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Administração ESTRATÉGICA Marcelo B. de Oliveira Aulas expositivas Estudo e debates sobre vídeos e textos, abordando os tópicos estudados. Exercícios em sala de aula, trabalhos de pesquisa e de campo valendo nota. Avaliações – AV1 e AV2 Objetivo Geral da disciplina: Identificar e interpretar as mudanças organizacionais compreendendo a necessidade e a complexidade da administração estratégica. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: - Conhecer os Conceitos Básicos da Administração Estratégica; - Estudar Cenários e Análise do Ambiente; - Formular Estratégias Organizacionais, de Negócios e Funcionais; - Aplicar os Instrumentos da Administração Estratégica; - Selecionar Critérios de Monitoramento e Revisão Permanente do Processo de Administração Estratégica; - Correlacionar Administração Estratégica e a Responsabilidade Social nos Negócios; - Desenvolver um Plano Estratégico. PERGUNTAS PARA DEBATE?: - Para você o que é estratégia? - Quando pensa em estratégia de quem ou qual figura você lembra? - Qual o motivo que faz você lembrar dessa pessoa ao pensar em estratégia? Infelizmente, ainda há líderes organizacionais que aplicam, frequentemente, em seu cotidiano de trabalho apenas estratégias que já funcionaram no passado. Outros simplesmente sustentam seu dia a dia evitando aquilo que não deu certo. Para esses dirigentes, as experiências adquiridas servem para delinear tanto o presente quanto o futuro. Com a dinâmica do mundo externo, do ponto de vista estratégico, o que já passou pouco ou nada contribui para o que pode acontecer no futuro. Da estratégia militar à estratégia empresarial O tema estratégia remonta à área militar. Afinal, desde a Antiguidade, a guerra foi a primeira fonte de inspiração dos estrategistas. Os generais vitoriosos ficaram com essa marca como diferencial de sua atuação. Há quem diga que essa palavra foi utilizada pela primeira vez na Grécia Antiga com o seguinte significado: ESTRATÉGIA = ARTE DO GERAL Ao invés de ficarem à frente da batalha – como era de costume –, os comandantes começaram a se afastar do campo de guerra para ter uma visão do conjunto de batalhas. Dessa forma, eles poderiam orientar as ações, a fim de conquistar vitórias. No decorrer do tempo, vem a compreensão e as definições de estratégias voltadas para o mundo dos negócios. Em outras palavras, todo esse conhecimento advindo da era militar se constituiria como fator relevante para o sucesso das organizações nos dias de hoje. Reflexões de Sun Tzu Vamos conhecer, a partir de agora, as reflexões de generais que ficaram famosos por suas contribuições à aplicação da estratégia no meio militar. General chinês Sun Tzu. Há aproximadamente 2.500 anos AC, esse chefe militar escreveu o famoso livro A arte da guerra, cujo conteúdo trata dos seguintes assuntos: • Preparação de planos; • Guerra efetiva; • Manobras e variações táticas; • Exército em marcha; • Terreno de guerra; • Pontos fortes e fracos do inimigo; • Organização dos exércitos. LIVRO A ARTE DA GERRA Para Sun Tzu, poderíamos planejar uma guerra fazendo a análise ambiental de nossas próprias condições e das condições dos recursos do inimigo. Mas como isso era possível? De acordo com Sun Tzu, para realizar a análise ambiental do cenário de guerra, era necessário considerar alguns fatores, tais como: O caminho é o que faz com que as ideias do povo estejam de acordo com as de seus governantes. Sendo assim, as pessoas compartilham todas as consequências. O clima representa o dia e a noite, o frio e o calor, e a sucessão das estações. O terreno indica as condições de natureza, a localização, as dimensões e as chances de sobrevivência. O comando refere-se às virtudes do comandante. A doutrina diz respeito à organização eficiente, à existência de uma cadeia de comando rígida e a uma estrutura logística. Por fim, o general analisava os potenciais e recursos do inimigo em comparação aos seus, a partir dos seguintes questionamentos: • Que dirigente é mais sábio e capaz? • Que comandante possui o maior talento? • Que exército obtém vantagens de natureza e de terreno? • Em que exército se observam melhor as regulações e as instruções? • Quais são as tropas mais fortes? • Que exército tem oficiais e tropas mais bem treinadas? • Que exército administra recompensas e castigos de forma mais justa? Transição histórica do conceito de estratégia A adaptação da estratégia militar para os negócios das organizações começou após a Revolução Industrial, em meados do século XIX. Mas foi o século XX que ficou marcado como sua época de ouro: momento em que as empresas começaram a aplicar, efetivamente, os conceitos militares em seu ambiente corporativo. Vejamos como se deu essa transição histórica: Meio empresarial: luta pela competitividade Como vimos anteriormente, as definições de estratégia foram ganhando mais abrangência ao longo do tempo, deixando de ser algo muito específico da área militar para atingir os setores do governo e de negócios. Fundamentado nos conceitos militares sobre como vencer os inimigos. Avaliação das forças inimigas Avaliar os recursos do inimigo Disposição para lutar Fatores psicológicos da guerra Fatores acidentais Caráter situacional Com o término da 2ª guerra mundial os conceitos de estratégias militares foram incorporados aos métodos de gestão A DIFERENÇA!!!!!!! O cenário empresarial está ligado a busca de concretização de uma situação futura desejada, tendo em conta as oportunidades que o mercado oferece e os recursos disponíveis. A DIFERENÇA!!!!!!! A dinâmica dos cenários do mundo corporativo representa essa distinção: as guerras militares não acontecem rotineiramente, mas as guerras de negócios são travadas todos os dias. Buscam clientes e participações potenciais, a fim de que seus produtos não sejam substituídos pelos da concorrência. Por isso, as noções de estratégia NÃO separam a organização de seu ambiente de atuação. Essas, por sua vez, são inseridas nos diversos níveis da estrutura organizacional, traçando uma perspectiva para o futuro das empresas. A ideia central é mapear as futuras direções da organização a partir dos recursos que possui. Não basta um propósito ou uma boa disposição para concretizar uma situação futura desejada. É necessário elaborar planos, estabelecer políticas, definir caminhos a serem percorridos, efetivar ações para viabilizar esses objetivos. Visão Estratégica Visão operacional Direcionado para a ser melhor basta fazer o melhor. Interesse apenas dos sócios (lucro). Ênfase na Eficiência(Recursos) e Eficácia(Resultados). Direcionamento das ações administrativas para o ambiente interno. Repetição do que é feito pelo mercado Funcionários vistos como mais um recurso Fazer o que ninguém faz, ou fazer diferente de todo mundo. Interesse na manutenção e crescimento da empresa. Ênfase na efetividade, Visão competitiva Funcionários como colaboradores do negócio. Capital Humano como um dos diferenciais de negócio. Gestão por processos é aplicada. x CONCEITO DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL Estratégia empresarial é o conjunto dos grandes propósitos, dos objetivos, das metas, das políticas e dos planos para concretizar uma situação futura desejada, considerando as oportunidades oferecidas pelo ambiente e os recursos da organização. (FERNANDES, 2005) “Administração estratégica é definida como o processo contínuo e circular que visa manter a organização como um conjunto adequadamente integrado ao seu ambiente”. (CERTOS, 2010, p. 4) ESTRATÉGIA EMPRESARIAL E OS NÍVEIS ORGANIZACIONAIS As decisões táticas se dão normalmente no nível gerencial e geralmente constituemem decisões para operacionalizar as grandes decisões estratégicas tomadas pela direção. Impacto de médio prazo e extensão restrita a um conjunto de áreas ou setores da organização. Nível Tático O uso comum da palavra estratégia está associado às grandes decisões tomadas em uma organização. Nível Estratégico As decisões operacionais representam a materialização das decisões estratégicas e táticas. São decisões cotidianas e seu impacto, em teoria, reduz-se no curto prazo. Nível Operacional Na teoria essa distinção é clara, na aplicação os limites se confundem. Administração estratégica É definida como um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado com seu ambiente. Objetivo X Estratégia = Conceitos difíceis de serem distinguidos na prática. Estratégia como meio A palavra estratégia também pode ser entendida como um meio para se chegar a um fim. Um objetivo pode ser uma etapa para se atingir um segundo objetivo. E esse segundo objetivo pode ser uma ponte para alcançar um terceiro .... . Alguns consideram a Administração Estratégica como um administrar olhando para a estratégia, sem a obrigação de formalizar planos de ação. Nessa linha, a administração estratégica se aproximaria de um “pensamento estratégico” presente nas ações da empresa. O planejamento estratégico busca sistematizar o pensamento estratégico, formalizando processos e procedimentos para que a empresa saiba exatamente os caminhos a seguir. Administração Estratégica X Planejamento Estratégico Pode-se entender a administração estratégica como um processo mais amplo, que envolve planejar, executar e controlar. O planejamento, nessa concepção, refere-se unicamente ao primeiro processo, planejar. Formal e Deliberativo: Estratégia definida de cima para baixo, distante das operações da empresa e depois empurrada para os escalões hierárquicos inferiores para ser implantada. Estratégia um processo emergente ou um processo formal e deliberativo? Emergente: Estratégia concebida de forma emergente, como um processo evolutivo e incrementado ao longo do tempo. Nessa visão os objetivos finais não são claros e vão sendo desenvolvidos à medida que a estratégia vai sendo implementada. Processo mais participativo, procurando ouvir mais as partes envolvidas, porém corre risco de sair do foco. GRUPOS ENVOLVIDOS NA ESTRATÉGIA - Stakeholder (em português, parte interessada ou interveniente) - referente às partes interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa executadas pela empresa. - Os stakeholders são elementos essenciais ao planejamento estratégico de negócios. - De maneira mais ampla, compreende todos os envolvidos em um processo, que pode ser de caráter temporário (como um projeto) ou duradouro (como o negócio de uma empresa ou a missão de uma organização). - O sucesso de qualquer planejamento ou empreendimento depende da participação de suas partes interessadas e por isso é necessário assegurar que suas expectativas e necessidades sejam conhecidas e consideradas pelos gestores. - As expectativas envolvem satisfação de necessidades, compensação financeira e comportamento ético. Cada interveniente ou grupo de intervenientes representa um determinado tipo de interesse no processo. O envolvimento de todos os intervenientes não maximiza obrigatoriamente o processo, mas permite achar um equilíbrio de forças e minimizar riscos e impactos negativos na execução desse processo. GRUPOS ENVOLVIDOS NA ESTRATÉGIA - A determinação dos rumos estratégicos de uma organização resulta do equilíbrio entre os anseios das suas várias pessoas-chave. Ou poderíamos afirmar que são o resultado da média de desejos de cada um dos stakeholders, baseado no poder que cada um deles detém na organização. - O processo de delineamento da estratégia deve surgir de um processo interativo, com os diversos grupos da organização assumindo diferentes papéis. Isso provê uma base mais rica para enxergar novas alternativas à organização, além de minimizar a resistência da implantação. Grupo de Coordenação Coordena os trabalhos (metodologia e cronograma) Grupo de Modelagem Constrói o conteúdo do processo Diretoria Valida o encaminhamento e define a estratégia de implementação Grupo de Consulta Fornece expectativa e informações para o processo BENEFÍCIOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA - Pode levar os membros da organização a se comprometerem com a realização de metas organizacionais a longo prazo. - É menos provável que ela seja surpreendida por movimentos de mercado ou por ações de seus concorrentes que poderiam colocá-la em repentina desvantagem. - O Quadro a seguir apresenta benefícios adicionais, mas nenhum deles ocorrem automaticamente, são gradativos e com originários de aplicação efetiva. - Assumir o controle sobre o destino; - Enxergar as oportunidades - Transformar ameaças em oportunidades - Definir novos rumos para a organização - Introduzir a disciplina de pensar a longo prazo - Desenvolver um processo educacional e incentivar a interação e negociação - Mobilizar recursos para o objetivo comum - Promover a mudança - Vender ideias Mintzberg Mintzberg colocou a lógica do design no processo de elaboração das estratégias. Preparamos as ações antecipadamente e as desenvolvemos de forma consciente. Nesse caso, traçamos um plano antes de formularmos as ações pertinentes – uma espécie de linha de conduta que funciona como orientação para o ato pensado e consciente que se propaga nos diferentes níveis e áreas das empresas. Em outras palavras, esse plano representa um curso de ação para o alcance de objetivos predeterminados. De acordo com Mintzberg (1988): “A estratégia é uma força mediadora entre a organização e seu entorno: um padrão no processo de tomada de decisões organizacionais para fazer face ao meio em que a empresa está inserida”.. A Escola do design: a estratégia como um processo de concepção. Há um ajuste entre as forças e as fraquezas internas da empresa com as ameaças e oportunidades externas de seu ambiente; A Escola de Planejamento: a estratégia como um processo formal. A formalidade significa que o processo estratégico pode ser decomposto em passos distintos, delineados por listas de verificações e sustentado por técnicas de orçamento, programas e planos operacionais; A Escola de Posicionamento: a estratégia como um processo analítico. Nessa escola, a formulação da estratégia deve ser precedida de exame profundo da indústria e de uma minuciosa análise do ambiente externo e interno da empresa; ESCOLAS DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO SEGUNDO MINZBERG A Escola do Empreendedorismo: a estratégia como um processo visionário. Baseia o processo estratégico nos mistérios da intuição, é feita formulação da estratégia através de visões vagas ou perspectivas amplas, as quais são vistas por meio de metáforas. COMENTÁRIO: de fato, planejar ou raciocinar estrategicamente, é fazer planos, e o plano nada mais é que a intenção de conquistar determinado objetivo, por sua vez outra intenção! Tudo não passa de intenções, visões. É no campo tático, pela decisão tática e conquista do objetivo, que essa visão transforma-se em realidade concreta. Mas no princípio, quando ainda no pensamento estratégico, estamos num processo totalmente visionário; A Escola Cognitiva: a estratégia como um processo mental. Essa escola estuda as estratégias que se desenvolvem nas mentes das pessoas, a fim de categorizar os processos mentais em estruturas, modelos, mapas, conceitos e esquemas. Assim, a pesquisa é dirigida ao modo como a mente humana processa ainformação, mapeia a estrutura do conhecimento e obtém a formação de conceitos, focalizando, portanto, a cognição na criação da estratégia; A Escola do Aprendizado: a estratégia como um processo emergente. Se origina em toda a organização através de seus membros individualmente ou coletivamente; A Escola do Poder: a estratégia como um processo de negociação. Subdividida em Micropoder, que enxerga o desenvolvimento da estratégia dentro das organizações como um fenômeno essencialmente político de modo que o processo formulatório envolve barganha, persuasão e confrontação entre os atores que dividem o poder na empresa, e Macropoder, que visualiza a organização como uma entidade que usa seu poder sobre os outros e seus parceiros de alianças. A Escola Cultural: a estratégia como um processo coletivo. Enquanto o poder concentra-se em interesse próprio e fragmentação, a cultura volta-se para os interesses comuns e integração dentro da organização; A Escola Ambiental: a estratégia como um processo reativo, ou seja, a organização é considerada um ente passivo que consome seu tempo reagindo a um ambiente que estabelece a ordem a ser seguida; A Escola da Configuração: a estratégia como um processo de transformação. Nessa linha de estudo, as organizações são percebidas como configurações, ou seja, agrupamentos coerentes de características e comportamentos. A fim de transformar uma organização, ela teria de saltar de uma configuração para outra, sendo que nesse instante ocorreria uma mudança estratégia ESCOLAS DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO SEGUNDO MINZBERG O PROCESSO DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGIA - A Administração estratégica é um processo ou uma série de etapas. - ANÁLISE DO AMBIENTE - ESTABELECIMENTO DAS DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS - FORMULAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS - IMPLEMENTAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS - CONTROLE ESTRATÉGICO - ANÁLISE DO AMBIENTE - Identifica as oportunidades e os riscos atuais e futuros; - O ambiente organizacional é o conjunto de todos os fatores, tanto internos como externos; - Exemplos de variáveis ambientais a serem monitoradas - ANÁLISE DO AMBIENTE - Teoria dos Sistemas: As empresas modernas são sistemas abertos que recebem influência do ambiente e estão em constante interação com ele. Assim os fatores ambientais inevitavelmente as influenciam, cabendo aos gestores assegurar que essa influência seja canalizada para uma direção positiva e contribua para o sucesso organizacional. - PROPÓSITO: “avaliar o ambiente organizacional de modo que a administração possa reagir adequadamente e intensificar o sucesso organizacional.” (CERTO, 2010, p.28) - ANÁLISE DO AMBIENTE - PAPÉIS DA ANÁLISE DO AMBIENTE NAS ORGANIZAÇÕES: Orientado para as políticas: Informar a alta administração sobre as principais tendências emergentes no ambiente; enfoca a corporação como um todo e têm acesso direto a alta administração; atitudes, normas e leis que provavelmente afetam a organização como um todo. Orientado para o planejamento estratégico integrado: Conscientiza os altos executivos e os gerente de unidades das questões que surgem no ambiente da empresa; Impacto sobre o planejamento é direto e liga o planejamento coorporativo ao divisional; foco em tarefas específicas a realizar dentro dos processos de administração estratégica. Orientado para a função: O principal propósito é melhorar o desempenho organizacional ao fornecer informações ambientais relacionadas ao desempenho efetivo de funções específicas ou de uma atividade importante em nível coorporativo ou de unidade. - ANÁLISE DO AMBIENTE - 1 AMBIENTES ORGANIZACIONAIS: o perfeito entendimento dos ambientes de uma organização e a importância das suas inter-relações é fundamental em um processo de definição e concretização de estratégias.
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