Buscar

CONTRATOS - CONTRATO DE NAMORO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O contrato de namoro tem sido pactuado com muita frequência no Brasil. Geralmente, as pessoas que buscam esse tipo de contrato tem o propósito de proteger o seu patrimônio, pois, o contrato de namoro tem a intenção de afastar o reconhecimento da união estável. 
O contrato de namoro pode ser definido como um negócio jurídico bilateral, em que duas pessoas, que não tem a intenção de constituir família, manifestam a vontade de não reconhecer a união estável. Como sabemos, na união estável há direitos e deveres que se assemelham aos do casamento, porém, o namoro não cria direitos e deveres jurídicos.
Freitas e Gonçalves, afirmam que o contrato de namoro tem validade e “constitui uma significativa declaração de vontade, a ser levada em consideração pelos julgadores que examinarem a questão e, num cenário de eventual dúvida, pode ser determinante para o julgamento”.
Alguns doutrinadores afirmam que o contrato de namoro é apenas uma declaração de existência de uma relação afetiva, não dispondo de nenhum valor jurídico. Maria Berenice Dias, afirma que “o contrato de namoro é inexistente no ordenamento jurídico, e por isso é incapaz de produzir qualquer efeito, podendo inclusive representar uma fonte de enriquecimento ilícito”. Segundo a autora, caso este modelo de contrato fosse reconhecido, sua validade poderia ser qualificada como fonte de enriquecimento ilícito de um em detrimento do outro.
Dessa forma, Flávio Tartuce também defende a nulidade do contrato de namoro e que a autonomia contratual entre as partes é aplacado pelo princípio da função social do contrato, assim como versa o art 421 do CC.
“A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”.
Assim, fica exposto que o contrato de namoro é, em regra, realizado por agentes capazes, tendo o seu objeto lícito, é ato bilateral, só possui efeito entre as partes e deve haver o consenso entre os mesmos, é um contrato civil atípico pois não possui qualquer previsão em lei. E parte majoritária da doutrina alega nulidade, visto que, é apenas uma declaração da relação afetiva, além de ofender o princípio da função social do contrato, o qual, todo contrato deve permitir a circulação econômica e de riquezas e também não possui eficácia, pois, o namoro não cria direitos e deveres jurídicos. E parte minoritária afirma que o contrato passa a ter presunção de validade e inexistência de vícios, sendo que no momento em que é realizado em cartórios, acabam valorizando a vontade livre e desimpedida, que é considerada o pilar da autonomia privada.
Nesse contrato não é possível não reconhecer a união estável, tendo em vista que a união estável possui natureza jurídica de ato fato jurídico, independendo da manifestação de vontades para se caracterizar e devido também à união estável ser regulada por normas públicas imperativas, indisponíveis pela vontade das partes. E ineficazes, pois, os contratos não alcançam o seu fim desejado, qual seja, a descaracterização da união estável, diante da primazia da realidade em detrimento de um mero contrato.

Continue navegando