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Relatório Behaviorismo I

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE PSICOLGOIA 
CONDICIONAMENTO OPERANTE E EXTINÇÃO DA RESPOSTA DE PRESSÃO À BARRA EM Rattus norvegicus
BIANCA DE FREITAS DA COSTA
JOSIELY CARDOSO DOS SANTOS
STÉFANIE MIRANDA BARROSO
Relatório apresentado como requisito avaliativo da disciplina “Behaviorismo I”, ministrada pela Profa. Dra. Ana Leda de Faria Bino, do NTPC - Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento- ao curso de Psicologia durante o Segundo semestre de 2017.
Belém
Outubro- 2017
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Modelagem da RPB.								21
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Caixa experimental.	12
Figura 2. Taxas das classes de resposta emitidas pelo sujeito durante 20 minutos na sessão de Nível Operante.	18
Figura 3. Tempos de reação (TR) em segundos em cada tentativa da sessão de Treino ao Bebedouro.	19
Figura 4. Taxas das classes de resposta emitidas pelo sujeito durante a sessão de Treino ao Bebedouro.	20
Figura 5. Frequência acumulada de RPB's por minuto para cada sessão de Reforçamento Contínuo (CRF).	22
Figura 6. Taxa de RPB's em intervalos de 10 minutos para cada sessão de Reforçamento Contínuo (CRF).	23
Figura 7. Taxa de RPB's nas sessões de Nível Operante (NO) e Reforçamento Contínuo (CRF).	24
Figura 8. Taxa (respostas/minuto) das classes de respostas observadas em cada sessão de Reforçamento Contínuo (CRF).	25
Figura 9. Frequência acumulada de RPB´S e RCB's em cada sessão de extinção	27
Figura 10. Taxa de RPB´s nas sessões de Nível Operante (NO), Reforçamento Continuo (CRF) e de Extinção (E).	28
Figura 11. Taxa de RPB's em intervalos de 10 minutos para cada sessão de Extinção da RPB	29
Figura 12. Taxa (respostas/minuto) das classes de respostas observadas em cada sessão de Extinção da resposta de pressão à barra.	30
RESUMO
A presente pesquisa apresentou o objetivo de replicar os experimentos de Burrhus Frederic Skinner, relacionados ao conceito de comportamento operante. Para tal, utilizamos um rato experimentalmente ingênuo (Rattus norvegicus), exposto às condições de medida do nível operante, treino ao bebedouro, modelagem e reforçamento contínuo da resposta de pressão à barra, seguida de sua extinção. Nas fases de medida do nível operante e treino ao bebedouro, a taxa de resposta de pressão à barra era abaixo de um. A modelagem foi eficiente em estabelecer a resposta e o reforçamento contínuo produziu aumento de sua frequência em relação às fases prévias. Na extinção, a taxa da resposta reduziu gradualmente. Esses dados fortalecem a suposição de que as consequências afetam o comportamento do sujeito. 
Palavras-chave: reforçamento positivo, extinção, resposta de pressão à barra, Rattus norvegicus.
Antes da fundação do que conhecemos hoje como Behaviorismo, a psicologia era vista como sendo “o estudo da mente” (Bentes, 2002). O indivíduo era visto como um ser dividido em corpo e mente, ou seja, um ser dicotômico.
Etimologicamente a “Psicologia” significa “estudo da psique ou da mente”, tornou-se cada vez mais interessada no comportamento.
Os adjetivos público e privado são utilizados quando se quer enfatizar a forma de acesso ao evento estudado. O termo “acesso” indica a forma como é possível entrar em contato com algo. Os eventos privados, como o próprio nome indica, podem ser contatados apenas por uma pessoa. Assim, comportamentos privados são aquelas relações entre sujeito e ambiente que podem ser percebidas apenas por uma única pessoa (Vale, 2015). Quando, em uma situação clínica uma cliente relata um sonho, o terapeuta não está tendo acesso direto ao sonho, nem este sonhar passou a ser público, o evento público desta situação é o “relatar um sonhar”. Enquanto não se desenvolver uma tecnologia que mude este quadro o sonhar será sempre privado (Baum, 2006). Eventos também podem ser considerados de acesso público quando mais de uma pessoa pode entrar em contato com ele. Assim, comportamentos públicos são aquelas relações entre organismo e ambiente que podem ser percebidas por duas ou mais pessoas. Como exemplo de ações públicas pode-se citar: um espirro, a dança de uma bailarina, o choro de um bebê, etc. 
Esta particularidade foi muito valorizada pelos Behavioristas Metodológicos, pois estes tinham a proposta de criar uma Psicologia positivista (Costa apud Vale, 2002). É importante lembrar que para um dado conhecimento ser positivo é preciso que ele seja certo, organizado, real (que pode ser observado), preciso e útil. Só comportamento publicamente observável permitiria ao cientista positivista ter um objeto (e como conseqüência uma teoria) unificado entre diferentes culturas e momentos históricos, ou seja, universal e atemporal, uma verdade plena, uma verdadeira descrição da realidade fora do sujeito. Watson, ao criar o Behaviorismo Metodológico, elegeu os comportamentos públicos como objeto de estudo da sua Psicologia para torná-la uma ciência dentro do modelo positivista, por isso ele só estudava respostas motoras e glandulares, pois estas são de acesso público. Como a mente não pode ser observada Watson apenas ignorou-a nos seus estudos e explicações do comportamento humano e dos outros animais (Vale, 2015).
Em um primeiro momento na história da psicologia, a busca de relações entre eventos ambientais e comportamentais culminou em diversos estudos sobre o comportamento reflexo e, posteriormente, no condicionamento reflexo. O estudo acerca do condicionamento reflexo teve seu grande marco com as descobertas de Ivan Pavlov (Moreira & Medeiros, 2007). 
A descoberta ficou conhecida como Reflexo Condicionado ou Aprendido. Ao estudar a salivação de cachorros, o fisiologista russo Pavlov descobriu que não só a introdução do alimento à boca do cão causava salivação, mas também a apresentação do alimento. Ao observar que o cão salivava com a apresentação da comida, Pavlov tentou descobrir como o processo de condicionamento respondente ocorria. Para isso, Pavlov pareou a comida ao som de uma campainha de forma sistemática, repetidamente. Após uma série de pareamentos, observou que o cachorro salivava mesmo não vendo a comida, só ouvindo o barulho da campainha (Millenson,1967), demonstrando que aspectos do mundo correlacionados repetidamente com estímulos eliciadores, adquirem a função eliciadora. 
Há um conjunto de características específicas na relação entre o estímulo e a resposta no reflexo. Quando classificamos um comportamento como reflexo ou respondente, sempre haverá um estímulo que elicia uma resposta. O termo incondicionado indica que o organismo não necessita aprender a reagir ao estímulo. Ele nasce preparado, ou desenvolve biologicamente o potencial para reagir. Os reflexos incondicionados são, portanto, reações imediatas do organismo eliciadas por eventos ambientais antecedentes específicos (estímulos incondicionados) SEM que haja a necessidade de que essa resposta seja condicionada (aprendida). E os reflexos secundários ou condicionados são reações imediatas do organismo (respostas condicionadas) eliciadas por eventos ambientais antecedentes específicos (estímulos condicionados) após o organismo ter sido submetido a uma história de condicionamento.
Um dos psicólogos que utilizou os resultados e procedimentos pavlovianos acerca de comportamento reflexo foi o americano John Watson. Sua tentativa de transformar a psicologia comportamental em uma ciência natural atribui a ela características experimentais, em que o comportamento pode ser observado e manipulado. Como ciência natural, a finalidade da psicologia seria então previsão e controle do comportamento (Millenson, 1967).
Nos estudos de Pavlov e Watson, o comportamento era estudado a partir da interação entre estímulos incondicionados antecedentes a uma resposta, denominados Comportamento Respondente. Essa relação respondente é definida como sendo a reação imediata do organismo frentea uma estimulação ambiental que afeta receptores específicos do organismo. Sua origem é filogenética, sendo assim, sua ocorrência não é aprendida, e sim, produto da evolução das espécies. Nos estudos de Pavlov, as descobertas relevantes para a psicologia envolviam os reflexos condicionados, definidos como relações entre estímulo e resposta que são aprendidas na ontogênese. Uma característica importante do responder reflexo é que, por se tratar de um responder não voluntário, a frequência do responder é de quase 100% quando o estímulo que o produz está presente e apresenta intensidade suficiente (Millenson, 1967). Entretanto, há uma gama de outros comportamentos que não podem ser explicados dentro dessa perspectiva respondente.
B. F. Skinner afirma “as consequências do comportamento podem retroagir sobre o organismo. Quando isso acontece, podem alterar a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente” (Skinner, 2003, p. 65). Isso é o que chamamos de comportamento operante, definido como comportamento que opera no ambiente no qual está inserido, modificando-o e também sendo modificado por ele.
	Para entender o comportamento operante, é preciso compreender quais os seus principais conceitos e como eles podem ser aplicados. Sua origem é ontogenética, aprendido durante a vida do individuo. Para falar de Operante é necessário falar sobre Reforço, pois respostas reforçadas possuem uma maior probabilidade de acontecer comparadas com respostas que não são reforçadas, ou seja, a frequência de uma resposta operante depende de um esquema de reforço. 
	A modelagem é o procedimento geralmente utilizado para inserir ou aumentar a frequência da emissão de classes de respostas de pouca frequência ou inexistentes no repertório comportamental do organismo. Na modelagem, aplicam-se sucessivos procedimentos de reforçamento diferencial de topografias de respostas cada vez mais próximas aquela que se quer estabelecer (Skinner, 1953,2003). De forma bem resumida, a modelagem pode ser entendida como “(...) um procedimento para gerar novas respostas” (Catania, 1999, p.129).
	Para manter comportamento operante, existem dois tipos de esquemas de reforço: contínuo e intermitente. Nos esquemas de reforço contínuo, especifica que todas as respostas de uma determinada classe operante serão reforçadas (um reforçador para cada resposta). Esse é um esquema que gera taxas de respostas moderadamente altas. Segundo Catania (1999) o reforço contínuo (CRF) é uma exceção à regra. Raramente os organismos são postos em situações em que todas as suas repostas dentro de uma classe operante serão reforçadas. 
Enquanto que no reforço intermitente, a resposta só é reforçado após a ocorrência de uma quantidade de respostas ou uma passagem temporal (Moreira & Medeiros, 2007). Quando o reforçamento depende do número de respostas dizemos que o esquema de reforçamento é de razão. Os esquemas de razão podem ser de dois tipos: de razão fixa ou de razão variável. O esquema de razão fixa (FR) o número de respostas exigidas para o reforçamento é sempre a mesma, é fixa, por exemplo, 15 pressões à barra. Em esquema de razão variável (VR) o número de respostas exigidas varia de um reforçamento para outro.
Os esquemas de reforçamento que dependem da passagem do tempo, que podem ser: de intervalo fixo, intervalo variável e tempo fixo. No esquema de intervalo fixo (FI) a primeira resposta emitida após a passagem de um intervalo fixo, por exemplo, 15 segundos, é reforçada. No intervalo variável (VI) a primeira resposta após a passagem de um intervalo variável de tempo é reforçada, neste caso usa-se a média do intervalo, por exemplo, o intervalo poderia ter média de 10 segundos. Em esquema de tempo fixo (FT), o reforçador é liberado após a passagem de um tempo fixo, por exemplo, 5 segundos, mesmo que nenhuma resposta tenha sido emitida (Catania, 1999).
	Se a suposição é de que o reforço aumenta a frequência da resposta, há a necessidade de que se realize a medida da resposta também na ausência de produção da consequência reforçadora. Esse procedimento é denominado extinção e consiste em suspender o reforçamento. No processo de extinção, observamos um enfraquecimento gradual da resposta operante, podendo-se dizer que essa resposta tende a se tornar menos provável naquela ocasião enquanto outras respostas não reforçadas tendem a surgir ou ressurgir, aumentando-se a variabilidade comportamental, esse aumento da variabilidade comportamental é um dos subprodutos da extinção, outro subproduto é o surgimento de respostas emocionais. Como resultado da extinção, é observado que o responder retorna aos seus níveis anteriores ao reforço (Catania, 1999). 
A descoberta do Comportamento Operante foi fruto de uma experiência que incluía um rato e uma caixa experimental, em que, para conseguir alimento, o rato teria que pressionar uma barra. A resposta de pressão não existia no repertório do sujeito antes da exposição ao procedimento, a ocorrência da resposta de pressão à barra se deu pelo treino discriminativo do clique do comedouro e pela modelagem da resposta de pressão a barra, ou seja, foi ensinado para o rato que em uma determinada situação haveria uma determinada consequência para a referida ação (Moreira & Medeiros, 2007).
 O objetivo desse trabalho foi replicar os experimentos de Skinner relativos ao comportamento operante, buscando comprovar se consequências podem alterar a probabilidade de ocorrência de um comportamento. Para isso, um rato privado de água foi usado como sujeito, para estabelecimento, fortalecimento e enfraquecimento da resposta de pressão à barra, usando-se água como reforçador.
Método
Sujeito
 O sujeito experimental utilizado nas práticas de laboratório foi um rato albino macho, da espécie Rattus norvegicus, da linhagem Wistar, animais que possuem um ótimo sistema auditivo e grande sensibilidade à luz. O sujeito experimental possuía por volta de dois meses de idade no início do estudo e era ingênuo no que concerne à história experimental. O sujeito era proveniente do Biotério do instituto Evandro Chagas. O sujeito possuía alimento disponível integralmente (“ad libitum”), sendo privado de água por 24 horas, com fornecimento de 40 minutos por dia. Essa privação experimental era importante para que a água funcionasse como reforçador. O sujeito permanecia em um ambiente especial denominado biotério (exceto quando ele era transportado para o laboratório para a realização dos exercícios), sendo que o mesmo ficava alojado em uma gaiola-viveiro com mais dois ratos. 
Equipamento e Material
 O equipamento utilizado no laboratório (Caixa de Skinner, CS 2000, da Insight Equipamentos) era composto por duas estruturas, a câmara e o painel de controle, ambos ligados por cabos elétricos que efetivam a comunicação, alguns componentes do painel dependiam de energia elétrica para funcionar, por isso a caixa de Skinner era conectada a uma tomada elétrica. A câmara tem sua estrutura lateral e traseira em alumínio na cor cinza fosco, com instruções em azul. A câmara experimental media 26 cm de comprimento x 21 cm de altura x 21 cm de largura. Porta e teto em acrílico transparente, sendo o fechamento da porta com trava magnética. Piso composto por 18 barras cilíndricas de aço inoxidável, dispostas paralelamente formando a grade, cada barra cilíndrica dista aproximadamente 1,5 cm uma da outra. Existia uma barra situada a cerca de 6 cm do assoalho da caixa, em uma situação de repouso a barra situasse paralelamente ao chão. As respostas de pressão à barra emitida pelo rato produziam, como consequência, alterações ambientais (deslocamento da barra, ruído sonoro gerado pelo acionamento do micro interruptor, e acionamento do bebedouro). O mecanismo do bebedouro era localizado na parte externa da caixa, com dispositivo para acionamento de um interruptor que conduzia a gota de água. A concha ficava acessível de dentro da caixa operante no inferior da lateral direita, na altura do piso. Havia um orifício para liberação da estimulação sonora evidro transparente que permitia a estimulação luminosa. 
 O painel de controle media aproximadamente 14 cm x 30 cm x 21 cm, em alumínio na cor cinza fosco, instruções em azul e indicadores de acionamento em luz vermelha. Possuía controles de estímulos luminosos, sonoros e do bebedouro. A luminosidade tinha cinco níveis de intensidade, com indicador luminoso vermelho e botões na cor preta, separados e com acionamento por pressão. O controle de estímulos sonoros era realizado de forma automática ou manual, contínua ou modulada, através de interruptores para seu acionamento, e possuía ainda um botão na cor preta para liberação de reforço. O bebedouro era controlado por dois interruptores, com a função liga/desliga e o outro de liberação de água para manual/automático. A parte digital do painel contava com cronometro e botões de iniciar/parar, reset e contador de eventos (respostas de pressão ou liberação manual de reforço).
Os materiais utilizados foram a folha de registro, caneta esferográfica. Um relógio foi usado para marcar os horários de início e final de cada sessão, e um celular para filmar as sessões. 
Figura 1. Caixa experimental.
Ambiente Experimental
As aulas práticas da disciplina de Behaviorismo do curso de Psicologia ocorriam no laboratório do Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento (NTPC) da Universidade Federal do Pará (UFPA). O laboratório media 5,06 m de largura por 3,68 m de profundidade. A porta de madeira dava único acesso ao laboratório e estava localizada na lateral-direita de quem entra. A sala possuía duas mesas, uma na parede lateral e outra na parede frontal a porta. Nessa ultima parede, existia um vão de acesso a um corredor para outros compartimentos desse laboratório. O laboratório possuía também um armário de alvenaria, próximo à porta, localizado na parede frontal as mesas laterais. Haviam cadeiras espalhadas pela sala, algumas próximas as mesas outras na frente do armário. A iluminação era feita por duas lâmpadas extremo laterais com intensidades diferentes. As mesas eram divididas em cinco gabinetes, cada um com uma caixa de condicionamento, de modo que vários grupos podiam executar a coleta de dados simultaneamente.
O local contava também com o Biotério de Ratos, uma sala menor que era utilizada para armazenar os sujeitos experimentais em estantes de gaiolas-viveiro e uma mesa com balança utilizada para pesar os sujeitos. Haviam no biotério uma sala menor destinada à higienização, das gaiolas-viveiro, das caixas de transportes.
Rotina do Laboratório
Diariamente, os sujeitos eram retirados pela equipe docente da gaiola-viveiro e levados na caixa de transporte para a sessão experimental no laboratório. O equipamento era higienizado com álcool e algodão antes da sessão e o equipamento era testado. Após colocar o sujeito na câmara experimental, iniciava-se o cronometro dando-se início à sessão; um experimentador era responsável por observar e anotar na folha de registro os comportamentos emitidos pelo sujeito outro era responsável pela contagem do tempo, e um terceiro, por filmar a sessão. Ao final da sessão, os experimentadores faziam a devida higienização da câmara e o sujeito era colocado novamente na caixa de transporte e levado de volta ao biotério. 
Procedimentos Específicos
Medida Do Nível Operante (NO)
O primeiro exercício de laboratório com o sujeito experimental rato foi realizado com o objetivo de medir o nível operante dos comportamentos do mesmo, principalmente o nível de respostas de pressão à barra (RPB) dentro da câmara experimental antes de começar os exercícios no qual haverá a introdução do estímulo reforçador, que no caso é a água. A medição do nível operante dessas respostas é importante para que se possa fazer a comparação na frequência desses comportamentos antes e depois da liberação do estímulo reforçador. Visando alcançar esse objetivo o rato foi inserido na câmara experimental, com a chave geral da câmara ligada a chave geral de liberação de reforço desligada e a outra chave de liberação de reforço no modo automático, para que se pudesse registrar as possíveis RPB, mas sem que houvesse liberação do reforço. Também colocou-se a cuba de água cheia em seu lugar. Determinou-se previamente que o rato permaneceria na câmara experimental por 20 minutos.
Após o sujeito ser inserido na câmara experimental ligou-se o cronômetro, passando-se assim a observar o rato e anotar na Folha de Registro todas as respostas emitidas. Na Folha de Registro (ver nos anexos desse relatório). Havia três colunas com 20 linhas sendo que em cada linha devia-se anotar todas as respostas emitidas pelo sujeito a cada minuto. Assim, a primeira coluna refere-se aos minutos e está enumerada de 1 a 20, a segunda coluna diz respeito às RPB, que deviam ser registradas a cada minuto, separadamente das outras respostas. Na terceira coluna, foram registradas as ocorrências de todos os outros comportamentos emitidos pelo sujeito, também a cada minuto. Utilizou-se siglas para anotar a frequência de cada classe de respostas (ver nos anexos as definições de cada classe). 
Treino ao Bebedouro
O objetivo dessa fase foi fazer com que o clique de acionamento do bebedouro adquirisse função discriminativa para a reposta de ir ao bebedouro, ou seja, fazer com que o clique, ao ser pareado com água, passasse a funcionar como reforço condicionado, usado no procedimento de modelagem.
Para isso, inseriu-se o sujeito na Caixa de Skinner, com uma gota de água disponível no bebedouro. Assim que ele encontrou a primeira gota de água já disponível, uma nova gota foi liberada manualmente, com o sujeito bem próximo ao bebedouro, medindo-se o tempo de reação (TR) entre a liberação da água e seu encontro pelo sujeito. Diversas liberações de água foram realizadas com o rato próximo ao bebedouro. Quando o rato apresentou de 15 a 20 TR’s de, no máximo, 1 seg, passamos a liberar a água com o sujeito um pouco afastado do bebedouro. O critério para encerrar a sessão, eram cinco TR’s iguais ou abaixo de 3 seg, nesta condição de liberação de água com o rato longe do bebedouro.
Nessa fase também foram registradas outras classes de resposta, da mesma forma que ocorreu na medida de Nível Operante.
Modelagem da Resposta de Pressão à Barra
A sessão de Modelagem foi realizada visando-se ensinar ao rato a resposta de pressionar a barra (RPB), sendo importante ressaltar que antes do início desse procedimento a frequência de tal comportamento por parte do sujeito mostrava-se muito baixa. Dessa forma, o objetivo da sessão de Modelagem foi instalar no repertório comportamental do rato as Respostas de Pressionar a Barra, de maneira a aumentar a probabilidade desse comportamento ser emitido sempre que o sujeito se encontrar dentro da câmara experimental.
Tendo isso em vista, o procedimento de modelagem consistiu em reforçar imediatamente com água as topografias de respostas mais próximas à uma RPB, até o sujeito emitir de fato essa resposta. Antes de começar o procedimento, foi estabelecido o critério de que cada resposta intermediária à RPB seria reforçada entre 3 e 5 vezes, dependendo de como o sujeito se comportasse, sendo que após se começar a reforçar uma determinada topografia de reposta, a topografia anterior deveria deixar de receber reforço. A chave do bebedouro foi colocada na posição automática, para que toda vez que o rato pressionasse a barra, a resposta fosse seguida de reforçado.
O critério de encerramento de fase exigia que o rato pressionasse a barra por cinco vezes. Durante esse procedimento anotou-se em uma folha de registros as respostas que estavam sendo reforçadas, o instante que cada uma delas recebeu esse reforçamento e o número de reforços recebidos por cada uma dessas repostas. 
Reforçamento Contínuo da Resposta de Pressão à Barra
O reforço contínuo de pressão à barra tem como efeito imediato o fortalecimento de respostas de pressão à barra, e por consequência mantê-la em alta frequência no repertório comportamental do sujeito. Toda resposta de pressão à barra queera emitida pelo sujeito era reforçada pela apresentação imediata de uma gota de água, e nenhuma gota era liberada na ausência da resposta de pressão a barra. 
Imediatamente após o critério de modelagem ter sido alcançado, foi colocado a chave de comando da caixa de controle na posição automático durante toda a duração desta prática, para garantir o reforçamento automático e imediato de cada resposta de pressão à barra. Foi anotada a frequência das mesmas classes de respostas registradas durante o Nível Operante, minuto a minuto.
O critério pré-estabelecido para o encerramento da sessão era a passagem de 20 minutos, contados a partir do início do CRF, ou 10 minutos sem resposta de pressão a barra emitida pelo sujeito, o que ocorresse primeiro. 
Extinção da Resposta de Pressão à Barra
As sessões de extinção da resposta de pressão à barra foram realizadas com o objetivo de observar o que ocorreria com a frequência de RPB quando tal resposta deixasse de produzir reforçamento, ou seja, buscou-se visualizar o que aconteceria com a frequência dessa resposta quando as experimentadoras suspendessem a liberação do reforço que possibilitou que a resposta de pressão à barra fosse modelada e aumentasse em frequência.
Para tanto, realizou-se três sessões de extinção da RPB. Na primeira sessão, colocou-se uma chave de controle do bebedouro na posição automática e a chave de liberação do reforço na posição ligado, para que o sujeito obtivesse 15 reforços ainda em reforçamento contínuo, antes de se iniciar de fato o procedimento de extinção. Após atingir-se tal critério iniciou-se o procedimento, colocando-se a chave de controle de reforço na posição desligado, de maneira que o rato deixou de obter reforçamento após pressionar a barra, mas ainda assim as ocorrências de RPB fossem registradas no contador de eventos.
Na segunda e na terceira sessão, o procedimento foi iniciado com a chave de liberação do reforço na posição desligado, de maneira que o sujeito não obtinha nenhuma gota de água durante tais sessões. No entanto, ainda manteve-se a outra chave na posição automática, como na primeira sessão. É importante frisar que a cuba de água foi colocada cheia no devido local em todas as sessões, mantendo-se as mesmas condições das fases anteriores, com exceção da disponibilização ou não de água para a RPB.
O critério para o encerramento de cada sessão exigia que se decorresse vinte minutos ou que o sujeito passasse 10 minutos sem pressionar a barra, de modo que o que ocorresse primeiro seria o preceito a ser adotado. Já o critério para o encerramento da fase era que se realizassem as três sessões já mencionadas. 
Durante o procedimento, em cada sessão, anotou-se na folha de registros a quantidade de RPB e de respostas de contato com a barra, ao final de cada minuto, além do registro de todos os demais comportamentos do sujeito. 
Resultados e Discussão
Medida do Nível Operante
Na figura abaixo estão representadas as taxas das respostas emitidas por L11. Durante a sessão. Na medida de nível operante, as respostas mais emitidas pelo sujeito foram, respectivamente, “farejar”, “andar”, o que configura um alto nível de atividades exploratórias. Enquanto que a resposta de defecar, roer, contato com o bebedouro (RCBe), a reposta de contato com a barra (RCB) ocorreram em baixa frequência, sendo a menor taxa a de defecar, como pode ser visto na Figura 1. O sujeito apresentou apenas uma resposta de Pressão a Barra (RPB) durante esta fase do experimento. Ao final da sessão, faltando aproximadamente 5 minutos para o término, a taxa de andar reduziu e a de ficar parado aumentou.
Figura 2. Taxas das classes de resposta emitidas pelo sujeito durante 20 minutos na sessão de Nível Operante. F=farejar; RCB=resposta de contato com a barra; RCBe=resposta de contato com o bebedouro; RPB= resposta de pressão à barra; L=limpeza; A= andar; E=erguer-se; P=parar; C=coçar; M= micção; Df=defecar; R=roer; D=deitar.
Treino ao Bebedouro
Uma sessão de 09 min e 57 seg foi aplicada para que o controle discriminativo do clique fosse estabelecido. Trinta e cinco tentativas de liberação de reforço foram realizadas. A Figura 3 mostra o tempo de reação (TR) do sujeito por minuto em cada. Nota-se que, nas primeiras tentativas, o tempo de reação do sujeito era muito baixo, porque inicialmente as experimentadoras adotaram o critério de apenas esperar o rato levantar a cabeça após tomar uma gota de água para liberar a gota seguinte e que para mudar para a próxima fase que seria esperar o rato se afastar mais do bebedouro para então liberar o reforço, a partir da décima quinta tentativa com o TR de 1 s. Porém, entre a vigésima e a vigésima segunda tentativa, o TR elevou-se bastante, o que fez com que as experimentadoras adicionassem mais cinco tentativas de acordo com o primeiro critério, de esperar apenas o rato levantar a cabeça para acionar o bebedouro novamente. 
Esse retorno ao primeiro critério fez com que o TR voltasse a ser baixo, o que pode ser observado entre a vigésima terceira e a vigésima oitava tentativa. Ao se adotar novamente o segundo critério, o TR voltou a ser maior. Entretanto, o TR elevou-se muito, e as experimentadoras supuseram que poderia ter sido consequência da saciação e que a água já não estivesse mais funcionando como um reforço poderoso, como havia sido no início da sessão, o que pode ter feito com que suas respostas de ir até o bebedouro após ouvir o som do acionamento fossem mais demoradas. Apesar disso, ambos os critérios estabelecidos foram atingidos.
Figura 3. Tempos de reação (TR) em segundos em cada tentativa da sessão de Treino ao Bebedouro. 
A Figura 4 mostra as taxas das classes de respostas emitidas pelo sujeito. As repostas mais emitidas foram a de farejar (F) e a de contato com o bebedouro (RCBe). As respostas de contato com a barra (RCB) de se erguer (E) de limpeza (L) e de parar (P) foram relativamente mais baixas e a de andar (A) foi um pouco mais alta que essas últimas, mas bem mais baixas que as primeiras. Nota-se que, comparativamente ao que foi observado na sessão de medição do Nível Operante (NO), a variabilidade comportamental foi bem menor na sessão de Treino ao Bebedouro, e isso pode ser explicado pelo fato de que na primeira o rato ainda não havia sido colocado nenhuma vez na câmara experimental e não havia água disponível, o que fez com que ele emitisse mais comportamentos exploratórios como roer, andar e farejar. Já no Treino ao Bebedouro, a câmara já não era tão estranha para o sujeito. Além disso, os experimentadores estavam acionando o bebedouro e, assim, o sujeito tinha acesso ao reforço. Dessa forma, o rato emitiu muitas respostas de beber água. 
Figura 4. Taxas das classes de resposta emitidas pelo sujeito durante a sessão de Treino ao Bebedouro. F=farejar; RCBe=resposta de contato com o bebedouro; RCB=resposta de contato com a barra; A= andar; E=erguer-se; L=limpeza; P=parar; 
Desse modo, como pode se observar nas figuras acima, na Medida do NO a resposta mais emitida foi a de farejar enquanto que durante o Treino ao Bebedouro a resposta de contato com o bebedouro (RCBe) foi a mais frequente. Também deve-se destacar que essas mesmas variáveis podem explicar o decréscimo nas taxas de repostas de andar, erguer-se e limpar-se da sessão de medição do NO para a sessão de Treino ao Bebedouro. Já as respostas de contato com a barra também foram menos frequentes na segunda sessão, mas sua taxa não baixou tanto, provavelmente em virtude de a barra ficar próxima ao bebedouro.
A alta taxa de respostas de contato ao bebedouro mostradas na Figura 4 e o alcance do critério de tempo de reação visualizado na Figura 3 mostram que o objetivo da sessão de Treino ao Bebedouro foi atingido.
Modelagem da Resposta de Pressão à Barra
Apenas uma sessão foi necessária para critério, sendo que a mesma teve a duração de 8 minutos. A primeira resposta reforçada foi a de aproximar-se da barra, em seguida, reforçou-se o comportamento de tocar a barra. Após isso, a resposta reforçada foi quando osujeito erguia-se e tocava a barra. A última resposta emitida pelo sujeito que recebeu reforçamento foi a RPB, que consistia no objetivo do procedimento. A tabela a seguir apresenta a sequência de classes de respostas reforçadas durante a aplicação do procedimento, o número de reforços para cada classe e o instante de reforçamento.
Ao final do procedimento, o objetivo da sessão foi alcançado e que uma nova classe de respostas (a RPB) foi ensinada ao rato, por meio da aplicação sucessiva do procedimento de reforçamento diferencial.
Tabela 1. Instante de reforço, tempo gasto e número de reforços para cada classe de respostas reforçada no procedimento de modelagem da resposta de pressão à barra.
	Classe de Respostas reforçada
	Instante em que a resposta foi reforçada
	Número total de reforços para a classe
	Tempo gasto Reforçando a classe
	Aproximar-se da Barra
	27 s, 37 s, 50 s, 1 min 17 s
	4
	50 s
	Tocar a barra
	1 min 50 s, 2 min 43 s, 2 min 44 s, 3 min 07 s, 3 min 34 s, 3 min 54 s
	6
	2 min 04 s
	Toque erguido à barra
	4 min 06 s, 4 min 21 s, 4 min 46 s, 4 min 56 s
	4
	50 s
	Respostas de Pressão a Barra (RPB)
	5 min 20 s, 5 min 21 s, 5 min 30s, 6 min 07 s, 6 min 08 s
	5
	48 s
Reforçamento Contínuo da Resposta de Pressão à Barra
Foram realizadas três sessões de CRF. A primeira durou 17 minutos e a taxa de RPB’s emitidas pelo sujeito foi 0,2. Já a segunda sessão teve a duração de 20 minutos, sendo que sua taxa foi 4,8, enquanto que a terceira e última sessão demorou 20 minutos, e o sujeito apresentou uma taxa de RPB’s igual a 3,4.
Figura 5. Frequência acumulada de RPB's por minuto para cada sessão de Reforçamento Contínuo (CRF).
Na figura 5 é possível perceber que houve um grande aumento na frequência de RPB’s da primeira sessão para a outra, o que demonstra que o procedimento já havia proporcionado o fortalecimento de tal comportamento. O rato emitiu mais RPB’s na segunda e na terceira sessão comparativamente à primeira. Isso pode ter ocorrido de a primeira sessão ter sido realizada logo após a modelagem, na qual foram liberados alguns reforços, enquanto que as últimas começaram com o sujeito ainda bastante privado de água. O aumento na frequência de RPB’s da primeira para a segunda sessão e a manutenção de uma frequência ainda alta na terceira sessão demonstram o efeito da contingência no repertório do sujeito. As experimentadoras também observaram que o rato emitiu muitas respostas no início das sessões. O fato de ele ter se saciado e parado de responder de maneira tão frequente nos minutos finais da sessão, bem como também de ele não ficar submetido a um esquema de privação muito severo podem ajudar a entender a leve queda na frequência de RPB’s registrada da segunda para a terceira sessão.
Figura 6. Taxa de RPB's em intervalos de 10 minutos para cada sessão de Reforçamento Contínuo (CRF).
A Figura 6 indica, de maneira evidente, que o sujeito pressiona a barra mais frequentemente nos primeiros minutos da sessão, quando a função reforçadora da água exerce maior magnitude em função do tempo de privação.
 
Figura 7. Taxa de RPB's nas sessões de Nível Operante (NO) e Reforçamento Contínuo (CRF).
A Figura 7 mostra as taxas de RPB’s na fase de Nível Operante e em cada uma das sessões de CRF. Pode-se observar na figura acima que, comparativamente ao que foi notado nas fases anteriores, a taxa de RPB’s elevou-se significativamente na fase em questão. É possível perceber que na sessão de medida de nível operante essa taxa é extremamente baixa, a frequência dessa resposta muito próxima a zero. É a partir do procedimento de CRF, quando o sujeito já havia aprendido a emitir essa resposta através da modelagem, que sua frequência aumenta substancialmente, especialmente a partir da segunda sessão, quando a água estava funcionando como um reforçador de alta magnitude desde seu início. 
	
Figura 8. Taxa (respostas/minuto) das classes de respostas observadas em cada sessão de Reforçamento Contínuo (CRF). RPB= resposta de pressão à barra; RCBe=resposta de contato com o bebedouro; RCB=resposta de contato com a barra; F= farejar; E=erguer-se; L=limpeza; A= andar; D=deitar; P=parar; C=coçar. 
Na Figura 8, é possível identificar a taxa dos outros comportamentos emitidos pelo rato nas sessões de CRF. Em comparação às demais fases já realizadas, vê-se que em NO as respostas mais frequentes foram os comportamentos exploratórios, no Treino ao Bebedouro a RCBe aparece como a mais que mais se repete. Já no CRF, especialmente a partir da segunda sessão, quando o sujeito já havia aprendido em função da contingência entre a resposta de pressão (RPB) e a liberação de água, a RPB aparece como a resposta mais frequente, enquanto comportamentos como andar e erguer-se têm uma taxa relativamente baixa. Esse aumento na frequência de RPB’s comparativamente às demais fases e a elevação em sua taxa da primeira para a segunda sessão de CRF e sua relativa manutenção na terceira sessão mostram que o procedimento de reforçamento contínuo fortaleceu a RPB, de modo que o objetivo da fase foi alcançado.
Extinção da Resposta de Pressão à Barra
O procedimento de extinção da RPB foi realizado em três sessões. A primeira durou 14 minutos e nela o rato emitiu pressionou a barra 30 vezes. Já a segunda sessão teve a duração de 18 minuto e nela o sujeito emitiu 31 RPB’s, enquanto que a terceira e última sessão durou apenas 13 minutos, sendo que na mesma houve somente 17 resposta de pressão à barra emitidas. 
A frequência de RPB’s de cada sessão pode ser observada na figura 9, abaixo. Do mesmo modo, elas também apresentam a frequência de RCB’s acumuladas pelo rato. É interessante notar que nas primeiras sessões, no início do procedimento, a frequência das RPB’s foi alta, mas não houve jorro de respostas, o que demonstra uma resistência à extinção não muito forte. É possível notar ainda que essa frequência foi mais alta na segunda sessão do que na primeira, o que demonstra a resistência à extinção, em função da recuperação espontânea. Na última sessão, a frequência total de respostas caiu para 17. Vê-se que, mesmo nos primeiros minutos, a frequência de RPB’s na última sessão cai quase pela metade, comparativamente às duas primeiras, o que mostra que o processo de enfraquecimento da resposta estava ocorrendo. No que concerne à RCB, nota-se que ela continuou ocorrendo mesmo nos minutos finais das sessões. Vale ressaltar que essa resposta não era muito frequente nas fases anteriores e, desse modo, pode-se dizer que sua maior ocorrência caracteriza a variabilidade comportamental observada usualmente no procedimento de extinção. Assim, como ocorreu com a RPB, a frequência de RCB também foi mais alta na segunda sessão, sendo que seu valor na terceira sessão foi igual a 11, mesmo valor da primeira.
		
Figura 9. Frequência acumulada de RPB´S e RCB's em cada sessão de extinção
Na figura 10 pode-se observar as taxas de RPB’s nas sessões de extinção e nas fases anteriores. Nota-se que em nível operante a taxa desse comportamento é quase nula, enquanto que nas sessões de reforçamento contínuo, que se seguiu a fase de modelagem, houve o fortalecimento da resposta de pressão à barra. Já na fase de extinção, nota-se que houve um enfraquecimento da RPB. É Possível perceber que não houve um decréscimo da taxa de RPB da segunda para a terceira sessão de extinção, o que pode estar relacionado à questões como o período de privação de água, por exemplo, já que a terceira sessão foi realizada após um final de semana, quando houve uma pequena variabilidade no tempo de privação. Entretanto, vê-se que houve o enfraquecimento da resposta na fase de extinção, comparativamente às sessões de CRF.
Figura 10. Taxa de RPB´s nas sessões de Nível Operante (NO), Reforçamento Continuo (CRF) e de Extinção (E).
A figura 11 mostra que em todas as sessões o rato só emitiu RPB’s nos minutos iniciais, sendo que na metade de cada sessão o sujeito já não pressionoumais a barra. É interessante notar a diferença na taxa de RPB’s de uma sessão para a outra. Percebe-se que o valor do primeiro intervalo na terceira sessão é quase a metade do valor da primeira, o que demonstra que o enfraquecimento da resposta quando ocorreu a suspensão da contingência.
Figura 11. Taxa de RPB's em intervalos de 10 minutos para cada sessão de Extinção da RPB.
A figura 12 apresenta as taxas de todos os comportamentos observados nas sessões de extinção da RPB. É possível observar que, com a suspensão do reforço, o sujeito começou a emitir respostas emocionais, como morder a barra, lamber a parede da caixa experimental e morder o próprio corpo. Nota-se que nas fases anteriores essas repostas não eram apresentadas e que começaram a ocorrer exatamente quando se iniciou o procedimento de extinção.
 Nas duas primeiras sessões de Extinção da RPB, as respostas exploratórias de farejar, andar pela caixa experimental, limpar-se, erguer-se foram mais elevadas que na última sessão. Observa-se que a variabilidade comportamental do sujeito se elevou nas sessões de extinção da RPB, como indicado na literatura. Nesse sentido, as próprias respostas emocionais, que não haviam sido emitidas nas sessões anteriores e o aumento na frequência de resposta de contato com a barra em relação às fases anteriores, evidenciam tal questão. 
Figura 12. Taxa (respostas/minuto) das classes de respostas observadas em cada sessão de Extinção da resposta de pressão à barra. RPB= resposta de pressão à barra; RCB=resposta de contato com a barra; RCBe= resposta de contato com o bebedouro; F= farejar; A= andar; L= limpeza; C= coçar; E= erguer-se; Mo= morder; D= deitar; P= parar; La=lamber; Mb= Morder a barra; MDS=morder-se.
 O fato de o sujeito parar de pressionar a barra nos primeiros intervalos das sessões, o surgimento de respostas emocionais, o aumento na variabilidade comportamental quando se aplicou o procedimento, bem como enfraquecimento da RPB nas sessões de extinção, comparativamente às sessões de CRF, mostram que o objetivo da fase foi alcançado, ou seja, que o enfraquecimento da resposta estava ocorrendo.
Referências
Bentes, M. C. (2002). Análise do comportamento: behaviorismo radical, análise experimental do comportamento e análise aplicada do comportamento. Interação em Psicologia, 6(1), p. 13-18.
Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: Comportamento, Linguagem e Cognição. Porto Alegre: Artmed
Millenson, J. R. (1967). Princípios de Análise do Comportamento. Brasília: Thesaurus
Moreira, M. B. & Medeiros, C. A. (2007). Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed.
Skinner, B. F. (2003). Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins Fontes. (Publicado originalmente em 1953) 
Skinner, B. F. (1981). Seleção por consequências. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, IX, nº1, 129-137.
Do Vale, A. M. O. (2015). A Natureza do Comportamento e suas explicações. 
Anexos
Tabela 2. Descrição das Classes de Respostas observadas no experimento.
	Classes de respostas
	Descrição
	RPB
	Resposta de pressionar a barra - emitir o comportamento de colocar uma das patas, ou as duas, apoiada(as) sobre a barra e movimentar para baixo, ou seja,  pressionando a barra. Quando pressionada a barra emite um som de "click".
	RCB
	Resposta de contato a barra - emitir o comportamento de apoiar levemente sobre a barra sem se apoiar efetivamente sobre ela, farejar e lamber a barra também são considerados nessa classe, nesses casos  não sendo completo o movimento de pressão, o som do "click" não se efetua.
	RCBe
	Contato com o bebedouro - se dirigir ao bebedouro colocando o nariz e boca dentro do recipiente, tanto para farejar, lamber quanto para beber água.  
	P
	Ficar parado - emitir o comportamento de permanecer estático sobre as quatro ou duas patas.
	A
	Andar - emitir o comportamento de deslocamento pela área da caixa experimental.
	D
	Deitar - comportamento na qual o sujeito debruça seu corpo sobre o chão da caixa experimental.
	E
	Ergue-se sobre as patas traseiras - comportamento na qual o sujeito inclina seu corpo de forma ereta apoiando-se sobre as duas patas traseiras.
	C
	Coçar-se – comportamento, na qual, o sujeito fricciona ou esfrega (a pele) utilizando as patas.
	L
	Resposta de limpeza – comportamento, na qual, o sujeito passa as patas repetidas vezes na face, após ingerir água.
	M
	Micção - emitir o comportamento de despejo de excrementos líquidos.
	Df
	Defecação - emitir o comportamento de despejo de excrementos sólidos.
	F
	Farejar – Aproximar o focinho do chão ou parede enrugando e movimentando as vibrissas.
	Mo
	Morder – o sujeito emite o comportamento de passar os dentes pela área da caixa experimental.
	R
MDS
La
Mb
	Roer – o sujeito utiliza os dentes, friccionando-os sobre a superfície do aparelho.
Morder – o sujeito emite o comportamento de passar os dentes em si.
 
Lamber– o sujeito emite o comportamento de passar a língua sobre a barra ou pelas paredes da caixa experimental.
Morder a Barra–emitir o comportamento de passar os dentes na barra.
Registro de Nível Operante
Registro de Treino ao Bebedouro
Registro de Modelagem 
Registro de CRF 1
Registro de CRF2
Registro de CRF3
Registro de Extinção 1
Registro de Extinção 2
Registro de Extinção 3

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