Buscar

MODELO TUTELA CAUTELAR EM CARATER ANTECEDENTE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO RIO DE JANEIRO
EMPRESA X, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0000-00, com sede na Rua Y em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, vem, por seu advogado que abaixo subscreve, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com base nos artigos 294, parágrafo 1º e 305 e seguintes do CPC/2015, propor a presente
AÇÃO DE SUSTAÇÃO E/OU CANCELAMENTO DE PROTESTO 
COM PEDIDO DE TUTELA CAUTELAR EM CARÁTER ANTECEDENTE 
em face de LIMPOL LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 11.111.111/1111-11, com sede na Rua Z em Campos, Rio de Janeiro, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
DOS FATOS
A EMPRESA X, ora autora, recebeu do 2º Cartório de Protesto de Títulos da Capital, aviso relativo ao protesto de 3 títulos, duplicatas de serviços, emitidos pela empresa de limpeza ré, LIMPOL LTDA., no valor de R$ 50.000,00 cada um, vencidos em 05/08/19, para que fizesse o pagamento desses títulos no Cartório, em 24 horas, sob pena se virem os mesmos a serem protestados.
Ocorre que, apesar autora efetivamente contratado a ré para serviços de limpeza, através de contrato escrito (fls. 18), nenhum serviço foi efetivamente prestado, pois as partes não chegaram a um consenso quanto ao número de funcionários que a Limpol disponibilizaria para cada obra da autora, não chegando assim o contrato sequer a ter início.
Assim, verifica-se que são inválidos os títulos emitidos pela Limpol contra a autora, como passa-se a demonstrar.
DO DIREITO
Conforme se demonstrará, os títulos são inexigíveis, visto que as partes não chegaram a um consenso quanto ao número de funcionários empregados na prestação do serviço, de modo que o contrato não chegou a ser sequer iniciado. Não houve a efetiva prestação de nenhum serviço, apenas a assinatura do contrato e nada mais. Sendo assim, as duplicatas são enquadradas no que a doutrina caracteriza como duplicata fria ou duplicata simulada.
A prestação de serviços, de fato, é uma das hipóteses em que pode ser emitida uma duplicata, conforme dispõe a Lei nº 5.474/68, no entanto, o título apenas poderá ser emitido para documentar o saque fundado em crédito proveniente de prestação de serviços, ou seja, é um título causal, precisa haver a real prestação do serviço, não apenas a sua previsão contratual.
A jurisprudência pacífica do TJRJ no sentido de que a duplicata é um título causal, e a sua emissão sem uma relação jurídica antecedente é crime tipificado no Código Penal, e, ainda, uma vez reconhecida que a duplicata é simulada/fria, indevido será seu protesto. Nesse Sentido:
MEDIDA CAUTELAR DE SUSTAÇÃO DE PROTESTO. AÇÃO DE PROCEDIMENTO ORDINÁRIO OBJETIVANDO A DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE DUPLICATA MERCANTIL E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DUPLICATA EMITIDA SEM CAUSA. ENDOSSO. PROTESTO INDEVIDO. TÍTULO NULO. DANO MORAL CARACTERIZADO. A controvérsia cinge-se à ocorrência de danos morais em virtude da emissão de duplicata simulada, levada a protesto pelo banco endossatário e 2º Réu, e ao direito deste de mover ação de regresso em face da endossante e 1ª Ré. A duplicata é título causal e só pode decorrer de compra e venda mercantil e prestação de serviços. A emissão de duplicata simulada é crime tipificado pelo artigo 172 do Código Penal, verbis, emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. O banco que recebe em operação de desconto duplicatas sem causa age com negligência e corre o risco do seu negócio, sendo por isso parte legítima na ação de cancelamento do protesto movida pelo sacado, perante quem responde solidariamente com o emitente ou endossante, pelos danos, custas e honorários, ressalvado seu direito de regresso. E evidente que o protesto indevido de título frio constitui procedimento atentatório ao bom nome, à credibilidade e à reputação da empresa tida como inadimplente, comportando, induvidosamente, ampla indenização por dano moral. Ofensa à honra objetiva. "A pessoa jurídica pode sofrer dano moral" (Súmula 227 do STJ). Determina-se a extração de peças ao Ministério Público (artigo 40 do CPP). PROVIMENTO DOS RECURSOS. (TJ-RJ - APL: 01253031720038190001 RIO DE JANEIRO CAPITAL 1 VARA CIVEL, Relator: ELISABETE FILIZZOLA ASSUNCAO, Data de Julgamento: 27/07/2005, SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 02/08/2005)
Ademais, pela análise dos fatos narrados até aqui, é possível verificar a existência dos requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência cautelar para o deferimento da sustação do protesto ou a suspensão dos efeitos, caso o protesto já tenha sido realizado, nos termos do que dispõe o artigo 305 do Código de Processo Civil.
Conforme entendimento do TJRJ no julgado mencionado, o protesto de duplicata simulada é causa caracterizadora de danos morais, visto que a Autora, na condição de sociedade empresária, precisa estar sem qualquer apontamento ao seu bom nome, para que possa travar as relações comerciais cotidianas da atividade empresária e o protesto “constitui procedimento atentatório ao bom nome, à credibilidade e à reputação da empresa tida como inadimplente”, o que por si só caracteriza dano de difícil reparação.
De mesmo modo, evidente a presença da fumaça do bom direito, já que restou demonstrado que a duplicata protestada é um título simulado, tendo em vista que o contrato firmado entre as partes nunca foi sequer iniciado.
Por fim, a Autora aditará a presente ação, conforme prevê o artigo 308 do CPC/2015, e formulará o pedido principal com sua respectiva fundamentação e com as provas necessárias para a instrução da presente, no prazo legal de 30 (trinta) dias, visando a declarar a inexistência de vínculo jurídico entre as partes, bem como objetivando a declaração de inexigibilidade dos títulos apresentados para protesto, uma vez que não mantém com a Ré qualquer vínculo capaz de embasar a emissão da duplicata objeto da presente ação, além de danos morais pelos prejuízos suportados.
DO PEDIDO
Ante o exposto, uma vez presentes os requisitos para sua concessão, requer o deferimento da tutela cautelar para impedir a lavratura do protesto das três duplicatas (fls. 20, 21 e 22), e, alternativamente, caso o protesto já tenha sido lavrado quando da análise deste pedido, requer seja deferida a tutela provisória de urgência cautelar para determinar o seu cancelamento.
A citação da parte Ré para, querendo, apresentar contestação no prazo de 5 dias, sob as penas da lei.
A condenação da Ré em honorários advocatícios em 20% do valor da causa, nos termos do art. 85, NCPC, além do pagamento de custas processuais e emolumentos.
Dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.
Rio de Janeiro, ___ de ____________ de 2019
_________________
OAB/RJ 000.000-00

Continue navegando