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REGRESSÃO DE REGIME ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL

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STF entende que falta grave não é o único requisito para aplicação da regressão do regime (Informativo 514)
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Publicado por Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes (extraído pelo JusBrasil) - 7 anos atrás
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Informativo STF nº 514
Brasília, 1º a 8 de agosto de 2008
Este Informativo, elaborado a partir de notas tomadas nas sessões de julgamento das Turmas e do Plenário, contém resumos não-oficiais de decisões proferidas pelo Tribunal. A fidelidade de tais resumos ao conteúdo efetivo das decisões, embora seja uma das metas perseguidas neste trabalho, somente poderá ser aferida após a sua publicação no Diário da Justiça.
SEGUNDA TURMA
Progressão de Regime e Falta Grave - 3
A Turma concluiu julgamento de habeas corpus impetrado contra acórdão do STJ que reputara justificada a regressão de regime prisional imposto ao paciente por considerar falta grave a evasão de estabelecimento prisional. No caso, a mencionada sanção fora aplicada após a recaptura do paciente que, condenado a pena em regime inicial semi-aberto, obtivera o benefício de saída temporária e não regressara ao estabelecimento penitenciário ? v. Informativos 506 e 510. Em votação majoritária, concedeu-se a ordem para cassar o acórdão do STJ e restabelecer o do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que vedara a regressão do regime semi-aberto para o fechado. Enfatizou-se que, na espécie, essa regressão não seria possível porque, quando do cometimento da falta grave, o paciente ainda cumpria pena no regime inicial fixado na sentença condenatória. Assim, não seria coerente admitir que a condenação do paciente se tornasse mais severa, na fase de execução penal, em razão da prática da falta grave. Essa, em tal hipótese, serviria para se determinar a recontagem do prazo necessário à progressão. Ademais, asseverou-se que seria ilógico que o réu pudesse regredir de regime sem ter progredido. O Min. Cezar Peluso, ressaltando a admissibilidade, em tese, de regressão a regime de cumprimento mais gravoso do que o fixado na sentença condenatória, desde que não seja automática e impositiva em hipóteses de prática de falta grave, também concedeu a ordem, mas por fundamento diverso, qual seja a inobservância, pela autoridade coatora, das particularidades do caso concreto. Vencida a Min. Ellen Gracie que indeferia o writ por considerar que, nos termos do art. 33 , caput, do CP , se em matéria de condenação e execução da pena de detenção revela-se possível a regressão para o regime fechado, com mais razão nas hipóteses de condenação e execução de pena de reclusão.
HC 93761/RS , rel. Min. Eros Grau, 5.8.2008. (HC-93761)
NOTAS DA REDAÇÃO
No caso em debate, o paciente praticou um crime e foi condenado ao regime semi-aberto.
No entanto, ao receber o benefício da saída temporária, o paciente cometeu falta grave, pois não regressou ao estabelecimento prisional, conforme artigo 50 , II , da Lei nº. 7.210 /84 (Lei das Execuções Penais):
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que :
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir ;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VII - tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466 , de 2007)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. (grifo nosso)
Desta feita, discute-se a possibilidade de regressão de regime para o fechado, em razão do cometimento da infração disciplinar, mesmo não tendo ocorrido a progressão, pois o artigo 118, II, do mesmo diploma legal possibilita a regressão por falta grave, litteris :
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1º O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.
Alguns se questionariam nesse instante, pois se a lei determina que o não retorno ao estabelecimento (fuga) é infração grave e o seu cometimento impõe a transferência do condenado para regime mais rigoroso, por que o STF entende que sem a progressão não há de se falar em regressão?
A doutrina firmou entendimento de que o criminoso não poderia ser penalizado pela regressão do regime de semi-aberto para fechado porque não houve progressão, embora não haja dispositivo legal para tanto, uma vez que este indivíduo não poderia ser penalizado com uma pena mais grave por uma infração disciplinar do que o próprio crime que praticara.
REGRESSÃO DE REGIME PARA MAIS GRAVOSO DO QUE O FIXADO NA SENTENÇA CONDENATÓRIA PELA PRÁTICA DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR.
AGRAVO EM EXECUÇÃO. FALTA GRAVE. apenado que faticamente foi regredido do aberto ao fechado pelo cometimento de falta disciplinar. regressão per saltum. impossibilidade. REGRESSÃO DE REGIME PARA MAIS GRAVOSO DO QUE O FIXADO NA SENTENÇA CONDENATÓRIA PELA PRÁTICA DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR. IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO literal E SISTEMÁTICA DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL E INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO. alteração da data-base. impossibilidade, no caso. Perda dos dias EVENTUALMENTE TRABALHADOS E AINDA NÃO REMIDOS JUDICIALMENTE. INVIABILIDADE. DECISÃO DESCONSTITUÍDA, NO PONTO.
1 – A extinção da punibilidade de uma das condenações do apenado resultou na execução de somente uma pena, na qual foi fixado o regime aberto; todavia, quando da extinção da punibilidade, não houve a determinação de colocação do apenado no regime aberto estabelecido na sentença transitada em julgado cuja pena estava a executar, sendo mantido no regime semiaberto. Após, reconhecida a prática de falta grave, houve a decretação de regressão de regime para o fechado, caracterizando faticamente regressão do aberto (o da sentença executanda) diretamente ao fechado, o que não se admite, devido à inviabilidade da chamada regressão de regime per saltum.
2 – Outrossim, regressão significa o ato ou efeito de regressar, de voltar. Regressar, por sua vez, significa retornar (ao lugar donde se partiu), voltar ao ponto de partida. Portanto, o apenado que iniciou (ou que deveria ter iniciado, como no caso concreto) o cumprimento da pena regime aberto, não pode ser transferido para regime mais gravoso (semiaberto), pelo cometimento de falta grave, pois este não foi o ponto de partida da execução de sua pena (interpretação literal do artigo 118, da LEP). Dispõe o artigo 5º, inciso XLVIII, da CF que a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado. Reza, por sua vez, o inciso XLVI, do mesmo dispositivo constitucional, que a lei regulará a individualização da pena. Assim, considerando que a falta grave não é delito, inconcebível que seja determinado regime mais rigoroso do que o fixado na sentença condenatória pelo simples cometimento de mera infração disciplinar. Interpretação dos artigos 33, do CP e 118 da LEP à luz do artigo 5º, inciso XLVIII e XLVI, da Carta Magna. Regime aberto fixado na sentença penal condenatória transitada em julgado restabelecido. Aliás, a regressão de regime pelo cometimento de falta grave não é impositiva, é faculdade do magistrado, o qual, levando em consideração a gravidade concreta da infração, bem como as condições pessoais do apenado, deverá,em decisão fundamentada, decidir em aplicá-la ou não. In casu, ainda que fosse admissível a regressão de regime, esta não seria medida adequada e proporcional, nos termos dos vetores do artigo 57, da LEP. Com efeito, está foi à primeira falta grave cometida pelo sentenciado durante o cumprimento da pena. Cumpre pena decorrente de apenas uma única condenação pelo delito de furto, ocorrido no distante ano de 2005. Permaneceu cinco dias evadidos, quando efetuou contato telefônico com a Brigada Militar para conduzi-lo ao estabelecimento prisional, o que equivale a uma apresentação espontânea. Resta pouco mais de um ano para o término da reprimenda. Por essas razões, também, deve ser restabelecido o regime aberto.
3 – Em sendo afastada a regressão de regime, não há falar em alteração da data-base para concessão de qualquer benefício que dependa do cumprimento de lapso temporal.
4 - Não havendo pena remida pelo apenado, a perda de eventuais dias a serem remidos se mostra incabível, porque inadmissível imposição de sanção condicionada a evento futuro e incerto. Decisão desconstituída, neste ponto.
POR MAIORIA, AGRAVO DEFENSIVO PARCIALMENTE PROVIDO. 
	Agravo em Execução
	Quinta Câmara Criminal
	Nº 70050797950
	Comarca de São Jerônimo
	ALFREDO DA SILVA CASTRO
	AGRAVANTE
	MINISTÉRIO PÚBLICO
	AGRAVADO
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam os Desembargadores integrantes da Quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, por maioria, em dar parcial provimento ao agravo defensivo, para abrandar o regime para o semi-aberto, vencido em parte o Relator.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores Des. Ivan Leomar Bruxel (Presidente) e Des.ª Genacéia da Silva Alberton.
Porto Alegre, 14 de novembro de 2012. 
DES. FRANCESCO CONTI,
Relator.
RELATÓRIO
Des. Francesco Conti (RELATOR)
Trata-se de agravo em execução interposto pela Defensoria Pública, em favor do apenado ALFREDO DA SILVA CASTRO, contra decisão proferida pelo juízo da Vara das Execuções Criminais da Comarca de São Jerônimo (fl. 43), que homologou o PAD nº 59/2011 e reconheceu o cometimento da falta grave (fuga) pelo sentenciado, decretando a regressão de regime carcerário do semiaberto para o fechado, a perda de eventuais dias remidos anteriores à data do cometimento da falta grave e, por fim, a alteração da data-base para concessão de futuros benefícios para a data da recaptura.
Em razões (fls. 04/08), sustenta a defesa que o apenado se apresentou espontaneamente, merecendo, portanto, tratamento diferenciado. Refere que o sentenciado já restou punido com sanção disciplinar. Aduz que, em sendo suficiente a sanção imposta na seara administrativa, não deve ser homologado o PAD e aplicadas as sanções judiciais. Postula o afastamento do reconhecimento da falta grave. Subsidiariamente, requer a manutenção do regime semiaberto para o restante do cumprimento da pena e o afastamento das sanções da perda dos dias remidos e da alteração da data-base para concessão de novos benefícios.
Em contrarrazões (fls. 47/54), o Ministério Público pugna pelo parcial provimento do agravo defensivo, para limitar a perda dos dias remidos à razão de 1/3, em virtude da novel redação do artigo 127 da Lei de Execução Penal, dada pela Lei n.º 12.433/2011.
Mantida a decisão à fl. 55, sobem os autos a esta Corte.
Neste 2º grau de jurisdição (fls. 57/62), a ilustrada Procuradoria de Justiça opina pelo parcial provimento do agravo defensivo, no mesmo sentido das contrarrazões recursais ofertadas pelo Ministério Público na origem.
Após, vieram-me os autos conclusos para julgamento.
É o relatório.
VOTOS
Des. Francesco Conti (RELATOR)
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso defensivo.
Consoante se infere do expediente carcerário atualizado, colhido no endereço eletrônico desta Corte (www.tjrs.jus.br/portalpec), anexo à contracapa do presente agravo em execução, o apenado ALFREDO DA SILVA CASTRO foi condenado, no processo nº 032/2.05.00007164, à pena de 04 anos de reclusão, em regime inicial aberto, substituída por duas penas restritivas de direitos, além de pena de dois anos e seis meses de reclusão em regime aberto em face da condenação havida no processo nº 032/2.06.0001110-4.
Devido ao descumprimento injustificado das penas restritivas de direitos aplicadas no processo nº 032/2.05.00007164, o juízo as converteu em pena privativa de liberdade, consoante a seguinte decisão, prolatada em 15/02/2011, in verbis:
“Apregoadas as partes às 14h40min, não compareceu o Sentenciado. Ausente a agente do Ministério Público. Presente a Defensora Pública. Aberta a audiência pela Dra. Juíza foi dito que diante do não comparecimento do Sentenciado e o certificado, entendia como descumprimento injustificado da PRD,principalmente considerando que já havia sido dada oportunidade ao Sentenciado, que não soube aproveitá-la, convertendo-a na pena privativa de liberdade imposta na sentença, determinando a mediata prisão; considerando nova condenação juntada nas fls. 113 e seguintes à pena de 02 anos e 06 meses de reclusão em regime inicialmente aberto, sem jus à substituição, determinava a unificação com a pena anteriormente em execução; proceda-se a unificação e expeça-se mandado de prisão; intimem-se o Ministério Público e Defensora Pública. Nada mais.” 
Considerando o aporte de nova condenação no processo nº 032/2.06.0001110-4 à pena de 02 anos e 06 meses de reclusão, em regime inicial aberto, o juízo, considerando o total da soma das penas, fixou o regime semiaberto para o cumprimento das penas, conforme a seguinte decisão, prolatada em 18/07/2011, in verbis:
“Considerando o total da pena aplicada ao Sentenciado, o regime inicial de cumprimento é o semiaberto, nos termos do artigo 111, da Lei de Execucoes Penais c/c artigo 33, parágrafo 2º, alínea b, do Código Penal.
Retifique-se o expediente.” 
Assim, o apenado passou a cumprir pena em regime semiaberto, em virtude, exclusivamente, da soma das penas.
No entanto, em 06/09/2011, o togado singular acolheu manifestação ministerial, para declarar a prescrição da pretensão executória, julgando extinta a punibilidade do apenado no que diz respeito à pena de 04 anos de reclusão aplicada no feito nº 032/2.05.00007164, consoante a seguinte decisão, in verbis:
“Vistos 
O sentenciado ALFREDO DA SILVA CASTRO restou condenado à pena de 04 (quatro) anos de reclusão, substituída por duas restritiva de direito (fls.26).
O Ministério Público manifestou-se por declarar extinta a punibilidade do sentenciado,pois prescrita a pretensão executória (fls188).
DECIDO.
Verifica-se que a pena fixada no julgado foi de 04 (quatro) anos de reclusão, a qual prescreve em 08 anos (artigo 109, IV, doCP), reduzido pela metade ante a menoridade do sentenciado na época dos fatos (art. 115 do CP).
Destarte, considerando o trânsito em julgado da sentença condenatória para o Ministério Público (22/01/2007), decorreu mais de 04 (quatro) anos, é de ser reconhecida a prescrição da pretensão executória.
Em face do exposto, diante da prescrição da pretensão executória, DECLARO EXTINTA A PUNIBILIDADE de ALFREDO DA SILVA CASTRO quanto a primeira condenação, com fulcro no artigo 107, inciso IV, c/c artigo 109, inciso IV e artigo 115, ambos do Código Penal.
Registre-se.
Publique-se.
Intimem-se.
Retifique-se a guia e expediente carcerário; remeta-se cópia ao sentenciado e Administrador.” 
Logo, considerando a extinção da punibilidade do apenado no processo nº 032/2.05.00007164 e considerando que o regime semiaberto foi fixado em virtude tão somente da soma das penas, deveria o magistrado singular ter restabelecido o regime aberto para o cumprimento do restante da pena de 02 anos e 06 meses de reclusão aplicada no feito 032/2.06.0001110-4.
Contudo, assim não procedeu.
Em 16/09/2011, o apenado, cumprindo pena equivocadamente em regime semiaberto, pois, como visto alhures, deveria estar em regime aberto, não retornou do serviço externo, passandoà condição de foragido, vindo a ser capturado em 21/09/2011, ou seja, 05 dias após a data na qual deveria ter se apresentado.
Instaurado e concluído o PAD, o juízo aprazou audiência de justificação. Ouvido o apenado, manifestou-se o Ministério Público e a defesa técnica do sentenciado, tendo a togada singular proferido a seguinte decisão:
“Vistos.
ALFREDO DA SILVA CASTRO responde ao PAD nº 59/2011 referente ao não retorno do serviço externo, no dia 04 de setembro de 2011, tendo sido recapturado no dia 21 deste mesmo mês.
DECIDO.
Em audiência realizada, o apenado refere que estava trabalhando na rua e usou uma droga “crack”, com a alucinação e em decorrência também da falta de seus medicamentos (seis tipos de remédios controlados) foragiu. Em um segundo momento, o réu acrescenta que foi para a sua casa, quando conversou com sua mãe seu pai sobre o que tinha feito, foi quando decidiram ligar para a Brigada Militar, para que fosse conduzido para a PESJ.
Outrossim, a justificativa oferecida pela defesa técnica não merece ser acolhida, uma vez demonstrado, no fato ocorrido, ausência de comportamento disciplinar, que é dever do Sentenciado perante a Casa Prisional na qual se encontra.
Uma vez preenchidos os requisitos legais, HOMOLOGO o PAD nº 59/2011 e as sanções sugeridas, no sentido de aplicar aregressão de regime carcerário para o fechado, com consequente perda de eventuais dias remidos anteriores ao cometimento da falta grave, alteração da data-base para a data da recaptura (21/09/2011).
A alteração da data-base justifica-se no cometimento da falta grave ter como consequência a modificação da data-base para fins de novos benefícios, e o parágrafo único do artigo 48 da Lei nº 7.210/84 expressamente dispor sobre os benefícios atingidos.
Dessarte, retifique-se a data-base para o cálculo dos lapsos temporais para novos benefícios para a data da infração administrativa.
Retifique-se a Guia de Recolhimento.
Intimem-se Defesa, Sentenciado e Ministério Público.
Diligências legais.” 
Em face desta decisão, insurge-se a defesa alegando que a justificativa apresentada pelo apenado é plausível, já que se apresentou espontaneamente. Aduz que a punição disciplinar é medida suficiente para reprovação da conduta, postulando, assim, o afastamento do reconhecimento da falta grave.
Neste ponto, razão não assiste à defesa.
Em audiência, o apenado referiu que estava trabalhando na rua, quando usou “crack” e, em decorrência das alucinações, também devido à falta de seus medicamentos, não retornou ao estabelecimento prisional. Disse que 05 dias depois, após conversar com seus pais, fez contato telefônico com a Brigada Militar, para que fosse conduzido para o estabelecimento prisional.
Tenho que a fuga restou bem caracterizada, como decidido pelo juízo“a quo”. Ressalto que, em situações deveras excepcionais, a apresentação espontânea do apenado, no meu sentir, possui o condão de afastar o reconhecimento da falta grave consistente na fuga.
O caso concreto carreado aos autos, entretanto, não se enquadra nas situações deveras excepcionais, uma vez que o sentenciado permaneceu na condição de foragido por 05 (cinco) dias, quando efetuou contato telefônico com a Brigada Militar a fim de conduzi-lo ao estabelecimento prisional.
A apresentação espontânea deve sempre ser valorada, mas nem sempre terá o condão de afastar o reconhecimento da falta grave consistente em fuga.
In casu, malgrado a apresentação espontânea não afaste o reconhecimento da falta grave, em momento oportuno será valorada, como se verá adiante.
Assim, com base nos termos supra, mantenho o reconhecimento da falta grave imputada ao apenado.
Postula a defesa, subsidiariamente, a manutenção do regime carcerário anterior ao reconhecimento da falta grave, qual seja, o regime semiaberto, pugnando, portanto, pelo afastamento do decreto de regressão de regime ao fechado.
De início, o afastamento da regressão de regime do semiaberto para o fechado é medida que se impõe.
Explico.
Como visto alhures, o apenado, no dia em que não retornou do serviço externo, equivocadamente, estava cumprindo pena em regime semiaberto, quando, na verdade, deveria estar cumprindo pena em regime aberto.
Com efeito, o regime semiaberto para o cumprimento da pena somente foi fixado devido à soma da pena que estava em execução (02 anos e 06 meses de reclusão, em regime inicial aberto) com a pena de 04 anos de reclusão em regime aberto, que foi, posteriormente, em 06/09/2011 (antes da data da evasão), declarada prescrita. Com a extinção da punibilidade do apenado no processo nº 032/2.05.00007164, deveria ter sido fixado o regime aberto para o cumprimento do restante da pena aplicada no processo 032/2.06.0001110-4, já que foi este o regime fixado na sentença penal condenatória transitada em julgado. Não mais subsistindo o motivo que levou o juízo a fixar o regime semiaberto para o cumprimento da pena, deveria o juízo ter fixado o regime aberto antes da data da evasão.
Assim, verifico que a togada singular, devido ao equívoco acima mencionado, faticamente, decretou a regressão de regime doaberto diretamente ao fechado, o que não se admite.
Neste sentido, comungo do entendimento da impossibilidade da regressão de regime per saltum em decorrência do reconhecimento da falta grave:
AGRAVO EM EXECUÇÃO. PERDA DOS DIAS REMIDOS. POSSIBILIDADE. Prática de falta grave. Perda dos dias remidos. Admissibilidade. Inteligência do art. 127 da LEP. Todavia, deve ser o apenado transferido para o regime logo imediatamente mais gravoso, ao semi-aberto, e não ao fechado, como determinado pela decisão agravada, diante da impossibilidade de regressão per saltum, conforme precedentes jurisprudenciais. Agravo improvido e, de ofício, estabelecido o regime semi-aberto, em razão da regressão. (Agravo Nº 70019291921, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alfredo Foerster, Julgado em 24/05/2007) 
AGRAVO EM EXECUÇÃO. REGRESSÃO DE REGIME PER SALTUM. IMPOSSIBILIDADE. A teor do disposto no artigo 33, do Código Penal, que prevê a forma progressiva de cumprimento da pena, inviável operar-se a regressão por saltos do regime aberto diretamente para o fechado, conforme disciplina o artigo 118, da LEP, por imperiosa a observância do mesmo critério em ambos os institutos (progressão e regressão). Agravo ministerial a que se nega provimento. Unânime. (Agravo Nº 70008421463, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Newton Brasil de Leão, Julgado em 03/06/2004) 
Com base nestas considerações, afasto a regressão de regime ao fechado, restabelecendo o regime semiaberto para o cumprimento da pena. Contudo, vou além, para, de acordo com os fundamentos a seguir, fixar o regime aberto para o restante do cumprimento da pena.
Explico.
Penso que não há falar em regressão de regime para o semiaberto pelo simples cometimento de falta grave, quando fixado o regime inicial aberto para o cumprimento da pena na sentença condenatória.
É o que se depreende da leitura literal e constitucional do artigo 118da Lei de Execução Penal e artigo 33 do Código Penal.
Dispõe o artigo 5º, inciso XLVIII, da Constituição Federal que a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com anatureza do delito, a idade e o sexo do apenado. Reza, por sua vez, o inciso XLVI, do mesmo dispositivo constitucional, que a lei regulará a individualização da pena.
De acordo com a natureza do crime, o legislador estabelece para cada tipo penal o quantum mínimo e máximo de reprimenda a ser aplicado pelo juiz (individualização da pena legislativa), o qual, levando em consideração a gravidade concreta do crime cometido pelo agente, fixa o quantum de pena adequado ao caso concreto (individualização da pena judicial), dentro dos limites estabelecidos pelo legislador.
Após a fixação da quantidade de pena ao agente, deverá o juiz fixar o regime inicial de cumprimento da pena e, assim, o estabelecimento prisional onde deverá o condenado iniciar o cumprimento de reprimenda, nos termos do artigo 33, do CódigoPenal.
Como se vê, as únicas hipóteses em que o juiz está obrigado pelo legislador a fixar o regime inicialmente fechado são quando oquantum de pena aplicado supere 08 (oito) anos de reclusão. Em outras hipóteses – quando fixada pena inferior a 08 anos de reclusão – poderá o juiz em decisão fundamentada estabelecer qualquer regime mais gravoso do que o admitido pela lei para o início do cumprimento da pena. A fixação do regime inicial semiaberto somente é obrigatória, quando o réu, reincidente, for condenado a pena superior à 04 anos de reclusão.
Assim, deve o juiz, ao fixar o regime inicial do cumprimento de pena, verificar a gravidade concreta do delito, que o levará a verdadeira essência do mandamento constitucional esculpido no artigo 5º, inciso XLVIII, que determina a fixação do estabelecimento prisional de acordo com a natureza do delito.
Leia-se o dispositivo constitucional:
CF/88, art. 5º, inciso XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado. 
A legislação pátria há de ser lida à luz da Constituição Federal e não esta à luz daquela.
Reza o § 2º, do artigo 33, do Código Penal, que as penas privativas de liberdade deverão ser executadas de forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios eressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso. Outrossim, dispõe o artigo 118, da Lei de Execução Penal, que a execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regime mais rigorosos, quando o apenado praticar fato definido como crime doloso ou falta grave.
Da leitura simplista destes dispositivos, chegaríamos à conclusão de que o juiz da execução está autorizado a determinar a regressão de regime para outro mais gravoso do que o fixado na sentença condenatória, no caso de cometimento de falta grave pelo apenado. Conclusão esta que não resiste se lidos os mencionados dispositivos à luz do artigo art. 5º, inciso XLVIII, da Constituição da República.
Com efeito, as penas deverão ser executadas de forma progressiva, ressalvadas das hipóteses de transferência para qualquer regime mais rigoroso. Isto significa dizer que o condenado que inicia o cumprimento da pena em regime fechado e, após cumpridos os requisitos legais, progrida ao regime semiaberto e, depois, ao regime aberto, por exemplo, poderá, caso incorra em alguma falta grave ou cometa novo delito no curso da execução pena, ser transferido ao regime mais rigoroso onde iniciou o cumprimento da pena (fechado).
Noutras palavras, a decisão que defere pedido de progressão não faz coisa julgada material, diferentemente do que ocorre com a pena e o regime de cumprimento fixado na sentença.
Quando houver progressão de regime será admitida a regressão de regime àquele em que o apenado iniciou o cumprimento da pena.
Se o apenado iniciou o cumprimento da pena em regime fechado e está atualmente cumprido pena em regime aberto, poderá – segundo a LEP e o CP - ser transferido imediatamente ao regime fechado, local onde iniciou o cumprimento da pena. Ressalta-se que entendo, assim como boa parte da jurisprudência pátria, ser descabida a regressão de regime per saltum, embora a lei textualmente a admita, como visto alhures. Também será admitida a transferência do apenado a regime mais rigoroso no caso de soma ou unificação da penas (artigo 111, da LEP).
O raciocínio aqui desenvolvido – vedação de regressão de regime a mais gravoso do que o determinado na sentença condenatória – de maneira alguma implica em negação de vigência aos artigos 118, daLEP e 33 do Código Penal, como visto alhures. Estes artigos somente autorizam a regressão de regime, quando anteriormente o apenado tenha progredido de regime, ou no caso de soma ou unificação das penas.
Com efeito, interpretando literalmente os mencionados dispositivos legais não há falar em regressão sem que tenha havido, anteriormente, progressão.
Regressão significa o ato ou efeito de regressar, de voltar1. Regressar, por sua vez, significa retornar (ao lugar donde se partiu)2, voltar ao ponto de partida3.
Portanto, o apenado que iniciou o cumprimento da pena em regime aberto não pode ser transferido para o semiaberto pelo simples cometimento de falta grave, pois este não foi o lugar donde partiu nem o ponto de partida da execução de sua pena.
Entendimento contrário, afronta a lógica.
Neste sentido, já se manifestou a Corte Máxima, em julgado da relatoria do eminente Ministro Eros Grau, que concedeu a ordem sob os fundamentos da ementa abaixo transcrita: 
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. SENTENÇA DETERMINANDO O INÍCIO DO CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME SEMI-ABERTO. FALTA GRAVE. REGRESSÃO DE REGIME. IMPOSSIBILIDADE. Sentença transitada em julgado determinando o início do cumprimento da pena em regime-semi-aberto. Regressão de regime em razão da prática de falta grave [o paciente foi beneficiado com a saída temporária e não retornou]. Impossibilidade da regressão de regime do cumprimento da pena: a regressão de regime sem que o réu tenha sido beneficiado pela progressão de regime afronta a lógica. A sanção pela falta grave deve, no caso, estar adstrita à perda dos dias remidos. Ordem concedida. (STF – HC nº 93.761/RS, Segunda Turma, Relator: Ministro Eros Grau, julgado em 05/08/2008, DJe-241 DIVULG 18-12-2008 PUBLIC 19-12-2008 EMENT VOL-02346-05 PP-01061) 
Destarte, como já ressaltado, o local onde o apenado deverá iniciar o cumprimento da pena é aplicado pelo juiz do processo de conhecimento, o qual aferirá a gravidade do delito. Consoante aConstituição Federal, os apenados cumprirão suas penas em estabelecimentos distintos, de acordo tão-somente com a natureza/gravidade do ilícito penal cometido.
Assim, considerando que a falta grave não é delito, inconcebível que seja determinado regime mais rigoroso do que o fixado na sentença condenatória pelo simples cometimento de mera infração disciplinar. Raciocínio contrário viola, sem sombra de dúvidas, o mandamento constitucional estampado no artigo art. 5º, inciso XLVIII, daConstituição da República, que somente leva em consideração para imposição do local de cumprimento da pena a natureza/gravidade do delito!
Ademais, os estabelecimentos prisionais destinados aos apenados que cumprem pena em regime semiaberto são estruturadas para abrigar sentenciados que cometeram crimes mais graves. Inadmissível que o apenado que cometeu crime de média/baixa gravidade (porque fixado o regime inicial aberto) e incorreu em mera infração disciplinar – a fuga – (caso dos autos) seja transferido para o mesmo local de cumprimento daqueles apenados que incorreram em delitos mais graves (porque fixado o regime inicial semiaberto).
A essência deste dispositivo constitucional é estabelecer um limite objetivo para individualização executória da pena privativa de liberdade, vedando que indivíduos que cometeram delitos de natureza diversa sejam alojados em um mesmo estabelecimento prisional – o mais severo! - que deve ser resguardado para apenados que cometeram delitos mais graves.
Em sentido análogo, precedente desta Corte:
AGRAVO EM EXECUÇÃO. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. FUGA QUE CONFIGURA FALTA GRAVE. LIMITES OBJETIVOS DA PENA. DIREITO ADQUIRIDO AO REGIME PRISIONAL MÁXIMO E À ESPÉCIE DE ESTABELECIMENTO DE CUMPRIMENTO DA PENA. IMPOSSIBILIDADE DE REGRESSÃO A REGIME MAIS GRAVOSO DO QUE O FIXADO NO DECRETO CONDENATÓRIO. ALTERAÇÃO DA DATA-BASE. OCORRÊNCIA EM FACE DO RECONHECIMENTO DA FALTA GRAVE. A AUSÊNCIA DE REGRESSÃO NÃO IMPEDE A ALTERAÇÃO DA DATA PARA CONCESSÃO DE NOVOS BENEFÍCIOS, ASSIM COMO A PERDA DOS DIAS REMIDOS.Caracterizado a falta grave consistente em fuga, necessária a imposição de sanções ao apenado. Dimanando claramente da Constituição Federal que o cumprimento das penas privativas de liberdade será realizado em estabelecimentos prisionais classificados de acordo com a natureza de cada delito (CF, art. 5º, LXVIII), e sendo esta aferição realizada por ocasião do decreto condenatórioa partir de um juízo de proporcionalidade dentro das balizas legislativas que estabelecem o quantum da pena, é inviável a regressão para regime mais grave em decorrência da prática de falta grave. E assim porque, ao possibilitar-se a regressão para regime mais gravoso, estar-se-ia, implicitamente, autorizando indevida (pois com base em penalidade administrativa) mobilidade interna do preso a patamar de cumprimento de pena mais grave, i.é., reservado a crimes mais graves. A mobilidade interna (dentro do sistema de execução da pena) do preso permitida pelo sistema constitucional-penal que pode levar aquele a cumprir a pena em regime mais gravoso é somente a que decorre de novo apenamento, ou seja, que derive de nova condenação criminal e que importe aumento de pena, i.é., em que resulte novo montante global de pena - após a soma ou unificação. Enfatize-se que se está a tratar de limite objetivo da pena - atinente ao regime e à espécie de estabelecimento prisional -, que, como decorrência da incorporação ao patrimônio jurídico do condenado, impede a regressão do regime para outro mais grave do que aquele estabelecido no decisum condenatório. Importante esclarecer que a lei de execução penal estabelece critérios e alternativas proporcionais ao estabelecimento de punições administrativas, as quais, até certo ponto, podem ser aplicadas pelo próprio administrador, sem prejuízo de sua aplicação pelo juízo da execução penal, tudo com base no princípio de que a execução penal tem natureza jurisdicional, o que, aliás, vem disposto no artigo 2º da Lei 7.210/84. Assim, por ser proporcional e compatível com o sistema, nada impede, por outro lado, a alteração da data-base e a perda de 1/3 dos dias remidos, nada obstante não ocorra a regressão do regime carcerário. RECURSO PROVIDO, EM PARTE. POR MAIORIA. (Agravo Nº 70048493217, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Conrado Kurtz de Souza, Julgado em 14/06/2012) 
E não se cogita que o apenado que inicia o cumprimento da pena em regime aberto, e incorra em fuga, por exemplo, ficará sem punição, sendo tratado igual aos outros apenados que nunca incorreram em faltas graves, o que realmente feriria o princípio da isonomia.
É que a Lei de Execução Penal prevê inúmeras punições ao sentenciado que incorrer em falta grave, além da regressão de regime.
Com efeito, o artigo 53 desta Lei dispõe que constituem sanções disciplinares a advertência verbal, a repreensão, a suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, da LEP), o isolamento na própria cela, ou em local adequado, por exemplo. Ainda, o apenado que laborou poderá perder até um terço do tempo remido.
Também, o mérito do condenado será maculado pelo cometimento da falta grave.
Dispõe ainda o artigo 112 da LEP que a pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovados pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. Idêntico procedimento será adotado para o pedido de livramento condicional, a teor do que dispõe o § 1º, do mesmo dispositivo legal.
O Regimento Penitenciário do Estado do Rio Grande de Sul regulamenta o modo pelo qual o diretor do estabelecimento prisional atestará a conduta do sentenciado, isto é, o bom comportamento carcerário. Dispõem os parágrafos 5º e 6º do artigo 14 do RDP que o apenado que cometer falta grave terá sua conduta carcerária reclassificada para péssima, o que vedará, por um determinado período, a postulação de benefícios que exijam o bom comportamento carcerário, tal como a progressão de regime carcerário e o livramento condicional, já que sua conduta carcerária não poderá ser atestada como boa.
Além disso, reiteradamente os decretos natalinos de iniciativa do Presidente da República vêm vedando a concessão de indulto/comutação aos apenados que cometeram falta grave nos últimos doze meses a publicação do decreto.
Como visto acima, o apenado que inicia sua pena em regime aberto e comete falta grave não resta impune, uma vez que sofre todas as punições acima elencadas.
Logo, não há falar em violação ao princípio da isonomia pela suposta igualdade de tratamento do sentenciado que cometeu falta grave e daquele que não cometeu.
Assim, sendo fixado pela sentença condenatória transitada em julgada o regime inicial aberto para o início do cumprimento da pena ao apenado ALFREDO DA SILVA CASTRO, não há falar em regressão de regime ao semiaberto pelo cometimento da fuga.
Ainda que assim não fosse, depreende-se, de uma leitura sistemática da Lei de Execução Penal que a regressão de regime não é efeito obrigatório do reconhecimento da falta grave. Em outras palavras: não é imposição legal ao magistrado.
Logo, aquele apenado que iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, progredir ao regime semiaberto e, após, cometer falta grave, ficará sujeito a forma regressiva, isto é, “poderá” ser regredido – voltar ao ponto de partida -, e não “deverá” ser regredido.
A regressão de regime pelo cometimento de falta grave é faculdade do juiz da execução, não obrigação legal – imposição abstrata que não leva em consideração o caso concreto.
Neste sentido, trago à baila entendimento doutrinário quanto à temática posta em discussão:
“A regressão de regime é a transferência do condenado para um regime mais rigoroso, quando (art. 118): I) praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; II) sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime; III) quando no regime aberto, frustar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.(...) É importante notar que a regressão de regime somente será obrigatória quando houver condenação por outro crime anterior à concessão do regime mais brando, e a soma das penas ultrapasse o limite previsto no artigo 33 do Código Penal, situação que também autorizaria a regressão de um regime aberto diretamente para o fechado. Do contrário, em qualquer da situações, a regressão será semprefacultativa cabendo ao magistrado decidir fundamentadamente perante os motivos concretos de cada caso.4” (grifei) 
Com efeito, a regressão de regime pelo cometimento de falta grave, quando possível, ou seja, quando não importar em fixação de regime prisional mais rigoroso do que o fixado na sentença condenatória, é faculdade do magistrado, o qual, levando em consideração a gravidade concreta da infração, bem como as condições pessoais do apenado, deverá, em decisão fundamentada, decidir em aplicá-la ou não.
O artigo 118 da LEP, que confere esta faculdade ao magistrado remete o interprete a norma disposta no artigo 57 da Lei de Execução Penal, que assim dispõe: 
Art. 57: Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. 
Portanto, deverá o magistrado decidir pela aplicação, ou não, da regressão de regime levando em consideração as balizas elencadas pelo supracitado dispositivo legal.
Neste sentido, trago à baila lição do nobre jurista Marco Antonio Bandeira Scapini:
“Na aplicação das sanções disciplinares previstas no art. 53, I aIV, da LEP, assim como da regressão de regime, impõe-se a observância do disposto no art. 57, caput, também, da LEP, com redação introduzida pela Lei 10.792/2003. Natural que sejam levados em conta ‘a natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato’, quase como se estivesse o julgador fixando a pena-base pela prática de crime (art. 59, do CP). Afinal, vigora também na aplicação das penas disciplinares previstas para a execução penal o princípio da proporcionalidade, que envolve adequação, necessidade e razoabilidade.”5 
Outro não é o entendimento jurisprudencial mais abalizado quanto à temática: 
EXECUÇÃO PENAL. AGRAVO. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE.REGRESSÃO DE REGIME. ALTERAÇÃO DA DATA-BASE. DESCABIMENTO. Regressão de regime: mantida a decisão do juízo de primeiro grau, considerando as particularidades da espécie. A regressão de regime, no caso concreto, implicaria ofensa à proporcionalidade, acarretando demasiada punição ao preso. Alteração da data-base: descabimento. Somente nova condenação transitada em julgado permite alterar a data para concessão de benefícios.AGRAVO DESPROVIDO, POR MAIORIA. (Agravo Nº 70044739712, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Diogenes Vicente Hassan Ribeiro, Julgado em 25/04/2012) 
AGRAVO EM EXECUÇÃO. SERVIÇO EXTERNO. ATRASOS. FALTA GRAVE. REGRESSÃO DE REGIME. DESPROPORCIONALIDADE. O serviço externo se constitui em importante ferramenta no processo de reintegração do preso à sociedade. Somente justificam a regressão do regime e a revogação daquele benefício as faltas que, pela relevância, importarem em frustração do cumprimento da pena ou do processo de reintegração. O atraso ao trabalho, desde que não seja corriqueiro, não guarda a mesma carga de gravidade. Princípio da proporcionalidade. Art. 57 da LEP. Hipótese na qual o apenado, cumprindo serviço externo, atrasou-se em duas oportunidades distintas, em uma delas, ele mesmo resolvendo o problema que se lhe apresentava, prontamente telefonando para o motorista da Secretaria Municipal de Habitação, onde exerce o labor, e solicitando ajuda, no que foi atendido. Empregador que fez questão de consignar que o preso vem desenvolvendo a contento suas atividades. Conduta que já sofreu a devida repreensão com os 20 dias de isolamento e rebaixamento da conduta carcerária, bem como a perda da remição, figurando desproporcional, na espécie, a regressão de regime requerida pelo Ministério Público. AGRAVO EM EXECUÇÃO IMPROVIDO. (Agravo Nº 70034501312, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Fabianne Breton Baisch, Julgado em 31/03/2010) 
Neste mesmo sentido, já se manifestou o Egrégio Superior Tribunal de Justiça.
CRIMINAL. RESP. AUSÊNCIA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL. APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA. REGRESSÃO DE REGIME.. SANÇÃO DESPROPORCIONAL À FALTA COMETIDA.REGIME DESPROVIDO.
I. Hipótese em que o apenado, beneficiado com saída temporária, não retornou da dispensa judicial no dia estabelecido, apresentando-se espontaneamente apenas três dias depois.
II. Entendimento de que a mera ausência do cárcere, de per si, não significa estar foragido, razão pela qual devem ser aplicadas penalidades proporcionais à falta cometida e não aquelas previstas para a de natureza grave.
III. Recurso desprovido.
(STJ – Recurso Especial nº 837.977/RS, Quinta Turma, Relator: Ministro Gilson Dipp, julgado em 03/10/2006, Dje em 30/10/2006) 
Colhe-se do relatório e do voto do eminente Ministro Relator Gilson Dipp:
Trata-se de recurso especial interposto pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, com fulcro na alínea a do permissivo constitucional, em face de acórdão proferido pela Quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, que negou provimento ao recurso de agravo em execução interposto pelo recorrente.
O Juízo de Execuções Criminais da Comarca de Uruguaiana, mesmo reconhecendo a falta grave por parte do apenado Ermelindo Cardoso Fernandes, deixou de decretar a regressão de regime, de fixar a data-base para a obtenção de benefícios e de determinar a perda de eventuais dias remidos.
Contra essa decisão, o Ministério Público interpôs recurso de agravo em execução, sustentando que o cometimento de falta grave constitui causa obrigatória de regressão de regime, conforme o art. 118, I, da LEP. Requereu a revogação dos benefícios externos e a fixação de nova data-base para obtenção de benefícios.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul negou provimento ao agravo, mantendo a decisão monocrática.
No presente recurso especial, o recorrente aponta negativa de vigência ao art. 118, I, da LEP, pugnando pela regressão do regime prisional e pelo reinício da contagem do prazo para concessão de futuros benefícios a partir da data da infração disciplinada.
(...)
O parecer da Procuradoria-Geral da República, a propósito, ressaltou a possibilidade de aplicação de outras penalidades, mais adequadas ao caso concreto,verbis :
‘Ademais, como bem ressalta do juízo a quo, há outras espécies de punições disciplinares mais eficazes a, de modo concreto, observar os critérios de suficiência e necessidade prescritos na LEP. Por aplicação do princípio da proporcionalidade, nem sempre a sanção mais grave será aquela que deva ser imposta - cabendo ao magistrado, dentro do âmbito discricionário propiciado pela LEP, adotar as medidas que entender mais necessárias à reeducação do apenado. (fl. 93). (grifei) 
Resta claro que não é qualquer falta disciplinar de natureza grave que enseja a regressão de regime, ou seja, a imposição desta punição é faculdade do magistrado, que deve verificar a lesividade concreta da infração disciplinar, de acordo com as balizas do artigo 57, da LEP, para decidir, fundamentadamente, quanto à necessidade e adequação desta penalidade ao apenado.
Neste mesmo sentido, impende destacar a manifestação do eminente Ministro Cezar Peluso, quando do julgamento do HC nº 93.761/RS (ementa transcrita no primeiro tópico do presente voto), onde também concedeu a ordem, mas por fundamento diverso daquele esgrimido pelo Ministro Eros Grau (impossibilidade de regressão de regime para mais gravoso do que o fixado na sentença condenatória pelo cometimento de falta grave):
“A questão envolve, portanto, dois aspectos: a possibilidade teórica de aplicação do art. 118 da LEP, quando implicar imposição de regime inicial mais gravoso do que o determinado na sentença condenatória (i), e aplicação de tal dispositivo ao caso (ii). Quanto ao primeiro, reputo correto o entendimento da Min. ELLEN GRACIE, pois a sentença penal transita em julgado com a cláusula rebus sic atantibus:
(...)
A regra da individualização da pena, sobre permitir regressão de regime, exige, pois, que a aplicação da sanção obedeça ainda aos princípios da ampla defesa, do contraditório e do proporcionalidade, à luz da estima do caso concreto.
Considera, destarte, admissível, em tese, regressão de regime de cumprimento mais gravoso do que o fixado na sentença condenatória, mas nego que sua aplicação, no caso de prática de falta grave, seja automática e impositiva.
Daí, tendo em vista que a decisão da autoridade coatora se limitou a desqualificar um dos fundamentos da subsistência do regime, qual seja, a possibilidade teórica de aplicação da LEP, sem, contudo, atentar nas particularidades do caso concreto, creio deve concedido a ordem, uma vez que o segundo fundamento original basta a sustentar o indeferimento da regressão. (grifei) 
Entendo, assim como o eminente Ministro Eros Grau, ser impossível a regressão de regime para mais gravoso do que o fixado pela sentença condenatória pelo simples cometimento de falta grave.
Destarte, entendo também, assim como se manifestou o Ministro Cezar Peluso, que a punição da regressão de regime não é automática e impositiva, quando do reconhecimento da falta grave, devido à incidência do princípio da proporcionalidade.
Não é admissível impor a mesma penalidade – regressão de regime – para apenados distintos, que cometeram faltas disciplinares de gravidade também distintas.
In casu, ainda que fosse admissível a regressão de regime, esta medida não seria adequada e proporcional para sancionar este apenado pela falta grave por ele cometida.
Com efeito, está foi a primeira falta grave cometida pelo sentenciado durante o cumprimento da pena. Cumpre pena decorrente de apenas uma única condenação pelo delito de furto, ocorrido no ano de 2005. Permaneceu cinco dias evadidos (conforme itens 10 e 11 do expediente carcerário), quando efetuou contato telefônico com a Brigada Militar, para conduzi-lo ao estabelecimento prisional, o que equivale a uma apresentação espontânea. Resta pouco mais de um ano para o término da reprimenda.
Nestecenário, considerando os vetores do artigo 57 da Lei de Execução Penal, tenho como manifestamente inadequada, desproporcional e desarrazoada a regressão de regime.
Assim, também por este fundamento, afasto a regressão de regime e estabeleço o regime aberto para o restante do cumprimento da pena.
No que pertine à data-base, convém referir que a Lei de Execução Penal, ao prever inúmeros benefícios, estipula para cada um deles uma regra específica em relação à contagem de prazo (requisito objetivo).
Conforme art. 75, § 2º, do CP e art. 111, parágrafo único, da Lei7.210/84 (Lei de Execução Penal), havendo unificação (soma das penas), somente a condenação criminal por fato cometido após o início da execução da pena enseja a alteração da data-base inicial, ou seja, a do início de cumprimento de pena.
Ainda, em caso de regressão (não é o caso dos autos) em razão da falta grave, para nova progressão, por força do artigo 112 da LEP, o apenado deverá cumprir, como filtro objetivo prévio à análise do requisito subjetivo, 1/6 da pena restante, a partir do dia de seu ingresso no regime regredido. Portanto, surge uma nova data-base, específica para a nova progressão de regime. É dizer, o apenado permanecerá, desde o dia em que foi posto no regime regredido, 1/6 do tempo como requisito objetivo à progressão.
Similar situação ocorre no caso da remição. O artigo 127 da LEP determina que o apenado que for punido em decorrência de falta grave e tiver decretado contra si a perda dos dias remidos, deverá iniciar a contagem do novo período a partir da data da infração disciplinar. Não há deliberação na decisão recorrida no que tange a perda dos dias remidos
Cumpre referir que, uma vez revogados os benefícios de trabalho externo e saída temporária ante a pratica de falta grave, a análise de novo deferimento não exige que o apenado cumpra o requisito objetivo –lapso temporal. Desta feita, nos termos do artigo 37,parágrafo único, e artigo 125, parágrafo único, ambos da LEP, para que o apenado possa usufruir de tais benesses após o cometimento de falta disciplinar, imperativo que preencha apenas os requisitos subjetivos determinados pelos dispositivos citados.
Ainda, tem-se que nos casos de livramento condicional deve ser aplicada a Súmula 441 do STJ, a qual veda expressamente a alteração de data-base em tal situação, mantendo a data-base inicial.
Por fim, nas hipóteses de comutação de pena e indulto, não pode ser alterada a data-base ante a ausência de previsão legal para tanto, nos termos expostos anteriormente.
Desta feita, consoante o acima referido, tem-se que para cada benefício postulado no curso da execução, há regra específica a ser observada, o que leva à contagem de prazos distintos para cada um deles.
No caso concreto, não havendo regressão de regime, não há falar em alteração do março temporal para concessão de qualquer benefício que dependa do cumprimento de lapso temporal, inclusive, o da progressão de regime.
Neste sentido, invoco precedente desta Corte:
EXECUÇÃO. FUGA. FALTA GRAVE. APLICAÇÃO DA PUNIÇÃO DA PERDA DA REMIÇÃO. POSSIBILIDADE. REGIME PRISIONAL NÃO REGREDIDO. ALTERAÇÃO DE DATA-BASE. IMPOSSIBILIDADE. A acusação e comprovação da prática de falta grave pelo apenado, no caso o cometimento de uma fuga, determinam a imposição das punições previstas na Lei de Execução Penal. Na situação, houve a declaração da perda da remição que, entretanto, deve ser parcial e limitada a um terço, como reza o artigo art. 127 da LEP. Por outro lado, como já está assentada na Câmara, a data-base para novos benefícios da execução da pena, notadamente progressão de regime, é aquela em que efetivamente implantada a regressão operada em razão do reconhecimento judicial da prática de falta grave. No caso, o juízo da execução, embora reconhecendo o cometimento da falta grave, não alterou o regime prisional do agravante, permanecendo ele cumprindo-o no regime semi-aberto. Assim sendo, não havendo modificação do regime, não há porque alterar a data-base para benefícios futuros.DECISÃO: Agravo defensivo parcialmente provido. Unânime. (Agravo Nº 70048251441, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Julgado em 10/05/2012) 
Com efeito, quando há regressão de regime carcerário, por força do art. 112 da LEP, que obriga o cumprimento de 1/6 da pena no regimeanterior para a concessão da progressão de regime, existe previsão legal para exigir do apenado que é transferido para o regime mais rigoroso o cumprimento de 1/6 do restante da pena a contar da data em que efetivamente passou a cumprir pena no regime mais gravoso.
No entanto, se o apenado estava (no caso, deveria estar) no regime aberto quando cometeu a falta disciplinar e neste mesmo regime permaneceu após o reconhecimento da falta, inaplicável a disposição do art. 112 da LEP.
Não há amparo legal em situações como a dos autos para exigir que o apenado cumpra 1/6 do restante da pena a contar da data do cometimento da falta grave, para postular o benefício da progressão de regime, justamente porque não houve regressão de regime.
Deve, portanto, ser afastada a determinação da alteração da data-base para concessão de todos os benefícios que dependam do cumprimento de lapso temporal.
No que diz respeito ao pleito defensivo de afastamento da perda dos dias eventualmente trabalhados e ainda não remidos judicialmente, tenho que a decisão merece ser desconstituída quanto ao ponto.
É que, consoante se infere do expediente carcerário do apenado, não há registro algum de que tenha o apenado remido algum dia de sua pena pelo trabalho e/ou estudo.
Logo, incabível a imposição de sanção condicionada a evento futuro e incerto.
Neste sentido, invoco precedente da Câmara:
EXECUÇÃO PENAL. AGRAVO. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. ALTERAÇÃO DA DATA-BASE. REFORMATIO IN MELLIUS. Alteração da data-base: impossibilidade. Somente nova condenação com trânsito em julgado pode modificar a data para concessão de benefícios. Reformatio in mellius: Possibilidade de aproveitamento do recurso do Ministério Público para reformar a decisão de primeiro grau em favor do apenado. Afastada a determinação de perda dos dias remidos, porquanto o apenado não possui dias a remir e é descabida a imposição de sanção futura. AGRAVO DESPROVIDO, POR MAIORIA. CONCEDIDO HABEAS DE OFÍCIO. (Agravo Nº 70047958442, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Diogenes Vicente Hassan Ribeiro, Julgado em 25/04/2012) 
Caso o apenado tenha algum dia a remir, por período laborado anteriormente ao dia do cometimento desta falta grave, deverá a questão ser submetida ao juiz da execução, que, ao verificar o reconhecimento desta falta, deverá decidir quanto à perda da remição pelo cometimento desta infração disciplinar, devendo ser observada a nova redação do artigo 127 da LEP, dada pela Lei nº 12433/2011.
Assim, desconstituo a parte da decisão que deliberou pela perda de eventuais dias trabalhados e ainda não remidos judicialmente.
Com base nestas considerações, tenho que merece parcial guarida o agravo defensivo, nos termos supra.
Em face do exposto, voto pelo parcial provimento do agravo defensivo, para, mantido o reconhecimento da falta grave imputada ao apenado (fuga), afastar a regressão de regime do semiaberto ao fechado, fixar o regime aberto para o restante do cumprimento da pena do sentenciado ALFREDO DA SILVA CASTRO, afastar a determinação de alteração da data-base para concessão de todos os benefícios que dependam do cumprimento de lapso temporal e, por fim, desconstituir a parte da decisão que decretou a perda de eventuais dias trabalhados e ainda não judicialmente remidos pelo sentenciado.
É o voto. 
Des. Ivan Leomar Bruxel (PRESIDENTE)
Acompanho o Relator, e apenas em parte, para dar parcial provimento ao agravo defensivo, para abrandar o regime para o semi-aberto, mantidas as demais cominações da decisão atacada. 
Des.ª Genacéia da Silva Alberton
Acompanho o Revisor.

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