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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 1 PROPOSTA DE ALTERAÇÃO NO DIÂMETRO EXTERNO DO ROTOR UTILIZADO EM UM MODELO DE BOMBA CENTRIFUGA PARA ATINGIR EM UMA ALTURA MANOMÉTRICA A VAZÃO DESEJADA Lucas Tuan Schulz1 Gilson João dos Santos2 Resumo: O presente artigo descreve o desenvolvimento de uma proposta de alteração no diâmetro externo do rotor utilizado em uma bomba centrifuga de uma determinada empresa. A partir do modelo de bomba atual, coleta-se dados da geometria do rotor, valores da curva característica hidráulica e potência motriz, medidos em laboratório, para desenvolvimento de cálculos conforme teorias disponíveis, afim de avaliar a situação atual da bomba. Após análises, realiza-se as considerações e através dos cálculos propõem-se uma alteração para um novo diâmetro externo do rotor, com objetivo de atingir na altura manométrica de 36,0 mca e a vazão de 40 m³/h. No final, demonstra-se os resultados de altura manométrica e vazão que atingem o objetivo proposto. Palavras-chave: Bomba Centrífuga; Corte no rotor; Altura manométrica; Vazão; Abstract: This article describes the development which used an alteration in impeller external diameter used in the centrufugal pump by a company. All the information concerning the current model, regarding total head versus flow rate, and engine power data, were tested in a laboratory, for the development of calculations as theories available, the result of all this information has shown that, the aim is to obtain a pump with 36,0 (mwc) maximum total head with the flow of 40,0 m³/h and for this impeller should be changed in external diameter. In the end, demonstrates the results of the total head and flow that reach the objective. Keywords: Centrifugal Pump; Impeller pump apart; Total Head; Flow. 1. Introdução Uma bomba é projetada para atender determinados valores de vazão e altura manométrica (altura de carga). Diversos parâmetros têm influência direta no desempenho da bomba. Um destes parâmetros é a alteração no diâmetro do rotor. Esta é uma boa alternativa para alterar o desempenho da bomba, dispensando a necessidade de uma alteração radical no projeto tornando- se economicamente mais viável. Nos modelos de bombas centrifugas radiais puras, a alteração no diâmetro do rotor se torna mais executável pois as faces laterais do mesmo, são praticamente paralelas e pequenas alterações fazem com que o ângulo de saída das pás pouco variem, podendo se considerar semelhantes nos diagramas de velocidades (MACINTYRE, 1990), conforme figura 1. 1 Acadêmico do Curso de Engenharia Mecânica da Univille 2 Orientador, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Univille UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 2 Figura 1 – Diagrama de velocidade à saída do rotor original e do rotor cortado. Fonte: Macintyre, (1990). Quando se opta por este tipo de alteração, o projeto da bomba atinge novos valores para altura manométrica e vazão, que podem ser previamente calculados. Neste artigo, a partir da curva característica hidráulica da bomba analisada como referência, que foi fornecido pela empresa, serão analisados a situação atual e então, através de cálculos baseados nas teorias disponíveis, serão calculados a dimensão para o novo diâmetro do rotor atender os novos valores de altura manométrica e vazão. 1.1 Motivação e objetivo Ao analisar a tabela 1, que retrata o catálogo de vendas da empresa com as versões da bomba estuda, verificou-se a existência de 8 versões da bomba com diferentes potências. Cada versão possui uma curva característica hidráulica, que permite relacionar a vazão (Q) com a altura manométrica (H). Estas curvas analisadas, atingem em média um range de 11 alturas, entre a altura manométrica mínima que a bomba funciona sem risco de queima do motor e a altura manométrica máxima que a bomba consegue atingir. Conforme análise de mercado, notou-se em outros fabricantes de modelos concorrentes a bomba estudada, a disponibilização da versão da bomba com a potência de 7,5 CV (cavalos) ao mercado, atingindo em média a faixa de alturas manométricas entre 25 e 45 mca (metros coluna d’água). Para esta faixa de alturas, conforme na tabela 1, a empresa onde o estudo foi realizado disponibiliza as versões de 5 e 10 CV. Com tudo, estas duas versões não atingem a altura manométrica de 36 mca. Somente os modelos com as potências de 12,5 e 15 CV conseguem atingir tal, com as vazões de 60,6 e 66,6 m³/h, respectivamente. Logo essas versões, por possuírem potência elevada, consequentemente são desenvolvidas para atender alturas manométricas e vazões maiores, e assim, tornam-se subdimensionadas e economicamente fora de mercado para a altura de 36 mca. UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 3 Tabela 1 – Alturas manométricas do modelo estudado. Fonte: Primária, 2017. Como os modelos concorrentes atendem a altura de 36 mca com a vazão em média de 40 m³/h (metros cúbicos por hora), foi solicitado o desenvolvimento da bomba no modelo estudado, para atender a altura manométrica de 36 mca com a vazão de 40 m³/h, sem a possiblidade de alterar o desempenho atual das versões existentes, visando a competitividade no mercado. Para atender o objetivo solicitado, foi proposto a alteração no diâmetro externo do rotor, que possibilita cumprir todas as premissas do projeto. 2. Referencial teórico 2.1 Bombas São máquinas geratrizes que tem a finalidade de realizar deslocamento de um líquido por escoamento. Sob as formas de energia cinética, esta máquina transforma trabalho mecânico em energia hidráulica. Essa transformação de trabalho em energia hidráulica transferindo ao líquido um aumento de velocidade e/ou pressão, classifica as bombas em: bombas de deslocamento positivo ou volumógenas, turbobombas chamadas também hidrodinâmicas ou rotodinâmicas ou simplesmente dinâmicas e a menos comum, bombas especiais (bomba com ejetor; pulsômetros; bomba de emulsão de ar) (MACINTYRE, 1990). 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 45 48 52 54 57 60 63 66 69 72 75 78 81 84 2 107 45 42 38 34 30 26 20 14 18,5 3 120 * 49 46 43 40 37 33 30 25 20 12 24,5 4 127 * * 52 49 46 43 40 37 33 29 25 20 12 28 5 136 * * * * * * * * 49 45 42 38 34 29 23 15 34 10 166 * * * * * * * * * * * * * * * * * 51 48 45 40 34 26 52 12,5 176 * * * * * * * * * * * * * * * * 61 58 55 53 48 43 38 31 23 57 15 188 * * * * * * * * * * * * * 68 68 67 67 66 66 65 63 60 57 52 47 40 33 21 66 20 206 * * * * * * * * * * * * * * * * * 68 67 67 67 66 66 65 65 64 63 62 59 54 48 43 35 17 84 VAZÕES (m³/h) PARA SUCÇÃO 0(ZERO) MCA ALTURAS MANOMÉTRICAS (mca) PRE SSÃ O MÁX . (m ca) POT ÊNC IA (CV ) Ø D O R OTO R (mm ) UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 4 Figura 2 – Classificação de bombas. Fonte: Primária, 2017. 2.1.1 Bombas dinâmicas ou turbobombas São bombas caracterizadas por um rotor dotado de pás, que através de sua aceleração, aplicam no líquido, forçasque atuam no seu deslocamento. Essas são as forças de inércia, que ao contrário das bombas de deslocamento positivo não obedecem a mesma direção e sentido do movimento líquido pelo contato com as pás. As características da bomba, definem a descarga gerada, dependendo do número de rotações e das características do sistema de encanamentos que estiver ligada (MACINTYRE, 1990). Figura 3 – Bomba centrifuga radial. Fonte: Primária, 2017. 2.1.2 Rotor Através do rotor que a massa líquida obtém energia cinética que é transformada em energia Bombas Dinâmicas ou turbobombas. Centrifugas; Fluxo Misto; Fluxo Axial. Puras (radiais); Volumétricas ou deslocamento positivo. Rotativas. Engrenagens; Lóbulos; Parafuso; Palhetas deslizantes. Alternativas Pistão; Êmbolo; Diafragma. UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 5 mecânica. Possui formato cônico dotada de pás. Os mais comuns formatos são o aberto, quando não existe a coroa circular inferior e o fechado quando além do disco onde se fixam as pás, existe uma coroa circular também presa às pás (MACINTYRE, 1990). 2.1.3 Coletor ou voluta Também chamado de recuperador, onde é feita a transformação da maior parte da elevada energia cinética com que o líquido sai do rotor, em energia de pressão. Assim, ao atingir a boca de saída da bomba, equilibra a pressão contra seu escoamento, aumentando razoavelmente sua velocidade (MACINTYRE, 1990). 2.2 Curvas características Para FILIPPO FILHO (2015, P. 264) A principal característica das bombas de deslocamento positivo é a manutenção de uma descarga constante, qualquer que seja a pressão. A vazão média é dada pelo produto do volume deslocado pela rotação. Cada tipo de bomba tem o volume deslocado estabelecido por sua geometria. 2.3 Diagrama de velocidades Para definir abertamente as componentes de velocidades do fluido e do rotor nas seções de entrada e de saída é que se deduzem as equações das velocidades. Com elas, é útil desenvolver diagramas de velocidade (conhecido também como polígonos de velocidade) para os escoamentos de entrada e de saída. A figura 4 que representa uma máquina de fluxo radial típica, pode-se verificar os diagramas de velocidade, demonstrando a notação para os ângulos das pás e do escoamento. (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014). Conforme FOX; MCDONALD; PRITCHARD (2014, p. 610) As máquinas são projetadas de modo que, na condição de projeto, o fluido move-se suavemente (sem perturbações) através das pás. Na situação idealizada para a velocidade de projeto, o escoamento relativo ao rotor é suposto entrar e sair tangente ao perfil da pá em cada seção (esta condição de entrada idealizada é por vezes chamada de escoamento de entrada sem choque). Para velocidades diferentes da velocidade de projeto (e, na verdade, algumas vezes mesmo para a velocidade de projeto!), o fluido pode sofrer impacto com as pás na entrada, na saída em um ângulo relativo à pá, ou pode haver separação significativa no escoamento, levando a uma redução na eficiência da máquina. UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 6 Figura 4 – Geometria e notação usadas para desenvolver diagramas de velocidade. Fonte: Fox, (2014). Ainda em FOX; MCDONALD; PRITCHARD (2014, p. 611) A velocidade do rotor na entrada é U1 = r1.ω, e é, portanto, especificada pela geometria do rotor e pela velocidade de operação da máquina. A velocidade absoluta do fluido é a soma vetorial da velocidade do rotor com a velocidade do escoamento relativa à pá. A velocidade absoluta de entrada pode ser determinada graficamente, conforme mostrado na figura 4.a. O ângulo da velocidade absoluta do fluido, α1, é medido a partir da direção normal à área de escoamento, como mostrado na figura 4.b. Note, da geometria da figura, que em cada seção a componente normal da velocidade absoluta, Vn, e a componente normal da velocidade relativa à pá, Wn, são iguais (porque a pá não possui velocidade normal). O diagrama de velocidade é construído de maneira similar na seção de saída. A velocidade do rotor na saída é U2 =r2.ω, que novamente é conhecida a partir da geometria e da velocidade de operação da turbomáquina. O escoamento relativo é suposto sair do impulsor tangente às pás, como mostrado na figura 4.c. Esta consideração idealizada de orientação perfeita fixa à direção do escoamento de saída relativo nas condições de projeto. Numa bomba centrifuga, a intensidade de velocidade relativa à pá na entrada muda para a saída. Para aplicação da equação da continuidade, deve-se utilizar a geometria do rotor, determinando a componente normal de velocidade em cada seção, que com o ângulo de saída da pá em uma máquina de fluxo radial, estabelece a velocidade relativa à pá na saída do rotor. A soma vetorial da velocidade relativa à pá com a velocidade do rotor, completa o digrama de velocidade (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014). Para calcular o torque ou a potência ideal, tanto entregue, quanto absorvida pelo rotor, pode- se utilizar os diagramas de velocidade de entrada e saída, usando as equações. Os resultados UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 7 obtidos representam o desempenho da bomba sob condições ideais no ponto de operação de projeto, considerando o torque desprezível devido as forças superficiais (viscosas e de pressão), escoamento de saída e entrada tangentes as pás e uniforme. Essas premissas resultam numa análise que representa o limite superior do desempenho de máquinas reais, devido que, uma máquina real, não obedeça todas estas considerações (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014). 2.3 Corte no rotor Pode-se recorrer ao corte do rotor, quando deseja-se reduzir seu diâmetro externo, sem alterações nas demais peças da bomba e sem afetar as coroas entre as quais se acham as pás. Assim, quando não se consegue atingir para uma bomba valores correspondentes a rendimentos aceitáveis, pode-se optar por esta alternativa (MACYNTIRE, 1990). Quando se quer determinar novos valores para altura manométrica (Hx) e vazão (Qx) é necessário conhecer a curva característica da bomba utilizada como referência para um certo diâmetro externo do rotor (d2) e um valor de rotação do motor (n). Assim marca-se o ponto A por suas coordenadas (Hx e Qx) conforme figura 5 (MACYNTIRE, 1990). Depois arbitra-se uma descarga Q2 maior do que Qx e assim, acha-se a ordenada correspondente a essa descarga, H2 (MACYNTIRE, 1990). 𝐻2 = 𝐻𝑥 . ( 𝑄2 𝑄𝑥 ) 2 (1) Então acha-se o ponto B, que é ligado a ponto A, onde é determinado o ponto C. Após medir Qc se obtem o diâmetro desejado d’2 (MACYNTIRE, 1990). 𝑄𝑥 𝑄𝑐 = 𝑑′2 2 𝑑2 2 (2) ou seja, 𝑑′2 = 𝑑2 . √ 𝑄𝑥 𝑄𝑐 (3) UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 8 Figura 5 – Procedimento para determinar o diâmetro para atender valores de H e Q. Fonte: Macintyre, (1990). Para Macintyre (1990), o ponto C está na parábola de igual rendimento que passa por A e B. Macintyre ainda cita os autoresJ. Karassik dos livros Centrifugal Pumps e Consultor de Bombas Centrifugas e diz em MACINTYRE (1990, p.144) Para cortes de até 20%, na prática a descarga variará diretamente com o diâmetro e não com o seu quadrado. Isto supõe admitir-se que Vm2 não varia ao longo da trajetória da partícula, o que, para o rotor de “bombas centrifugas normais”, é valido, mas que, para as “bombas centrifuga lentas” com rotor de discos paralelos, não se verifica. Macintyre também cita o autor A. J. Stepanoff em MACINTYRE (1990, p.144) A relação dos diâmetros é a mesma que a das descargas, mas introduz uma correção “para compensar a falta de precisão das hipóteses feitas, a fim de poder admitir aquela proporcionalidade”. Figura 6 – Correção de Stepanoff para bombas centrífugas. Fonte: Macintyre, (1990). UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 9 Assim, caso se admite 𝑄𝑥 𝑄𝐶 = 0,80 por exemplo, com d2 = 20 cm, supondo que as cargas variem com o diâmetro e não com o quadrado (MACYNTIRE, 1990), tem-se 𝑑′2 𝑑2 = 0,80 (4) ou 𝑑′2 = 0,80 ∗ 20 = 16 𝑐𝑚 (5) Segundo a tabela de Stepanoff, o corte deveria se proceder com 83% e não com 80%, adotando o valor de 16,6 cm (𝑑′2 = 0,83 ∗ 20 = 16,6 𝑐𝑚) (MACYNTIRE, 1990). Conforme MACINTYRE (1990, p.144), Segundo Louis Bergeron, Marcel Sedille, H. Addison, M Khetagurov e outros, é válida, para a relação entre as descargas, a relação entre os quadrados dos diâmetros, ou seja, admitindo que a velocidade meridiana não muda, uma vez que a descarga é dada por 𝑄 = 𝜋. 𝑑2. 𝑏2. 𝑉𝑚2, e a seção de saída do rotor varia com o diâmetro e com a velocidade normal também, desde que se suponha que as coroas do rotor sejam paralelas (o que é válido para as bombas centrifugas lentas). 𝑄𝑋 𝑄𝐶 = 𝑑′2 𝑑2 (6) Observa-se nas figuras 7 e 8 a componente Vm varia quando a velocidade periférica que é função do diâmetro, varia também (MACYNTIRE, 1990). Figura 7 – Diagrama de velocidades. Fonte: Macintyre, (1990). UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 10 Figura 8 – Diagramas de velocidade na saída do rotor. Fonte: Macintyre, (1990). Na hipótese, tem-se para o novo diâmetro 𝑑′2 = 𝑑2. √ 𝑄𝑋 𝑄𝐶 = 20 . √0,80 = 17,8 𝑐𝑚 (7) 3. Metodologia 3.1 Modelo da bomba A bomba estudada é uma bomba centrifuga pura, onde o líquido penetra no rotor paralelamente ao eixo, sendo dirigido pelas pás para a periferia. Possui um rotor (bomba monoestágio) fechado, confeccionado em alumínio com pás cilíndricas de simples curvatura (que não possuem ângulos). Possui tampa voluta em formato de caracol com secção circular produzida em ferro fundido. Figura 9 – Modelo da bomba estudado. Fonte: Primária, 2017. UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 11 3.2 Características da bomba analisada Para a análise inicial foi selecionado a versão com potência de 10 CV que possui um rotor com diâmetro externo de 166,0 mm (milímetros). Sua curva característica hidráulica está demonstrada conforme figura 10 fornecida pela empresa. Figura 10 – Curva característica do modelo 10 CV. Fonte: Primária, 2017. 3.3 Proposta de alteração no diâmetro externo do rotor Com o objetivo de desenvolver uma proposta de alteração no diâmetro externo do rotor, sem alterar demais valores como ângulo de saída e entrada da pá e tampa voluta, mantendo a rotação do motor constante, afim de encontrar o diâmetro externo do rotor para a bomba atingir no valor de altura manométrica de 36 mca uma vazão de 40 m³/h, foram utilizados os dados de entrada conforme quadro 1. Quadro 1 - Dados de entrada. Dados Variável Valor Unidade Altura manométrica desejada Hx 36,0 mca Vazão desejada Qx 40,0 m³/h Vazão arbitrada Q2 50 m³/h Rotação do motor n 3500 rpm Fonte: Primária, 2017. O valor de Q2 foi arbitrado superior ao Qx desejado, conforme informado pela teoria, para que se possa traçar a reta entre dois pontos em torno da curva característica da bomba referencial. Assim, encontra-se o valor da ordenada H2 correspondente a vazão Q2 conforme UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 12 demonstrado no quadro 2. Quadro 2 – Cálculo da ordenada H2. Dados Variável Valor Unidade Equação Altura manométrica correspondente a descarga Q2 H2 56,25 mca 𝐻2 = 𝐻𝑥 . ( 𝑄2 𝑄𝑥 ) 2 Fonte: Primária, 2017. Com o valor de H2 foram encontrados os pontos A e B. São traçados uma reta entre os dois pontos, encontrando a intersecção com a curva característica da bomba referencial, afim de se descobrir o valor de Q2 conforme demonstrado na figura 11. Figura 11 – Curva característica do modelo 10 CV. Fonte: Primária, 2017. Assim, consegue-se encontrar o valor de Qc = 43,0 mca, sendo possível calcular o diâmetro externo do rotor como descrito no quadro 3. Quadro 3 – Cálculo do novo diâmetro. Dados Variável Valor Unidade Equação Diâmetro do novo rotor d’2 160,1 mm 𝑑′2 = 𝑑2 . √ 𝑄𝑥 𝑄𝑐 Fonte: Primária, 2017. Com a proposta de alteração do diâmetro externo do rotor para 160,1 mm, a bomba deve atingir na altura manométrica de 36 mca a vazão de 40 m³/h. UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 13 4. Resultados e Discussão Para validação dos cálculos é necessário confeccionar amostras do rotor com o diâmetro externo proposto de 160,1 mm e as submete-las ao mesmo teste de performance que as versões analisadas como referencial. A rotação do motor no teste das amostras deverá ser a mesma utilizada na bomba referencial. 5. Conclusão Os cálculos desenvolvidos neste artigo, foram baseados em hipóteses simplificadoras e servem para uma aproximação primária afim de estipular qual o diâmetro ideal para se atingir numa altura manométrica a vazão desejada, a partir de uma rotação constante. A análise dos dados, que mostraram a analogia das condições de funcionamento, similaridade hidrodinâmica das turbobombas, como também os testes realizados, foram de grande aprendizagem. Além disso, pode-se apresentar através do estudo de um caso específico, como funcionam os cálculos do procedimento de corte no rotor de uma bomba centrifuga, conseguindo atingir os objetivos pretendidos no artigo. 5.1 Sugestão de trabalhos futuros Para que ocorra um perfeito domínio e entendimento dos métodos empregados, é necessário à continuidade dos estudos, que sugerem trabalhos futuros com a pesquisa de outros fatores que alteram as curvas características como influência do peso específico, influência da viscosidade, temperatura, desgastes dos rotores e desgastes dos ferramentais, assim como podem ser realizados simulações em software CFD (Dinâmica dos Fluidos Computacional), para aproximar o valor calculado do valor real atingido nos testes. Referências FOX,Crobert W.; MECDONALD, Alan T.; PRITCHARD. Introdução a mecânica dos fluidos. 8. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2014. MACINTYRE, Archibald Joseph. Bombas e instalações de bombeamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1990. FILIPPO FILHO, Guilherme. Bombas, ventiladores e compressores: fundamentos. 1. ed. São Paulo: Êrica, 2015. UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2017 14 VALENTIM, Carlos Eduardo. Otimização do desempenho de rotores de bombas hidráulicas de fluxo a partir de critérios clássicos de projeto: verificações experimentais. Dissertação (Mestrado em engenharia), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Departamento de Engenharia Mecânica, São Paulo 2008.
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