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HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA

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HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA
Prof.ª Josiana Bernardo Thomazelli Matuszak
Hemostasia
È o fenômeno fisiológico, dinâmico, que procura manter o sangue fluido no interior dos vasos, bem como impedir a sua saída para os tecidos vizinhos. Esses dois fatores evitam a trombose e a hemorragia.
A hemostasia normal depende do equilíbrio entre vários fatores, como: vasculares, plaquetários, coagulantes, anticoagulantes, fibrinolíticos, bem como da pressão e velocidade do fluxo sanguíneo no interior dos vasos.
Inicia-se cerca de 20s após a lesão do vaso sanguíneo;
O dano as células endoteliais expõe o colágeno, que atrai as plaquetas em circulação;
Forma-se um tampão plaquetário no local da lesão – hemostasia primária;
Fatores de coagulação presente no plasma levam a formação de fios de fibrina – hemostasia secundária.
Hemostasia:
Didaticamente pode ser dividida em:
Hemostasia Primária: Aquela que consegue estancar o sangramento , pela formação do trombo ou tampão plaquetário.
Hemostasia Secundária: Aquela que evita o ressangramento, pela formação de uma rede de fibrina que consolida o trombo.
Hemostasia primária
Vasoconstrição;
Adesão;
Ativação plaquetária;
Agregação.
(É importante a presença do fator plasmático, fator von Willebrand (fator VIII) que contribui para aderência e agregação das plaquetas nos vasos)
Hemostasia secundária
Cascata de coagulação
Duas vias:
	Intrínseca: via de ativação de contato.
	Extrínseca: via do fator tissular.
	Via Comum.
A segunda fase é chamada tempo plasmático, por que é nesta fase que os fatores plasmáticos da coagulação interagem, formando o coágulo sanguíneo, que juntamente com o botão plaquetário e a vasoconstrição, mantem uma hemostasia mais eficiente e duradoura.
Coagulação
È o mecanismo hemostático primário, com a participação dos vasos e plaquetas, é suficiente para cessar o sangramento temporariamente.
Há, entretanto, a necessidade do mecanismo de coagulação com a formação do coágulo para manter o tampão hemostático permanente e uma hemostasia mais eficaz. A formação do coágulo se faz graças a uma série de reações bioquímicas e principalmente enzimáticas.
Mecanismo da Coagulação
È um processo dinâmico de reações bioquímicas e enzimáticas envolvendo proteínas plasmáticas, lípides e íons, que transformam o sangue circulante, fluido, em um gel insolúvel pela conversão do fibrinogênio em fibrina.
O processo de coagulação se inicia com a ativação do fator chamado contato (fator XII) e segue uma sequência de ativação de proteínas precursoras ou proenzimas num mecanismo de multiplicação chamado cascata ou reação em cadeia.
Fatores de Coagulação
Os fatores de coagulação são serina proteases que circulam no plasma na forma inativa.
Podem ser agrupados segundo a função e as propriedades bioquímicas.
São considerados três grupos ou sistemas de fatores segundo a função:
O sistema da via intrínseca inclui os fatores XII, XI, IX, VIII, precalicreína e cininogênio de alto peso molecular.
No sistema da via extrínseca está o fator VII.
Via comum os fatores V, X, II e I.
Origem dos Fatores da Coagulação
O figado sintetiza todos os fatores da coagulação, incluindo o fator VIII, que também é produzido em diferentes tecidos, como plaquetas, megacariócitos e células endoteliais.
O fator XIII parece ser encontrado também nos megacariócitos e plaquetas.
O grupo de fatores chamados vitamina K dependentes (II, VII, IX e X) são precursores de serina proteases e todos requerem a vitamina K para completar sua síntese no fígado.
Fibrinólise
O mecanismo fibrinolítico que procura remover o coágulo formado, e restabelecer a circulação no local, ao mesmo tempo que há a restituição do endotélio vascular.
O sistema fibrinolítico é simples se comparado com o sistema da coagulação. Aqui, também pode-se considerar duas vias (extrínseca e intrínseca), ambas com a via comum agindo sobre o plasminogênio que ativa a plasmina, a qual vai agir sobre a fibrina, lisando-a.
Coagulograma
O coagulograma é um exame de sangue que diagnostica doenças hemorrágicas e avalia as condições da coagulação do sangue. Engloba vários exames, como tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, tempo de sangramento, tempo de coagulação para triagem de verificação da hemostasia. O coagulograma é solicitado no pré-operatório ou para tratamentos que causam sangramento. Alterações do coagulograma são uma possível causa para a contra-indicação de cirurgias.
Tempo de Protrombina (TAP)
Consiste na medida do Tempo de Coagulação do plasma após a adição de uma fonte de Tromboplastina (fator III, fator tissular) e Cálcio. O fator VII é então ativado, formando um complexo (Complexo FT-FVIIa) que irá ativar os fatores IX e X. O fator Xa junto com os Fosfolípideos do fator tissular, fator Va e Cálcio formam o complexo ativador de Protrombina que transforma a Protrombina (fator II) em Trombina (fator IIa). A Trombina atua sobre o Fibrinogênio transformando-o em Fibrina. Este teste avalia os fatores do Complexo Protrombínico (fatores II, V, VII e X).
Tempo de Tromboplastina Parcial (TTPA)
O reagente contendo ativador plasmático (ácido elágico) desencadeia o mecanismo de coagulação da via intrínseca através da ativação do fator XII, que forma um complexo com o cininogênio de alto peso molecular e com a pré-calicreina. O fator XII ativado atua sobre o fator XI gerando o fator XIa que na presença de fosfolípides e cálcio transforma o fator IX em uma enzima ativa (fator IXa), que ativa o fator VIII, formando o complexo IXa-fosfolípide-VIIIa que ativa o fator X. Esse fator ativado transforma a protrombina em trombina que atua sobre o fibrinogênio gerando fibrina. A formação de fibrina macroscopicamente demonstrada pelo aparecimento de um coágulo. O TTPA realizado incubando o plasma citratado com o reagente contendo ativador e fosfolípides. Após a adição de cálcio, faz-se a medição do tempo de formação do coágulo.
Tempo de Sangramento
O tempo de sangramento (TS) é um teste de screening in vivo da hemostasia primária, indicando, quando prolongado, uma anormalidade plaquetária quantitativa ou qualitativa, um defeito na interação plaqueta-vaso (doença de von Willebrand) ou uma doença vascular primária (vasculite, síndrome de Cushing, amiloidose, entre outras).
A trombocitopenia prolonga o TS quando a contagem plaquetária cai abaixo de 100.000/mm3.
Tempo de Coagulação
TC aumenta nas deficiências de fatores intrínsecos (deficiência de fator X, deficiência de fibrinogênio, etc.), na presença de anticoagulante. Esse teste é precário, mas é tradicional e ainda muito utilizado em nosso meio. Apresenta resultados muito irregulares conforme o técnico executante e por ser de difícil padronização laboratorial, deve-se dar preferência a testes mais fidedignos.
Prova do laço
Avaliação da fragilidade capilar. Trombocitopenia. Tromboastenia. Hipovitaminose C. Púrpura de Henoch-Schönlein. Coagulação intravascular disseminada. Hipofibrinogenemia. Hipoprotrombinemia. Deficiência de fator VII. D. de von Willebrand. Deficiência de vitamina K. Escarlatina. Hipertensão. Diabetes. Gripe. Sarampo. Escorbuto. Dengue. Febre amarela. Ebola. Marbourg.
Fim!

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