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Apostila_Práticas Jurídicas Supervisionadas IV_Direito Processual Penal II

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PRÁTICAS JURÍDICAS SUPERVISIONADAS IV
MÓDULO I – RECURSO DE APELAÇÃO
Previsão legal: artigo 593 do Código de Processo Penal.
	
É o recurso cabível, por via de regra, das sentenças definitivas de absolvição ou condenação proferidas pelo juiz singular ou pelo Tribunal do Júri (término da 2.a fase do procedimento). 
Entretanto, cabe também das decisões definitivas ou com força de definitivas, para as quais não seja previsto recurso em sentido estrito. É, portanto, apelável a decisão que não acolhe pedido de seqüestro de bens. Com as recentes alterações no CPP, cabe apelação da sentença de impronúncia e de absolvição sumária.
A apelação deve ser intentada no prazo de 5 dias, contados da publicação da sentença e as razões ofertadas, em separado, no prazo de 8 dias (são duas peças). O termo de interposição deve estar fundamentado em uma das hipóteses elencadas no artigo 593 CPP e ser endereçado para o juízo a quo, as razões, por sua vez, para o Tribunal ad quem
No procedimento sumaríssimo, entretanto, o prazo para a interposição juntamente com as razões recursais é de 10 dias (art. 82, § 1°, da Lei 9.099/95).
Denegada a apelação, cabe recurso em sentido estrito. Se julgada improcedente, cabem embargos infringentes e de nulidade, exclusivamente pela defesa, contanto que a votação não tenha sido unânime.
	PROBLEMA 1
Tício foi denunciado e processado, na 1ª Vara Criminal da Comarca do Município X, pela prática de roubo qualificado em decorrência do emprego de arma de fogo. Ainda durante a fase de inquérito policial, Tício foi reconhecido pela vítima. Tal reconhecimento se deu quando a referida vítima olhou através de pequeno orifício da porta de uma sala onde se encontrava apenas o réu. Já em sede de instrução criminal, nem vítima nem testemunhas afirmaram ter escutado qualquer disparo de arma de fogo, mas foram uníssonas no sentido de assegurar que o assaltante portava uma. Não houve perícia, pois, os policiais que prenderam o réu em flagrante não lograram êxito em apreender a arma. Tais policiais afirmaram em juízo que, após escutarem gritos de “pega ladrão! ”, viram o réu correndo e foram em seu encalço. Afirmaram que, durante a perseguição, os passantes apontavam para o réu, bem como que este jogou um objeto no córrego que passava próximo ao local dos fatos, que acreditavam ser a arma de fogo utilizada. O réu, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. Ao cabo da instrução criminal, Tício foi condenado a oito anos e seis meses de reclusão, por roubo com emprego de arma de fogo, tendo sido fixado o regime inicial fechado para cumprimento de pena. O magistrado, para fins de condenação e fixação da pena, levou em conta os depoimentos testemunhais colhidos em juízo e o reconhecimento feito pela vítima em sede policial, bem como o fato de o réu ser reincidente e portador de maus antecedentes, circunstâncias comprovadas no curso do processo.
Você, na condição de advogado (a) de Tício, é intimado (a) da decisão. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, apresentando as razões e sustentando as teses jurídicas pertinentes.
	PROBLEMA 2
Diogo está sendo regularmente processado pela prática dos crimes de violação de domicílio (artigo 150, do CP) em concurso material com o crime de furto qualificado pela escalada (artigo 155, § 4º, II, do CP). Isso porque, segundo narrou a inicial acusatória, no dia 10/11/2012 (sábado), Diogo pulou o muro de cerca de três metros que guarnecia a casa da vítima e, então, após ingressar clandestinamente na residência, subtraiu diversos pertences e valores, a saber: três anéis de ouro, dois relógios de ouro, dois aparelhos de telefone celular, um notebook e quinhentos reais em espécie, totalizando R$9.000,00 (nove mil reais). 
Na audiência de instrução e julgamento, realizada em 29/08/2013 (quinta-feira), foram ouvidas duas testemunhas de acusação que, cada uma a seu turno, disseram ter visto Diogo pular o muro da residência da vítima e dali sair, cerca de vinte minutos após, levando uma mochila cheia. A defesa, por sua vez, não apresentou testemunhas. Também na audiência de instrução e julgamento foi exibido um DVD contendo as imagens gravadas pelas câmeras de segurança presentes na casa da vítima, sendo certo que à defesa foi assegurado o acesso ao conteúdo do DVD, mas essa se manifestou no sentido de que nada havia a impugnar. 
Nas imagens exibidas em audiência ficou constatado (dada a nitidez das mesmas) que fora Diogo quem realmente pulou o muro da residência e realizou a subtração dos bens. Em seu interrogatório o réu exerceu o direito ao silêncio. 
Em alegações finais orais, o Ministério o Público exibiu cópia de sentença prolatada cerca de uma semana antes (ainda sem trânsito em julgado definitivo, portanto) onde se condenou o réu pela prática, em 25/12/2012 (terça-feira), do crime de estelionato. A defesa, em alegações finais, limitou-se a falar do princípio do estado de inocência, bem como que eventual silêncio do réu não poderia importar-lhe em prejuízo. O Juiz, então, proferiu sentença em audiência condenando Diogo pela prática do crime de violação de domicílio em concurso material com o crime de furto qualificado pela escalada. Para a dosimetria da pena o magistrado ponderou o fato de que nenhum dos bens subtraídos fora recuperado. Além disso, fez incidir a circunstância agravante da reincidência, pois considerou que a condenação de Diogo pelo crime de estelionato o faria reincidente. O total da condenação foi de 4 anos e 40 dias de reclusão em regime inicial semiaberto e multa à proporção de um trigésimo do salário mínimo. Por fim, o magistrado, na sentença, deixou claro que Diogo não fazia jus a nenhum outro benefício legal, haja vista o fato de não preencher os requisitos para tanto. A sentença foi lida em audiência. 
O advogado (a) de Diogo, atento (a) tão somente às informações descritas no texto, deve apresentar o recurso cabível à impugnação da decisão, respeitando as formalidades legais e desenvolvendo, de maneira fundamentada, as teses defensivas pertinentes. O recurso deve ser datado com o último dia cabível para a interposição.
	PROBLEMA 3 
Rita, senhora de 60 anos, foi presa em flagrante no dia 10/11/2011 (quinta-feira) ao sair da filial de uma grande rede de farmácias após ter furtado cinco tintas de cabelo. Para subtrair os itens, Rita arrebentou a fechadura do armário onde estavam os referidos produtos, conforme imagens gravadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento. O valor total dos itens furtados perfazia a quantia de R$49,95 (quarenta e nove reais e noventa e cinco centavos). 
Instaurado inquérito policial, as investigações seguiram normalmente. O Ministério Público, então, por entender haver indícios suficientes de autoria, provas da materialidade e justa causa, resolveu denunciar Rita pela prática da conduta descrita no Art. 155, § 4º, inciso I, do CP (furto qualificado pelo rompimento de obstáculo). A denúncia foi regularmente recebida pelo juízo da 41ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Estado ‘X’ e a ré foi citada para responder à acusação, o que foi devidamente feito. O processo teve seu curso regular e, durante todo o tempo, a ré ficou em liberdade. 
Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 18/10/2012 (quinta-feira), o Ministério Público apresentou certidão cartorária apta a atestar que no dia 15/05/2012 (terça-feira) ocorrera o trânsito em julgado definitivo de sentença que condenava Rita pela prática do delito de estelionato. A ré, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. As alegações finais foram orais; acusação e defesa manifestaram-se. Finda a instrução criminal, o magistrado proferiu sentença em audiência. Na dosimetria da pena, o magistrado entendeu por bem elevar a pena-base em patamar acima do mínimo, ao argumento de que o trânsito em julgado de outra sentença condenatória configurava maus antecedentes; na segunda fase da dosimetria da pena o magistrado também entendeu ser cabível aincidência da agravante da reincidência, levando em conta a data do trânsito em julgado definitivo da sentença de estelionato, bem como a data do cometimento do furto (ora objeto de julgamento); não verificando a incidência de nenhuma causa de aumento ou de diminuição, o magistrado fixou a pena definitiva em 4 (quatro) anos de reclusão no regime inicial semiaberto e 80 (oitenta) dias multa. O valor do dia-multa foi fixado no patamar mínimo legal. Por entender que a ré não atendia aos requisitos legais, o magistrado não substituiu a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos. Ao final, assegurou-se à ré o direito de recorrer em liberdade. 
O advogado da ré deseja recorrer da decisão. 
Atento ao caso narrado e levando em conta tão somente as informações contidas no texto, elabore o recurso cabível.
	PROBLEMA 4
No dia 30 de agosto de 2007, Vânia Pereira, brasileira, casada, residente na Rua José Portela n. 67, em Franco da Rocha – SP, foi presa, em flagrante, na posse de 11,5 g da substância entorpecente causadora de dependência química e física, conhecida como cocaína, na forma de uma única porção, trazida consigo, no interior de estabelecimento prisional. Vânia foi denunciada por tráfico de drogas, de acordo com o art. 33, c/c art. 40, III, ambos da Lei n.º 11.343/2006. As testemunhas de acusação, agentes penitenciários, confirmaram que, na data dos fatos, a ré fora surpreendida, dentro da Penitenciária III de Franco da Rocha, na posse da substância entorpecente escondida no interior do solado de um tênis, destinada à entrega e consumo do preso José Pereira da Silva, seu marido. Relataram, também, que somente após a perfuração da sola do tênis, com um facão, puderam verificar a existência da droga. Informaram, por fim, que a abordagem da ré ocorrera de modo aleatório, tendo ela passado calmamente pela guarita policial, sem demonstrar nervosismo ou medo. As testemunhas de defesa disseram que a ré fora instigada por um tal de João a levar o par de tênis, de modo que ela não tinha como saber que estava levando drogas para o seu marido. Ademais, Vânia levava-lhe, semanalmente, mantimentos e roupas. Em seu interrogatório em juízo, Vânia refutou a imputação, contando a mesma versão dos fatos que narrara na delegacia. Afirmou que, na noite anterior aos fatos, um indivíduo de prenome João fora até sua residência e pedira-lhe que entregasse um par de tênis a seu marido, preso na Penitenciária III de Franco da Rocha, o que foi aceito. Declarou, ainda, que “não sabia que havia droga dentro da sola do tênis” e que, por isso, decidira levar o calçado para seu marido, ocasião em que foi detida. Há, nos autos, os laudos de constatação prévia e de exame químico-toxicológico, que confirmam não apenas a quantidade da droga apreendida, mas também a forma de acondicionamento apresentada, típica da atividade de tráfico. Constam, ainda, nos autos, documentos que comprovam que Vânia é primária, tem bons antecedentes, não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa. Ao final, Vânia foi condenada pelo juiz da 1ª vara criminal da comarca de Franco da Rocha nas penas de seis anos de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de sessenta e seis dias-multa, no valor unitário mínimo, como incursa no art. 33, c/c art. 40, III, ambos da Lei n.º 11.343/2006. A defesa tomou ciência da decisão. Considerando a situação hipotética apresentada, redija, em favor de Vânia Pereira, a peça jurídica, diversa de habeas corpus, cabível à espécie.
Fórmula
a) Crime:
	
 b) Pena:
	
c) Rito:
	
d) Fase: 
	
( ) INQUÉRITO
	
PROCESSO
	
( ) EXECUÇÃO
	
	( ) instrução
	( ) recursos
	
e) Problema:
	
	
	
f) Peça:
	
g) Endereçamento: 
	
	
h) Tese: 
	
	
	
	
	
	
i) Pedido:
	
	
	
	
	
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MÓDULO II - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
É o recurso cabível contra as decisões do juiz de primeira instância, no curso do processo de conhecimento. Ocorre que o recurso em sentido estrito é oponível apenas nos casos taxativamente estabelecidos no art. 581 do Código de Processo Penal. 
Cumpre observar, entretanto que, com o advento da Lei de Execuções Penais, que prevê o recurso de agravo em execução contra as decisões proferidas pelo juiz da execução, algumas das hipóteses elencadas no supracitado dispositivo legal não comportam mais recurso em sentido estrito. É o caso dos incisos, XI, XII, XVII, XIX a XXIII do art. 581, já o inciso XXIV foi revogado pela Lei 9.268/1996, hoje tal conversão está proibida. Com o advento da Lei 11689/08, o inciso VI também foi revogado.
O prazo para a interposição do recurso em sentido estrito é de 5 dias (Súmula 700 do STF), contados da intimação das partes, salvo em se tratando de exclusão ou inclusão de jurado na lista geral, quando será de 20 dias. As razões recursais devem ser ofertadas no prazo de 2 dias (são duas peças).
O termo de interposição deve ser endereçado ao juízo a quo, o qual, em juízo de retratação, poderá rever sua decisão (efeito regressivo ou diferido)
Indeferido ou negado seguimento ao recurso cabe carta testemunhável. Se julgado improcedente, cabem embargos infringentes ou de nulidade, contanto que a decisão não tenha sido unânime.
Previsão Legal: artigo 581 do Código de Processo Penal
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu; 
V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
	PROBLEMA 1
No dia 17 de junho de 2010, uma criança recém-nascida é vista boiando em um córrego e, ao ser resgatada, não possuía mais vida. Helena, a mãe da criança, foi localizada e negou que houvesse jogado a vítima no córrego. Sua filha teria sido, segundo ela, sequestrada por um desconhecido. Durante a fase de inquérito, testemunhas afirmaram que a mãe apresentava quadro de profunda depressão no momento e logo após o parto. Além disso, foi realizado exame médico legal, o qual constatou que Helena, quando do fato, estava sob influência de estado puerperal. À míngua de provas que confirmassem a autoria, mas desconfiado de que a mãe da criança pudesse estar envolvida no fato, a autoridade policial representou pela decretação de interceptação telefônica da linha de telefone móvel usado pela mãe, medida que foi decretada pelo juiz competente. A prova constatou que a mãe efetivamente praticarao fato, pois, em conversa telefônica com uma conhecida, de nome Lia, ela afirmara ter atirado a criança ao córrego, por desespero, mas que estava arrependida. O delegado intimou Lia para ser ouvida, tendo ela confirmado, em sede policial, que Helena de fato havia atirado a criança, logo após o parto, no córrego. Em razão das aludidas provas, a mãe da criança foi então denunciada pela prática do crime descrito no art. 123 do Código Penal perante a 1ª Vara Criminal (Tribunal do Júri). Durante a ação penal, é juntado aos autos o laudo de necropsia realizada no corpo da criança. A prova técnica concluiu que a criança já nascera morta. Na audiência de instrução, realizada no dia 12 de agosto de 2010, Lia é novamente inquirida, ocasião em que confirmou ter a denunciada, em conversa telefônica, admitido ter jogado o corpo da criança no córrego. A mesma testemunha, no entanto, trouxe nova informação, que não mencionara quando ouvida na fase inquisitorial. Disse que, em outras conversas que tivera com a mãe da criança, Helena contara que tomara substância abortiva, pois não poderia, de jeito nenhum, criar o filho. Interrogada, a denunciada negou todos os fatos. Finda a instrução, o Ministério Público manifestou-se pela pronúncia, nos termos da denúncia, e a defesa, pela impronúncia, com base no interrogatório da acusada, que negara todos os fatos. O magistrado, na mesma audiência, prolatou sentença de pronúncia, não nos termos da denúncia, e sim pela prática do crime descrito no art. 124 do Código Penal, punido menos severamente do que aquele previsto no art. 123 do mesmo código, intimando as partes no referido ato. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na condição de advogado (a) de Helena, redija a peça cabível à impugnação da mencionada decisão, acompanhada das razões pertinentes, as quais devem apontar os argumentos para o provimento do recurso, mesmo que em caráter sucessivo.
	PROBLEMA 2 
Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos sofridos pela colisão. 
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP). 
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de agosto de 2013 (sexta-feira). 
Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o recurso cabível e date-o com o último dia do prazo para a interposição. 
	PROBLEMA 3
Em 01/02/2016, Mário foi acusado de ter contratado, em 03/01/2016, André para matar Vítor, que era amante de sua esposa. André foi acusado de ter instalado, em 15/01/2016, uma bomba no carro de Vítor, para que ela explodisse quando a ignição do veículo fosse ligada. De fato, quando Vítor acionou o motor do carro, houve uma explosão que o matou. Mário e André foram apontados como incursos no art. 121, §2.º, I – mediante paga; II – motivo fútil consistente em ciúmes; III – emprego de explosivo; IV – recurso que impossibilitou a defesa da vítima; c.c. art. 29, caput, do Código Penal. Em 12/02/2016, André faleceu, tendo sido, então, declarada extinta a sua punibilidade, não tendo ele chegado a ser ouvido, visto que, na fase policial, permanecera em silêncio. Em interrogatório realizado em 14/2/2016, Mário negou a contratação e disse viver bem com a esposa. Foram ouvidos em juízo: o médico legista, que confirmou a morte por explosão; dois policiais que afirmaram que, como André já era procurado pela polícia, uma interceptação telefônica autorizada para desvendar outro crime captara, casualmente, conversa entre ele e outra pessoa, não identificada, supostamente Mário, na qual este negociava com André a morte de uma pessoa, cujo nome não foi mencionado, tendo sido, na ocasião, marcado encontro entre os dois; e um perito, o qual declarou que, conforme perícia juntada aos autos, a voz da conversa interceptada era semelhante à de Mário, embora não fosse possível uma afirmação conclusiva. Da gravação nada constava sobre a forma de execução do crime. Duas testemunhas, amigos de Vítor, afirmaram que ele era amante da esposa de Mário. Como testemunhas de defesa foram ouvidos dois amigos de Mário, que disseram ser uma pessoa calma e dedicado pai de família, incapaz de causar mal a qualquer um, e sua esposa, que negou ter relações com a vítima. Finda a instrução, as partes apresentaram seus memoriais escritos e, em 03/03/2016, o juiz pronunciou Mário pelo art. 121, §2.º, I, II, III, IV, c.c art. 29, caput, todos do Código Penal, assentando-se na gravação e nos depoimentos das testemunhas de acusação e afirmando que, na pronúncia, prevalece o princípio in dubio pro societate. O acusado e seu advogado foram intimados da decisão em 5 de março de 2008.
Considerando a situação hipotética descrita, atue na defesa de Mário, como se seu advogado fosse.
	PROBLEMA 4
Luiz, no período de Carnaval, decide ir com seus amigos a seu sítio em Itu, com o intuito de descansar do stress da cidade. Na 4ª. Feira de cinzas, Luiz decide ir até a cidade de Itu a fim de comprar cerveja, vez que realizariam pescaria no período da tarde. No trajeto até a cidade, Luiz, por meio de veículo automotor, realiza ultrapassagem em veículo que transitava no mesmo sentido, conduzindo o veículo em velocidade compatível com o local. Entretanto, Luiz não havia ligado a seta no momento da ultrapassagem, momento em que veio a colidir com um motociclista que, sem capacete, vinha conduzindo em alta velocidade, no sentido oposto, vindo o motociclista a falecer em virtude da colisão. Instaurado Inquérito Policial por homicídio culposo, decide o MP denunciar Luiz por homicídio doloso na modalidade dolo eventual, argumentando que ele, por não ter dado a seta para a ultrapassagem, assumiu o risco do resultado morte do motociclista. Após a instrução probatória, o Juiz decidiu pronunciar Luiz por crime doloso encaminhando os autos para a Vara do JÚRI de Itu para respectivo julgamento, já tendo sido expedida intimação da decisão de pronúncia ao defensor de Luiz. QUESTÃO: como advogado de Luiz interponha a peça pertinente.
Fórmula
a) Crime:
	
 b) Pena:
	
c) Rito:
	
d) Fase: 
	
( ) INQUÉRITO
	
PROCESSO
	
( ) EXECUÇÃO
	
	( ) instrução
	( ) recursos
	
e) Problema:
	
	
	
f) Peça:
	
g) Endereçamento: 
	
	
h) Tese: 
	
	
	
	
	
	
i) Pedido:
	
	
	
	
	
RASCUNHO
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MÓDULO III - AGRAVO EM EXECUÇÃO
É o recurso cabível contra toda e qualquer decisão proferida pelo juiz das execuções, no exercício de sua competência. Como já assinalado, muitas das hipóteses nas quais anteriormente era cabível o recursoem sentido estrito são hoje casos de interposição de agravo em execução.
O processamento do agravo em execução é idêntico ao do recurso em sentido estrito. Portanto, o prazo para a interposição é também de 5 dias e para apresentação de razões é de 2 dias (são duas peças). (Súmula 700 do STF).
O termo de interposição deve ser endereçado para o juízo a quo (vara das execuções criminais), o qual, em juiz de retratação, poderá reformar sua decisão (efeito regressivo ou diferido) 
Sendo indeferido o agravo, cabe carta testemunhável. Sendo julgado improcedente cabem embargos infringentes e de nulidade, caso haja voto divergente.
Previsão legal: artigo 197 da Lei de Execução Penal:
Lei 7.210 de 1984, Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
	PROBLEMA 1
Tertuliano da Silva foi definitivamente condenado à pena de 6 anos de reclusão, em regime inicial fechado, por infração ao artigo 157 do Código Penal, praticada em 29 de janeiro de 2000. Acha-se condenado, também, em outros dois processos, com trânsito em julgado, às penas de 5 anos e 4 meses e 6 anos e 2 meses de reclusão, de igual modo por infração ao artigo 157 do Código Penal, cujos fatos ocorreram, respectivamente, em 10 de janeiro e 15 de fevereiro de 2000, no mesmo bairro. Requereu junto ao Juiz da Vara das Execuções a unificação de penas, que foi indeferida, ao fundamento de que o sentenciado agiu reiteradamente de forma criminosa. A decisão foi publicada no Diário Oficial há dois dias e o condenado foi intimado ontem. 
QUESTÃO: Como advogado de Tertuliano da Silva, cometa a ação pertinente.
	PROBLEMA 2
Quilon, por ter furtado toca-fitas de um veículo que estava aberto e estacionado na via pública no dia 17. 01. 05 no bairro da Penha, tendo agido sozinho, foi condenado pelo MM. Juiz de direito da 1ª. Vara criminal da capital à pena de 1 ano de reclusão e 10 dias-multa, em regime fechado, já transitada em julgado. Também por furto de toca-fitas, por delito perpetrado no dia 18.01.05, no mesmo bairro e nas mesmas condições que o delito anterior, foi condenado, de modo irrecorrível, pelo mm. Juiz da 2ª. Vara criminal da capital à pena de 1 ano de reclusão e multa de 10 dias-multa, em regime fechado. Quilon encontra-se recolhido na Penitenciária do Estado de SP, em virtude de ostentar outras condenações por delitos diversos. Em face de execução de sentença, por intermédio de advogado, Quilon requereu a unificação de penas relativa aos delitos de furto ocorridos nos dias 17, 18 de 01. 05, indeferida pelo mm. Juiz, sob o argumento de que os crimes são graves. QUESTÃO: como advogado de Quilon, hoje intimado, adote a medida judicial cabível.
	PROBLEMA 3
Petrônio cumpria pena na penitenciária do Forte quando, (DATA), conseguiu evadir-se do presídio. Já na rua, roubou um veículo opala, ameaçando de morte seu proprietário, fazendo gesto de que estava armado, para tanto colocando a mão sob a camisa, e utilizando-se do veículo na fuga. Como o pneu do veículo estourou Petrônio o abandonou e, novamente colocando a mão sob a camisa, ameaçou Maria de morte, roubando seu veículo monza. Vinte minutos depois, quando trafegava pela rodovia, prosseguindo em sua fuga, foi preso por policiais militares. Petrônio foi denunciado como incurso no art. 157, § 2º. I, do CP, por duas vezes, c.c. art. 69 do CP. Na audiência para a oitiva da vítimas e testemunhas de acusação, Petrônio não foi apresentado, em virtude da falta de viaturas para conduzi-lo à cidade, tendo seu defensor dativo dispensado sua presença. Ao final do processo, foi condenado à pena de 13 e 4 meses de reclusão. Além de multa, sendo assim fixada: 4 anos acrescidos de 14 pela reincidência, mais 1/3 pela qualificadora para cada um dos crimes, tendo o juiz considerado, para fins de reincidência, um crime de homicídio noticiado apenas em sua folha de antecedentes, desacompanhado da certidão cartorária. A sentença transitou em julgado, ante a ausência de recurso da defesa. Anos após, e ainda estando Petrônio preso, você é nomeado pelo Juiz da Comarca do Forte para arrazoar pedido feito pelo réu para que fosse revista sua condenação.
Fórmula
a) Crime:
	
 b) Pena:
	
c) Rito:
	
d) Fase: 
	
( ) INQUÉRITO
	
PROCESSO
	
( ) EXECUÇÃO
	
	( ) instrução
	( ) recursos
	
e) Problema:
	
	
	
f) Peça:
	
g) Endereçamento: 
	
	
h) Tese: 
	
	
	
	
	
	
i) Pedido:
	
	
	
	
	
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MÓDULO IV - EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE
Somente são oponíveis contra a decisão que julgar improcedentes a apelação, o recurso em sentido estrito ou o agravo em execução. Mas atenção: é preciso que o acórdão seja não unânime, isto é, que haja voto vencido, desta feita, as razões recursais devem ficar limitadas ao conteúdo do voto vencido sendo vedada outras argumentações. Caso contrário, não são cabíveis os embargos. 
Trata-se também de recurso privativo da defesa. 
São considerados infringentes os embargos que versarem sobre matéria substantiva (penal); embargos de nulidade são os que tratam de matéria processual.
	O prazo para a interposição dos embargos é de 10 dias a contar da publicação do acórdão.
Previsão legal: artigo 609, parágrafo único do Código de Processo Penal.
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária.
Parágrafo único.  Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência.
	PROBLEMA 1
"A", com 21 anos de idade, dirigia seu automóvel em São Paulo, Capital, quando parou para abastecer o seu veículo. Dois adolescentes, que estavam nas proximidades, começaram a importuná-lo, proferindo palavras ofensivas e desrespeitosas. "A", pegando no porta-luvas do carro seu revólver devidamente registrado, com a concessão do porte inclusive, deu um tiro para cima, com a intenção de assustar os adolescentes. Contudo, o projétil, chocando-se com o poste, ricocheteou, e veio a atingir um dos menores, matando-o. "A" foi denunciado e processado perante a 1.ª Vara do Júri da Capital, por homicídio simples – art. 121, caput, do Código Penal. O magistrado proferiu sentença desclassificatória, decidindo que o homicídio ocorreu na forma culposa, por imprudência, e não na forma dolosa. O Ministério Público recorreu em sentido estrito, e a 1.ª Câmara do Tribunal competente reformou a decisão por maioria de votos, entendendo que o crime deveria ser capitulado conforme a denúncia, devendo "A" ser enviado ao Tribunal do Povo. O voto vencido seguiu o entendimento da r. sentença de 1.º grau, ou seja, homicídio culposo. O V. acórdão foi publicado há sete dias. QUESTÃO: Como advogado de "A", elabore a peça adequada.
	PROBLEMA 2
João interpôs apelação contra condenação por estupro com violência presumida, pleiteando absolvição por insuficiência de prova e, subsidiariamente a descaracterização da hediondez do delito. No julgamento da apelação, a Câmara do TJSP confirmou a condenação, por unanimidade e, por maioria de votos, sustentou a hediondez do crime de estupro com violência presumida. O voto divergente assentou-se que o estupro com violência presumida não é crime hediondo. QUESTÃO: como advogado de João, sendo intimado tempestivamente, utilize os meios necessários à sua defesa.
Fórmula
a) Crime:
	
 b) Pena:
	
c) Rito:
	
d) Fase: 
	
( ) INQUÉRITO
	
PROCESSO
	
( ) EXECUÇÃO
	
	( ) instrução
	( ) recursos
	
e) Problema:
	
	
	
f) Peça:
	
g) Endereçamento: 
	
	
h) Tese: 
	
	
	
	
	
	
i) Pedido:: 
	
	
	
	
	
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MÓDULO V - RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
 Previsão legal: artigo 102, II, a, e artigo 105, II, a, da Constituição Federal.
	
É cabível, principalmente, da decisão que denegar o habeas corpus, proferida pelos Tribunais de Justiça dos Estados ou pelos Tribunais Regionais Federais, devendo ser julgado, nestes casos, pelo Superior Tribunal de Justiça. 
Cabe, também, da decisão denegatória de habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção proferidas pelos Tribunais Superiores, sendo, nas hipóteses, de competência do Supremo Tribunal Federal.
Deve ser interposto no prazo de 5 dias (denegação de habeas corpus) ou 15 dias (denegação de mandado de segurança).
	PROBLEMA 1
Ésquines foi denunciado e está sendo processado por infração ao artigo 159 do Código Penal porque, mediante grave ameaça exercida com arma de fogo, sequestrou Demóstenes, empresário, exigindo de sua família, como condição para sua libertação, a importância de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Foi autuado em flagrante delito no momento em que pegava o dinheiro deixado em local previamente combinado e a vítima foi encontrada ilesa. O acusado encontra-se preso, por força da flagrância delitiva, há mais de 180 (cento e oitenta dias) e ainda não se encerrou a instrução criminal, uma vez que o representante do Ministério Público insiste na oitiva de duas testemunhas que devem ser ouvidas através de Carta Precatória, por residirem em outro Estado. Requerido o relaxamento do flagrante ao Juízo processante, foi o mesmo indeferido, ensejando interposição de ordem de Habeas Corpus ao Tribunal competente. O Tribunal denegou a ordem requerida fundamentando o V. acórdão no fato de que a gravidade da infração se sobrepõe ao eventual excesso de prazo desconfigurando o alegado constragimento ilegal. Como advogado de Ésquines, tome a providência judicial cabível.
	PROBLEMA 2
João, investigador de polícia, está preso no Presídio especial da Polícia civil do Estado de SP, por força de auto de prisão em flagrante delito, e denunciado por violação doa art. 316 CP, sendo certo que teve concedida a fase do art. 514 CPP, e os prazos legais estão sendo observados. É primário, tem residência fixa e exerce atividade lícita. O MM. juiz de primeira instância negou liberdade provisória com fiança, alegando apenas e tão-somente “ser o crime muito grave”, enquanto a E. 1ª. Câmara do TJ, por maioria de votos, denegou ordem de HC que fora impetrada, usando do mesmo argumento, conforme consta do v. acórdão hoje publicado. QUESTÃO: como advogado de João, adotar a medida judicial cabível. 
Fórmula
a) Crime:
	
 b) Pena:
	
c) Rito:
	
d) Fase: 
	
( ) INQUÉRITO
	
PROCESSO
	
( ) EXECUÇÃO
	
	( ) instrução
	( ) recursos
	
e) Problema:
	
	
	
f) Peça:
	
g) Endereçamento: 
	
	
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i) Pedido:: 
	
	
	
	
	
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MÓDULO VI - REVISÃO CRIMINAL
 Previsão legal: artigo 621 do Código de Processo Penal
Trata-se de ação autônoma de conhecimento de caráter desconstitutivo, fundamentada no princípio da verdade real, visando a desconstituição pro reo da coisa julgada e o restabelecimento do status libertatis e dignitatis do condenado. 
A decisão condenatória transitada em julgado só poderá ser modificada pela via da revisão criminal, nas hipóteses expressamente previstas em lei.
Ressalte-se que a revisão é meio privativo da defesa, sendo inadmissível em nosso direito a revisão pro societate. Vale dizer, seu resultado, seja qual for, não pode piorar a situação do recorrente (proibição da reformario in pejus).
É possível também, com o escopo de desconstituir o decreto condenatório, a impetração de ordem de habeas corpus. Portanto, deve ser cuidadosamente observada a previsão legal da revisão criminal (art. 621 do Código de Processo Penal).
Trata-se, em última instância, de ação rescisória a ser proposta no caso de equivocada sentença condenatória transitada em julgada, desde que observadas as hipóteses legais do artigo 621 CPP. Como se trata de ação não há prazo legal para sua interposição.
O juízo competente para seu processamento e julgamento é o Tribunal, assim, deve ser endereçada ao seu presidente.
Os artigos 626 e 627 CPP arrolam quais os pedidos a serem formulados.
Em dadas situações o seu ingresso depende da produção de prova (ex.: prova nova; sentença baseada em prova falsa) a qual deve ser produzida no juízo da condenação de 1º. grau através de ação cautelar de justificação criminal.
	PROBLEMA 1
João da Silva foi condenado, por sentença transitada em julgado, a cumprir 06 (seis) anos de reclusão em regime prisional fechado, como incurso nas sanções do artigo 213, caput, do Código Penal, eis que teria constrangido Maria Soares à conjunção carnal mediante grave ameaça. Decorrido 01 (um) ano do trânsito em julgado e encontrando-se João em cumprimento de pena, Maria confidenciou à sua amiga Joana Gonçalves que antes dos fatos, já namorava João e que com ele havia mantido relacionamento sexual por sua própria vontade. Relatou também, que o acusou de crime, porque João rompera definitivamente com o namoro. Joana Gonçalves imediatamente procurou os familiares de João transmitindo-lhes os fatos que integram a justificação criminal já realizada. QUESTÃO: Como advogado de João da Silva tome a providência judicial cabível.
	PROBLEMA 2
Leia com atenção o caso concreto a seguir: 
Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor de propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição ininterrupta, tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não revelado. 
Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso do processo, as testemunhas arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no país vizinho e que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua subsistência. A ré confessou o crime em seu interrogatório. 
Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua subsistência. 
A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de advogado (a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. 
Ele informou que, no dia 27 de outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bemcomo que tal veículo estava em seu poder desde então. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. 
	PROBLEMA 3
Divino da Silva, 19 anos, foi denunciado como incurso nas sanções dos artigos 121 § 2º., I e IV, e 213 conjugado com o artigo 69 do Código Penal. O processo tramitou regularmente, sendo certo que, a pedido da defesa, foi o réu submetido a exame de sanidade mental, que concluiu por sua semi-imputabilidade, em virtude de comprometimento de sua autodeterminação. No dia do julgamento pelo júri popular, a defesa sustentou a tese da ausência de vontade de matar, requerendo a desclassificação para estupro seguido de morte culposa. Como tese alternativa, sustentou a semi-imputabilidade, valendo-se de laudo pericial. Na hora da votação dos quesitos, os jurados entenderam por 4 votos sim contra 3 votos não que o acusado tinha plena capacidade intelectiva de entender o caráter ilícito do fato. Com base nesta resposta, o juiz que presidia os trabalhos julgou prejudicado o quesito relativo à capacidade volitiva do réu e passou a indagar a tese a acusação, que, de resto, foi acolhida por maioria. O réu foi condenado a uma pena de 23 anos de reclusão, como incurso nas sanções dos artigos 121 § 2º., I e IV, e 213 conjugado com o 69 do Código Penal. A defesa não recorreu da decisão que transitou em julgado. A família do réu o (a) contrata como advogado (a) para analisar o processo. Diante do quadro apresentado, redija a peça a ser intentada judicialmente.
 
Fórmula
a) Crime:
	
 b) Pena:
	
c) Rito:
	
d) Fase: 
	
( ) INQUÉRITO
	
PROCESSO
	
( ) EXECUÇÃO
	
	( ) instrução
	( ) recursos
	
e) Problema:
	
	
	
f) Peça:
	
g) Endereçamento: 
	
	
h) Tese: 
	
	
	
	
	
	
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MÓDULO VII - MANDADO DE SEGURANÇA
Previsão Legal: O Mandado de Segurança está previsto no artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal e encontra-se regulamentado pela Lei 12.016/09
Cabimento: segundo a Constituição Federal, conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público.
Em matéria penal, o mandado de segurança é mais frequentemente utilizado para proteger, dentre outros, os seguintes direitos:
- direito do advogado de consultar os autos de inquérito policial sigiloso
- direito de o advogado acompanhar seu cliente durante o inquérito
- direito do advogado de entrevistar-se com seu cliente preso, mesmo em caso de incomunicabilidade
- direito de juntar documentos durante a ação penal
- direito de obter certidões
- direito à realização de novas diligências
- direito à realização de exame pericial ou sua renovação
- direito à produção antecipada de prova
- direito à restituição de coisas apreendidas
- direito a habilitar-se como assistente da acusação
- direito de ser transferido o condenado de uma cidade para a outra
- direito de obter efeito suspensivo de recurso
- quando for negado o requerimento de instauração do inquérito policial
Prazo: o prazo para a impetração é de cento e vinte dias, contados a partir da ciência do ato impugnado.
A quem é dirigido: é competente para julgar o Mandado de Segurança o Tribunal ao qual caberia apreciar o recurso interposto contra a decisão desfavorável ao réu.
Legitimidade Ativa: é parte legítima para a impetração de Mandado de Segurança o titular do direito violado, pessoa física, jurídica ou mesmo entidade sem personalidade jurídica. Deve ser impetrado, entretanto, por meio de advogado, sendo certo que o Ministério Público é também legitimado.
Legitimidade passiva: só pode ser impetrada a segurança contra a autoridade que tenha poder para desfazer o abuso.
Pedido: deve-se pedir, genericamente, a notificação da autoridade coatora, para que, querendo, preste informações, e ainda, a concessão da segurança.
Via de regra, o impetrante deve formular, também, pedido de liminar, que será concedida caso estejam presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora.
Processamento: recebida a petição, o juiz decidirá sobre o pedido de liminar. Concedida ou não, determinará a notificação da autoridade coatora para que preste informações no prazo de 10 dias. Após, abre-se prazo de cinco dias para manifestação do Ministério Público. A autoridade judiciária, em cinco dias, proferirá a decisão, que é desde logo exequível.
	PROBLEMA 1
Antenor teve seu veículo subtraído e posteriormente localizado e apreendido em auto próprio, instaurando a autoridade policial regular inquérito, já que estabelecida a autoria. Requereu a liberação do veículo, indiscutivelmente de sua propriedade, o que foi indeferido pelo delegado de polícia civil local, a afirmação de que só será possível a restituição depois do processo penal transitar em julgado, conforme despacho cuja cópia está em seu poder. 
QUESTÃO: Como advogado de Antenor, agir no seu interesse.
	PROBLEMA 2
João Alves dos Santos, por estar indiciado pela prática de crime de roubo, procurou advogado para atuar em sua defesa. Este se dirigiu à delegacia de Polícia e solicitou os autos de Inquérito Policial para exame. O Delegado de Polícia, todavia, não lhe permitiu o acesso aos autos, porque a investigação era sigilosa. QUESTÃO: Como advogado de João, verifique a medida cabível e de forma fundamentada postule o que for adequado ao caso.
Fórmula
a) Crime:
	
 b) Pena:
	
c) Rito:
	
d) Fase: 
	
( ) INQUÉRITO
	
PROCESSO
	
( ) EXECUÇÃO
	
	( ) instrução
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e) Problema:
	
	
	
	
f) Peça:
	
g) Endereçamento: 
	
	
h) Tese: 
	
	
	
	
	
	
	
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MÓDULO VIII - HABEAS CORPUS
· Previsão legal
O Habeas Corpus, sendo verdadeira garantia constitucional para resguardar a liberdade de locomoção, encontra previsão na Constituição Federal, no seu artigo 5.2, LXVIII. Está também previsto no Código de Processo Penal, em seus artigos 647 e seguintes.
· Cabimento
O Habeas Corpus é um remédio constitucional, destinado a tutelar, de maneira eficaz e imediata, a liberdade de locomoção (direito de ir, de vir e de permanecer). É o remédio jurídico cabível sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer coação ou violência à liberdade de locomoção, em virtude de ilegalidade ou abuso de poder.
O artigo 648 do Código de Processo Penal explicita os casos em que a coação será considerada ilegal:
a) quando não houver justa causa. Pode-se apontar, exemplificativamente, as seguintes situações:
· o recebimento da denúncia ou queixa, quando o fato descrito sequer constituir crime;
· recebimento da denúncia ou queixa, quando não há, no inquérito policial ou peças de informação, indícios suficientes da materialidade;
· decretação de prisão preventiva sem a devida fundamentação ou com fundamento insuficiente.
b) quando alguém estiver preso a mais tempo do que determina a lei. Trata-se do caso de excesso de prazo na prisão provisória. Exemplifica-se:
· quando, estando o réu preso, o inquérito policial se estender por mais tempo do que o determinado pela lei (por via de regra, dez dias);
· quando, estando o réu preso, a instrução criminal se estender por mais tempo do que o fixado pela jurisprudência (oitenta e um dias, no procedimento ordinário). Note-se que, no procedimento do júri, após a pronúncia não é maispossível o reconhecimento de constrangimento ilegal por excesso de prazo.
c) quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo.
· é o caso da prisão preventiva decretada por juiz que, posteriormente é declarado incompetente (incompetência material ou territorial).
d) quando houver cessado o motivo que autorizou a coação:
· após o cumprimento da pena, o réu não é colocado em liberdade;
· se obtido o benefício do livramento condicional, o condenado continuar preso.
e) quando não se admitir fiança, nos casos em que a lei a prevê. 
· A Lei autoriza a fiança aos crimes com pena mínima inferior a dois anos, desde que o réu não seja reincidente em crime doloso e não haja prova de ser vadio.
f) quando o processo for manifestamente nulo.
· O Habeas Corpus poderá ser impetrado em virtude de nulidade processual, mesmo após o trânsito em julgado da sentença condenatória, nas seguintes situações, dentre outras:
i. quando há irregularidade na citação ou ausência desta;
ii. na falta de manifestação da defesa que configure nulidade;
iii. quando a parte for ilegítima.
g) quando extinta a punibilidade. Por exemplo, para reconhecer a prescrição da pretensão punitiva ou executória:
· Observe que é cabível a impetração de Habeas Corpus contra a prisão civil. 
· Por outro lado não é cabível a impetração de ordem de Habeas Corpus das seguintes situações:
i. durante o estado de sítio. (CF/88, art. 138);
ii. de prisão disciplinar militar (CF/88, art. 142, § 2.°);
iii. contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito (Súmula 692 do STF);
iv. contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada (Súmula 693 do STF);
v. contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função . pública (Súmula 694 do STF);
vi. quando já extinta a pena privativa de liberdade (Súmula 695 do STF)
· Prazo
Não há qualquer limitação de prazo.
· A quem é dirigido
Deve ser dirigido à autoridade imediatamente superior à coatora. Assim, tem se as seguintes hipóteses:
a) Se a autoridade coatora for o delegado de polícia (instauração ou condução de inquérito policial) - o Habeas Corpus deve ser dirigido ao juiz de primeira instância;
b) Se a autoridade coatora for delegado de polícia federal - será competente para apreciar o Habeas Corpus o juiz federal;
c) Se a autoridade coatora for o Ministério Público (requisição de instauração de inquérito policial) - a doutrina majoritária entende que neste caso, será competente para apreciar o pedido o Tribunal do Estado. Entretanto, há posicionamento diverso, tanto na doutrina como na jurisprudência, no sentido de que é competente no caso o juiz de primeira instância;
d) Se a autoridade coatora for particular - será competente para julgar o Habeas Corpus o juiz de primeira instância. São exemplos de ato particular atacável por meio de Habeas Corpus: o filho que interna os pais, contra a vontade destes em clínica geriátrica; o diretor de hospital que impede a saída de paciente até que este pague as despesas hospitalares;
e) Se a autoridade coatora for o juiz de primeira instância - o Habeas Corpus será dirigido ao Tribunal Estadual;
f) Se a autoridade coatora for o juiz federal - julgará o Habeas Corpus o Tribunal Regional Federal;
g) Se a autoridade coatora for o Tribunal Estadual ou Tribunal Regional Federal. O Habeas Corpus deverá ser impetrado perante o Superior Tribunal de Justiça. Também será este competente caso o paciente seja Governador do estado ou Distrito Federal, ou membro do Tribunal de Justiça do Estado, do Tribunal Regional Federal, do Tribunal Regional Eleitoral e do Trabalho ou membro do Ministério Público da União;
h) Se a autoridade coatora for Tribunal superior - o Habeas Corpus será dirigido ao Superior Tribunal Federal. Também quando o paciente for membro destes mesmos tribunais;
i) Se a autoridade coatora for a turma recursal de juizados especiais criminais - o Hábeas Corpus será dirigido ao Supremo Tribunal Federal (Súmula 690 do STF).
· Quem é legitimado
Qualquer pessoa pode impetrar Habeas Corpus, inclusive o próprio beneficiário, mesmo sem capacidade postulatória, independentemente da representação de advogado.
Portanto, pode ser impetrado por analfabeto, por estrangeiro, por pessoa jurídica em favor de pessoa física e ainda pelo Ministério Público. Cumpre ressaltar que, em virtude da inércia da jurisdição, o juiz não pode impetrá-lo, a menos que seja ele o paciente. Pode, isto sim, expedi-lo de ofício, quando no curso do processo verificar que alguém está sofrendo ou ameaçado de sofrer coação.
Na ação de Habeas Cor pus, são os seguintes os envolvidos:
a) Paciente: é a pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer uma coação ilegal; 
b) Impetrante: é a pessoa que pede a ordem de Habeas Corpus;
c) Impetrada: é a autoridade a quem é dirigido o pedido;
d) Coator: é a pessoa que exerce ou ameaça exercer a coação ilegal.
· Pedido
O impetrante deve requerer, genericamente, que sejam prestadas informações pela autoridade apontada como coatora e a concessão da ordem impetrada.
Existem, entretanto, pedidos específicos relacionados diretamente com a tese de defesa sustentada, com o momento processual, com a situação prisional do paciente e, principalmente, com a espécie de Habeas Cor pus utilizada:
Será liberatório o Habeas Corpus quando o paciente já estiver sofrendo a coação ilegal em sua liberdade de locomoção ou se encontrar na iminência de vir a sofrer um constrangimento ilegal. Neste caso, o pedido será relacionado diretamente ao fundamento jurídico da peça. Assim, pode-se, esquematicamente, vislumbrar o seguinte quadro:
a) HC impetrado com fundamento no artigo 648, I - Falta de Justa causa.
· Se a tese for falta de justa causa por inexistência de crime ou de culpabilidade ou ainda escusa absolutória (falta de justa causa para o inquérito ou para a ação penal) o pedido será o trancamento do inquérito ou da ação, conforme o caso. Além deste, podem somar-se os pedidos pertinentes à solução da situação prisional do paciente, ou seja, a revogação da prisão e expedição de alvará de soltura (quando estiver preso) ou expedição de contramandado de prisão (se estiver livre, mas houver sido expedido mandado de prisão).
· Entretanto, se a tese for falta de justa causa para a prisão (como, por exemplo, no caso de prisão preventiva decretada sem fundamentação), o pedido deverá ser relativo apenas à solução da situação prisional do paciente, ou seja, a revogação da prisão com a consequente expedição de alvará de soltura ou a expedição de contramandado de prisão.
b) HC impetrado com fundamento no artigo 648. II - Paciente preso a mais tempo do que determina a lei.
· O pedido será sempre a colocação do paciente em liberdade (revogação da preventiva ou temporária; ou relaxamento da prisão em flagrante) com a expedição do alvará de soltura em seu favor.
c) HC impetrado com fundamento no artigo 648, III - Coação ordenada por autoridade incompetente.
· O pedido será a colocação do paciente em liberdade (revogação da prisão preventiva ou temporária; ou relaxamento da prisão em flagrante) com a expedição do alvará de soltura em seu favor.
d) HC impetrado com fundamento no artigo 648, IV - houver cessado o motivo que autorizou a coação. 
· O pedido será a colocação do paciente em liberdade, com a expedição de alvará de soltura. 
e) HC impetrado com fundamento no artigo 648, V - se alguém não for admitido a prestar fiança.
· O pedido será a concessão e arbitramento da fiança.
f) HC fundamentado no artigo 648, VI - processo manifestamente nulo.
· O pedido será de anulação da ação, conforme o momento em que se configurar a nulidade. Tratando-se de nulidade anterior até a defesa prévia, pede-se a anulação ab initio da ação penal. Sendo posterior, o pedido é de anulação, a partir do ato viciado. Caso a nulidade encontre-se na sentença, pode-se pedir a anulação da mesma. Instaressaltar que não há falar em nulidade na fase de inquérito policial. Além deste podem somar-se os pedidos referentes à situação prisional do paciente, ou seja, a revogação ou relaxamento da prisão, com a consequente expedição do alvará de soltura ou ainda a expedição de contramandado de prisão.
g) HC fundamentado no artigo 648, VII - Extinção da Punibilidade.
· O pedido será a decretação de extinção da punibilidade. Além deste, se for o caso, podem ser formulados os pedidos relativos à situação prisional do paciente, ou seja, a revogação ou relaxamento da prisão, com expedição do alvará de soltura ou ainda a expedição de contramandado de prisão.
· Será preventivo o Habeas Corpus quando impetrado contra uma ameaça à liberdade de locomoção, ou seja, quando visar prevenir uma futura coação que não se sabe se irá ou não ocorrer. É impetrada a ordem, portanto, como forma de precaução. Neste caso, além do pedido genérico, o requerimento específico será sempre a expedição de salvo-conduto.
· Cabe enfim frisar que, em qualquer espécie de Habeas Corpus. É possível o pedido de liminar, sempre que a cessação da coação ilegal exigir pronta intervenção do Judiciário e, ainda, estiverem presentes os requisitos da medida, quais sejam: periculum in mora e fumus boni iuris.
· Processamento
a) Tramitação em primeira instância.
· O impetrante deverá elaborar 2 vias da petição. Recebida, o juiz requisitará informações da autoridade coatora, após o que decidirá, concedendo ou não a ordem. Não há manifestação do Ministério Público quando o Habeas Corpus for impetrado perante o juiz de primeira instância.
· Se o Habeas Corpus for negado em 1ª instância caberá Recurso em Sentido Estrito.
b) Tramitação em segunda instância
· A petição será sempre dirigida ao Presidente do Tribunal, que tenha competência para conhecer o pedido. Este requisitará imediatamente da autoridade indicada como coatora, informações por escrito. Recebidas as informações, os autos seguirão com vistas à Procuradoria Geral da Justiça que, mediante sorteio, designará um dos seus Procuradores para oferecer parecer. Voltando os autos ao Tribunal, o Presidente, mediante sorteio, designará um relator, que tem que devolver os autos para que seja julgado o pedido na primeira sessão. Durante a sessão de julgamento, poderão fazer sustentação oral, o representante do Ministério Público e o impetrante, desde que possua capacidade postulatória. Se a ordem for concedida, será expedido ofício assinado pela autoridade competente (Presidente do Tribunal, Presidente de Turma, de Câmara ou da Secção Criminal).
· Tal ofício normalmente é encaminhado à autoridade coatora, mas pode ser dirigido ao detentor ou até mesmo ao carcereiro. Dependendo da hipótese, a ordem poderá ser transmitida até mesmo por telegrama.
· Se o Habeas Corpus for negado em 2ª instância, o recurso cabível é o Ordinário Constitucional.
	PROBLEMA 1
João, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pelo crime previsto no artigo 171, § 2°, VI, combinado com o artigo 69 (por três vezes), ambos do Código Penal, porque teria emitido cheques sem provisão de fundos. Consta do inquérito policial lavrado em razão dos fatos que João, no dia 05 de setembro de 2016, emitira cinco cheques, para serem descontados mensalmente, sendo o primeiro para pagamento à vista, referentes às prestações de uma máquina de lavar que João teria comprado de Antônio. Antônio recebera o valor relativo aos dois primeiros meses, não recebendo os valores dos demais (três últimos cheques) por insuficiência de fundos. Ao ser citado para a ação penal em curso, João não foi encontrado, pois havia se mudado para lugar desconhecido. Com base na revelia do acusado, o MM. Juiz da _Vara Criminal da Comarca da Capital, em 24 de abril de 2017, determinou a suspensão do processo, decretando a prisão preventiva de João.
QUESTÃO: Como advogado de João, escolha o melhor meio para a sua defesa. Redija a peça. 
	PROBLEMA 2
Protágoras encontra-se preso há 18 dias, em virtude de auto de prisão em flagrante, lavrado por infração ao art. 250, § 1º, inciso I, do Código Penal. O laudo do instituto de criminalística ainda não foi elaborado, estando o inquérito policial aguardando sua feitura. O Juízo competente, que se encontra na posse da cópia do auto de prisão em flagrante, indeferiu o pedido de relaxamento desta, por excesso de prazo, sob o fundamento de que a gravidade do fato impõe a segregação de Protágoras. 
QUESTÃO: com o objetivo de conseguir a liberdade de Protágoras, elabore a peça profissional condizente.
	PROBLEMA 3
O Delegado de Polícia representou ao Juiz de Direito a fim de que fosse decretada a prisão temporária de João, alegando que ele estava sendo investigado por crimes de estelionato e furto e se tratava de pessoa sem residência fixa, sendo a sua prisão imprescindível para as investigações. O Juiz, após ouvir o MP, decretou a prisão temporária por 5 dias, autorizando, desde logo, a prorrogação da prisão por mais 5 dias, se persistissem os motivos que levaram à sua decretação. Foi expedido mandado de prisão. Sem ser preso, João soube da decisão e procurou um advogado para defendê-lo. 
QUESTÃO: como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.
	PROBLEMA 4
O cidadão “A”, carroceiro, favelado, primário, estava transportando sua carroça por uma das ruas do centro quando, perdendo o controle, ocasionou um atropelamento, sendo a vítima o cidadão “B”, que veio a falecer. “A” foi denunciado pelo artigo 121, §3º, do Código Penal. A denúncia foi recebida. O processo teve início e o magistrado não deferiu a suspensão condicional do processo em favor de “A” porque o réu não reparou o dano. O processo tramitou e “A” acabou condenado a 2 anos de detenção com sursis. A r. sentença já transitou em julgado. 
QUESTÃO: produzir a peça cabível em favor de “A” ao órgão judiciário competente, justificando o endereçamento e peça.
	PROBLEMA 5
João, sócio da firma “Antenados” revendedora de componentes eletrônicos, foi denunciado, nesta capital, em 05 de Dezembro de 2016, por crime previsto no artigo 1º., II da Lei 8.137/90, acusado de ter fraudado a fiscalização tributária, omitindo operação de compra e venda em livro contábil. O MM. Juiz da 3ª Vara Criminal da Capital recebeu a denúncia. A ação penal tramitou regularmente e em seu interrogatório, realizado no dia 13 de abril de 2017, João alegou que a operação inexistiu e que o débito fiscal era objeto de impugnação em recurso administrativo, ainda pendente de julgamento, interposto perante o Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo, comprovando tal alegação com certidão emitida pelo referido Tribunal. 
QUESTÃO: como advogado de João escolha o melhor meio para sua defesa. Redija a peça.
	PROBLEMA 6
João, definitivamente condenado, estava cumprindo pena privativa de liberdade em regime aberto. Foi acusado, em novo processo, ainda não sentenciado, de roubo qualificado pelo emprego de arma e concurso de agentes. Chegando ao conhecimento do Juiz das Execuções Criminais a existência deste processo, ele revogou imediatamente, de ofício, o regime aberto e determinou a regressão de João para regime fechado. João foi intimado da decisão no dia 15.09.2016 e, no mesmo dia, deu ciência ao seu advogado. 
QUESTÃO: como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.
	PROBLEMA 7
O Policial civil ingressou, sem mandado judicial, na residência de João, e nela apreendeu documento público que, submetido à perícia, constatou-se ser falso, vindo por isso João a ser denunciado como incurso no artigo 297, caput, do Código Penal. A denúncia foi recebida pelo juiz. 
QUESTÃO: como advogado de João, redija a peça processual de sua defesa.
	MÓDULO IX - PROGRESSÃO DE REGIMES
Referidas petições devem ser interpostas após a sentença condenatória transitada em julgada, ou seja, durante a execução da pena, visando a obtenção dos respectivos benefícios prisionais. 
Deverão ser endereçadas ao Juízo das Execuções criminais (VEC) e fundamentadasno preenchimento dos respectivos requisitos legais. No caso de indeferimento deverá ser interposto o recurso de agravo em execução (art. 197 da Lei de Execução Penal).
PROGRESSÃO DE REGIMES
Art. 33, § 2º, do Código Penal - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.
Art. 112 LEP (lei 7210/84) - A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. 
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor. 
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
Art. 2º, § 1º. Lei dos crimes hediondos (Lei 8.072/90) A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado
§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. 
Súmula 43 do STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.
Súmula Vinculante do 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.
Súmula 491 STJ: é inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
	PROBLEMA
Marlon foi processado e condenado com trânsito em julgado pela prática do crime de homicídio qualificado-privilegiado, praticado em data de 27/01/2016, a uma pena de 8 anos e 8 meses de reclusão a ser cumprida em regime inicialmente fechado.
Iniciada a execução da pena em 27/01/2016, já se passaram 1 ano 5 meses e 17 dias, ou seja, mais de um sexto de pena efetivamente cumprida.
Além disso, tem tido bom comportamento, comprovado pelo atestado de permanência e comportamento carcerário.
Redija a ação processual cabível.
	MÓDULO X – REMIÇÃO E LIVRAMENTO CONDICIONAL
REMIÇÃO
Código de Processo Penal:
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; 
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. 
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados. 
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. 
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação. 
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. 
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. 
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles. 
§ 1º O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar
§ 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. 
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Requisitos do livramento condicional
Código Penal, art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; 
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; 
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. 
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. 
Soma de penas
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento. 
Especificações das condições
Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. 
Revogação do livramento
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; 
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. 
Revogação facultativa
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. 
Efeitos da revogação
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação poroutro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. 
Extinção
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. 
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. 
Artigos da LEP (Lei 7210/84)
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.
d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção.
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no artigo anterior.
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis.
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na sentença de livramento;
III - o liberando declarará se aceita as condições.
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida.
§ 1º A caderneta conterá:
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo;
c) as condições impostas.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constem as condições do livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que possam identificá-lo.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consignar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta Lei.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:
I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença concessiva do benefício;
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa.
Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da proteção do liberado apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo. 
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação.
	PROBLEMA 1
Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do Art. 157, caput, do Código Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado (a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional; c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade. Você, advogado (a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março de 2015, uma segunda-feira. Com base nas informações

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