/___ 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista – UNIP 
_______________________/__/___ 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista – UNIP 
_______________________/__/___ 
Prof. Nome do Professor 
 Universidade Paulista UNIP 
 
 
4 
 
DEDICATÓRIA 
 
 Dedicamos este trabalho, á todos aqueles que nos apoiaram, e sempre 
estiveram prontos a nos ajudar. Aos professores, que ao longo desta jornada 
compartilharam seus conhecimentos e habilidades, aos familiares e amigos, que 
nos incentivaram em todas as etapas. 
 Obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço primeiramente á Deus que me levantou e me acompanhou em todos 
os momentos. 
 Agradeço aos meus filhos, Emerson, Vanessa e Camila por estarem ao meu 
lado e preencherem minha vida do mais puro amor. 
 Agradeço também os meus colegas de curso Jéssica e Jonathan, que me 
auxiliaram em todas as etapas. 
 E por último, porém não menos importante, agradeço a minha amiga Silmara 
Francis Martins, por se tornar parte da minha vida. 
 
 Grata, 
 
 Cíntia Carla de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço primeiramente á Deus por ter me ajudado nessa jornada e que até 
aqui me sustentou. 
 Agradeço ao meu querido e amado esposo Carlos Eduardo Gomes da Silva 
pela compreensão, carinho, dedicação, amor e apoio. 
 Agradeço aos meus pais, mãe Juseley de Jesus Inácio de Souza e o meu pai 
Valter de Souza pelo incentivo, carinho e atenção e por sempre estarem do meu 
lado me consolando nos momentos difíceis de fraquezas e dificuldades. 
 Ao meu irmão Guilherme Elias de Souza por estar sempre comigo me 
alegrando com o seu jeito e me mostrando o lado bom das coisas. 
 E por último, ao meus colegas do grupo Jonathan, Cintia e Silmara que muito 
me ajudaram nesta etapa de minha vida, amo vocês! 
 
 Grata, 
 
 Jéssica de Fátima de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço primeiramente á Deus por ter me ajudado em toda essa jornada e 
ter me dado forças para chegar até aqui. 
 Agradeço toda a minha família por ter me apoiado e me incentivado a cada 
dia a continuar e nunca desistir, em especial as duas mulheres da minha vida a 
minha mãe Valdirene de Almeida Novais e a minha esposa Talita Almeida Aguiar 
Brito que nunca me deixaram abater e sempre com palavras motivadoras me 
empolgavam a querer estudar e crescer como pessoa e profissionalmente por meio 
da profissão a ser conquistada. 
 Agradeço também ao meu pai (em memória) José Moreira da Rocha que 
tinha o sonho de ver o seu filho um futuro Pedagogo. 
 
 Grato, 
 
 Jonathan Almeida da Rocha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço ao meu marido Potyguar da Veiga Silva, por cada gesto de 
carinho, cada abraço, e por todo seu amor... Agradeço meu filho Diego Ronan 
Martins Fernandes por compreender minha ausência em muitos momentos, por 
estar me dedicando à busca de novas competências... Agradeço ao meu 
sobrinho/afilhado Gabriel Luan Martins Morrer por me proporcionar momentos de 
alegria, que me davam energia para continuar... Agradeço meus pais Osvaldo e 
Elsen, minha irmã Evelin e meu cunhado Wagner, por toda a credibilidade 
depositada em mim. 
 Agradeço estas pessoas que são essenciais na minha vida, que me fizeram 
ser quem sou hoje e que me fazem acreditar todos os dias no verdadeiro AMOR. 
 
 
 Grata 
 
 Silmara Francis Martins
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos 
alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso 
aprendemos sempre”. 
(Paulo Freire) 
 
 
 
10 
 
RESUMO 
 
O ensino da Matemática é visto por grande parte dos pais e alunos, como uma 
dificuldade a ser encontrada nas escolas, e isso ocorre devido ao grande número de 
alunos que possuem dificuldades na aprendizagem da Matemática, e todos estes 
problemas que são apontados não são novos, de geração em geração a Matemática 
ocupa o posto de disciplina mais difícil e torna a ser visto como complexo a sua 
assimilação pelos estudantes. Isto é comprovado nas instituições escolares onde os 
docentes possuem dificuldades em aprendizagem no ensino da Matemática, 
apresentando a chamada “Discalculia”, pois confusões com sinais matemáticos e 
dificuldades para fazer simples continhas, podem estar ligadas a um distúrbio 
neurológico. A Discalculia semelhante a dislexia (dificuldade com o aprendizado da 
leitura e escrita), ocorre em razão de uma falha na formação dos circuitos neuronais, 
na rede por onde passam os impulsos nervosos, é uma falha na conexão dos 
neurônios localizados na parte superior do cérebro, área responsável pelo 
reconhecimento dos símbolos. Não é uma doença e nem uma condição crônica, em 
geral é encontrada juntamente com outros tipos de transtornos como o da leitura, 
escrita, expressão e etc. E o desafio, é ajudar ou sanar estas dificuldades com a 
aplicação de jogos pedagógicos, com o intuito de facilitar o docente a entender e 
compreender os símbolos, as quantidades matemáticas, termos, a comparação e 
manipulação dos numerais, leitura e escrita correta dos símbolos matemáticos e 
entre outros, facilitando o processo de ensino aprendizagem principalmenteno 
Ensino Fundamental I, que é o período em que é mais visível a presença da 
Discalculia. 
 
Palavras-chave: discalculia, dificuldade de aprendizagem matemática. 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 ABSTRACT 
 
The teaching of mathematics is seen by many parents and students, as a difficulty to 
be found in schools, and this is due to the large number of students who have 
difficulties in learning mathematics, and all these problems that are pointed out are 
not new from generation to generation Mathematics ranks as the discipline becomes 
more difficult and complex to be seen as their assimilation by students. This is 
proven in schools where teachers have difficulty learning in mathematics education, 
with the call "Dyscalculia" because confusions and difficulties with mathematical 
signs to make simple continhas, may be linked to a neurological disorder. In similar 
Dyscalculia dyslexia (difficulty with learning to read and write), occurs because of a 
failure in the formation of neural circuits in the network through which nerve impulses, 
is a failed connection of neurons located in the upper brain , area responsible for the 
recognition of symbols. It is not a disease or a chronic condition, is often found 
together with other disorders such as reading, writing, speech and so on. And the 
challenge is to help or resolve these difficulties with the implementation of 
educational games, with the aim of facilitating teachers to understand and grasp the 
symbols, quantities mathematical terms, the comparison and manipulation of 
numbers, reading and writing correct symbols mathematicians and others, facilitating 
the teaching-learning process especially in elementary school, which is the period 
that is most visible presence of Dyscalculia. 
 
Keywords: dyscalculia, difficulty learning mathematics. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Imagem 1 – Dimensão Neuropsicológica ..................................................................17 
 
Gráfico 1 - Você acredita que é normal os alunos terem dificuldades em 
Matemática? ..............................................................................................................39 
 
Gráfico 2 - Há alunos com dificuldades em Matemática na turma em que você 
ministra as aulas?......................................................................................... ....40 
 
Gráfico 3 - Em média quantos alunos têm dificuldades com Matemática em sua 
turma? .................................................................................................................. ....41 
 
Gráfico 4 - Você sabe o que é Discalculia?.......................................................... ....42 
 
Gráfico 5 - Você aplica atividades diferenciadas para os alunos com dificuldades em 
Matemática? .....................................................................................................43 
 
Gráfico 6 - Você aplica atividades diferenciadas para os alunos com dificuldades em 
Matemática? ....................................................................................................44 
 
Gráfico 7 - Para os alunos com Discalculia, você costuma realizar algum tipo de 
adaptação? .....................................................................................................45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
SUMÁRIO 
 
 Introdução .........................................................................................................14 
 CAPÍTULO I 
1. Discalculia........................................................................................................17 
1.1 Conceituando a Discalculia...................................................................................17 
1.2 Sinais e sintomas da Discalculia ..........................................................................19 
1.3 Tipos de Discalculia..............................................................................................26 
1.4 Identificando um aluno com Discalculia ...............................................................27 
1.4.1 Adaptações ao Discalculico .......................................................................28 
CAPÍTULO II 
2. Jogos pedagógicos como ferramenta facilitadora no processo de ensino 
aprendizagem ................................................................................................30 
2.1 Conceituando Jogos Pedagógicos............................................................30 
2.2 Jogos Pedagógicos ..................................................................................33 
CAPÍTULO III 
3. Análises das Entrevistas..................................................................................38 
3.1 Aplicação do Questionário e Análises realizadas ....................................38 
4. Considerações Finais .....................................................................................47 
5. Referencias Bibliográficas .,............................................................................48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Há tempos o interesse pelo ensino é discutido e analisado e a cada vez mais 
surgem novas exigências. 
 Nos deparamos com o papel do professor atual, que busca não mais a 
simples transferência do conhecimento definido, mas sim, ensinar o aluno à 
aprender, isto é, lidar com a aprendizagem como um processo, no qual o professor é 
um agente facilitador da aprendizagem. 
 A aprendizagem envolve inúmeros fatores, dentre eles a maturação, a 
concentração, a organização e a compreensão. Fatores estes que contribuem para 
que se possa fazer com que os alunos adquiram conhecimento. 
 Segundo Zabala¹ (1998), 
 
“...é difícil conhecer os diferentes graus de conhecimento de 
cada menino ou menina, identificar o desafio de que 
necessitam, saber que ajuda requerem e estabelecer a 
avaliação apropriada para cada um deles a fim de que se 
sintam estimulados a se esforçar em seu trabalho. Mas o fato 
de que custe, não deve nos impedir de buscar meios ou 
formas de intervenção que, cada vez mais nos permitam dar 
uma resposta adequada as necessidades pessoais de todos e 
cada um de nossos alunos”. (p. 36) 
 
 Mediante ao novo paradigma do papel do professor das exigências do aluno 
e do fator aprendizagem, baseando-se no Ensino Fundamental I, observa-se o quão 
importante é a metodologia de Ensino adotado pelos professores, isto é, as 
ferramentas utilizadas como facilitadoras no processo de ensino-aprendizagem. 
 A Pedagogia possui um currículo muito abrangente, mas a abordagem que 
norteou a escolha do tema a ser explorado neste trabalho, foi o fato do grupo, ter 
observado em sala de aula, a dificuldade de aprendizagem em Matemática em um 
grande número de alunos, a chamada Discalculia. 
 Assim, o objetivo geral deste trabalho é encontrar possibilidades de solução 
para a Discalculia no Ensino Fundamental I, a partir dos jogos pedagógicos, como 
ferramenta facilitadora do processo de ensino aprendizagem. Levando em 
15 
 
consideração também, a importância de conceituar a Discalculia, apresentar 
características de comportamento, dificuldades no processo de ensino 
aprendizagem, que possam indicar a discalculia e encontrar possibilidades de 
solução para a mesma. 
 Desta forma, este tema é importante para que o educador possa 
compreender a discalculia e a sua identificação, podendo auxiliar seu aluno no 
processo de ensino-aprendizagem, através dos jogos. 
 Durante o curso de Pedagogia, este assunto não foi abordado e diante da 
grande quantidade de alunos que sentem dificuldade em Matemática, é importante 
para o educador ter a ciência desta deficiência de aprendizagem. 
 Para odesenvolvimento deste trabalho, partimos dos seguintes 
questionamentos: O que é a Discalculia? Como identificar o aluno com discalculia? 
 Como os jogos podem auxiliar o aluno com discalculia? 
 Entende-se que a Discalculia é definida como uma desordem neurológica 
específica ou disfunção neuropsicológica, afetando as habilidades de um indivíduo 
em relação a compreensão e manipulação dos números, pode-se dizer também que 
é um impedimento da matemática que vai adiante junto com um número de outras 
limitações, como por exemplo as de introspecção espacial, a memória, o tempo e os 
problemas de escrita aritmética. A identificação do aluno com discalculia, ocorre 
desde os primeiros anos escolares, ao abordar o tema matemática em sala de aula. 
Durante este processo o professor percebe as inúmeras dificuldades e limitações 
que o aluno possui, podendo assim ser um discalculico. Os Discalculicos são 
incapazes de identificar sinais matemáticos, classificar números, operações, 
entender principais medidas, sequências, compreensão de conceitos, relação entre 
eles, valores e entre outros. 
 A utilização de jogos pedagógicos como ferramenta facilitadora no processo 
de ensino aprendizagem, vem com o intuito de facilitar a fixação do conteúdo e 
prover o conhecimento aos alunos mediante as dificuldades que a discalculia 
apresenta. 
 Os jogos vem para facilitar neste processo de ensino, pois, “Jogar não é 
estudar nem trabalhar, porque jogando, o aluno aprende, sobretudo, a conhecer e 
compreender o mundo social que o rodeia”. (Moura, 1996). 
16 
 
 Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a 
possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos estudantes 
que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. 
 Para a efetivação deste trabalho, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, 
seguida de pesquisa de campo. Dentro de todo este contexto, foram realizadas 
entrevistas com dez professores do Ensino Fundamental I, baseando-se em um 
questionário elaborado com dez questões pertinentes ao tema a ser trabalhado, com 
o intuito de captar informações, analisa-las e discuti-las posteriormente. 
 No Capítulo I, apresenta o conceito de Discalculia, os sinais e sintomas, os 
tipos de Discalculia, como identificar o aluno discalculico e as devidas adaptações 
que o docente deve fazer junto ao aluno discalculico. 
 No Capítulo II, aborda o conceito dos jogos pedagógicos, os jogos mais 
adequados para serem aplicados durante o processo de ensino aprendizagem do 
discalculico, como ferramenta facilitadora e as suas devidas regras. 
 Já no Capítulo III, encontra-se as análises feitas, em relação as respostas 
das entrevistas realizadas na pesquisa de campo. 
 Com este trabalho, espera-se que os leitores consigam absorver todo o 
conhecimento apresentado em relação ao tema abordado, e se possível colocar em 
prática a sugestão abordada dos jogos pedagógicos como ferramenta facilitadora do 
processo de ensino á Matemática direcionada aos portadores da Discalculia. Onde 
compreende-se que a Discalculia é um distúrbio neuropsicológico ou neurológico, 
fazendo com que o indivíduo tenha certas dificuldades e limitações com os números, 
operações e derivados da matemática e aritmética, mas, que pode ser revertido com 
a aplicação de jogos pedagógicos específicos, provendo o conhecimento de forma 
mais lúdica e até mesmo divertida! 
 E por fim, com a pesquisa de campo, entender e captar informações que 
ilustrem um pouco do atual quadro escolar em relação ao tema, se os professores e 
da instituição escolar possuem o conhecimento da Discalcúlia, como tratam este 
tema e todos os aspectos necessários para sanar as dificuldades dos discalculicos. 
 
 
 
 
17 
 
CAPÍTULO I 
 
1. DISCALCULIA 
 
1.1 Definindo a Discalculia 
 
 A etimologia da palavra Discalculia, vem do grego “dis” que quer dizer mal e 
do Latin “Calculare” que significa contar, ou seja, contando mal ou dificuldade ao 
calcular. 
 Essa palavra “calculare” tem por sinônimo a palavra cálculo, que significa o 
seixo ou um dos contadores em um ábaco. 
 A Discalculia é definida como uma desordem neurológica específica ou 
disfunção neuropsicológica, afetando as habilidades de um indivíduo em relação á 
compreensão e manipulação dos números, pode-se dizer também que é um 
impedimento da matemática que vai adiante junto com um número de outras 
limitações, como por exemplo, as de introspecção espacial, a memória, o tempo e os 
problemas de escrita aritmética. 
 Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, a discalculia é uma 
dificuldade de aprendizagem relacionada à matemática. 
 O discalculico (individuo com discalculia) em sua dimensão neuropsicológica 
possui áreas afetadas pelo distúrbio, causando reações específicas. Veja na 
imagem a seguir a dimensão neuropsicológica as áreas afetadas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2012/09/discalculia.html 
 
http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2012/09/discalculia.html
18 
 
 • Áreas terciárias do hemisfério esquerdo que dificulta a leitura e 
compreensão dos problemas verbais, compreensão de conceitos matemáticos; 
 • Lobos frontais dificultando a realização de cálculos mentais rápidos, 
habilidade de solução de problemas e conceitualização abstrata. 
 • Áreas secundárias occípito-parietais esquerdos dificultando a discriminação 
visual de símbolos matemáticos escritos. 
 • Lobo temporal esquerdo dificultando memória de séries, realizações 
matemáticas básicas. 
 O termo discalculia é utilizado especialmente quando se fala da inabilidade 
de execução de operações matemáticas ou aritméticas, ou segundo a definição de 
alguns profissionais educacionais como a inabilidade fundamental para 
conceitualizar números como um conceito abstrato de quantidades comparativas.
 Quando se fala do tema discalculia, é de extrema importância que esteja 
claro a questão de que discalculia e a acalculia são coisas totalmente distintas, pois 
a acalculia se refere a perda da capacidade de calcular causada por danos 
neurológicos e a discalculia em questão é a dificuldade significativa no 
desenvolvimento de habilidades relacionadas a matemática, desde que não sejam 
ocasionadas por deficiência mental, auditiva ou visual, nem por falta ou precariedade 
de escolarização. 
 Contrariamente a acalculia, a discalculia encontra-se sobretudo em crianças, 
e é de caráter evolutivo ou desenvolvimental, não sendo resultante de uma lesão e 
associa-se sobretudo a dificuldades de matemática. 
 A Discalculia pode atingir crianças e adultos, porém não necessariamente 
ela ocorre em pessoas com o nível de QI baixo, no entanto ocorre em pessoas de 
qualquer nível de QI. 
 Ela é observada em indivíduos cuja inteligência é normal ou até mesmo em 
alguns casos acima da média e que não apresentam deficiência física, auditiva ou 
visual, mas no entanto possuem falhas no raciocínio lógico matemático sendo 
inferior a média normal esperada para a idade cronológica, a capacidade intelectual 
e o nível de escolaridade. 
 Segundo pesquisas recentes da Associação Brasileira de Discalculia - 
ABD, 6% da população mundial em idade escolar sofrem desse transtorno. 
 O ambiente escolar é o principal local de identificação do distúrbio, pois o 
problema se mostra cedo na escola, onde a criança não consegue fazer a relação 
19 
 
entre os números e as quantidades, as fórmulas e sequências, porém muitos pais e 
responsáveis não levam tanto em consideração devido a matemática ser vista comouma disciplina complicada e que é normal apresentarem resistência e problemas 
com a matéria. 
 “Culturamente somos compreensivos com quem tem dificuldade em 
entender os princípios matemáticos”, confirma Birgit Möbus, psicopedagoga da 
Escola Suíço-Brasileira de São Paulo, mas isso não impede de que os responsáveis 
pela criança tomem uma atenção diferenciada com o caso para que não se acumule 
riscos e lacunas graves no processo de ensino aprendizagem da disciplina. 
 
1.2 Sinais e sintomas da Discalculia 
 
 A matemática é uma ferramenta essencial para a sobrevivência do homem 
na sociedade cuja prática está inserida em nossa rotina (VIGOTSKY, 2008, p.11), e 
para o indivíduo que possui o distúrbio da discalculia, as dificuldades presentes em 
matemática envolvendo as sequências lógicas, acarreta em grandes prejuízos 
significativos, permeado por fracassos nos exercícios do dia a dia revelando assim, 
o déficit presente e fazendo o indivíduo emergir-se em problemas sócios afetivos.
 Os discalculicos, são incapazes de identificar sinais matemáticos, classificar 
números, operações, entender principais medidas, sequências, compreensão de 
conceitos, relação entre eles, valores e entre outros. 
 
 Veja a seguir os possíveis sinais e sintomas de um Discalculico: 
 Dificuldades na identificação de números (visual e auditiva). 
 Incapacidade para estabelecer uma correspondência recíproca (contar 
objectos e associar um numeral a cada um). 
 Escassa habilidade para contar. 
 Dificuldade na compreensão de conjuntos. 
 Dificuldade na compreensão de quantidade. 
 Dificuldade em entender o valor segundo a habituação de um número. 
 Dificuldades nos cálculos. 
 Dificuldades na compreensão do conceito de medida. 
 Dificuldade para aprender a dizer a hora. 
20 
 
 Dificuldade na compreensão do valor das moedas. 
 Dificuldade de compreensão da linguagem matemática e dos símbolos. 
 Dificuldade em resolver problemas orais. 
 Deficiente organização visuo-espacial e integração não verbal: não 
conseguem distinguir rapidamente as diferenças entre formas, tamanhos, 
quantidades e comprimentos. 
 Dificuldade em observar grupos de objetos e dizer qual deles contém uma 
maior quantidade de elementos, em calcular distâncias e em fazer 
julgamentos de organização visuo-espacial. 
 Distúrbio ao nível da imagem corporal. 
 Distúrbios de integração visuo-motora. 
 Desorientação: dificuldade na distinção esquerda-direita. 
 Dificuldades na percepção social e na realização de julgamentos: maturidade 
social reduzida. Desempenhos em testes de inteligência, superiores nas 
funções verbais comparativamente às funções não verbais. 
 Borges (2008) apresenta ainda, outros sintomas decorrentes dessas 
desordens identificadas dentro da problemática discalcúlica: 
 Distúrbio de linguagem receptivo-auditiva e aritmética, onde o indivíduo é bem 
sucedido em cálculos, porém é inferior no que se refere ao raciocínio e 
vocabulário aritméticos. 
 Apresenta problemas de reorganização auditiva, onde não se recorda de 
números com agilidade (pode reconhecê-lo quando ouve, mas nem sempre 
consegue dizê-lo quando quer) e não é capaz de guardar os fatos quando 
ouve os enunciados quando apresentados oralmente. 
 Distúrbio de leitura e aritmética, é a relação Discalculia-Dislexia já descrita por 
muitos teóricos como Kirk e Gallagher (1999). Dá-se quando a Discalculia é 
originada por fatores também relacionados à Dislexia, pois ambas possuem 
aspectos relevantes no que diz respeito à memória temporária, leitura e 
escrita. Neste caso, o indivíduo apresenta dificuldades na compreensão 
leitora dos enunciados, inversões e distorções de numerais e dificuldades de 
se lembrar da aparência dos números. 
O indivíduo é incapaz de decodificar os símbolos e grafemas matemáticos, no 
21 
 
entanto, é perfeitamente capaz de calcular quando os exercícios e 
enunciados são lidos em voz alta para ele. 
 Os portadores desta desordem podem apresentar também o 
comprometimento de habilidades importantes como: 
 
 Habilidade Linguística (compreensão através da leitura e Conceitos escritos); 
 Habilidade Perceptiva (reconhecimento de símbolos numéricos e 
discriminação de conjunto); 
 Habilidade Atentiva (cópia correta e observação dos sinais na operação 
matemática); 
 Habilidade Matemática (cálculos em geral, capacidade de lidar com números 
no cotidiano, noção de espaço e tempo, e sequenciação como, por exemplo, 
os meses do ano e dias da semana). 
 No processo de ensino aprendizagem da matemática, a linguagem é 
essencial para a compreensão aritmética, e o discalculico possui dificuldades com a 
linguagem e no processo de interiorização da linguagem, resultando na 
incapacidade de elaborar o pensamento, e segundo Silva (2008) diz que “(...) a 
resolução de problemas envolvem muitas questões de linguagem além da 
matemática”. 
 Sendo assim, sem o domínio da linguagem a decodificação dos termos 
matemáticos e suas denominações serão deficientes. Uma observação importante 
feita por Silva (2008) é a de que o portador de discalculia escreve pouco devido o 
medo de errar, suas respostas geralmente monossilábicas e dificilmente se expõe 
em atividades em grupos devido as dificuldades que encontra por ter o distúrbio. 
 O individuo discalcúlico pode não apresentar todos estes sintomas e sinais, 
no entanto a maioria se caracterizará, tendo a possibilidade também, de que ele 
apresente outros novos, pois cada indivíduo é único e traz consigo histórias de vida 
diferentes. 
 Outro aspecto a se levar em conta é que alguns discalcúlicos têm o seu 
raciocínio lógico intacto, porém têm extrema dificuldade em lidar com números, 
símbolos e fórmulas matemáticas. 
 Outros, de acordo com Sacramento (2008), serão completamente capazes 
22 
 
de solucionar representações simbólicas como 3+4=7, mas incapazes de resolver.
 De forma mais clara e objetiva, as áreas que são comprometidas nos 
indivíduos com discalculia são: 
 Impulsividade; 
 Linguagem e Escrita; 
 Organização Espacial; 
 Auto Estima; 
 Orientação Temporal; 
 Habilidades grafomotoras; 
 Inconsistência (memorização); 
 Memória e; 
 Habilidades Sociais; 
 É importante ressaltar os requisitos necessários para o aprendizado de 
matemática e as dificuldades causadas pela discalculia por idades: 
 
 3 a 6 anos 
 
 Requisitos: Ter compreensão dos conceitos de igual e diferente, curto e longo, 
grande e pequeno, menos que e mais que. Classificar objetos pelo tamanho, cor e 
forma. Reconhecer números de 0 a 9 e contar até 10. Nomear formas. Reproduzir 
formas e figuras. 
 Dificuldades causadas pela discalculia: Problemas em nomear quantidades 
matemáticas, números, termos, símbolos; Insucesso ao enumerar, comparar, 
manipular objetos reais ou em imagens. 
 
 6 a 12 anos (Ensino Fundamental I) 
 
 Requisitos: Agrupar objetos de 10 em 10. Ler e escrever de 0 a 99. Nomear o 
valor do dinheiro. Dizer a hora. Realizar operações matemáticas como soma e 
subtração. Começar usar mapas. Compreender metades, quartas partes, números 
ordinais. 
23 
 
 Dificuldades causadas pela discalculia: Leitura e escrita incorreta dos 
símbolos matemáticos. 
 
 12 a 16 anos 
 
 Requisitos: Capacidade para usar números na vida cotidiana. Uso de 
calculadoras. Leitura de quadros, gráficos e mapas. Entendimento do conceito de 
probabilidade. Desenvolvimento de problemas. 
 Dificuldades causadas pela discalculia: Falta de compreensão dos conceitos 
matemáticos; Dificuldade na execução mental e concreta de cálculos numéricos. 
 Na discalculia, a capacidade matemática para a realização de operações 
aritméticas, cálculo e raciocínio matemático, encontra-se inferiorà média esperada 
para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do 
indivíduo. 
 Os problemas na aprendizagem de Matemática que ocorrem em todos os 
níveis de ensino, não são novidade. 
 A Matemática comumente recebe o título de disciplina mais difícil e até mesmo 
odiada e isto dificulta ainda mais seu entendimento pelos alunos. 
 Sendo assim, antes de falar em dificuldades de aprendizagem em 
Matemática, é preciso verificar se o problema não está no currículo ou na 
metodologia utilizada, pois existem outras causas que podem desencadear as 
dificuldades de aprendizagem em Matemática, que precisam ser considerados antes 
do diagnóstico de Discalculia, como: 
 
 Ansiedade e medo de fracassar do aluno em consequência de atitudes 
transmitidas por pais e professores e da metodologia e dos conteúdos muitas 
vezes inadequados. 
 
 A falta de motivação, que pode ter sua origem na relação da própria família 
com os estudos (falta de importância dada pelos pais ao conhecimento em si; 
na ligação da escola com castigos ou algum tipo de pressão; questões 
emocionais – ansiedade e agitação geradas por acontecimentos novos; 
ansiedade exagerada causada pelos efeitos de medicamentos que interferem 
24 
 
no ânimo ou causam problemas de memória ou concentração; problemas de 
maturação do Sistema Nervoso Central; Transtorno de déficit de 
atenção/hiperatividade – TDAH. 
 
 Distúrbios de memória auditiva: 
 
a. A criança não consegue ouvir os enunciados que lhes são passados 
oralmente, sendo assim, não conseguem guardar os fatos, isto lhe 
incapacitaria para resolver problemas matemáticos. 
b. Problemas de reorganização auditiva: a criança reconhece o número 
quando ouve, mas tem dificuldade de lembrar-se do número com rapidez. 
 
 Distúrbios de percepção visual: A criança pode trocar 6 por 9, ou 3 por 8 ou 2 
por 5, por exemplo. Por não conseguirem lembrar da aparência, elas têm 
dificuldades em realizar cálculos. 
 Distúrbios da escrita: Crianças com disgrafia têm dificuldade de escrever 
letras e números. 
 Distúrbios de leitura: Os disléxicos e outras crianças com distúrbios de leitura 
apresentam dificuldade em ler o enunciado do problema, mas podem fazer 
cálculos quando o problema é lido em voz alta. 
Levando em consideração as causas citadas anteriormente, tem-se que, 
alguns dos possíveis sintomas da discalculia são: 
 Dificuldades freqüentes com os números, confundindo as operações de 
adição, subtração, multiplicação e divisão. 
 Problemas de diferenciar entre esquerdo e direito. 
 Falta de senso de direção (para o norte, sul, leste, e oeste) e pode também 
ter dificuldade com uma bússula. 
 A inabilidade de dizer qual de dois números é o maior. 
 Dificuldade com tabelas de tempo, aritmética mental, etc. 
 Melhor nos assuntos tais como a ciência e a geometria, que requerem a 
lógica mais que as fórmulas, até que um nível mais elevado que requer 
cálculos seja necessário. 
 Dificuldade com tempo conceitual e julgar a passagem do tempo. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aritm%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tempo
25 
 
 Dificuldade com tarefas diárias como verificar a mudança e ler relógios 
analógicos. 
 A inabilidade de compreender o planejamento financeiro ou incluir no 
orçamento, nivelar às vezes em um nível básico, por exemplo, estimar o custo 
dos artigos em uma cesta de compras. 
 Tendo a dificuldade mental de estimar a medida de um objeto ou de uma 
distância (por exemplo, se algo está afastado 10 ou 20 metros). 
 Inabilidade de apreender e recordar conceitos matemáticos, régras, fórmulas, 
e seqüências matemáticas. 
 Dificuldade de manter a contagem durante jogos. 
 Dificuldade nas atividades que requerem processamento de seqüências, do 
exame (tal como etapas de dança) ao sumário (leitura, escrita e coisas sinalizar na 
ordem direita). Pode ter o problema mesmo com uma calculadora devido às 
dificuldades no processo da alimentação nas variáveis. 
 Diversas são as habilidades que podem estar prejudicadas na discalculia, 
como compreensão e nomeação de termos, operações ou conceitos matemáticos, e 
transposição de problemas escritos em símbolos matemáticos, reconhecimento de 
símbolos numéricos ou aritméticos, ou agrupamento de objetos em conjuntos, copiar 
números ou cifras, observar sinais de operação; dar sequência a etapas 
matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação; dificuldade na 
leitura, escrita e compreensão de números, em realizar operações matemáticas, 
classificar números e colocá-los em sequência, na compreensão de conceitos 
matemáticos, em lidar com dinheiro e em aprender a ver as hora, entre outras. 
 É importante chegar a um diagnóstico o mais rapidamente para iniciar as 
intervenções adequadas. 
 O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar – Neurologista, 
Psicopedagogo, Fonoaudiólogo, Psicólogo – para um encaminhamento correto. 
Ressalta-se também que a participação da escola, professores e família é 
fundamental no reconhecimento dos sinais de dificuldade. 
 O diagnóstico da discalculia, é sempre apenas uma descrição do atual 
estágio de desenvolvimento. Como a criança desenvolve, as dificuldades que 
existem no ano anterior podem ter minimizado ou quase desaparecem. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Planejamento
26 
 
 Se a criança estiver recebendo tratamento adequado, a possibilidade de 
desenvolvimento da capacidade matemática é grande. 
 
1.3 Tipos de Discalculia 
 
 Existem diversos tipos de Discalculia, Ladislav Kosc (2008), Johson e 
Myklebust (2008) descreveram seis tipos deste distúrbio: a discalculia léxica, 
discalculia verbal, discalculia gráfica, discalculia operacional, discalculia 
practognóstica e discalculia ideognóstica. 
 Discalculia léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos; 
 Discalculia verbal: dificuldades em nomear quantidades matemáticas, 
números, termos e símbolos; 
 Discalculia gráfica: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos; 
 Discalculia operacional: dificuldade na execução de operações e cálculos 
numéricos; 
 Discalculia practognóstica: dificuldade na enumeração, manipulação e 
comparação de objetos reais ou em imagens; 
 Discalculia ideognóstica: dificuldades nas operações mentais e no 
entendimento de conceitos matemáticos. 
 
 
1.4 Identificando um aluno com Discalculia 
 
 A Discalculia pode ser identificada em qualquer fase da vida escolar da 
criança, porém para que o professor consiga detectar a discalculia em seu aluno é 
importante que ele esteja atento a trajetória de aprendizagem da criança, 
principalmente nos momentos em que ele apresentar o símbolos matemáticos 
malformados, não reconhecer os sinais das operações básicas matemáticas, 
demonstrar incapacidade de operar com quantidades e valores numéricos, 
apresentar certas dificuldades na leitura dos números, não conseguindo localizar 
27 
 
espacialmente a multiplicação e a divisão, e entre outros sintomas. 
 É importante que a Discalculia seja identificada nos primeiros anos 
escolares, pois caso o transtorno não seja reconhecido a tempo, pode comprometer 
o desenvolvimento do aluno, ou até mesmo podendo ser identificada somente na 
fase adulta, como por exemplo, a matéria do Jornal da Tarde de 29/09/2010 que 
conta a história de um cientista que só descobriu ser discalculico na fase adulta. 
Segue matéria publicada a seguir: 
“O cientista político Alexandre Barros sempre foi mal em 
matemática. Hoje PhD em Ciência Política pela Universidade 
de Chicago, nos Estados Unidos, na infância e na 
adolescência chegou a pensar que era incompetente, já que 
não conseguia multiplicar ou dividir como seus colegas de 
classe. Segundo ele, todo o período escolar foi um horror.Fui sempre empurrado para professores particulares de 
matemática. Barros, 68 anos, só foi descobrir a discalculia 
aos 53 anos, quando já era um profissional reconhecido em 
sua área e tinha passado por vários obstáculos que o 
distúrbio poderia lhe causar. Um amigo que lhe ditava um 
número de telefone percebeu que Barros havia anotado os 
números numa ordem diferente, e disparou: “Você tem 
dislexia”. Surpreso, o cientista foi procurar saber mais sobre 
o assunto e descobriu que tinha um problema parecido com 
a dislexia. “Descobrir que era discalcúlico lavou a minha 
alma”, lembra. (Texto extraído do Jornal da Tarde de 
29/09/2010). 
 
 Sendo assim, o diagnostico da Discalculia nos primeiros anos escolares é 
essencial, e após identificada a partir dos “sintomas” que são visíveis, o 
psicopedagogo é o profissional indicado no tratamento da discalculia, que é feito em 
parceria com a instituição de ensino onde a criança estuda e os seus professores, 
que desenvolvem atividades específicas com o aluno a fim de solucionar as 
dificuldades discalculicas que a criança sofre. 
 Como já apresentado a Discalculia não possui uma causa única, mas um 
28 
 
conjunto delas que se relacionados a fatores internos e externos do sujeito é 
possível diagnosticá-la com sucesso e determinar o seu tipo. 
 
1.4.1 Adaptações ao Discalculico 
 
 Seguindo orientações da Associação Brasileira de Discalculia - 
ABD (2008) segue algumas possibilidades de ajuda e adaptações ao discalculico em 
auxílio ao tratamento do distúrbio: 
 
 1. Permitir o uso de calculadora; 
 2. Adotar o uso de caderno quadriculado; 
 3. Não estipular tempo nas provas, reduzir o número de questões (sendo estas 
claras e objetivas) e permitir o acompanhamento de um tutor para certificar que o 
aluno entendeu os enunciados; 
 4. Evitar avaliações orais; 
5. Reduzir deveres de casa; 
6. Ministrar algumas aulas livres de erros para que o indivíduo conheça o sucesso; 
7. É importante ter em mente que para os discalcúlicos nada é óbvio; 
8. Não descarte a possibilidade de se trabalhar com uma equipe multidisciplinar, 
em destaque o Psicopedagogo que trabalhará a autoestima, valorizando as 
atividades desenvolvidas pelo sujeito e descobrindo seu processo de aprendizagem 
e os instrumentos que auxiliarão no aprendizado; 
9. Optar por jogos para trabalhar seriação, classificação, psicomotricidade, 
habilidades espaciais e contagem; 
10. Deixar o aluno saber que o professor está ali para ajudá-lo e nunca para 
desestimulá-lo com atitudes e palavras que destaquem suas dificuldades. 
11. Para um auxílio melhor é necessário que pessoas ligadas ao sujeito e dispostas 
a ajudá-lo levem em consideração sua história de vida, seus conhecimentos 
informais, condições sociológicas, psicológicas e culturais (PCNEF BRASIL, 2008). 
 
 
 
 
 
29 
 
CAPÍTULO II 
 
2. JOGOS PEDAGÓGICOS COMO FERRAMENTA FACILITADORA NO 
PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM 
 
2.1 Conceituando os Jogos Pedagógicos 
 
 O ensino da matemática é o desenvolvimento do raciocínio lógico na criança, 
estimulando o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver 
problemas. E para a criança com discalculia, propõe-se como ferramenta facilitadora 
para o processo de ensino aprendizagem de matemática, o uso de jogos 
pedagógicos que venham a facilitar a fixação do conteúdo e prover o conhecimento 
aos discentes mediante as dificuldades que a discalculia apresenta. 
 Os jogos facilitaram neste processo pois, “Jogar não é estudar nem trabalhar, 
porque jogando, o aluno aprende, sobretudo, a conhecer e compreender o mundo 
social que o rodeia”. (Moura, 1996). 
 '' Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a 
possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos estudantes 
que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. 
 Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a 
motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam 
Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas 
frente a seus processos de aprendizagem. '' (Borin, 1996) 
 Moura, 1991, afirma que ''o jogo aproxima-se da Matemática via 
desenvolvimento de habilidades de resoluções de problemas''. 
 E levando em conta que os professores irão dirigir os jogos, pois segundo 
Malba Tahan, 1968, ''para que os jogos produzam os efeitos desejados é preciso 
que sejam de certa forma, dirigidos pelos educadores''. 
 Quando falamos de jogos para o ensino da matemática, temos a seguinte 
divisão: 
 Jogos estratégicos, onde são trabalhadas as habilidades que compõem o 
raciocínio lógico. Com eles, os alunos lêem as regras e buscam caminhos 
para atingirem o objetivo final, utilizando estratégias para isso. O fator sorte 
30 
 
não interfere no resultado; 
 
 Jogos de treinamento, os quais são utilizados quando o educador percebe 
que alguns alunos precisam de reforço num determinado conteúdo e quer 
substituir as cansativas listas de exercícios. Neles, quase sempre o fator sorte 
exerce um papel preponderante e interfere nos resultados finais, o que pode 
frustrar as idéias anteriormente colocadas; 
 
 Jogos geométricos, que têm como objetivo desenvolver a habilidade de 
observação e o pensamento lógico. Com eles conseguimos trabalhar figuras 
geométricas, semelhança de figuras, ângulos e polígonos. 
 
 Áreas que são trabalhadas nos jogos: 
 
 Jogo da memória – motricidade fina, memória, hipótese, cores e estratégias; 
 Resta um – formas, regras e estratégias; 
 Quebra-cabeça – motricidade fina e memória, formas, hipótese, cores, 
análise-síntese, figura-fundo e estratégias; 
 Arquiteto – planejamento, equilíbrio, motricidade fina e estratégias; 
 Cilada – percepção de formas, encaixe, motricidade fina, organização, plano 
mental, projeto e criatividade; 
 Tangran – formas geométricas, buscas de solução, percepção de figura e 
formas, hipótese, paciência, regras, motricidade fina e representação mental, 
Material dourado – trabalhar o sistema de numeração decimal. 
 
 A tarefa central do professor é saber sistematizar a informação 
recolhida, organizar os tempos e os espaços adequados, tendo presente os 
interesses, as motivações, as dificuldades, as potencialidades intelectuais 
relacionadas com a faixa etária dos alunos. Com o apoio necessário, o 
professor tem a incumbência de: 
 
 Planejar atividades que facilitem o sucesso do aluno, a fim de melhorar seu 
auto conceito e aumentar sua auto-estima. 
31 
 
 Utilizar métodos variados. 
 Explicar ao aluno suas dificuldades e diga que está ali para auxiliá-lo sempre 
que precisar. 
 Não forçar o aluno a fazer as licões quando estiver nervoso por não ter 
conseguido. 
 Procurar usar situações concretas, nos problemas. 
 Permitir o uso de uma calculadora. 
 Oferecer fácil acesso às tabelas e listas de fórmulas. (não exija que o aluno 
memorize) 
 Dar mais tempo para o aluno fazer a tarefa. 
 Utilizar recursos tecnológicos disponíveis. 
 Propor jogos na sala. 
 
 Esta última, porém não menos importante, que é propor jogos na sala nos 
traz a possibilidade de utilizar os jogos como ferramenta para auxiliar o aluno com 
discalculia, no processo de ensino aprendizagem, visto que métodos tradicionalistas 
podem ser desistimulantes. 
 Podem ser utilizados jogos de estratégia, lógica e raciocínio como opções 
dentro do aspecto pedagógico, de modo a despertar maior interesse dos alunos 
diante dos cálculos matemáticos, além de possibilitar a compreensão da matemática 
de forma mais divertida. 
 Afinal a matemática não é a vilã e sim a dificuldade de aprendizado, que deveser trabalhada com o auxílio do professor, família, escola, políticas públicas e da 
comunidade. 
 Os jogos constituem um espaço privilegiado para a aprendizagem e, quando 
bem utilizados, ampliam possibilidades de compreensão através de experiências 
significativas que se propõem. Além disso, possibilitam a busca de meios pela 
exploração, ainda que desordenada, atuando como aliados fundamentais na 
construção do saber. 
 Os jogos, portanto, são atividades que devem ser valorizadas desde o 
nascimento, pois é através delas que a criança aprende a desenvolver estratégias 
para solucionar os problemas que terão pela frente. 
 
32 
 
2.2 Jogos Pedagógicos 
 
 Jogo dos Cubos e das Garrafas: inicie o jogo entregando para as crianças 
garrafas de plásticos de tamanhos bem diferentes e alguns cubos de madeira 
coloridos para que ela enfileire os objetos sem observar regras. 
 Depois peça que elas separem as garrafas por critérios estabelecidos pelo 
professor como: os maiores dos menores, os de plástico e os de madeira, por cores 
e também por critérios estabelecidos pelos alunos. 
 Essa atividade pode ser registrada pela criança por meio de desenhos. O 
objetivo é verificar a noção de tamanho, a percepção espacial e a atenção da 
criança. 
 Jogo das garrafas coloridas: selecionam-se oito garrafas de plástico com 
alturas diferentes. A criança deve ordenar as garrafas agrupando as de tamanhos 
quase iguais ou diferentes. 
 Elas também podem ordená-las em fileiras, da menor para a maior e da 
maior para a menor. O objetivo dessa atividade é verificar as noções de tamanho 
(maior/menor), estimular a coordenação motora e a contagem. 
 Jogo de Dominó: colocamos à disposição da criança um jogo de dominó 
para ela ordenar as peças de acordo com a numeração de bolinhas contidas nas 
extremidades, utilizando as regras do dominó. À medida que é apresentada uma 
peça, o aluno deve colocar a correspondente. 
 Esta atividade visa desenvolver a percepção do sistema de numeração e 
estimular a associabilidade, a noção de sequência e a contagem. Uma variação do 
jogo é o dominó dos pares. Neste jogo a soma das peças deve ser um número par. 
 A atividade permite que o aluno explore a relação entre a soma de 
números pares. Ou seja, é possível explorar com os alunos que a soma de dois 
números pares é um número par; a soma de dois números ímpares é um número 
par; a soma de um número par e um número ímpar é um número ímpar. 
 Também é possível jogar o dominó dos ímpares, no qual a soma das peças 
deve ser um número ímpar e as observações anteriores se repetem. 
 Botões matemáticos: separam-se botões de várias cores e tamanhos. A 
criança é orientada a separar botões por tamanhos, na quantidade solicitada, 
utilizando barbante e folha de papel. O objetivo dessa atividade é desenvolver a 
http://1.bp.blogspot.com/-NAZQbIykUdE/UFuYiNTTusI/AAAAAAAADuY/K3q5Vr3J6tI/s1600/cubos.jpg
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33 
 
habilidade de compreensão de sistemas de numeração, a coordenação motora e a 
orientação espacial. Também pode ser proposto que o aluno explique os critérios 
adotados por ele e justifique o seu raciocínio. 
 A batalha: a meta é ganhar mais cartas. Um dos jogadores distribui as 
cartas: uma para cada participante a cada rodada. Aquele que virar a carta mais alta 
pega todas as cartas para si. 
 Todas as jogadas se repetem da mesma forma até que todas as cartas já 
tenham sido distribuídas. Se abrirem cartas iguais, os jogadores que empataram 
devem virar outra carta e aquele que tirar a maior ganha. Pode ser jogado em duplas 
ou pequenos grupos. 
 Esta atividade auxilia na leitura de números e comparação. 
 Dados: combina-se antes de iniciar o número de rodadas. Cada um, na sua 
vez de jogar, joga os dados e efetua a soma marcando a quantidade obtida na sua 
folha. Ao final das rodadas, soma-se todas as quantidades obtidas e ganha aquele 
que obteve número maior. 
 O objetivo deste jogo é trabalhar soma de dados, sequência numérica, 
comparação de quantidade, representação numérica. 
 Número oculto: sorteia-se um jogador para iniciar. Este pensará em um 
número dentro do limite estabelecido pelo grupo (0 a 10 ou 10 a 20 ou 0 a 50) 
anotando no papel sem deixar ninguém ver. Os outros participantes deverão, um de 
cada vez dizer números a serem comparados com o número oculto pensado pelo 
jogador. O aluno que pensou no número deve dizer se os números ditos pelos 
amigos são maiores ou menores que o número pensado por ele, até que alguém 
descubra o número oculto e ganhe o direito de pensar nele, iniciando uma nova 
rodada. 
 Esta atividade tem como objetivo comparação de quantidades, sequência 
numérica, raciocínio lógico matemático. 
 Por um tempo: jogo que mistura um pouco de habilidade manual e poder de 
observação. Peças de desenhos parecidos devem ser encaixadas em um "tabuleiro" 
e a criança tem um tempo determinado. “Ao final desse tempo, ela deverá ter 
colocado o maior número possível de peças iguais”. 
 Quantas? Quantas?: brinque com os alunos, perguntando: “Quantos narizes 
você tem?” (Coloque o dedo na ponta do nariz e peça aos alunos para imitarem.); 
“Quantas bocas?” (Coloque o dedo nos lábios e faça os alunos imitarem). Prossiga 
34 
 
assim perguntando e indicando com as mãos: “Quantas orelhas?”; “Quantos 
braços?”; “Quantas mãos?”; “Quantos dedos em cada mão?”. 
 Formando Grupos: uma atividade que pode ser utilizada como aquecimento 
é a brincadeira Formando grupos: 
 
a) Converse com os alunos: “Vamos contar juntos até 3: um, dois, três”; “Agora, 
vamos contar até 3 levantando os dedos: um, dois, três”. 
b) Prepare previamente a sala de aula com 3 bolas semelhantes, 3 lápis 
semelhantes, 3 flores num vaso, etc. 
c) Explore, de forma semelhante, grupos de 4 e grupos de 5. 
 
 Os números mágicos: folha com várias retas numéricas e dois conjuntos 
de cartões numerados (deve-se usar no inicio apenas números de 1 a 5 – 
posteriormente, acrescente valores maiores). 
 Conte uma estória ou proponha: “Agora, brincaremos com objetos 
mágicos, dentre eles os números”. Peça a um aluno que sorteie um cartão 
numerado. Este primeiro número sorteado indica o número de saltos que a criança 
dará obedecendo ao número mágico. 
 Peça a outro aluno que sorteie um cartão numerado. Este segundo 
número sorteado indica o comprimento de cada pulo. Inicialmente, desenha uma 
“reta” graduada no chão (ou uma faixa de papel). Um terceiro aluno, brincando de 
ser possuidor de um número mágico, dará pulos sobre a “reta”, e a turma verificará o 
número no qual ele parou. 
 O animador pode dividir a turma em duas equipes e propor que disputem 
quem recebeu o número mágico e que levou mais longe. 
 Direita Esquerda: procure explorar os conceitos de direita e esquerda 
com a brincadeira de pular corda com dois batedores. Os alunos podem fazer a 
mímica de bater corda em duplas: 
 
a) Cada aluno da dupla pega a ponta d corda de mentirinha com a mão direita; 
Atenção: os dois têm de fazer os movimentos para cima e para baixo ao mesmo 
tempo. 
b) Depois, cada aluno da dupla pega a ponta da corda de mentirinha com a mão 
esquerda, não se esquecendo de fazer os movimentos para cima e para baixo ao 
35 
 
mesmo tempo. 
Converse com os alunos sobre os possíveis acidentes que podem ocorrer quando 
brincamos: “Quem já sofreu algum acidente (tombo, queda, etc) enquanto brincava? 
Como foi?”; “Que cuidado devemos tomar quando estamos brincando?”.Descubra o Intruso:este jogo além de trabalhar os conceitos de pertence 
e não pertence, explora a memória, a reflexão, a lógica, a observação e o 
vocabulário. 
 Apresente um conjunto de 3 elementos (objetos ou figuras em cartões) 
entre os quais um é “intruso”. Inicialmente, apresente um conjunto de 3 elementos 
simples: figuras de laranja, banana e ovo. 
 Diga aos alunos que, como pequenos detetives, descubram qual o 
“intruso”. Peça que expliquem por que o elemento é intruso. 
 Continue a brincadeira com outros conjuntos de 3 figuras, enquanto a 
turma mostrar interesse. Quando os alunos se acostumarem com a brincadeira, 
aumente o número de elementos para 4, 5 ou 6. 
 Formando Triângulos: este jogo leva os alunos a conhecer e fixar o 
conceito de triângulo. 
 
a) Entregue para cada grupo de 3 ou 4 alunos uma folha com vários pontos 
distribuídos ao acaso, um pouco separados uns dos outros. Se preferir, peça que os 
próprios alunos salpiquem as folhas de pontos. Peça que cada aluno do grupo 
escolha uma cor diferente de lápis. 
b) O jogo é assim: cada aluno, na sua vez, liga 3 pontos, de modo a formar um 
triângulo, e, depois, pinta-o com a cor escolhida. Para que os alunos entendam 
melhor o jogo, faça uma demonstração com alguns pontos feitos na lousa. 
c) Ganha o jogo quem conseguir pintar mais triângulos com a sua cor. Não importa o 
tamanho dos triângulos desenhados, desde que os triângulos não se sobreponham. 
 Uma variação dessa brincadeira é “Formando quadriláteros”. As regras são 
as mesmas. A única diferença é que os alunos terão de ligar 4 pontos para formar 
uma figura de 4 lados. 
 
 
 
 
36 
 
CAPÍTULO III 
 
3. ANÁLISES DAS ENTREVISTAS 
 
3.1 Aplicação do Questionário e Análises realizadas 
 
 Na pesquisa de campo, visitou-se algumas instituições escolares, do 
Ensino Fundamental I, onde realizou-se entrevistas com dez professores, onde 
responderam as seguintes questões abaixo: 
 
1- Você acredita que é normal os alunos terem dificuldades em Matemática? 
2- Há alunos com dificuldades em Matemática na turma em que você ministra as 
aulas? 
3- Em média quantos alunos têm dificuldades com Matemática em sua turma? 
4- Você sabe o que é Discalculia? 
5- Você aplica atividades diferenciadas para os alunos com dificuldades em 
Matemática? 
6- Você utiliza jogos para o ensino da Matemática? 
7- Quais jogos utiliza? 
8- Para os alunos com Discalculia, você costuma realizar algum tipo de adaptação? 
9- Quais adaptações você realiza? 
10- Como a instituição escolar lida com estes alunos? 
 
 Tendo como referencial as respostas das entrevistas realizadas, segue 
abaixo as análises: 
 Na primeira questão, onde foi questionado se na opinião dos educadores, 
é normal os alunos terem dificuldades com a Matemática. 
 A maioria afirmou que não era algo normal, em alguns casos, distúrbios 
de atenção e até mesmo o “não gostar” da Matemática desmotivava o aluno a 
querer aprender e se esforçar, e muitas vezes os próprios pais que acreditam ser 
algo normal, não ajudam o filho nas lições de casa, ou, em casos extremos não 
buscam orientação e ajuda para descobrir se o filho tem ou não um distúrbio 
neurológico como a Discalculia que causa esta dificuldade de aprendizagem nesta 
disciplina. 
37 
 
 Uma parte maior dos professores, pensam como os pais, afirmando ser 
algo normal a presença das dificuldades de aprendizagem na Matemática, e que 
apesar de ter a consciência de alguns fatores que poderem atrapalhar o 
desenvolvimento da criança na disciplina, da mesma forma acreditam ser algo 
normal em qualquer série. 
 Segue abaixo gráfico com quantidades específicas: 
 
 
 
Gráfico 1 - Você acredita que é normal os alunos terem dificuldades em 
Matemática? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Na segunda questão, questionou-se sobre a turma em que ministravam as 
aulas, se havia alunos com dificuldades na Matemática, e todos afirmaram que 
“Sim”. 
 E complementaram, dizendo que era algo normal, em todos os anos sempre 
havia pelo menos um aluno com dificuldade nas operações matemáticas, na 
contagem e escrita dos números, em relação a medidas, a distinção de pequeno e 
0
1
2
3
4
5
6
7
Professores
SIM
NÃO
38 
 
grande nas séries iniciais e entre outros, e que desta forma não se assustavam mais 
com essas situações. 
 
 
 
Gráfico 2 - Há alunos com dificuldades em Matemática na turma em que 
você ministra as aulas? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foi questionado em média quantos alunos havia por turma, que apresentava 
dificuldades com a Matemática. 
 As respostas foram variadas, onde o que mais se destacou foi em média 
quatorze alunos por sala com problemas nesta disciplina. 
 
 
 
0
2
4
6
8
10
12
Professores
SIM
NÃO
39 
 
Gráfico 3 - Em média quantos alunos têm dificuldades com Matemática em 
sua turma? 
 
 
 
 
 
 Outro questionamento abordado, foi em relação ao tema Discalculia, se 
eles tinham conhecimento sobre o conceito do mesmo, mais da metade afirmou que 
não tem conhecimento. 
 Já o restante, afirmou que já havia ouvido falar do assunto, mas não sabia 
dar detalhes. 
 Vale ressaltar que, é muito importante os educadores terem este 
conhecimento sobre a Discalculia, pois é principalmente na escola que os sinais são 
mais fortes e mais precisos para se diagnosticar um aluno com discalculia, sem 
contar que os professores podem auxiliar neste diagnóstico, na captação dos 
sintomas, podem até mesmo auxiliá-los no tratamento deste distúrbio e de toda 
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1
2
3
4
5
6
0 
á 5
 p
es
so
as
6 
á 1
0 
pe
ss
oa
s
11
 á
 15
 p
es
so
as
16
 á
 20
 p
es
so
as
Média de alunos
por sala com
dificuldade em
Matemática
40 
 
forma facilitarem o processo de ensino aprendizagem dos alunos. 
 
 
Gráfico 4 - Você sabe o que é Discalculia? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para estes alunos com dificuldades em matemática, os entrevistados foram 
questionados se havia atividades diferenciadas. 
 A maioria afirmou que sim, aplicam atividades chamadas de “extras” 
(aumento de lição de casa), pois acreditam que assim possam fixar o conteúdo .
 
 
Gráfico 5 - Você aplica atividades diferenciadas para os alunos com 
dificuldades em Matemática? 
 
 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
NÃO Já ouviu falar
NÃO
Já ouviu falar
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Uma das propostas deste trabalho foi propor jogos pedagógicos como 
ferramenta facilitadora no processo de ensino aprendizagem do Discalculico. 
 Os entrevistados foram questionados se utilizavam jogos nas aulas de 
Matemática. 
 Uma quantidade relativa de professores, afirmaram que utilizam, pois 
trabalhar o lúdico com as crianças é muito válido, e devido estarem em uma fase 
que gostam muito de brincar e ainda mais em grupos de amigos, os jogos são 
excelentes ferramentas, pois eles aprendem brincando. No entanto, mesmo 
estes professores que afirmaram utilizar os jogos nas aulas de Matemática, não 
realizam nenhuma adaptação específica para os alunos com dificuldades na 
disciplina, isto é, nestes casos os jogos não são utilizados como ferramenta 
facilitadora do processo de ensino aprendizagem para discalculicos. 
 Os que afirmaram não usar os jogos, não quiseram se pronunciar sobre o 
motivo de não aderirem aos jogos na aula. 
 Como já foi abordado, os jogos são de extrema importância, pois de uma 
forma eficaz auxilia no processode ensino aprendizagem do aluno, e além disso 
trabalha outros aspectos a serem desenvolvidos no decorrer da história escolar do 
mesmo. 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
SIM NÃO
SIM
NÃO
42 
 
Gráfico 6 -Você utiliza jogos como ferramenta facilitadora para o ensino da 
Matemática? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os jogos que os educadores entrevistados disseram aplicar em sala são: 
 
 - Dominó; 
 - Cruzadinhas numéricas; 
 - Quebra-Cabeça dos números e operações; 
 - Número Oculto; 
 - Jogo de Dados; 
 - Jogo dos Cubos e Varetas Coloridas; 
 - E o Vamos Contar?. 
 
 No caso dos alunos com Discalculia, foi questionado se os mesmos 
costumavam realizar algum tipo de adaptação com os alunos. 
 Todos afirmaram que não, devido não ter o conhecimento do conceito de 
Discalculia e aqueles que responderam que já ouviram falar do assunto, não sabem 
como lidar com discalculicos. 
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1
2
3
4
5
6
7
Professores
SIM
NÃO
43 
 
 
Gráfico 7 - Para os alunos com Discalculia, você costuma realizar algum 
tipo de adaptação? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 E por fim, a entrevista encerrou com a seguinte pergunta:”__ Como a 
instituição lida com estes alunos?”. 
 De uma forma geral, todos responderam que nos conselhos de classe, a 
instituição sempre questiona sobre o desenvolvimento dos alunos, se as atividades e 
exercícios estão surtindo efeito, sempre deixam claro a importância de deixar os pais 
e responsáveis na reunião cientes desta dificuldade que o aluno apresenta, e até 
mesmo incentivá-los a acompanhar o alunos nas lições de casa, e se possível 
orientá-los. 
 Quanto a Discalculia, todos afirmaram que este tema nunca foi abordado 
pela instituição escolar. 
 
 
 
0
2
4
6
8
10
12
Professores
NÃO
44 
 
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 Com a construção deste trabalho, foi possível observar que não há em 
relação aos profissionais da educação, de forma geral, conhecimento aprofundado 
sobre a Discalculia, uma vez que este tema não foi abordado no curso de 
Graduação e Licenciatura em Pedagogia e também diante da pesquisa de campo 
realizada, foi notória a ignorância sobre o tema dos profissionais entrevistados. 
 É de extrema importância que os educadores adquiram conhecimentos 
específicos sobre Discalculia, como identificá-la, como trabalhar com alunos 
discalculicos e realizar a devida orientação para com os pais e responsáveis, para 
que estes alunos não sejam prejudicados no processo de ensino aprendizagem. 
 A Discalculia é um distúrbio neurológico, que prejudica o aluno na 
construção do conhecimento de conteúdos da Matemática, como por exemplo, 
noções de espaço, dificuldades em cálculos numéricos, compreensão de medidas, 
entre outras. 
 É importante para a identificação de forma adequada dos alunos com 
Discalculia, que se tenha o conhecimento sobre os sinais e sintomas que o distúrbio 
apresenta, como dificuldades na identificação do horário, sequências, compreensão 
de conceitos, relação entre eles e valores, por exemplo. 
 Assim, o educador poderá adaptar e/ou criar ferramentas que facilitem o 
processo de ensino aprendizagem dos discalculicos. 
 Neste trabalho foi sugerido a utilização de jogos pedagógicos como 
ferramenta facilitadora neste processo, pois os jogos ampliam as possibilidades de 
compreensão através de experiências significativas, possibilitam a busca de meios 
pela exploração, ainda que desordenada e atua como aliados fundamentais na 
construção do saber. 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. SECRETARIA DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros 
Curriculares Nacionais: Matemática - Brasília: MEC / SEF, 1998. 
 
BORIN,J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de 
matemática. São Paulo: IME-USP;1996. 
 
CARRAHER, Terezinha Nunes (Org.). Aprender Pensando. Petrópolis, Vozes, 
2002. 
 
CENTURIÓN, M. et al. Jogos, Projetos e Oficinas para educação Infantil. São 
Paulo: FTD, 2004. 
 
DROWET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo: 
Ática, 1995. 
 
GARCIA, Jesus Nicassio. Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, 
leitura escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 
 
GARCÍA, J. N. Manual de Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre, ArtMed, 
1998. 
 
JOHNSON E MYKLEBUST. Enciclopédia livre: Discalculia. Disponível em 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Discalculia> . Acesso em 25 de Março de 2013. 
 
JOSÉ, Elisabete da Assunção, Coelho, Maria Teresa. Problemas de 
aprendizagem. São Paulo, Ática, 2002. 
 
MOURA, M. O. de. A construção do signo numérico em situação de ensino. São 
Paulo: USP,1991 
 
RISÉRIO, Taya Soledad. Definição dos transtornos de aprendizagem. Programa 
46 
 
de (re) habilitação cognitiva e novas tecnologias da inteligência. 2003. 
 
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 27 ed. 
Petrópolis: Editora Vozes, 2000. 
 
SANCHEZ, Jesus Nicássio Garcia. Dificuldades de Aprendizagem e Intervenção 
Psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
 
SILVA, W.C. Discalculia: uma abordagem à luz da Educação 
Matemática.Relatório Final para concretização do Projecto de Iniciação Ciêntifica, 
PIBIC, Univerdidade de Guarulhos, Guarulhos, 2008. 
 
SMITH, Corine, STRICK Lisa. Dificuldades de aprendizagem de a a z. Porto 
Alegre: Artmed, 2001. 
 
SMOLE, K.S et all (2000). Brincadeiras Infantis nas Aulas de Matemática : 
matemática de 0 a 6. Porto Alegre: Armed.

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