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ARTIGO ATUAL ROSIMAR Políticas públicas

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UNIVERSIDADE ANNE SULLIVAN
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
ROSIMAR DE SOUSA MESQUITA
EDUCAÇÃO E AS POLITICAS PUBLICAS NO BRASIL E AS DESIGUALDADES SOCIAIS
TERESINA-PI
2017
ROSIMAR DE SOUSA MESQUITA
EDUCAÇÃO E AS POLITICAS PUBLICAS NO BRASIL E AS DESIGUALDADES SOCIAIS
Artigo apresentado como requisito parcial para conclusão da Disciplina do Curso de Mestrado em Educação pela Universidade Anne Sullivan. 
Sob a orientação da Profª. Dra. Lucinete Aragão Mascarenhas.
TERESINA-PI
2017	
EDUCAÇÃO E AS POLITICAS PUBLICAS NO BRASIL E AS DESIGUALDADES SOCIAIS
Rosimar de Sousa Mesquita�
 Lucinete Aragão Mascarenhas�
RESUMO
O artigo trata as políticas públicas no Brasil e as desigualdades sociais, precisam priorizar o combate às desigualdades sociais e um grande passo é promover a educação de qualidade como um Direito Social. Acreditar que o pouco que se tem feito é suficiente é concordar com que uns podem ser profissionais qualificados e outros não, é estimular a violência pelo anelo da fome. A exclusão social estende uma raiz por uma extensão muito longa, enquanto que o combate a exclusão é priorizar investimentos públicos tornando todos partes de mais homogêneas. A exclusão social é marcada por uma série de fatores, mais com certeza o princípio educacional é um dos pilares que propicia a tal. A educação é vital para a conquista do desenvolvimento econômico de um país. Os mais bem sucedidos em todas as áreas são aqueles que têm acesso à educação e consegue romper com as limitações. A análise das narrativas buscou o discurso histórico, através de um recorte no qual a triagem combinou o lugar social e as práticas científicas do cotidiano. 
Palavras Chave: Educação. Políticas. Públicas. Reflexão. Desigualdades. Brasil. 
ABSTRACT
The article deals with public policies in Brazil and social inequalities need to prioritize the fight against social inequality and a major step is to promote the quality of education as a social law. Believe that the little that has been done is enough is to agree that one can be qualified professionals and others not, it is to stimulate violence by hunger craving. Social exclusion extends a root for a very long stretch, while combating exclusion is to prioritize public investment making all parts of more homogeneous. Social exclusion is marked by a number of factors; most certainly, the educational principle is a pillar that provides such. Education is vital to the achievement of economic development of a country. The most successful in all areas are those who have access to education and can break away from the limitations. The analysis of the narratives sought the historic speech, through a cutout in which the screening combined social place and the scientific everyday practices.
Keywords: Education. Policies. Public. Reflection. Inequalities. Brazil.
1 INTRODUÇÃO
A educação é essencial para a conquista do desenvolvimento socioeconômico de um país. É por este motivo que os países desenvolvidos possuem altos índices de escolarização. Podemos afirmar que a educação está entre as atitudes mais importantes de uma sociedade. Porém, a nível nacional, nos encontramos diante de um quadro histórico educacional extremamente diversificado. Uma grande porcentagem da população brasileira ainda é privada da educação escolar, sem acesso a informações elementares, isto, se dá principalmente as condições socioeconômicas de nosso país, pois vivemos em sociedade onde nem todas as pessoas têm oportunidades educacionais iguais.
Sabe-se que a escola tem um impacto muito forte no rendimento acadêmico dos alunos, de acordo com Levin (1984), o rendimento escolar vai muito além das fronteiras da instituição escolar. Este rendimento decorre do ambiente familiar, dos recursos investidos pela família, do convívio social, do acesso a informação, pois, quando os pais têm um nível de escolaridade maior, eles têm mais conhecimento, automaticamente mais condições de acompanhar os filhos em suas tarefas escolares.
 O contexto social é marcado pela necessidade de adquirir conhecimentos e cada vez mais o saber é requisito para anular as desigualdades reinantes em todo o mundo, porém não basta somente estudar em “excelentes escolas”, é necessário ter um aprendizado. A exclusão social é marcada por uma série de fatores e que a educação é um dos maiores problemas de segregação social. Ter políticas públicas que priorize a educação é vantagem não somente para o educando mais para o país como um todo, pois o alto índice de criminalidade está associado a baixa escolaridade, bem como o desemprego e seus efeitos em cascata.
 No Brasil, a dificuldade de escolarização e do sucesso acadêmico é permeada por inúmeras variáveis, que incluem desde a formação do professor até as condições econômicas do país. Segundo Patto (1992), a maioria das crianças basileiras não tem se beneficiado do sistema escolar, de modo que os motivos deste não aproveitamento podem ser visto através da evasão escolar nas camadas menos favorecidas de nossa sociedade.
 Os problemas educacionais não têm origem exclusivamente na educação, mas busca-se resolvê-los apenas com reformas educacionais. O tema do abandono precoce da escola é um exemplo paradigmático desta situação um alto percentual de fracasso escolar tem sua origem direta nas carências econômicas, sociais e culturais que sofrem determinados grupos da população. ” (UNESCO, 2002)
 As famílias, o sistema educacional, as escolas, os professores e os próprios alunos não têm nada a fazer diante de uma realidade sociocultural desvantajosa. O abandono precoce da escola deve ser visto a partir de uma perspectiva multidimensional e interativa, em que as condições sociais, a atitude da família, a organização do sistema educacional, o funcionamento das escolas, a prática docente na sala de aula e a disposição do aluno para a aprendizagem ocupam um papel relevante. Cada um deles não é um fator isolado, mas está em estreita relação com os demais. (RIBEIRO, 1993).
2 EDUCAÇÃO NO BRASIL
A formação do Brasil implica necessariamente na estruturação de nosso modelo de ensino porque desde os primeiros anos de nossa descoberta sofremos da falta de estrutura e investimento nessa área. Contudo, além do componente histórico que parece ser de comum aceitação, aparece o problema do modelo pedagógico adotado. Neste aspecto ocorre uma polarização e até uma divisão tripla se quisermos englobar a escola técnica (anos 70). Ou seja, as posturas mais adotadas em nosso país são justamente a pedagogia tradicional (método fonético) e a escola nova (construtivismo).
De um lado está a escola tradicional, aquela que dirige que modela, que é ‘comprometida’; de outro está a escola nova, a verdadeira escola, a que não dirige, mas abre ao humano todas as suas possibilidades de ser. É portanto, ‘descompromissada’. É o produzir contra o deixar ser; é a escola escravisadora contra a escola libertadora; é o compromisso dos tradicionais que deve ceder lugar à neutralidade dos jovens educadores esclarecidos (XAVIER, 1992: 13).
Aparentemente temos a impressão de que o grande problema de nossa deficiência educacional se resume a o problema da rigidez do modelo tradicional de ensino, mas ao aprofundarmos nossa investigação constáramos que a péssima qualidade de ensino presente nas escolas do Brasil acontece devido, em parte tanto a falta de estrutura educacional adequada como pela desestruturação das poucas bases presentes na pedagogia tradicional, causada pela critica dos escolanovistas, que acreditavam piamente que puramente pela crítica se atingiria uma melhoria no aprendizado.
No entender de Saviani (2003) a escola tradicional procurava ensinar e transmitia conhecimento, a escola nova estava preocupada em apenas considerara o aprender a aprender. E posteriormentea escola técnica detinha-se em simplesmente considerar necessário o ensino da técnica. Até o inicio do século XX a educação no Brasil esteve praticamente abandonada, no entender de Romanelli: 
A economia colonial brasileira fundada na grande propriedade e não na mão-deobra escrava teve implicações de ordem social e política bastante profundas. Ela favorece o aparecimento da unidade básica do sistema de produção, de vida social e do sistema de poder representado pela família patriarcal (ROMANELLI, 2001: 33).
 Assim, a educação no Brasil caminhou por veredas tortuosas desde o inicio, reservada a uma elite dominante e totalmente exploradora, sempre esteve voltada a estratificação e dominação social. Esteve arraigada por diversos séculos em nossa sociedade a concepção de dominação cultural de uma parte minúscula da mesma, configurado-se na idéia básica de que o ensino era apenas para alguns, e por isso os demais não precisariam aprender. 
 As oligarquias do período colonial e monárquico estavam profundamente fundamentadas na dominação via controle do saber. Caracterizou-se nesse período colonial, bem como no monárquico, um modelo de importação de pensamento, principalmente da Europa e consequentemente a matriz de aprendizagem escolar fora introduzida no mesmo momento.
 Nas palavras de Ribeiro (1993, p. 33) foi a família patriarcal que favoreceu, pela natural receptividade, a importação de formas de pensamento e idéias dominantes na cultura medieval européia, feita através da obra dos Jesuítas”. 
Dessa forma, a classe dominante tinha ser detentora dos meios de conhecimento e de ensino. Isso implicou no modelo aristocrático de vida presente em nossa sociedade colonial e posteriormente na corte de D. Pedro. Existiram dois fatores fundamentais na formação do modelo educacional brasileiro, ou seja, “a organização social (...) e o conteúdo cultural que foi transportado para a colônia, através da formação dos padres da companhia de Jesus” (ROMANELLI, 2001: 33). 
 No primeiro fator aparece com mais intensidade a predominância de uma minoria de donos de terra e senhores de engenho sobre uma massa de agregados e escravos. Apenas àqueles cabia o direito à educação e, mesmo assim, em número restrito, porquanto deveriam estar excluídos dessa minoria as mulheres e os filho primogênitos. Limitava-se o ensino a uma determinada classe da população, ou seja, apenas a classe dominante. Surge claramente um dos fundamentos da baixa escolaridade de nossa população e da falta de recursos para a eliminação das diferenças entre as classes. 
A segunda contribuição para a formação de nosso sistema educacional deficitário é justamente o conteúdo do ensino dos Jesuíta, “caracterizado sobretudo por uma enérgica reação contra o pensamento critico” (RIBEIRO, 1993), contudo, a maneira como os Jesuítas cultivavam as letras permitiu algum alvorecer em nossa literatura.
2.1 Politicas publicas no Brasil
Na década de 20 o Brasil tinha grande parte de sua população vivendo no campo com uma economia fortemente baseada na agricultura. Mas, em cerca de 70 anos, o país tornou-se um dos mais importantes e influente país na área industrial e viu sua população migrar em massa para as cidades. Em todos esses anos, os governos deram mais ênfase na industrialização e não acompanharam da mesma forma as transformações na sociedade brasileira. O estado não desempenhava um papel regulador e participativo, mas criava um governo autoritário que também refletia de maneira autoritária nas políticas públicas brasileiras. De caráter conservador, a política brasileira possui uma maneira peculiar para tratar as políticas sociais. O atendimento é centralizado, ou seja, atendendo a interesses específicos. Mas o país possui necessidades diferentes em cada região e em alguns casos elas acabam não sendo resolvidas da forma correta. São todas tratadas da mesma maneira e de forma massiva.
As políticas públicas deveriam ser criadas para distribuir de forma igualitária os recursos de caráter individual e social. Elas seriam a garantia da qualidade de vida, uma vida desenvolvida de maneira agradável e digna. Entretanto, para ter essa qualidade de vida é importante diversos fatores, como moradia, vestuário, educação, saúde, segurança e lazer. A implementação de políticas públicas de qualidade no Brasil não costuma ser tão debatido pelos parlamentares do país. Além disso, não é feito um estudo aprofundado do assunto e como esses processos podem ser implantados de maneira mais dinâmica e eficiente. Muitas vezes as políticas públicas são confundidas como prestação de serviço do Poder Público aos cidadãos. Elas afetam determinados grupos da sociedade fazendo com que o as atitudes governamentais realizadas ou não atinjam pessoas de diversos grupos.
A partir da década de 30 o país modernizou-se e cresceu o número de direitos sociais. Em 1930 foi criado o Ministério do Trabalho e anos mais tarde a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Ainda nessa década surgiram programas voltados aos pagamentos de aposentadoria e pensões em diversas profissões.
Com a imposição da ditadura pelo governo militar, muitos direitos civis, sociais e políticos foram retirados da população brasileira. Foram criados o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Na década de 70 foi criado o Ministério da Previdência que atuava na área de saúde e na área social. Apesar de muitas medidas criadas e programas sociais voltados a população, essas decisões eram baseadas no assistencialismo, na corrupção e na ineficiência desses processos. Ou seja, havia muitos recursos para as políticas sociais, mas eles eram desviados e por isso passou-se a investir mais no sistema privado (educação e saúde privada, por exemplo).
A partir da Constituição de 1988 o Brasil passou a investir menos nas políticas públicas com o aumento da dependência internacional, o crescimento da desigualdade social, da pobreza e exclusão. As atuais políticas públicas brasileiras não conseguem reverter a desigualdade e investem, em sua maioria, em pequenos grupos sociais. Para a população pobre são criadas políticas de compensação no intuito de “distrair” para os verdadeiros problemas.Com a abertura democrática brasileira, a descentralização teve apoio no intuito de aumentar os direitos sociais e a participação da sociedade no processo decisório. Nesse período a população necessitava de mais recursos e mostrava sinais de crescimento, mas era impedida pelos problemas econômicos em um país refém da inflação.
Apesar de ter sido implementada como uma forma de garantia dos direitos sociais dos brasileiros, a Constituição Federal de 1988, tem sido pouco eficaz quando se trata do bem-estar da população. Facilitou o acesso a diversos serviços essenciais, mas não se preocuparam com a questão financeira. O objetivo era reduzir a desigualdade do Brasil. Essa constituição é considerada redistributiva e instiga o Governo Federal a tornar as necessidades sociais e políticas públicas eficazes. No início da década de 90 o Governo Federal deixou de ser o principal provedor e passou a fiscalizar entidades que ofereciam determinados serviços para a sociedade. São diversos programas sociais de caráter municipal, estadual e federal e muitas vezes eles não são compatíveis entre si. Essa incompatibilidade acaba virando uma desvantagem para a população que necessita dessa ajuda (XAVIER, 1991).
Os gestores públicos ainda não conseguiram identificar as reais necessidades básicas dos cidadãos. Por mais que se ouça dos políticos promessas relacionadas a erradicação de muitas mazelas, como a pobreza, os programas e atitudes relacionadas a isso ainda são muito ineficientes. Muitas vezes as soluções são distribuídas entre a população, mas de forma desordenada.
Uma das características relevantes nas políticas públicas brasileiras é a fragmentação. Muitas vezes essa fragmentação causa problemas pois há muitas divergências entre determinadas agências de controle quando oassunto é burocrático. Outra característica das políticas públicas brasileiras é a descontinuidade administrativa, em que as agências responsáveis pelas políticas públicas muitas vezes pensam nas políticas públicas de acordo com o interesse de seus gestores. Levando isso em consideração, a cada mudança de cargo, muda-se as políticas implantadas, como também está ligada principalmente as políticas sociais e dão preferência para o que é ofertado sem considerar as necessidades dos beneficiados. Essa situação resulta em problema ligados a credibilidade governamental, frustração dos cidadãos, desperdícios, etc. Um outro ponto relevante é a separação de política econômica e política social. Nesse caso a política social assume um papel secundário. Um outro aspecto importante é a focalização e a seletividade, baseados nos direitos universais (MELLO, 1993).
2.2 Desigualdades sociais
Quando pensamos nas desigualdades sociais de nosso país é mais do que certo que definamos a educação como a solucionadora ou, pelo menos, a minimizadora de tal situação. A Educação Brasileira procura se ajustar às novas tendências educacionais no sentido de diminuir e erradicar o enorme abismo social que nossa população enfrenta. Os desafios são muitos e as escolhas das estratégias farão a diferença na tomada de decisão. Convivemos com um quadro educacional em que é mais “fácil” entrar na escola do que “sair” dela com a conclusão total do ciclo. Sem falar na qualidade de ensino que também não é igual para todas as escolas brasileiras. Quanto mais avança a educação brasileira, mas escancara as enormes evidências de desigualdades sociais e regionais que existem em nosso país (MELLO, 1993).
As distorções sociais que enfrentamos em nosso país se agravam dia a dia. Além do que, a população em situação de vulnerabilidade social é mutante, flutuante e poderá atingir níveis maiores nos próximos anos. Isso porque essa população não está apenas concentrada nas periferias de grandes cidades. É uma população que se espalha pelas cidades, instalam-se em todos os bairros, percorrem ruas e avenidas principais e saem de uma cidade para outra dificultando a mensuração desta população.
A extensão territorial de nosso país contribui com a diversidade socioeconômica e cultural, dificultando ações locais que necessitam de incentivos federais ou estaduais, para reduzir a distorção na oferta de ensino de qualidade. É importante frisar que a qualidade de ensino, no Brasil, é mensurada por exames padronizados que não consideram as diferenças culturais e muito menos as diversidades que cada região do país apresenta (BARRETO, 1990). 
 Sem dúvida a educação escolar é a ferramenta que gera a cidadania. É capaz de mudar destinos cruéis é que realmente torna uma nação desenvolvida. Mas não se pode exigir que a educação seja a grande responsável por tudo aquilo que as políticas públicas não fazem: gerar condições de desenvolvimento pessoal pleno e em todos os sentidos.
Não resolveremos as desigualdades sociais com o atual PNE, que impõe o fardo à educação. Não resolveremos as desigualdades sociais sem que haja uma política pública a partidária que elabore e implemente um regime de colaboração condizente com as diversas realidades que cada município enfrenta e enfrentará para cumprir metas e mais metas.
Não podemos tratar os desiguais como iguais, como se as diferenças não existissem. As diferenças sociais necessitam sim de uma educação de qualidade com iguais oportunidades para todos, dentro dos parâmetros de universalização do ensino que é apregoado pelo PNE. Mas é preciso que o ambiente familiar seja tão de qualidade quanto, que o ambiente social seja tão oportuno quanto. A educação pode sim modificar toda a nossa sociedade e nos dar melhores condições de vida, mas se em seus parâmetros as desigualdades sociais não forem consideradas, a educação não dará o seu grande salto.
3 CONCLUSÃO 
É preciso pensar as Políticas Públicas no que tange as Políticas Educacionais como sendo um fator de que se precisa reverter investimentos para combater a exclusão social. A exclusão social precisa ser analisada e pensada por todos os atores que envolvem a vida da nação. Saber interagir o histórico da educação e as diferentes propostas de políticas educacionais. Ligando-as às sociedades que construíram tendo uma visão mais abrangente sobre as instituições educacionais, visão essa necessária para se compreender a ação político-pedagógica. A educação é parte da superestrutura que condicionada pelas forças materiais de produção. A classe dominante impõe suas ideias como meio de controle”, diante disto entendemos que, quem alcança níveis educacionais mais elevados são os que possuem condições sócio-econômicos melhores. MARX (apud GOMES, 2003, p. 76). No entanto, uma das mais relevantes contribuições que os tempos modernos trouxeram para as políticas educacionais foi à concepção de que a escola deveria ser um direito ou mesmo obrigação de todos.
Segundo Comênio (1592 – 1670), bispo tcheco, o primeiro a desenvolver um pensamento educacional que podemos tratar como verdadeiramente moderno. Propôs um sistema articulado de ensino, reconhecendo o igual direito de todos os homens ao conhecimento, desenvolvido através de uma educação permanente, durante toda a vida humana.
A sociedade em que vivemos é complexa e que envolvem diferentes interesses e conflitos. Para tornar possível as convivências devem-se ser administradas todos os interesses públicos. Por isso que a política surgiu com o intuito de ajudar o bem comum de todos os cidadãos que se integra numa sociedade. Sendo assim podemos definir que política é um conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que destinam a resolução pacifica dos conflitos quanto a bens públicos.
Diante disso, não podemos deixar de ressaltar que a política está presente quotidianamente em nossas vidas, e quando ela é administrada se faz presente para certo tipo de orientação onde é tomada decisões em assuntos públicos, políticos ou coletivos. Entretanto, este trabalho propõe uma reflexão sobre o compromisso que a ação governamental tem com a construção, instauração e acompanhamento de políticas públicas que contribuam para a transformação educacional do nosso país. Pois com aplicação de políticas públicas possíveis mudanças serão feitas em virtude dos direitos que a população realmente possui por direito.
Deve-se discutir e compreender como a educação é vista e qual função ela age nas ideias das ações governamentais, pois a sociedade é representada pelo poder federal, estadual e municipal junto eles agem em beneficio a necessidade de cada um para o bem geral da população. 
A complexidade do tema mostra a relevância que têm a educação e a todos os envolvidos na escola, desde os seus gestores até a comunidade do entorno, porque as alterações das políticas educacional, social e econômica, bem como as mudanças sociais, de produção, do trabalho e da tecnologia, interferem no ambiente escolar. 
Sendo assim, a escola como organização social, instituída pela sociedade e organizada para prestar serviços a essa sociedade, deve ter sua autonomia reconhecida como um valor intrínseco à sua organização, a fim de que se possa utilizar essa autonomia de forma responsável, pela aprendizagem de seus alunos. "A escola, de fato, institui a cidadania."
A responsabilidade pela transformação da sociedade que temos no momento, caracterizada pelos baixos índices de escolarização, pela acirrada competição nesse mundo do trabalho globalizado e perverso, para aquela que desejamos, passa pelas mãos de todos os educadores, pela efetiva participação de todos na gestão da escola. 
Portanto, torna-se urgente a necessidade de uma forte conscientização de todos, gestores e líderes, no sentido de resgatar as nossas referências coletivas, os princípios e valores educacionais para a conquista da cidadania, da autonomia tão desejada por todos.
REFERÊNCIAS
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COSTA, M. A educação em tempos de conservadorismo. In: APPLE, M. W. et al. (Org.). Pedagogia da exclusão: crítica ao neoliberalismo em educação. Petrópolis: Vozes, p. 43-76, 1995.
GOMES, Alberto Cândido. A Educação em Perspectiva Sociológica. 3ª ed. São Paulo, EPU, 1994.
LEVIN, L. A. Universal sequential search problems. Problems of Information Transmission. 1984.
MELLO, Guiomar N. de. Cidadania e competitividade - Desafios Educacionais do terceiro milênio, Cortez, São Paulo, 1993.
PATTO, Maria Helena Souza. A família pobre e a escola pública: anotações sobre um desencontro. Psicol. USP, 1992, vol.3, no.1-2, p.107-121. ISSN 1678-5177.
RIBEIRO. Sérgio C. A educação e a inserção do Brasil na modernidade, Cadernos de Pesquisa, n° 84, Fundação Carlos Chagas, São Paulo,1993.
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. 13.ª edição - SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação, curvatura da vara. 32ª edição – Campinas, Autores Associados, 2003.
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XAVIER, Antonio Carlos da R. Reflexões sobre a qualidade da Educação e a gestão da qualidade total nas escolas. Estado e Educação . Papirus SP 1992.
XAVIER, Antônio Carlos da R. Gestão da qualidade total nas escolas; um ovo modelo gerencial para a educação, IPEA, Textos para Discussão, n° 234, 1991.
�Mestranda em Educação pela Universidade Anne Sullivan, Curso de Bacharelado em Direito, pelo Centro de Ensino Superior do Vale do Parnaíba – CESVALE. Pós Graduação em Psicopedagogia pela Faculdade Cândido Mendes e Docência do Ensino Superior pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI. E-mail: rosaseculo@hotmail.com.
² Orientadora Professora  Lucinete Aragão Mascarenhas, Professora de Filosofia  da UESPI, Mestra em Administração dos recursos Humanos- UFPB, e-mail: .

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