Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Amanda Rodrigues Pereira Acadêmica de Medicina UFR FÁRMACOS ANTINEUPLÁSICOS A terapia para neoplasias pode ser cirúrgica, radioterápica ou por quimioterapia. Tumores localizados - precoce Em tumores localizados e diagnosticados precocemente realiza-se cirurgia ou radioterapia e a cura pode alcançar 1/3 dos casos. Em casos remanescentes a abordagem deve ser sistemática com quimioterapia. Tumores localizados – estágio avançado Realiza-se radioterapia em combinação com quimioterapia antes de uma ressecção cirúrgica com a intenção de reduzir a massa tumoral e consequentemente o dano cirúrgico. ESQUEMAS QUIMIOTERÁPICOS Adjuvante – usado após a cirurgia Curativo – dose de ataque (em estágio avançado) Neoadjuvante – usado pré-cirurgica ou pré-radioterápica Paliativo – aumento da sobrevida EFETIVIDADE QUIMIOTEREAPIA ISOLADA Diagnóstico precoce: 50% Diagnóstico tardio: 10% MODELO DE MATANÇA CELULAR LOGARÍTIMICA A destruição das células tumorais é proporcional e independente da massa tumoral A quantidade de destruição de células é proporcional a taxa de crescimento dessas células. Destroi a mesma quantidade de células independente do tamanho do tumor. A aplicação acontece em ciclos para dar tempo que células saudáveis afetadas se regenerem, porém possibilita o desenvolvimento de resistência aos fármacos. O tempo de intervalo entre ciclos deve respeitar a delibitação do paciente, devido a efeitos adversos. TERAPIA COADJUVANTE Antieméticos Mesna (antídoto para antineoplásico) Ácido folínico (fornece material para síntese de RNA) Transplante de medula óssea AGENTES ANTINEUPLÁSICOS Podem agir em áreas específicas do ciclo celular ou inespecificamente. 1. Agentes alquilantes – não ciclo específico Adicionam radicais alquil É ativado no fígado adquirindo molécula cíclica e eletrófila DNA da célula promove ataque nucleófilo (tendência a atacar área +) Liga-se ao DNA e causa lesão, dificuldade de duplicação Indução a apoptose A molécula pode se ligar inter ou intra filamentos. Quando se liga intra filamentos de DNA possui ação melhor. Ex: Ciclofosfamida (mostarda nitrogenada), cisplatina, carboplatina, oxaliplatina 2. Complexo de coordenação da platina – não ciclo específico Átomo de platina com ligação a N e Cl Passa para dentro da célula através de transportador de Cu 2+ É ativada trocando Cl por OH (proveniente do H20 intracelular) Liga-se ao DNA e o desestabiliza, provocando uma ruptura. Ativação mecanismo de apoptose Amanda Rodrigues Pereira Acadêmica de Medicina UFR OBS: é necessário que se administre NaCl anteriormente e junto ao fármaco. Desta forma evita a toxicicidade renal, uma vez que há muito cloro na urina e o fármaco não consegue penetrar no parênquima (administrar antes) e impede a perda de Cl antes de chegar ao alvo, quando administrado conjuntamente (sangue natural possui menor concentração de Cl). Tanto os agentes alquilantes, quanto os da coordenação da platina necessitam que o TP53 esteja intacto e são funcionais principalmente em tecidos de rápida proliferação. Seus mecanismos de resistência são: Redução da penetração; Substâncias neutrófilas; Aumento das vias de reparo; Estímulo da degradação enzimática; Comprometimento das vias apoptóticas Toxicidade: Mielossupressão aguda (6-10 dias) Mucosas – ulcerações/sepses (atingem tecidos de proliferação intensa) Folículos pilosos – alopecia SNC – náuseas e vômitos Amenorreia/azoospermia Leucimogênese Ciclosfosfamida produz metabólito tóxico renal chamado acroleína cistite hemorrágica. (MESNA – antídoto) 3. Agente antimetabólicos O Ácido fólico atua em cofatores para a síntese de purinas (produção de DNA e RNA) e de timidina (produção de DNA). A Dihidrofolato redutase é essencial para a a formação de FH4 e juntamente com o ácido fólico ira realizar síntese de purinas do DNA e RNA A timidilato sintetase promove a fosforilação de timidina para a formação de timidina trifosfato que também será importante para a formação de DNA O folato então participa com cofatores para a síntese de purinas para a formação do DNA a. MTX (metoerexato) É análago do folato Entra na célula Inativa a dihidrofolato redutase Inibe o ciclo Pode ser poligutamatizado, desta forma não consegue sair, aumentando a concentração da célula dentro da célula elevando também a toxicidade. (fosilglutamiltransferase) b. Análagos da pirimidinas (fluorocilacila) Age na timidilato sintetase (inibe) Amanda Rodrigues Pereira Acadêmica de Medicina UFR É ciclo específico (fase S) Possui uma maior potencia inibitória Antidoto – leucovorina disponibiliza CH2FH4 (intermediário pronto) refaz o ciclo, reduzindo a toxicidade. Efeitos adversos: Pode gerar náuseas, anorexia e mielossupressão, úlceras e diarreia fulminante. É mais utilizado em carcinomas de mama e TGI 4. Produtos Naturais a. Alcaloides da Vinca Atuam na metáfase Inibem polimerização da tubulina, impedindo a formação do centrômero Inibe, desta forma, a proliferação celular, induzindo a apoptose. Ex: Vinblastina, vinorilbina, vincristina. Usados em: leucemias, linfomas e câncer testicular A vincristina possui baixa ação mielossupressora Pode provocar: alopecia, leucopenia, náuseas, vômitos, anorexia e diarreia. b. Taxanos Impede a despolimerização dos centrômeros, impedindo a finalização do ciclo Assim, antagoniza o desmonte da b- tubulina, produzindo microtúbulos aberrantes interrupção da mitose indução a apoptose Ex: Paclitaxil, docitaxil Resistência: mutação da b-tubulina Toxicidade: medula óssea Utilização: Câncer de mama, ovário, pulmão, Gastrointestinal, genitourinario, cabeça, pescoço. c. Antibióticos Impede a abertura da fita dupla de DNA (impede atuação da topoisomerase) Desta forma, afeta a transcrição e tradução e a religação dos filamentos Produz assim radicais livres que induzem a morte celular. Ex: dactinomicina, dacinorrubicina. Toxicidade: cardíaca e mielossupressão. 5. Hormônios antagonistas a. AIE Principal exemplo é a prednisona, utilizada como supressor da atividade inflamatória, a partir de esteroides. b. MSRE – modulador seletivo de receptor de estrógeno Principal exemplo é o tamoxifeno que inibe vias de ativação da proliferação celular, principalmente na mama que possui o receptor de estrógeno tipo alfa. c. Inibidores da aromatase O principal exemplo é o anastrosol que impede a conversão de andrógenos em hormônios como o estrógeno. 6. Outras Classes a. Inibidor de proteína – imatinibe b. Anticorpos monoclonais – trastuzumabe c. Inibidores da angiogênese
Compartilhar