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Análise de Resistência de Aderência em Argamassa

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ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO, EM REVESTIMENTO DE ARGAMASSA PARA PAREDE
S. C. de Azevedo1; D. M. de Morais2
2R. Perimetral Norte, 182, Canarinho, CEP: 69.306-492, Boa Vista/RR
dirceu@engcivil.ufrr.br
1, 2Universidade Federal de Roraima - UFRR
RESUMO
A resistência de aderência à tração é uma das propriedades fundamentais das argamassas de revestimento de paredes e tetos e entre os fatores que influenciam este requisito podem-se citar: a condição superficial do substrato e a proporção das matérias-primas. O objetivo deste trabalho foi analisar a resistência de aderência à tração de revestimento de argamassa para parede. Este estudo justificou-se pela necessidade de iniciar análise desta natureza em Roraima. Para realizar o referido experimento, por falta do dinamômetro na região em exame, foi empregado um equipamento artesanal projetado para aplicar a carga de ruptura centrada e ortogonal ao plano do revestimento avaliado. As marcações dos corpos de prova, os cortes do revestimento, as colagens das pastilhas no substrato e o ensaio de resistência de aderência foram efetuados em consonância com a ABNT NBR 13528:2010. Os resultados do ensaio confirmaram que o revestimento pesquisado possuía uma expressiva resistência de aderência.
Palavras-chave: argamassa, resistência de aderência; equipamento de tração.
1. INTRODUÇÃO
Argamassa é um material de construção civil constituído de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo e água, podendo conter aditivos e adições minerais, com finalidade de melhorar características e propriedades específicas. 
Conforme (1), o sistema de revestimento de paredes e tetos pode ser compreendido como um conjunto de subsistemas. Além de unir os componentes das alvenarias e pisos, as principais funções das argamassas de revestimentos nos substratos são: a proteção, a regularização, a estanqueidade das superfícies e, inclusive, a atuação de natureza estética uma vez que se constitui um dos elementos de acabamento final.
De acordo com (2), aderência é a propriedade do revestimento de resistir às tensões atuantes na interface com o substrato. No entanto, a resistência de aderência não é uma propriedade exclusiva da argamassa, sendo a interação entre as camadas constituintes do sistema de revestimento que se pretende avaliar.
Os autores (3) afirmam que a resistência de aderência é a propriedade da argamassa em manter-se fixa ao substrato, através da resistência às tensões normais e tangenciais que surgem na interface argamassa/substrato.
Conforme (4), a aderência da argamassa e o substrato resulta da união entre a resistência de aderência à tração, a resistência de aderência ao cisalhamento e a extensão de aderência, sendo estas, propriedades da interface entre o substrato e o sistema de revestimento.
Segundo (1), o sistema de revestimento em argamassa atua em suas funções e propriedades em conjunto com o substrato. Assim é que não se pode falar, por exemplo, da aderência da argamassa, mas sim da aderência argamassa/substrato.
De acordo com (5), as características físicas e químicas dos materiais, bem como as suas proporções, podem afetar, dentre outras propriedades das argamassas, a sua aderência aos substratos.
Para (1), a resistência de aderência é essencialmente atribuída ao cimento. No entanto, o aludido autor alerta que o aumento de cimento pode ser desfavorável caso o módulo de deformação da argamassa aumente excessivamente, contribuindo para o acréscimo do risco de fissuração e até o desplacamento. Complementando, (4) garante que além do cimento à extensão de aderência e a durabilidade de aderência são, também, responsáveis pela resistência de aderência. 
Em consonância com (6), a capacidade de aderência da argamassa depende, ainda, da quantidade e das características do agregado miúdo empregado. Com o aumento do teor de areia há uma redução na resistência de aderência. Por outro lado é a areia, por constituir-se no esqueleto indeformável da argamassa, que garante a durabilidade da aderência pela redução da retração.
De acordo com (6), a aderência da argamassa é um fenômeno essencialmente mecânico, devido à penetração da pasta do aglomerante ou da própria argamassa nos poros ou entre as rugosidades do substrato.
Conforme a referida autora, quando a argamassa, no estado plástico, entra em contato com o substrato, o estado coloidal dos componentes do aglomerante penetra pelos poros do substrato. No interior desses, ocorrem fenômenos de precipitação, seja dos géis de silicato do cimento ou do hidróxido de cálcio da cal e, transcorrido algum tempo, com a cura da argamassa, esses precipitados intracapilares exercem ação de ancoragem da argamassa de revestimento.
A análise da resistência de aderência é importante, pois a falta ou a sua perda pode trazer prejuízos econômicos e muitas vezes afeta a integridade física das edificações.
1.1 Determinação da resistência de aderência à tração
A resistência de aderência pode ser determinada através do ensaio de arrancamento por tração, prescrito em (2).
A aludida norma apresenta o método de cálculo da resistência de aderência à tração de cada corpo de prova, conforme a Eq. (A).
Ra = F/A (A)
Onde:
Ra = resistência de aderência à tração, em MPa;
F = força de ruptura, em N;
A = área do corpo de prova, em mm².
De acordo com (2), a ruptura nem sempre ocorre na interface entre o revestimento e o substrato. A citada norma apresenta as possíveis formas de ruptura, com suas denominações para sistemas de revestimento sem chapisco e com chapisco.
Segundo a mencionada norma, nos casos das rupturas nas interfaces argamassa/substrato, substrato/chapisco e chapisco/argamassa o valor da resistência de aderência à tração é igual ao valor obtido no experimento. Nas demais rupturas, a resistência de aderência não foi determinada e é maior que o valor obtido no ensaio.
A norma ABNT NBR 13528:2010 adverte que a forma de lançamento da argamassa ao substrato é um fator que interfere no comportamento do revestimento, principalmente no que se refere ao mecanismo de aderência. As argamassas projetadas mecanicamente podem apresentar valores de resistência de aderência superiores e coeficiente de variação inferior, em relação às argamassas aplicadas manualmente, isto porque a projeção mecânica proporciona maior superfície de contato e compacidade após a aplicação, reduzindo a porosidade e permeabilidade dos revestimentos. A ergonomia do operador durante a execução do ensaio também contribuir com a variação dos valores de resistência de aderência.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O substrato analisado foi uma alvenaria de vedação, de meia vez, construída na sede da Polícia Federal, em Boa Vista/RR, cuja idade do revestimento era de vinte e oito dias. A alvenaria foi preparada com chapisco, no traço 1:3.
A argamassa de revestimento do substrato foi preparada em betoneira e era constituída de cimento e agregado miúdo, no traço 1:4. Além destes componentes foi adicionado um aditivo, para proporcionar apropriada liga e trabalhabilidade.
O Laboratório de Materiais de Construção do curso de Engenharia Civil, da UFRR, não dispõe de dinamômetro de tração, conforme prescreve a ABNT NBR 13528:2010. Observou-se que outros centros de pesquisa efetuaram análises de resistência de aderência à tração, empregando um equipamento projetado para aplicar a carga de ruptura centrada e ortogonal ao plano do revestimento. Igualmente, neste trabalho decidiu-se projetar e confeccionar um equipamento de tração artesanal, conforme ilustra a Fig. 1. 
Figura 1 – Desenho do equipamento de tração empregado neste trabalho
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Fig. 2 ilustra o ensaio de resistência de aderência à tração de um corpo de prova analisado neste trabalho.
Figura 2 – Ensaio de resistência de aderência à tração de um corpo de prova
O esforço de tração (), aplicado no ponto B (Fig. 1), foio somatório do peso do balde e dos pesos adicionados, ambos em kg, que foram convertidos em Newton (N).
A Tab. 1, a seguir, apresenta os resultados do ensaio de resistência de aderência à tração e algumas avaliações indicadas nas normas ABNT NBR 13528:2010 e ABNT NBR 13749:1996.
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Tabela 1 – Resultados do ensaio de resistência de aderência à tração.
A resistência de aderência do corpo de prova n° 2, onde o rompimento ocorreu na interface chapisco/argamassa, foi exatamente o valor obtido no ensaio. No entanto, o resultado da resistência de aderência do corpo de prova n° 6 foi desprezado, pois a ruptura aconteceu na cola. Da mesma forma foram analisados onze corpos de prova os quais com exceção do corpo de prova n° 12, que apresentou resultado inferior ao indicado na norma em vigor, os demais apresentaram valores de resistência de aderência significativos.
Dessa forma, o sistema de revestimento analisado foi aprovado, pois em um conjunto de onze corpos de prova, dez apresentaram resistência de aderência à tração superior ao limite indicado em (7). Assim, a argamassa do revestimento da parede em estudo era adequada para o acabamento em pintura, pois possuía 90,91% das resistências de aderência superior ao que institui a referida norma. 
4. CONCLUSÕES
Foi possível efetuar o ensaio de resistência de aderência à tração na obra investigada, onde os resultados afirmaram que a argamassa de revestimento de paredes possui uma expressiva resistência de aderência, promovendo maior vida útil ao sistema de revestimento, com um bom desempenho, qualidade estrutural e durabilidade.
Pode-se afirmar que a argamassa de revestimento da parede em estudo era apropriada para o acabamento em pintura, pois nos resultados do ensaio de resistência de aderência à tração 90,91% dos resultados foram superiores ao limite prescrito na ABNT NBR 13749:1996.
REFERÊNCIAS
1. BAUER, E. Revestimentos de argamassa: características e peculiaridades. Brasília: LEMUnB/Sinduscon-DF, 2005.
2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.528: revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - Determinação da resistência de aderência à tração. Rio de Janeiro, 2010. 11p.
3. MACIEL, L. L.; BARROS; M. M. S. B.; SABBATINI, F. H. Recomendações para Execução de Revestimentos de Argamassa para paredes de vedação internas e externa e tetos. São Paulo: PCC/EPUSP, 1998. Projeto EPUSP/SENAI.
4. SCARTEZINI, L. M. B. Influência do tipo e preparo do substrato na aderência dos revestimentos de argamassa: Estudo da evolução ao longo do tempo, influência da cura e avaliação da perda de água da argamassa fresca. 2002, 262p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade de Goiás, Goiânia.
5. CARASEK, H., CASCUDO, O. e SCARTEZINI, L. M. Importância dos materiais na aderência dos revestimentos de argamassa. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS, 4, Brasília, 2001. Anais... Brasília, PECC/ANTAC, 2001. p. 43-60.
6. CARASEK, H. Aderência de argamassas à base de cimento Portland a substratos porosos: avaliação dos fatores intervenientes e contribuição ao estudo do mecanismo da ligação. 1996, 285p. Tese (Doutorado em Engenharia de Construção Civil e Urbana), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo.
7. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13749: revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – especificação. Rio de Janeiro, 1996. 6p.
ANALYSIS OF TENSILE BOND STRENGTH IN MORTAR LINING FOR WALL
ABSTRACT
The tensile bond strength is one of the fundamental properties of mortars coating walls and ceilings and among the factors that influence this requirement may be cited: The condition of the substrate surface and the proportion of the raw materials. The objective of this study was to analyze the tensile bond strength of mortar lining to the wall. This study was justified by the need to start such analysis in Roraima. To accomplish the above experiment, in the absence of the dynamometer in the region under examination, an equipment was used craft designed to apply the breaking load centered and orthogonal to the plane of the coating evaluated. The markings of the specimens, the sections of the coating, the bonding pad and the substrate bonding strength test were performed in accordance with ABNT NBR 13528:2010. The test results confirmed that the coating had a significant searched bonding strength.
Key-words: tensile bond strength, traction equipment, mortar.

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