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FARMACOLOGIA & TOXICOLOGIA 25/03/19 - Prof. Filiphe INTOXICAÇÃO POR ANTICOLINESTERÁSICOS Carbamato e Organofosforado SÃO ANTICOLINESTERÁSICOS = bloqueiam a enzima acetilcolinesterase A enz. acetilcolinesterase não poderá degradar acetilcolina = excesso de Ach na fenda sináptica = super estimulação parassimpática! - substâncias presentes no chumbinho USO AGRÍCOLA: OF = Etion, Fention, Paration CARB = Carbaril, Carbofuran USO DOMICILIAR: OF = Rodasol/Detefon, Triclorfon-Tugon CARB + OF = Baygon TOXICOCINÉTICA ● são lipossolúveis e de baixo peso molecular ○ atravessa facilmente a barreira hematoencefálica, placentária ● absorvida pela pele, trato respiratório e digestório ● atinge todos os órgãos e tecidos ● biotransformação hepática pelas enzimas CYP450 ● eliminação renal, fecal MECANISMO DE AÇÃO - inibem a enzima acetilcolinesterase, impedindo a inativação da Ach, O neurônio colinérgico libera Ach na fenda sináptica - Ach na fenda, ativa receptor nicotínico ou muscarínico, causando efeitos colinérgicos. Nisso, a acetilcolinesterase age degradando. No bloqueio da enzima, a Ach não é degradada e ocorre superestimulação do sist. parassimpático. Acetilcolinesterase tem 2 sítios ativos onde a acetilcolina se liga: - sítio aniônico = porção colina - sítio esterásico = porção acetil = quebra da acetilcolina! Carbamato e Organofosforado precisam se ligar na enzima para desativá-la! CARBAMATO: ● se liga e bloqueia os 2 sítios (aniônico e esterásico) = carbamilação ● reação reversível = ligação se desfaz depois de um tempo (aprox. 60 horas) ORGANOFOSFORADO: ● se liga e bloqueia 1 sítio (esterásico) = fosforilação ○ reação de fosforilação do sítio é muito energética e estável = altera a forma da acetilcolinesterase, e nada mais consegue se ligar. ● reação irreversível = ligação nunca mais se desfaz PRINCIPAIS DIFERENÇAS CARBAMATO ORGANOFOSFORADO se liga à 2 sítios ativos da enzima (aniônico e esterásico) se liga à 1 sítio ativo da enzima (esterásico) carbamilação = reação fraca fosforilação = ligação estável reversível irreversível SINTOMAS ● Receptores Muscarínicos (vísceras, órgãos alvos - SNP) ○ Glândulas exócrinas = sialorreia (↑ saliva) e lacrimejamento ○ Olhos = miose (contração pupila) ptose palpebral (caimento) ○ TGI = náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia ○ Sist. Respiratório = broncoconstrição, hipersecreção brônquica, dispneia, cianose ○ Sist. Cardiovascular = depressão funções = bradicardia, hipotensão ○ Sist. Urinário = incontinência urinária ● Receptores Nicotínicos (gânglios, musculatura esquelética - SNS e SNP) ○ Musculatura = fasciculações, fraqueza generalizada, tremores, paralisia ● Receptores Nicotínicos e Muscarínicos (cérebro) ○ sonolência, letargia, fadiga, ataxia, convulsões DIAGNÓSTICO ● histórico ● manifestações clínicas ● necropsia (indícios: pulmões, intestino e estômago cheios de secreção, bexiga vazia) ● diagnóstico terapêutico (tratar mesmo sem saber o que é) ● Dosagem de acetilcolinesterase (somente depois que animal estiver estável) TRATAMENTO O animal morrerá por parada cardiorespiratória = sintomas relacionados aos receptores muscarínicos devem ser tratados primeiramente. SEMPRE: ● ATROPINA = antagonista muscarínico ○ para carbamato e organofosforado (0,1 à 0,5 mg/kg) ○ para competir com acetilcolina e tentar tirá-la dos receptores muscarínicos (receptor de vísceras). ○ problema: meia-vida da atropina é muito curta (aprox. 4 horas) = precisa de monitoramento e administração ‘constante’ EFEITOS: ● SNC = leve excitação ● Coração = ↑ da FC dose dependente (é normal acontecer) ● TGI = função antiespasmódica, ↓ peristaltismo, ↓ freq de contração intestino delgado e grosso ● Secreções = diminuem ● Musc. lisa = relaxamento = broncodilatação, relaxamento bexiga ● Olhos = midríase (dilatação pupila) Estes efeitos só ocorrem quando tem atropina suficiente para superar a concentração da acetilcolina (competição). Se efeitos não aparecem, a quantidade administrada deve ser maior. SINAIS CLÍNICOS DA ATROPINIZAÇÃO EFEITO ESPERADO INTOXICAÇÃO leve excitação super excitação/agitação supressão de secreções ressecamento de mucosa oral taquicardia taquicardia excessiva midríase midríase constante Na intoxicação por Atropina: ● não se medica, a meia-vida é rápida, o melhor é esperar. MEDIDAS ESPECÍFICAS - Somente para organofosforado = se tiver certeza!! ● Atropina: primeira medida, para estabilizar paciente. DEPOIS: ● PRALIDOXIMA (Contrathion) ○ Oximas reativam a enzima acetilcolinesterase (se ligam ao organofosforado, rompendo a ligação com o sítio esterásico) ○ Deve ser usada em até 24h (principalmente primeiras 6h) ○ Contraindicado p/ carbamato = potencializa ligação do carbamato na acetilcolinesterase = piora a intoxicação!! MEDIDAS GERAIS - não farmacológicas: ● Oxigenioterapia ● Fluidoterapia ● Banho = se intoxicação for tópica ○ água corrente ○ água temp. ambiente (água quente abre os poros facilitando absorção) ○ não esfregar (massagem favorece abertura de poros) ● Provocar vômito e carvão ativado? depende! animal precisa estar consciente, intox precisa ter sido recente e pela via oral. ● Esvaziamento gástrico? depende! animal pode já ter vomitado, ter tido diarreia. ● Catártico (diarreico)? depende! se animal não teve diarreia. mas de maneira geral, pior quadro. OUTROS PROCEDIMENTOS: ● Convulsões = Diazepan (benodiazepínico) ● Contra-indicações: Morfina, Barbitúricos, Fenotiazínicos ○ somente usados em intoxicações MTO LEVES! ○ causam depressão do sistema cardiovasculares e respiratório. se animal já tiver estes sintomas = morte!
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