Relatório audiências

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Audiência 1
Número do Processo: 0605980-58.2018.8.04.0001
Crime cometido pelo custodiado: Furto simples (Art. 155 CPB)
Pedido do Ministério Público: O Promotor de Justiça manifestou-se pela homologação da prisão em flagrante, além da concessão da liberdade provisória com a aplicação de medidas cautelares que o Magistrado julgasse pertinentes, tendo em vista que o crime imputado foi considerado pelo mesmo de natureza puramente material.
Pedido da Defesa: O Defensor Público, alegou que houve no caso em questão uma situação de pré-julgamento por parte da polícia, pelo fato de o mesmo já responder a outros processos, sendo sem motivo consistente considerado “bandido” e responsável pelo crime. Desta forma manifestou-se pela concessão da liberdade provisória, sem fiança ao custodiado, ou minorar a quantia já preposta, considerando sua baixa condição econômica, com aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.
Decisão do Magistrado: O MM Juiz Plantonista homologou o flagrante e, considerando que a natureza do crime foi puramente material, sem violência ou grave ameaça, decidiu favorável ao flagranteado quanto a concessão de liberdade provisória mediante cautelares, tais como: comparecer em juízo de 30 em 30 dias, proibição de frequentar bocas de fumo, ou locais relacionados para que se evite a prática de novas infrações, proibição de se ausentar da Comarca de Manaus e participar do PROJETO REEDUCAR. Além disso, foi arbitrada fiança no valor de R$ 500,00, sendo esta minorada, cuja quantia inicial era R$ 1.000,00, atendendo ao pedido da Defesa. 
Impressões pessoais sobre a audiência: Na audiência em questão, percebe-se que há clareza na explanação do Magistrado, dando ao custodiado toda liberdade para se manifestar e alegar qualquer conduta irregular com relação à polícia, o que deu ao mesmo segurança para afirmar que sofreu atos de violência no momento de sua prisão. Houve neste caso o que pareceu ser uma análise não só do crime, mas também das condições sociais e econômicas do flagranteado, pesando o fato de o mesmo ser pai de 6 filhos menores e ser a fonte de sustento da família. Sendo assim, apesar de possuir outros processos, não parecia ser dignamente correto mantê-lo preso antes do trânsito em julgado, deixando a família à mercê das necessidades básicas. Por se tratar de um crime sem violência ou grave ameaça, considero justa a decisão do Magistrado, tanto na aplicação das cautelares, quanto em minorar o valor da fiança.
Audiência 2
Número do Processo: 0205013-78.2018.8.04.0001
Crime cometido pelo custodiado: Receptação (Art. 180 CPB)
Pedido do Ministério Público: O Promotor de Justiça manifestou-se pela homologação da prisão, bem como pela concessão da liberdade provisória com aplicação das medidas cautelares, mediante pagamento de fiança no valor de 1 salário mínimo, tendo em vista que o custodiado atendia a todos os pré-requisitos para tanto.
Pedido da Defesa: O advogado manifestou-se pela concessão de liberdade provisória, sem fiança, alegando baixa condição econômica do flagranteado, com aplicação de medidas cautelares diversas da prisão. 
Decisão do Magistrado: O MM Juiz Plantonista decidiu pela homologação do flagrante, bem como pela concessão da liberdade provisória, tendo por razão principal a falta de clareza na descrição do flagrante no que diz respeito à conduta do flagranteado, apesar de o mesmo já possuir passagem pela polícia e estar sob cautelar em processo de roubo. A liberdade foi concedida cumulada à aplicação de medidas cautelares, tais como comparecer em juízo de 30 em 30 dias, proibição de frequentar bocas de fumo, ou locais relacionados para que se evite a prática de novas infrações, proibição de se ausentar da Comarca de Manaus, recolhimento domiciliar no período entre 22h às 06h, resguardada a jornada laboral e participar do PROJETO REEDUCAR. Além disso, foi arbitrada fiança no valor de R$ 1.000,00, sendo esta majorada, cuja quantia proposta pelo MP era de um salário mínimo, não atendendo ao pedido da Defesa. 
Impressões pessoais sobre a audiência: Nesta audiência tratava-se de um custodiado jovem, já com um processo de roubo em andamento, o que pode caracterizar uma tendência à prática criminosa. Sendo este pai de 1 filho que não se encontra sob seus cuidados, entendo por justa majoração da fiança, tendo em vista o histórico criminal do mesmo. Além disso, impor a cautelar de recolhimento noturno pode inibir a prática de outros crimes, já que o mesmo em período diurno está em sua atividade laboral. Em linhas gerais, considerando apenas os fatos em questão, entendo coerência na decisão do magistrado. 
Audiência 3
Número do Processo: 0605946-83.2018.8.04.0001
Crime cometido pelo custodiado: Tráfico de drogas (Art. 33 Lei 11.343/06)
Pedido do Ministério Público: A Promotora de Justiça manifestou-se pela homologação da prisão, e ressaltou que apesar de o mesmo responder a outro processo também por tráfico, no ato em análise o custodiado possuía em seu poder quantidade de drogas não substancial, não somada a outros itens que indiquem tráfico, tais como valores altos, sugerindo então concessão de liberdade condicional, com aplicação de medidas cautelares.
Pedido da Defesa: A Defensora Pública manifestou-se primeiramente pelo relaxamento de prisão, já que o flagranteado relatou ter sofrido violência no momento da prisão o que a torna ilegal. Alternativamente, pediu pela concessão de liberdade provisória, com aplicação de medidas cautelares diversas da prisão. 
Decisão do Magistrado: A MMª Juíza Plantonista decidiu pela homologação do flagrante, bem como pela concessão da liberdade provisória, levando em conta apenas o ato em questão já que o flagranteado responde a outro processo de mesma natureza, mas como relatado pelo MP, não foi apreendida quantidade de droga significativa. A liberdade foi concedida cumulada à aplicação de medidas cautelares previstas nos incisos I a IV do art. 319 do Código de Processo Penal e participar do PROJETO REEDUCAR, como sugerido pela promotoria.
Impressões pessoais sobre a audiência: No procedimento em análise, em primeiro momento houve uma espera de pelo menos 30 minutos em prol de se cumprir o direito de defesa do flagranteado, pois os advogados do mesmo se fizeram ausentes no momento da realização da audiência e para supri-los, o custodiado pôde conversar com a defensora pública o tempo que julgaram necessário para que pudesse ser devidamente assistido, transmitindo-me o cumprimento de fato do devido processo legal. Neste caso, ficou evidente a coerência de análise por parte da Magistrada, que apesar de o custodiado já responder por um processo de igual natureza, não foi encontrado com o mesmo, quantidade de droga significativa o que pode desde então caracterizar posse para uso, uma vez que este afirmou ser usuário de drogas há 17 anos. Entretanto, foi deixado claro ao flagranteado a necessidade de se abster de qualquer contato com substâncias ilícitas que poderá acarretar prisão preventiva, além de encaminhá-lo ao PROJETO REEDUCAR, o que poderá facilitar o combate ao vício e à conduta criminosa. Portanto, considero justa a decisão proferida. 
CENTRO UNIVERSITÁRIO NILTON LINS
FACULDADE DE DIREITO
RELATÓRIO DE AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA
Manaus – Amazonas
Fevereiro/2018
SUELLEN DO CARMO PINATTO
RELATÓRIO DE AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA
Trabalho realizado como requisito para obtenção de nota parcial da disciplina Direito Processual Penal II, ministrada pela professora Msc Anagali Marcon Bertazzo, no Curso de Direito do Centro Universitário Nilton Lins
Manaus – Amazonas
Fevereiro/2018