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SAUDA DA CRIANÇA TEORICO A CRIANÇA C DIARREIA AGUDA E DESIDRATAÇAO

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A CRIANÇA COM DIARRÉIA AGUDA E DESIDRATAÇÃO
Profa. Ma. Tassianny Heredia Finotti
Âmbito mundial - quase 11 milhões de mortes de crianças menores de 5 anos, dos quais 4 milhões acontecem no primeiro mês de vida.
Historicamente, a diarréia aguda e a desidratação têm se revelado como um dos maiores problemas de saúde pública, particularmente em países em desenvolvimento, o que torna uma das principais causas de morbi-mortalidade precoce das populações desses países. 
INTRODUÇÃO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a cada ano ocorram 1.3 milhões de mortes por diarréia em crianças com menos de 5 anos nos países em desenvolvimento.
Mundialmente, estima-se que, para cada uma das 149 milhões de crianças nascidas atualmente, existe uma média de 7 a 30 episódios de diarréia nos primeiros 5 anos de vida e 11 mil crianças morrem diariamente por esse motivo.
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DIARRÉIA NA INFÂNCIA
AS DOENÇAS DIARRÉICAS NA INFÂNCIA SÃO RESPONSÁVEIS PELO DESENCADEAMENTO DA DESNUTRIÇÃO COM PREJUÍZOS NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL. 
A distribuição de episódios de diarréia aguda não é homogênea durante o ano, pois mudanças de temperatura e contaminação dos alimentos favorecem a transmissão de agentes patogênicos.
Nos meses mais quentes do verão - mais comum a diarréia de etiologia bacteriana, enquanto os vírus tendem a predominar durante o inverno. 
Ponto de vista fisiológico - definida como a má-absorção de água e sais
 
Ponto de vista clínico - aumento do volume, fluidez e da freqüência das evacuações de um indivíduo em relação a seu hábito intestinal.
DEFINIÇÃO
É A DOENÇA CARACTERIZADA PELA PERDA DE ÁGUA E ELETRÓLITOS QUE RESULTA NO AUMENTO E NO VOLUME DA FREQUÊNCIA DAS EVACUAÇÕES E NA DIMINUIÇÃO DA CONSISTÊNCIA DAS FEZES, QUE PODEM SE APRESENTAR AMOLECIDAS OU LÍQUIDAS, E, POR VEZES COM EXTREMO MAU CHEIRO
Em relação ao número de ocorrências, pode-se dizer que três ou mais defecações amolecidas ou líquidas em 24 horas, com volume maior que o normal refere-se a um quadro diarréico.
A diarréia aguda infecciosa pode ser caudada por um grande número de bactérias (comum nos países em desenvolvimento), vírus (mais comum em países desenvolvidos) e protozoários.
 
Esses agentes são transmitidos por via fecal-oral, sendo que o rotavírus pode ainda ser transmitido por aerossol, o que provavelmente explica ser mundialmente o agente mais freqüente.
ETIOLOGIA DA DIARRÉIA AGUDA
OS VÍRUS AGEM ESTIMULANDO A SECREÇÃO INTESTINAL, LEVANDO AO GRANDE NÚMERO DE EVACUAÇÕES LÍQUIDAS, SENDO RESPONSÁVEL POR 80% DOS CASOS DE DIARRÉIA.
OS PRINCIPAIS AGENTES BACTERIANOS CAUSADORES DA DIARRÉIA AGUDA SÃO: ESCHERICHIA COLI, SALMONELLA, YERSINIA E COMPYLOBACTER.
A transmissão ocorre pela via FECAL-ORAL
FORMA DIRETA – mãos contaminadas
FORMA INDIRETA – alimentos, água e utensílios contaminados.
Outra fonte de contaminação são as mãos de doentes ou pessoas que, mesmo sem apresentar a doença, eliminam microorganismos pelas fezes e não tem bons hábitos de higiene.
Crianças suscetibilidade
DETERMINANTES PROXIMAIS
Contato com microrganismos e a vulnerabilidade fisiológica da criança
DETERMINANTES INTERMEDIÁRIOS
Práticas alimentares, em especial o aleitamento materno.
DETERMINANTES DISTAIS
Renda familiar, escolaridade dos pais. 
Múltiplos fatores também implicam na determinação da diarréia aguda:
MÁ-NUTRIÇÃO MATERNA,
BAIXO PESO AO NASCER,
DESMAME PRECOCE,
CONDIÇÕES PRECÁRIAS DE HABITAÇÃO, SANEAMENTO E HIGIENE.
CONTAMINAÇÃO FECAL DA ÁGUA.
FALTA DE INFORMAÇÃO E BAIXA ESCOLARIDADE DOS PAIS.
CONDIÇÃO NUTRICIONAL E IMUNOLÓGICA DESFAVORÁVEL.
LESÃO DO TUBO DIGESTIVO.
ACESSO PRECÁRIO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE.
A produção fecal de uma criança é de 5 a 10 g/kg de peso de fezes por dia. Durante o episódio diarréico, ocorre um desequilíbrio entre os processos de absorção e secreção e, então as fezes ficam amolecidas ou liquefeitas, com o aumento do número de evacuações.
Os episódios diarréicos ocorrem, em geral, como mecanismos de defesa do organismo contra a presença de algum agente agressor ou alguma toxina na luz intestinal.
O organismo reage tentando expulsar os agentes invasores, desencadeando o aumento súbito do volume e da freqüência das evacuações, com conseqüente diminuição da consistência das fezes, acarretando perda de água e eletrólitos.
FISIOPATOLOGIA E SINAIS CLÍNICOS DA DIARRÉIA AGUDA
Os tipos de mecanismos de defesa do organismo que produzem diarréia são variados, porém, de maneira geral, podem ser divididos em duas categorias.
Aqueles que aumentam a secreção intestinal
Aqueles que diminuem a absorção intestinal
CATEGORIA 01
ACIONADOS POR ENTEROTOXINAS. 
O AUMENTO DA SECREÇÃO INTESTINAL ACONTECE POR CAUSA DA PERDA DE ÁGUA E ELETRÓLITOS, QUE, POR SUA VEZ, PROVOCA VÁRIAS RESPOSTAS COMPENSATÓRIAS. ESSE É UM TIPO DE RESPOSTA NORMAL QUE ACONTECE EM CERCA DE 95% DOS CASOS DE DIARRÉIA, GERALMENTE PRODUZ DESIDRATAÇÃO HIPOTÔNICA E ISOTÔNICA (DESIDRATAÇÃO HIPONATRÊMICA).
CATEGORIA 02
A DIMINUIÇÃO DA ABSORÇÃO INTESTINAL, É RESPOSTA PATOLÓGICA OU COMPENSATÓRIA NOCIVA QUE ACONTECE AO NÍVEL DO INTESTINO, INDUZINDO A MÁ ABSORÇÃO, QUE SE AGRAVA COM A REDUÇÃO NA INGESTA DE ALIMENTOS, PROVOCADA PELA ANOREXIA. 
Destaca-se que a diarréia aguda infecciosa é um processo AUTOLIMITADO – significa que ela não necessita, na maioria dos casos de nenhum tratamento medicamentoso. 
Entretanto, torna-se primordial o acompanhamento da evolução dessa doença, como propósito de prevenir as intercorrências quando elas se apresentarem - DESIDRATAÇÃO. 
Quadro diarréico geralmente se caracteriza:
 Fezes líquidas, com grande quantidade de água e sódio;
 Vômito;
 Desidratação;
 Disenteria (presença de muco e/ou sangue, resultante de processo infeccioso). 
CLASSIFICAÇÃO DA DIARRÉIA POR EVOLUÇÃO E TEMPO DE DURAÇÃO
O objetivo do tratamento da diarréia é recuperar o balanço hidroeletrolítico e prevenir a desnutrição. O tratamento baseia-se em três princípios fundamentais.
 PREVENÇÃO E CORREÇÃO DOS DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS E METABÓLICOS.
NA CRIANÇA HIDRATADA: é necessário aumentar a oferta hídrica e manter a alimentação.
Nos lactentes menores de 6 meses, deve-se manter o aleitamento materno exclusivo. A solução de reidratação oral da OMS deve ser oferecida após cada episódio de evacuação.
NA CRIANÇA DESIDRATADA: como primeira opção de tratamento - reidratação oral.
Em caso de desidratação grave, choque hipovolêmico, alteração no nível de consciência, deve-se estabelecer a intensidade de desidratação.
 SUPORTE NUTRICIONAL E DETECÇÃO DE INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES
 
A realimentação deve ser iniciada mais precocemente possível e sinais de intolerância devem ser pesquisados. Os lactentes com caso grave de diarréia podem necessitar de fórmulas alimentares isentas de lactose.
 VIGILÂNCIA QUANTO AO APARECIMENTO DE INFECÇÕES SISTÊMICAS
As crianças mais suscetíveis a infecções sistêmicas são os lactentes com hospitalização prolongada ou em utilização de nutrição parenteral. O uso de antibióticos só está indicado para as infecções extra-intestinais comprovadas.
DISFUNÇÕES HIDROELETROLÍTICAS
Os lactentes e as crianças pequenas têm maior necessidade hídrica do que o adulto e, devido às características fisiológicas inerentes ao seu desenvolvimento, estão mais vulneráveis a alterações do equilíbrio hidroeletrolítico.
O enfermeiro deve estar capacitado para os cuidados básicos voltados à manutenção do equilíbrio hidroeltrolítico, bem como para o reconhecimento e manejo das alterações que representam risco de vida.
A proporção do total de água no corpo muda conforme o crescimento da criança.
A água corporal total distribui-se dentro e fora das células.
LIC – INTRACELULAR
LEC – EXTRACELULAR
No recém-nascido, o LEC representa 45% do peso e no adulto, 20 %.
Essa diferença, somada ao fato do LEC ser mais vulnerávela alterações rápidas de volume, explica o fato da criança ser mais vulnerável à desidratação.
DISFUNÇÕES HÍDRICAS
A água está dividida no organismo em compartimentos com diferentes composições iônicas, há constantes troca entre eles.
O compartimento extracelular está subdividido:
 Plasma (intravascular): ele é diretamente influenciado pelos ganhos e perdas no organismo, então para se manter a homeostase é necessário um equilíbrio entre o ganho hídrico (ingestão) e a eliminação de água (excreção urinária, fezes e perdas insensíveis dos pulmões e pele).
 Líquido linfaintersticial.
 Líquidos transcelulares (suco gastrointestinal, suor)
FUNÇÕES DA ÁGUA: MANTER O VOLUME SANGUÍNEO, REGULAÇÃO DA TEMPERATURA, TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS, MEIO PARA O METABOLISMO CELULAR
No início, a desidratação estimula os centros de SEDE do cérebro, o que faz o indivíduo ingerir mais líquido.
Quando a ingestão de água não consegue compensar a perda, a desidratação torna-se mais grave.
A SUDORESE DIMINUI E UMA MENOR QUANTIDADE DE URINA É PRODUZIDA.
Quando a desidratação não melhora, os tecidos corpóreos começam a secar. As células começam a se contrair e a funcionar inadequadamente, em principal as células cerebrais, de modo que um dos sintomas é a CONFUSÃO MENTAL que pode evoluir para COMA.
Provoca a perda de água e eletrólitos, em especial o SÓDIO e o POTÁSSIO. 
FISIOPATOLOGIA E SINAIS CLÍNICOS DA DESIDRATAÇÃO
A desidratação é definida como a diminuição do LEC por perdas hidroeletrolíticas ou baixo aporte de líquidos. 
Vômitos e diarréia são as causas mais comuns de desidratação na criança devido à grande perda hidroeletrolítica.
Dependendo do tipo de líquido perdido e da capacidade de compensação do organismo, vários tipos de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básico podem estar associados ao déficit de volume hídrico.
Classificação da desidratação, conforme o nível sérico de sódio:
 Desidratação hipotômica ou hiponatrêmica: há perda proporcional maior de sódio em relação à água.
 Desidratação isotômica ou isonatrêmica: ocorrem perdas proporcionais de água e sódio.
 Desidratação hipertônica ou hipernatrêmica: a perda de água é proporcionalmente maior que a de sódio.
CUIDADOS COM A CRIANÇA COM DIARRÉIA E DESIDRATAÇÃO
A terapia de reidratação oral (TRO), foi incorporada pelo Ministério da Saúde (MS), a partir de 1982, como medida de controle das doenças diarréicas e considerada por esse órgão, como principal estratégia para redução da mortalidade da diarréia aguda e desidratação na infância.
INTRODUÇÃO
A TRO faz parte do programa de Controle de Doenças Diarréicas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além da administração da solução de sais, essa terapia inclui as seguintes orientações e intervenções quanto a:
 PREVENÇÃO DA DESIDRATAÇÃO
 TRATAMENTO DA DESIDRATAÇÃO
 MANUTENÇÃO DA ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA DURANTE E APÓS O EPISÓDIO DIARRÉICO
 USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
 MEDIDAS DE HIGIENE PESSOAL E AMBIENTAL.
Quando bem administrada, essa terapia possibilita o equilíbrio hidroeletrolítico prejudicado nos processos diarréicos agudos.
A solução de SRO está indicada na prevenção da desidratação em episódios diarréicos, no tratamento de desidratação leve, moderada e das graves não complicadas (sem prostração intensa, vômitos excessivos).
A solução de SRO é distribuída para todos os serviços de saúde, ou preparo da solução caseira, que só é recomendado se for realizado com a colher – medida.
SOMENTE UTILIZAR A IDADE DA CRIANÇA QUANDO SE DESCONHECER O PESO.
A QUANTIDADE APROXIMADA DE SRO NECESSÁRIA (em mL) TAMBÉM PODE SER CALCULADA MULTIPLICANDO-SE O PESO DA CRIANÇA (em kg) por 75.
A implementação da TRO, nas duas últimas décadas, tem sido apontada como responsável por certo decréscimo nas taxas de letalidades de crianças por diarréia aguda com desidratação.
Além da TRO, é fundamental destacar que a adoção de outras intervenções menos específicas, como o incentivo o ao aleitamento materno, práticas adequadas de introdução da alimentação complementar, imunização, saneamento básico e medidas de higiene pessoal e ambiental vêm desempenhando importante controle da diarréia aguda.
PESO: um grama de peso é equivalente a 1ml do líquido corporal. Perdas acima de 50g/dia no lactente e maior que 200 g/dia na criança maior, requer atenção.
TEMPERATURA: inicialmente, a criança com déficit de volume tende à elevação da temperatura corporal.
FREQUÊNCIA CARDÍACA E PULSO: a taquicardia está presente no início da desidratação e a contínua perda de líquidos torna o pulso rápido e fraco.
RESPIRAÇÃO: alterações da F.R. e da expansibilidade pulmonar são encontradas nos distúrbios àcido-básicos e distúrbios hidroeletrolíticos.
TURGOR: diminuição do turgor da pele está presente na criança com déficit de volume. 
PARÂMETROS MAIS SIGNIFICATIVOS DA AVALIAÇÃO DA CRIANÇA COM SINAIS DE DESIDRATAÇÃO
MUCOSA: o grau de secura da mucosa oral fornece subsídios para avaliação do grau de hidratação.
OLHOS: choro sem lágrimas é um sinal de déficit de volume, assim como o aspecto de olhos fundos.
FONTANELA: depressão da fontanela indica déficit de volume, enquanto seu abaulamento pode estar associado a excesso de volume.
URINA: avaliar a perda urinária comparando ao valor esperado: 1 ml/kg/hora. A mensuração da densidade urinária é um bom indicador do status hídrico.
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: alterações comportamentais podem ser observadas em crianças com disfunção hidroeletrolítica, letargia, sonolência, cefaléia, vômitos, irritabilidade e convulsões.
AVALIAÇÃO E CUIDADOS DA CRIANÇA COM DIARRÉIA SEGUNDO A AIDPI
TRATAMENTO INTRAVENOSO PARA DESIDRATAÇÃO GRAVE
HIDRATAÇÃO VENOSA
Fase de expansão (rápida)
Fase de manutenção e reposição
FASE DE EXPANSÃO
OBJETIVO: reversão rápida da evolução ao choque
SOLUÇÃO RECOMENDADA: partes iguais de soro glicosado a 5% e soro fisiológico
VOLUME: 100ml/kg para a infusão
TEMPO: 2 horas
EXEMPLO: uma criança com 5kg e desidratação grave deve tomar:
Soro glicosado 5% - 250ml
Soro fisiológico 0,9% - 250ml
CRIANÇA CONTINUA DESIDRATADA: ADMINISTRAR DE 25 A 50ml por kg de peso, em duas horas. 
ACESSO VENOSO: adequar agulhas calibrosas, dois acessos venosos simultâneos, para que garantam a infusão do volume total prescrito num período máximo de 4 horas
QUANDO HÁ MELHORA CLINICA DA CRIANÇA, VERIFICA-SE DESAPARECIMENTO DOS SINAIS DE DESIDRATAÇÃO. NESSA FASE, É MUITO IMPORTANTE A REAVALIAÇÃO DA CRIANÇA, PELO MENOS A CADA HORA. 
FASE DE MANUTENÇÃO E REPOSIÇÃO
OBJETIVO: cobrir as perdas normais, e a fase de reposição deve compensar as perdas anormais decorrentes da diarréia e de vômitos.
VOLUME A SER ADMINISTRADO: é o resultado da soma dos volumes da manutenção e reposição.
VIA ORAL: a criança deve ser alimentada normalmente e tomar SRO, testando-se a aceitação e tolerância da via oral. A quantidade administrada por via venosa deverá ser reduzida progressivamente, à medida que aumentar a ingestão de alimento e SRO. 
Para cada 100ml de líquido:
 soro glicosado 5% - 80mL;
 soro fisiológico – 20 mL;
 KCL a 10% - 2mL ou KCL a 19,1% - 1mL.
MANEJO DO PACIENTE COM DIARRÉIA
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
DIARRÉIA
INTERVENÇÕES
Observar e registrar coloração, volume, consistência e freqüência das fezes;
Coletar amostra de fezes associadas ao quadro diarréico para cultura quando indicado;
Identificar fatores causadores e contribuintes da diarréia, como uso abusivo de medicamentos, higiene precária, dentre outros.
Observar e registrar a presença de sinais associados: cólicas, tenesmo, vômito. 
2. RISCO DE INFECÇÃO
INTERVENÇÕES
 manter medidas de precauções específicas;
 realizar cuidados com terapia intravenosa;
 manter a integridade do local de infusão;
 implementar técnicas específicas: isolar a criança afetada, remover adequadamenteos excretos e roupas sujas, manter lavagem rigorosa das mãos;
 avaliar a situação de moradia, educar e orientar sobre as medidas adequadas. 
3. RISCO DE NUTRIÇÃO DESEQUILIBRADA: MENOS QUE AS NECESSIDADES CORPORAIS
INTERVENÇÕES
 Manter o aleitamento materno
 Reintroduzir gradativamente os alimentos 
 Atentar para inapetência 
4. RISCO DE VOLUME DE LÍQUIDOS DEFICIENTE
INTERVENÇÕES
 Administrar líquidos segundo prescrição médica e tolerância,
 Utilizar solução de reidratação oral em intervalos pequenos após cada evacuação líquida, respeitando os hábitos da criança usando copo, mamadeira, colher,
 Iniciar hidratação intravenosa,
 Realizar balanço hídrico rigoroso,
 Pesar a criança diariamente/frequentemente,
 Realizar controle das perdas fecais: pesagem de fraldas,
 Observar sinais de desidratação: atenção para o turgor da pele, volume e densidade da urina.
5. RISCO DE INTEGRIDADE DA PELE PREJUDICADA
INTERVENÇÕES
 Proporcionar higiene perianal
 Trocar fraldas após cada evacuação
 Aplicar protetor em região perianal e perineal
 Expor, quando possível a área perianal e perineal ao ar.
 Orientar os pais sobre os cuidados com a pele.
7. RISCO DE TENSÃO EM RAZÃO DO PAPEL CUIDADOR (PAI/MÃE)
INTERVENÇÕES
 Tranqüilizar os pais
 Explicar todas as medidas terapêuticas que possam ser aflitivas
 Auxiliar os pais a promover conforto e apoio à criança
 Determinar o nível de conhecimento dos familiares
 Encorajar os cuidados pelos familiares
 Permitir a troca de familiares para que o cuidador repouse.
8. PADRÃO DE SONO PERTURBADO
INTERVEÇÕES
 Determinar o padrão e a qualidade do sono da criança.
 Oferecer condições para a criança dormir e repousar, evitando procedimentos durante todo tempo. 
 Orientar os familiares sobre a importância do sono para o seu restabelecimento e crescimento.
 Ensinar medidas de conforto e indutoras do sono aos familiares: banho morno, leituras de história, uso da chupeta, ambiente tranqüilo, massagens, dentre outros. 
9. DOR AGUDA
INTERVENÇÕES
 Explicar aos familiares a causa da dor
 Aplicar métodos apropriados para controle de dor: aplicação de compressa de calor úmido, banho morno, massagens.
 Medicar conforme prescrição
 Avaliar intensidade da dor. 
10. NAÚSEA
INTERVENÇÕES
 Oferecer hidratação oral em pequenas quantidades e intervalos pequenos sem forçar.
 Oferecer líquidos e alimentos a temperatura ambiente. 
 Medicar conforme prescrição. 
DESNUTRIÇÃO INFANTIL
Associada à pobreza e à desigualdade, é um expressivo fator de mortalidade de crianças nos países em desenvolvimento.
Ela também aumenta o risco de uma série de doenças e pode afetar o crescimento e o desenvolvimento cognitivo. 
Além disso, crianças desnutridas têm mais chance de apresentar complicações de saúde na idade adulta. Por isso, a segurança alimentar e nutricional é uma questão básica da saúde para a infância.
INTRODUÇÃO
As ações governamentais específicas de combate à pobreza devem ser de máxima importância no país e devem resultar no crescimento econômico com melhor distribuição de renda e à criação de empregos, contribuindo assim, para a luta contra a desnutrição.
Ressalta-se que ao longo dos últimos anos, o declínio da desnutrição no Brasil sofreu influência da melhoria de várias condições, tais como, os progressos moderados na renda familiar; a expansão de serviços públicos de saneamento; saúde e educação; redução nos índices de fertilidade e natalidade, com famílias menos numerosas; e, finalmente, deslocamento crescente da população para as áreas urbanas do país, onde, de modo geral, são melhores as oportunidades de emprego e de renda. 
No Brasil, a desnutrição foi registrada pela primeira vez nos anos 50, uma vez descrita, foi reconhecida como um problema de natureza médica que incluía também deficiências de vitaminas.
A maior incidência de desnutrição encontra-se em populações de extrema pobreza e crianças menores de 5 anos e tem como principal preditor o baixo peso da criança ao nascimento, assim como pode ser resultante de desorganização familiar e falta de disciplina na alimentação. 
Nutrição é um processo pelo qual os seres vivos recebem e utilizam as substâncias necessárias à manutenção da vida, ao crescimento, ao funcionamento normal dos órgãos e à produção de energia.
Para que isso aconteça é necessário que haja disposição adequada de alimentos, que o indivíduo possa adquiri-los em quantidade e qualidade suficientes e que possam ser aproveitados pelo organismo.
DEFINIÇÕES
A desnutrição infantil é um dos problemas de saúde pública mais importantes no mundo, em virtude de sua magnitude e das conseqüências para o crescimento e desenvolvimento das crianças, e está seguramente relacionada à difícil condição em que vivem as famílias de baixa renda. 
A desnutrição infantil é mostrada como resultado de dieta inadequada e doenças que resultam de falta de segurança alimentar, de cuidados inadequados da mãe para com a criança, e de serviços de saúde deficientes. 
As causas básicas que contribuem para esses fatores são estruturas sociais e instituições, sistemas políticos e ideologias, distribuição de riquezas e de recursos potenciais (UNICEF, 1997).
Doença de origem multicausal e complexa, caráter primário ou secundário, dependendo da causa que o promoveu.
 CAUSAS PRIMÁRIAS: refere-se as pessoas que têm uma alimentação quantitativamente ou qualitativamente insuficiente em calorias e nutrientes.
 CAUSAS SECUNDÁRIAS: diz respeito a uma ingestão de alimentos não suficiente, porque as necessidades energéticas aumentam ou por qualquer outro fator não relacionado diretamente ao alimento, como a presença de verminoses, câncer, anorexia, alergia ou intolerância alimentares, digestão e absorção deficientes de nutrientes.
PRINCIPAIS CAUSAS
Além dessas causas, a desnutrição pode ser desencadeada por:
 Desmame precoce do Aleitamento Materno;
 Introdução da alimentação complementar insuficiente;
 Práticas inadequadas de higiene; 
 Parasitoses, infecções e diarréia;
 Fatores socioeconômicos;
 Condições sanitárias precárias;
 Síndromes de má– absorção;
 Doenças metabólicas. 
SINTOMAS CLÍNICOS DA DESNUTRIÇÃO
 Pele e mucosa: textura e elasticidade, lesões.
 Tecido subcutâneo: turgor, panículo adiposo, edema.
 Cabelos: textura, coloração, brilho.
 Musculatura: massa, força/idade.
 Parada do crescimento.
 Emagrecimento – curva ponderal.
 Diminuição do panículo adiposo.
 Redução de peso: abdome, tórax,
 membros, face.
CLASSIFICAÇÃO
A classificação baseada na perda de peso apresentada pela criança.
Em relação ao preconizado pela Atenção Integrada às Doenças prevalentes na Infância (AIDPI). 
A desnutrição energético-protéica engloba uma ampla variedade de situações clínicas cuja gravidade oscila desde muito graves até leves, como o caso do Kwashiorkor e Marasmo, que se manifestam clinicamente de forma distinta.
TIPOS DE DESNUTRIÇÃO
MARASMO
 Principais características são a ingestão inadequada de alimentos, sobretudo, de energia insuficiente para cobrir as necessidades metabólicas e de crescimento normal. 
Apresenta um aspecto inconfundível, criança muito magra, devido à perda evidente de massa muscular. Abdômen às vezes proeminente, bem como, face com aparência de “velha” ou “simiesca”. 
Os principais sinais clínicos para o diagnóstico de marasmo são: 
 Peso muito baixo (peso por idade inferior a 60% do peso previsto para a idade), 
 Retardo no crescimento (baixa estatura para a idade) e gordura cutânea escassa ou ausente,
 Diarréia, infecção respiratória, parasitoses e tuberculose, 
 xeroftalmia, deficiência de vitamina B, anemia ferropriva, entre outras. 
 Apatia, ansiedade e hipotermia podem ser notadas. 
KWASHIORKOR
Características: retardo no crescimento, perda de gordura subcutânea e muscular menos intensaque no marasmo, edema localizado principalmente nas pernas em crianças que caminham, mas que pode atingir todo o corpo, hepatomegalia acentuada devido a esteatose hepática, alterações mentais e de humor. 
Podem ocorrer ainda danos nos cabelos, lesões de pele, anorexia, diarréia, infecções e deficiências de micronutrientes (OMS, 2000).
Para o diagnóstico de Kwashiorkor são essenciais aspectos como, significante grau de perda de peso e a presença de edema (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2000). 
As causas são complexas, pois a criança consome habitualmente uma dieta escassa tanto em energia como em proteínas. 
A presença de infecções desempenha um importante papel nessa doença, visto que quando a ingestão de proteína é muito baixa em relação aos carboidratos, o que pode ser agravado pelas perdas de nitrogênio nas infecções, ocorrem várias alterações metabólicas que podem resultar em edema. 
Vale salientar que crianças desnutridas podem apresentar uma forma de desnutrição mista, o Kwashiorkor-marasmático, com características mistas, e geralmente, com o tratamento desaparece o edema, podendo-se ver que essas crianças são portadoras de marasmo, que é a forma de desnutrição mais freqüente nos países em desenvolvimento, principalmente em menores de 18 meses. 
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de desnutrição é feito a partir da história clínica da criança, bem como, pelo seu exame clínico e determinação do estado nutricional. 
Freqüentemente a hemoglobina e o hematócrito podem se apresentar baixos. As concentrações de creatinina e hidroxiprolina urinária são baixas, principalmente nos pacientes muito emagrecidos. 
A avaliação do crescimento é a medida que melhor define a saúde e o estado nutricional de crianças.
 
Os parâmetros antropométricos usualmente utilizados para avaliar a condição nutricional de crianças são o peso e a estatura, porém, os perímetros cefálico, torácico, braquial e abdominal também podem ser utilizados. Os valores desses dados antropométricos deverão ser sempre analisados em função da idade e do sexo da criança, que são os principais determinantes de sua evolução.
TRATAMENTO
Na dependência da sua gravidade, as crianças desnutridas podem ser tratadas em hospitais, centros de nutrição, ambulatórios e na comunidade/domicílio.
O tratamento é baseado na gravidade da desnutrição, mas tem como princípios básicos:
 adequação da dieta, 
 prevenção e o controle de doenças infecciosas, 
 estimulação do desenvolvimento da criança, 
 educação para a saúde, 
 suporte para as famílias através das ações de saúde oferecidas nas unidades básicas de saúde. 
 REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção a Saúde. Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Manual de Atendimento da Criança com Desnutrição Grave em Nível Hospitalar. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília/DF, 2005. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_desnutricao_criancas.pdf 
MONTE CMG. Desnutrição: um desafio secular à nutrição infantil. Artigo de revisão. J Pediatr (Rio J) 2000;76(Supl.3):s285-s97. Disponível em: http://www.jped.com.br/. 
FUJIMORI E; OHARA CVS. A Enfermagem e a Saúde da Criança na Atenção Básica. 1° ed. Barueri/SP. Manole, 2009. 
ALMEIDA LP; POLIDO CG. ENSINO CLÍNICO EM SAÚDE DA CRIANCA E ADOLESCENTE. 1ª edição, SESES. Rio de janeiro/RJ, 2017. Disponível em: http://portaldoaluno.webaula.com.br//repositorio/LD1380.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência e controle das doenças diarreicas. Ministério da Saúde, Brasília, 1993, 44p.
SENA LV, MARANHÃO HS, MORAIS MB. Avaliação do conhecimento de mães sobre terapia de reidratação oral e concentração de sódio em soluções sal-açúcar de preparo domiciliar. J Ped (Rio J) 2001;77:481-6.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8ª ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. 444p. Série B. Textos Básicos de Saúde.
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