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TCC 1 - INFLUENCIA DO TIPO DE CHAPISCO NA RES DE ADERENCIA EM REV DE ARGAMASSA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
INFLUÊNCIA DO TIPO DE CHAPISCO NA 
RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA EM 
REVESTIMENTOS DE ARGAMASSAS 
 
 
 
 
 
MARCELO PEREIRA DE SOUZA MELO 
PEDRO HENRIQUE PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
DEZEMBRO/2019 
 
 
 
 
 
 
MARCELO PEREIRA DE SOUZA MELO 
PEDRO HENRIQUE PEREIRA 
 
 
 
 
INFLUÊNCIA DO TIPO DE CHAPISCO NA 
RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA EM 
REVESTIMENTOS DE ARGAMASSAS 
 
 
 
 
 
 
Monografia parcial apresentada na disciplina 
Trabalho de Conclusão de Curso I do Curso de 
Graduação em Engenharia Civil da 
Universidade Federal de Goiás. 
Orientadora: Andrielli Morais de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
DEZEMBRO/2019 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
_________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Lista de Figuras 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 - Ilustração básica da constituição do revestimento...................................................... 11 
Figura 2 - Chapisco convencional (a), chapisco desempenado (b) e chapisco rolado 
(c)............................................................................................................................................... 
 
14 
Figura 3 - Ilustração das camadas de revestimento de argamassa............................................... 15 
Figura 4 - Ilustração do revestimento em camada única.............................................................. 16 
Figura 5 - Distribuição dos corpos de prova ............................................................................... 21 
Figura 6 - Aderência padrão entre substrato e revestimento (ABCP, 2002) ............................... 24 
Figura 7 - Distribuição t de Student............................................................................................ 27 
Figura 8 - Descolamento de reboco em substrato de concreto e alvenaria de bloco cerâmico…. 29 
Figura 9 - Descolamento de reboco em substrato de concreto e alvenaria de bloco de 
concreto...................................................................................................................................... 
 
30 
Figura 10 - Chapisco desempenado............................................................................................ 31 
Figura 11 – Chapisco rolado....................................................................................................... 31 
Figura 12 – Silo para armazenamento......................................................................................... 32 
Figura 13 – Máquina reguladora................................................................................................. 33 
Figura 14 – Parede revestida após o desplacamento................................................................... 34 
Figura 15 – Adesão inadequada entre revestimento e substrato por falta de limpeza no 
substrato..................................................................................................................................... 
 
35 
Figura 16 – Substrato com material pulverulento e sem limpeza................................................ 36 
Figura 17 – Média de resistência de aderência do chapisco........................................................ 38 
Figura 18 – Carga de ruptura do chapisco desempenado............................................................ 39 
Figura 19 – Carga de ruptura do chapisco rolado........................................................................ 39 
Figura 20 – Média da resistência de aderência do reboco............................................................ 40 
Figura 21 – Local de ruptura das amostras em reboco para chapisco rolado............................... 40 
Figura 22 – Local de ruptura das amostras em reboco para chapisco desempando..................... 41 
Figura 23 – Cronograma de atividades do TCC 1 e TCC 2.......................................................... 47 
 
 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Lista de Tabelas 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Espessuras admissíveis de revestimento em milímetros............................................ 11 
Tabela 2 - Classificação dos revestimentos................................................................................ 13 
Tabela 3 - Composição dos cimentos Portland........................................................................... 17 
Tabela 4 - Limites granulométricos de agregado miúdo............................................................. 18 
Tabela 5 - Limites de resistência de aderência............................................................................ 22 
Tabela 6 - Resistência de Aderência à Tração Para Reboco Com Chapisco Rolado.................. 43 
Tabela 7 - Resistência de Aderência à Tração Para Reboco Com Chapisco Desempenado....... 45 
Tabela 8 - Resistência de Aderência à Tração Para Chapisco Rolado......................................... 46 
Tabela 9 - Resistência de Aderência à Tração Para Chapisco Desempenado............................. 46 
 
 
 
 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Lista de Abreviaturas 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas 
SVVIE - Sistemas de Vedação Vertical Internos e Externo
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Sumário 
 
Sumário 
CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................ 8 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8 
1.1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TEMA ........................................................... 8 
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 9 
CAPÍTULO 2 .......................................................................................................................... 11 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 11 
2.1 SISTEMAS DE REVESTIMENTO VERTICAL .......................................................... 11 
2.1.1 SUBSTRATO ................................................................................................................. 12 
2.1.2 ARGAMASSA ............................................................................................................... 12 
2.1.2.1 CHAPISCO ................................................................................................................. 13 
2.1.2.2 EMBOÇO .................................................................................................................... 15 
2.1.2.3 REBOCO .....................................................................................................................15 
2.1.2.4 CAMADA ÚNICA ...................................................................................................... 16 
2.1.3 CONSTITUIÇÃO DA ARGAMASSA ........................................................................ 16 
2.1.3.1 CIMENTO PORTLAND ........................................................................................... 17 
2.1.3.2 CAL .............................................................................................................................. 17 
2.1.3.3 AREIA ......................................................................................................................... 18 
2.1.3.5 ADITIVOS .................................................................................................................. 18 
2.1.3.6 ÁGUA .......................................................................................................................... 19 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
_________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Sumário 
 
2.2 IMPORTÂNCIA DOS ENSAIOS NA QUALIDADE DOS SISTEMAS DE 
REVESTIMENTO ................................................................................................................. 19 
2.3 MÉTODOS DE ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA ..................... 20 
2.4 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO SISTEMA DE REVESTIMENTO .................... 22 
2.4.1 INFLUÊNCIA DO SUBSTRATO ................................................................................ 23 
2.4.2 INFLUÊNCIA DA ARGAMASSA .............................................................................. 24 
2.4.3 INFLUÊNCIA DO TIPO DE CHAPISCO ................................................................. 25 
2.4.4 INFLUÊNCIA DA CURA E FATORES EXTERNOS .............................................. 26 
2.4.5 INFLUÊNCIA DAS TÉCNICAS DE APLICAÇÃO E EXECUÇÃO ...................... 26 
2.5 CONCEITOS ESTATÍSTICOS ...................................................................................... 26 
3.2.2 TIPOS DE CHAPISCO ................................................................................................ 30 
3.2.4 TIPO DE ACABAMENTO .......................................................................................... 34 
3.2.5 CURA .............................................................................................................................. 34 
3.2.6 LIMPEZA DO SUBSTRATO ...................................................................................... 35 
3.2.7 DESMOLDANTE .......................................................................................................... 36 
3.3 MÉTODO DOS ENSAIOS REALIZADOS ................................................................... 36 
CAPÍTULO 4 .......................................................................................................................... 38 
RESULTADOS ESPERADOS .............................................................................................. 38 
4.1 VIABILIDADE DA PESQUISA ..................................................................................... 38 
4.2 SOLUÇÕES PREVISTAS/PROPOSTAS ...................................................................... 42 
4.3 PREVENÇÃO ................................................................................................................... 42 
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES .................................................................................. 47 
 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Sumário 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Introdução 
 
CAPÍTULO 1 
INTRODUÇÃO 
1.1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TEMA 
 
A avaliação dos sistemas de vedação vertical internos e externos (SVVIE) é extremamente 
importante nas edificações habitacionais e nos seus elementos. Para a garantia dos requisitos 
básicos de atendimento ao usuário, a NBR 15575-4 (ABNT, 2013) determina alguns níveis 
iniciais de uso e operação, como a garantia da estanqueidade, umidade nas vedações verticais 
externa e interna decorrente da ocupação do imóvel, desempenho térmico, aberturas para 
ventilação, desempenho acústico, níveis de ruído admitidos na habitação, desempenho 
luminotécnico, durabilidade e manutenibilidade, saúde, conforto antropodinâmico e adequação 
ambiental. No que tange a garantia de habitabilidade e conforto no uso da edificação, entram 
em cena os sistemas de revestimento vertical, seus elementos e suas patologias. 
 
Segundo a NBR 13749 (ABNT, 2013), os revestimentos de parede e teto podem ser constituídos 
por chapisco e emboço, como revestimento de camada única, ou por chapisco, emboço e reboco. 
Silva (2006) compreende que o chapisco não seja uma camada de revestimento, e sim um 
procedimento de preparação da base, de espessura irregular, sendo necessário ou não, conforme 
a natureza da base. Silva (2006) também complementa que o chapisco tem por objetivo 
melhorar as condições de aderência da primeira camada do revestimento ao substrato, em 
situações críticas basicamente vinculadas a dois fatores: 
 
 Limitações na capacidade de aderência da base: quando a superfície é muito lisa ou com 
porosidade inadequada, por exemplo concreto ou substrato com capacidade de sucção 
incompatíveis com a aderência do revestimento; 
 Revestimento sujeito a ações de maior intensidade: os revestimentos externos em geral 
e revestimento de teto. 
 
O emboço é definido, segundo a NBR 13529 (ABNT, 2013), como a camada de regularização 
da superfície da alvenaria ou do chapisco, resultando em uma camada mais homogênea capaz 
de receber outra camada (reboco, cerâmica ou outro revestimento) ou se constituir como 
acabamento final. É também chamado de massa grossa, sendo sua espessura média variando 
entre 15 mm e 25 mm. 
 
O reboco é definido, segundo a NBR 13529 (ABNT, 2013), como a camada de revestimento 
aplicada sobre o emboço, constituindo uma superfície que permita o recebimento de outra 
camada ou constitua o acabamento final. Segundo Silva (2006), é também chamado de massa 
fina e normalmente confere a textura superficial aos revestimentos de múltiplas camadas. Sua 
espessura máxima deve ser de 5,0 mm e não deve apresentar fissuras ou imperfeições. Já a 
monocamada, segundo Costa (2014), é composta de um único tipo de argamassa em que é 
aplicado ao substrato, chamada “emboço paulista”. É considerada a camada final, podendo ser 
9 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Introdução 
aplicada uma camada decorativa, como a pintura. Em obras, é chamado de “massa única” ou 
“reboco paulista” e é o método mais empregado nas construções, pois sua aplicação é rápida e 
fácil. 
 
Segundo a Comunidade da Construção (2005), o revestimento de argamassa tem como função 
a proteção de uma superfície porosacom uma ou mais camadas superpostas, com espessura 
normalmente uniforme, resultando em uma superfície apta a receber de maneira adequada uma 
decoração final. Sua finalidade principal é proteger a base e a estrutura de ações que possam 
danificar a mesma, garantindo desempenho acústico, térmico e arquitetônico, possibilitando um 
posterior acabamento final, e devem atender aos requisitos básicos, conforme explicado na 
NBR 13749 (ABNT, 2013): 
 • ser compatível com o acabamento decorativo (pintura, papel de parede, revestimento 
cerâmico...); 
 • ter resistência mecânica decrescente ou uniforme, a partir da primeira camada em 
contato com a base, sem comprometer a sua durabilidade ou acabamento final; 
 • ser constituído por uma ou mais camadas superpostas de argamassas contínuas e 
uniformes; 
 • ter propriedade hidrofugante, em caso de revestimento externo de argamassa aparente, 
sem pintura e base porosa. No caso de não se empregar argamassa hidrofugante, deve ser 
executada pintura específica para esse fim; 
 • ter propriedade impermeabilizante, em caso de revestimento externo de superfícies em 
contato com o solo; 
 • resistir a ação de variações normais de temperatura e umidade do meio, quando 
externos. 
 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
Com a crescente evolução das técnicas da construção civil, busca-se cada vez mais por materiais 
e métodos executivos que apresentem melhor desempenho, garantindo qualidade no 
acabamento final da obra e agilidade na execução do serviço. Sendo o Brasil um país 
conservador, o receio de uma repulsa e uma eventual reação do mercado quanto aos 
procedimentos alternativos de execução dos sistemas de vedação, cada vez mais necessita-se 
de produtos e técnicas que aprimorem o método tradicional da construção civil brasileira, 
garantindo os requisitos mínimos especificados na NBR 15575-4. Porém, com os lançamentos 
em série de empreendimentos habitacionais, muitas vezes alguns procedimentos de execução 
se tornam falhos, resultando em problemas no revestimento final, gerando custos e desgastes 
para os responsáveis ainda na execução e ameaças para o usuário no pós obra. 
 
O trabalho em questão tem como objetivo principal investigar as causas das patologias 
ocasionadas em uma obra de edifícios residenciais de múltiplos pavimentos em Goiânia-GO, 
avaliando a interveniência do tipo de chapisco na qualidade da resistência de aderência de 
revestimentos de argamassa. Através dos relatórios obtidos nos ensaios de resistência de 
aderência à tração de revestimentos de paredes de argamassas, determinado pela NBR 13528-
3 (ABNT, 2019), busca-se verificar as variáveis que influenciaram os desplacamentos de 
10 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Introdução 
 
revestimentos de argamassa, como a cura, tipo de chapisco, tipo de revestimento, tipo de 
aplicação, local de aplicação, desmoldante e fatores climáticos.
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
 
CAPÍTULO 2 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 SISTEMAS DE REVESTIMENTO VERTICAL 
O sistema de revestimento tem como seus principais elementos constituintes o revestimento 
externo, revestimento interno e o substrato, podendo ser ele de alvenaria ou de uma estrutura 
de concreto. Já o subsistema de revestimento, compõe-se de uma camada de ancoragem, que 
depende das propriedades da argamassa, podendo ser executada em uma ou mais camadas 
(JÚNIOR, 2004; SALVI, 2017) 
 Entende-se então que no conjunto revestimento em contato com a base, a argamassa 
torna-se um elemento integrante e essencial para a eficiência do sistema contendo uma 
espessura normalmente uniforme e apta para receber acabamentos. 
 
Figura 1 - Ilustração básica da constituição do revestimento 
 
Adaptado de SALVI (2017) 
 
Nesse sentido, as espessuras admitidas para execução desses revestimentos interno e externo 
de paredes e tetos, segundo a NBR 13749 (ABNT, 1996), é dada dentro dos seguintes limites: 
 
Tabela 1 – Espessuras admissíveis de revestimento em milímetros 
Revestimento Espessura (mm) 
Parede interna 5 ≤ e ≤ 20 
Parede externa 20 ≤ e ≤ 30 
Tetos interno e externo e ≤ 20 
 
12 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
 
Em vista disso, para elaboração de um projeto, de acordo com NBR 7200 (ABNT, 1998), na 
execução do sistema de revestimento de argamassa, devem constar pelo menos: 
 Tipo de argamassa e respectivos parâmetros para definição do traço; 
 Número de camadas; 
 Espessura de cada camada; 
 Acabamento superficial; 
 Tipo de revestimento decorativo. 
 
2.1.1 SUBSTRATO 
Um elemento fundamental é o substrato ou também designado como base, na qual consiste em 
uma camada responsável por receber argamassa. Pode ser classificado conforme suas funções 
seja ela estrutural ou de vedação, assim como, através dos materiais empregados, pela sua 
capilaridade de absorção ou sucção de água ou ainda, classificado pela porosidade e textura 
superficial de contato que pode ser lisa ou rugosa (JUNIOR, 2004). 
Através da NBR 7200 (ABNT, 1998) é possível determinar a exigências básicas que as bases 
de revestimento devem atender, como prumo e nivelamento, explicitados nas normas de 
alvenaria e estruturas de concreto. A norma prevê ainda que a base de revestimento que tenha 
alta absorção deva ser pré molhada, exceto para paredes de bloco de concreto. Recomenda 
também a limpeza da base, retirando todo material pulverulento, como resquícios de 
concretagem, pó, graxa, eflorescência, materiais soltos e qualquer material que possa interferir 
na aderência. 
 
Ioppi (1995) complementa ressaltando que nos substratos onde a adesão inicial não é 
satisfatória, o desempenho do revestimento fica prejudicado, pois a dificuldade de aplicação 
culmina na extensão da aderência que resulta no enfraquecimento da sua resistência mecânica 
e na durabilidade inadequada do revestimento. 
 
2.1.2 ARGAMASSA 
Segundo a Comunidade da Construção (2005), o revestimento de argamassa é definido como a 
proteção de uma superfície porosa com uma ou mais camadas superpostas, com espessura 
normalmente uniforme, resultando em uma superfície apta a receber de maneira adequada uma 
decoração final. As principais funções de um revestimento de argamassa são: 
 Proteger a base, usualmente de alvenaria e a estrutura de ação direta dos agentes 
passivos, contribuindo para o isolamento termo acústico e a estanqueidade a águas e aos 
gases; 
 Permitir que o acabamento final resulte numa base regular, adequada ao recebimento de 
outros revestimentos, de acordo com o projeto arquitetônico por meio da regularização 
dos elementos de vedação. 
Para se ter uma ideia numérica da importância do revestimento como elemento isolante, um 
revestimento de argamassa com espessura entre 30 e 40% da espessura da parede, pode ser 
13 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
responsável por 50% do isolamento acústico, 30% do isolantetérmico e contribui 100% pela 
estanqueidade de uma vedação de alvenaria comum (SZLAK et al., 2015). 
Segundo a NBR 13749 (ABNT, 1996), os revestimentos de paredes podem ser constituídos por 
chapisco mais emboço, como revestimento de camada única, ou por chapisco, emboço e reboco. 
(SALVI, 2017). 
Quando se trata de revestimento em duas camadas, o emboço se estabelece como camada 
reguladora e o reboco como acabamento. Já no revestimento de camada única, o emboço 
cumpre as duas funções, ou seja, regularização e acabamento. 
 
Tabela 2 – Classificação dos revestimentos 
Tipo Critério de classificação 
Revestimento de Camada única 
Revestimento de duas camadas Número de camadas aplicadas 
Revestimento com contato com o solo 
Revestimento externo 
Revestimento interno 
Ambiente de exposição 
Revestimento comum 
Revestimento de permeabilidade reduzida 
Revestimento hidrófugo 
Comportamento à umidade 
 
Fonte: adaptado de NBR 13530 (ABNT, 1995) 
 
Dito isso, as seções subsequentes, apresentam as definições das variações de camadas, 
comentando os quatro elementos constituintes, de forma a proporcionar uma melhor 
compreensão acerca da composição de um revestimento em argamassa. 
 
2.1.2.1 CHAPISCO 
Em função da grande variedade de propriedades entre diferentes bases, é comum o uso de 
chapisco com o objetivo de regularizar sua capacidade de aderência, em especial quando possui 
superfície muito lisa e/ou com porosidade e capacidade de sucção inadequadas, bem como em 
revestimentos sujeitos a solicitações mais severas, como revestimentos externos e de tetos 
(KAZMIERCZAK, 2007) 
Considerado como o primeiro processo de preparação da base, o chapisco é um componente 
sem espessura definida. Esse elemento é apropriado para auxiliar na aderência da argamassa ao 
substrato, principalmente em alguns elementos de base que não favorecem um bom contato, 
seja devido à baixa rugosidade superficial ou devido absorção capilar. Nesse sentido, aplica-se 
o chapisco a fim de obter uma maior superfície de contato (SILVA, 2006). Após vinte e quatro 
horas da aplicação do chapisco, pode-se executar a camada seguinte, o emboço (MILITO, 
2001). 
 
14 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
 
Destacam-se três tipos comuns de chapisco: 
 
O tradicional que consiste em uma argamassa mais fluida, cujo lançamento dá-se utilizando 
uma colher de pedreiro com textura final de uma película rugosa, aderente e resistente. Ainda 
em relação ao chapisco tradicional é comum à adição de aditivos para contribuir na aderência 
e o mesmo pode ser aplicado por projeção sobre toda a fachada, inclusive sobre a estrutura 
(LEAL, 2003). 
 
Ainda segundo Leal (2003), o chapisco industrializado é usualmente aplicado sobre a estrutura 
de concreto e utiliza uma desempenadeira dentada para execução. Como o próprio nome 
remete, esse chapisco é realizado com uma argamassa industrializada pronta, necessitando 
apenas da adição de água. 
 
Por fim, o chapisco rolado, elemento aplicado sobre a alvenaria ou na estrutura usando um rolo 
de textura acrílica. Seu uso mais comum é em revestimento interno (LEAL, 2003). 
 
Na Figura 2 é possível observar os diferentes tipos de chapisco, conforme os aspectos 
detalhados anteriormente, diferenciando cada preparação (SALVI, 2017). 
 
Figura 2 - Chapisco convencional (a), chapisco desempenado (b) e chapisco rolado (c) 
 
 
 
Fonte: Comunidade da Construção (2015) 
 
 
 
 
 
15 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
2.1.2.2 EMBOÇO 
Conforme a NBR 13529 (ABNT, 1995), o emboço é definido como a camada de revestimento 
responsável por cobrir e regularizar a superfície da base ou do chapisco, proporcionando uma 
superfície que possa receber outra camada, como reboco, revestimento decorativo ou ainda, 
podendo ser o próprio acabamento final. Junior (2004) destaca nesse último caso, se o próprio 
emboço se tornar o acabamento final, o revestimento é chamado de camada única. 
 
Quanto ao processo de aplicação, deve-se iniciar o revestimento de cima para baixo e com a 
superfície previamente molhada, nesse ponto deve-se ter cuidado quanto à quantidade de água, 
uma vez que, uma umidade excessiva fará a massa escorrer pela parede. Por outro lado, se a 
base estiver completamente seca, absorverá a água da argamassa fazendo com que está não 
fique fixa e desprenda. Outro fator de relevância refere-se à espessura do emboço, na qual 
admite-se em média um valor de 1,5 cm. (MILITO, 2001; SALVI, 2017). 
 
2.1.2.3 REBOCO 
O reboco é designado, ainda referenciando a NBR 13529 (ABNT, 1995), como a camada final 
do revestimento constituído de múltiplas camadas, servindo assim, como acabamento. Também 
é utilizada para dar cobrimento ao emboço e permite o recebimento do revestimento decorativo. 
Devido a isso, essa camada não pode apresentar fissuras, principalmente se este estiver situado 
na parte externa da edificação, logo, a argamassa utilizada deve apresentar alta capacidade de 
absorver deformações. 
 
Além disso, conforme Milito (2001) o reboco deve conter uma espessura aproximadamente de 
2 a 5 milímetros e sua aplicação deve ser efetuada no sentido contrário do emboço, ou seja, 
deve-se realizá-lo de baixo para cima e o desempenamento feito com a superfície ligeiramente 
umedecida através de aspersão de água com brocha e com movimentos circulares. 
 
A Figura 3 apresenta uma ilustração do revestimento completo com chapisco, emboço e reboco 
(SALVI, 2017). 
Figura 3 - Ilustração das camadas de revestimento de argamassa 
 
 
 
Fonte: Adaptado Costa (2014) 
 
16 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
 
2.1.2.4 CAMADA ÚNICA 
Esse revestimento é composto de um único tipo de argamassa em que é aplicado ao substrato. 
Sobre ele é aplicado uma camada decorativa, como, a pintura. Popularmente esse revestimento 
recebe o nome de “massa única” ou “reboco paulista”, sendo atualmente a alternativa mais 
empregada nas construções (COSTA, 2014). 
 
Figura 4 - Ilustração do revestimento em camada única 
 
Fonte: Adaptado COSTA (2014) 
 
Na seção 2.3.1 estão abordados e detalhados os materiais utilizados na mistura da argamassa, 
na qual são responsáveis por sua produção e caracterização. Para cada elemento há 
considerações e finalidades no desempenho. Torna-se fundamental conhecer cada função, uma 
vez que essas matérias-primas são responsáveis pelo comportamento do elemento final. 
(SALVI, 2017). 
 
2.1.3 CONSTITUIÇÃO DA ARGAMASSA 
A constituição básica das argamassas de revestimento é dada por areia, água e aglomerantes, tais 
como cimento e/ou cal. Ainda em sua composição, pode constituir aditivos, em que normalmente 
são inseridos com o intuito de melhorar características e propriedades específicas (JUNIOR, 2004). 
No caso da argamassa industrializada esses materiais já são dosados e selecionados na fábrica 
(SILVA, 2006). 
 
 
 
17 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
2.1.3.1 CIMENTO PORTLAND 
O cimento Portland possui propriedade aglomerante desenvolvida pela reação de seus 
constituintes com a água, sendo assim denominado aglomerante hidráulico. A contribuição do 
cimento das propriedades das argamassas está voltada sobretudo para aa resistência mecânica. 
Além disso, o fato de ser composto por finas partículas contribui para a retenção da água de 
mistura e para a plasticidade. Se, por um lado, quanto maior é a retração, por outro, maior 
também será a aderência a base (SZLAK et al., 2015). 
Segundo Silva (2006) o tipo de cimento, conforme Tabela 3, e suas características físicas 
influenciam na qualidade e desempenho dos revestimentos, principalmente no que está 
relacionado ao módulo de finura, tempo de pega e resistência mecânica. 
 
Tabela 3 - Composição dos cimentos Portland 
Tipo de cimento 
Classe de 
Resistência 
(Mpa) 
 Composição (% em massa) 
 Clínquer + 
Sulfatos 
Escória Pozolana 
Material 
Carbonático 
CPI (NBR 5732/91) 25-32-40 100 - - 0 
CPI-S (NBR 5732/91) 25-32-40 99 - 95 - - 1 - 5 
CPII E (NBR 11578/91) 23-32-40 94 - 56 6 - 34 0 - 10 
CPII-Z (NBR 11578/91) 25-32-40 94 - 76 6 - 14 0 - 10 
CPII-F (NBR 11578/91) 25-32-40 94 - 90 6 - 10 
CPIII (NBR 5735/91) 25-32-40 65 - 25 35 - 70 0 - 5 
CPIV (NBR 5238/91) 25-32 85 - 45 15 - 50 0 - 5 
CPV-ARI (NBR 
5733/91) - 
 
100 - 95 0 - 5 
 
Fonte: Adaptado de Muniz (2008) 
 
Ainda segundo Silva (2006), a finura é um dos parâmetros mais significativos na resistência 
uma vez que o aumento da finura dos cimentos resulta em um aumento da atividade superficial 
das partículas de hidratação. Enquanto isso, a pega do cimento está diretamente relacionada ao 
desenvolvimento das reações de hidratação após a interação com a água, caracterizada pelo 
enrijecimento da pasta até o completo endurecimento do cimento. Já a resistência mecânica, 
sabemos que o uso de cimento com elevadas dosagens provoca altas resistências mecânicas e 
consequentemente aumento no módulo de elasticidade, podendo ser prejudicial, uma vez que 
não se torna compatível com as deformações da cerâmica e da base (SALVI, 2017). 
 
2.1.3.2 CAL 
Quanto à cal, a NBR 6453 (ABNT, 2003), define como um material obtido pela calcinação de 
carbonatos de cálcio e/ou magnésio, em que sua constituição se dá essencialmente de uma 
mistura de óxido de cálcio e óxido de magnésio. Segundo JUNIOR (2004), a cal é um 
18 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
 
aglomerante que desenvolve seu endurecimento transformando a cal em carbonato de cálcio, 
por fixação do gás carbônico existente no ar. 
 
Podemos ainda ter dois tipos distintos: a cal hidrata e a cal virgem. Segundo Bauer (2000) cal 
hidratada possui algumas vantagens de manuseio, transporte e armazenamento se comparada a 
cal virgem. É um material seco e pulverulento, e por isso, oferece maior facilidade na 
elaboração das argamassas que a cal virgem. 
Uma argamassa em que há somente a presença de cal, está desempenha o papel de aglomerante, 
assim contribuindo para trabalhabilidade e capacidade de absorver deformações, porém reduz 
as propriedades de resistência mecânica e de aderência (SILVA, 2014; SALVI, 2017). 
 
 
2.1.3.3 AREIA 
Segundo a NBR 9935 (ABNT, 2011) areia é um agregado miúdo com origem em processos 
naturais, chamada de areia natural ou de origem artificiais, conhecida como areia artificial, 
proveniente de processo industrial. Ambas são oriundas da desintegração de rochas. 32 
 
A NBR 7211 (ABNT, 2009) ainda reforça que agregado miúdo é o agregado, na qual, os grãos 
passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na de 150 μm, conforme 
pode ser verificado no Tabela 4 (SALVI, 2017). 
 
Tabela 4 - Limites granulométricos de agregado miúdo 
Peneira ABNT 
Porcentagem, em peso, retida acumulada na peneira ABNT 
Zona 1 
(Muito fina) 
Zona 2 
(Fina) 
Zona 3 
 (Média) 
Zona 4 
 (Grossa) 
9,5 mm 0 0 0 0 
6,3 mm 0 a 3 0 a 7 0 a 7 0 a 7 
4,8 mm 0 a 5 0 a 10 0 a 11 0 a 12 
2,4 mm 0 a 5 0 a 15 0 a 25 5 a 40 
1,2 mm 0 a 10 0 a 25 10 a 45 30 a 70 
0,6 mm 0 a 20 21 a 40 41 a 65 66 a 85 
0,3 mm 50 a 85 60 a 88 70 a 92 80 a 95 
0,15 mm 85 a 110 90 a 100 90 a 100 90 a 100 
 
Fonte: Modificado de Oliveira (2007) 
 
2.1.3.5 ADITIVOS 
Esse material é empregado em argamassas com o intuito de modificar certas características 
tanto no estado fresco, como endurecido (MUNIZ, 2008). Santos (2008), designa ainda, aditivo 
como um produto químico que é adicionado ao traço da argamassa a fim de melhorar suas 
características quanto a plasticidade, tempo de uso, resistência mecânica, impermeabilidade, 
aparência e durabilidade. 
19 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
Ainda segundo Santos (2008) os principais aditivos utilizados na argamassa são os seguintes 
(SALVI, 2017): 
 
a) Incorporadores de ar: embora melhorem a plasticidade, adesão inicial e aumentam a retenção 
de água, esse tipo de aditivo também reduz as resistências à compressão, flexão e aderência; 
b) Plastificantes: são responsáveis, principalmente, por melhorar a trabalhabilidade das 
argamassas; 
c) Retentores de água: diminuem a absorção de água pelo substrato, evaporação e exsudação 
de água da argamassa fresca; 
d) Retardadores de pega: como o próprio nome remete, retardam o início da hidratação do 
cimento; 
e) Adesivos: proporcionam aderência química com o substrato; 
f) Hidrofugantes: reduzem a absorção de água da argamassa, sem impedir a troca de gazes com 
o meio; 
g) Impermeabilizantes: reduzem a permeabilidade, porém não garantem a impermeabilização 
total devido suas falhas quando ocorrem novas fissuras no revestimento. 
 
 
 
2.1.3.6 ÁGUA 
Outro elemento de composição da argamassa é a água. Esse é o elemento responsável para que 
a mistura se torne trabalhável, facilitando no transporte, lançamento e adensamento. Além 
disso, é através dela que ocorrem as reações com o cimento, e se em excesso ela mantém-se na 
argamassa até evaporar, deixando pequenas bolhas. Logo, quanto maior for à quantidade de 
H2O existente, maior será o número de vazios, e assim tende-se a ser uma mistura menos 
resistente (AMORIM, 2010). 
 
Ruduit (2009) destaca, dentre as importâncias da água no processo, a relação com o substrato, 
ou seja, em substratos de alta absorção haverá insuficiência de água, o que por sua vez não 
resulta na completa hidratação do cimento e consequentemente torna a área de contato entre as 
faces como uma zona frágil. Por outro lado, um substrato com baixa absorção, resulta em um 
acúmulo de água na interface, tornando-se uma zona porosa e, portanto, mais frágil (SALVI, 
2017). 
 
2.2 IMPORTÂNCIA DOS ENSAIOS NA QUALIDADE DOS SISTEMAS DE 
REVESTIMENTO 
A resistência de aderência é uma das principais propriedades dos revestimentos de argamassa 
e é bastante estudada pelo meio científico. Essa propriedade tem uma gama de intervenientes 
que são normalmente tratados de maneira isolada nos trabalhos científicos (VAZ & CARASEK, 
2019). 
Dentre as principais propriedades exigidas a uma argamassa de revestimento noestado 
endurecido destaca-se a aderência ao substrato. Apesar de sua importância, a incidência de 
20 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
 
problemas relacionados com a perda ou a falta de aderência de argamassas tem se acentuado, 
tornando-se hoje uma grande preocupação para as empresas construtoras e aumentando o 
passivo ambiental da construção civil, em função da diminuição da vida útil dos revestimentos 
(KAZMIERCZAK, 2007). 
Tendo em vista casos recentes em cenário nacional, como o ocorrido em março de 2019 no Rio 
de Janeiro, em que uma jovem foi atingida por parte de varanda de prédio do Leblon, na Zona 
Sul, diversas empresas voltaram suas preocupações acerca do assunto. Uma recente pesquisa 
encomendada pelo SindusCon-SP, divulgada na Revista Mapa da obra, da Votorantim 
Cimentos, traz à tona o desplacamento de cerâmica e a preocupação das construtoras. Segundo 
a pesquisa, em um estudo amostral com 87 construtoras em todo o Brasil, 20,7 % delas lidam 
ou já lidaram com esse tipo de problema em suas obras. Além disso, outros resultados foram 
obtidos através da pesquisa, dentre eles os citados abaixo: 
 A tipologia de estrutura foi identificada entre alvenaria estrutural e concreto armado 
convencional; 
 46,8% do tipo de base utilizada para a aplicação da cerâmica foi direto no bloco, outros 
44,2% em revestimento de argamassa; 
 Em 100% dos casos pesquisados o processo de fabricação da cerâmica é por via seca; 
 Houve uma grande variedade de modelos e dimensões da cerâmica; 
 As argamassas AC II e AC I são utilizadas em proporções similares, sendo ambas em 
49,3% das obras; 
 Houveram desplacamento em 509.296,03 m² de revestimento interno das paredes; 
 Em geral, o desplacamento ocorre até o segundo ano após a aplicação da cerâmica 
(81,4%). 
 
2.3 MÉTODOS DE ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA 
Para a determinação da resistência de aderência à tração superficial do revestimento, são 
determinados alguns métodos para avaliar a relação revestimento-substrato. 
A NBR 13528-3 (ABNT, 2019), que substitui a NBR 13528 (ABNT, 2010), especifica o 
método para determinação da aderência superficial através do ensaio de resistência de aderência 
à tração de revestimentos de argamassa aplicados sobre substratos inorgânicos não metálicos. 
“Segundo o método de ensaio da ABNT, o corpo-de-prova é obtido cortando-se o revestimento 
perpendicularmente ao seu plano, que pode ser feito de forma circular com serra copo 
diamantada com diâmetro de 50 mm. Sobre o mesmo é colada, com cola à base de epóxi, uma 
pastilha metálica, na qual é afixado um equipamento de tração. Através deste equipamento 
aplica-se a carga de tração até produzir a ruptura” (BARRETO & BRANDÃO, 2014). 
A norma prevê que, para argamassas mistas ou de cimento e areia, o ensaio deve ser realizado 
com idade de 28 dias e, para argamassas de cal e areia, o ensaio deve ser realizado com idade 
de 56 dias. Porém, caso seja necessário o ensaio em outra idade, a mesma deve ser especificada 
em relatório. 
21 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
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M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
A distribuição dos corpos de prova deve ser de forma aleatória, conforme Figura 5, espaçados 
no mínimo 50 mm entre eles e a região ensaiada deve estar seca, com superfície do revestimento 
íntegra, sem fissuras, limpa e isenta de material pulverulento. 
Figura 5 - Distribuição dos corpos de prova 
 
Fonte: autoria própria (estudo de caso) 
22 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
 
A NBR 13749 (ABNT, 2013) prevê os limites de resistência de aderência à tração para 
emboço, dada através da tabela a seguir: 
Tabela 5 - Limites de resistência de aderência 
Limites de resistência de aderência à tração (Ra) para emboço e camada única 
Local Acabamento Ra (MPa) 
Parede 
Interna 
Pintura ou base para reboco ≥ 0,20 
Cerâmica ou laminado ≥ 0,30 
Externa 
Pintura ou base para reboco ≥ 0,30 
Cerâmica ≥ 0,30 
Teto ≥ 0,20 
 
Fonte: NBR 13749 
 
2.4 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO SISTEMA DE REVESTIMENTO 
“As anomalias por perda de aderência em rebocos correspondem ao estado último da vida útil 
das argamassas e traduzem-se pelo destacamento de material ou pela perda de coesão da 
argamassa. Quando ocorre, a perda de aderência origina uma profunda degradação da qualidade 
visual da superfície e constitui um fator de risco para os utentes e para o paramento que, nas 
zonas afetadas, passa a ficar sob a ação direta dos agentes atmosféricos”. (BRITO et al., 2007; 
GASPAR et al., 2007; GALLETOO & ANDRELLO, 2013). 
Segundo Costa (2013) apud Chanalisa (2017), em geral as patologias dividem-se em quatro 
grupos: as congênitas que se originam ainda na fase de projeto; as construtivas, relacionadas a 
execução da obra; as adquiridas, que ocorrem durante a vida útil da estrutura, destaque especial 
para o desplacamento, fissuras e esfarelamento do revestimento e por fim, as acidentais que se 
designam como um fenômeno atípico. 
Dentre as patologias adquiridas, podemos citar a perda de aderência, desplacamento, 
fendilhação/fissuração e condições térmicas, que são fenômenos que estão interligados através 
do grau de evolução das mesmas. A fissuração/fendilhação é o primeiro sintoma apresentado 
no revestimento devido à perda de aderência, podendo ocasionar o desplacamento, sendo 
potencializada ou não por condições térmicas, como excesso de calor e perda de água de 
amassamento. 
Ainda que os fatores que influenciam a ocorrência das patologias nos revestimentos de 
argamassa não trabalhem de forma isolada, é importante verificar a influência dos mesmos de 
forma individual. Visando melhorar o desempenho das edificações e determinar os fatores que 
influenciam às ocorrências das patologias, são analisados os componentes dos sistemas de 
revestimentos e suas interveniências de forma isolada. 
 
23 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
2.4.1 INFLUÊNCIA DO SUBSTRATO 
Um dos principais fatores que influenciam a aderência do revestimento de argamassa é o tipo 
do substrato em que está sendo aplicado. Recentemente, vários transtornos têm sido 
ocasionados quando o assunto é o deslocamento dos revestimentos de argamassa em estruturas 
de concreto, gerando bastante preocupação para as empresas do ramo da construção civil e 
ganhando destaque e atenção no meio técnico. 
A aderência entre a argamassa e o substrato acontece em duas etapas: em um estado inicial com 
a argamassa ainda fresca, conhecida como adesão inicial, e no estado endurecido, a aderência 
propriamente dita. A adesão inicial está diretamente ligada com as características reológicas da 
pasta (VALDEHITA ROSELLO, 1976 apud CARASEK, 1996). 
Já a aderência no estado endurecido daargamassa ao substrato é um processo essencialmente 
mecânico, devido principalmente à penetração da própria argamassa nos poros ou entre as 
rugosidades da base de aplicação. Quando a argamassa entra em contato com o substrato, parte 
da água de amassamento, que contém os componentes do aglomerante em estado coloidal, 
penetra nesses poros e rugosidades formando, no interior destes, géis de silicato do cimento e 
hidróxidos provenientes da cal. Após a cura do revestimento esses precipitados ficam ancorados 
à base, aumentando a aderência do conjunto argamassa/substrato. (VALDEHITA ROSELLO, 
1976 apud CARASEK, 1996). 
“As novas práticas da construção, como o uso de fôrmas mais lisas, desmoldante e a busca por 
concretos menos permeáveis e com resistências elevadas também geram condições propícias 
para falhas de aderência e tendem ser cada vez mais comuns nos canteiros de obra. ” (RUDUIT, 
2009, p. 20). Com base nisso, a aderência da argamassa no estado endurecido é prejudicada 
devido as condições de aplicação determinadas no estado fresco (RUDUIT, 2009). 
Em um estudo de caso realizado em nove edifícios em Brasília-DF, com o objetivo de 
diagnosticar as manifestações patológicas relacionadas ao deslocamento de revestimentos de 
argamassa, Carasek et al. (2005) concluí que, dentre os fatores que influenciam na má 
aderência, é importante citar a falta de limpeza do substrato e o tipo de desmoldante aplicado 
durante a concretagem. Além disso, Carasek cita que, nas obras analisadas, foram utilizados 
desmoldante à base de óleo, ideal para concreto aparente, sendo não indicado para superfícies 
que receberão um revestimento posterior. Outra prática realizada nas obras analisadas é a 
utilização do desmoldante com diluição abaixo da especificada pelo fabricante. Isso ocorre 
visando aumentar a vida útil das formas de madeira, possibilitando um reaproveitamento das 
mesmas, gerando uma redução de custo no final da obra (CARASEK & CASCUDO, 2007). 
Para que haja uma superfície ideal para o recebimento do revestimento de argamassa, deve ser 
realizada uma limpeza do substrato, retirando partículas pulverulentas, resquícios do 
desmoldante dentre outras partículas deletérias à aderência, resultando em uma superfície 
saturada seca. 
 
 
 
 
24 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
 
Figura 6 – Aderência padrão entre substrato e revestimento (ABCP, 2002) 
 
Fonte: Comunidade da Construção (2015) 
 
2.4.2 INFLUÊNCIA DA ARGAMASSA 
O revestimento em argamassas tem sua execução ao revestir modelada em duas formas distintas 
como fabricação: usinada ou industrializada. Na argamassa usinada, são utilizados os elementos 
de mistura como cimento, areia, cal e água podendo adicionar ou não adições e/ou aditivos, 
respeitando a proporção relativa de cada constituinte. É necessário o controle de uniformidade 
do produto, seja através do controle dos materiais constituintes, seja pelo controle da própria 
argamassa. 
A armazenagem dos materiais deve ser feita de maneira adequada. Há a necessidade de se 
prever áreas de estocagem para as matérias-primas, tais como agregados, cimento e cal. O 
cimento e as cales devem ser sempre armazenados protegidos de intempéries e em local de fácil 
acesso. Os agregados devem ser estocados em baias cujos pisos devem se preferencialmente 
cimentados e separadas em função de cada tipo de material. 
Essas argamassas compõem-se de agregados com granulometria controlada, cimento Portland 
e aditivos especiais que otimizam as propriedades das mesmas, tanto no estado fresco quanto 
no endurecido. As argamassas ensacadas são fabricadas em complexos industriais, onde os 
agregados miúdos, os aglomerantes e os aditivos em pó, são misturados a seco e ensacados. A 
embalagem pode ser plástica ou de papel Kraft, semelhante aos sacos de cal e cimento. No 
momento da utilização, o preparo da argamassa é feito apenas pela mistura com adição de água 
(SZLAK et al., 2015). 
 
Sendo ele usinado ou industrializado, o controle de sua fabricação é de suma importância para 
definição dos parâmetros de qualidade nos revestimentos em argamassa, e consequentemente, 
a diminuição da probabilidade das patologias evidentes. 
 
De acordo com Carasek (1996), o melhor parâmetro para explicar a influência das argamassas 
no estudo da resistência de aderência é o teor de cimento. A autora estudou a relação entre o 
teor de cimento das argamassas e essa propriedade, e observou que com o aumento da proporção 
25 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
de cimento em relação aos demais componentes da argamassa seca (cal e agregados), há um 
considerável crescimento dos resultados da resistência de aderência. 
 
É importante ressaltar que elevados teores de cimento e, consequentemente, elevados valores 
de resistência de aderência não são interessantes, uma vez que revestimentos muito rígidos 
apresentam maiores chances de fissurar e descolar quando aplicados em fachadas de edifícios 
multipavimentos com elevadas movimentações (CARASEK, 2011). 
 
Também é importante destacar a influência da presença de cal nas argamassas. Segundo Polito 
(2013), a argamassa ideal deve reunir as qualidades do cimento e da cal. Desta forma, a dosagem 
é fundamental para se atingir as propriedades ideais, tanto no estado fresco, quanto no 
endurecido. Segundo Gallegos (1995), argamassas de cimento sem a presença de cal 
apresentam baixa trabalhabilidade e geram contato tentacular, forte, porém incompleto, na 
interface com o substrato, sofrendo retração à medida em que o processo de hidratação avança. 
 
Pode-se afirmar que a adição de cal nas argamassas, até um teor ideal, gera uma diminuição 
nos resultados de resistência de aderência, mas melhora o preenchimento de toda superfície do 
substrato, ou seja, a extensão de aderência. Diversos autores constataram os benefícios da 
introdução de cal nas argamassas, entretanto, ela desenvolve resistência muito lentamente, 
através da carbonatação pelo CO2 e atinge resistências finais cerca de 30 a 40 vezes menores 
do que a do cimento (POLITO, 2013). 
 
Segundo Carasek (1996), as argamassas ricas em cal são mais plásticas e têm maior capacidade 
de molhar a superfície e preencher as cavidades do substrato, proporcionando, desta forma, 
maior extensão de aderência, e microestrutura de interface com o substrato mais densa e 
contínua. A autora observou um aumento da resistência de aderência com a introdução de 6% 
de cal em relação à massa dos constituintes secos, devido à melhoria da extensão de aderência. 
A partir deste valor, observou uma queda da aderência. 
 
 
2.4.3 INFLUÊNCIA DO TIPO DE CHAPISCO 
Devido às dificuldades de aderência do revestimento de argamassa ao substrato, principalmente 
no concreto de alto desempenho, é necessária a aplicação do chapisco, criando uma superfície 
com elevada rugosidade superficial. Segundo Gasperin (2011), o chapisco assume função de 
regularizar a absorção de água presente na argamassa de revestimento, uniformizando-a e 
criando uma “ponte de aderência” entre o substrato e a camada de revestimento. 
O método de aplicação do chapisco é uma variável para as patologias dos revestimentos de 
argamassa, sendo o chapisco convencional, chapisco desempenado e chapisco rolado 
analisados em questão. Segundo Goméz (2007), o chapisco tradicional melhora a aderência emgrande parte de substrato, tais como concreto, alvenaria de bloco cerâmico e de concreto e é 
altamente recomendado. Quanto ao chapisco desempenado, seu desempenho é melhor em 
substratos de concreto que o chapisco desempenado. Além disso, é importante salientar que, 
mesmo que não seja uma técnica comum, a cura do chapisco ameniza a sua perda excessiva de 
água para o substrato e para o ambiente, podendo assim prejudicar a hidratação do cimento, 
aumentando a porosidade e micro fissuração por retração. 
 
26 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
 
2.4.4 INFLUÊNCIA DA CURA E FATORES EXTERNOS 
Segundo Ruduit (2009), a realização da cura do chapisco ameniza a perda excessiva de água 
para o substrato e para o ambiente, contribuindo para a hidratação do cimento, diminuindo a 
porosidade e microfissuração por retração. Porém, com a intensa velocidade das construções, 
essa prática acaba não sendo comum nas construções em todo o Brasil, mesmo sendo um 
processo normatizado. 
Segundo Détriche e Masso (1986) apud Moura (2007), a cura é responsável pelo equilíbrio 
higrotérmico entre ambiente e argamassa, pois quanto maior a temperatura e menor a umidade 
do ambiente, menor será a retenção de água. Por isso, a cura é extremamente importante para 
garantia da aderência do chapisco ao substrato (RUDUIT, 2009). 
 
2.4.5 INFLUÊNCIA DAS TÉCNICAS DE APLICAÇÃO E EXECUÇÃO 
Além dos materiais e métodos que geram uma gama imensa de combinação de variáveis, o 
método de aplicação pode ser considerado um fator crucial na qualidade final dos revestimentos 
de argamassa em seu estado seco. Muitas vezes o método de aplicação não é o método 
normativo, gerando superfícies com grande potencial para ocorrência de patologias. 
 
2.5 CONCEITOS ESTATÍSTICOS 
Com o objetivo de conferir confiabilidade e correta interpretação dos resultados obtidos, é 
necessário o tratamento dos dados, excluindo valores que se diferenciam de forma significativa 
do valor médio, para que se encontre resultados coerentes e mais próximos da realidade. 
Segundo Bittencourt (2006), a distribuição normal, também conhecida como curva de Gauss-
Moivre-Laplace, é extremamente importante nos estudos probabilísticos pois descreve bem os 
erros amostrais obtidos em medidas físicas e é a base para principal área da Estatística: A 
inferência. 
Segundo a definição de distribuição normal por Brasnki, a média, a moda e a mediana possuem 
valores iguais, a curva normal tem formato de sino, é simétrica em torno da média e possui área 
unitária. Porém, pode apresentar média e desvio padrão quaisquer. O modelo de distribuição 
normal é apresentado abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Revisão Bibliográfica 
Figura 7 – Distribuição t de Student 
 
Fonte: Portal Action 
 
O desvio padrão é outro parâmetro extremamente importante para o estudo, pois é uma medida 
de dispersão que indica a uniformidade dos dados. É definido pelo símbolo σ e calculado através 
da equação 1: 
σ=
∑ ( )²
 (1) 
em que ƞ é o tamanho do espaço amostral, xi é o valor na posição i do conjunto dos dados e 
MA a média aritmética dos dados. 
Nos requisitos determinados pela NBR 13749, os revestimentos internos devem apresentar 
resistência de aderência à tração igual ou superior a 0,20 MPa. Portanto, aceita-se que a região 
está aprovada se 8 dos 12 corpos de prova atingirem a resistência mínima. Segundo Ferreira 
(2009) apud Malagoni (2013), o nível de confiança é escolhido para se garantir uma alta 
probabilidade de cobertura para o verdadeiro valor do parâmetro analisado. Esses valores são, 
em geral, iguais a 90%, 95% e 99%. Sabe-se que o aumento do nível de confiança, fixado o 
tamanho da amostra (ƞ).
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Materiais e Métodos 
 
CAPÍTULO 3 
MATERIAIS E MÉTODOS 
3.1 DEFINIÇÃO DO ESTUDO DE CASO 
Devido aos recorrentes problemas ocorridos no sistema de revestimento de argamassa em uma 
obra de edifício residencial de múltiplos pavimentos na cidade de Goiânia-Go, o presente 
trabalho visa analisar os possíveis agentes que contribuíram, aceleraram e potencializaram a 
ocorrência desses eventos. Primeiramente, alguns fatores são considerados como variáveis, 
sendo eles o local de aplicação, tipo de chapisco, tipo de reboco, tipo de acabamento, cura, 
limpeza do substrato e desmoldante. Além disso, busca-se analisar os resultados encontrados 
através dos ensaios de resistência à tração de revestimentos de argamassa, que foram realizados 
em diversas situações, sendo possível a comparação de resultados com base nas variáveis do 
problema. 
A área residencial do empreendimento é dividida em três torres (A, B e C), cada torre com 19 
andares, 08 apartamentos por andar, com apartamentos de 55 m² (2 quartos) e 68 m² (3 quartos). 
 
3.2 VARIÁVEIS DO ESTUDO DE CASO 
“A aderência é significativamente influenciada pelas condições da base, como a porosidade e 
absorção de água, resistência mecânica, textura superficial e pelas próprias condições de 
execução do assentamento de componentes da base. A capacidade de aderência da interface 
base-argamassa depende, ainda, da capacidade de retenção de água, da consistência e do teor 
de ar incorporado da argamassa. ” (BARRETO & BRANDÃO, 2014). 
Sendo assim, é analisada a influência dos mesmos na obra em questão com base nos fatores 
atuantes. 
 
3.2.1 LOCAL DE APLICAÇÃO 
Segundo a NBR 13749 (ABNT, 2013), o local de aplicação é fator determinante da espessura 
do revestimento de argamassa, sendo que, em paredes internas, deve estar 0,5 cm e 2,0 cm e, 
em paredes externas, entre 2,0 cm e 3,0 cm. Além do local onde está sendo aplicado, é 
importante a verificação do tipo do substrato, relevante no seu desempenho. 
Na obra em questão, os problemas foram identificados em ambiente interno, sendo em substrato 
de concreto, alvenaria de bloco cerâmico e alvenaria de bloco de concreto, como demostrado 
nas figuras a seguir. 
 
 
 
 
29 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Materiais e Métodos 
Figura 8 – Descolamento de reboco em substrato de concreto e alvenaria de bloco cerâmico 
 
Fonte: autoria própria (estudo de caso) 
 
 
 
30 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Materiais e Métodos 
 
Figura 9 – Descolamento de reboco em substrato de concreto e alvenaria de bloco de concreto 
 
Fonte: autoria própria (estudo de caso) 
 
3.2.2 TIPOS DE CHAPISCO 
Inicialmente, foi utilizado o chapisco rolado, aplicado com o rolo específico, conforme 
especificado na NBR 7200 (ABNT, 2013). Após os eventos de desplacamento,visando 
aumentar a resistência de aderência, foi aplicado o chapisco desempenado (também chamado 
de adesivo ou colante), em que se utilizou uma desempenadeira dentada, semelhante à aplicável 
em revestimentos cerâmicos. Segundo Oliveira et al (2009) apud Ruduit, as argamassas de 
chapisco desempenado apresentam melhor desempenho de aderência comparada aos outros 
tipos. 
Para a realização dos ensaios, foram testados pontos em que houve e não houve a cura do 
chapisco e pontos em que houve e não a limpeza do substrato para aplicação do mesmo. 
 
 
 
 
 
31 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Materiais e Métodos 
Figura 10 – Chapisco desempenado 
 
 
Fonte: autoria própria (estudo de caso) 
 
Figura 11 – Chapisco rolado 
 
Fonte: autoria própria (estudo de caso) 
 
 
32 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Materiais e Métodos 
 
3.2.3 REBOCO 
Independente do tipo de chapisco utilizado, o reboco permaneceu sendo executado da mesma 
maneira. Utilizou-se o sistema mecanizado, denominado sistema Matrix ®, onde a ‘’farofa’’ o 
qual está misturado cimento e areia é armazenado dentro de um silo com capacidade para 30 
toneladas. A partir da armazenagem, ele é lançado através da tubulação até uma máquina, onde 
será regulado a quantidade de água que será adicionado ao cimento e areia no traço de 1:4 (uma 
parte de cimento para 4 partes de areia). 
 
Figura 12 – Silo para armazenamento 
 
Fonte: autoria própria (estudo de caso) 
 
 
 
 
33 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Materiais e Métodos 
Figura 13 – Máquina reguladora 
 
Fonte: autoria própria (estudo de caso) 
Depois de projetado o reboco com o chapisco rolado em primeira circunstância, evidenciou-se 
a patologia já citada anteriormente. Após constatado o desplacamento, os lugares onde ficaram 
sem revestimento, foi aplicado o novo tipo de chapisco, o desempenado. A Figura 14 mostra a 
parede revestida após a patologia evidenciada já com o novo tipo de chapisco onde fica 
perceptível o problema anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Materiais e Métodos 
 
Figura 14 – Parede revestida após o desplacamento 
 
Fonte: autoria própria (estudo de caso) 
3.2.4 TIPO DE ACABAMENTO 
Visando a garantia dos requisitos básicos de atendimento ao usuário, conforme especificado na 
NBR 15575-4 (ABNT, 2013), os acabamentos são necessários para assegurar segurança à 
edificação, estanqueidade, conforto térmico e acústico, desempenho lumínico, durabilidade e 
manutenibilidade. O empreendimento em questão é composto por acabamento por pintura e 
revestimento de cerâmica, sendo que as fachadas externas são compostas por pintura e, em 
locais específicos da parte interna, como área de serviço, cozinha e banheiros é revestida por 
cerâmica. 
Foram encontradas irregularidades no sistema de revestimento na parte interna dos 
apartamentos. Além disso, os ensaios foram realizados em locais que receberiam argamassa 
para pintura e em locais que receberiam argamassa de assentamento de revestimentos 
cerâmicos. 
 
3.2.5 CURA 
“A cura úmida do revestimento influencia na resistência de aderência dos revestimentos, mas 
possui dependência com o tipo de preparo do substrato. Tal influência pode estar associada com 
a diminuição dos efeitos da retração da argamassa de revestimento nas primeiras idades, bem 
como da melhoria das condições de hidratação do cimento” (SCARTEZINI & CARASEK, 
2003). 
35 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Materiais e Métodos 
Conforme especificação da NBR 7200 (ABNT, 1998), deve ser realizada a cura do chapisco 
por 3 dias, para que sejam atingidos o endurecimento e a resistência. Em alguns pontos, foi 
realizada a cura e, em outros, não. Com isso, através dos relatórios, é possível verificar qual a 
influência da cura do chapisco no produto final do revestimento de argamassa. 
 
3.2.6 LIMPEZA DO SUBSTRATO 
Para garantir a aderência tanto no estado fresco quanto no estado seco, é necessário que a 
superfície que receberá a camada de chapisco esteja livre de qualquer substância deletéria e que 
prejudique sua adesão ao substrato. Normalmente, essas partículas são provenientes da 
desforma dos elementos de concreto estrutural, como pilares e vigas, restos do desmoldante e 
outras partículas decorrentes de material pulverulento gerado na obra. Na Figura 14, é possível 
verificar que a superfície de concreto estrutural não está limpa, podendo prejudicar a posterior 
aderência do chapisco. 
Figura 15 – Adesão inadequada entre revestimento e substrato por falta de limpeza no substrato 
 
 
Fonte: ABCP,2002 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Materiais e Métodos 
 
Figura 16 – Substrato com material pulverulento e sem limpeza 
 
Fonte: autoria própria (estudo de caso) 
 
Foram realizados os ensaios de resistência de aderência em locais no qual foi feita a limpeza e 
o lixamento do substrato e em locais que não foi realizado esse procedimento. 
 
3.2.7 DESMOLDANTE 
Uma das maiores dificuldades de aderência ocorre no substrato de concreto estrutural, haja vista 
ser uma peça com baixa porosidade e aderência limitada. Após a realização da concretagem, 
uma película é criada entre a forma e o substrato, criada através do material utilizado para 
auxiliar na desforma do mesmo. A não limpeza do substrato faz com que a aderência do 
chapisco seja realizada com a película, que se adere de forma superficial ao concreto. Com isso, 
essa adesão superficial é facilmente desfeita após o chapiscamento, ocasionando em problemas 
na argamassa em seu estado seco. 
 
3.3 MÉTODO DOS ENSAIOS REALIZADOS 
Para realização dos ensaios de resistência de aderência, foi utilizado como base a NBR 13528-
3 (ABNT, 2019). Foram extraídos 90 corpos de prova, sendo eles em revestimento de 
argamassa e em chapisco. Nas camadas de chapisco, foi realizado o ensaio em chapisco rolado, 
37 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Materiais e Métodos 
convencional e colante, sendo a limpeza e a cura uma variável entre os corposde prova. Além 
disso, houve a variação do tipo do substrato, sendo ele de concreto estrutural, bloco de concreto 
e bloco cerâmico. Os ensaios foram realizados e os relatórios gerados por uma empresa 
terceirizada. A idade do revestimento foi padronizada em 14 dias para todos corpos de prova. 
Foi observado também a forma de ruptura considerando as porcentagens correspondentes a 
cada corpo de prova, ou seja, em qual local a ruptura estava ocorrendo, sendo elas no substrato, 
na interface substrato/chapisco, no chapisco, na interface chapisco/argamassa, na argamassa, 
na interface argamassa/cola ou na interface substrato/argamassa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Resultados esperados 
 
CAPÍTULO 4 
RESULTADOS ESPERADOS 
4.1 VIABILIDADE DA PESQUISA 
De acordo com o ensaio de determinação de resistência de aderência à tração de revestimento 
de paredes de argamassas inorgânicas, com base na NBR 13528-3 (ABNT,2019), foram obtidos 
os seguintes resultados para o reboco com chapisco rolado e o reboco com chapisco 
desempenado (em anexo). 
Anteriormente a esses resultados, observou-se uma falta de fixação entre substrato e o chapisco 
rolado utilizado. Assim, esse chapisco foi substituído por um novo chapisco, o desempenado. 
Então, foi ensaiado os dois tipos de chapisco através de um teste de arrancamento não 
normatizado onde obtivemos a média de cada resultado no gráfico abaixo: 
 
Figura 17 – Média de resistência de aderência do chapisco 
 
Após a obtenção dos resultados, fez também um ensaio não normativo comparando os 
chapiscos, porém utilizando a limpeza e a cura como fatores que pudesse influenciar no 
resultado da resistência de aderência. O parâmetro utilizado foi a carga de ruptura do chapisco, 
uma vez que quanto maior a dificuldade, melhor seria a resistência de aderência do mesmo. Tal 
comparação é mostrada nos gráficos abaixo: 
 
 
0,01
0,11
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
TIPOS DE CHAPISCO
R
E
S
IS
T
Ê
N
C
IA
 D
E
 A
D
E
R
Ê
N
C
IA
 (
M
pa
)
MÉDIA DE RESISTENCIA DE 
ADERENCIA DO CHAPISCO
CHAPISCO ROLADO CHAPISO DESEMPENADO
39 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Resultados esperados 
Figura 18 – Carga de ruptura do chapisco desempenado 
 
Figura 19 – Carga de ruptura do chapisco rolado 
 
13
25,3
0
5
10
15
20
25
30
Lixado e lavado Lavado e curado
C
A
R
G
A
 D
E
 R
U
PT
U
R
A
 (
K
G
F)
Carga de ruptura do chapisco 
desempenado
Chapisco Desempenado
2,8
15,2
0
5
10
15
20
25
30
Lixado e lavado Lavado e curado
C
A
R
G
A
 D
E
 R
U
PT
U
R
A
 (
K
G
F)
Carga de ruptura do chapisco rolado
Chapisco Rolado
40 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Resultados esperados 
 
Terminado os ensaios não normativos e já feita a aplicação do chapisco desempenado, obteve-
se os resultados dos ensaios de resistência de aderência dos rebocos tanto com chapisco antigo 
(rolado), como do que seria utilizado adiante (desempenado). Na figura a seguir, mostra a 
comparação dos resultados dos rebocos: 
 
Figura 20 – Média da resistência de aderência do reboco 
 
 
Também obtivemos um comparativo entre o local de ruptura das amostras de reboco para os 
dois tipos de chapiscos utilizados, como mostra a figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
0,23
0,33
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
R
E
S
IS
T
Ê
N
C
IA
 D
E
 A
D
E
R
Ê
N
C
IA
 (
M
pa
)
MÉDIA DA RESISTÊNCIA DE 
ADERÊNCIA DO REBOCO
CHAPISCO DESEMPENADO CHAPISCO ROLADO
41 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Resultados esperados 
Figura 21 – Local de ruptura das amostras em reboco para chapisco rolado 
 
 
Figura 22 – Local de ruptura das amostras em reboco para chapisco desempenado 
 
 
 
 
Local de Ruptura das Amostras em Reboco com Chapisco 
Rolado
Arg/Chap - 15%
Argamassa - 65%
Subst/Arg - 17%
Subst/Chap - 1%
Substrato - 1%
Local de Ruptura das Amostras em Reboco com Chapisco 
Desempenado
Argamassa
- 50%
Chap/Arg -
50%
42 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________ 
M. P. S. MELO; P. H. PEREIRA Resultados esperados 
 
4.2 SOLUÇÕES PREVISTAS/PROPOSTAS 
Em virtude dos fatos mencionados, vimos que uma série de fatores são determinantes para 
executar-se um revestimento com desempenho satisfatório. Em razão disso, vimos também as 
influências do substrato, argamassa, operador, local de aplicação são parâmetros em que servem 
como modelo para tal execução. 
Uma limpeza bem adequada do substrato, retirando todos os resquícios presentes da forma é 
uma solução bastante adequada quanto a influência do substrato. Já em relação a argamassa, a 
utilização de produtos de boa qualidade, além do uso do traço adequada, evidencia um 
revestimento com alto desempenho. A fiscalização junto ao operador também é de extrema 
importância uma vez que é ele quem faz também a cura do reboco, assim mantendo a hidratação 
correta do revestimento. 
Quanto a utilização, seja o tipo que for, usual, rolado ou desempenado, segue os mesmos 
cuidados em relação ao reboco, com a utilização de materiais de qualidade e quanto a 
fiscalização sobre a aplicação. 
4.3 PREVENÇÃO 
Para obtermos desempenho cada vez mais satisfatórios, buscando otimizar os revestimentos das 
argamassas e ter boas resistências de aderência a tração, devemos preocupar com uma série de 
fatores. Em relação a argamassa, esta deve ser facilmente trabalhável, de consistência e 
plasticidade adequadas a fim de proporcionar qualidade e economia na aplicação, possuir boa 
retenção de água para combater sede de bases muito absorventes e garantir a hidratação dos 
aglomerantes prevenindo futuras trincas, rápido endurecimento suficiente para evitar atraso na 
produção, adesão inicial satisfatória que facilite sua aplicação e proporcione máxima extensão 
de aderência e ter boa durabilidade. 
Já em relação ao substrato, é necessário boa limpeza em sua superfície pois entre os poros pode 
ter a presença de fungos, grãos de areia, poeira, concentrações de sais, material pulverulento, 
resquícios do desmoldante e da forma que prejudica a aderência do chapisco e futuramente da 
argamassa em questão. 
Quanto a execução, deve estar atento na fiscalização quanto a limpeza, deixando a superfície 
menos porosa possível. Quanto ao sarrafeamento e desempeno da superfície pois contribuirá 
para um melhor acabamento posterior, quanto a cura desse revestimento pois é de suma 
importância a hidratação da argamassa. 
 
 
 
 
 
 
 
43 
Influência do tipo de chapisco na resistência de aderência em revestimentos de argamassa 
__________________________________________________________________________________________

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