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Segunda geração: idea lização, .API|ULA M parxão e morte Amor e môrte, meCo e sçlìdãc, culto a uma nãtureza sambria, ídealizaÇão absaluta da realìdade: os ultrê-rcmântìca5 levaram a extremos a expressãa de sentí|:,entos aontraditórios, vividos pela maiorìa deles dè rnoda atçtmenl:eda. A literãtllra ílue produziram expr.ime es5e modo de sentií e, algumas vezes, nanífe5tâ um alhar júveni l patà os temds dd epoe. f- et ia ! ; rerdtu!è ete vace canhecerá neste aapítula. Gúnãve Dôré, Á.dróDedá, 1869 O eó sobre te ê, 256,5 : 172,7.h O affebatamento, a exposãô dô sent mento, Ò de5espero deía Andrômeda à.orcntada são mar.as da regunda fase do Romantsmo. t 9 i t l : i ; O que você deverá saber ao fínal deste estudo. 1. Quais são as carccterísticds dà . tegunda geração romântí.a. . De que modo a temátíca do anór e da motte deíine o ptojèto liteíá o dessa geraçao. 2, Como o Ultra-Romêntismo se nanifesta nà titeratura . De que íoma a obrc de Casimirc de Abreu tràduz os píí ncíp ìos u I trc - româ n- ticos em versos singelos, . Como Álvates de Azevedo revela, em sua obra, duas 'Íaces da temática amorosa. ü c-. g-.; t"-nao ru'" " oun'p'.ur" Leia este poema ultra-românticâ de Álvares dê Azevedo e veja representâ â mulher como a lì teratura í, Observe os elêmentos que compõem a imagem e a situação em que se encontrâ a per5onagem, Descreva, brevemente, â cena re- tratâda por Gustave Doré. : Essa cena pode ser descÍita coÍÌìo dramática. Explique poÍ quê. 2. Nâs obras románticas, a associação entre o belo e o Íeio sugere a aproximação de Íorças opostas e complementares. De que modo o quadro de Gustave Doré representa essa concepção de beleza? r (JÍÌìa outra temática, caracteííst ca da segunda qeração rornânt ca, é a oposição entre beleza e fe úra assoc ada à oposição entíe o bem e o mal. A lmagem tarnbém proTÌìove esse sequndo confronto? Exp ique. 3. O faÌo de Andrômeda ser retratada nuã contribuiDara provocara impressão de fragil idade da mulher diante do monstro que está prestes a atâcá-la. Por quê? r Embora a s tuaçáo retratada sela dramátca, a obÍa apÍesenta traços sensuais. Exp ique conìo a sensualidade é sugeÍida por Dofé. r j 4, Sonhando Na pmia dcsertâ que a lua branqueia, Qüe nnolque rosalque filha de Deusl rão pálida- ao vêla meu ser cìevaneia, SuÍoco nos Ìábios os háÌiros meus! Não conas ÌÌâ aÌeia, Não corras assiml Donzela, onde rais? Tem penâ de min! A praiâ é tão longa! e a onda bm\ia As Ì oupai de gaza te moÌhâ de escuma: De noite - àos serenos - a aÌeia é ião fria, Tão-íÌmido o vento que os ares perftÌmal Es tão doential DonzeÌa, onde vais? Tem pena de ÌÌÌim! A brisa teus ncgros cabelos solrou, O omlho dã faceìe esfria o suor; Teus seios paÌpitarlÌ - a bÍisâ os roçou, Beijou-os, sNpira, desÌì1aia de amorl Teu pé bopeçou... Donzela, onde i'ais? Tem pena de miml Sequn.la qenção: ìdealizaçãq paixàa e natte 257 a LITERATURA o o, o clìío '= a 25A APIruLA 14 Deitou-se na areia que a vaga moÌhoü, ImóveÌ e branca na pÌaia dormiai Mas nem os seüs olhos o sono fechou E nem o seu coÌo de neve tremia. O seio geÌoìr?... Não düÌm.Ìs assiml O páÌida friâ, Tem pena dc miml t...1 Aqui ÌÌo meu peìto vem arÌtes sonhar Nos Ìongos suspiros do meu coração: Eu quero em meus lábios teu seio aqu€nnr Teu colo, €ssas faces, e a géÌida mào... Não durmas no maÌl N"ão durmas assim- Eúátua sem üda, Tem pena de miml t...1 E a nnagem da üÌ€em nâs águas do md BrìllÌava táo branca no Ìímpido véul Nem mais trmsp.ìrente luzia o ÌuaÌ No ambiente sem nuvens da noite do céu! Nas ágÌus do mar Não dumas assiml Não morras. donzeÌa, Espera por miml [ü eq*"*' "q*-. AzEl'EDo, ÁraÌ€s de. Otna.anllaa, Riõ íte.làn iÌo: Norâ Aguilaf, 2000. p. Ì23-124. (Ffagnenb). t l f, o I 5. 6. ,. a. r AvaÍes de Azevedo explora a apresentação sucessiva de irnagens, cri ando um efeito quase cinernatográíico no texto. Ldentifique as dife- Íentes imagens assocladas à donzela. r Qual é o cenário apÍesentado no texto? as estrofes oodem serdivididas em duâs oartes: uma narrativã e ou- trâ em que o êu lírico estabêlece uma interlocução com a donzeìa. como essas duas partes contribuem para a construção do poema? Observe os vo(aïivos uti l izados pelo eu lrr ico enì seus èpelos á oonzetà. "ópdidafria, "Estátua sem vida, Tem pena de mim!" Tem pena de miml" r O que esses vocativos SLrgeÍem? r dentií que, no poema, outTosteÍmos qLre confirmem essa conclusão. Apesar de Írágil e doentia, a mulher também se mostrâ sensuâ1. Como a sensualidade se manifêsta no texto? O quadro de Gustave Doré i lustra uma visão romântica dâ beleza que se origina do conÍronlo entre os opostos. O poema de Álvà- res de Azevedo tâmbém introduz uma noção de beÌezâ pouco comum, Oual é ela? I De que modo essa noção de beleza pode ser fe acionada àquela rc- presentada no quadro de Gustave DoÍé? -- t I ÌERATURA Byron (1788 1824) ïo o mais i.rno9o dos poetas románUcos n g esês EnÍe suas ob|as maÈ co nhêcd.s está Do,lÌ.rân, em que apresenta urn retrêto satírico da so cêdade nglesa dd épocd. Deíen sor ardoroso da LbeÍdade, Byron vvêLr dê ácordô com sels priÌìcí pio! e nìoÍelr utandô pea nde Aclarnado pelos gregos conìo lìeró nacona, tevê seu coração -"nteffado na cdade de M ssoon-qh . O 5eu corpo emba sâmadofol uma A sequnda geracáo roffrántica é rnarcada por urna postura de exagero sent mental que a torna nconfLrndíve. nsp rados pof escftofes ing eses como Byron e she ey, os repfesentantes dessa geração am urna poesia que exa ta- va os sent TTrentos arrebatados ao rnesrÌìo tefflpo que apresentava o poeta so ado da soc edade, ncompreefdido pof defender valores morais e ét cos contrár os aos f teresses econômicos da burgues a F lhos do século XX, essesloven5 se rnostram mais vo tados para o próprio coraçáo do que pafa os gÍandes teff las que def in fam a poes a da pr ir Ì ìe ra geração (a divu gaçáo dos símbo os da identÌdade nac ona e a cr ação de urì conce to de pátr a). Por esse motivo, ncoTpoTaTn â magern de uffl heró românt co que defen- de va ores ncoffuptíve s coffro ê honestdade, o arÌ ìor e o d reto à berdade. Ern norne desses valorcs estão d spostos a sacrif caÍ a própr a v da A segunda geração romântica: m sta, pê o desejo de evasão da rea ldade, pela atração pe o r i stéÍ io e a ndd pe a consc ênc ã da nadapta ção do ârtìstâ à sociedade ern que v vê. A so dão, o cLr to a uma natu Íeza mórb da e sot!rna e, ac rna de tudo, a idealzação dà mLrlher virgl na e eterea são ds torrnas poét cês encontraoas paTa traouzlT em rnâ gens os sent rnentos arreltatados que fgrês, ÂeÍéló de MèdenóÀêre aaro//re Rr/ere,1805 Ó eo sobr€ te a 100 x 79.m Ape5arda sensua dade quase drâmátcõ .om q!-ê nqr€5 retrata esta pá dà lolem de 15 âiór ruâ Õresença er.eÍvamente e e!ànÌe e 5ot í.adê €m me o à pã saqem rura Trancesa ÍanÍorma'a em !mâ espé.e de aparFo, mpo5sÁ/e de lÕcâÍ A ponLrfa erègeÍ.dê, ê5socada aô arrebëtam€nto 5€ntirnental, cèracterístca doç âltores dâ sêgunda qêrdção romãnÌca, fêz com que íicassem cônhecidos conìo ultrê-românti(os O projeto literário dos ultra-romanucos A dea zação abso uta e o nteÍesse Dor duas déias essenc a mente Íomán ticas - amor e morte deí nem o proleto terár o da sequnda geração Essa geração de poetas atorrnentados, que íreqúenterr]ente morriarÌì a n- da lovens, fo maÍcada pe a expressão exacerbada de um subjetivisrìro pessi- poesia arrebatada 1818- _ 1S1 9- by.on eÍrtueDnruan Clrop I plb.a 05 PE '1839 rLidioJ, que er€Ínplf .am ô ten.le.c a u tfà D Pedrô areunre o 1840 ío.o, âo5l4anos D! - . Ía. te reu É.ad., o Bras tem!Énnearê. ço.uturà '1845 '1845 'êqúnda q?ÊÇâa: ideâIâçêa, pai\aÕ e notte 259 a LIÌERAIURA Urna outra facetado projeto lterário ulÌra-romántico será exemplfcada poÍ Câsim ro de AbÍeu Ern oposìção à expressáo pessim sta do sentirfenlo amoro- so, típica, poÍ exemp o, dê Ávaíes de Azevedo, quê fa a da so dão e da mode, caslrnÍo de Abreu fala de sonhos de arnor e susp tos de saudade, ãssocados a belâs ìrììagens de chácatas elard ns por onde passeiam mo(as v rgens e puras. O trâtamento dado ao amol poréffr, é o rnesmo nos dois autores. Ambos apTesentam o sentirnento aTnoroso dea izado de tal forma que não encontÍa espãço no rÌundo rea, poÍ isso é serÌìpre projetado em sonhos e raarcado pof susp Íos e lamentos. rOs agentes do discurso No Brasl do Sequndo nìpéro, os poetas eram em sua Tnarora jovens estudanteg que,longe da casa patetna, vvam ern fepúblicas. N,,luitos deles rumava m Ìlara 5áo Pê u o, onde ã m cu |sar a facu ldade de DÍeito no LaÍqo de São FÍancrsco Havámutopoucooquefazer na cdade, como conta Ávaíes de Azevedo em carta para sua mãe NuÌìc:ì r'i lÌÌgâÌ ião ÍÌsípìdo, como hoje eÍá S. PauÌo. Nur- ca 1i coìs ÌÌiús tediosa e mais inspifadofa de fl4n. Sc fòsse eu só qrÌe o pcnsasse. diÈse'ia que seriâ moléstia - mìs todos pensam rssim. - A\ida aqui é um bocejaÌ infindo. Não há passeios qre eDtretenham, n€m baiÌcs, nem socie dades, prúcce isto uma cidade de mortos - nio hánem uma carabonitacm janela só r'LÌgosas caretas desdctrtâdâs - e o silêncio das ruas só é quebrado pelo ruído dÀs tlcstas sâpate- âÌìdo no L dtlà, das mas. Esse silôncio con\icÌa mais ao sono qÌÌe ao cstudo, enlan- guesce, e entorpcce a imaginnção e pode se dizcr que â rida aqui é um soÍo perpétuo. .\ZE\DDO, ,{lQres de. Oa,z .a?,1&ia Rn, de ídcno: N.re ,\guiìrÌr ?{)00. OrganizaÇão: Alexei Bueno, p. tì I Ì. (Fr:gd.nlo). IJJ .rpr"-, ,aaio ütlüg!€$e: enhi\Ìere Longe da vdã no Rio de Jane; ro, então capital federal, ond-" os acalorados debates po íticos esti- nìulavanì a part c pação de escrto- res e traz ãm á questão da nac o- na idade pârê prìrneiro plano, odia- a dia dos estudantes erÌì São Pau o eTa po!co Insprrâoor t aonv€nto de sáo Fran. s.o, 5ão Pau o, em 1862 A prox midad€ com a Íac! dade de D reto iaz ã dô páto da iqreia lo.a de en.ontro paÍa osjovenr a i \ n D€scida do Brás, Sãô Pau ó, 186! Na 3êgunda metade do séc! oXlX, 5áo Pa! o não oÍer€ca a eíeÍvescê.câ tão apreciada pealuventlde a 260 aaPifuLo 14 Projeto litêrário do Romantismo: êxpressão de sentLmentos affebêtêdôs por meio de imaqenscomo a soldão e amor totã menÌe idea zado - LI ÌERATURA lvar A\amnl<t, A Muftê7ìo, 1A71 . Ó eo sôbE te â, 1 1O x 129,5 cm Ìêmpêíades são um dos temas peÍer dos dôs pinlores omânticd O soÌaÍnento culturalem que se viam definia urnã condì(ão de produ- ção Ínarcada por uína característica mãis cosmopolita. Em uqar de se ocupa- rem com os problemas nactona s, poêtas como Álvares de Azevedo dedÌca- varÍì suas horas à leitura dos mestres íomânt cos euroDeus. lsso fazta Corn oue p'oouTis\e1 .rà poê9ia rìai tni.osoecti\o, oe (drarêÍ nênoS nèc o-a A circulação dos textos tambérn era influenciadã pelo contexto em quê viviam. Como havra poucas oportun dades de interação social, os saìões toF navãm se o espaço mais íreqüente para a divu gação da produção poética do período Nessas reunióes da eÌrte, ao chegar, urn poeta era medatamente convidado a declamar alguns versos. A difusáo dessa práticã fez com que \-rq .er do s r pos dê poê.os oc dec aÌèdo es ô o\ rôpe-i i \rã(. Os declafiìadores apresentaÍÌì versos de sua autoria, previamente compos- tos, ou declarnaÍn quadrinhas populares. Os repentistas animarn a festa, porqLre aceitam o desaíio de urn mote proposto pelo públco, a partir do qual conì- põem os seus versos. Poetascomo Munz Barreto e Laurindo Rebeo se consa- graram peã capacrdade de irnprovisação dernonstrada nossalões da burguesa. Essa prática associava poes a a uma ÍoÍrna de divertirnento popular, o que contnbuía paÍa a sua d vulqação A poesia da segunda geração e o público Quando ÁlvaÍes de Azevedo nqressou na íaculdade de Dire to, em 1848,já a freqüentavam, anos mais ad antados do mesmo cufso, os escrÌtofes Bef- nardo Gu maÍães, Aureliano Lessa, José de AlencaT e João Cardoso de N,4ene- ses, o Íuturo BaÍão de Paranap acaba. O conviv o esÍeito no espaço âcadêmi- co estimu ava a tÍoca detextos e Íaza com que os autoÍes Íossem leitoÍes uns dos outros, realmentando o nteresse por temas ãssociados à expÍessão de sentiÍÌìentos ind viduais, à solidãoe às v sÕes ideãlzadas da infância e do arnor. Nas pequenas sociedades estuda nt s que seformavam, a vida boêrÌìla fac - itava a aceitaçáo, sern luízo moral, dos textos de sêus Ínembros. A leituÍa e a discussão dessa produção lterár a foÍnecla aos poetãs um públco de peÍi ntelectualrnente Íespeitável, diferente daquele para o qua recitavam nos sa- lões burgueses. Erarn todos leitoÍes d os versos a rrebatados de Byron, Shelêy e Alfred de Àlusset. Reconheciam, portanto, o nteÍesse que os temas associa- dos ao amor e à rnorte t nham para seus companhe Íos. - Locus horrendusi a natureza tempestuosa O cenário preferdo pelôs poetas ultra-Íornânti- cos é tempestuoso, sotuÍno. As forças incontrolá- ves da natureza raios, chuva, ventos - sirnboli- zam, de certo modo, os sentimentos volentos que precisam ganhar expressão iteÍáÍia. Essâ natureza compõe uma espécie de ugar horrendo (/ocus hol- rendus), que aco he o poeta por refetir simbolca- mentê seu soÍrimento nd vidual. Somente no contexto do sonho a natuTeza seÍé apÍêsentadaemtonsmaispostvos, assumindo umê feição paradisÍaca. Éspaço das fantasas irreais, ela funcionará como contraponto aos cenários rnaisíre- qüentes em que a escuridáo, os lugares ermos, os cemitérios e as pÍaias abandonadàs servem de refú gio para os sofredores desesperados. Se.run ja aenção: ìdealìzaçao, paixãa e nafte 261 a ! 3 j €g !l - TITERAïURA r O "mal do século" e a sedução da morte A idéia de morrer, para o u tra-ToÍÌìântco, tem sentdo positivo, porque ga- ranle o térÍÌìino da agonia de vivêr. É no contexto das desilusões e da mane Ía pess ÍÌìista de encaÍaÍ a ptópra existênca que a moÌte surge como so ução. Morte (Hon de delirio) PcnsarÌerto gentil de paz eterna. Amiga noÍte, vem. TiI és o termo Dc dous ÍantasÌnas que a existêÌìcìâ lormam, Dessn âÌÌrÌa \ã e desse corpo enfermo. Pensamento gentil de paz eterna, Amiga morte, ve1n. Tu ós o nada, Tu és a ausência da! noçales dì \áda, Do prazer que nos custâ a dor passada. Pensaìnento gentil de pàz eterÌìâ, Amiga mortc, vem. Trì és âpems A \isão ÌÌìais real das qu Que ÌÌos eÍtiÌÌgues asvisões ierrenas. 1...1 Amei-te semprer- c pertencertc quero Para senÌpÌe tâmbém, amigã rnorte. Q' ,c, o o, hão. qu, , , , d re, , . , . e ' .ppìême,, ,ô Qìre não sente doslaivéns dã sorre. 1...1 I I j fE uoço*, .o'1..'tn' Amigos de morte! Este caso entrcu para a h stóriâ da FacLrldade d-" DÌeito do Largo de 5ão FraÍìcisco. Ìêntando ganhar dinhe ro parâ flnanciaÍ â vda boêmia, Bernãrdo Gu mãrá€steve â déade "ÍÌìatar" Á vares de Azevedo, jovem de saú- de fÌágil. Ajudado poÍ ouÍos ês tudantes, BeÍnaÍdo convence! o poeta a de taÊse soble uma rne5a com as mãos cruzadas sobíe o peÈ to e o corpo coberto poí um en- çol. Depois, espalharam a notÍcal "Morreu o Á vares de Azevedol ', Eíudântes e prof€ssores foram até a repúblicã onde ele nìorava, paía â despedìda. ú contÍibuÍam paÍa as "despesas doenterro'i BeÍ nardoe seus am gos, com od nher ro aTTecadado, cairarn na Jìo ie em blrsca de dlversão. Logo, porém, a farsa fo descoberta: Álvares de Azevedo pÍecisou voltâràs.u as e exp car que tudo náo passara de uma gÍande brncadeÌa. a 262 cAPiTULa 14 I_REIRE, JmqreiÍz. In: R]\NtlEll-\, Nlânuel (OÌts.). Anün\ìa dos l@tds tlasibitút: lasc.omânú.â. Rio deJanetro: Nora lÌonteim, 1996. p.218-219. (IEgnenb). Os v-"fsos delunqueira Fre Íe (1832 1855) revelam ãs razões romântcaspaÍa o culto da morte. E a é aTniga, acabâ corn o corpo doente e com a a ma inúti, dá paz a quem vve em aqonra. PÍomessa de descanso eterno, Íefúgio para as dores da vida, a motte ãpa- rece nos poeTnas u tra românt cos diretaÍÌìente I gada ao amor náo correspon- dido, fonte de sofrirnento insuportável. O binôÍÌìio amor-morte é tÍaduz do, muitas vezes, pela oposiçáo entre o desejo de amar e o desejo de morrer. É tambérn a morte que fãz cessar outra fonte de grande af ição paÍa o ultra-romántico: os irnpulsos sexuais. Adeptos da total dea lzação amorosa, esses poetas não podem negar ã lorça dos desejos, mas os associam ã um sent mento de cu pa e destÍu ção. Por esse rÌìot vo, seus poeÍlìas êpresentam a poss bi idade da rea izaçáo amorosa v ncu ada somente a contextos iíeai5, seiam e es a manifestação do sonho ou a prornessa da vrda eteÍna. O fascín o pea mor1e, pela escuridão, pea doença fez coÍÌì que muitos dos lovens escÍtoÍês buscassem meios art ficiais de fugir da realdade e conquistar o rnundo dos sonhos. Drogas, corno o ópjo e o haxixe, e bebidas Íories, corno o abs nto, eTam ê guns dos "paraísos artif c ais" a que reconlam. CoÍÌìo resu tado da v dã boêrnla, mu Ìos romântcos rnorreram cedo. quase serÌìpre vítirnas da tuber cLrlose (tâmbém conhecida como "tGrca'). Essê compoftamento autodestrLrtivo, associado ao téd o e à depressão. Dassou a seT conhec do corno "mal do século". -TITERATURA iiilliiiÍtiiìitìì'i liì1:i: A releitura do amor ultra-Íomântico no Íock qótico do Evãnêscence Trtígd-me púru a aidrí (Brig nre u tife) Meu espírito doìnìe cn aìguÌ lugü iiio ató quc voce o encoltre e o levc de vollâ pra.âsâ ,\coìderne por clcntro (liu não coÌÌsigo a(oÌdaÌ) Acol(:]er!e po. denl.o Me.hanìe e rne sahc da escu,idiÌo Obrigìe meu san$c a liuir (eu não consiso r(oÌdar) antcs quc cu úe deúâçÀ sàÌr'enÌe do nãda cni quc eu me lomei t...1 t-!I, Am]'; MOODÌ] Beni H()DGES, Darid. tlring nìc to ìife .IÌìbÌtìrrl.r Lvtu,es.en.e.b: aal,.r. Ri(, de làrüo: sÒnr 2003. L.úrdisponí?ì em: <httP://eraìes.en.e.Ì€d:s.rcÌÌâ.onLLìÌ:. À$oenÌ:13!úr2005. ? Amor e morte: as virgens pálidas Conseqüênca do deslumbramento com a idéa da rnorte, a mãgeÍn de beleza fernin na seíá mod fjcada. IvlulheÍes lânguidas, pálidas, e1éÍeas substÈ tuem as virgens robustas de estéticas anteÍiores. Assaltados pelo deselofísico, os ultra Íomán- tcos compóem poemas em que a assocração entre a peíelçáo feminina e os tÍaços da rnorte parece condenaÍ qua quer possib ldade de ma nlfestação fisica do aÍÌìor. O ideal de beleza ultra-romântico O rnaq náro ullra-fomãntico é povoado por v rgens pá dês, imaculadas. Esse ldealleminino seÍá concretzado pela reeitura aarktica de al' gumas personãgens célebres da teratura un- versal, comooíélia, da peça Hamleí deShãkês- peare. Amantes nfe izes, coÍno Romêu e lulie- ta, iambém seÍão ícones Lrltra-romãnt cos. t l i O €st lo dérk dâ vocâlstã Amy Lee ê as mús cas deprêss vas etrá g cas do gÍupo dê rock Evanesc€n ce rêcriam a êltet ca ultra român tca. A ma or parre das etÍas do gr!po exp ora o o€sesp€ro, Ìa.n do dê amor, doÍ e soíÌrrnento, como é o caso da músca "Br ng Discuta côm seus coegas qua é o estâdo dê êspÍto ern qLre se encontTa o eLr lírco da canção? Q!e eeÍìrentos de l ingragem ìn d cam esse estâdo dê espírto? A cafâcterização do eu lir co pode seÍ intêrpr€tada como urna r€lei t!Ía contemporânea da visao !l- tra-ronìántra de amoÌ? Pôr qLrê? I Mlãs o/è/ ia, l35l 1352 óleo5obre Ìp ld Sequnda qeracáo: ideaiizêçáo, paìxâ'. e noÍe 263 a LIÌERAÌURA Pálida No deÌírio da ddente mocìdade Por tua imàgem pá.Ìida livil AfloÌ de coração do amor dos aÌìjos OrvaÌhei a por til O expiraÌ de teu caÌìto ÌaÌìentoso Sobre teus lábios que o paÌor cobria, Minhâs noìtes de lágrìmas ardentes E de sonhos enchiâi Foi por ti que eu pensei que avida in.eira Não iâÌiâ uma Ìágrinìa- sequet Senão num beijo tlêmuÌo de noite... NuÌÌÌ olhar de muÌher! Tn dgem t...1 Se a vida é Ìírio que a pâi{ào desflora, Meu lírio ürginaÌ eu consen€ii Somente no passado tive sonhos E outrora nunca meil Foi por ti que na ardente mocìdade Por uma imagem pálidavivil E a flor do corâção no alnor dos arìjos OÌ-vaÌhei... só por ti. V, \ r 'Do. Ú,, , , . , r . . ^ - , . . . "1r , . tu"" , .JJn4\o-. \!r,i .' 2000 t. rÍ<16 ì /I' 'gmcnro\ t lq PaloÌ prrd? bid. r, johnNenryFusei ,s i lér .È, 1799-1301 EmmuÌasobras Íòmânt cas, venos pe$óas medtândo a respe to do destino. Nesta obÍa de Fusel, o desespero e a Ía9 | dade do seÍ huhâno d anÌe dà5 inceneza5 da vida Í.àm bem evdenÌes | 264 CAP|TULO 14 O eu ír co do poeÍÌìa suspira e chora por lma mulher de láb os pá idos A so ução encontrada para a desllusão aTfoTosa vêTn expressa em unTa estranha condiçáo: se a v da é um lífo que e destruído (desflorado) pe a paixão, entáo ele foqe do amor (mantéÍÌì-se vifgem). O u tra-rornântico desenvolve otema do aTnoTsexualzado de rnodo negã- tvo, sempÍe associado à condenação de suã realzaçáo e como um fator de corrupção humana. Por causa dessa postuta, idealza tota mente o íelaconamento amoroso. Somente em sonhos os amantes podem se tocar. A ÍrustÍação gerada pelo desejo não satsfe to dá ao poema uma tensáo eíót ca bastante grande. Essa ren\áo serd ,nê dd\ ÍordL e s.rco, dè ooes a oe Ál\ère- de Alevedo, r A linguagem da poesia da segunda geração: imagens e ritmos a, É Embora a iberdade forrnal continue sendo uÍn tÍaço carac- teÍíst co da produção poética dã segunda geração, os autores do período fazem uso fecoTTente de a gumas pa avras que os auxil iêm a construiÍ as imagens de saudade, soÌdão, mofte e pess mrsmo. Os termos escolhidos a udem a uma ex stênc a rna s depÍessi- va, marcada em a guns casos pela ÍÍac onal dade: pálpebra de- mente, natéria ìmputu, Iongo pesadelo, desespera pálido sáa apenas alguns exemplos das expressÕes q!e os autores seleco- nam para registrar urn olhar ma s pessiÍnista para a vÌda. Em outÍos momentos, a obsessáo pe a morte leva esses mes- mos poetas a evocar mêgens de anjos macÌentos, leitos pavo- Tosos, virgens tr as, etc. Toda a séÍie de substantvos e adjetivos que ind cam pal dez também será ut l izada com freqüência para caracterizaT a beleza feminína etéÍea ldolatrada pe os autores do período. O traba ho intenciona com a ÍnusÌcaldade das palavras me- rece atençáo na poesa da segunda geraçâo. No ÍÌìoÍnento eTn que essa pÍodução poética começa a ganhar destaque nos sa- ões, ã música também está em voga e pÍovoca urna ceÍta conta- mi.à. .àô.1ô< . Ìmô< n^òr.ô( -- TITERATURA I Na daÌÌça aüe cansa, Aaaka De üvo, Na \âÌsa, Tão fìÌsa, Corriâs, Fugias, Tranqúila, De miml t...1 t Bonnemâ on, /ôÉr árcbái;./é pelá reDpestade, I 799, ó eo $brc re a. o esv@çar dàs rcupàs e cbelos dêía mulherÊ o cÒntêíe entre suâ pele bÍanó, ô têcdô ê â es.urdãô, tÍâníôÍman na en uma fquÍa quas fantasmagóÍiG Íágil e inlo(áw ABREU, Ctunún. de. Ár 1tua'õ. são Pâulo: MadDs lonÌes, 2002. p.00-91. (Ingnento). Os versos curtos criarn, no leitol a impressão de que o compasso da va sa está sendo recÍ ado pelas pa avras, pTomovendo um nteressante eíeito rnusical. j Ë Lanbrança de morrer Neste poema, Álvarcs de Aze\Ìedo trata das questões que moveram a segunda geração: a morte, o amor e o sonho. Qualìdo em meu peito rebentar-se a fibÌa. Que o espídto €nlaça à dor vivente. Não deÌramem por mim nem uma lágÌima Em pálpebra demente. E nem deúòlhem na matéria impura Aflor do vaÌe que adormece âo ventol Não qüero que umâ nota de alegria Se cate por lìteü triste passamento. Eu deixo avida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro - Como as horas de um longo pesadeÌo que se desfaz ao dobre de um sineiro; Como o desterro de minh'alma errante, Onde fogo insensaro a consumia: Só levo uma saudade - é desses temPos Que amorosa iÌusãoembeÌeciâ. t...1 Se uma Ìágrima ls pálpebrâs me inunda, Se um suspiro nos seios iÌeme ainda, E peÌaúryem que sonhei... que nunca Aos lábios me encostou a face ÌindaÌ f q Pr€ludü: anuncia{,, prenunciara. h|e: ìápidê de ünâ !êprÌtürâ. Só tu à mocidade sonhâdom Do pá.Ìido poeta deste flores... Se vileu, foi por ti! e de esperaÌça De na vida gozâÌ de teus amor€s. Beúarei â l€rdade santa e nua, Verei cristalizar-se o sonho amigo... O minhavirgem dos errantes sonhos, FiÌha do céu, eüïoü amâr contigoi Descansem o meu leito solitâio Nâ Íloresta dos homens esqu€cida, \ A sombra de uma cruz. e escrevam nelâ: -Foi po€ta- sonhoü - e amou na \idâ.: Sombns do !ale, noites da monlanha, Que minhâ aÌmâ cantou € amarâ tântoi Prot€gei o meu corpo abandonado, E no silêncio dermai-Ìhe canto! Mas quando preÌudia ave d'auÌora E quando à meia-noite o céu repousa, Afloredos do bosque. abrì os ramos... Deìxai a lua pmntear-me a lousal AZE\"EDO, Ávdes de.In: BANDEIR{, Manuel1Or8.). Á,r,1"8r a dos lÈta: |Ìa:íür l fase fonânnca. Rio de Jmeiro: Noa frônteirâ, 1996 p. Ì ?5-1?7 (FragneDto). SEunia qeaúa: rlealizacáa, paixão ê narte 265 | - TIÌERATURA No poema transcÍito, o eu lÍico falã de sua moF tê. Que imagem ele ut i l iza para se refer ir à vida e ã seu f im na pr imeiÍa estrofe? r Qu€ expressáo dessã estrofe sugere que o êu kico or . der" " . d" -m -q" de olr ìer lo? I 'p rq êpor quê. Nâs duâs pr imeiÍâs estroÍe5, o eu lúico se dir ige àquelesqueoconhecem eÍaz um pedido. o que ele pede? r A just f catva para esse ped do apaÍece na terce râ estrofe, em que o eu lírco compara a morte a duas situaçoes. Quais são e as? . Cons deÍando essas compârãçÕes, explque de que rnêneÍa o eu lír co vê a morte. I E \" / r .do dd rore -dr, o d ' td\do de. - poê-nd a -g I 'dd gê d oo o-nd ìr " F piq r" por qlr- Releiâ. "Só Ìevo uÌna saudade - é desses tempos Que amoÌosa iÌusão embeÌecia." r A que se Íefere o eu Íiico nesses veÍsos? r Esses ireÍsos ind cãm a pfesença de outro grande tema da poesa da segunda geração oamor Exp i que, a parÌ i r de elemenlos do texto, qua éavsão de amor presente no poerÍìa. 4. No poema, o eu lÍico Íaz reÍerência à mulherama- da. Ela tem existência realou não? Just i f ique sua resposta com elementos do poema. . Qua é a magem de mu her pfesente nos versos de Avares de Azêvedo? 5. Nas últimas estrofes, o eu lírico pede pâra seÍ enterrado com um epitáf ioque podeserenten- dido como um lema ul tra-romântico. Expl ique por quê. r Nessas estroÍes, o eu Írico estabe ece uma Íelação de pÍoxinìidade e ntegração entÍe si rÌìesmo e a natuÍeza. Qualé ea? 6. Compare âs inÍormações apresentadas nã ìinha dotêmpo deste capítulo com as da l inha dotem- po do caprtulo 13 e dis(uta às questòes à següir com seus colegâs, r OLêl Á d di feÍôr-è ê- l Íô o. ê o..ê_i"êr-o" êpÍe- sent;dos nas duas inhas do tenìpo? r De ol F n o1e Ía e.qa oifeÍ"r.è oolêr11 ^ê. 1a se- 9undd geÌação roraântca, a produção de obras l - terár as ma s voltêdas pêra questÕes ind viduals? V Í. { I r rLasrmrro oe Aoreu: versos doces e meigos j g ! Cas m ro de AbÍeu (1839-1860) fo opoetamast idoedecamadodase gunda geÍaçáo roÍÌìântica bras leira. Começou sua atvìdade l i terária em Lis boa, onde entrou em contato com poetas europeus. Ernbora tr lhe um cam nho ind v dual d ferente, acaba se ìnteÍessando pelos rnesmos temas que fas- cinavam os estLrdantes de Direto do Largo de São Francisco. A mus cal dade de seus ve|sos, oue acentuava a suavidade e fac litava a memorzação dos poemas, o modo sensívelcom que tratou de tenTas como a saudade, a natuÍeza e o desejo, sem a carga de pess m smo e cu pê que ãpa Íece eTn outTos autores da época, explicam sua pop!ìaridêde, pr ncipalmente entre o públÌco feminino. Como aconteceu corn váÍios escritoÍes de sua geração, Cas nì Ío de Abreu morreu cedo, aos 21 anos, viUma da tubeÍcu ose. r Leveza e suavidade O o har ngênuo para as questóes de amor destacã-se em sua poesia e lhe dá dentdade. Suas f iguras femnnas, por exempo, náo vêm associadas a imagens oe mone. Seus poemas la am de aspectos cornuns da v da: ã moça que vende as flores co hidas no jaÍdirn é comparada aos pássaros que brincam entre as ro sas. Alguns críticos identiÍ cam, nessa evocaçáo sentimenta de peqr.renos ob ]etos e cenas, uma va oÍização dos elementos prosa cos e um uso da ingua- gern coloquial que só teaparecerá, muito tempo depo s, nos versos rnodernis- -"" de lvldn-e B"nde ra. a 266 cAPlTuLo 14 TITERATURA ã ! ! ï : ç áÈ E r Os belos dias da infância perdida O sêntimento aTnoÍoso também âpaÍece s rnbolizãdo pêlosaudosisÍno de uÍrìa infância nocente, ingênua e perÍêiÌa. Entre os nossos u trâ-romêntìcos, Casimirc de AbÍeu é quem va exploraf oterna do saudosismo. Seusvê6os 5irnpes câíram nogosto populaÍe êlesetornou uÍn dos maisconhecidos poetãs de sua geração. A inÍáncia como momenÌo de fe cidade supÍeÍÌìa foi imortalizada nos co- nhecidos versos de Cas m ro de Abreu. Merc oito anos t E R ô Mâcêé, relião serÌana Fgue ra BËnca, tu, onde casim rodeAbrcu pa$o! a inÍãnc a Ohl que saüdades que tenho Dâ auroÉ da minha \ìda, Da minha infância que da Qüe os anos não tÌazcm mais! Que amor, que sonhos, que flores, NaqueÌas taÌdes fàgueims Àsombra das bmaneiras, Debaixo dos larmjaisl Como são beÌos os dìas Do despontar da €xistênciâl - Respin a alma inocência Como perfumes a nor; O màÌ é - lâgo ser€no, O céu - um manto azuÌado, o mundo -üm sonho doumdo, Aüda-um hino d'amorl Que auroras, que sol, qüe vida, Qu€ noites de meÌodia NaqueÌa doce âÌegÌia, NaqueÌe ingênuo tòÌgar! o céü bordado d'estrelas, A telrâ de aromas cheia, A! ondas beÍardo a ar€ia E a Ìüâ beìjândo o marl ABREU, câsimi.ô de. ,4r @haxdd. São Ìauìol Mrii rontes, 2002. p.38-39. (FraSment,. U ÌasEn6, amena, uaÉs, rsradtui! Todas as imagens associadas à infáncia são postivas. A natúreza é cafacte- rzada poÍ árvoTes de sombra aco hedorâ, o mar é como um lago sereno e o céu é estÍelado. Nesse cenário paÍadisíaco do passado, emeÍge o traço pfinci- pa que toÍna a infânca um momento tão saudoso paÍa o Lrltra-româ nt co: era o tempo da inocênc a. Cas m Ío de Abreu fa a exp ictarnente disso quan- do afi Í Í Ì ìa que a alma da cf ança resp ra "inocênc a" e menciona as br ncade - Ías "ingênuas". A nocência da crança é perdida na idade adulta. O poema reprcsenta uÍna possibi idade de reviver, de ÍoÍma dea izada, esse tempo perdido. r A idealização da pátria Ao lado do olhar mais posìt ivo para a vida, CasimiÍo também idealizou a pátr a, cantando oterna das saudades dos ex lados inaugufado poÍ Gonça ves Dias. Urn dos seus ooemas mais conhecidos é um canto de louvoÍ ao Brasi . Sequnda qeÊçâa: idealìzação, paixáa e nafte 267 a - I . I ïE RATU RA Minha terra Minha tetra tem palmeiras Onde.anta o sabiá. G. Dias Todos cantam sua teÌÌa, Tãmbém vou cantar a minhâ, Nas {ìébeis cordâ, da lira Hei de f^z ê-Ìa ranÌha; -Hei de d,ì he a reaÌeza Nesse trono de beleza Em qu€ a mão da natuÌeza Esm€rou-se enquânto tinha. t . . .1 Tem tântas belezas, tantas, A mìnha terra natal, Que nem as sonbaum poera E nem as cantâ um mortâll É uma terra de a'no.e' Alcatifada de flor€s Onde a b sa em seus mmores Murmüra: - não tem riEÌ! Í !0 nct*, naco, sem to4a. E3ítuu*: caprichou, Èalizou algo cor .nìdàdo e lelfeiçáo, Alc!úIadâÌ arapêbdâ. LübM - 1856. ÀBREU, CasnÌìim de. Paìa! .o,Pll.h' d, íiannin d. Á1,a. Rio deJd€úo: Ediou.o. p.72. ÁBREU, Casiniro de. ÁrlÌm,m. São Paulo: Martirs Fôntes, 2002. p. 1!-23. (Fragmento). A pátr a é a "ra nha " a ser loLrvada. As jóias da sua coroa são os elementos da natuÍeza sem iguai corn que fo agÍac ada poT Dêus. .ì!, j ; ó êQue sonhâs, üryem, nos soÌìhos Que à mente tevêm risonhosNa primavem inda em IÌorl No ceÌeste deraneio, No doce bater do seio, Que sonhas, üryem? - amor? Que céus, quejardins, que flores, Que Ìongos cântos de amores Nos Lindos sonhos te vêm? E qüândo a mente delira. E quândo o peito suspiÌa, Suspira o peito - por quen? Sonhando mesmo acordada, Pendida a fronte adorada, Num cismd mgo e sem fim; Do oÌhaÌ o fogo tão vivo, A voz, o nso Ìascivo, O pensâmento é -pra mim?l [E racivo: rclari\. à rnììaÌidade, à Áçü.M: pÌrnrd da ranília dos lirios. Vn!çào: rcnto lÌesco e sìaÉ. /Vestes yeÁot o eu lírìco pergunta a uma virgem adormecída o que ela sonha. Sonhos de uirgem Quando tu dormes tranqüila, Cerrada a negra pupila E o lábio doce a sorrir trntão o soÌìho dourado Nas dobr:Ls do cortinado Vem esmaÌtar teu dormirl Oh, sonha!- FeÌiz a idade Das rosar daú.gindade, Dos sonhos do coraçãol Puro verg€l de açrrcenas ou lago d'águas serenas Que estremece à üraçáol Feliz! FeÌiz quem pudera Colher-te na primavela D€ galas rica e louçãl Feliz, ó l'lor dos amores, Quem te beber os odores Nos orvalhos da maÌìhãl Lou{á: bela, rgrâdiveì à Àâ. a 26a cAPlruLo 14 -. TITERAÌURA Nas duas pr imeiras estÍofes, o eu l í r ico quest iona a virgem âdorme- cida. O que ele supõe que ela sonha? I O poeta se baseia na dade da rnoça para fazeressa suposição. Explque por quê. t De que íoÍrnã essa idade é caíacteÍzada? Observe as expressões utilizadas pelo eu ìírico pârâ se reÍeriÍ âos sonhos da virgem, "que sonhas, úrsem, nos ro"à(rs Que à m€nte te r'êm ÌÌronÀor I...1 No utPÂk datdn.io 1...1 Nos li'idor ron l,or te vêm? F.ntào o sanha àourdtlo c t '1e . O uso dessas expressões Íeflete ã visão de amor pÍesente no poema. Exp ique por què 3. O eu lírico se refere tãmbém a momentos em que a jovem "sonha acordada". Releìa. "Sonhando mesmo acordada, P€ndida a fronte adorada, Num ,, .mar rago e.em f im: Do olhâr o fogo tâo vivo, A \ o/ , o r i -o ì r , i rÕ, O pensamento é - prâ mim?l r A descÍ ção das reações da Íìoça nesse mornento sugere utna mag-ôÍì massensualde mulher Expl ique por quê .t- Qual é o desejo expresso pelo eu lÍico nâ últìma estrofe? t A nìan festação desse desejo Ìevêla uma v são do amor quese dlstLngue dâ que caracterzou a segunda geração romântca ExplqLleporquê. Álvares de Azevedo: ironia, amor e morte Em todos os textos que escÍeveu, ÁJvaTes de Azevedo sernpre exp oÍou o tema dos desesperos passionais, tratados a part r de duas peÍspectlvas: a séÍia e a rônica. É o póprlo autor quern deÍ ne, no preÍácio à segunda parte da l/ra doi vmte aros, as dLras inhas da sua produção lteráíiêi "Nos mesmos lábios onde susp rava a monodia arìrorosa, veÍÌì a sátiÍa que Íìorde". Monodiâ é a denom nacão oue se dá a um canto em uníssono. O sentido do teínro é im- poftante no contexto, poÍque feve a que o poeta perceb a sua íT ca amoÍosa como textos oue expressavam uÍna mesrnê visão dealzada do amor Ap'eseì.èndo \e cor' lo AIrel e cê|bà. d_io e oe'rò^to, Álvères d" Aleve- do prepara o etor para poeÍnas que exploÍãm a5 angúst as arnorosas ou as Íidicu aÍ zam. Desse conf j to, nasce a identdade iteÍáradopoeta, qLleotoF na único entre os ultra-Íománticos: o modo contrastante de tÍatar os temas da éDoca faz coTn que rompa o tom monocórdio e desafie uma concepção hoínogênea e estática de lteratura. Álvares de Azevedo têmbém sê dist ngue por seÍ o pÍime ro a trazeT a ironia paÍa o centÍo da cena Íomânt ca. 1900. AÍiele Calibã Ade e Ca iba são peuonagens dê ú t nìa peça escrita pof Shakês- peare; A lempestãde. EspÍftos que servern a um rnesmo sênhoÍ, .presentam cornporramenros opoÍos. Ariel é cordato e, a nda que às vezes contêste as ordens recebidas, é obediente. Calibá é MOEntO, tempesÌuoso mas, em- bora eventualmente obedeça, não o faz sem protêstar. A vaíes de Azevedo se rêtêre ao contraste entÍe es9a5 d uaç nâÌlr rezas no pre- íácto da Lirà das vinte anas: A Íâzão é simples. Ê que a unidade deste lvÍo íunda-se numa b no- miã: - duas a rnas que moram nas cavernas de urÌì céÍêbro pou co mâis o1r menos de poeta es crêveÌarn eÍe ivro, verdadeira medalha de dlas faces". E e Íe_ conhece, ass nr, sua capacidade de apa xonaFsê perd dâmentê, mastambém de riÍ do própÍio ar- Sequnda qeracàa de.hzàçàa. pè,.êo e nane 269 a - t I ÌERAIURA r Lira dos vinte anos : : Ë a : Obra divd da em três paÍtes, a llra dos ylnte ãnos reve a as diferentes íaces iterár as de Alvares de ATevedo. A p. -eird e " et(ê Íã pdÍrêc \áo Ìã-cà das pelo sentimenta hsrno e egocentr snì o típicos dos u tÍa-românticos. 5áo poemês que fegistram o fascÍn o pê a déia de morrer e a atraçáo pelas v rgens pá das e fras. Neles, a possibi ldade de concretização do amorfica co' Í i 'ddd do -1u_do do) on_o\êdd nèg la.áo. r RôdoÍo Amoedo, ^/u, 1885 óleo sobre Ìea,65,5 x 36,5.m Nesra rea, podêmôs dentiÍicar rraços da dealzaçéo ultra{omântca da mllher a se.s!â rdôde assoc ada à larquÌdez. Obsetoea "cenâêmorosâ cr âda nopoema oe! iÌco descre- !Ê !ma ml lhef q le dorme. Ea é âpresênÌaoê a€ acoroo com os .ichès utÍa romêiticos lvrg iô,Íosto ângu doi expressãó sÕnha A aproxmação e o beilo rou- bãdo(terce Íê enroÍ€) acortecem .om a donzeê âdÒrmecdã Essâ cond ção é o que perm iea apro- x màção sem Ìsco de cofcretza- çéô dÒ encofÍo arnoroso. En- qLanioê ã doÍmee sônhê, ele nos Íaa sobrc s suas íêntasas, dê xandoclaro qúe é governado pe â I j ó Além dos c áss cos romãntcos que ízeram a deÍcã dos poetas da sequnda geração Byron, MLrssete He ne , ojovenì Ávê- rês dê Azevedo devorava oLrtros auÌores na so dão de São Paulo. Nos poemas da Lira das vinte âroi, ee Íevela, por meo de epí- grafês, .s fontes de sua nsp Ía ção ierára:ceorge Sand, Vctor Hugo, ShakespeaÍê, Dantê, Ìhé- ophlle Gaut et Lãmartine, A exãn- dre Dumas, Goethe, Afred.dêV g- ny, Slìel ey, Cervantes, Chatêãubr - and e André dê Chéner, entre outros. A presença de poetãs n- gl,"ses e fÍdnceses enirc os prefe- r dos de Ávares de Azevedo toF na mâisclara a nfLrênca européia a 27O CAPITULO 14 Nôêpêlo parê queêv rgeíì pets maneça adormecdâ, ô e! Íricô deixa entreversua opçáo pela fan tasia E a não ev ta, porém, a ma- niÍêstêção do desejo ele afirma quê ó íltuÌo va e menos que um beijo; o cé!, menos qle uíì sus p ro de a eqra da mr hêr amadâ. Nê5 duas últimas estroÍes, o e! íf.o, âÕ mêsmô Ìempo en qLre assoca a manfestâção Íír ca do amor ao medo {o bejo d v nal é ''.ôh do a medo ), aÍirma o de- sejo dêter revvdas as usõesque Quando à noite no leito petfumado Qumdo à noite no leiio perfümado Lânguida fronte no sonhar reclinas, No lapor dâ iÌusio por que te on aÌha Plânlo de amor âs páÌpebrâs divinâs? E, quândo eu te contempÌo adonnecida SoÌto o cabeÌo no sual€ Ìeito, Por qüe üm suspiro tépido ressona E desmaia süa,!Íssìmo em teu peiro? Virgem do meu amor o beìjo a furto que pouso em a fâce adormecida Nâo te lembra ÌÌo peito o E a febre do sonhar de minha vida: DoÌme, ó anjo de amor! no teu siÌêncio O meu peito se afoga de ternum E sinto que o poÌì'ir não laÌe un beúo E o .éu um teu srÌspìro de ventural LÌm beiio dn'inal que acende as1€ias, Que de encantos os oÌhos iÌumina, Colhido amedo como floÌ da noite Do reü lábio nâ rosâ purpurina, E um voÌver de t€us oÌhos bansparentesj Um oÌhar dessa pâpcbra sombriâ, Talvez pudessem reviver-me n'alma As santas ihNôes de que eü ïiüâl Ázl\':EDo, Ínfes de. orla â,nlâk. Rio de Jú€ìro: Nor: Aguitaf, 2000. p.13313.1. LITERATURA Na segunda parte da Lirâ dos ymte anos, o hufiìor, a ronia e o sarcasmo emergern com força. Ern lugar do medo da concretizaçáo fís ca do amoí, o que se lnteÍpõe entre os amantes são obstáculos prosa cos, como a d stância q .e côod.ó \uds !dsds. ou os gó\ lo\ ^ô(e. dÍro pórd coÍ lê.d d Toçè Namoro d cdaalo nÌr moro em Catumbi. Mas a desgraça Querege ÍÌinha vida malfadada, Pôs Ìá níÌ Íim da rua do Carete A minha DuÌcinéia namorâda. t . . .1 TocÌo o meu ordenado \âi-se em florcs f, em Ìindas folhâs de papel bordado, Onde eu cscrevo trêmülo, amoroso, Aìgum vcrso bonirc... mas furlado. Nesse contexto ÍÌìais descontraído, o poeta cria cenas engÍaçadas que eTn- bram ao e tor que a realidade nem sempre colabora coÍÌì os jovens apalxonados. t . . .1 onteÌn tinha chorido... Que desgÌaçal Eu ia à trote iÌÌglês ardeÌÌdo em châmã, NIàs Ìá vai s€nào quando uma (arroça Minhas roupas rÀfuis encheu de lama... Eu não desaÌÌimei. Se Dom Quixote No Rocinante eryuendo a Ìarga espadâ Nuncavoltou de medo, er! maisüleDte, Fui mcsÌno sujo ver a nâmorada... Mas eìs que no passar pelo sobrado, Onde habita nas lojas minha beÌa, Por v€r-me tâo Ìodoso eÌa i itàda Bateu-me sobre as \,rntas ajaneÌa... O ca\':ìlo ignormte de namords Enhe dentes tomou a bofetada, Anepia-se, puÌa, e dá me um tombo Com pemas para o aÌ, sobre a caÌçada... t...1 AZEI'EDo, Àures de. ohz ear&/.a Rn, dejâncto: NoE r\güìlar ?000. p. 2,12'243 (lmgnenro). O pobre cava e ro en arÌìeado, aém de rejetado pela narnofada, acaba caindo do cava o. É eÍlì veÍsos assim que o hurÌìor ganha forma na poesia de Ávares de Azevedo. Podêrìo.ver, _d \eid sèrüsr|(d ê rón,d de poena\,o'r o e)re, -r a\ iqode que o poeta dasvirgens lângu das é capaz detratarde assuntos rÌìa 5 mun- danos e exp ícitos. t ! 9 Gustâve Doré, Dom Quiote e sancho Parça, qíavura. Dom Quixote, o ntrépidô cava eÍo que bÍaôd a suâ espada contÍa terríve s nìonnros qúe náô pa$avam de moinhos dêvênÌo, é mencionado neíe pôemâ pôr Á vÍês dê Azevedo pac compoÌ a tÍ íe f9!Ía do apa xofado qu€ não m-êde eÍorços para encontÍêr E Túoú, lèsriús, elcganrs, exagda'las È Sequnda qeraüa: ideâlinçaa, paixão e nafte 271 a - t I ÌERATURA r ,Voite na tavernal :i1> histórias de amor e morte -SiÌêncio, moços!acâbai com essas cantilenâs horrí\'eisl Nãoredes que as mülheres domem ébrias, macilentâs como detuntos? Não senús que o sono da embriaguez pesa negro naquelâs pálpebms onde a beleza sigilou os olhares da volúpia? ÉÌ s;gir.", ,.roo. r\ZD!ÌDo, Áwes de. Orra .dull'r,. Rjo deJaei.ol NÕvà AguiÌar 2000. p.565 (Frâgúêrlo). I 4 A cena de abertura das narrativas de ^/olfe na táverna não podeTia seÍ mais explícita: em um cenáro em que mulheres bêbadas dormern sobre as mesas, um gtupo de Íapazes dá início ao re ato de suas aventuras amoíosas. São eles Sofiêri, BertÍam, Gennaro, C audius Hermann elohann. Cãdê urÌìa dessas oeÍ- sonagêns irá assuÍÌì iravoz narratvã para contâraventuras queenvovem o lado destÍutivo, para os u tra-roÍÌìânt cos, do sentimento amoroso: o deseio cãÍna As histórias contadas não deixarÌì dúvida sobfe a lção ftnal: o amoÍ verda- dê ro ro e oo- ve ópoc a 'ro1e l\es\è obrd, o de; izdção p'esen.e -d p o." ultra-Íomántca, agora Jeita eTn teÍÍnos negatvos, a cança sua íorrna ÍÌìáxirna. Macá,o, a únicâ peça de teãtro escrita por Álva res de Azevedo, apTesenta um cenário nìuito seme hante ao de ^/olte na têyeana. É em uma taverna, à note. que tem Ìnício o d álogo entre o estudante Macáro e um estranho, quê Tna s tarde se apresentâ como satã. Essa obra, que rnostÍa o nteresse do autoÍ por teTnas satânicos, será estudadâ qLrando for apresentado o teatro romântico. O conlunto da obra de Àvarês de Azêvedo é povoado por magens de cu pa associadas à erotização do relaconamento amoroso, quê simbo izam a obsessáo desse autor com o ado rnacabro da vida e do amor. Hístó as extaordiná ai: entre a lucidez e a lou(ura Durmte lodo úr pesàdo, smbrio e siÌentc dia outonaÌ, em qu€ 6 nurem pâim m op)lsimrnentt baius tro céu, eu esrivê pNcmdo, sozinho, ã ca1,alo, atrz!És de úrà r€gúo do iDterior, sin$úmenre trjsbnha, e ainal me enconrei, âo oírem as smbràs da tade, perto da Ìnelancólica Cas de Ushe! Nào sei .omo fôi, úas, ao primeiro olhd sobre o ecliticio, irãdiu-me â alúa um senrinenro de dgúsrià insu- porável t...1. Qrc €ra-parei pda peDsd que era o que tmro me peÍrurbà\ã à .onÌemplàção da Caa de Usher? f,rã um misrérió iúreiEmente inslú\€l e eu nào podia âpeender õ idéid sombris gue se acuhlÌla\am em mìm, ao mediLr nism. tOE, ìldgm A. A quêdâ da câe de Ushe. I!: Pdta r lr,'a T.adução: Oscü NÍendes e Milron Aniàdo. Rio d€ Janeiro: Ddiouo. p. Ì 36. (Fragmento) , Qua serã o ÍÌì Íério da Casa de Usher quê dêspeÍta no narÍador do conto sentimentostão meancólicos? AdmiÍado Ìror escr tores tão diíeÍenles .orno Bau- dela rc, CortázaÍ e Verne. o norte-amercano EdgaÍ Allan Poe é um mestre do fomanusmo gót co. Nas Hlstó,ês exrraordlnárái, poe reu n Lr unìa co eção de obÍãç pnmas do slspênsê conìo "A queda d. casa de usher': "A carta rcubada', e seu conto mas conhecido, "O gaio prero". Em todos ees, é possíve identficar o qosto peo rnacabro e peo inexplicáve, além do c ma not!rno e enjqmático que fo umâ dâs pr nc pa s caÍacteristcês da litêÍâÌura u tra romântca. rustraçóes de DiCâva cêftipara Norie na tayerrá, dê Á vâres de A2êvêdo, ed ção de 1941 =a-4p/ [E sa"or", "l.".io-. d a 272 CAPITULO 14 1 - LITERAÌURA Fagundes Varela: uma poesia de transição Luís N co au FagundesVaÍela (1841 1875)costumã serassociado aos autores da segunda geraçáo Ernboratenha aparecido tard anìente no mundo literáro de São Pãú o, escreveu textos u tÍa-românticos. O conjunto da sua obrã, porérÌì, trazalquns poernas em que apaÍecem os pdme ros s nais da preocupação corn temas sociais. Êssã caracteÍística antecipa o traço íundã mental que deíinirá osautores da teÍceira gêrdGo oTdnlk o dr e o.Po-es.c1'oi \o."uNtoco10una--oÍoêIo_. i .oo. I Ju z de DiÍeito, Fagundes Varela teve sua vida marcâda poÍ uma tÍagédìa pessoa : seu pr meÌro fi ho Tnoffeu coTn apenas tÍês nreses de vida. A dor pro- vocada poÍ essa perda levou-o à vida boém a e âo alcoolsmo. Em homena- qernaof ho, compôs urÍrdeseus poemãs mas conhecidos: 'Cânticodocal- vário '. Leia a pÍimeira estrofe. Cânüco do calaário A nenóÍìa de neLt filho narto a I tde clezembro de 1863. ! Eras na!i.Ìa a poÌnbâ prediÌeta QÌre sobrc um Ìnar de angústias coÌÌduzia O ümo da espeÍançâ. - Eras a cÍrcÌa Que cntre âr né\,oas do inveÌno cintilala ApoÌÌtando o câminÌro ao pegüreiÌo. Erlls a messc de Lrm doumdo estio. Eras o idíÌio dc um amor subÌime. Eras a gÌória, - a nÌspiração, -a páiria, O porliÍ de teu paìl -Ah! no entanto, Pomba, - \,arou-te a {echa do destinoÌ Astro, - engoliü-te o temporal do nortel Teto, - caístel - CreÌÌça,já não vivesl \AR[LA, tìgundes. P@,ar l]le.hin: EdeìbÍa t.2]2 2Ì3. (Fragm.nlo). Apesar de abordaros ternas rna s caTos aos ultTa-rornántcos so idão, ÍÌìoF te, nadaptação socal , Êaglndes Vare a compôs alguns poemas ern que a escravdão é apresentada corÌìo uma injustiça socia e urìra ofensa à humanidade. j ) 7.; ' I O texto â seguir refere-se às questõês de 1 â 3, Bertram Bertram, uma das personagens sentadas na taverna sombria a navela ultra-romântica de Álvarcs de Azevedo, cÒnta a íoí levado pelo amor de uma mulher. em que se anbÌenta "perdìção" a que LÌm outro conviva se Ìevarìtou. 1...1 Es"eiou o copo cheio deúnho. e com a baba nas mãos alvàs, com os olhos de v€rdemar fixos, Ênou: - Sabeis, uma mrÌÌher le]lou-me à pcrdiçào. Foi elâ quem me queimou a tronte nas orgias, e desbo- tou-me os Ìábios ÌÌo aÌdor dos vinÌÌos e Ììa moleza de seus beljos, .Ìuem me fez delassar páÌido as lon- gas noites de insônianas mesas de jogo, e nadoidi ce dos abraços coÌÌ\a sos com que ela me aperrâ\a o seiol I . . .1 seqúnda qe?üa: idealizaçaô, paixãa e nofte 273 | - t I ÌERATURA Foi uma \ida insana a minha com âquela mu- Ìherl Eü un rìajar sem fim. 1...1 Nús,^ dir ' efJm ìrn(Jdo\ ao ço'ro ' omo pFro- Ìas âo amor; nossas noites sim emm belasl Um dia eÌa partiu; partìu, mns deixou-De os Ìá- biosainda queimâdos dos s€us e o coração cheio do gerÌne dos úcìos que eln aí Ìmçra- Partiui mas sua lembrânça ficou como um fmtasma de um mau ânjo perto de meu leito. AZE\trDO, Alvres de. Naih na talna e fDenat 6.abidú (]t Lìtu tÌ6 únb atuü). são Panlo: [tôdernâ, 199.1. p. 25 28. (IngnenÌo). í . 2. ldent i f ique o que o narrador descreve como a "perdiçâo" a que foi levado por umã mulher Bertram âtr ibuisuâ degrâdação moralâ essa mulher. ldent i Í ique a5 expressões que se rêíerem a ela e âos sentimentos do narrador. r Que magem de mulher é suqerda por essas expressões? lustração de DiCavacant pãfê ê obrê Nofe ,a aaverrê, edçâo de I941. I O texto a seouir refere-se às ouestões de 4 a 6. 3. A construção dessa ìmagem dê mulher contr ibui pâra i lustrar a vl- são quê os poetas dã segundâ geração têm do amor sexuâl izâdo. Qual é êssa visão? . De que maneira o relato de Bertram de xa mp ícita a v são de amor que seÍá defendida peos poetas u ltrâ-Íomâ nt cos ? E ela! E ela! E ela! E ela! Neste poema, Álvares de Az,-vedo tàta de modo írônìco o amor ultra-romântìco. E eÌal é elal - muÌÌÌìurei tremendo, E o eco ao Ìonge murmÌuou - é elai Eu aü... minhafada aérea e purâ- A minha lavadeira najalìelal Dessâs águas-fÌutadas oÌÌde eu ÍÌoro Eu arejo estendendo no telhado Os vestidos de chita, as saias brancas; Eu a vejo e suspiro enamoradol Esta noite eu ousei mais atreúdo Nas teÌhas que estalavam nos meus passos Ir espiàr seu venturoso sono, \rèÌa mais bela de Morfeu nos braçosl Como doÌ:Ínial que profundo sonol... Tinha ra nìão o Íèro do engomacÌo... Como rorcara maliosa e pural... Quase caí nâ rua desmaiadol Atastei a jarÌelâ, entrei rÌedroso... Palpitâva-lhe o seio âdormecido-.. Fui beijá1a... roübei do seio deÌa Um bilhete qüe estâva ali metido... Oh! de certo... (pensei) é doce página Onde a alma derrâmou genús amores; São versos dela... que amanhã de certo E1â me enviará cheios de flores... Tremi de febrelVenturosâ folhal quem poüsasse contigo neste seio! Como Otelo beijando a sua esposa, Eu beijei a a tremer de de\.?ÌÌeio... É cÌaÌ é cÌal-repeti tremen<ìo; Mas cantou nesse instante uma coruja... AbÌi cioso a página secreta... Oh! meu Deusl era um rol de roupa sÌú:i NIas sc \{crther moÌrerì por \€r Cdlota DarÌdo pão com nanteiga às c mcinhas Se achou-a âssim mais bela, - cu mais te Sorhlndo-te a Ìavar âr camisinhasl É elal é eÌal ÌÌÌeu amor, minh'aÌma, A Laura, â Bentriz que o céu re!eÌa... E cÌrl é eÌ.r! - murmurei trênendo, E o eco ao Ìonge suspiroÌr - é elal MDvEDo, Á\zÍes de. P@r,6.,n t 16. Rio d€Jâftnì: EdiÒuro,1995. p. 60. a 274 CAPlruLA 14 f j é I . I ÌERATURA ü ,1gü*rütarl6: espécies de só1io. "De Morfeu DG bFços" domìndo. Mnioso agÌrdáÉÌ ad Òu\idos ndodioso CiGo: .on .Ìidàdo. zelo. V 4. Álvâres de Azevedo temâtiza, no poemâ, os sentimentos que to- mam o eu l í r ìco ao ver a mulhêr ãmada, Transcrevâ algumas passa- gens que remetem ao sent imentâl ismo cârâcteaíst ico da segundâ geração romântica, 5. Asituacão dercrita no ooemâ remete a um tema recorrente na lírica âmorosa: a visão da mulher âmada âdormecida, ldent i Í ioue as oas- sagens que indicãm ã ideal ização da cena e da mulher amada. r Que elêmentos não coíespondêm à dea izaçáo caracteísticâ da se gunda gerâção? I Explique de que maneirâ esses elementos revêlarn uma posturá Íôn cã em relação ao irisnìo exãcerbâdo dos ultra-ÍoÍlìântrcos 6. Quâlé a re{erência l i terár ia usâdâ pêloeu l í r ico pârajust i Í icar, i roni- camente, o seu amor por uma mulher que não corresponde à ima- qem de musa ul tra-romântica? Explìque. t : a t ? ? Ìh Antonio Candido (1918-) Erìsaísta e professot é hoje unì dos cíticos i terários de nìaior prestígio no Bras . Recêbeu, em 1998, o pÍèm o Camóes corno Íêconhec nìen' to nternac onál pêlo conlLrnto de sua obra. conìo prolessoÍ, Anton o Cand do contribu u para a fornìaç;o de mu tos dos crít cos e professor€s que hoje atuam nas pr nc pa s un vers dddes pú b cas bras eiras. O poema até certo ponto peÌ'vêrso, "E ela" I...1; ou oütro, mais ftincãm€ntejocoso, "Namoro a caEÌo ", pâÌecem à primeiÌa üsta mero antídoto, ou pelo menos corretivo ãos intangíveis amores de outros poemas. No entanto, têm lambém a tunçâo de r€forçálos. Uns e ou- tros, com ef€ito, faÌam de amor€s não reâ.Ìizados; o burÌesco de uns coÌÌesponde ao platonismo de ouúos. IaANDIDO, Anbnio. aomdfaì d, ltrahra hBirzu monertos d€.isilos. 6. ed, Belo Ho.izonte Ìtariaià. Ì !81. 11 2. p. 18?. (Imgmento) . E .1o"o,o, .ng-ç"ao, .a.i.o. Bulam: que pÌ.rcca o úo, Explique No comentár io que Íaz sobre os poemas de l i râ r Releiâ os poemas "Quando à noLte no ei to do5 vmte anot Anton io Ca ndido (onclu i que há uma perfumãdo" e "Namôro a cavalo" e procure equivalénciâ entre o trâtâmento sér io e o i rdnico oer- i - i (ar de que -ooo à rêla(áo aroÍosa e dâdo âo temâ do amor nos poemàs de Alvàres de dp'eseriada em -èda Lm oelê( Azevedo, Redija um parágrafo argumentãtivo em I ObseÌve, a paÍtirda compaÌação entre os dois textos, que você explique €omo ocorre essâ êquìvalência, de que modo o "buÍesco" de um coríesponde ao Antes d e desenvo lve r seu pa rá grafo, su gerimos " platon smo " do outÍo. as segurntes etapas, Sequnda qe@çao deahzêçao paj,'àô e mane 275 4 segunda geração romântica: o fascínio da morte j t 1 t Joseph Dêns Odevêere,Byrón em5e! /e/ro de mone,. 1826. Ól€osôbfêteta, 166 x 2J4,5 cm A pintura mÕírâ Byron, que hoÍe! ao utâr pela ndependênca g.eqa côntra a Turq! a, côrn uÍna coroa de Ò!ros, como um anÌiqo herólgreqo. Os ítú ôs de s€Ls pôenas aparec-êm ins.rlos na cama. Byron: a morte como libertação No ll ltTa-Roma nt sÍÌì o, ê morte exerceÍá um gTande fascÍnio entre os poe- tas. Byron será o pÍinìeiro a cantar a morte como o caminho q!e lvra o indÌvÊ d!o da ex stênc a sem sentido, maÍcada pelo sofr mento ETn seus poenìas, a morte ê apresentada corÌìo urn ansêio do sujeito. No trecho abaixo, a v da é detnda corfo um "padecer" tncessante do qua cada ,,huTnana cratuÍa,, gostaria de se lbeÌlaf. I : ! Eut&násàa t . . .1 Monerl Alhures ir... Aonde? Ao paradeìro Pârd o í ÌJr l rJ, ìo fo i r on, lc ud,, i r ; rFr ' Ser outÍa vez, o nadai o qüeìá íui, primeiro Que abrolÌÌasse à erisiência e ao \i\,o padeccrl... Contadìs do ü\.er as horas de rentura E as que, iseÌìtas da dor, do murdo hajaÌì co1Ìido, Em qualqÌrer condição, a hÌrmanâ criatura Dirá: "NteÌhor me foÌn o nÌrnca haver nascidol" ü,u,*e, o, oro r.sr Aìúlhàse:Áurgr$e, !às.c$e, bÍÍ,Ne. B\RON, Caorye G,rdon Noel. Dispônn€lÈÌn: <htrp://\$ajuna.âúigos.co!ì.bD. Á.e$. em: t5 abr 2005 Os versos do poeta nglês encontrararn eco na voz de vários poetas bÍas ei- ros da sequnda geraçáo fomántica, sobÍeiudo de Álvares de Azevedo. .276 CAPÌTULA 14 O descanso de uma alma atormentada A morte vista como o I m de urna v da sem alento tambérn ganho! l !gar nâ poesia pré rnodernista de AugLrsto dos Anlos. Nos versos do poeta, elê seÍá a voz que drá âo eu ífco que o nìorìrento do deselado descanso para !mâ existênciê atorrnentada enÍ rn chegou. A esperanea t . . .1 N{uita gcrte inlèliz assim Dào pensa! No cntâÌìto o nìüÌÌdo é uÌÌÌa iÌÌrsão completa, E n:'ú ó a Esperânçà por sentença Este laço que ao muDdo ÌÌos rnanieta? t . . .1 E eu, que \i!o arcÌado ao desâleÌrto, Também espero o Ínn do meu tor|rento! Na\'oz d;l N{ortc a nÌe bradar clescaÌ âl ÀNJOS, ,{uguío dos. -Lì ú ,,/zr drd Rio d€ Jan+. i t r víLood r l , | | 'Ò. 1, | | .n Uma prece No poeffra do modernista N,4anuel Bande Ía, o pedido para a chegada do f m deriadeiro vem em forrna de prece. Para urna v da sem alegr as, o eu ír co roqa que lhe sela dâdo o que sempre buscou: uffra boa morte Oracão a Nossa Senhora da tsoa Nlorte t . . .1 DesengaDei me das ortÌas saDils (Pedi â muitìs, rczcia tantas) Âté que rìnì dia nÌe apÍese taram \ SrnrJ Rirr du, lh l ,uìr \ , i . . Fui despacÌrado de ÌÌìàos vuiasl Dei a rc,ftâ ao nìundo, leütei a sorte. Nem deglias mais peço agoÌ., Qu, . , , ,e o i !F. ,o,1. . d legr.ò Iudo que I'iesse, \,ì a tardel O quc nalida pÌocuei sempre, - XÍcus impoisí\'eis de Santa Rita Darrne eis Ìrm diâ. náo é verdade? Nossa SeÌÌhora da Boâ llortel ÀÀNDEIRA, MrnueÌ. /jìú"ld ,, ,,/d ìrrta. Riodc.jineno: No\.rrortcnì, Ì993. p 154155. (Ingnefb). t i lI u-i"ru "o'..0. o,o. : i Sequntlê qeÊçãa ìdeêlìzacãa, paixão e n,.rle 277 a :'ilii:r , i! tiÌr rÌ " t ' l . . . '1 a : j - Poro novegor Jfl htipr/www biblio.oíg/wm/ o Wèbmuseum está no aí desdê 1994 e oÍerece acê$o a obrês de a.te por períodos histórcos e €Í i los, separando os por pêís de or igem. Hé boâs imêgens de Wil lam B ake (r7s7 1827), âr t is tâ notável do Romãntismo ng ês, que regjsüêva em sêus quêdros e pôemas o míst co e a emoção. O s/te tambem apresenÌa obras de caspar David Fr edrich (1774-1840), romántico a êmão. Em inglês. httpr/www.ínêtmuseum.org O stte do Museu Metropo itano de Arte, de Nova York, oferêce a posib lidâde de visua lzar obras de GéÍ lcaul t (1791-1824), Corot (1796-187s) e de ouÌros nomes da gerâçào romênt ica do sécu o x lX Enì inglès. httpl/ww.bibvift .í!turo.usp.br O Jite da Escola do Futurô da Un vèuidade de 5ão Paulo oferece ê Bib lotêca V rtual do Enu dãrte de Lín9ua Portuguesa, que posibl l ta o a.e$o à obrê de Ávares de Azevedo, o pr incipal autoí dã sê9unda 9erãção romántica brasileira, organ zada ern quãtro volumes: Lna das vintes anos, Macátio, Noìte na taverna e Poemas mal.lìtos. httpt/V\/\e. ita ucr,r tura .or9.br O ilte do InstÌtuto Cultuíâl taú ofêrece aceso a b ograÍias e a uma breve antoiogiã do poeta Casimifo de Abreu. Além de matêrial do êutor e de cronologia de fãtos, há a apresentaçãô de a gumas pá9inãs da crí Ì .a sobre o êscf Ì tor . Contas fantástícos dÕ século X/X o Íânlán co vroféro ê o Í.ntán .o .olidiaÌro. tra o C. vino ÍOro ) 5ão Pàu o Comparhà dàs Letràr 200,1 Esa seleção de.onÌos do sé(ulo Xlx, rêal lzada pe o escr i tor l ta o câlv ino, reúne os mãls mpor tantes nomes dã narrativa .urtã em tempos românÌicos. Nersa obrã, estão os nãrrâdores e petro- nã9ens que povoãram o maginár o literárlo de m stério, sombras, paixões êvassa adoras, íeaçôes ntem peíjvas, .iú mes. vingãnças etoda ã sorte de pesadelôs e desencantos aÍioro5os. HoÍímann, EdgârAllan Poe, Chríian Ande6en, Stevenson, Henry Jãmes, Walter scott estào entre os norÍês Ìndicados por Câ vino e que tanto iní luenclaram a segunda geração românt ica brâsi le i ra. Chopin em Paris, de Íàd SzLr c sãô PêLr o Re.ord, 1999 Biograí ia de Frédér lc chopin, o lvro âprêsentâ um reÍato do âmbiente culruíãl ctue cercou o compos tor durãnte os 18 ãnos quê v veu em Parir. O ãutor ioi buscêr, na vastê cotrespondência mant idã por Chop n, os re atôsdas expef iênc âs de umâ vida marcada pela pã xão€ que setradu- z u nâ música que o consa9rou como reprelentante do ultra-Romantismo, Rettato c lo anor quandojoyem, de Décio P 9n. iar sãoPa!o:CompanhlãdasLetra5,t990 orgânlzado por Déc o Pignataíi, o lvro apresenta um panoranìa do amor jovem ão longo dê .incoséculos, através das obras de grandes nonies dê lterâtura un v€rsal, corno Dãnte, shãkespeãre O Cavaleìra das Trevas. de Frank M ler r986 Históíia em quadrÌnhos responsáve pelã reÍofmulação da triste e vingativa f qura de Batman, o hornem-morcego, habi tante da sugest lva cothãm ci ty, cf iado em 1939 por Bob Kânê, B lFinger e -ieíy Robìnson. Odão desde multo cedo, na versão de Frank Miller, seguida por rnuitas outías de ìgua indlnação romântka, e$e heróisombrio cãrrega em sua ã ma a certezã dè que umâ dor 9erãda pe a perdê dê pessoas amadês jêínais poderá ser superada. O ambiente soturno que câ racter za as produções dê segunda geração romêntica podêrá sêr reconhecido nas íalas e dese, | 274 CAPTTULA 14 a ia. Poro ossislir Fl Dan luan DeMar.a de leremy Levef EtlA, 1995 I i í ;ôqLê ê\ i \e. en "rbie.ró i or .eÍpordreu. a mít ica fgura de Don Juan, peuonêqêm cr iada -n 610 pe o e.p"nrro Ti .o dp Mol i .à e re 01 , - d" .d l r i drer le por B, o. eÍ '82r. Todã! âs c i íacterÊt icâsdoU tra Romant ismoestão gâfãnt idas er plelè \o\è Yor l d" rô o" d " . . qLr.do Jn jovem de 21 ânos a$Lme a peBonal idade de Don JLd. ê prsd d.p rrd-ddo por u1p.,qúid " . r r" pr"rddo po. Vrr lo l Brr .do er J- Ìa de 1", J l l mâs apar ições no cinema. Poro ouviÍ dì . Ao vivo: o tempo nãa párá, de CazLrza R o de làre ro l.ln versaL, I999 A música "Exêgêrêdo , de câzuzã, evoca o ro- mênt ismo êxacerbâdo dos poetês dã segunda ge- ração. O ideã de amor eterno e o exãgero senti- mentalesÌão presentes ne$a cãnção, estãbe ecen- do Ln i . lere, 'dr " d dloqo con d poê, é qLè .à râctêfizolr o chamado "mal dô século'1 . PrclúdÌas (Opus 28), de tÌédèr c Chop i. Chopin écons derêdo, na música, aque e que me lhor representa ê 9eração u t ra-roínánt i .a. 05 24 prelúdios dô compos torsão consldêrados o pon- to mais al to do Romant ismo e suã obrâ Ínak peÊ íê ré. en qL-,e dp\ lo ld à qer id l idàde dô ÍJtco ao corìsêguir êxpressar todã a sua individualidade atrãvés das notas dersa pãrtiturè. Sêqunúrâ qeËçior ide;rëGq pêÀão e mÕri-. 279 I
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