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Cálculo II A convergência da Série Harmônica 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivos ....................................................................................................................................... 2 1. Séries Harmônicas ................................................................................................................ 2 1.1. Análise de divergência das Séries Harmônicas ........................................................... 2 1.2. Convergência das séries harmônicas .......................................................................... 4 Exercícios ...................................................................................................................................... 5 Gabarito ........................................................................................................................................ 5 Resumo ......................................................................................................................................... 7 2 Introdução Na última aula “A convergência da Série Geométrica”, foi estudado sobre séries geométricas e o caso especial de convergência. A série harmônica apresenta termos que decrescem e tendem a zero. A primeira coisa que se pensa, após estes estudos anteriores é que ela então apresenta uma soma finita. Engana-se quem pensa assim! É importante lembrar da importância da busca por outros meios de análise de convergência das séries, pois, este é um caso em que à primeira vista engana e no faz obter um resultado errôneo. Então, não tenha preguiça, sempre faça um teste, caso desconfie da veracidade de análise inicial. Pois bem, a série harmônica apresenta soma infinita. Nesta apostila serão discutidos e apresentados as séries harmônicas e o caso particular de sua convergência. Objetivos • Compreender os conceitos e as definições das séries harmônicas; • Compreender os conceitos e as definições das p-séries; • Entender e aplicar o critério de convergência das séries harmônicas. 1. Séries Harmônicas 1.1. Análise de divergência das Séries Harmônicas A séria harmônica pode ser descrita da seguinte maneira. 1 1 1 1 1 1 2 3n n n = = + + + + + Mas qual o motivo do nome desta série? O nome se deve “ quando a , b e c forem três termos consecutivos da série, então b será a média entre a e c ”. Existe uma relação matemática para isso, que pode ser dada por: 2ac b a c = + 3 Com relação a natureza da série, inicialmente, pode-se dizer que a série harmônica é divergente. E para demonstrar isto utiliza-se a técnica de comparação entre séries, ou seja, uma outra série já conhecida anteriormente. EXEMPLO 1 Seja a série: 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 16n n = = + + + + + + + + + + Vamos apenas reescreve-la de forma a agrupar seus termos. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 16n n = = + + + + + + + + + + ` Neste caso temos que no primeiro separamos em dois termos, no segundo quatro termos, no terceiro grupo ficaram 8 termos e assim por diante. Importante! Para este exercício os últimos denominadores de cada grupo de termos é uma potência de 2. Agora, vamos encontrar o menor termo, em cada grupo, e substituir todos os outros termos. Desse jeito aqui: 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 4 4 8 8 8 8 16 16n n = = + + + + + + + + + + Faremos a soma de cada grupo individualmente e substituiremos o grupo pelo valor encontrado. 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2n n = = + + + + + Observe a série, o que você enxerga? Que a partir do segundo termo, cresce ilimitadamente, portanto 1 1 n n = é divergente. 4 Com relação a P-série, ela é um tipo específico de série recebeu este nome devido a forma com que se apresenta, conforme a seguir. 1 1 p n n = Observe que o índice p é que dá esse nome a tal série. Então, entenda que para ser p-série, ela precisa ter este formato em que no denominador sempre tem o n elevado a alguém. A série harmônica é um tipo especial de p-série, ou seja, a p-série é conhecida também como série harmônica, que é um tipo de série muito utilizada para realizar o teste da comparação. Sabe-se que as séries harmônicas divergem, no entanto, existe um caso específico que ela pode convergir, o que vai depender do valor de p , da seguinte maneira: 1p , a série converge. 1p , a série diverge. 1.2. Convergência das séries harmônicas Sabe-se que a série harmônica é divergente, mas será que ela nunca irá convergir? Observe essa série!! ( ) 1 11 1 1 1 1 2 3 4 5 n n + − − + − + − + Ela é considerada uma série harmônica, que converge. Isso mesmo, pois ela está dentro das séries alternadas, ou seja, é chamada de série harmônica alternada. Observe os critérios para provar a convergência dela. A série ( ) 1 1 2 3 1 1 n n n u u u u + = − = − + − convergirá, caso satisfeita todas as condições que seguem: i. Todos os nu forem positivos. ii. 1n nu u + para todo n N , quando N inteiro. iii. 0nu → . 5 EXEMPLO 2 Exercícios 1. (Autora, 2019) Determine se as duas séries abaixo convergem ou não. 3 1 1 I n S n = = e 3 1 1 II n S n = = 2. (USP- 2010) Verifique se a série converge ou diverge. 2 2 3 3 1 1 1 1 1 1 1 3 2 3 2 3 2 − + − + − + Gabarito 1. 1 1 p dx dx x x = , para 1p = . Então temos que: 1 1 1 lim limln limln b b p b b b dx dx x b x x → → → = = = = , divergente. 1 1 p dx dx x x = , para 1p = Então teremos que: Se observarmos esta série harmônica: ( ) 1 11 1 1 1 1 2 3 4 5 n n + − − + − + − + , percebemos que ela satisfaz todas as condições: i. Todos os nu forem positivos. ii. 1n nu u + para todo n N , quando N inteiro. iii. 0nu → . Portanto esta série é convergente. 6 1 1 1 1 1 1 lim lim lim 1 1 bb p p p p b b b dx x b x dx x p p − + − + − → → → − = = = − + − + = , se 1p e; 1 1p − , se 1p . 2. Encontra-se um padrão e faz a análise. Primeiramente, observe as duas séries, percebeu que as duas são p-série? Se prestarmos atenção, podemos ver que o termo geral das duas, se parece com o termo geral da p-série. Olhe bem! 1 n p a n = Agora, que conseguimos decifrá-las, vamos aplicar o teste de convergência da p- série. Esse aqui: 3p = , a série converge. 1p , a série diverge. Como já provamos anteriormente, podemos fazer direto, sem perder tempo! Para 3 1 1 I n S n = = : Primeiro achamos o termo geral, que é: 3 1 nan = Então, o 3p = , sendo maior que 1, correto? Então IS converge. Para 3 1 1 II n S n = = teremos: Vamos achar o termo geral: 1,5 1 na n = Aqui, 1,5p = , sendo maior que 1, portanto a série converge. 7 Resumo Nesta aula foi estudado sobre a série harmônica, que apresenta termos que decrescem e tendem a zero, e por isso muito acreditam, inicialmente que ela seja convergente. No entanto ela é divergente, pois ao realizar alguns ajustes na organização dos termos da série, ela tende ao infinito, a partir do segundo termo. Existe um caso em que ela é convergente, quando a série harmônica é alternada, no entanto ela deve apresentar três condições específicas para isto, conforme: A série ( ) 1 1 2 3 1 1 n n n u u u u + = − = − + − convergirá, quando: todos os nu forem positivos, 1n nu u + para todo n N e 0nu → . Com relação a P-série, sabe-se que ela é do tipo 1 1 p n n = , neste caso os critérios de convergência são: quando 1p , a série converge, e 1p , a série diverge. 8 Referências bibliográficas GOUVÊA, Fernando Q. Séries Infinitas, Apostila, Escola Politécnica da USP e Instituto de Matemática da USP, 1983. FONSECA, Daila Silva Seabra de Moura. Convergência de sequências e séries numéricas no Cálculo: um trabalho visando à corporificação dos conceitos. (Dissertação) Ouro Preto: Universidade Federal de Ouro Preto, 2012. STEWART, James.Cálculo. 7.ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
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