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Manual Caseiro - Execução Penal

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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
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LEI DE EXECUÇÃO PENAL 
Lei nº 7.210/84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ed. 2020 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
Manual Caseiro 
Instagram: @manualcaseiro 
E-mail: manualcaseir@outlook.com 
Site: www.meumanualcaseiro.com.br 
Lei de Execução Penal – Lei de nº 7.210/84 
 
LEI DE EXECUÇÃO PENAL 
Lei nº 7.210/84 
 
 
 
 
Prezado aluno, passaremos nesse momento ao estudo da Lei de Execução Penal. O presente material 
tem por objetivo reunir todas as informações que o candidato precisa para resolver questões dos certames 
públicos. Dessa forma, nosso material trouxe uma abordagem doutrinária sobre o tema objeto de estudo, a 
legislação (lei seca), questões já cobradas em concurso público pelas diversas bancas, alterações promovidas 
pelo PAC, jurisprudência em teses, e, por fim, informativos. 
Cumpre alertamos ainda que, a Lei de Execução Penal foi recentemente modificada pelo Pacote 
Anticrime. Desse modo, a leitura da legislação em comento deve ser feita com bastante atenção pelo 
candidato, diante das inúmeras alterações ocasionadas pelo PAC na LEP. 
Feita as devidas considerações iniciais, vamos ao conteúdo. 
Bons estudos, #TmJuntos! 
 
 
1. Do objeto e da aplicação da Lei de execução penal 
 
O art. 1º da Lei de Execução Penal proclama as finalidades da mesma, nos termos seguintes: 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
Art. 1º. A execução penal tem por objetivo: 
(a) efetivar as disposições de sentença ou decisão 
criminal e 
(b) proporcionar condições para harmônica 
integração social do condenado e do internado. 
 
 
Vejamos: 
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão 
criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do 
internado. 
 
 Ao analisarmos o art. 1º da Lei de execução penal contemplamos que ela se propõe a disciplinar as 
questões referentes ao cumprimento de sentença, tanto quanto a decisão condenatória, como também a 
decisão absolutória imprópria que impõe as medidas de segurança. Portanto, esta lei volta-se também para a 
execução das medidas de segurança aplicada aos inimputáveis ou aos semi-ininputáveis que tiveram suas 
penas substituídas nos termos do art. 98 do Código Penal1. 
 Ao tratarmos da Lei de Execução nos deparamos com uma legislação moderna e interessante, mas 
com uma realidade triste devido à falta de estrutura e falta de visão política para investir nessa questão, 
sabendo que nosso Código Penal consagra uma teoria mista, que além de ver a pena como castigo no art. 59 
caput (caráter retributivo da pena), também vê a pena com um fim utilitário ressocializador (aspecto 
preventivo), e a LEP se preocupa bastante com este último aspecto, trazendo institutos como progressão de 
regime, livramento condicional do processo, remição de pena com o trabalho e estudo do preso e diversos 
institutos direcionados a ressocialização buscando a harmônica integração social do condenado e do 
internado definida no final do art. 1º da LEP. 
 
Teoria Mista da Pena: trata-se de uma síntese das duas teorias, a teoria absoluta e a teoria relativa. 
Busca, a um só tempo, que a pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado (retribuição), 
sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção). 
Retribuição + Prevenção. 
 
1 CP, Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, 
a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 
(três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
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Assim, para a teoria em comento, há uma tríplice finalidade das penas: retribuição, prevenção e 
ressocialização. 
Não há dúvidas de que nossa legislação adotou essa posição intermediária (vide art. 59, caput, do 
CP).* Trecho do Cap. 1, vol. 5 (Direito Penal – Parte Geral II – Penas até extinção da punibilidade), da 
Coleção Saberes do Direito – Editora Saraiva. Autor: Arthur da Motta Trigueiros Neto. 
Corroborando ao exposto, Fábio Roque (2020) 2 “No Brasil, adotamos uma teoria mista (eclética) da 
pena, de modo que sua fixação atende às finalidades da reprovação e prevenção (art. 59, CP)”. 
 
Candidato, a Lei de Execução Penal serve para executar transação penal homologada? Não. A Lei 
de Execução Penal não serve para executar transação penal (medida despenalizadora da Lei dos Juizados 
Especiais Criminais). No caso de descumprimento, o MP deverá retomar, oferecendo denúncia. Nesse 
sentido, interessante conhecermos o teor da Súmula Vinculante 35. 
 
Súmula Vinculante 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz 
coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao 
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de 
inquérito policial. 
 
E em que consiste a transação penal? Trata-se de medida despenalizadora prevista ao teor do art. 76, da Lei 
dos Juizados Especiais - acordo entre o titular da ação penal e o agente. A transação penal impede o devido 
processo legal, logo, não tem como se executar o que não fora objeto de processo. Assim, em caso de 
descumprimento do acordo pactuado (transação penal) caberá ao Ministério Público oferecer a denúncia, 
formando assim o devido processo legal, na busca pela condenação, conforme prevê a súmula vinculante 35. 
 
2. Execução provisória 
 
Inicialmente, cumpre entendermos o instituto da execução provisória em si. O prof. Márcio André 
(Dizer o Direito) 3 explica que se um indivíduo é condenado por um crime e contra esta decisão ainda cabem 
 
2 ARAÚJO, Fábio Roque. Direito Penal Didático parte geral. 2020. Editora Juspodivm. 3ª Edição. 
3 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. 1ª Turma do STF aplica entendimento do Plenário no sentido da impossibilidade de 
execução provisória da penaa. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
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recursos, dizemos que a decisão não transitou em julgado. Logo, a condenação é provisória. Imagine que 
um indivíduo está condenado, mas ainda falta julgar algum recurso que ele interpôs. Se esse indivíduo inicia 
o cumprimento da pena imposta, dizemos que está havendo aí uma execução provisória da pena. Isso porque 
a condenação ainda é provisória. 
Uma vez compreendido o que seja a execução provisória da pena, questiona-se: o Ordenamento 
Jurídico Brasileiro adotando o princípio da presunção de inocência admite a execução provisória da pena? 
 
Em regime de repercussão geral, fica reafirmada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
no sentido de que a execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau 
recursal, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio 
constitucional da presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII, da Constituição 
Federal. (ARE 964246 RG, 25-11-2016). Informativo 814/STF, Plenário 
 Como assim? Esse é o entendimento mais recente?Não, candidato. Trata-se de uma decisão já superada, no entanto em 2016 foi importante tal decisão 
porque mitigou o princípio da presunção de inocência, assumindo um juízo de culpabilidade e, portanto, 
autorizando a execução da pena, mesmo que pendente a análise de recurso especial ou recurso extraordinário. 
Mas qual o entendimento atual? 
Em 2019 tivemos um novo julgado em que o Plenário, por maioria, julgou procedentes pedidos 
formulados em ações declaratórias de constitucionalidade para assentar a constitucionalidade do art. 283 do 
CPP (Informativo 957). O relator afirmou que as ações declaratórias versam o reconhecimento da 
constitucionalidade do art. 283 do CPP, no que condiciona o início do cumprimento da pena ao trânsito 
em julgado do título condenatório, tendo em vista o figurino do art. 5º, LVII, da CF. 
Vejamos: 
1ª Turma do STF aplica entendimento do Plenário no sentido da impossibilidade de execução provisória da 
pena 
Ao julgar as ações declaratórias de constitucionalidade 43, 44 e 54, em 7/11/2019, o Plenário do STF firmou o 
entendimento de que não cabe a execução provisória da pena. 
A 1ª Turma do STF aplicou esse entendimento em um caso concreto no qual o réu estava preso unicamente 
pelo fato de o Tribunal de Justiça ter confirmado a sua condenação em 1ª instância, não tendo havido, contudo, 
ainda, o trânsito em julgado. Logo, o STF, afastando a possibilidade de execução provisória da pena, concedeu 
a liberdade ao condenado até que haja o esgotamento de todos os recursos. 
STF. 1ª Turma. HC 169727/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961). 
 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/44ece762ae7e41e3a0b1301488907eaa>. Acesso em: 
05/06/2020 
 
 
 
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O cumprimento da pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos 
O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que se inicie o cumprimento da pena, 
é constitucional, sendo compatível com o princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da 
CF/88. Assim, é proibida a chamada “execução provisória da pena”. Vale ressaltar que é possível que o 
réu seja preso antes do trânsito em julgado (antes do esgotamento de todos os recursos), no entanto, para isso, 
é necessário que seja proferida uma decisão judicial individualmente fundamentada, na qual o magistrado 
demonstre que estão presentes os requisitos para a prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP. Dessa forma, 
o réu até pode ficar preso antes do trânsito em julgado, mas cautelarmente (preventivamente), e não como 
execução provisória da pena. STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgados em 7/11/2019 (Info 958). 
 
Assim, de acordo com o referido preceito constitucional, ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória, assentando a prevalência do princípio da presunção de 
inocência, devendo-se, portanto, exigir o trânsito em julgado para que haja a plenitude de execução, 
ressalvada se decretada a prisão preventiva de forma motivada e fundamentada, sendo possível a execução 
provisória. Desta feita a regra é a liberdade e a exceção será a prisão. 
Em resumo até 2016 a prisão antes do trânsito em julgado da condenação somente poderia ser 
decretada a título cautelar, ou seja, não existiria um cumprimento antecipado da pena, sem que houvesse uma 
ordem judicial, uma decretação fundamentada de uma prisão preventiva. Após 2016 e até 2019, passou a 
existir uma prisão automática, decorrente de uma condenação em segundo grau, vulgarmente chamada de 
prisão em 2º instância. 
Em síntese, o resumo do contexto envolvendo a execução provisória da pena nos últimos naos: 
Até fev/2009 2009 2016 2019 
Até fevereiro de 2009, 
o STF entendia que 
era possível a 
execução provisória 
da pena. 
No dia 05/02/2009, o 
STF, ao julgar o HC 
84078 (Rel. Min. Eros 
Grau), mudou de 
posição e passou a 
entender que não era 
possível a execução 
provisória da pena. 
No dia 05/02/2009, o 
STF, ao julgar o HC 
84078 (Rel. Min. Eros 
Grau), mudou de 
posição e passou a 
entender que era 
possível a execução 
provisória da pena. 
No dia 07/11/2019, o 
STF, ao julgar as ADCs 
43, 44 e 54 (Rel. Min. 
Marco Aurélio), 
retornou para a sua 
segunda posição e 
afirmou que o 
cumprimento da pena 
somente pode ter início 
com o esgotamento de 
todos os recursos. 
 
No informativo 960 de 2019 do STF a Segunda Turma, em conclusão de julgamento e por maioria, 
concedeu, de ofício, a ordem de habeas corpus para declarar a ilegalidade da execução provisória da pena e, 
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assim, revogar a prisão decretada por tal fundamento, se inexistente outro motivo para a segregação do 
paciente e se ausentes fundamentos concretos de prisão preventiva, nos termos do art. 312 do Código de 
Processo Penal (CPP) e em conformidade com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) 
(Informativo 926). 
Nesta assentada, o ministro Gilmar Mendes (relator) reajustou o voto anteriormente proferido para 
aplicar o entendimento da Corte. A ministra Cármen Lúcia salientou ser hipótese de execução de condenação 
confirmada pela segunda instância, pendente de trânsito em julgado. O ministro Ricardo Lewandowski 
alertou não vislumbrar distinção, no que diz respeito ao Tribunal do Júri, quanto à decisão tomada pelo 
Plenário do STF. 
Quando o plenário do STF havia se manifestado sobre a execução provisória, alguns doutrinadores 
seguindo uma orientação divergente afirmava que o júri seria a exceção ao entendimento, ou seja, as decisões 
do júri em primeiro grau autorizariam uma execução provisória e elas não teriam sido abrangidas pela decisão 
do plenário do STF, vindo então a segunda turma e firmando o entendimento que aquele entendimento 
também se aplicaria as decisões do júri em primeiro grau, mesmo reconhecida a garantia constitucional da 
soberania dos vereditos do júri, havendo uma harmonização. 
No entanto, o legislador regulamentou a questão de modo diverso no PAC. Vejamos: 
Lei 13.964/2019 Art. 492, I, e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em 
que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação 
a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, determinará a execução 
provisória das penas, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do 
conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 
2019). 
Nesse sentido, explica Estácio Luiz e Pedro Tenório (2020):4 
A nova redação do art. 492, I, “e”, prevê a obrigatoriedade de o juiz, ao proferir sentença superior 
igual ou superior a 15 anos de reclusão determinar a execução provisória das penas, sem prejuízo 
de conhecer eventual recurso. 
 
Assim, pela nova regra, o réu condenado por crime doloso contra a vida com pena igual ou superior 
a 15 anos de reclusão, mesmo tendo respondido a todo o processo em liberdade, deve ser preso em plenário 
do Tribunal do Júri, iniciando imediatamente o cumprimento da pena (art. 492, I, “e”, do CPP). 
 
4 PACOTE ANTICRIME: As modificações no sistema de justiça criminal brasileiro, Estácio Luiz Gama de Lima Netto /Pedro 
Tenório Soares Vieira Tavares, 2020. 
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 A primeira parte se alinha com a decisão do STF, em que se presentes os requisitos da prisão 
preventiva poderá o réu ser preso sem o trânsito em julgado, no entanto a segundaparte traz uma importante 
modificação, se a “condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão” nós temos a 
possibilidade de execução provisória imediatamente. O legislador leva em consideração a quantidade de pena 
imposta. 
 O Legislador, portanto, manteve o entendimento do STF quanto a necessidade da prisão preventiva 
para fins de execução da pena, mas abriu a possibilidade de uma execução provisória automática quando 
a condenação do tribunal do júri for igual ou superior a 15 anos. Formando-se então duas situações, 
penas inferiores a 15 anos, a execução provisória dependerá da decretação da prisão preventiva, quando as 
penas forem iguais ou superiores a 15 anos, independente de fundamentar-se a preventiva, pela quantidade 
de pena será expedido mandado de prisão para execução provisória da pena. 
Lei 13.964/2019 Art. 492 § 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a 
execução provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se 
houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa 
plausivelmente levar à revisão da condenação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
 
 Se a tese recursal for uma questão que possa plausivelmente levar uma modificação substancial na 
revisão da condenação, o juiz pode deixar de decretar essa execução imediata. Trata-se de uma questão 
polêmica, tendo em vista que cabe ao juiz presidente do júri fazer essa análise na admissibilidade da apelação 
verificar o conteúdo, examinar o mérito para só assim dizer se determina ou não a imediata execução. 
(Provavelmente é possível que se torne uma letra de lei “morta” essa exceção do §3º). 
Cuidado, na prova objetiva será cobrado letra da lei, esse é mais um assunto para ser discutido em 
prova subjetiva, até que saia jurisprudência a respeito. 
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual 
ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019). 
 Via de regra a apelação em face de sentença condenatória tem efeito suspensivo, aqui 
excepcionalmente a apelação não terá efeito suspensivo. 
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o § 
4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso: (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019). 
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I - não tem propósito meramente protelatório; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, novo 
julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão. 
 Então o tribunal, o órgão recursal pode atribuir o efeito suspensivo a apelação (que na referência do 
§ 4º não terá efeito suspensivo) para não executar a pena, quando o recurso não for meramente protelatório 
ou que tiver questão que possa resultar absolvição, anulação, novo julgamento ou redução da pena para 
patamar inferior a 15 anos. 
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente na apelação 
ou por meio de petição em separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da 
sentença condenatória, das razões da apelação e de prova da tempestividade, das contrarrazões 
e das demais peças necessárias à compreensão da controvérsia. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019). 
 É interessante que o advogado ou defensor ao recorrer já veicule na própria apelação o pedido de 
efeito suspensivo, porque se o juiz determinar a execução provisória e na análise não acolher o que a parte 
está requerendo, com a subida da apelação o tema já estará veiculado. Por outro lado, o legislador fala ainda 
da possibilidade de uma petição em separado, ou seja, uma cautelar inominada diretamente para o tribunal. 
 
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território 
Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de 
Processo Penal. 
 Em regra, compete à Justiça comum estadual a execução, ressalvando-se os casos de pena cumprida 
em estabelecimento federal de segurança máxima. 
 Cuidado, na esfera federal a pena privativa de liberdade não é executada na justiça federal, será 
executada pela VEP do Estado, respeitando o art. 2º, o p.único da LEP e a sumula Súmula 192 DO STJ: 
Compete ao juízo das execuções penais do Estado a execução das penas impostas a 
sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos 
sujeitos a administração estadual. 
A justiça federal só executará a pena privativa pena privativa de liberdade, quando houver 
transferência do preso para presídio federal de segurança máxima. 
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Em resumo, para fins de fixação da competência, o que importará é a natureza do estabelecimento 
penitenciário. Se estadual, será competente o juízo das execuções do Estado. Contudo, se federal, será 
competente o juízo das execuções federal. 
 
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela 
Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. 
 Quando o militar é condenado e não perde a condição de militar irá cumprir pena no estabelecimento 
militar. Se condenado, mas perde a condição de militar na sentença, por exemplo, este cumprirá pena em 
estabelecimento comum e a competência será da VEP. (Situação para militar estadual e federal). 
 
3. Princípios norteadores na Execução Penal 
Os princípios a serem observados na fase de execução da penal encontram-se previstos na 
Constituição e na própria Lei de Execução Penal. 
• Princípio da Legalidade na Execução Penal 
A lei consagra em seu teor dispositivo próprio sobre a legalidade implicitamente, vejamos: Art. 3º. 
Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. 
 
• Princípio da igualdade/isonomia 
Art. 3º. Parágrafo único: Não haverá qualquer distinção racial, social, religiosa ou política. 
Através do referido dispositivo, está se proibindo tratamento diferenciado em decorrência de raça, 
condição social, religiosa ou política. Mas é possível distinção de natureza etária e sexual. É possível 
distinção ainda, considerando a gravidade do crime e periculosidade do agente. 
Por exemplo, ao maior de 70 anos será possibilitado o direito de cumprir pena em seu domicílio 
(art. 117, I, LEP). Outro exemplo, que podemos citar é a colocação das mulheres em estabelecimento 
distintos dos homens. Por fim, em 2015 a Lei de Execução Penal foi alterada pela Lei nº 13.167, de 2015, a 
qual passou a prever ao teor do art. 84 critérios para separação dos preços conforme sua periculosidade. 
Vejamos: 
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Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado. 
 
§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:(Redação 
dada pela Lei nº 13.167, de 2015) 
I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 
2015) 
II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei 
nº 13.167, de 2015) 
III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos I 
II. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) 
 
• Princípio da Individualização da Execução Penal 
Art. 5º. Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, 
para orientar a individualização da execução penal. 
 
O princípio da individualização é observado desde a fase de elaboração da lei, no âmbito do 
legislativo com a cominação da pena. No âmbito judicial, no momento de aplicação da pena, o magistrado 
observará a individualização de acordo com as condições do condenado. E por fim, a individualização da 
pena deverá também ser observada no âmbito da execução penal, pois a execução da pena também será 
individualizada, eles serão classificados. 
• Princípio da Jurisdicionalidade 
 
Conforme ensina a prof. Martina Correia (2020)5 o direito de punir do Estado condiciona-se a um 
processo de execução penal (nulla poena sem sine processu). “A intervenção do juiz, na execução da pena, 
é eminentemente jurisdicional, sem exclusão daqueles atos acessórios, de ordem administrativa, que 
acompanham as atividades do magistrado”. A jurisdicionalidade é reforçada no art. 194. 
Os incidentes da execução penal serão decididos pelo Poder Judiciário. Nesse sentido, os Arts. 2º e 
194, da LEP. Vejamos: 
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território 
Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código 
de Processo Penal. 
 
5 CORREIA, Martina. Execução penal em tabelas. 2020. Editora Juspodivm. 
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Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, 
desenvolvendo-se perante o Juízo da execução. 
Candidato, todos os incidentes da execução penal serão resolvidos pelo juiz? E a autoridade 
administrativa? A lei reserva a autoridade administrativa a decisão sobre pontos secundários da execução 
da pena, tais como: visitas, horário de banho sol, permissão de saída, cela do preso, etc. cumpre destacarmos 
ainda que, na hipótese de eventuais abusos praticados pela autoridade administrativa, será possibilitado ao 
condenado peticionar perante o juiz, relatando os referidos abusos. 
 
• Princípio do devido processo Legal 
 O processo de execução deve observar ampla defesa, contraditório, publicidade, etc. 
 
• Princípio da humanidade/humanização das penas 
Respeito à dignidade da pessoa humana. Foi com base nesse princípio que foi editada a Lei nº 
13.434/17 – alterou o art. 292, p. único do Código de Processo Penal, proibindo o uso de algemas nas 
mulheres na hora do parto. 
Vejamos: 
Art. 292. 
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares 
preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período 
de puerpério imediato. 
Com base ainda no princípio em estudo, foi o que o STF decidiu que é lícito ao Poder Judiciário 
impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na execução de 
obras emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado da dignidade da pessoa 
humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e moral, nos termos do que preceitua o 
art. 5º, XLIX, da CF, não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do possível nem o princípio da 
separação dos poderes. STF. Plenário. RE 592581/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 
13/8/2015 (repercussão geral) (Info 794). 
O (des) respeito aos princípios que regem a execução penal é tema recorrente nos Superiores 
Tribunais. Ganhou especial destaque recente decisão do STF (ADPF 347) onde os ministros entenderam ter 
configurado o chamado “estado de coisas inconstitucional” no sistema penitenciário brasileiro. 
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O Estado de Coisas Inconstitucional ocorre quando se verifica a existência de um quadro de violação 
generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, causado pela inércia ou incapacidade reiterada e persistente 
das autoridades públicas em modificar a conjuntura de modo que apenas transformações estruturais da atuação 
do Poder Público e a atuação de uma pluralidade de autoridades podem modificar a situação inconstitucional. 
O STF reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas Inconstitucional", com 
uma violação generalizada de direitos fundamentais dos presos. As penas privativas de liberdade aplicadas nos 
presídios acabam sendo penas cruéis e desumanas. 
Vale ressaltar que a responsabilidade por essa situação deve ser atribuída aos três Poderes (Legislativo, 
Executivo e Judiciário), tanto da União como dos Estados-Membros e do Distrito Federal. 
A ausência de medidas legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representa uma verdadeira "falha 
estrutural" que gera ofensa aos direitos dos presos, além da perpetuação e do agravamento da situação. 
Assim, cabe ao STF o papel de retirar os demais poderes da inércia, coordenar ações visando a resolver o 
problema e monitorar os resultados alcançados. 
Diante disso, o STF, em ADPF, concedeu parcialmente medida cautelar determinando que: 
• juízes e Tribunais de todo o país implementem, no prazo máximo de 90 dias, a audiência de custódia; 
• a União libere, sem qualquer tipo de limitação, o saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional para 
utilização na finalidade para a qual foi criado, proibindo a realização de novos contingenciamentos. 
Na ADPF havia outros pedidos, mas estes foram indeferidos, pelo menos na análise da medida cautelar. STF. 
Plenário. ADPF 347 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/9/2015 (Info 798). 
Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Estado de Coisas Inconstitucionala. Buscador Dizer o Direito, 
Manaus. Disponível em: < 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4e732ced3463d06de0ca9a15b6153677> 
Acesso em: 09/06/2020. 
 
4. Classificação dos condenados 
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para 
orientar a individualização da execução penal. 
 Classificados conforme: 
• Seus antecedentes; 
• Sua personalidade. 
 No início da execução, existe o chamado exame de classificação, conforme o Art. 6º da LEP. 
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o 
programa individualizado da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso 
provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003). 
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 Cabe a comissão técnica fazer a avaliação e classificação, bem como, elaborar uma proposta de 
execução para condenado, de modo que se respeite a proposta constitucional com a garantia da 
individualizaçãoda pena. 
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será 
submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada 
classificação e com vistas à individualização da execução. 
 O exame criminológico faz parte do momento da classificação. O preso passa pela comissão técnica 
de classificação e um dos elementos considerados nessa classificação é o exame criminológico. 
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao 
cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semiaberto. 
 Ou seja, o exame criminológico pela LEP seria facultativo para quem começa a cumprir pena em 
regime semiaberto. No entanto parte da doutrina sugere que é obrigatório também para o regime semiaberto, 
fazendo uma interpretação do Código Penal. 
SÚMULA DO STJ - Súmula 439: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do 
caso, desde que em decisão motivada. 
 O STJ se pronunciou acerca do tema de forma que, o juiz pode determinar a realização do exame 
criminológico se pelas peculiaridades do caso entenda que seja necessário. 
 
Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave 
contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho 
de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante 
extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. (Incluído pela 
Lei nº 12.654, de 2012). 
 Com o advento da Lei 12.654/2012 os condenados por crime praticado, DOLOSAMENTE, com 
VIOLÊNCIA de natureza grave contra a pessoa, ou por qualquer dos crimes etiquetados como hediondos 
ou equiparados, serão submetidos a identificação do perfil genético é obrigatória, mediante extração de DNA, 
devendo seguir técnica adequada e indolor. 
Dessa forma, a identificação do perfil genético previsto ao teor do art. 9º-A da LEP pressupõe os 
referidos requisitos: 
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a) crime doloso; b) praticado com violência a pessoa ou rotulado como crime hediondo. 
 
Este artigo impõe a realização de uma identificação através do perfil genético, quando o crime é 
doloso e praticado com violência grave ou condenado por qualquer dos crimes hediondos. Uma crítica é feita 
em relação a este artigo, tendo em vista que, por exemplo, a falsificação de medicamento que é um crime 
hediondo, deveria ser submetido o acusado a identificação do perfil genético mediante extração de DNA sem 
necessidade alguma. Essa identificação só tem sentido para crimes como estupro, estupro de vulnerável, 
crimes violentos, no geral. 
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme 
regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012). 
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de dados 
genéticos, observando as melhores práticas da genética forense. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019). 
 Essa regulamentação mantém relação com a cadeia de custódia 6e as perícias no que tange a 
manutenção da segurança do manuseio dos elementos sensíveis, para que esta prova tenha valoração 
adequada sob pena de se prejudicar a apreciação do conteúdo. 
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de 
inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. (Incluído 
pela Lei nº 12.654, de 2012). 
 Em resumo esse material poderá ser utilizado em outras investigações criminais. 
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados constantes nos 
bancos de perfis genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou 
esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019). 
 Por isso a importância do § 1º-A na garantia mínima de proteção dos dados genéticos, não apenas o 
sigilo, mas a proteção e manutenção do conteúdo, para que o material não seja contaminado. Tendo em vista 
que será viabilizado o acesso aos dados. 
 
6 O que é a cadeia de custódia? A cadeia de custódia da prova consiste no caminho que deve ser percorrido pela prova até a sua 
análise pelo magistrado, sendo certo que qualquer interferência indevida durante esse trâmite processual pode resultar na sua 
imprestabilidade (RHC 77.836/PA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 05/02/2019). 
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§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à 
identificação do perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá 
ser submetido ao procedimento durante o cumprimento da pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019). 
 
 A ideia é de que assim que o condenado entra no estabelecimento faça o exame de perfil genético, 
caso isso não aconteça se impõe durante o cumprimento da pena que se faça tal identificação. (Restrito aos 
crimes previstos no Art. 9º-A). 
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
§ 6º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de 
identificação do perfil genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
 Desta forma o rol de faltas graves foi consequentemente aumentado com essa recusa de se submeter 
com o procedimento de identificação do perfil genético. No entanto estamos diante de mais uma questão 
polêmica, tendo em vista que a Constituição concede a garantia de não produzir provas contra si mesmo 
nemo tenetur se detegere, e mesmo assim se o preso se recusar ainda será constituído falta grave para este. 
 Cuidado, na prova objetiva será cobrado letra da lei, esse é mais um assunto para ser discutido em 
prova subjetiva, até que saia jurisprudência a respeito. 
 
5. Do trabalho 
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá 
finalidade educativa e produtiva. 
 O trabalho do condenado é tanto um direito (remição de pena) quanto um dever (almejando o caráter 
ressocializador da pena) e o estabelecimento prisional deveria conceder oportunidade de trabalho a todos, 
muito embora a realidade nos mostre que o sistema prisional não oferece. Inclusive abriu-se margem para a 
tese da “remição virtual” na qual afirma que se o preso é impedido de trabalhar por falta de condições do 
estabelecimento prisional, ele teria o direito de ser beneficiado com a remição de pena em relação aos dias 
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que não conseguiu trabalhar porque o próprio estado, a estrutura prisional o impede (essa tese foi solenemente 
rechaçada pelo STF). 
Vejamos: 
Não é possível a remição ficta da pena 
Não se admite a remição ficta da pena. 
Embora o Estadotenha o dever de prover trabalho aos internos que desejem laborar, 
reconhecer a remição ficta da pena, nesse caso, faria com que todas as pessoas do sistema 
prisional obtivessem o benefício, fato que causaria substancial mudança na política pública 
do sistema carcerário, além de invadir a esfera do Poder Executivo. 
O instituto da remição exige, necessariamente, a prática de atividade laboral ou educacional. 
Trata-se de reconhecimento pelo Estado do direito à diminuição da pena em virtude de 
trabalho efetuado pelo detento. Não sendo realizado trabalho, estudo ou leitura, não há que 
se falar em direito à remição. 
STF. 1ª Turma. HC 124520/RO, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 29/5/2018 (Info 904). 
STJ. 5ª Turma. HC 421425/MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 27/02/2018. 
STJ. 6ª Turma. HC 425155/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018. 
 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não é possível a remição ficta da pena. Buscador Dizer o Direito, 
Manaus. Disponível em: < 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/bac49b876d5dfc9cd169c22ef5178ca7 >. 
Acesso em: 09/06/2020. 
 
 
 
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança 
e à higiene. 
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. 
 O trabalho do preso tem regramento especial, e a ideia do Legislador era não permitir que o preso 
recebesse o mesmo tratamento de uma pessoa livre, para equilibrar o mercado e para que não houvesse a 
exploração da mão de obra encarcerada. 
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior 
a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. 
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 Não pode ser inferior ser menor que 3/4, esse será o piso para que não se utilize de forma 
indiscriminada essa mão de obra. Uma garantia para o preso e para o trabalhador livre. 
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. 
 As horas prestadas não serão remuneradas tendo em vista que isto é pena restritiva de direitos, esta já 
é a própria pena. 
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, 
com descanso nos domingos e feriados. 
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para 
os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal. 
 Ressalvados os casos em que o preso trabalhe na manutenção do estabelecimento. Tendo em vista 
que poderá ser realizado um horário diferenciado no regime de plantão por exemplo. 
 
LEP, Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho. 
 O legislador ressalva aquele que está cumprindo crime político. A LEP na verdade é de 1984 um 
período antes da Constituição e com isso a vinda de um regime ditatorial era ainda muito presente, então 
aquele que por manifestações ideológicas cometesse crime político estaria isento da obrigação do trabalho. 
Isso é válido porque a recusa de execução do trabalho é falta grave. 
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em 
serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou 
entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. 
 Em regra, o trabalho externo não é cabível para regime fechado, nesse regime o trabalho deve ser 
interno. Este artigo traz uma exceção. 
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de 
empregados na obra. 
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração 
desse trabalho. 
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso. 
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Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, 
dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 
(um sexto) da pena. 
 Quem autoriza o trabalho externo é o diretor do estabelecimento, o preso terá de ter capacidade para 
realizar o trabalho e responsabilidade, e deverá ter no mínimo cumprido 1/6 da pena. Antes da reforma da 
Lei 13.964/2019, o sistema era de 1/6, 2/5 para hediondo primário e 3/5 para hediondo reincidente, então o 
condenado por crime hediondo sendo primário só terá progressão com 2/5 da pena, ficando em regime 
fechado. Para ter autorização em trabalho externo este teria que cumprir 1/6 da pena. 
 Candidato, o preso que começa a cumprir a pena em regime semiaberto, terá de cumprir 1/6 
da pena? Não, a jurisprudência afirma que se admite a concessão do trabalho externo ao condenado em 
regime inicial semiaberto, independentemente do cumprimento de, no mínimo, 1/6 da pena, desde que 
verificadas condições pessoais favoráveis pelo Juízo das Execuções Penais. Vejamos: 
É assente o entendimento desta Corte no sentido de ser desnecessário o cumprimento de 1/6 
(um sexto) da pena, no mínimo, para a concessão do benefício do trabalho externo ao 
condenado a cumprir a reprimenda no regime semiaberto, desde que satisfeitos os demais 
requisitos necessários, de natureza subjetiva. (HC 282.192/RS, QUINTA TURMA, DJe 
22/05/2014). 
 Informativo 752/STF, Plenário. Trabalho externo e cumprimento mínimo de pena. A 
exigência objetiva de prévio cumprimento do mínimo de 1/6 da pena, para fins 
de trabalho externo, não se aplica aos condenados que se encontrarem em 
regime semiaberto. EP 2 TrabExt-AgR/DF, rel. Min. Roberto Barroso, 
25.6.2014. 
 
6. Da disciplina 
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das 
autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho. 
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou 
restritiva de direitos e o preso provisório. 
 Todos os presos são submetidos a disciplina carcerária. 
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Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou 
regulamentar. 
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado. 
§ 2º É vedado o emprego de cela escura. 
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. 
 Este artigo é um espelho do princípio da legalidade, não permitindo falta nem sansão sem anterior 
previsão legal ou regulamentar. Este artigo veda ainda castigos físicos e morais ao condenado, torturas de 
forma geral. 
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será 
cientificado das normas disciplinares. 
 Assim que o preso adentrar o estabelecimento este terá de ser informado das normas de disciplina do 
local. 
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela 
autoridadeadministrativa conforme as disposições regulamentares. 
 É atribuição do diretor do estabelecimento a questão disciplinar, aplicação de sanções, apurações de 
faltas, apenas em alguns casos, algumas sanções é que serão levadas ao juiz de execução, por exemplo, para 
fins de regressão, revogação de autorização de saída temporária, etc. 
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela 
autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado. 
 Da mesma forma que o artigo 37, o artigo 48 traz a responsabilidade disciplinar do diretor do 
estabelecimento, apenas enquanto que no primeiro é âmbito de PPL, este segundo trata da PRD. 
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins 
dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. 
 Art. 118 regressões, Art. 125 saídas temporárias, Art. 127 perdas de dias remidos, Art. 181 conversões 
negativas de PRD em PPL. 
 
 
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 5.1 Faltas disciplinares 
Conforme explica o prof. Márcio André7, caso o indivíduo descumpra alguma das normas de 
disciplina impostas, dizemos que ele praticou uma falta disciplinar. As faltas disciplinares classificam-se 
em: leves, médias e graves. Faltas leves e médias: são definidas pela legislação local (estadual), que deverá 
prever ainda as punições aplicáveis. Faltas graves: estão previstas nos arts. 50 a 52 da LEP. 
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local 
especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. 
 A LEP só define as faltas graves, as faltas leves e médias serão definidas pela legislação local, assim 
como, suas sanções. 
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. 
 Cuidado. No Código Penal o p. único do Art. 14 afirma: “aos agentes de crimes tentados aplica-se a 
pena prevista para o respectivo crime consumado diminuída de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) ...” Na LEP 
a tentativa é punível com a mesma sansão da falta consumada. A crítica é que não se utiliza a 
proporcionalidade neste caso, no entanto a Lei determina que não haverá diferença. 
Súmula 526: O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido 
como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato. 
Candidato, para que o reeducando seja punido administrativamente com a sanção disciplinar da 
falta grave, é necessário que, antes disso, ele já tenha sido condenado judicialmente pela prática do crime 
doloso? Em outras palavras, para que se puna administrativamente a falta grave, exige-se prévia sentença 
judicial condenatória? O prof. Márcio André, explica que NÃO. Para que o reeducando seja punido 
administrativamente com a sanção disciplinar da falta grave NÃO é necessário que, antes disso, ele seja 
condenado judicialmente pela prática do crime doloso. Esse é o entendimento consolidado no STJ: 
O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido 
como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado 
de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do 
 
7 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 526-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0613239e122094abb4ef998c01d16958>. Acesso em: 
09/06/2020. 
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fato. (...) (STJ. 3ª Seção. REsp 1336561/RS, Rel. p/ Acórdão Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, julgado em 25/09/2013. Recurso repetitivo) 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 526-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. 
Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0613239e122094abb4ef9
98c01d16958>. Acesso em: 09/06/2020. 
 Portanto a partir de que momento pode se reconhecer a existência da falta grave de fato? É um 
tema controverso, tendo em vista que a súmula deixa em aberto o momento exato. O STJ estabelece apenas 
que o reconhecimento da falta grave pela prática de fato definido como crime doloso prescinde do trânsito 
em julgado da sentença penal condenatória do processo penal instaurado para apuração do fato. Caso a prova 
seja objetiva o momento então será conforme a literalidade da própria súmula. 
No entanto se a prova for discursiva para do cargo de defensor público, por exemplo, tem a corrente 
que afirma a necessidade de haver apenas sentença condenatória, ainda que não transitada em julgado. 
Outra corrente para caso a prova discursiva seja de MP é a que afirma poder ser em momento da 
prática do fato definido como crime doloso, que já seria suficiente (art. 52). 
E em uma outra corrente de posição intermediária, afirma-se ser reconhecida a falta grave a partir do 
recebimento da denúncia, tendo em vista que já teria uma justa causa, um suporte probatório mínimo quanto 
ao fato e autoria. 
Súmula 533: Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução 
penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do 
estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado 
constituído ou defensor público nomeado. 
 Nesta súmula o STJ afirma ser imprescindível a instauração do PAD para reconhecimento da falta 
disciplinar. 
 Cuidado, existe súmula do STF dispensando defesa técnica em procedimento administrativo, 
contudo, na esfera de execução penal não se dispensa defesa técnica, mesmo em procedimento 
administrativo, tendo em vista que o PAD neste caso tem repercussão na liberdade, no cumprimento da pena, 
então é imprescindível a instauração do PAD assegurado a defesa técnica. 
 
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Súmula 534: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de 
regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. 
 A falta grave zera a contagem do prazo. Exemplo. O condenado que cumpre pena no regime fechado 
para chegar no regime semiaberto terá de cumprir 16% da pena. Imagine que ele já tivesse cumprido 10% 
do prazo e comete uma falta grave, deste modo esses 10% são zerados e então terá um atraso na progressão 
de regime, tendo que cumprir novamente 16% a partir da interrupção. 
 
Súmula 441: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional. 
 Embora a Lei 13.964/19 tenha exigido que para livramento condicional o condenado não tenha sido 
punido com falta grave nos últimos 12 meses, isso não significa que todo o período aquisitivo tenha sido 
interrompido, então essa súmula está mantida, não foi modificada. 
 
Súmula 535: A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena 
ou indulto. 
 Livramento condicional, comutação de pena ou indulto, a falta grave não interrompe o período 
aquisitivo. Agora naprogressão de regime há a interrupção. 
 
Em resumo: 
 
Prática de falta grave INTERROMPE contagem do prazo para a progressão 
de regime de cumprimento de pena 
A falta grave NÃO interrompe prazo para obtenção de livramento 
condicional. 
Prática de falta grave NÃO interrompe o prazo para fim de comutação de 
pena ou indulto. 
 
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: 
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; 
II - fugir; 
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Observe que fugir não necessariamente é crime, é crime evadir-se ou tentar evadir-se com violência 
à pessoa (Art. 352 CP), a fuga é falta grave. 
 III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; 
 Objetos como facas artesanais e materiais perfurantes por exemplo. 
IV - provocar acidente de trabalho; 
 Conduta dolosa, não é uma situação em que tenha sido vítima de acidente,. 
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; 
 Falta grave direcionada ao regime aberto. 
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei 
“Art. 39. Constituem deveres do condenado: 
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; 
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; ” 
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que 
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 
11.466, de 2007). 
 Posse de equipamento de comunicação. Não precisa ser o aparelho completo, pode ser a bateria, 
carregador, etc. 
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético. (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019). 
 O legislador já havia inserido no Art. 9-A §8º que seria falta grave tal recusa. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. 
 
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave... 
 O começo do Art. 52 seria praticamente o inciso IX, mais uma falta grave. 
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6.2 Prescrição da falta grave 
Apesar do silêncio da LEP segundo o entendimento pacífico dos Tribunais Superiores é de três anos 
o prazo prescricional para aplicação de sanção administrativa disciplinar decorrente da prática de falta grave 
no curso da execução penal, uma vez que, ante a inexistência de legislação específica acerca da matéria, 
aplica-se o disposto no art. 109, VI, do Código Penal, considerando-se, assim, o menor lapso temporal 
previsto. 
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: 
I – descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; 
 II – retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta; 
III – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. 
“Art. 39. Constituem deveres do condenado: 
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; 
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; ” 
 
7. Regime disciplinar diferenciado 
O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), disposto no artigo 52 da LEP (Lei de Execução Penal) é 
uma forma especial de cumprimento da pena no regime fechado, que consiste na permanência do presidiário 
(provisório ou condenado) em cela individual, com limitações ao direito de visita e do direito de saída da 
cela. 
Vejamos: 
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar 
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional 
ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as 
seguintes características: LEI Nº 13.964, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2019. 
 Vejamos o antigo e atual cenário legislativo: 
 
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Antiga redação do texto da LEP (antes do PAC8) 
 
Nova redação do texto da LEP com a introdução 
pela Lei nº 13.964/2019 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem 
prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de 
mesma espécie, até o limite de um sexto da pena 
aplicada; 
II - recolhimento em cela individual; 
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as 
crianças, com duração de duas horas; 
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias 
para banho de sol. 
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de 
repetição da sanção por nova falta grave de mesma 
espécie; 
II - recolhimento em cela individual; 
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a 
serem realizadas em instalações equipadas para impedir 
o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da 
família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, 
com duração de 2 (duas) horas; 
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas 
diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) 
presos, desde que não haja contato com presos do mesmo 
grupo criminoso; 
 
 Uma questão pertinente é que a Lei agravou ainda mais as condições do RDD e como há um 
agravamento em relação a prisão e a liberdade foi mais restringida, alguns entendem que não poderá retroagir, 
tendo em vista o caráter penal predominante, além de que cria uma situação mais gravosa para o preso. Desta 
forma as novas restrições e regras como visitas por exemplo só deverão ser aplicadas as novas sanções. Há 
quem diga, no entanto, que é norma puramente processual penal e tem aplicação imediata. 
Terá de se aguardar também um posicionamento jurisprudencial. 
 V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações 
equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização 
judicial em contrário; 
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; 
 Outra discussão é acerca da inviolabilidade das comunicações postais, a CF diz que é inviolável. O 
que foi mitigado e é objeto de Lei 9.296/96, foi a interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas. 
Mais uma questão que se aguarda jurisprudência, no entanto a tendência do quadro no STF é prevalecer a 
tese de alguns ministros de que não há direito absoluto, mas terá que ser evidenciado no cenário concreto o 
risco para fundamentaressa fiscalização. 
 
8 PAC: Pacote Anticrime – Lei nº 13.964/2019. 
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VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, 
garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso. 
 Não será obrigatoriamente, inclusive já era algo comum no RDD esse tipo de procedimento. 
 
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou 
condenados, nacionais ou estrangeiros: 
 I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da 
sociedade; 
 Hipótese para aplicação do RDD – Auto risco. 
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, 
em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da 
prática de falta grave. 
 Mais uma hipótese para aplicação do RDD – Envolvimento com organização criminosa. 
§ 2º (Revogado). 
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação 
criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais 
Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente 
cumprido em estabelecimento prisional federal. 
 Se houver liderança ou atuação em dois ou mais Estados, o RDD será cumprido em presídio Federal. 
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser 
prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso: 
 Nas hipóteses do § 1º e § 3º, nestes casos o RDD poderá ser prorrogado sucessivamente por períodos 
de 1 ano. 
 I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de 
origem ou da sociedade; 
 II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, 
considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, 
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a operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e os resultados 
do tratamento penitenciário. 
 Ou seja, vai ficar no RDD renovando por prorrogações de ano em ano. 
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar diferenciado deverá contar 
com alta segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de se 
evitar contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação criminosa ou 
milícia privada, ou de grupos rivais. 
 Uma recomendação de alta segurança interna e externa. 
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada em sistema de áudio ou 
de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário. 
 A visita que agora será quinzenal, será gravada (áudio e vídeo) e se houver autorização judicial será 
fiscalizada pelo agente. 
 § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não 
receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, 
ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e 
por 10 (dez) minutos.” 
 Após os 6 (seis) primeiros meses de RDD, se o preso não receber visita, poderá ser substituída por 
contato telefônico. Esse contato por intermédio de vídeo conferência acaba por facilitar o contato da família 
com o preso pela dificuldade muitas vezes de locomoção da família, que de forma quinzenal se deslocaria 
para outro estado, por exemplo. 
 
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: 
I - advertência verbal; 
II - repreensão; 
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único); 
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam 
alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. 
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 Essas quatro primeiras sanções são impostas pelo diretor do estabelecimento, ou seja, não há 
necessidade de manifestação judicial para aplicações destas sanções. 
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003). 
 É uma decisão judicial, a representação é encaminhada pelo diretor do estabelecimento. 
 
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do 
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz 
competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003). 
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento 
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade 
administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003). 
 Há uma manifestação prévia do diretor para aplicação do RDD. 
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de 
manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze 
dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003). 
 A inclusão do RDD exige a provocação da autoridade administrativa e a manifestação do MP e da 
defesa havendo um contraditório, havendo discussão em torno da medida, na qual o juiz irá decidir no prazo 
de 15 dias. 
 
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, 
ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, 
de 2003). 
 Quem estabelece é o próprio diretor, ressalvada a hipótese do RDD que durará 2 anos prorrogáveis 
sem limites. Lembre-se que isolamento não se confunde com solitária, esse isolamento é na própria cela ou 
em lugar adequado, cela escura é considerado tortura. 
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução. 
 
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Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo 
prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da 
disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada 
pela Lei nº 10.792, de 2003). 
 Este artigo possui uma questão de natureza cautelar. Os 10 dias de isolamento cautelar serão 
descontados do limite máximo de 30 dias imposto pelo art.58. Bem como a inclusão no RDD cautelar 
dependerá do despacho de juiz competente. 
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar 
diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. (Redação dada 
pela Lei nº 10.792, de 2003). 
 Regra de Mandela nº 4 
1. Em nenhuma hipótese devem as restrições ou sanções disciplinares implicar em tortura 
ou outra forma de tratamento ou sanções cruéis, desumanos ou degradantes. As seguintes 
práticas, em particular, devem ser proibidas:a) Confinamento solitário indefinido; 
b) Confinamento solitário prolongado; 
c) Encarceramento em cela escura ou constantemente iluminada 
d) Castigos corporais ou redução da dieta ou água potável do preso; 
e) Castigos coletivos. 
 A regra de Mandela não proíbe o confinamento solitário, apenas proíbe que este ocorra por tempo 
indefinido e por tempo prolongado, que no caso segunda a regra 44 seria mais de 15 dias. 
 
Regra de Mandela nº 44 
 Para os objetivos destas Regras, o confinamento solitário refere-se ao confinamento do 
preso por 22 horas ou mais, por dia, sem contato humano significativo. O confinamento 
solitário prolongado refere-se ao confinamento solitário por mais de 15 dias consecutivos. 
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 Observe que o RDD mantém o preso por 22horas dentro da sala e tem 2 horas de saída para banho de 
sol. Mas entra em conflito com o RDD tendo em vista que ficará no confinamento solitário por muitos mais 
de 15 dias, (2 anos com possibilidade de prorrogações). 
 
Regra de Mandela nº 45 
 1. O confinamento solitário será utilizado somente em casos excepcionais como último 
recurso, pelo menor prazo possível e sujeito a uma revisão independente, e somente de 
acordo com autorização de autoridade competente. Não deverá ser imposto como 
consequência da sentença do preso. 
 Ou seja, o confinamento solitário ele não pode ser diretamente imposto da sentença condenatória, ele 
é apenas uma sanção dentro das hipóteses do art. 52 da LEP. 
2. A determinação de confinamento solitário será proibida no caso de preso portador de 
deficiência mental ou física quando essas condições possam ser agravadas por tal medida. 
A proibição do uso do confinamento solitário e de medidas similares em casos envolvendo 
mulheres e crianças, como referido em outros padrões e normas das Nações Unidas sobre 
prevenção ao crime e justiça criminal,29 permanece aplicável. 
 
8. Recompensas 
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do 
condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. 
 As benesses concedidas em relação ao bom comportamento. 
Art. 56. São recompensas: 
I - o elogio; 
II - a concessão de regalias. 
 Regalias dentro do sistema prisional, caso haja condição, será um horário maior de lazer, assistir uma 
televisão, ter acesso a jornais e revistas, etc. 
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de 
concessão de regalias. 
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9. Execução das penas privativas de liberdade 
 
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu 
estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução. 
 O primeiro passo com o trânsito em julgado, é a expedição da guia de recolhimento ou guia de 
execução. 
Observação. Lembre-se que no caso execução provisória o STF em decisão recente do final de 2019, 
mudou entendimento (mantendo o texto constitucional), exigindo a necessidade de só autorizar a execução 
provisória quando decretada a prisão preventiva. 
 
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o 
cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus 
parágrafos do Código Penal. 
 
 O regime inicial de cumprimento é fixado de acordo com a quantidade de pena imposta (art. 33, § 2º) 
e com as condições pessoais do condenado (primariedade ou reincidência) art. 33, § 3º c/c critérios previstos 
no art. 59 CP circunstâncias judiciais do caput + inciso III. Vejamos: 
 - Regime fechado: condenado a pena superior a 8 (oito) anos. Regime Inicial. 
 - Regime Semiaberto: condenado não reincidente, a pena superior a 4 (quatro) anos e não superior a 
8 (oito) anos. Sendo primário, com circunstâncias judiciais favoráveis e 4 < P ≤ 8. 
 Obs. Súmula 269 STJ: “É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes 
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. ” O STJ 
abriu a possibilidade do semiaberto para reincidentes (pela lei seria regime fechado), desde que com pena no 
patamar do regime aberto. 
 Obs. Súmula 440 - STJ: “É vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o 
cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade do delito”. Ou seja, se a pena base ficar 
no mínimo legal e o réu é primário, o juiz não poderá estabelecer o regime mais gravoso com base únicamente 
na gravidade em abstrato do fato. 
pedro silva
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
 - Regime Aberto: condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos. P≤4. 
 
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em 
processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da 
soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição. 
 Se o sujeito for condenado por mais de um crime (no mesmo processo ou em processos distintos), o 
regime vai ser estabelecido não para cada crime individualmente, mas após a fixação das penas, o juiz fará o 
somatório com a unificação das penas e estabelecerá o regime inicial. 
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante 
da que está sendo cumprida, para determinação do regime. 
 Exemplo. Caso hipotético em que já se cumpriu 6 meses de uma pena de 6 anos em regime semiaberto 
(restando agora apenas 5 anos e 6 meses), sobrevém neste momento uma condenação de 3 anos por outro 
crime, então os 3 anos serão somados aos 5 anos e 6 meses restantes da primeira condenação, resultando 8 
anos e 6 meses totais, passando para o regime fechado. 
 O informativo nº 0621. Terceira Seção traz: 
A alteração da data-base para concessão de novos benefícios executórios, em razão da 
unificação das penas, não encontra respaldo legal. As Turmas que compõem a Terceira 
Seção do Superior Tribunal de Justiça, em consonância com a compreensão do Supremo 
Tribunal Federal acerca do tema, possuíam o entendimento pacificado de que, sobrevindo 
condenação definitiva ao apenado, por fato anterior ou posterior ao início da execução penal, 
a contagem do prazo para concessão de futuros benefícios seria interrompida, de modo que 
o novo cálculo, realizado com base no somatório das penas, teria como termo a quo a data 
do trânsito em julgado da última sentença condenatória... A unificação de nova condenação 
definitiva já possui o condão de recrudescer o quantum de pena restante a ser cumprido pelo 
reeducando, logo, a alteração da data-base para concessão

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