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TRABALHO PROCESSO PENAL EXECUÇÃO PENAL

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1.	Princípios da Execução Penal (continuação).	1
1.11 Da cooperação comunitária	1
1.12 Da oficialidade	1
1.13 Da publicidade	2
1.14 Da aplicação ao preso provisório	2
1.15 Da motivação das decisões	2
1.16 Do numerus clausus	3
2. Da competência na execução penal	3
3. Bibliografia	5
 
1.1 Principio do Juiz Natural 
Este princípio, segundo Nestor Távora tem o condão que oferece o direito do indivíduo ser processado e nem sentenciado pelo juiz competente conforme os ditames do Art. 5°, inc. LIII, da CF e a veda através da constituição o surgimento de juízos ou tribunais de exceção com o objetivo de apreciar os casos também ditados pela Constituição Federal, art. 5°, inc. XXXVII. Há a possibilidade de convocação de magistrados de 1º grau para a formação de turma julgadora através da Lei Orgânica da Magistratura em que se houve o caso de um membro do tribunal precisar se afastar por 30 dias ou criar uma vaga. 
Os julgamentos são compostos por turmas majoritariamente de magistrados convocados. O Supremo Tribunal Federal declarou que "não viola o postulado constitucional do juiz natural o julgamento de apelação por órgão composto majoritariamente por juízes convocados". O princípio não se ofende quando o juiz competente é substituído por outro magistrado seguindo as normas legais, como acontece com as condições de substituições e com os regimes de convocação de magistrados por órgãos de segunda instância ou de instância superior. 
O entendimento do STF mencionado, no sentido de que o julgamento por colegiado integrado, por juízes de 1º grau convocados, não viola o princípio do juiz natural nem o duplo grau de jurisdição
A partir da análise do pensamento do Távora, podemos nos utilizar dos exemplos do doutrinador Norberto Avena: Processo e julgamento pela Justiça Comum de crime sujeito à competência da Justiça Militar. A violação às regras de competência acarreta, nesse caso, natural e lógica ofensa ao princípio do juiz natural. Processo e julgamento, por juiz de direito, de quem detenha foro privilegiado nos tribunais. 
Desaforamento da sessão de julgamento pelo júri, quando inocorrentes as hipóteses do art. 427 do CPP, isto é, interesse da ordem pública, dúvida sobre a imparcialidade dos jurados e segurança pessoal do acusado. Atente-se que, de acordo com o art. 428 do CPP, o desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de seis meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. 
Quanto a este último permissivo, reputamos questionável a sua constitucionalidade diante do princípio do juiz natural. Ora, nos processos de competência do tribunal do júri, o desaforamento apenas pode ser deferido quando justificado em razões que traduzam o interesse da sociedade ou o interesse do réu no deslocamento da competência, aspectos estes que constituem, em última análise, o substrato das hipóteses de deslocamento contempladas no citado art. 427. 
Já a questão relativa ao atraso do júri por motivo de excesso de serviço possui origem distinta, relacionando-se, isto sim, com omissão do Estado em conferir ao Poder Judiciário a estrutura necessária para agilizar o desiderato dos processos ao seu cargo. Tal motivo, a nosso sentir, não deve autorizar nem que se subtraia da coletividade do local em que ocorreu o fato a prerrogativa de julgar o crime doloso contra a vida, nem que se retire do réu o direito de ser julgado nesse mesmo lugar. 
A seguir o Autor cita exemplos da não violação do princípio: Delegação de atos instrutórios a juiz de Primeira Instância nas ações penais originárias movidas contra Prefeito, que tem prerrogativa de foro nos tribunais. Convocação de juízes de primeiro grau para, nos casos de afastamento do desembargador titular, compor, em segundo grau (julgamento de recursos), o órgão julgador do respectivo Tribunal, desde que observadas as diretrizes legais federais ou estaduais, conforme o caso. A composição majoritária do órgão julgador de Tribunal por juízes de primeiro grau legalmente convocados. A designação de juiz para atuar, de forma genérica, em uma determinada Vara. Observe-se que haveria ofensa ao postulado caso a designação fosse específica para atuar em determinado processo, em razão da gravidade do crime ou da condição específica do réu. 
A distribuição de processo, por dependência, a determinada vara criminal, pelo fato de lá já existirem outras ações penais em tramitação contra o mesmo réu. Trata-se de previsão muito comum, incorporada em leis ou atos normativos estaduais, a de que a distribuição de inquéritos policiais relativos a indiciados que estejam sendo processados ou que já tenham sido julgados será realizada por dependência à vara onde tramitou o primeiro processo. E em tal previsão não há qualquer afrontamento ao princípio do juiz natural, já que se trata de comando genérico, desvinculado deste ou daquele indiciado individualmente considerado.
 1.2 Princípio da individualização da pena
O Princípio da individualização da pena está previsto no art. 5º, XLVI, da Constituição Federal, segundo o artigo ela se desenvolve em três fases. A primeira ocorre no momento da criação do tipo penal incriminador, quando o legislador estabelece abstratamente o mínimo e o máximo da pena cominada. A segunda fase ocorre quando, diante do caso concreto, o juiz do processo de conhecimento fixa a pena cabível ao agente. A terceira fase, fase executória ocorre quando o juiz da execução penal adapta a pena aplicada na sentença à pessoa do condenado ou internado, concedendo-lhe ou negando-lhe benefícios. A pena deve ser imposta e executada de acordo com o grau da culpabilidade do condenado e em obediência aos critérios legais. Esse princípio impõe que cada etapa da fixação da pena seja devidamente fundamentada pelo juiz.
 1.3 Princípio da cooperação comunitária
De acordo com o autor Nestor Távora, a Execução Penal é regida por alguns princípios, dentre eles pode-se destacar o da cooperação comunitária, princípio segundo qual, o Estado e os diversos órgãos a ele atrelados têm como dever a cooperação frente à comunidade em relação às atividades de efetiva execução de penas e medidas de segurança, com intuito de se atingir uma maior recuperação do condenado no sentido de que ele seja reinserido socialmente. 
1.4 Princípio da ampla defesa.
Nestor Távora frisa, inicialmente, que o princípio da ampla defesa não se confunde de maneira alguma com o contraditório. Ela se subdivide em a) defesa técnica feita pelo profissional em direito e b) autodefesa realizada pelo próprio réu. Esta última está no âmbito de conveniência do condenado e, por isso, ele pode escolher ficar no silêncio.
O princípio assegura a ampla possibilidade de defesa. O Supremo Tribunal Federal consagra na súmula 523 que a falta de defesa técnica constitui nulidade absoluta do processo desde que essa ausência de defesa técnica cause algum prejuízo para o réu. O art. 396 CPP também preconiza esse princípio quando prevê a necessidade de nomeação de defensor para oferecimento da resposta à acusação quando o réu não o faz dentro do prazo legal. É imprescindível anotar que o princípio da ampla defesa engloba apenas argumentos técnicos, ou seja, trata-se de defesa técnica que se utiliza de fundamentos jurídicos e este tipo de defesa não se confunde com a defesa global, que possibilidade ao réu se utilizar de quaisquer mecanismos para transmitir sua verdade ao processo. 
Norberto Avena ao fazer alusão às lições de Rogério Lauria Tucci, afirma ser o princípio da ampla defesa a conjugação de três realidades procedimentais: a) direito à informação; b) a bilateralidade da audiência e o c) direito à prova legalmente obtida ou produzida. A conjugação dessas realidades importa dizer que o princípio da ampla defesa envolve o fato de que o réu deve ter conhecimento dos atos processuais para que com isso possa externaliza com maior veracidade a sua versão dos fatos. Além disso, devem as partes participarda construção do convencimento do magistrado é o chamado princípio da bilateralidade da audiência. 
Avena também ressalta que ampla defesa também carrega em seu escopo o direito à prova legalmente produzida, assim como o dever estatal de prestar assistência gratuita aos hipossuficientes, a garantia de manifestação da defesa sempre após a acusação entre outros. Frisa-se, porém, que o princípio da ampla defesa não significa que “esteja o acusado sempre imune às consequências processuais” de, por exemplo, perda de prazos, desobediência às formas processuais estabelecidas em lei entre outros. Como todo princípio não é absoluto há casos em que a ampla defesa pode ser considerada não violada quando o rol de testemunhas é arrolado fora do prazo legal de defesa, pois o juiz poderá indeferir. 
1.5 Princípio do devido processo legal 
 Em entendimento do Autor Nestor Távora, a constituição sustenta que ninguém terá a sua liberdade privada e seus bens sem o devido processo legal de acordo com O art. 5°, inciso LIV CF. Este princípio foi declarado em lei, devendo estabelecer a garantia, para atender aos a ordem constitucional. Consequentemente é consagrada a necessidade do ato processual ser tipificado, sem a supressão de atos essenciais. A sanção penal será necessária para que se reprima a pretendida submetida ao do Poder Judiciário, pois (nulla poena sine judicio). Contudo não é somente. A presunção punitiva deve consumar-se dentro de um de um sistema, diante da autoridade competente, tendo, porém o embasamento de provas validamente colhidas, onde é respeitado o contraditório e a ampla defesa. 
Com José Herval Sampaio Júnior, "vê-se que esse princípio assume dentro do processo penal uma importância transcendental e que delineia todo o seu agir [...] deve a lei se conformar com os direitos e garantias fundamentais do cidadão”. Não havendo lugar para a interferência no núcleo protetivo da liberdade do agente, sem que sejam observados os condicionamentos e limites que perpassa da cláusula due process of law. 
Este princípio precisa ser analisado sob duas perspectivas: Processual, em que dá segurança a tutela de bens jurídicos por meios do devido procedimento e a material uma atuação substancialmente que possa ser adequada, correta, razoável. Então, não é suficiente a exposição das normas. Sendo também fundamental um adequado aparelho para sua aplicação, isto é, o processo jurisdicional. Como indica Tucci, o substantive due process of law reclama "um instrumento hábil à determinação exegética das preceituações disciplinadoras dos relacionamentos jurídicos entre os membros da comunidade". O ato processual precisa ser uma ferramenta que possa garantir contra os excessos do Estado, visto como instrumento da Constituição Federal, de modo garantir a suprema do jus libertatis.
 1.6 Princípio da oficialidade
Já o princípio da oficialidade implica que a Execução Penal seja conduzida por órgão do Estado, não sendo admitido que um particular faça parte desse procedimento. Quanto a esse fato, Távora salienta que o fato de penas alternativas serem cumpridas em entidades particulares não significa abdicação da atividade jurisdicional, somente de ato concernente ao princípio da cooperação (Távora, 2016). Esse princípio é mitigado no caso das ações penais privadas e de ação penal popular – todo cidadão pode apresentar denúncia contra presidente da República, Ministros do STF e Ministros de Estado no tocante a crimes de responsabilidade (Avena, 2017).
 1.7 Princípio da publicidade
A publicidade, princípio previsto em diversos âmbitos do processo penal em sua totalidade, também está presente na Execução Penal por expressa previsão da Constituição federal de 1988 em seu art. 93, IX, segundo qual, o processo de Execução Penal é público (Távora, 2016).
A publicidade processual, a garantia de acesso aos atos processuais é a regra, porém há situações em que há exceções, é o que prevê o art. 792 CPP desde que o sigilo não prejudique o interesse público à informação. Nestor Távora traz uma classificação para o princípio que pode ser: publicidade interna, publicidade externa; ativa e passiva; imediata e mediata. Durante o processo nada é publicado para que seja possível exercer o contraditório e a ampla defesa. 
 1.8 Princípio da Intrancendência
Esse princípio está previsto no art. 5º, XLV, da Constituição Federal que diz que a pena não pode passar da pessoa do condenado. Em relação às questões patrimoniais, deve-se ressaltar esse tipo de pena não se confunde com o efeito da condenação transitada em julgado, que incide sobre o produto do crime. O confisco do patrimônio, nesses casos, é efeito automático da condenação. O art. 5º, XLV, da CF, in verbis: 
“nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”.
A ação só poderá ser proposta contra quem se imputa a o delito e o que se pede da condenação não pode prejudicar terceiros alheios a ocorrência do crime. A morte do condenado não impede que os herdeiros, dentro das forças da herança, estejam obrigados a indenizar a vítima pelos danos causados.
 1.9 Princípio da aplicação ao preso provisório
O princípio da aplicação ao preso provisório faz menção ao fato de que a Lei de Execução Penal se aplica tanto ao preso definitivo quanto aquele submetido à medida de segurança e, na medida do que couber, aqueles presos provisoriamente, ou seja, este último terá todos os direitos reservados ao preso definitivo. (Távora, 2016).
1.10 Princípio da igualdade processual. 
É o princípio que fala sobre o tratamento igualitário dado às partes, é um tipo de igualdade material no sentido de que os “desiguais devem ser tratados	desigualmente, na medida	de suas desigualdades”, premissa que fundamento tratamento diferenciado em determinados casos para garantir a igualdade material, é o que ocorre com o princípio do in dubio pro reo. A igualdade de forças foi mais concretamente exercida quando a Constituição Federal assegurou autonomia à Defensoria Pública. 
Não basta aqui que seja dado prazos dobrados ou o respeito ao contraditório e ampla defesa, é preciso que o acusado “batalhe” com as mesmas ferramentas garantidas à acusação. Távora menciona a discussão do Supremo Tribunal Federal sobre a diferença que existe entre igualdade do princípio do contraditório e o princípio da paridade de armas:
“[...] a	isonomia é um elemento ínsito ao princípio constitucional	do contraditório	(art. 5º,	LV, da CRFB), do qual	se extrai a necessidade	de assegurar que as partes gozem das mesmas oportunidades e faculdades processuais, atuando sempre com paridade de armas, a fim	de garantir que o resultado final	jurisdicional espelhe a justiça do processo em que prolatado [...]”. 
Nessa pequena passagem é possível perceber que o STF não discerne isonomia de paridade de armas. 
 1.11 Princípio da não auto incriminação 
É um princípio que decorre do direito ao silêncio previsto expressamente no art. 5º, LXIII da CRFB/88. É com base nessas afirmações que é entendida como temerária as alterações feitas na Lei de Execução Penal pela Lei nº 12.654/2012, que acrescentou à Lei de Execuções Penais o artigo 9º-A, que estabelece a possibilidade de identificação compulsória do condenado por crime doloso cometido com violência ou grave ameaça, ou ainda qualquer crime hediondo, por meio de material genético. Os dados colhidos farão parte de um banco de dados seguro que poderá ser acessado por autoridades, desde que haja requerimento ao juiz competente e que o inquérito já instaurado.
 1.12 Princípio da motivação das decisões
Outro princípio relacionado à Execução Penal é o da motivação das decisões presente no art. 93, IX da CRFB/88, que preleciona o seguinte: os atos judiciais com conteúdo decisório no processo de execução penal devem ser fundamentados sob pena de nulidade (Távora, 2016). 
É um princípio que decorre do art.93, IX CF cujo conteúdo revela que o juiz é livre para decidir, desde que o faça motivadamente sob pena de nulidade dos seus atos. É uma genuína garantia constitucional para manter a segurança jurídica das decisões. Deste princípio decorrem inúmeros outros, como o do devido processo legal. Nestor Távora pontua, ainda, que o novo Código de Processo Civil expurga o termo “livre” quando se refere ao princípio do convencimento motivado o que traz novos deveres do magistrado para fundamentar suas decisões. 
É um instrumento que possibilita às partes impugnar decisões judiciais para garantir que não haja decisões arbitrárias com posicionamentos parciais. O art. 155 CPP alterado pela lei 11.690/2008 estabeleceu que o juiz formará sua convicção pela apreciação das provas produzidas em contraditório judicial, mas não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos da investigação, com exceção das cautelares. É possível que o magistrado faça remissões a outras manifestações e provas de outros processos, a chamada prova emprestada também trazida pelo Código de Processo Civil, sempre guardando relação de natureza processual entre o que se empresta de fora do processo de origem. Esse tipo de fundamentação desperta dúvidas nas partes que usualmente tendem a questionar sua legalidade, nesse sentido, Avena escreve o seguinte: 
“É necessário que o magistrado explicite cada um dos elementos utilizados para formação de seu convencimento. Este rigor na fundamentação da sentença condenatória não existe apenas em relação ao mérito das teses trazidas pelas partes, mas também ocorre no tocante às etapas do cálculo da pena [...]”. 
 1.13 Princípio da reeducação
Tem um caráter preventivo da pena, assim como também é retributivo e punitivo. A Lei de Execução Penal prevê o direito à medida de segurança, acesso à assistência educacional, social e religiosa. Para promover a ressocialização do apenado e garantir o seu retorno ao convívio social em condições. 
Porém, não é isso que acontece em virtude de supostas falhas do poder público. É preciso saber diferenciar a finalidade da pena e os objetivos da execução penal. A pena deve prevenir e reintegrar o condenado à sociedade, já a execução da pena deve efetivar o cumprimento da sentença penal condenatória.
 1.14 Princípio do numerus clausus
O último princípio, do numerus clausus – números fechados – revela que a Execução Penal deve se adequar a da dignidade da pessoa humana. Esse princípio traz que a política criminal deve estabelecer metas para limitar a população carcerária e evitar a superlotação nos presídios.
 1.15 Princípio da humanização
A dignidade da pessoa humana é um dos princípios fundamentais da democracia brasileira. É o respeito a esse princípio que rege toda a lei infraconstitucional. Para isso, a lei veda penas cruéis, de caráter 
2. Da competência na execução penal
A competência da Execução penal é definida quando o juízo da condenação finaliza o seu procedimento. Após o processo de condenação do réu, inicia-se uma nova fase, a da execução penal, na qual o poder punitivo do Estado se manifesta mais plenamente, pois a sentença de condenação é abstrata, necessitando da execução para que logre efeitos concretos. 
Neste momento, a competência do juízo para condenar é extinta, dando lugar para um novo juízo competente para executar as sentenças condenatórias. Via de regra a competência será do juízo especializado, excetuando-se os casos decididos em vara única, nos quais a competência será do juiz que proferir a sentença.
De acordo com o art. 65 da Lei de Execução Penal, atribui-se aos Estados a organização da competência para executar a sentença penal e, em caso de inércia, caberá ao juízo que proferiu a própria sentença condenatória. É importante não confundir o início do processo de execução com o início do processo de execução da pena, pois esta última se dá com a concretização da execução. 
Pode-se dizer, em linhas gerais, que a competência para processar a execução de uma pena é em razão do lugar, ou seja, aqueles condenados a penas privativas de liberdade, a competência será do local em que estiver o preso. Devendo, o processo, tramitar em autos distintos aos da condenação, pois enseja prática de atos específicos que individualizam a pena. 
Entretanto, o art. 66 da LEP permite eventual alteração do local de cumprimento da pena – que altera também a competência do juízo – o que ratifica a necessidade de se utilizar autos apartados para o processo de Execução penal. Por isso, diz que o juiz natural será aquele do local onde o réu passará a cumprir a sua pena.
Em caso de condenação do réu em pena restritiva de direito ou a aplicação de sursis processual a competência será determinada pelo juízo que o condenou, mas é possível que haja declinação de competência caso o réu tenha residência em outro local. Em caso de condenação ao pagamento de multa, o juízo competente será o da comarca em que tramitou o processo de conhecimento.
A Súmula 192 do STJ preleciona o seguinte: Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a Execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual. Entretanto, excepcionalmente, o condenado em juízo militar que estiver cumprindo sua pena em estabelecimento próprio e subordinado à justiça militar, as normas da LEP deverão ser afastadas.
Em se tratando de réu condenado em diversas condenações, de juízos distintos, a competência para concretizar a execução será a do juízo de onde primeiro se transitar em julgado a condenação. As demais condenações deverão ser executadas pelo então juízo competente que deverá unificar as penas e, caso não seja possível, poderá se encaminhar para o juízo do local onde o condenado estiver. 
3. Progressão de regime
A progressão de regime ocorre por determinação judicial segundo a qual o condenado deverá iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade de maneira nunca mais gravosa que aquela prevista pela lei. Para que isso ocorra, o juiz deverá fundamentar sua decisão que será precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor. 
O artigo 112 da LEP diz que a pena privativa de liberdade será executada de forma progressiva, ou seja, o regime de cumprimento de pena se tornará menos gravoso na medida em que o preso cumprir ao menos um sexto da pena no regime anterior e lograr bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento.
O STJ já editou súmula a respeito do tema, pontuando que o exame criminológico poderá ser requisitado para que os requisitos da concessão de benefícios sejam complementados e alterem para melhor o regime de cumprimento de pena.
Em casos de crimes hediondos ou equiparados, a pena deve, inicialmente, ser cumprida no regime mais gravoso e a progressão somente ocorrerá após o cumprimento de dois quintos da pena (réu primário) ou de três quintos (reincidente). Somente é possível progredir para o regime aberto o apenado que estiver trabalhando, for maior de setenta anos, ou sofrer de doença grave, tiver filho absolutamente incapaz ou com alguma deficiência, ou quando o apenado for gestante etc.
O condenado deverá permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga, sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados, não se ausentar da cidade sem autorização judicial e, por último, deverá comparecer a Juízo quando for determinado. Ou ainda, quaisquer outras condições que o juiz entender pertinentes ao caso. 
	
 	4. Regressão de Regime
De acordo com o autor Nestor Távora, no momento da execução da pena privativa de liberdade pode ocorrer a regressão de regime de pena. E a configuração regressiva contará com lugar na transferência para os regimes rígido, de maneira que o apenado: praticar ato reconhecido como falta grave ou crime doloso. Ressaltando que existe certa independência de apurar de forma administrativamente a falta grave em crime doloso no campo da execução penal e na justiça conforme STJ. Súmulade nº 526 “o reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato".
Ser condenado por crime anterior, sendo a pena somada com a pena em execução tornará regime inaceitável. Isso ocorre devido a unificação das penas, isso é claro se houver a condenação do acusado por mais de um crime em distintos processos.
Regressão Cautelar: (Regressão ou suspensão)cautelar de regime e aplicada pelo magistrado devendo ser fundamentada. Poder geral de cautela que o juiz tem perante determinadas circunstâncias, a ordem sobre o retorno do apenado ao regime antecedente, por exemplo, regime fechado, se houver dotado o fumus commissi delicti compelido do regime progredido. 
Averba Nucci, que dependendo do caso concreto , o juiz tem a faculdade de suspender cautelarmente o regime considerado mais benéfico podendo ser aberto ou semiaberto, enquadrando o apenado em regime fechado, segundo o crime cometido, havendo também a possibilidade da prisão em flagrante. É impor uma medida urgente perante a gravidade da situação de maneira a evitar desapontamento no cumprimento da pena. É por esse motivo que o Marção afirma que o magistrado da execução penal tem o poder e o dever, perante o caso concreto, a fim de determinar as medidas emergenciais com visão de assegurar a efetividade e os fins do processo executivo, para então impedir qualquer ato atentatório dos destinos da execução. 
O cometimento de novo crime e o inadimplemento de pena de multa. Em conjunto e por voto da maioria, o plenário negou provimento a agravos regimentais em execuções penais tocante aos condenados nos autos da AP 470/MG (DJe: 22.4.2013). Durante o primeiro caso, o agravante no momento do cumprimento da pena sob o regime semiaberto, fora condenado pela justiça comum sob outro processo sabendo que foi por crimes praticados ao mesmo tempo ao cumprimento da reprimenda. 
Foi aí que surgiu contra a decisão que determinou a regressão do regime. O colegiado definiu o fato como um crime doloso no momento do curdo da execução penal que acarreta regressão de regime. O ministro Marco Aurélio que provia o agravo foi vencido. E o processo- crime ainda estava em curso na justiça comum sem repercução, e no cumprimento da pena já tinha sido formalizada. Já no segundo caso, houve uma progressão de regime da sentenciada que foi condenada ao adimplemento da pena da multa. 
A obtenção desse direito, a agravante realizou acordo de parcelamento do valor, motivo pelo qual teve progressão. Futuramente, se deixar de pagar as parcelas, implicará a regressão. Foi entendido pelo tribunal superior que o inadimplemento injustificado das parcelas da pena de multa tem por autorização a regressão prisional. Segundo Marco Aurélio que fundamentou o agravo, o descumprimento da pena de multa não implicaria a transformação de restritiva de liberdade.
De acordo com Avena, regressão de regime carcerário é um reflexo de condenação em outro processo de crime cometido antes ou durante a execução da pena. A regressão de regime carcerário é constitucional resultante da pratica de crime doloso, no tempo que não houver em relação a esse delito sentença condenatória transitada em julgado. 
Estabelece o artigo 118 da Lei de Execuções Penais que a execução da pena privativa de liberdade está sujeita à forma regressiva com o deslocamento para seja qual for dos regimes mais rigorosos, no momento que o condenado efetuar fato determinado como crime doloso ou por falta grave não requerendo o trânsito em julgado da sentença condenatória para essa finalidade. Em face da presunção da inocência acerca da constitucionalidade perante a essa regra existem dois posicionamento: O princípio do estado da inocência é violado pelo artigo 118 Da LEP perante o fato teórico criminoso, quando determina que a punição do apenado com regressão de regime para o mais severo. 
Apresente-se também a desconsideração do dispositivo a viabilidade da reeducação do absolvido da imputação que foi realizada no processo criminal para a instauração do novo fato incoerente com a regressão imposta. O segundo posicionamento não importa para o principio da inocência no que se refere ao artigo 118, I da LEP, pelo motivo de que o apenado que realiza o cumprimento da pena no regime aberto ou semiaberto com o seu dever de responsabilidade a sua a adaptação ao convívio social. 
Ressalte-se também que o não cometimento de falta grave ou crime doloso, por entendimento da LEP a condição da permanência do reeducando para um regime menos rigoroso. O que pode ser notado através da jurisprudência é que o segundo posicionamento prevalece. E mais, segundo o entendimento dos tribunais superiores, o princípio da presunção da inocência não é absolutório, podendo incorrer outras circunstâncias em caso da prisão preventiva, permitindo que o preso anterior a condenação para que a lei penal seja assegurada. 
Eugênio Pacelli comenta sobre a regressão de regime asseverada pelo STF, referente a uma decisão do ministro Gilmar Mendes (HC 123251/PR), que teve um posicionamento de vetou a alterou de um capítulo de furto qualificado para o crime de peculato, apesar da pena não ter sido agravada. Sua fundamentação foi que o peculato era um crime contra a Administração Pública e para que haja progressão do regime, caso houvesse a reparação do dano e a devolução do produto. 
Ainda que naquele caso concreto pudesse caber a regressão de regime, que concretiza a alteração prejudicial ao réu. Outro caso também julgado pelo mesmo relator é a dosimetria da pena que foi agravada na primeira fase, mesmo que a pena tivesse redução. Foi julgado que o aumento da pena- base traria efeitos negativos para o acusado. Tenha-se presente que ao tratar de recurso exclusivo de defesa, não se pode comentar em agravamento do regime inicial que foi imposto na sentença, diante disso não se pode falar em prejuízo do réu sob uma situação pior do que aquela que ele já se encontra. Entretanto, pode- se falar na eventual suspensão condicional da pena (sursis), visto como ela pede uma análise de inúmeros elementos que possam integrar as “circunstâncias judiciais” que de alguma forma determinam fixação da pena-base.
Outro autor que comenta sobre a regressão de regime é o Alexandre Cerbrian, o qual cita o artigo 118, l da LEP, ao estabelecer que a regressão de regime carcerário ao detento que durante a execução da pena comete fato decretado como crime doloso. O STF entende que o tratamento estabelece uma sanção disciplinar que não causa dano material caso optasse por aguardar a condenação por um crime novo. 
Afirma também que não viola o princípio da presunção da inocência da imediata regressão. Neste seguimento: “II — A prática de ‘fato definido como crime doloso’, para fins de aplicação da sanção administrativa da regressão, não depende de trânsito em julgado da ação penal respectiva. III — A natureza jurídica da regressão de regime lastreada nas hipóteses do art. 118, I, da Lei de Execuções Penais é sancionatória, enquanto aquela baseada no inciso II tem por escopo a correta individualização da pena. IV — A regressão aplicada sob o fundamento do art. 118, I, segunda parte, não ofende ao princípio da presunção de inocência ou ao vetor estrutural da dignidade da pessoa humana” (HC 93.782/RS — 1ª Turma — Rel. Min. Ricardo Lewandowski — RTJ 207-01 — p. 369). Em maio de 2015, o Superior Tribunal de Justiça aprovou a Súmula n. 526 nesse sentido: “O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato”.
Assevera, o autor Renato Marcão, sobreo assunto regressão de regime prisional que provoca o agravamento do caso do preso, na proporção que traz a transferência para os regime que são mais rígidos, de quando se verificar a situação que possam autorizar a regressãode regime. De acordo com a LEP, o primeiro pressuposto que permite a regressão é o cometimento da conduta dolosa ou falta grave (revisto nos artigos 50 e 52 da LEP que exprimem de forma taxativa os delitos), não sendo necessária a espera do término das investigações, sentença da condenação instauração da ação penal, e o trânsito em julgado em caso de condenação. 
Caso fosse aguardar a espera do processo judicial implicaria no cumprimento integral da pena sem o efeito da regressão. Cabe ressaltar que somente a prática de crime doloso tem capacidade de legitimidade de regressão, deixando de lado quando se tratar de crime de contravenção e crime culposo. Já a pratica do crime preterdoloso dá a devida autorização à regressão. 
O segundo pressuposto trata-se daquela prevista no artigo 118, l da LEP , quando for executada a medida extrema, caso o acusado que está cumprindo pena em regime semiaberto sofra uma condenação por crime anterior, que somada com a pena em execução torne inaceitável o regime. A soma das penas trará um resultado de regressão para o regime fechado, quando o total da soma for superior a 8 anos, conforme o dispositivo do artigo 111 da LEP c/c 33, § 2º, a, do CP.
Convém ressaltar que após a vigência da lei nº 9.268/96 que a multa gerada que é resultante de condenação no processo criminal passando a ser levada em conta a dívida de valor, a impossibilidade de regressão de regime prisional fundamentado pelo argumento de inadimplemento. 
A natureza jurídica do processo de execução é jurisdicional que está submetido a vários princípios como, por exemplo, da publicidade; imparcialidade do juiz; legalidade; ampla defesa; contraditório; duplo grau de jurisdição; devido processo legal. 
Quando a prática do crime for tratado como doloso ou falta grave, e quando o acusado estiver em regime aberto e for frustrado os fins da execução o artigo 118,§ 2º, o juiz ouvirá o acusado antes de decidir sobre a regressão. Comunicada a prática da falta grave, o magistrado irá apontar o dia e o horário para a audiência de justificação e determinar a notificação do MP, defesa, acusado para o comparecimento. Na audiência o executado será ouvido primeiramente, apontando a sua versão sobre os fatos ou poderá manter-se em silêncio, em seguida o MP e depois a defesa e por fim o magistrado proferirá no final da audiência se irá determinar ou não a regressão de regime prisional. 
Se for reconhecida a regressão, o magistrado irá trabalhar com a perda de dias remidos artigo 127, LEP e a interrupção do lapso temporal com a finalidade de outros benefícios que são ajustados com a data da falta cometida, exceto por falta grave e até mesmo na fuga, data em que o executado foi recapturado, relatada no artigo 50, ll, LEP.
 4.1 Regressão por Salto 
Não é possível e nem cabe a regressão por salto. Qualquer conduta realizada deve ser seguida de fundamentação. Havendo duas ou mais condutas compete uma única regressão para um regime mais radical do que o anteriormente encontrado pelo executado.
 4.2 Regressão cautelar 
A Lei de Execução Penal não comenta sobre a regressão cautelar de regime prisional, quando for tratado da fuga do executado. O magistrado poderá adotar a conduta da cautelar após a recapturação do foragido. Também é possível a regressão provisória sem a necessidade do juiz solicitar que o executado apresente a sua versão, pois será faculdade do mesmo entretanto para o cabimento da regressão definitiva será exigível, caso contrário pode violar o devido processo legal. Além disso, é indispensável a presença do MP e da defesa técnica.
5. ANISTIA
Anistia é o perdão Estatal à determinados atos, e não pessoas em particular, que assim considerar cabível. é concedida, em regra, a crimes políticos, militares ou eleitorais, mas nada impede que seja aplicada em delito de outra espécie. 
Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de competência da União. É causa de extinção da punibilidade, podendo ser concedida em qualquer fase da persecução penal e possui efeito ex tunc, porém não atinge outras esferas, por ser independentes.
6. REMIÇÃO
Remição é o desconto do tempo de pena privativa de liberdade através do trabalho ou estudo, da seguinte forma: a cada três dias trabalhados ou a cada três dias de estudo, será reduzida a pena em um dia. A proporção de abatimento da pena é estabelecida em lei. 
Os condenados apenas podem cumprir 4 horas diárias de trabalhos, mas é possível que a carga horária de estudos se estenda a 8 horas diárias, desde que se comprove a matrícula em dois cursos diferentes. Ademais é possível que o preso estude e trabalhe ao mesmo tempo.
A Lei de Execução Penal prevê também hipóteses de perda dos dias remidos caso haja cometimento de falta grave podendo perder até um terço do tempo remido, porém depende do caso concreto, o juiz deverá mensurar cada caso, conforme a natureza da infração disciplinar.
Deve-se salientar que há exceções, por exemplo, o condenado por crime político não está obrigado a trabalhar. Também não existe esta obrigatoriedade para o preso provisório. Devem ser excluídos os dias de descanso obrigatório, ou seja, domingos e feriados.
A remição não pode ser concedida aos condenados que cumprem a pena em regime aberto, em verdade apenas se concede a remissão aos presos em regime aberto quando estes comprovam estar estudando regularmente. A remissão também é aplicada ao preso provisório, caso tenha exercido atividade laboral durante o período que esteve preso provisoriamente. 
Um ponto de divergência diz respeito às horas trabalhadas inferiores ao mínimo de 6 horas e além do máximo de 8 horas. A primeira corrente entende que apenas deve ser considerada a jornada completa de trabalho. A segunda corrente afirma que o trabalho extra não pode ser desprezado. 
Em relação aos estudos pelo preso, o art. 129, § 1º, da LEP diz que a instituição de ensino poderá situar-se fora dos limites do estabelecimento penal, caso em que deverá comprovar mensalmente à direção do estabelecimento prisional, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. 
7. INDULTO
É concedido pelo Presidente da República perdoar penas, sendo uma causa de extinção de punibilidade, para aqueles que cumpram os requisitos para receber o indulto, que pode ser coletivo único preso, em função de algum mérito que apresente ou, pela discricionariedade do Presidente da República, atividade que pode ser delegada aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União, dentro dos limites.
A graça funciona como um reparador de erro judiciário ou também pode funcionar para beneficiar quem praticou um ato heroico durante a execução da pena. De acordo com o art. 5º, XLIII, da CF “são insuscetíveis de graça a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os crimes definidos como hediondos”. A graça pode ser total ou parcial nas duas hipóteses, a graça tem como pressuposto a existência de decisão condenatória transitada em julgado.
Já o indulto coletivo é concedido de forma espontânea pelo Presidente da República a determinado grupo de condenados ou submetidos a medida de segurança. É ato que também pode ser delegado. Esse tipo de indulto se subdivide em objetivos ou subjetivos.
O indulto coletivo é dado a presos que estão submetidos a certo tempo de pena, existe ainda o indulto coletivo total que extingue a punibilidade e o parcial que apenas reduz a pena ou a substitui.
É preciso mencionar a divergência existente quanto aos crimes hediondos e equiparados. Uma primeira corrente afirma que, embora seja vedado por lei a concessão de indulto coletivo aos condenados por crimes hediondos ou equiparados, a CRFB/88 vedou apenas a concessão de anistia e graça nestes casos, o que tornaria o dispositivo da referida lei inconstitucional. Já a segunda corrente afirma que o indulto como um todo é espécie do gênero graça, sendo, pois, constitucional a vedação a concessão de indultocoletivo. 
Nos casos em que o réu seja condenado por dois ou mais crimes e apenas um deles cumpra os requisitos para ser beneficiado com o indulto, a concessão do benefício condiciona-se ao que estiver estipulado no decreto presidencial. Se o decreto for silente a respeito da hipótese de concurso de crimes, predomina a orientação de que o impedimento à concessão do indulto a um dos delitos obsta a concessão do benefício em relação aos demais.
DETRAÇÃO PENAL
A detração penal é a contagem no tempo da pena privativa de liberdade e da medida de segurança do período em que ficou detido o condenado em prisão provisória, ou seja, é abater da pena privativa de liberdade o tempo em que o condenado ficou preso provisoriamente tanto no Brasil como no exterior. 
A detração penal limita o poder estatal, protege o princípio do non bis in idem e ainda compensa o indivíduo por danos causados a sua liberdade. Se o sentenciado foi preso provisoriamente e ficou detido por um ano até a condenação transitar em julgado, sendo apenado a seis anos de reclusão, cumprirá somente mais cinco. A detração também deverá ser observada para fins de fixação de regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade. 
Há duas correntes que ligam a pena provisória e a pena concreta, a primeira diz que deve haver ligação entre o fato criminoso, a prisão provisória decretada e a pena aplicada e a segunda diz que não precisa haver ligação entre o fato criminoso praticado, a prisão provisória e a pena, desde que haja absolvição, extinção da punibilidade ou redução da pena em outro processo por crime anteriormente cometido, mas prisão decretada depois.
Segundo o autor Renato Marcão, a aplicação da detração não deveria influenciar o juiz na fixação do regime inicial de cumprimento da penal. Entretanto, a mora do Judiciário para dar fim ao processo criminal causa diversos problemas e foi por isso que a jurisprudência criou o direito à execução provisória da pena. Por esse motivo, computar o tempo de prisão provisória para o fim de cálculo do regime inicial de cumprimento da pena é o mais justo, é o que preleciona o art. 387 do Código de Processo Penal	.
Exames criminológicos 
A Lei de Execução Penal estabelece que o condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução. 
Ademais esse exame poderá ser realizado em condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semiaberto, não configurando uma obrigação, é um exame facultativo nesse tipo de regime, porém é considerado obrigatório aos condenados ao regime fechado. 
Isso se justifica na circunstância de que a imposição do regime fechado decorre da prática de crimes de maior gravidade. Entretanto, para os presos que iniciem o cumprimento de pena em regime semiaberto, a realização do exame criminológico é apenas facultativa. Não se realiza esses exames em presos condenados ao regime aberto.
O exame criminológico tem foco mais limitado, centrando suas investigações no fenômeno delito-delinquente, com vistas a compreender o executado subjetiva e objetivamente, bem como o mote e o delito praticado, com a pretensão de estabelecer algum diagnóstico.
Segundo Avena, esse exame não se confunde com aquele previsto no art. 5º da LEP, o exame de classificação, pois este é amplo e apresenta a situação do condenado de forma genérica, com ênfase em aspectos objetivos de sua personalidade, antecedentes, aspectos sociais e familiares, capacidade laborativa, entre outros destinados a orientar a forma como deve ele cumprir a pena no estabelecimento penitenciário. 
O exame criminológico é mais restrito, no sentido de que analisa questões de ordem psicológica e psiquiátrica para revelar elementos como maturidade, frustrações, vínculos afetivos, grau de agressividade e periculosidade e, a partir daí, prognosticar a potencialidade de novas práticas criminosas.
De qualquer forma, é certo que, mesmo realizado o exame criminológico, o juiz não está adstrito às suas conclusões para fins de conceder ou negar o livramento condicional, podendo decidir de forma contrária, desde que o faça fundamentadamente.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
De acordo com Norberto Avena, o livramento condicional é o instituto pelo qual se antecipa a liberdade do apenado, diante do cumprimento de determinados pressupostos de ordem subjetiva e objetiva, estabelecendo-se exigências que deverão ser por ele cumpridas durante o restante da pena. Esses requisitos estão contemplados no art. 83 do Código Penal. 
Avena nos apresenta os seguintes pressupostos: Natureza da pena, quantidade de pena imposta; cumprimento de tempo mínimo de pena privativa de liberdade; condenado não reincidente em crime doloso e com bons antecedentes; condenado reincidente em crime doloso; condenado reincidente em crime culposo; condenado reincidente na prática de contravenção penal e condenado não reincidente em crime doloso e com maus antecedentes.
Já os requisitos subjetivos do livramento condicional são os seguintes: bom comportamento carcerário; bom desempenho no trabalho que lhe for atribuído; aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir, no caso de condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa e não se tratar de condenado reincidente específico nos crimes hediondos e equiparados.
É o que se encontra nos artigos 131 a 146 da LEP. Permite ao condenado com pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos, que posso ter liberdade desde que se cumpra parte da pena e os demais requisitos legais. 
A competência para julgar o cabimento ou não do livramento condicional está no art. 66, III, e, da LEP, e é competente o juízo do lugar em que o condenado cumpre a pena privativa de liberdade ainda que eventualmente tenha sido condenado por sentença proferida em comarca distinta. Norberto Avena pondera que há possibilidade de que o magistrado deixa de conceder o livramento quando periculosidade inicial do preso ainda não foi abrandada. 
Tal liberdade concedida pelo livramento condicional tem algumas características: ela é antecipada, pois o indivíduo retorna ao convívio social antes do cumprimento integral da pena privativa de liberdade; é condicional porque fica ele sujeito, durante o período restante da pena, ao cumprimento das condições fixadas na decisão que concedeu o benefício e também é uma liberdade precária pelo fato de que pode ser revogada com base nos artigos 86 e 87 do Código Penal. 
O artigo 112, §§ 1º e 2º, da LEP determina que a decisão sobre o livramento condicional deve ser precedida de oitiva do Ministério Público e da defesa, salvo, quanto a esta última, se tiver sido a autora da postulação. Além disso, a concessão não depende do regime de cumprimento da pena, pois não existe qualquer dispositivo que exija tal requisito.
O livramento condicional não pode ser confundido com a suspensão condicional da pena. Embora ambos sejam destinados aos condenados a pena privativa de liberdade, o livramento condicional determina que o condenado tenha cumprido certo tempo de pena legalmente estabelecido e também leva em consideração a natureza do crime praticado. Já o sursis apenas se aplica nos casos em que o crime é apenada com pena não superior a dois anos. Além disso, o cometimento de falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional. 
O art. 83, V, do CP, traz o livramento condicional especifico, segundo qual, o condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado cumprir mais de dois terços da pena, desde que não seja reincidente específico em crimes dessa natureza. Entretanto, Avena discorda deste dispositivo, segundo ele “deve-se considerar o indivíduo que pratica, no prazo da reincidência, qualquer um desses delitos, ainda que tipificados em dispositivos penais distintos”.
3. Bibliografia
ANDREUCCI,Ricardo Antônio. Legislação Penal Especial. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
TALON, Evinis. Competência na execução penal: federal ou estadual? Disponível em: <http://evinistalon.com/competencia-execucao-penal-federal-estadual/>. Acesso em: 10 jun. 2018.
TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 11. ed. Bahia: JusPODIVM, 2016. 2624 páginas. 
AVENA, Norberto. Processo Penal. 9. ed. São Paulo: Método GEN, 2017. 924 páginas.

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