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Aula 8 - Direito Processual do Trabalho

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
PROFESSOR: Leandro Guerra de Melo
Direito Processual do Trabalho
DISSÍDIO INDIVIDUAL
Petição Inicial
I – Conceito
Ato processual praticado pelo autor de rompimento da inércia do
Poder Judiciário, na qual pleiteia a tutela jurisdicional do seu direito,
com a entrega do bem da vida, trazendo os motivos fáticos e jurídicos
que embasam essa pretensão e indicando em face de quem a atuação
estatal é pretendida.
Direito Processual do Trabalho
DISSÍDIO INDIVIDUAL
II – Características
a) Peça Formal: (art. 840 da CLT) a formalidade da petição inicial é
caracterizada pelos requisitos que deverão ser preenchidos pelo autor
no momento da propositura da ação. Vale ressaltar que a CLT admite a
reclamação trabalhista verbal, mas ainda assim haverá a necessidade
de sua redução a termo.
b) Define os limites objetivos da lide: a petição inicial traz em seu bojo
os fundamentos de fato e de direito que embasam a pretensão do
autor, bem como os respectivos pedidos. Processualmente falando, a
petição inicial define a causa de pedir e os pedidos da lide.
Direito Processual do Trabalho
c) Define os limites subjetivos da lide: a petição inicial traz em seu bojo
os sujeitos da lide, ou seja, aquele que pede a tutela jurisdicional do
Estado e em face de quem a tutela jurisdicional é pretendida.
d) Quebra a inércia da Poder Judiciário: significa que o Estado-juiz
somente atuará mediante provocação da parte, em regra. Isso para
preservar a imparcialidade do magistrado no julgamento da lide. Assim,
a petição inicial representa o ato processual de rompimento da inércia
da jurisdição.
Direito Processual do Trabalho
DISSÍDIO INDIVIDUAL
III – Classificação
A petição inicial trabalhista poderá ser verbal ou escrita, conforme
prevê o art. 840 da CLT.
Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação
das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá
ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do
reclamante ou de seu representante.
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas
pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1º deste artigo.
§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo serão julgados
extintos sem resolução do mérito.
Direito Processual do Trabalho
a) Reclamação trabalhista verbal: a CLT prevê a possibilidade de o
reclamante ajuizar a reclamação trabalhista de forma verbal, tendo em
vista o jus postulandi e os princípios da simplicidade, informalidade e
oralidade que norteiam o Direito Processual do Trabalho. Encontra
amparo legal, além do caput e §2º do art. 840, nos arts. 786 e 731 da
CLT.
Art. 786. A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Parágrafo único. Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo
motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à
secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.
Art. 731. Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se
apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Vara ou Juízo
para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis)
meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho”.
Direito Processual do Trabalho
NOTA: Existem duas espécies de perempção trabalhista:
1ª) Quando o autor ajuizar reclamação trabalhista verbal, e não
comparecer na Secretaria da Vara do Trabalho para reduzi-la a termo,
no prazo de cinco dias;
2ª) Quando o autor der causa a dois arquivamentos seguidos pelo não
comparecimento em audiência.
Como consequência o reclamante perderá o direito de ação pelo prazo
de 6 meses, ou seja, perderá o direito de mover reclamação trabalhista,
com o mesmo pedido e causa de pedir e contra o mesmo reclamado,
nesse período.
Direito Processual do Trabalho
b) Reclamação trabalhista escrita: forma mais comum na praxe forense,
apresentando a vantagem da segurança e estabilidade nas relações
jurídicas e sociais.
A exordial trabalhista deverá apresentar os seguintes requisitos:
1) Requisitos formais: deve ser apresentada de forma escrita ou
reduzida a termo (se apresentada de forma oral) para documentação
do ato processual e segurança das relações jurídicas.
2) Requisitos essenciais, estruturais, internos ou intrínsecos: são
aqueles indispensáveis para que a petição inicial seja apta. Eles estão
previstos no art. 840, § 1o, da CLT, aplicando-se subsidiária e
supletivamente os requisitos previstos no art. 319 do CPC/2015 por
força dos arts. 769 da CLT e 15 do CPC/2015.
Direito Processual do Trabalho
Art. 840 da CLT. (...)
§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a
qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o
pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a
assinatura do reclamante ou de seu representante.
Art. 319 do CPC. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão,
o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
Direito Processual do Trabalho
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação.
§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na
petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a
que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no
inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou
excessivamente oneroso o acesso à justiça.
Direito Processual do Trabalho
3) Requisitos externos ou extrínsecos: são aqueles que não se
relacionam com a petição inicial em si considerada, mas com a
propositura da ação, com o desenvolvimento válido e regular do
processo e com a formação do convencimento do magistrado.
Exemplos: documentos, procuração, preparo etc.
A Reforma Trabalhista aprimorou os Requisitos Essenciais ou
Indispensáveis da Reclamação Trabalhista, abrangendo as modalidades
escrita e verbal. A petição inicial deverá conter a designação do juízo, a
qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o
dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação
de seu valor (tanto no rito sumaríssimo quanto no rito ordinário), a
data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
Direito Processual do Trabalho
DISSÍDIO INDIVIDUAL
IV – Emenda à Petição Inicial
Emendar consiste em consertar, remendar ou corrigir algo.
A emenda da petição inicial é a correção de algum vício ou defeito
processual na exordial. Tal instituto somente é possível partindo-se da
premissa da existência de vícios processuais sanáveis.
Art. 321 do CPC. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos
arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a
emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
DireitoProcessual do Trabalho
Se a petição inicial apresenta algum vício sanável, convém que o juiz
abra prazo de 15 dias para que o autor emende a petição inicial antes
do seu indeferimento, pautado no princípio da instrumentalidade das
formas ou da finalidade.
V – Indeferimento da Petição Inicial
O indeferimento da petição inicial é a rejeição liminar da exordial em
decorrência de algum vício processual insanável. Os vícios insanáveis
de uma petição inicial estão elencados no art. 330 do CPC/15.
Direito Processual do Trabalho
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I – for inepta;
II – a parte for manifestamente ilegítima;
III – o autor carecer de interesse processual;
IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 (advogado postulando em causa
própria) e 321.
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o
pedido genérico;
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.
Direito Processual do Trabalho
VI – Aditamento da Petição Inicial
No âmbito processual, aditamento da petição inicial significa alteração do
pedido e/ou da causa de pedir.
No Processo do Trabalho, verifica-se duas regras para o aditamento da
inicial, tendo como referência a apresentação da defesa pelo reclamado
na audiência:
1a) Até a apresentação da defesa pelo reclamado em audiência: será
permitida a alteração do pedido e/ou da causa de pedir,
independentemente da concordância do reclamado. Nesse caso, o
magistrado trabalhista deverá suspender a audiência e marcar uma nova
data, respeitando-se o prazo mínimo de 5 dias previsto no art. 841 da CLT,
para possibilitar o exercício do contraditório e da ampla defesa.
Direito Processual do Trabalho
2a) Após a apresentação da defesa pelo reclamado em audiência:
somente será permitida a alteração do pedido e/ou da causa de pedir
com a concordância do reclamado. Em havendo essa anuência, o juiz
do trabalho deverá suspender a audiência e marcar uma nova data,
respeitando-se o prazo mínimo de 5 dias previsto no art. 841 da CLT,
para possibilitar o exercício do contraditório e da ampla defesa.
NOTA: A Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017) incluiu o § 3o no art.
841 da CLT, de forma que oferecida a contestação, ainda que
eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do
reclamado, desistir da ação.
Direito Processual do Trabalho
DISSÍDIO INDIVIDUAL
VII – Princípio da extrapetição ou da ultrapetição na Justiça do
Trabalho
No Direito Processual do Trabalho, com fulcro nos princípios da
simplicidade, da informalidade, da oralidade, da celeridade, da
efetividade, da concentração dos atos processuais, do jus postulandi,
da proteção do trabalhador hipossuficiente e da natureza alimentar das
verbas trabalhistas, parcela da doutrina e da jurisprudência sustenta a
possibilidade excepcional do magistrado trabalhista proferir decisão
fora ou além daquilo que foi pleiteado pelo reclamante em sua
exordial.
Direito Processual do Trabalho
Exemplos de aplicação do princípio da extrapetição ou da ultrapetição
na Justiça do Trabalho:
a) quando na inicial o reclamante pleitear apenas horas extras, o juiz
condenar ex officio também nos adicionais e nos respectivos reflexos;
b) quando na inicial o reclamante pleitear apenas a integração do
salário pago por fora, ou adicionais noturno, de insalubridade, de
periculosidade, etc., o juiz condenar de ofício também em seus
respectivos reflexos;
c) alteração da espécie de responsabilidade patrimonial secundária ou
indireta mencionada na inicial (de subsidiária para solidária e vice-
versa);
d) inclusão de empregador no polo passivo;
Direito Processual do Trabalho
e) condenação ex officio das multas dos arts. 467 e 477 da CLT;.
Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das
verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à
Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de
cinquenta por cento.
Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na
Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o
pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
(...)
§ 6o A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção
contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento
de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do
contrato.
§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por
trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao
seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando,
comprovadamente, o trabalhador der causa à mora.
Direito Processual do Trabalho
DISSÍDIO INDIVIDUAL
Audiência Trabalhista
I – Conceito
Audiência significa o ato pelo qual se ouve alguém ou alguma coisa.
A audiência trabalhista é o ato solene, formal, caracterizado pelo
comparecimento das partes, dos advogados e dos auxiliares do juízo.
Nela são realizados diversos atos processuais, como as tentativas
obrigatórias de conciliação, o interrogatório e o depoimento pessoal
das partes, a oitiva de testemunhas e de peritos, em que o magistrado
formará o seu convencimento e, ao final, prolatará a sua decisão.
Direito Processual do Trabalho
II – Finalidade
As audiências trabalhistas apresentam as seguintes finalidades:
a) Audição das partes litigantes (reclamante e reclamado);
b) Oitiva de testemunhas: vista como a prova mais comum na Justiça
do Trabalho, por trazer consigo um dos mais importantes princípios que
regem o Direito Material do Trabalho, qual seja, o princípio da primazia
da realidade, segundo o qual prepondera a realidade dos fatos em
detrimento de alguma forma não correspondente a essa realidade
(documentos, por exemplo);
Direito Processual do Trabalho
c) Audição dos auxiliares do juízo, em especial dos peritos e dos
assistentes técnicos;
d) Realização de tentativas de conciliação, privilegiando-se a
autocomposição, que é a forma mais consagrada de solução dos
conflitos de interesses;
e) Apresentação de razões finais pelas partes, com a finalidade de
reforçar as principais teses de defesa de direitos, bem como alegar
eventuais nulidades ocorridas no curso da instrução processual em
audiência;
Direito Processual do Trabalho
f) Formação do convencimento do juiz, visto que no ordenamento
processual brasileiro vigora o princípio do livre convencimento
motivado do juiz, em que o magistrado tem ampla liberdade na
condução do processo e na formação do seu convencimento, mas
sendo obrigado a fundamentar todas as suas decisões, ainda que de
forma resumida;
g) Realização do julgamento, atribuindo o direito material ao autor ou
ao réu.
Direito Processual do Trabalho
III – Características
As principais características das audiências trabalhistas estão previstas
nos arts. 813 a 817 da CLT. São elas:
a) Publicidade: em regra, as audiências trabalhistas deverão ser
públicas, tendo em vista que o Brasil é um Estado Democrático de
Direito, vigorando o princípio da publicidade dos atos processuais;
b) Dias de realização: realizadas em dias úteis previamente fixados;
c) Local: sede do Juízo ou Tribunal;
d) Horário: entre 8 e 18 horas;
e) Limite temporal: não podem ultrapassar 5 horas seguidas, salvo
quando houver matéria urgente.
Direito Processual do Trabalho
f) Tolerância de 15 (quinze) minutos após a hora marcada que as
partesdeverão ter em relação ao atraso do juiz do trabalho no
comparecimento ao local da audiência. Ultrapassado esse limite, a CLT
autoriza a retirada das partes, devendo o ocorrido constar do livro de
registro das audiências.
NOTA: Prevalece o entendimento de que o juiz não deve ter tolerância
com o atraso de qualquer das partes ao comparecimento em
audiência, pois a referida tolerância ofende o princípio da igualdade de
tratamento processual das partes. A OJ 245 da SDI-1 do TST, dispõe que
inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento
da parte na audiência. Na prática, os juízes do trabalho adotam a
sistemática de aguardar por alguns minutos a chegada das partes.
Direito Processual do Trabalho
IV - Representação das partes em audiência:
Empregador: Pode fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro
preposto que tenha conhecimento dos fatos, e cujas declarações
obrigarão o preponente (art. 843, §1º da CLT).
Preposto: Não precisa ser, necessariamente, empregado da Reclamada
(art. 843, §3º, CLT), conforme alteração da Reforma Trabalhista
(contrariando a Súmula 377 do TST), mas precisa ter conhecimento dos
fatos.
Direito Processual do Trabalho
Empregado: Se por doença ou qualquer outro motivo ponderoso,
devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer
pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que
pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato. (art. 843, §2º da
CLT).
NOTA: O objetivo dessa representação é tão somente justificar a
impossibilidade do comparecimento do empregado, de modo que
outra data seja marcada para a realização da audiência (adiamento da
audiência), evitando o arquivamento da reclamação trabalhista. Não há
a possibilidade de atos de disposição do direito material, como a
confissão, transação e depoimento por parte do representante.
Direito Processual do Trabalho
V- Ausência injustificada à audiência
a) Do reclamante
Arquivamento (art. 844 da CLT): Extinção do processo sem resolução
de mérito.
b) Do reclamado
Revelia e confissão da matéria de fato (art. 844 da CLT).
Art. 844, § único, CLT: ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz
suspender o julgamento designando nova audiência.
Direito Processual do Trabalho
NOTA: Regras que se aplicam em decorrência do não comparecimento
das partes em audiência:
1ª.) ausência do reclamante em audiência una – arquivamento da
reclamação trabalhista (extinção do processo sem resolução do
mérito);
2ª.) ausência do reclamado em audiência una – revelia + confissão
quanto à matéria de fato;
3ª.) ausência do reclamante em audiência inaugural ou de conciliação
– arquivamento da reclamação trabalhista (extinção do processo sem
resolução do mérito);
4ª.) ausência do reclamado em audiência inaugural ou de conciliação
– revelia + confissão quanto à matéria de fato;
Direito Processual do Trabalho
5ª.) ausência do reclamante em audiência de instrução ou em
prosseguimento – não se arquivará a reclamação trabalhista, uma vez
que poderá ocorrer a confissão ficta, caso o reclamante tenha sido
intimado expressamente na audiência inaugural para comparecer à
audiência em prosseguimento para prestar depoimento e deixa de
comparecer;
6ª.) ausência do reclamado em audiência de instrução ou em
prosseguimento – não ocorrerá a revelia, na medida em que poderá
ocorrer a confissão ficta, na hipótese de o reclamado ter sido intimado
expressamente na audiência inaugural para comparecer à audiência em
prosseguimento para prestar depoimento e deixa de fazê-lo;
Direito Processual do Trabalho
7ª.) ausência de ambas as partes (reclamante e reclamado), na
audiência inaugural ou de conciliação – arquivamento da reclamação
trabalhista (extinção do processo sem resolução do mérito);
8ª.) ausência de ambas as partes (reclamante e reclamado) na
audiência de instrução ou em prosseguimento: não ocorrerá o
arquivamento da reclamação trabalhista, pois, nesse caso, ocorrerá a
confissão ficta para ambas as partes, consubstanciando a prova
dividida ou empatada – vem prevalecendo o entendimento de que o
juiz do trabalho deverá julgar segundo as regras de distribuição do ônus
da prova.
Direito Processual do Trabalho
VI – Tentativas Obrigatórias de Conciliação no Procedimento
Ordinário
No procedimento comum ordinário, que é o mais complexo do
Processo do Trabalho, a CLT prevê dois momentos processuais em que
a tentativa de conciliação a ser conduzida pelo juiz do trabalho é
obrigatória.
a) 1ª tentativa de conciliação: segundo o art. 846 da CLT, após a
abertura da audiência, antes da apresentação da defesa.
b) 2ª tentativa de conciliação: após o encerramento da instrução,
depois das razões finais e antes da sentença, conforme dispõe o art.
850 da CLT.

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