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TCC-Bombeiros 29-04

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Arquitetura e urbanismo – 9º semestre
RAPHAEL DE SOUSA MARQUES
QUARTEL MILITAR (CORPO DE BOMBEIROS)
 
GUARULHOS
2019
RAPHAEL DE SOUSA MARQUES
QUARTEL MILITAR (CORPO DE BOMBEIROS)
Monografia apresentada ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Guarulhos para a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso.
Orientador: Ms. Evandro Pereira
 
GUARULHOS
2019
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meus queridos avós Silvio Luiz Marques (em memória) e Iolanda Pereira Marques (em memória) que dedicaram sua vida à família e, para que hoje, eu cumprisse mais essa etapa na jornada da vida. “... infelizmente, não poderei ver os sorrisos dos senhores e me alegrar com vocês no dia da formatura, avós... haverá muitas lágrimas, porém acompanhadas de um sentimento de dever cumprido, pois foi também por vocês e pelos meus pais e irmão que decidi continuar, nessa longa jornada. Amo vocês!”
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado forças, quando eu mais pensei em desistir, ao meu amado pai José Luiz Marques, minha amada mãe Marli de Sousa Pedro Marques e irmão Gabriel de Sousa Marques, que incansavelmente não mediram esforços para me ajudar com aconselhamentos e palavras de ânimo e por todas as vezes que eu me ausentei na vida deles para dar continuidade a monografia. Agradeço também ao meu orientador, Mestre Evandro Pereira pelo excelente direcionamento deste trabalho, verdadeiramente me sinto honrado pela oportunidade. À UNG por me proporcionar essa importante conquista em minha vida. Ao Corpo de Bombeiros de São Paulo, em especial ao Sgt. Carrasco, ao qual, primeiramente, me recepcionou na unidade para visita no estudo de caso e, posteriormente, me concedeu informações importantes a este trabalho.
“Nunca desista de algo 
que você não consegue
 passar um dia sem 
pensar sobre isso.”
(Willian Girardi)
RESUMO
A cidade de Guarulhos recebe a presença do Corpo de Bombeiros Militar em 02 unidades, estrategicamente localizadas, a fim de atender as principais demandas da população. Com o passar dos anos, a cidade cresceu e se desenvolveu avançando em área territorial. Com isso, o tempo de resposta ao atendimento do corpo de bombeiros em áreas distantes da região central, aumentou devido ao trânsito intenso e a localização das unidades.
Diante desse quadro, a implementação de mais unidades é eminente e necessária. Em pesquisa junto ao Corpo de Bombeiros, foi possível constatar uma importante parcela das ocorrências próximas do bairro Parque Continental. Sendo assim, o presente trabalho apresenta uma proposta de instalação de mais um Quartel do Corpo de Bombeiros localizada na região do bairro Parque Continental II, a fim de ampliar o atendimento do Corpo de Bombeiros Militar nessa região.
Palavras-chave: Corpo de Bombeiros, incêndio, demanda e implementação
ABSTRACT
The city of Guarulhos receives the presence of the Military Fire Brigade in 02 units strategically located in order to meet the main demands of the population. With the passing of the years the city grew, and it developed advancing in territorial area. As a result, the response time to the fire service in areas far from the central region increased due to the intense traffic and the location of the units.
Faced with this picture, the implementation of more units is imminent and necessary. In a survey by the Fire Department, it was possible to verify an important part of the events near the Parque Continental neighborhood. Thus, the present work presents a proposal for the installation of a Fire Brigade Headquarters located in the Parque Continental II neighborhood, in order to expand the service of the Military Fire Brigade in that region.
Keywords: Fire Department, fire, demand and implementation
INTRODUÇÃO
O tema da monografia é centrado nas informações necessárias para a concepção arquitetônica de edificação destinada à uma OBM (Organização Bombeiro Militar). Logo, seu objetivo geral é propor mais uma unidade pertencente ao 5º Grupamento do Corpo de Bombeiros, afim de reforçar o atendimento aos habitantes do município de Guarulhos, São Paulo – Brasil. Esta nova instalação possibilitará ampliar o atendimento de ocorrências em bairros mais distantes da região central. Os objetivos específicos, levando em consideração as propostas arquitetônicas, são: 
Descrever uma estrutura necessária que uma OBM deve possuir para desenvolver suas atividades de atendimento à comunidade a saber: combate a incêndio, atendimento pré-hospitalar e serviço de atividades técnicas: 
Detalhar o comportamento da estrutura lógica de distribuição dos espaços de uma OBM, bem como a sua funcionalidade no dia a dia; 
Propor um acesso rápido e facilitado das viaturas nas rodovias citadas acima; 
Oferecer uma proposta de reformulação do cruzamento das rodovias RS-153, RS-324 e RS-135, as quais compõem o acesso oeste do centro urbano, como diretriz urbana; 
 CONCEITUAÇÃO HISTÓRICA
1.1 Corpo de bombeiros no mundo
O serviço de bombeiro nasceu, graças ao conhecimento dos nossos antepassados nômades que foram os primeiros a descobrir a existência do fogo. O fogo sempre foi uma séria ameaça à humanidade, quando os homens ainda eram pré-históricos, fugiam das chamas produzidas por eles mesmo sem pretensão alguma, como eles não conseguiam apagar acabavam fugindo sem enfrentá-las. 
Não tem como se falar da criação do Corpo de Bombeiros sem antes descobrirmos a arquitetura que também faz parte não somente da estrutura, mas também da simbologia no ramo militar.
A cidade de Jericó, famosa por ter sido citada na Bíblia, tinha uma muralha, chamada de Muros de Jericó (fig.1) construída entre 8.350 e 7.350 anos a.C., possuía cerca de cinco metros de altura e três de espessura, com 700m² de perímetro. 
Figura 1: Muros de Jericó 1845
Fonte: Momentos Versículos (s/d) – Disponível em: <https://www.momentoversiculos.com/2017/ 04/estranha-queda-foi-das-muralhas-de.html >. Acesso em: Fev. 2019
Os Muros de Jericó foram considerados o primeiro sistema de defesa e para aquela época sua arquitetura era além do tempo, deixando seus inimigos, sem conseguir atacar por conta das armas primárias como arco e flecha, lanças e algumas catapultas armas que eram daquela época.
O primeiro quartel conhecido da época, denominado com o nome de Peterson foi criado na Roma Antiga, com uma arquitetura baseada no estilo de castelo, era modificado apenas que não possuía a ponte levadiça e o fosso na frente. [1: Peterson: Foi o nome dado a primeira organização do Corpo de Bombeiros, na Roma Antiga. Disponível em: http://soubombeiro.blogspot.com/2009/07/historia-dos-bombeiros-no-mundo.html. Acesso em: Fev. 2019]
Durante o tempo em que a capital do Império Romano estava sendo totalmente destruída por um grande incêndio ocorrido no ano 22 a.C. Com o ocorrido ao passar do tempo Otávio Augusto apenas em 27 a.C., formou o que foi o princípio de início do Corpo de Bombeiros o primeiro grupo de “vigiles” (fig. 2), esses homens faziam patrulhas para impedir incêndios e também para proteger a cidade por meio de rondas. Apesar de constar a atividade de policiamento em seu meio, foi criado especialmente para à função de bombeiro por conta da grande ocorrência e por inúmeras outras em proporção menor. Neste período da história retratada, o fogo era um grande problema de difícil resolução fazendo com que muitos moradores perdessem suas casas e até mesmo as próprias vidas, para os bravos “vigiles” combaterem, pois, os mesmos contavam com métodos insuficientes para a extinção das chamas.[2: Otávio Augusto foi o fundador do Império Romano e seu primeiro imperador,governando de 27 a.C. até sua morte em 14 d.C. Disponível em: https://interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/ 1254.html . Acesso em: Fev. 2019]
Figura 2: Os "Vigiles" primeira organização do Corpo de Bombeiros – 1776
Fonte: Primeiro Corpo de Bombeiros no Mundo (2013) - Disponível em: <http://paramedics-and-firefighters-facts.blogspot.com/2013/08/primeiro-corpo-de-bombeiros-no-mundo.html >. Acesso em: Fev. 2019.
As origens desse ramo de atividades são antigas: em um passado mais remoto, variando de sociedade para sociedade, começaram a surgir especializações, mesmo em grupos com pouca diferenciação social (MARX, 2008), havia uma ordem social para a proteção contra a violência, que incluía a construção de obras de fortalezas mais ou menos complexas. Houve uma grande variedade de tipos de obras com essa função ao longo dos séculos, alternando entre muralhas e castelos como podemos ver nos subcapítulos anteriores vindo de uma arquitetura como paliçadas, fossos, muralhas de terra ou de faxina (terra contida por cestaria de gravetos), tijolo ou pedra. Estas podiam proteger uma família, um povoado, uma cidade ou até áreas de centenas de quilômetros de extensão, sendo a mais famosa dessas extensas linhas a grande muralha da China (fig. 3), a muralha foi construída em várias etapas dando início durante o tempo antes de Cristo passaram se 1500 anos e a sua inauguração só ocorreu no século XVII, quando os imperadores da dinastia Ming adaptaram o traçado inicial e terminaram os trechos que restavam inacabados, a muralha é considerada a maior estrutura de defesa militar com mais de 21.000 km de extensão.[3: Paliçadas: Estacada de varas ou troncos fincados no solo, ligados entre si, para servir de defesa contra-ataques. Disponível em: https://www.dicio.com.br/palicada/. Acesso em Fev. 2019]
Figura 3: Muralha da China – 2017
Fonte: Mundo intrigante (2017) - Disponível em: <https://mundointrigante.com/descubra-segredos-muralha-da-china/> Acesso em: Fev. 2019
Uma das normas mais antigas de proteção contra incêndios e uma das primeiras que se tem base foi promulgada no ano de 872 em Oxford, no Reino Britânico, estabelecendo um toque de alerta, a partir do qual se deviam apagar todos os incêndios que estivessem ocorrendo naquele momento através por meio dos moradores. Guillermo, o Conquistador, estabelecia um toque de alerta geral em toda a Grã-Bretanha, dirigindo tanto a que se apagassem os fogos como as revoltas no território naquele momento.[4: Guillermo, o Conquistador foi o primeiro rei normando da Inglaterra, que governou de 1066 até sua morte em 1087. Disponível em: https://www.sohistoria.com.br/biografias/guilherme. Acesso em: Mar. 2019]
A partir do século XVI os artesãos se espalharam por toda Europa, numa forma de modesta industrialização. Os incêndios foram mais frequentes por conta do alto número de indústrias daquela época, houve necessidade de combatê-los de forma prática. Um pouco mais tarde, na metade do século XVII, o material disponível para combate a incêndio começava a tornar novas proporções e deu início ao uso de machados, enxadões, baldes e outras ferramentas.
Um fato interessante da história dos bombeiros é que em 1666, na Grã-Bretanha, já haviam brigadas terceirizadas contra incêndios, administradas por seguradoras, mas o número era mínimo e sem mais informações sobre o desenvolvimento dessas organizações na Europa até o grande incêndio de Londres (fig. 4), no mesmo ano, que destruiu grande parte da cidade assim deixando milhares de pessoas desabrigadas. Até o exato momento do incêndio, Londres não dispunha de sistema organizado de proteção contra o fogo, após isso, as companhias de seguro da cidade começaram a formar brigadas particulares para proteger a propriedade de clientes era uma espécie de brigadas por cada bairro tendo uma proteção maior.
Figura 4: Grande incêndio de Londres - 1675
Fonte: Tagliane (2017) - Disponível em: <www.blogdaarquitetura.com/como-as-tragedias-em-londres-e-lisboa-ajudaram-a-moldar-a-arquitetura-dessas-cidades/>. Acesso em: Fev. 2019
No século XVIII, surgiram as primeiras bombas de incêndio, fazendo com que em Paris surgisse uma das primeiras corporações organizadas de que se tem notícia, nos moldes dos sistemas modernos, a companhia contava com 70 guarda-bombas, uniformizados e remunerados, sujeitos à disciplina militar, a arquitetura da época estava em uma evolução graduável. Conclui-se, portanto, que a arquitetura militar está em constante inter-relação no século XVIII. Ainda nessa temática, quando o padre Diogo Soares enuncia a sua concepção sobre o que vem a ser teoria e prática na arquitetura militar, sua intenção é sanar a questão da aplicação da técnica no desenho, assim explicitada no seu texto:[5: Padre Diogo Soares - foi um cartógrafo português e padre jesuíta responsável pelo primeiro levantamento das latitudes e longitudes de uma vasta área do território brasileiro. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/12/29/com-os-pes-na-terra/. Acesso em Fev. 2019]
Que cada um com o uso [dos preceitos ensinados] irá sempre melhorando, e será muito útil, que o curioso veja obrar algum bom Mestre; porque é matéria está mais prática, que especulativa, e se tiver boas plantas que imitar, e reparar atentamente do modo com que foram riscadas, e iluminadas poderá suprir a falta dele ainda que lhe sustará maior trabalho (SOARES, 1721, p. 225). 
Em pouco tempo todas as grandes cidades do ocidente já possuíam, seja por disposição legal ou por iniciativa das companhias de seguros, as bombas de incêndio.
Enquanto isso em Boston-EUA, depois de um incêndio avassalador que destruiu 155 edifícios e inúmeros barcos, ocorreu em 1679 a fundação do primeiro Departamento Profissional Municipal Contra Incêndios na América do Norte, a cidade importou da Inglaterra uma bomba contra incêndios, empregando um chefe e 12 bombeiros. E ao passar do tempo em 1715 a cidade de Boston já contava com 6 companhias que dispunham de bombas d’água, tornando referência no mundo por sua rápida precaução decorrente ao grande incêndio que houve e outros de menor proporção.
Naquela mesma época também estavam sendo organizados nas comunidades de Massachusetts sistemas de defesa contra o fogo por intermédio político os moradores tinham que ajudar no combate, as exigências eram que em cada casa houvesse disponível 5 latas (tipo balde). E em caso de incêndio era dado um alarme através dos sinos das igrejas e os moradores de cada casa passavam então a se organizarem em grandes filas, desde a nascente mais próxima até a ocorrência, passando as latas de mão em mão, aqueles que não ajudavam eram multados em até 10 dólares pelo chefe dos bombeiros.
Com a falta de organização e disciplina dos moradores que eram nomeados como bombeiros voluntários, bem como a resistência à tecnologia que despontava com a introdução de bombas com motor a vapor, foi criada a ODPCI “organização dos departamentos profissionais contra incêndio”, tendo-se registro que em 1º de abril de 1853, em Cinccinati-Ohio, foi ativado o serviço de bombeiros em veículos tracionados por cavalos. (fig. 5).
Figura 5: Primeiras viaturas eram tracionadas por cavalos – 1855
Fonte: As origens no Brasil e no mundo (2015) - Disponível em: <http://www.riovalejornal.com.br/materias/14396-as_origens_no_brasil_e_no_mundo>. Acesso em: Fev. 2019
 
Anos mais tarde, Nova Iorque substituía os bombeiros voluntários pelos profissionais que utilizavam estas bombas. A primeira escola de bombeiros surgiu em 1889 em Boston e em 1914 a segunda escola teve inauguração em Nova Iorque, os Estados Unidos sempre tiveram uma forte influência e domínio de técnicas sobre o Corpo de Bombeiros assim a profissão começou a ter um investimento maior e começaram a ser compostos os quadros profissionais de maiores e menores graduações e o aprendizado, começou a ser voltado apenas ao combate a incêndio.
Já no começo da Primeira Guerra Mundial em 28 de Julho de 1914, os Corpos de Bombeiros encontravam-se bem estruturadose atuavam em sistemas de dois turnos, devido às necessidades, muitas vezes seguiam trabalhando para erradicar o incêndios causados pelos bombardeios, com jornada de até 24 horas, passou a tornar comum tal prática, trabalhando mais horas que todas as outras categorias profissionais, e com isso efetivando de vez o horário seguido até os dias atuais 24h por 48h. (www.911emergencia.com.br,2019).
1.2 Muralhas a primeira arquitetura militar
As estruturas defensivas mais antigas que se tem notícias e primeiras arquiteturas militares, são datadas da época pré-histórica do período Neolítico, possibilitando o investimento na construção de obras de maior aspecto, que não se destinavam apenas a servir de abrigo, as muralhas serviam de proteção contra um combate naquela época. 
1.3 Castelo
A arquitetura medieval foi desenvolvida durante o período da Idade Média, ou seja, entre os séculos V e XV. Foi um longo período da história em que prevaleceu os estilos românico e gótico.
Uma vez que a Idade Média esteve essencialmente controlada pela religião e o poder da Igreja, as obras arquitetônicas religiosas cristãs dessa época expressam essa caraterística, com diversas construções como igrejas, catedrais, basílicas, mosteiros, dentre outros.
Além disso, muitos castelos (fig. 6) foram erigidos no contexto feudal e teocêntrico do medievo.
Ao decorrer do tempo a civilização foi evoluindo em todos os segmentos referentes a construção de defesa militar, construção de arquitetura e modos de pensar na segurança da civilização. Na época da Europa feudal, os castelos eram o símbolo da ostentação de poder e da arquitetura da época. Eles eram construídos para mostrar a soberania do senhor feudal e sua autoridade, para acovardar os servos e os inimigos com seus desenhos luxuosos.
Estas incríveis criações eram feitas para garantir a segurança de seus ocupantes e a primeira parte que os inimigos viam ao chegar no castelo era o grande fosso alagado que corria pelos arredores do castelo com o objetivo dos inimigos enfrentarem dificuldades ao tentar penetrar, o segundo obstáculo era a sua ponte levadiça que era acionado, através de cordas na parte interna do castelo e em seguida vinha as gigantescas muralhas que protegiam todos os arredores do castelo. As torres eram como uma base de vigilância que em ocasiões de conflitos contra seus adversários essas torres eram ocupadas por arqueiros e atiradores e, além de tudo isso em seu interior, o castelo dispunha de calabouços para aprisionar rivais. A construção era sempre pensada para ser feita em locais elevados, pois isso também dificultava a invasão e permitia uma melhor visualização da chegada dos inimigos.
Além de tudo isso apresentado no parágrafo acima, alguns castelos tinham passagens subterrâneas para facilitar a fuga da família em caso de invasões. O conforto é algo muito questionado entre historiadores e arquitetos, pois nos filmes podemos ver castelos inteiramente com mobília, com ambientes confortáveis, contudo em plena época da Idade Média os ambientes eram úmidos e com pouco encontro de luz e não ofereciam tanto conforto como pensamos.
Figura 6 - Castelo de Alnwick, Norte da Inglaterra – 2015
Fonte: Araujo (2016) - Disponível em: < https://www.estudopratico.com.br/castelos-medievais-historia-arquitetura-e-fotos/>. Acesso em: Fev. 2019
1.4 História do corpo de bombeiros no Brasil
Por termos históricos é considerado que o período colonial do Brasil, vai desde a chegada de Pedro Álvares Cabral até 1822 o ano da proclamação da Independência. Com a vinda de imigrantes europeus herdamos deles a sua arquitetura, com grandes influências portuguesas, a arquitetura colonial tem uma de suas dimensões operacionais destacadas: o caráter de defesa, arrecadado de uma época não muito distante, onde a grande maioria da arquitetura militar se baseia na Idade Média. Os colonizadores não trouxeram apenas traços da colônia portuguesa, mas também traços de outras influências, como a árabe. Em conventos do Nordeste, encontramos azulejos e torres que lembram minaretes.
No Brasil as primeiras preocupações da Coroa Portuguesa para sua colônia era a proteção contra-ataques e invasões inimigas. Com isso, foram desenvolvidas edificações que visavam à permanência da posse das terras contra possíveis ataques. As primeiras colônias no caso das fortificações costeiras eram reforçadas com muralhas paliçadas e fortins, o propósito era bem claro: proteger a área de invasores estrangeiros e não foram poucos que quiseram invadir o Brasil tivemos como invasores os espanhóis em Santa Catarina; holandeses em Pernambuco; franceses no Rio de Janeiro. Logo, os muros, guaritas, seteiras e fossos deveriam garantir a resistência e o ataque às forças inimigas. O primeiro forte idealizado desta forma foi o Forte de São Tiago, em Santos, do ano de 1532, posteriormente, foi reconstruído em pedra e nomeado de Forte de São João de Bertioga (fig.7).
Figura 7 - Forte de São João de Bertioga - 2016
Fonte: Fortalezas no rio Santos - Disponível em: < https://www.cidadeecultura.com/fortalezas-na-rio-santos/img_7955-bertioga-forte-sao-joao-x-bx/>. Acesso em: Mar. 2019
No Brasil antes da criação do Corpo de Bombeiros, o serviço no Rio de Janeiro era realizado pela Força Armada da Marinha, devido os riscos de incêndio nos antigos navios de madeira; porém, eles existiam apenas como uma especialidade e não como Corporação, depois de alguns meses a Casa de Correção e da Repartição de Obras Públicas, começaram juntos no serviço de combate a incêndio.
Havendo algum incêndio na cidade, os bombeiros eram avisados por três disparos de canhão, partidos do Morro do Castelo (fig. 8), o morro foi um grande marco histórico para o Brasil era utilizado como fortalezas coloniais e edifícios para os jesuítas depois de um certo tempo foi destruído em uma reforma urbanística no ano de 1921.[6: Morro do Castelo - foi um acidente geográfico que existiu na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. O morro foi um dos pontos de fundação da cidade no século XVI e abrigou marcos históricos de grande importância, como fortalezas coloniais e os edifícios dos jesuítas. Disponível em: http://www. bancariosrio.org.br/bkp/2013/ultimas-noticias/item/30981-morro-do-castelo-e-a-fundacao-do-rio. Acesso em: Mar. 2019]
Figura 8 - Morro do Castelo - 1920
Fonte: Lucena (2015) - Disponível em: <https://diariodorio.com/historia-do-morro-do-castelo/>. Acesso em: Mar. 2019
Esses toques eram então reproduzidos pela igreja matriz da freguesia em 2 de julho de 1856, pelo decreto imperial n° 1.775, foi criado o Corpo de Bombeiros Provisório da Corte. Quando recebiam aviso de incêndio, eles saíam pela via pública e procuravam controlar o fogo, sendo possível a solicitação de reforços necessários, conforme a extensão do incêndio, no início ela não tinha uma personalidade militar, nesse mesmo ano foi fornecido à instituição a primeira bomba de incêndio a vapor do Brasil. 
Só no ano de 1880 a guarnição passou a ter uma organização militar, onde os homens daquela época começaram a possuir as primeiras patentes, assim tendo uma classificação dentro de uma hierarquia militarizada, devido as relações culturais e linguísticas com a França, a Corporação passou a aderir como modelo os Sapeurs-Pompiers (fig. 9) (Sapeurs-Pompiers = bombeiros) de Paris; os quais eram classificados como Arma de Engenharia Militar, e organizados para servirem como pontoneiros ou sapadores quando necessário, em 1913 a tração animal das viaturas, que ainda existia desde 1870, foi substituída pela mecânica.
Figura 9 - Sapeurs-Pompiers Paris - 1880
Fonte: Disponível em: < http://www.pompiersparis.fr/fr/presentation/historique>. Acesso em: Mar. 2019
A constituição brasileira de 1988 reza, em seu Art. 144, parágrafos 5° e 6° "(...) aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamentecom as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios."
O art. 22 inciso XXI, declara que cabe privativamente à União legislar sobre "normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares".
De acordo com o art. 42 da constituição, "São servidores militares federais os integrantes das Forças Armadas e servidores militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal os integrantes de suas polícias militares e de seus corpos de bombeiros militares."
1.5 Fortes e fortalezas 
As fortalezas, fortes, fortins, baterias e outras obras da arquitetura militar erguidas no Brasil foram fundamentais na consolidação dos limites do território brasileiro. Estas fortificações atestam grande sabedoria na boa localização, projeto e construção. Os edifícios foram exemplarmente instalados sobre promontórios rochosos, cabos e junto à foz dos rios, em locais geograficamente privilegiados, revelando o inteligente ajuste dos conceitos de fortificar levando em consideração as condições topográficas do Novo Mundo (MENEZES; RODRIGUES, 1986). 
No início do século XVII são levantados inúmeros fortes criando um sistema de defesa ao longo de toda a costa brasileira. Luís Frias de Mesquita projeta o Forte dos Reis Magos (fig. 10) em Natal, e outros fortes no Maranhão. O sistema de fortificação do Recife iniciado pelos holandeses, sob comando de Maurício de Nassau e posteriormente complementado pelos portugueses, será um exemplo das teorias da arquitetura militar em aplicação na época. Paralelamente a este sistema, como forma de legitimação de ocupação do território, novas cidades foram fundadas, tais como Belém do Pará (1616), S. Luís de Maranhão (1615), Parati (1660) e Colônia do Sacramento (1680) (VALLA,1996).
Figura 10 - Forte dos Reis Magos em Natal – 2015
Fonte: Praias de Natal - Disponível em: < https://www.praiasdenatal.com.br/forte-dos-reis-magos/>. Acesso em: Mar. 2019
As primeiras fortificações construídas pelos portugueses na costa brasileira foram as feitorias, erguidas para a exploração de pau-brasil, e que eram estabelecimentos temporários bastante simples: um galpão de madeira cercado por uma paliçada de toras pontiagudas de madeira, tendo por mobília somente arcas e caixotes e onde, ao longo do ano inteiro, ficavam apenas três ou quatro homens. A primeira destas construções, talvez o mais antigo estabelecimento europeu fundado no Brasil, deve ter sido a Feitoria de Américo Vespúcio, construída em 1504, em Cabo Frio, atual Estado do Rio de Janeiro. Posteriormente, foram também utilizadas paliçadas de madeira calçadas por plataformas de terra, adotadas pela necessidade de rapidez da construção, ou mesmo em função da inexistência de pedras no local. Além disso, as paredes de terra apresentavam boa elasticidade e boa absorção aos impactos da artilharia e podiam ser recuperadas com facilidade. As construções mais permanentes, no entanto, foram erguidas com uma técnica construtiva conhecida como pedra e cal, a qual se disseminou, em especial, ao longo de todo o Século XVIII, e cuja solidez permitiu sua sobrevivência até os dias de hoje (NETO, 2010, p.03).
1.6 História do corpo de bombeiros em São Paulo
Quando a Capital do Distrito não cobria nem três colinas e as construções começaram a ter mais valia, começou a se pensar em combater os incêndios. No caso desse modo de pensar, homens, mulheres e crianças ficavam em fila e no poço mais próximo os baldes passavam de mão em mão, até chegar ao prédio em chamas, enquanto em alguns países começavam a ter suas primeiras bombas contra incêndios o estado de São Paulo, ficava em defasagem por conta da falta de investimentos e por conta da época não ter muitas residências e industrias, com isso eram tomadas medidas de combates a incêndios menos eficazes. Na data de dezembro de 1850, na Rua do Rosário, hoje atualmente XV de Novembro, ocorreu um incêndio, que foi extinguido por uma bomba manual emprestada por um senhor com pseudônimo de Marcelino Gerard. Devido a este ocorrido começou a ser voltado a atenção a área de combate a incêndio, em 1851 no ano seguinte ao incêndio, foram aprovados os primeiros procedimentos municipais. É apresentado a Assembleia Provincial, pelo Brigadeiro Machado de Oliveira um plano de lei para um código de combate a Prevenção de Incêndios. No código estavam regimentados serviços de prevenção e combate a incêndios, onde que o povo ficou registrado por lei, forçado a colaborar com a Polícia nos dias de incêndio.[7: Brigadeiro Machado de Oliveira - oficial do exército brasileiro, combateu na Guerra Cisplatina, no Uruguai. Escritor e historiador paulista, com grande número de obras publicadas, é o patrono da Cadeira n° 1 da Academia Paulista de Letras. Fonte Disponível em :<http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=livrossp&pagfis=3553 >. Acesso Mar. 2019]
No mesmo ano ainda foi feito uma aquisição de 2 bombas que não foram usadas até 1862, visto que nesses anos o estado de São Paulo não teve nenhum registro de incêndio. Em 1870, houve um novo incêndio, mas também sem grandes proporções como a do ano de 1850. Foram formadas uma nova turma de bombeiros e com essa nova formação passaram mais 7 anos sem ocorrências.
Devido aos acontecimentos anteriores, somente em 1875 houve a primeira tentativa de estabelecimento de um serviço de bombeiros que estaria agregado à Companhia de Urbanos (guardas-civis), reunindo um total de 10 homens conhecidos como “Turma de Bombeiros”, convenientemente adestrados para a função, egressos do Corpo de Bombeiros da Corte homens que estavam trabalhando no Rio de Janeiro.
Algumas providências foram tomadas, como a compra de baldes de couro, machadinhas e um saco salva-vidas. Entretanto, como a lei não estabelecia qual a prioridade dos Urbanos, se policiamento ou combate a incêndios, logo esta função foi abandonada e os bombeiros designados para tomar conta das ruas. As autoridades, ou a maior parte delas, ainda não haviam se conscientizado da necessidade do serviço a cidade acabou continuando sob o risco de uma nova tragédia.
No dia 15 de fevereiro de 1880, um incêndio que ocorreu destruindo quase por completo o grande acervo da biblioteca da Faculdade de Direito e o arquivo do Convento de São Francisco, no tradicional largo da capital paulista a então sensibilizada, elite paulistana em sua maioria oriunda dos bancos escolares daquela Instituição de Ensino, decide então contratar o Tenente José Severino Dias para a criação do que seria o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo o que veio a se efetivar no mesmo ano.[8: José Severino Dias - Tenente José Severino Dias, oriundo do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, onde tinha o posto de alferes, assumiu o comando em julho de 1880, iniciando de imediato os trabalhos de organização dos serviços de combate a incêndios, de instrução e da instalação da Seção. Fonte Disponível em: http://www.bombeirossocorristas.com.br/tribuna?tribuna=nik olaspapakuscidade=sao-paulo&id=576/%22Corpo_de_Bombeiros_da_PMESP_Comemora_138_ Anos%22 Acesso Mar. 2019]
Até o ano da proclamação da república 15 de novembro de 1889, os bombeiros de São Paulo obtiveram ao todo, três comandantes, sendo o primeiro a assumir o posto o tenente José Severino Dias, pois graças a elite paulista assumi em julho de 1880, instantaneamente começam os trabalhos de sistematização dos serviços de combate a incêndios, de doutrina e da criação da Seção. No ano de 1883, conforme solicitado, o mesmo foi posteriormente substituído pelo Tenente Manoel José Branco onde ficou poucos dias e interinamente. Um tempo depois, foi nomeado o então Tenente Alfredo José Martins de Araújo, outro bombeiro também originário do Distrito Federal.
A guarnição começou a ocupar parte do prédio onde também funcionava uma estação central da Companhia de Urbanos, localizada na Rua do Quartel (hoje Rua 11 de Agosto), solicitando assim o material necessário paraa sua formação. Depois de alguns meses da requisição do material necessário, começou a chegar aos Bombeiros duas bombas vienenses, uma delas contribuída pelo governo Imperial, eram de extrema importância, pois possuía força suficiente para projetar água para os telhados de prédios de 2 (dois) andares e alcançavam construções de taipa, com alturas de aproximadamente 8 a 9 metros, foram também adquiridos na época, caminhões pipas, mangueiras e outros.
Da capital daquela época Rio de Janeiro vieram homens que já tinham trabalhados no Corpo de Bombeiros local, junto com alguns recrutas que acabavam de se formar como bombeiros em São Paulo, completaram o efetivo do núcleo de soldados. 
Por conta da alta demanda de produtos que foram requisitados, pelo chefe do departamento do Corpo de Bombeiros o local onde estava instalada a guarnição sofreu o problema de acomodação não havendo mais espaço para se trabalhar, não seria mais possível e nem cômodo eles continuarem no prédio da Central de Urbanos. Em vista disso, em 1887, a Seção foi transferida para o prédio da Rua do Trem (hoje Rua Anita Garibaldi). 
Em 1888, já era insuficiente o efetivo de 20 homens para uma demanda populacional ainda maior a cada ano que passava, assim o governo provincial teve que tomar algumas medidas decorrente do número populacional, fez com que o efetivo elevasse de 20 para 30 o número de praças.
Naquela mesma época, os avisos de incêndios eram transmitidos através de badaladas nos sinos das igrejas ou por comunicações verbais da vizinhança local, que corriam até a porta do quartel de bombeiros para tal fim.
No ano de 1891 a Lei nº 17, de 14 de novembro de 1891, extingue o Corpo Policial Permanente e cria a Força Militar de Polícia. Com efetivo fixado de 3.940 homens, distribuído em quatro Corpos Militares de Polícia, um Companhia de Cavalaria, um Corpo de Urbanos e um Corpo de Bombeiros.
Em abril de 1896 são implantadas 50 caixas para aviso de incêndio, como eram chamadas de "Linhas Telegráficas de Sinais de Incêndio" com aproximadamente um raio de 70 Km de extensão, operadas por civis graduados na área militar.
No ano de 1910, foram adquiridos da Europa os primeiros veículos automotores, da empresa Merrryweather & Sons (fig.11), eram um total de seis (sendo três de combate ao fogo), com data para ser entregue em 1911, ano que foi também inaugurado o famoso sistema de alarme Gamewell, um sistema americano, com aproximadamente 146 caixas e que atuou a serviço dos bombeiros durante quatro décadas.
Figura 11 - Veículos automotores da empresa Merryweather & Sons - 1862
Fonte: Merryweather - Disponível em: <https://www.gracesguide.co.uk/Merryweather_and_Sons>. Acesso em: Mar. 2019
Ao passar dos anos a Companhia Telefônica fabricou 50 aparelhos para agilizar ainda mais o aviso de incêndio, no ponto da ocorrência era utilizado uma corneta que só foram em torno de 1920. Nesse mesmo ano é criado também as oficinas de conserto e manutenção dos materiais que o Corpo de Bombeiros compunha.
O material de tração animal estava sendo desativado por completo em 1921. Com o descontrolado aumento da cidade, no entanto, os veículos adquiridos não atendiam a demanda. Então entra em cena a criatividade dos bombeiros. Foram aproveitadas as duas bombas a vapor que já estavam pertencendo ao equipamento recém aposentado, com isso, foram adaptadas sobre dois chassis (Mercedes Saurer e Fiat), e os bombeiros ganharam assim mais dois veículos. Um oficial chamado Affonso Luiz Cianciulli arquitetou e custeou do seu próprio dinheiro a fabricação de uma bomba, a mesma se tornou o primeiro equipamento para o combate a incêndios fabricado no Brasil. Chamado de "Bomba Independência" (fig.12), sua primeira apresentação foi no desfile da Pátria de 1922.
Figura 12 - Bomba Independência no desfile de 1922
Fonte: Corpo de Bombeiros - Disponível em: < http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/>. Acesso em: Mar. 2019
No ano de 1943 os bombeiros começaram a se expandir para o interior, através de acordos com os municípios, assim passando a ter um processo de organização em nível estadual. Nessa época o efetivo de homens era de 1212 homens.
Em 1955 é inaugurada a rede de rádio, facilitando a comunicação entre as viaturas e o quartel, que informava o melhor caminho, a evolução da ocorrência, centralizava os pedidos e os distribuía de forma racional entre os Postos. Um ano depois foram desativadas as caixas de alarme, mas o seu sucessor, o telefone, ainda não atendia totalmente as necessidades da população. Havia poucos aparelhos e o número não era de fácil memorização. Somente 23 anos depois seria adotado o número de emergência 193.
Em 1964 inaugura-se a Companhia Escola e é criado o Curso de Bombeiro para Oficiais. Em 1967 a Estação Central (localizada à Praça Clóvis Bevilácqua) é demolida para a edificação de uma nova, concluída somente em 1975.
Reflexo dos catastróficos incêndios dos edifícios Andrauss (1972) e Joelma (1974) onde centenas de vidas foram ceifadas, são importadas auto bombas, auto escadas, auto plataformas, veículos de comando e de apoio e todas as viaturas passam a contar com rádio, além do aperfeiçoamento das exigências legais quanto aos aspectos de prevenção de incêndios.
Em 1990, visando melhorar a qualidade do atendimento pré-hospitalar das ocorrências de salvamento, é implantado o sistema de Resgate na Grande São Paulo e em mais 14 municípios, contando com pessoal, veículos especializados e apoio de helicópteros.
1.7 Arquitetura no decorrer dos anos
Ao passar do tempo notamos uma grande evolução na arquitetura de quartel ao passar dos anos desde a era das colônias até a arquitetura moderna, com o avanço da construção do civil durante esses anos, passamos por muralhas a primeira arquitetura militar que se tem conhecimento, suas técnicas muita das vezes eram construídas com tijolos, lajotas ou pedras de mão, aglutinados entre si por meio de uma argamassa, depois na época colonial vieram os castelos uma arquitetura baseada nos estilos românico com suas características de janelas em grande quantidade, torres em formato de pirâmides, arcos de volta-quebrada e ogivas enquanto isso no estilo gótico as suas características são uso de arcos de volta-perfeita, interior pouco iluminado, predominância de linhas horizontais, tanto os castelos como as igrejas mostravam-se com um estilo de defesa, paredes grossas e pouca incidência de janelas, construções pesadas. Isto ocorria porque as igrejas deveriam servir como proteção contra as forças do mal e os castelos deveriam proteger o povo contra as constantes invasões territoriais que ocorriam na época.
No ano de 1532 é construída no Brasil a primeira arquitetura militar implantada os fortes e fortalezas com características de defender a maioria das vezes as costas marítimas.
Com o passar do tempo verificamos que algumas características antigas continuam nos quartéis nos tempos modernos, porém com algumas modificações e algumas implementações novas da área da construção civil como os concretos moldados in loco onde podemos ter uma noção no quartel do Corpo de Bombeiros de São Miguel Paulista (fig. 13) e iremos nos aprofundar mais sobre esse tipo de concretagem no capitulo posterior.
Figura 13 - Quartel Corpo de Bombeiros São Miguel Paulista
Fonte – Corpo de Bombeiros São Miguel Paulista – Disponível em <http://saomiguelsmp.blogspot.com /2010/06/corpo-de-bombeiros.html >. Acesso em: Mar. 2019
2. CONCEITUAÇÃO TEÓRICA
2.1 O quartel e sua arquitetura
A atividade bélica está sempre em uma constante evolução, a competição por recursos, diferenças ideológicas ou religiosas, assim como preconceitos de raça, geram tensões, que levam a embates abertos entre grupos e sociedades. Assim tendo em vista maximizar os meios de se proteger, os grupos procuraram melhores meios para defesa e ataque, como armas e armaduras. Uma das formas mais evidentes e duradouras dessas modificações culturais foram as construções feitas com motivadores bélicos, o que normalmente se associa à arquiteturamilitar.
A arquitetura militar sempre está voltada a uma construção de obras defensivas, capazes de resistir a um ataque inimigo, mas essa definição é algo muito reduzido, pois ignora que o campo é muito mais amplo indo de monumentos até o urbanismo. 
Na Idade Média, o armamento de disparo era limitado à neurobalística, que se constitui de elementos impulsionados por forças de flexão ou torção, como por exemplo: o arco, a besta e a catapulta.
Na segunda metade do século XIV, começou-se a utilizar a pólvora como propulsão, possibilitando a piro balística, na qual estão inclusos: o canhão, o arcabuz, o mosquete e a pistola.
Como consequência dessa transformação para a arquitetura militar, as fortificações militares deixaram de se desenvolver no sentido vertical e passaram a avançar em um sentido horizontal, principalmente por causa das substituições das torres pelos baluartes, passando do castelo para os fortes e fortalezas.
Antes de abordar os tipos de fortificações, é necessário falar um pouco sobre as artilharias. Uma artilharia é um grupamento de conjunto de materiais de guerra (bocas-de-fogo, canhões, projéteis e veículos destinados ao seu transporte e aprovisionamento).
Finalmente, vamos aos tipos de fortificações desde as primeiras épocas militares até a arquitetura militar moderna.
Dentro do Militarismo inclui o ramo de Arquitetura onde militares especializados na área podem trabalhar voltados ao meio do seu ramo de conhecimento é chamado de engenharia militar o ramo que cuida das obras de engenharia necessárias à execução de operações militares e são criados por exemplo, estradas, pontes e outros tipos de obras.
2.2 A arquitetura atual e suas referências
A arquitetura militar mais principalmente a arquitetura referente ao ramo da Policia Militar e Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, mudou bastante dos tempos mais remotos até os dias atuais, de um tempo pra cá alguns comandantes que passaram pelo ramo militar visavam que a polícia tinha que ter um aspecto mais voltado para a população tanto o policial quanto a sua arquitetura, com isso os mesmos começaram a fazer modificações com ordem direta do governo do Estado de São Paulo.
Tendo em vista isso muitos começaram a implantar a nova polícia, mudando o jeito de abordarem as pessoas e tendo um olhar mais voltado a população, os seus quartéis tiveram algumas reformas mostrando a confiança na população em um todo.
O quartel do Corpo de Bombeiros sempre teve uma aparência acolhedora e com essa nova ordem só obtiveram ainda mais o respeito e admiração populacional.
O renomeado arquiteto Paulo Bastos realizou vários projetos de responsabilidade pública, como escolas, agências bancárias, hospitais, quartéis para bombeiros e para a polícia, prefeituras e câmaras municipais entre outros.
O quartel general de São Paulo localizado no Ibirapuera, foi realizado no ano de 1965, possuí uma área construída total de [16.000 m²] a proposta da equipe atualmente composta por Leo Bomfim Junior, Oscar Arine e Paulo Bastos para os quartéis generais de São Paulo foi a vencedora em um concurso de anteprojetos realizado pelo então Ministério da Guerra com a contribuição do Instituto de Arquitetos do Brasil. A consequência do concurso e a construção trouxe reconhecimento para Paulo Bastos e novos trabalhos para seu escritório recém-criado.
Foi o concurso para os Quartéis Generais de São Paulo (fig.14) que concedeu ao arquiteto Paulo Bastos a probabilidade de trabalhar em uma perspectiva maior e acompanhar a execução de um grande projeto público. Os desenhos foram realizados por alunos do Mackenzie na época.
Figura 14 - Quartéis Generais de São Paulo Maquete de concurso - 2007
Foto acervo do arquiteto
Em 1965, Paulo Bastos projetou o conjunto dos Quartéis do Corpo de Bombeiros e Batalhão Policial, a ser executado pela prefeitura e operado pelo Governo do Estado. O terreno, com duas frentes, foi ocupado com um prédio para a polícia militar e outro para os bombeiros paralelos às ruas e ainda um pátio de exercícios. Com a crescente instalação de indústrias nas cidades da região do ABC paulista, a questão do socorro a acidentes tornou‐se mais complexa, exigindo, além de outras coisas, uma sede adequada para os quartéis. O projeto, desde a planta baixa do quartel general (fig.15), solicitação de sua construção e a definição do programa de arquitetura onde foi escolhido o tipo de estrutura moldado in loco, pôde contar com a ajuda do então capitão Celestino, que também foi o idealizador do pátio de exercícios e da torre de salvamento, prédio construído para o treinamento de resgates que reproduzia os obstáculos que poderiam ser encontrados nas edificações. “Para fazer a torre, eles me levaram lá no quartel e passaram os incêndios do Joelma e do Andraus, que eles haviam filmado, aquela coisa tremenda. Eu fui obrigado a ver o filme, o pessoal caindo, queimando...”[9: Entrevista concedida por Paulo Bastos ao autor, gravada em fita cassete no dia 10 de agosto de 2007. ]
Figura 15 - Planta Baixa Quartel General – 1965
Fonte: BASTOS - Disponível em: < https://www.arquivo.arq.br/quartel-general?lightbox=image_8fh>. Acesso em: Mar. 2019
2.3 Programa de necessidades
Os quartéis dos bombeiros do Estado de São Paulo nos dias atuais, são desenvolvidos, uma grande maioria das vezes com um padrão igualitário, com uma grande cobertura, no patamar do piso térreo que é um pouco mais elevado, estão localizadas as partes administrativas, garagens, refeitório, motomec (oficina), academia, sala de visitas e a circulação aberta para um grande fluxo de pessoas transitando no momento de uma ocorrência, porém, esse patamar é resguardado em alguns quartéis por um pequeno talude, no pavimento superior fica concentrado os alojamentos e salas de oficiais. No planejamento inicial o comandante junto com o arquiteto responsável visa algumas vezes a concepção de se fechar o edifício por fora com vidros e os alojamentos, internamente, com venezianas de madeira, seus pilares dão sustentabilidade para o pavimento superior, são em formatos de secção retangulares e acentuado chanfro próximo ao encontro com o piso. 
2.4 Estrutura de concreto 
Ao descrever sobre a estrutura utilizada neste tipo de arquitetura devemos nos atentar ao descrevermos sobre os quartéis dos bombeiros, deve se ater a tipologia da arquitetura aplicada principalmente no modernismo e pós modernismo, onde ocorreu muita aplicação de concreto e aço, com as suas diversas tecnologias disponíveis no mercado, onde posteriormente veremos alguns tipos de aplicações de concreto, para depois falarmos melhor sobre o que está sendo mais aplicado nos dias de hoje nos quartéis.
2.4.1 Concreto Pré-Moldado
 Uma estrutura confeccionada em concreto pré-moldado é aquela que os componentes estruturais, como pilares, vigas, lajes e outros, são modelados e obtém assim um certo grau de resistência, antes da sua colocação e montagem definitiva na estrutura. Uma das principais razões para esse tipo de concreto ser subutilizado são:
Sistema tributário que penaliza o emprego de elementos pré-moldados de fábricas;
A instabilidade econômica que dificulta o planejamento e os investimentos a longo prazo;
A falta de conhecimento de alternativas em concreto pré-moldado;
A escassez de oferta de equipamentos;
Cabe destacar ainda que o uso de componentes de CPM pode acarretar importantes implicações em relação à responsabilidade sobre a construção. Embora não sejam voltadas para a situação nacional, indicações sobre o assunto podem ser vistas no manual do PCI (2010, seção 14.5) e no manual de CPM da Associação Australiana do Concreto Pré-Moldado (NPCAA, 2002, Cap. 12).
Podemos verificar nas (fig. 16) e (fig. 17) a aplicação do concreto pré-moldado em duas etapas.
Figura 16 - Elementos Pré Moldados
Fonte Disponível em: < https://www.tecnosilbr.com.br/o-que-sao-pre-moldados-de-concreto-e-qual-a-diferenca-com-os-pre-fabricados/>. Acesso em: Mar. 2019
Figura 17 - Técnica de União dos Pilares
Fonte Disponívelem: <http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/149 /ilustracao-mostra-duas-tecnicas-para-realizar-a-uniao-de-pilares-301966-1.aspx>. Acesso em: Mar. 2019
2.4.2 Concreto Armado
É um tipo de estrutura que utiliza armações feitas com barras de aço. Essas ferragens são utilizadas devido á compreensão.
Em uma estrutura de concreto armado, o uso de aço em vigas e pilares torna-se indispensável e o dimensionamento precisa ser bem calculado seguindo as normas vigentes dos órgãos reguladores (ABNT).
O projeto de uma estrutura em concreto armado é realizado por engenheiros especializados em cálculo estrutural. Também conhecidos como calculistas, eles vão dimensionar a bitola do aço a ser utilizado e os elementos que compõem a estrutura, como vigas, pilares, lajes, blocos, sapatas assim como determinar a resistência do concreto e o espaçamento entre as barras de aço. As vantagens desse tipo de concreto são:
O concreto armado tem uma elevada resistência à compreensão em comparação aos outros materiais de construção.
Devido a armação, o concreto armado também pode suportar uma boa quantidade de esforços de tração.
O custo de manutenção do concreto armado é muito baixo. 
Uma estrutura em concreto armado pode ser moldada de diversas maneiras e formatos. 
Exige mão de obra menos qualificada para sua execução. 
Boa resistência ao fogo e ao tempo. 
Uma estrutura de concreto armado é mais durável. 
Boa resistência ao desgaste mecânico como choques e vibrações.
Podemos verificar nas (fig. 18) e (fig. 19) a aplicação do concreto pré-moldado em duas etapas.
Figura 18 - Aplicação Concreto Armado
Fonte: Disponível em: <https://www.guedespisosindustriais.com.br/execucao-piso-concreto-armado>. Acesso em: Mar. 2019
Figura 19 - Aplicação Concreto Armado
Fonte: Disponível em: <https://www.guedespisosindustriais.com.br/execucao-piso-concreto-armado>. Acesso em: Mar. 2019
2.4.3 Concreto moldado in-loco
A estrutura utilizada nos quartéis são estruturas de concreto moldado in loco, ou seja, quando tem uma ampla produção, a utilização segue praticamente um padrão em toda a construção. O sistema é altamente industrializado e prevê condições técnicas ideais para a construção de empreendimentos que requer um prazo menor de entrega, economia e melhora na mão de obra. O sistema funciona com estruturas metálicas tanto em parede e lajes maciças, a demanda no tamanho da peça e das fôrmas são alteradas de acordo com cada projeto. Isso faz com que o planejamento da obra, acabe de uma certa forma eliminando processos artesanais e improvisados, facilita o treinamento de mão de obra sendo que o número de trabalhadores para realização desse trabalho acaba sendo menor e reduz o prazo final de execução. A Norma de Desempenho – NBR 15575, foi aprovada em 2013, sendo assim possível apresentar projetos mais positivos e edificações mais seguras. A NBR 15575 zela por aspectos como: habitabilidade, sustentabilidade, nível de desempenho, projetista, usuário, construtor/incorporador, diretrizes para implantação e entorno, desempenho estrutural, estanqueidade, desempenho térmico, entre outros pontos que envolvem o projeto. A norma também visa a questão estrutural das edificações, na segunda parte da mesma, chamada de requisitos estruturais, nessa parte nota-se os índices de resistência, onde podemos notar o melhor desempenho. 
Grandes construtoras começaram a migrar para o método, pois há um grande ganho principalmente de produtividade, e houve uma necessidade de maior atenção do setor. Assim, em maio de 2012, a ABNT lançou a NBR 16055 – Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações – Requisitos e procedimentos. A norma não tem limites de pavimentos, regulamentando e consolidando a utilização do método construtivo no Brasil, principalmente nos quesitos de conforto térmico, acústico, estrutural, as suas vantagens são:
Agilidade na construção. 
Uso racional de materiais construtivos. 
Diminuição do número de mão de obra. Apesar de ser uma das mais utilizadas esse sistema de concreto também possui suas desvantagens como por exemplo: 
Alto custo com relação às formas. 
Como as formas são moldadas para cada projeto, na maioria dos casos, não são reutilizáveis. 
Caso sejam necessárias reformas, os custos serão altos devido ao trabalho necessário para a quebra das paredes. 
Podemos verificar nas (fig. 20) e (fig. 21) a aplicação do concreto pré-moldado em duas etapas.
Figura 20 - Versáteis, as paredes atendem projetos de diferentes tamanhos e formatos.
Fonte: Disponível em: < https://www.tecnosilbr.com.br/paredes/ >. Acesso em: Mar. 2019
Figura 21 - Aplicação de Concreto Moldado in Loco
Fonte: Disponível em: < https://engenharia360.com/sistemas-construtivos-tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-paredes-de-concreto-moldadas-in-loco/>. Acesso em: Mar. 2019
Abaixo podemos observar algumas arquiteturas moldadas in loco, onde vemos que as formas são moldadas de acordo com cada projeto, os projetos a seguir são de dois grupamentos do estado de São Paulo, o da Mooca (fig. 22) e do Campos Elisios (fig. 23), onde pode se notar que foram construídos com uma estrutura moldada in loco por ser mais econômica e com um tempo de construção mais rápida. 
Figura 22 - 3º Grupamento de Bombeiros Mooca – 2018
Fonte: Disponível em: <http://www.gazetavirtual.com.br/bombeiros-3o-gb-comemora-seu-118o-aniversario/>. Acesso em: Mar. 2019
Figura 23 - Grupamento de Bombeiros Campos Elisios – 2016
Fonte: Disponível em: < http://br.infoaboutcompanies.com/Catalog/São-Paulo/São-Paulo/Corpo-de-Bombeiros/Corpo-de-Bombeiros-_-Campo-Eliseos>. Acesso em: Mar. 2019
2.5 Conforto térmico
Conforto térmico, de acordo com a NBR 15220 da ABNT (2005) é a satisfação psicofisiológica de um indivíduo com as condições térmicas do ambiente. Sendo que está relacionado a condições pessoais, climáticas e do usuário no ambiente, outro fator que é preciso levar em consideração também é a vestimenta que o profissional usa e a atividade desenvolvida pelo mesmo, em relação aos fatores ambientais: devemos notar os elementos climáticos como por exemplo: umidade, temperatura, insolação, movimento do ar e radiação solar. Os mesmos citados interferem diretamente nas trocas de calor entre os ambientes e o organismo, isto é, no conforto térmico do ambiente construído. A parte climática deve ser analisada cuidadosamente e de acordo com um projeto arquitetônico, pois conforme a maneira que eles são aplicados podem originar resultados diferentes de projeto, que posteriormente, resultarão em condições diferentes de conforto.
No ambiente o arquiteto deve propor um projeto de mudanças favoráveis para às condições externas e internas, assim, visando modificar as correntes de calor, proporcionando uma melhoria no ambiente trazendo o bem-estar aos usuários. 
No que se refere à luz direta do sol nos cômodos construídos, as pessoas preferem possuir um ambiente que ela haja naturalmente, desde que ela não seja excessiva. A grande maioria gosta da sua frequência em ambientes, porém, não o tempo todo. A luz solar é agradável de manhã além de ser benéfica, todavia, em outras circunstâncias, passa a ser desagradável e não tão querida igual na parte da manhã por conta do seu efeito de superaquecimento nos ambientes, essencialmente em locais onde o clima é quente. 
O Estado de São Paulo possui um clima tropical onde se caracteriza por ser um clima de verões quentes e muito chuvosos e no inverno podemos notar que ele é seco e com pouco frio, a grande maioria do ano a luz solar é mais presente do que o tempo chuvoso, fazendo assim com que os ambientes sejam mais quentes assim o tornando desagradável.
 O sol em ambientes de permanência pouco prolongada é bem-vindo, só não torna agradável quando a sua presença o transforma em um local extremamente quente. 
2.5.1 Carta Psicrométrica
Segundo Givoni apud Lamberts (1997), o clima interno em edifícios não condicionados reage largamenteà variação do clima externo e à experiência de uso dos habitantes. Em 1969, Givoni concebe uma carta bioclimática para edificações, baseada em temperaturas internas do edifício, propondo estratégias construtivas para adequação da arquitetura ao clima. De acordo com Lamberts (1997), este instrumento de análise foi construído sobre o diagrama psicométrico, que relaciona a temperatura do ar e a umidade relativa. Com a obtenção dos valores destas variáveis para os principais períodos do ano climático da localidade, permite ao profissional a verificação das indicações fundamentais sobre a estratégia bioclimática a ser adotada no desenho da edificação. As cartas bioclimáticas, por sua vez, são elaboradas a partir das zonas de conforto térmico e proporcionam de maneira integrada informações sobre comportamento bioclimático e proporcionam de maneira integrada informações sobre comportamento climático do entorno e previsão de estratégias para a correção desse comportamento quando fora da zona correspondente ao conforto térmico.
O estado termodinâmico do ar atmosférico a uma certa pressão já estabelecida é medido por meio de duas propriedades intensivas independentes. Um gráfico psicrométrico é um gráfico das propriedades do ar, como temperatura, entalpia, volume, pressão. Gráficos psicrométricos (fig. 24) são usados ​​para estudar como as propriedades variam, alterando a umidade do ar.
Existem tabelas psicrométricas, iguais à termodinâmica que permitem maior precisão. No entanto, o uso da carta economiza tempo e cálculos nos casos em que a precisão não é necessária. O gráfico é desenhado com valores propostos nas tabelas psicrométricas, portanto, o gráfico psicrométrico pode ser baseado em dados coletados à pressão atmosférica no nível do mar e, da mesma forma, para pressões ligeiramente inferiores ou superiores à pressão no nível do mar.
Figura 24 - Carta Psicrométrica
Fonte: Portal da Refrigeração – Disponível em: < http://www.refrigeracao.net/Topicos/Psicom
etria.htm>. Acesso em: Abr. 2019
Em um gráfico psicrométrico você pode encontrar todas as propriedades do ar, como foi dito no início, é necessário obter duas propriedades intensivas e desta forma você pode entrar na tabela. Estes dados são os mais importantes: temperatura do bulbo seco, temperatura do bulbo de umidade, temperatura do ponto de orvalho, umidade relativa, umidade absoluta,entalpia, volume específico.
Introdução ao condicionamento através do gráfico psicrométrico se dá por conta dessas propriedades, pois podemos encontrar o fato que mencionamos no parágrafo acima. Nós podemos gerenciar as propriedades para o nosso gosto. É aqui que surge a ASHRAE (Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado). Define o condicionamento como: o processo de tratamento do ar, para controlar a temperatura, a umidade, a limpeza e o modo de distribuição. em um determinado espaço e que atenda aos requisitos deste. Afirma-se claramente que, para condicionar um espaço, é necessário: controle de temperatura, controle de umidade, filtração, limpeza e purificação do ar, circulação e movimento do ar.
Tanto a temperatura quanto a umidade são propriedades encontradas no gráfico psicrométrico. Isso facilita o fato de que, para lidar com eles, é necessário ter conhecimento básico das propriedades do ar e da umidade. Esta mesma associação também determinou certos parâmetros que na parte de ar condicionado, seriam uma zona de conforto. Ou seja, o ser humano estaria nessa área sob uma variedade de combinações de temperatura e umidade. A maioria das pessoas se sente confortável em uma atmosfera com umidade de 30% a 70% a uma temperatura de 21 ° C a 29 ° C.
Sendo necessário, sabemos que a natureza não compreende certos padrões, portanto, a indústria de embalagens é tão bem-sucedida nos dias de hoje. Esta indústria então leva em consideração as duas propriedades e com os parâmetros propostos pela ASHRAE da zona de conforto, subdividindo o condicionamento dependendo do que se deseja, seja: resfriamento, aquecimento, umidificação, de umidificação, refrigeração com desumidificação, aquecimento com umidificação.
2.5.2 Temperatura de Bulbo Seco
Temperatura de bulbo seco ou temperatura seca é a medição com um mercúrio convencional ou termômetro (fig. 25) similar cuja lâmpada está seca. Essa temperatura, juntamente com a temperatura, é utilizada na avaliação do conforto higrotérmico, na determinação da umidade relativa, na determinação do ponto de orvalho, na psicrometria para o estudo e na determinação do comportamento de misturas de ar. Através do diagrama psicrométrico ou tabelas psicrométricas, é possível, a partir de dois valores de entrada, conhecer o restante das propriedades das misturas de ar seco e ar úmido. É usado em meteorologia, conforto higrotérmico em arquitetura bioclimática ou arquitetura sustentável, entre outros.
Figura 25 - Termômetro úmido
Fonte: Psicrometria, 2013 – Disponível em < http://psicrometria-imi131.blogspot.com/2013/11/ temperatura -de-bulbo -seco.html>. Acesso em: Abr. 2019
Este estado de equilíbrio só é alcançado se três precauções forem tomadas: 
A superfície de evaporação deve ser pequena para que as condições do ar não variem apreciavelmente, e deve ser constante, isto é, o tecido da lâmpada deve ser completamente molhado; 
2) A velocidade do ar deve ser suficientemente grande para que a transmissão de calor por convecção do gás para o bulbo do termômetro seja muito maior do que a transmissão de radiação do ambiente mais quente para o bulbo, (velocidade> 5m / s); 
3) Se for necessário fornecer fluido de reposição, a temperatura do mesmo deve ser a temperatura úmida. 
A temperatura do termômetro úmido depende, portanto, das taxas de transmissão de calor, da taxa de difusão da água evaporada no fluxo de ar, da velocidade de circulação do ar e do projeto do termômetro. É evidente que, se o ar estiver saturado, não ocorre evaporação e as temperaturas do termômetro seco e do termômetro úmido são iguais; no entanto, quanto menor a umidade do ar, maior a taxa de evaporação e menor a temperatura do termômetro úmido.
2.5.3 Zonas de conforto
A zona de conforto térmico localiza-se para valores de PMV contidos entre -0.5 e 0.5. Daqui pode-se concluir que a percentagem de pessoas insatisfeitas não deve ser superior a 10%. Pela análise da curva, conclui-se ainda que quando PMV é igual a zero, ou seja, o ambiente é considerado neutro pela maioria das pessoas, existem cerca de 5% de indivíduos insatisfeitos. 
Segundo a ISO 7730/94, o índice PMV (tab. 1) “predicted mean vote" = voto médio preditivo, indica a sensação térmica das pessoas
	
	Determinação dos índices de PMV e PPD
	-3
	-2
	-1
	0
	1
	2
	3
	Muito frio
	Frio
	Ligeiramente frio
	Neutro
	Ligeiramente quente
	Quente
	Muito quente
 
 -0.5 +0.5
 Conforto Térmico 
 Desconforto por frio Desconforto por calor
Tabela 1: Escala de Sensação Térmica
Fonte: ISO 7730/94
A escala de sensação térmica apresenta uma linha graduada que varia de -3 a +3 que permite uma avaliação termo ambiental com temperaturas reduzidas ou elevadas. O conforto térmico se enquadra no intervalo numérico de -0,5 e +0,5, para ambientes frios e quentes, respectivamente. Sendo que, os valores estimados maiores que 0,5 ± caracterizam o desconforto térmico por calor ou frio, conforme o ambiente avaliado.
O índice PPD “predicted percentage of dissatisfied” = Percentagem de Pessoas Insatisfeitas (fig. 26), com as condições térmicas de um ambiente e está diretamente relacionado com o PMV
Figura 26 - Indice PPD e PMV
Fonte: CONFEA, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Disponivel em: http://www.confea.org.br/media/contecc2018/civil/194_ídpeppadctdrnsp.pdf.Acesso em: Abr. 2019
Pela análise destes dois índices é possível concluir, mais uma vez, que o 
conceito de conforto térmico é relativo, dependendo de vários fatores, logo é impossível definir uma zona termicamente confortável com exatidão. O diagrama do conforto humano (fig. 27) mostra as atitudes a assumir no contexto habitacional tendo em vista a obtenção do conforto térmico humano.
Figura 27 - Diagrama do Conforto Humano
Fonte: INMET/WMO
2.5.4 Metabolismo x Vestimenta
O estudo do conforto térmico leva a avaliação das condições específicas que os seres humanos tendem a reagir de acordo com a temperatura do meio ambiente que se encontra‖. (SOUZA; COSTA, 2006, p.12, apud, Silva,2011, p.6). 
O estudo do conforto térmico é um tema de extrema necessidade, pois está relacionado com a satisfação, o bem-estar e a qualidade de vida do homem, que busca a cada dia se desgastar menos com os efeitos da temperatura, principalmente porque o homem está convivendo cada vez mais em ambientes climatizados. 
Ruas (1999, apud Silva 2011) afirma que o conforto térmico num determinado ambiente pode ser definido como a sensação de bem-estar experimentada por uma pessoa, como resultado da combinação satisfatória, nesse ambiente, da temperatura radiante média, umidade relativa, temperatura do ambiente e velocidade relativa do ar, com a atividade desenvolvida e com a vestimenta utilizada. 
Santos (2008, apud Silva 2011) define o conforto térmico como o nível de satisfação do usuário em um ambiente, consequente da relação da temperatura média, umidade relativa, velocidade do ar, atividade desenvolvida e a vestimenta utilizada, causando a sensação de bem-estar na pessoa. Sendo, portanto, considerado as diferenças de hábitos, cultura e particularidades da população analisada. 
A primeira condição para que uma pessoa esteja em conforto térmico, é que a mesma se encontre em balanço térmico, isto é, que todo o calor gerado por seu organismo seja transferido na mesma proporção ao ambiente, através de perdas por convecção, radiação, evaporação e eventualmente também por condução através das roupas. (SANTOS, 2008, p. 11, apud, Silva,2011 p.7) 
A Norma Brasileira (NBR)15220-3 (2005), define como (...) “a satisfação psicofisiológica de um indivíduo com as condições térmicas do ambiente” (apud, Silva, 2011).
2.5.5 Solução Arquitetônica
Ao projetar, o arquiteto deve sempre se atentar as condições climáticas do determinado local, a orientação da edificação e os demais materiais a serem utilizados. Os materiais a serem utilizados em construções governamentais são diversas vezes escolhidos pelo seu custo benefício apresentado e não pelo seu desempenho, já que há limitações e a maioria das obras são realizadas através de PREGÃO uma modalidade de licitação, onde sempre é baseado um valor e dificilmente é ultrapassado, diferente de algumas obras não governamentais. Mas voltando ao estudo este fato contribui para toda a área da arquitetura, tendo em vista que construções mal orientadas acabam tendo um ambiente interno ainda mais desagradável.
2.5.5.1 Vidros Translúcidos
Os vidros translúcidos acabam recebendo diversas aplicações, processos, tecnologias e acabamentos que vêm evoluindo e se expandindo acompanhando assim a criatividade do arquiteto que se aperfeiçoa buscando conhecimentos e assim acompanhando todo o ritmo frenético das indústrias produtoras de vidro.
Apesar de terem um custo um pouco mais elevado que os demais tijolos, é um produto ecológico e oferece conforto térmico e acústico, tem elevada resistência mecânica e é de fácil manutenção e limpeza, nunca exigindo pintura. Bastante resistente a alterações térmicas, além de proteger de fogo por mais tempo que os demais materiais. Embora sejam resistentes a choques térmicos, os blocos de vidro não podem ser instalados em locais em que a temperatura ambiente seja inferior a 4ºC, assim como não são recomendados para ambientes fechados que possam atingir temperaturas elevadas.
Tendo uma diversa variedade de opções de vidros translúcidos, os vidros acidados; os vidros jateados; os vidros impressos ou fantasia; os vidros serigrafados.
Na (tab. 2) é realizado um comparativo dos vidros, como é produzido e suas vantagens e desvantagens. 
	Acabamento
	Produção
	Vantagem
	Desvantagem
	Aplicação
	Fosco
	Tratamento com ácido hidrofluorídico
	Reduz o ofuscamento e passagem de luz; aumenta a difusão de luz
	Reduz a resistência do vidro a impactos e esforços mecânicos
	Em uma face
	
	Jatos de areia e ar comprimido.
	Aumenta a difusão de luz;
Reduz a passagem de luz.
	Difícil de limpar, reduz a transmissão luminosa e torna o vidro frágil.
	Em uma face.
	Esmaltado
	Esmalte vítreo aplicado em uma das faces posteriormente aquecido e fundido à superfície do vidro.
	Reduz a transmissão luminosa e proporciona difusão da luz mais uniforme
	---------
	Em uma face.
	Texturizado
	Superfície rugosa impressa em uma ou nas duas faces
	Reduz a transmissão luminosa.
	---------
	Somente em uma face.
Tabela 2 - Síntese das características dos vidros translúcidos
Fonte: CEHOP – Disponível em: < https://www.cehop.se.gov.br/orse/esp/ES00117.pdf/>. Acesso em: Mar. 2019
2.5.5.2 Brise-Soleil
O controle da insolação através de elementos de proteção solar — quebra-sol (“brise-soleil”) — representa um importante dispositivo para o projeto do ambiente térmico. O quebra-sol pode ser utilizado tanto para a proteção de paredes transparentes ou translúcidas como para o caso de paredes opacas leves.
Pode se ter uma noção de que os cortes de custos para a construção em geral acabam sendo de modo geral um aspecto difícil e como visto no parágrafo anterior, podendo até mesmo afetar o conforto térmico eliminando o uso de brises. 
O Brise-Soleil (fig. 28) tem grande importância para o conforto térmico, pois o mesmo faz a função de controlar a entrada da radiação solar em ambientes internos é um elemento de uso externo às fachadas. Se formos comparar a outros produtos de proteção solar o brisel é o que oferece melhor controle de ganhos térmicos, iluminação natural e ventilação. Além do brisel ter essas vantagens podemos constatar que eles trazem um benefício no consumo de energia elétrica com o condicionamento do ar, pois o uso de protetor solar acaba que amenizando o aumento da temperatura no interior do ambiente
Figura 28 - Brisel-Soleil e suas séries de lâminas
Fonte: Disponível em: < https://sustentarqui.com.br/brise-arquitetura-bioclimatica/>. Acesso em: Abr. 2019
2.5.5.3 Paredes Verdes
No Brasil, os telhados verdes vêm se difundindo rapidamente em projetos de prédios sustentáveis. Entretanto, o Brise Vegetal e as paredes verdes ou jardins verticais, podem contribuir muito mais para o conforto térmico e diminuição do acumulo de energia solar no envoltório
 Estudos já comprovaram a eficácia de árvores e vegetação em geral como forma de amenizar o microclima urbano.  Técnicas novas como a do Brise Vegetal e Ecoparede (fig. 29) podem reduzir substancialmente o consumo de energia, melhorar a qualidade do ar e contribuir com espaço para biodiversidade no espaço urbano.
Figura 29 - Ecoparede
Fonte: Disponível em < https://ecotelhado.com/sistema/ecoparede-jardim-vertical/>. Acesso em Abr. 2019
2.5.5.4 Drywall
O gesso, em geral, é um aliado que proporciona conforto térmico em ambientes onde é aplicado. Uma de suas   propriedades é a higrotermia, um termo técnico-científico para um fenômeno que ajuda a regular a umidade do   ambiente. Grosso modo, funciona assim: se o ambiente tem muita umidade, o gesso ajuda absorvendo parte   dessa umidade; e se o ambiente é pouco úmido, o gesso ajuda transferindo para ele parte da umidade que   possui.
  Por isso o drywall – que contem gesso em sua composição – é um tipo de produto que pode ser usado como   uma solução simples para reduzir o desconforto térmico, tanto em ambientes residenciais quanto corporativos. 
  Em paredes externas, intensamente ensolaradas por exemplo, é possível usaro drywall (fig. 30), para revestir suas superfícies internas. O revestimento pode ser colado diretamente na parede ou feito sobre uma estrutura de   perfis de aço galvanizado fixada à parede. 
  No segundo caso, mais comum para superfícies irregulares, é possível alcançar um isolamento térmico melhor   quando se aplica lã mineral ou lã de PET entre a parede e o revestimento. 
  Optar por essa solução traz alguns benefícios extras, como: aumento do conforto acústico dos ambientes e acabamento de excelente qualidade para o lado interno das paredes de maneira ágil e limpa. 
Figura 30 – Drywall
Fonte: Disponível em < www.2mdivisorias.com.br/divisorias-de-drywall-preco.php>. Acesso em: Abr. 2019
2.5.5.5 Telhas Cerâmicas
As telhas cerâmicas (fig. 31) ou de barro, como também são chamadas, são as telhas mais antigas e mais utilizadas em coberturas de casas. São feitas a partir da queima da argila em olarias.
Existem vários modelos destas telhas, como as coloniais, francesas, romanas e portuguesas. A única diferença entre elas é o formato. Estas telhas apresentam ótimo isolamento térmico, o que proporciona uma temperatura agradável nos ambientes internos das edificações.
Podem ser telhas naturais, telhas com acabamento sintético e telhas vitrificadas. As telhas naturais não possuem nenhum revestimento e as com acabamento sintético são esmaltadas e possuem revestimento de película para proteção. Já as vitrificadas são as mais resistentes e duráveis. Além disso, o custo destas telhas costuma ser baixo e elas combinam com um estilo arquitetônico mais clássico e tradicional.
Para utilizar este tipo de telha é preciso uma estrutura de cobertura bastante resistente, pois são pesadas.
Recomenda-se sempre utilizar a inclinação de cobertura definida pelos fabricantes, costuma variar de 30% a 35%.
Figura 31 - Telhas Cerâmicas
Fonte: Disponível em < https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/tipos-de-telhados/>. Acesso em: Abr. 2019
2.6 Conforto Luminoso 
O ponto de equilíbrio procurado pelo projetista e pelo seu cliente é que os ambientes possuam o melhor conforto luminoso, com a melhor qualidade de iluminação possível e com o menor custo de implantação do projeto. Encontrar esse ponto de equilíbrio, no entanto, não é uma tarefa simples. Desse modo, iniciaremos esta seção com o conceito de conforto luminoso.
O conforto luminoso está relacionado com a resposta fisiológica do usuário. Mas o que seria uma resposta fisiológica? Bom, uma resposta fisiológica, ou uma reação fisiológica, ocorre quando o nosso cérebro, independente da nossa vontade, interpreta alguma situação e todo o nosso organismo passa a desenvolver uma série de alterações. Desse modo, um ambiente provido de luz natural, ou mesmo luz artificial, produz estímulos aos indivíduos presentes que interpretarão esse ambiente em termos de quantidade e qualidade da luz.
Assim, um indivíduo, ao entrar em um ambiente iluminado, receberá um estímulo e julgará se aquele ambiente possui uma iluminação confortável, ou se ela está inadequada. Destaca-se também que o conforto luminoso tem relação próxima com o tipo de atividade que se desenvolve. Por exemplo, o grau de conforto luminoso de um cinema é diferente do conforto luminoso de uma biblioteca ou sala de aula.
Em relação a conforto visual, além de uma certa concentração de luz também ter que ser de forma apropriada para que o profissional realize de forma satisfatória as tarefas que requer maior luminosidade, é fundamental que não haja ofuscamento – grande quantidade de luz que atinge o olho prejudicando a qualidade da visão – nem grandes contrastes, para não causar desconforto nem cansaço visual (CORBELLA & YANNAS, 2003). É considerável também verificar uma distribuição simétrica de luz no ambiente, atentando-se na execução do projeto, em vista da localização, orientação, o tipo de construção, o tamanho e a forma geométrica das aberturas, as cores utilizadas nos caixilhos, nas partes internas como teto, pisos e paredes e também nas superfícies externas, como muros entre outros. 
A luz natural em um cômodo proporciona alterações dinâmicas ambiente, pois ao decorrer do dia existe uma modificação de sua cor, intensidade e contraste, os materiais, presentes no ambiente, interferem diretamente no efeito da luz (na quantidade de luz refletida). Por isso, esta deve ser pensada junto com estes detalhes, para que o resultado seja o esperado.
Cores escuras absorvem a luz, enquanto que cores claras a refletem;
Superfícies com textura rugosa refletem menos a luz do que as de superfície lisa (que podem inclusive criar reflexos que causam ofuscamento);
Vidros tem índice de reflexão 0%, enquanto que espelhos tem índice de reflexão 100%.
 Outra vantagem, segundo ROBBINS (1986), é o contato com o exterior as aberturas, para a passagem da luz natural, propiciam aos ocupantes uma vista do exterior, do céu, que interfere no seu estado de espírito.
A NBR 5410 estabelece em 4.2.1.2.2.a) que as cargas de iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação da norma NBR 5413 – Iluminância de interiores. Ocorre que, em 2013, muitos anos após a publicação da NBR 5410 em 2004, a norma NBR 5413 foi cancelada e substituída pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013 – Iluminação de ambientes de trabalho – Parte 1: Interior. A partir de então, é a norma NBR ISO/CIE 8995-1 que deve ser utilizada nos projetos luminotécnicos.
A NBR 5413, vigente desde 1992, era obsoleta em relação às normas internacionais, pois estabelecia apenas as iluminâncias recomendadas em serviço. A NBR ISO/CIE 8995-1 por sua vez, trata de diversos parâmetros que contribuem para a qualidade da iluminação no ambiente, além de ampliar a abrangência dos tipos de atividades especificados na antiga NBR 5413.
A NBR ISO/CIE 8995-1 define e estabelece parâmetros para a iluminância (tab. 3) de tarefa e do entorno imediato zona de, no mínimo, 0,5 m de largura ao redor da área da tarefa dentro do campo de visão, e estabelece recomendações para a distribuição da uniformidade e iluminância, direcionamento da luz, uso da iluminação natural e manutenção do sistema.
Além das iluminâncias para cada tarefa e ambiente, a NBR ISO/CIE 8995-1 estabelece o indicador de controle de ofuscamento para evitar o desconforto visual (UGR) e o índice de reprodução de cor mínimo recomendado da fonte luminosa (Ra ou IRC). A NBR 8995 dita a quantidade de iluminâncias médias mínimas em serviço para a adequada iluminação artificial em interiores, para ambientes que se realizem atividades de indústria, esporte, comércio, residência, indústria, ensino e diversas outras, para o uso mais aprofundado da norma, é importante que haja o devido domínio das outras seguintes normas de iluminação, ver exemplo na Tabela , extraída da norma.
NBR 5382 – Verificação da iluminância de interiores – Método de ensaio
NBR 5461 – Iluminação – Terminologia
	Tipos de ambiente, tarefa ou atividade
	Em
lux
	UGRL
	Ra
	Observações
	Áreas gerais de edificação
	
	
	
	
	Saguão de entrada
	100
	22
	60
	
	Sala de espera
	200
	22
	80
	
	Áreas de circulação e corredores
	100
	28
	40
	Nas entradas e saídas estabelecer uma zona de transição a fim de evitar mudanças bruscas
	Escadas, escadas rolantes e esteiras rolantes
	150
	25
	40
	
	Rampas de carregamento
	150
	25
	40
	
	Refeitório/ Cantinas
	200
	22
	80
	
	Salas de descanso
	100
	22
	80
	
	Salas para exercícios físicos
	300
	22
	80
	
	Vestiários, banheiros, toaletes
	200
	25
	80
	
	Enfermaria
	500
	19
	80
	
	Salas para atendimento médico
	500
	16
	80
	
	Estufas, sala dos disjuntores
	200
	25
	90
	
	Correios, quadros de distribuição
	500
	19
	60
	
	Depósito, estoques, câmara tinta
	100
	25
	80
	200 lux se forem continuamente ocupadas
	Expedição
	300
	25
	60
	
	Estação de controle
	150
	22
	60
	200 lux se forem continuamente ocupadas
Tabela 3: Parâmetros para a iluminância
Fonte: ABNT Catalogo – Disponível em: <https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=196479>.

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