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Imposto sobre Importação

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Imposto sobre Importação – II
(art. 153, I, CF/88 e arts. 19 ao 22 do CTN)
Trata-se de um tributo cuja competência está adstrita à União, tendo função marcantemente extrafiscal, uma vez que seu principal objetivo não é carrear recursos para os cofres públicos, mas sim servir como mecanismo de controle sobre as importações, política econômica e fiscal.
Por conta de sua natureza extrafiscal, o legislador constituinte livrou-o das amarras da legalidade estrita quanto à alteração de alíquotas (art. 153, §1º, CF/88), bem como, da observância aos princípios da anterioridade do exercício financeiro e da anterioridade nonagesimal (art. 150, III, “b” e “c”).
Fato Gerador
O fato gerador do tributo é definido pelo art. 19 do CTN, nos seguintes termos:
Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional. 
O Regulamento Aduaneiro – RA (Decreto 4.543/2002), em seu art. 72, também afirma que o fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional.
Importar, portanto, e ao contrário do que muitos pensam, não é comprar mercadoria estrangeira. É fazê-la entrar no território nacional. Enfim, não é relevante a que título a mercadoria entrou no território; o que é relevante é que tenha efetivamente entrado.
Assim, conforme lição do prof. Ricardo Alexandre, todas as vezes em que o “circo da Fórmula 1” vem ao Brasil ocorre fato gerador do II, pois várias mercadorias estrangeiras adentram território nacional (aduaneiro). Tudo bem que existe um “regime aduaneiro especial” (admissão temporária) que dispensa o pagamento do tributo caso a mercadoria retorne ao exterior no prazo estabelecido, mas se não fosse esse regime especial haveria obrigação de pagamento de tributo em razão da ocorrência do fato gerador (entrada da mercadoria no território nacional).
Seguindo o raciocínio... muitos contribuintes se surpreendem, quando presentes lhes são enviados do exterior por via postal e a Secretaria da Receita Federal os notifica, cobrando imposto de importação.
Importante! Segundo o art. 23 do Decreto Lei nº 37/66, considera-se ocorrido o fato gerador no momento que é registrada a Declaração de Importação, ou seja, quando é dado início ao processo de desembaraço aduaneiro.
Cabe lembrar que, para efeito de cálculo do imposto, os valores em moeda estrangeira devem ser convertidos em moeda nacional, à taxa de câmbio vigente no momento da entrada, no País, da mercadoria importada (será o câmbio do dia do registro, na repartição competente, da declaração de desembaraço aduaneiro).
Sujeito Passivo
Segundo o art. 22 do CTN, contribuinte do imposto de importação é:
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados.
Já o art. 103 do RA, seguindo a redação mais moderna que o DL 2.472/88, deu ao DL 37/66, prevê como contribuinte do imposto:
I – o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro;
II – o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente;
III – o adquirente de mercadoria entrepostada.
Base de Cálculo / Alíquotas
Art. 20. A base de cálculo do imposto é:
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País;
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação.
Ou seja, a base de cálculo do imposto será:
1) A quantidade de mercadoria quando a alíquota for específica.
2) A expressão monetária do produto importado quando a alíquota for ad valorem.
3) O preço da arrematação, quando se tratar de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão.
Alíquotas podem ser:
1) Específicas: valor em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que pode referir-se à metragem, peso etc.
Por exemplo: R$50,00 por tonelada.
2) Ad Valorem: aplicação de um percentual sobre o valor do produto (especificado em moeda corrente).
Por exemplo: 8% sobre R$5.000,00.
Lançamento
O imposto de importação é, em regra, lançado por homologação, vez que cabe ao importador o cálculo do montante do imposto devido e o seu recolhimento antecipado. Para o cálculo, o importador elabora a declaração de importação – DI e a registra no SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior). No momento do registro, o próprio sistema informatizado se encarrega de debitar da conta corrente do importador o montante do imposto devido.
Posteriormente caberá a um Auditor Fiscal da Receita Federal homologar o procedimento, praticando o ato denominado “desembaraço aduaneiro” da mercadoria importada. Por fim, a conseqüência do desembaraço é a “nacionalização” da mercadoria importada em caráter definitivo.
Regimes Aduaneiros Especiais
As regras até aqui vistas se referem predominantemente ao denominado regime aduaneiro comum, definido como o conjunto de normas que estabelece o tratamento tributário das mercadorias submetidas a importação em caráter definitivo.
Existem casos, contudo, em que a legislação visando permitir o ingresso temporário de mercadoria em território nacional ou a conceder benefícios fiscais que estimulem determinadas atividades, estabelece exceções ao regime aduaneiro comum. Enfim, tratam-se de regimes especiais (ver quadro anexo).
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