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1 SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY CURSO EM ENGENHARIA MECÂNICA Estudo das propriedades mecânicas e microestruturais de um corpo de prova de aço SAE 1020 através de ensaios mecânicos Heitor João Valendolf, Mateus Hartmann, Vitor Negrini e Willian Felipe Ribeiro EME3AN-BVA Projeto Interdisciplinar 3AN-BVA1 Professor Orlando Unisociesc 10/2019 2 SUMÁRIO RESUMO ......................................................................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4 2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 5 2.1 TESTE DE TRAÇÃO ................................................................................................ 5 2.2 METALOGRAFIA ..................................................................................................... 6 2.3 DUREZA VICKERS .................................................................................................. 7 3 PLANEJAMENTO / DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL ............................. 9 3.1 ENSAIO DE TRAÇÃO .............................................................................................. 9 3.2 METALOGRAFIA ................................................................................................... 11 3.3 ENSAIO DE DUREZA VICKERS .......................................................................... 13 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 15 5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 18 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 19 ANEXOS ........................................................................................................................ 21 3 RESUMO Este relatório destaca a importância da realização do ensaio de tração, ensaio de dureza e análise metalográfica do aço tendo como principal objetivo, conhecer as propriedades mecânicas do material em questão, como: ductilidade, alongamento, resistência mecânica, dentre outras, a fim de descobrir exatamente o material que foi escolhido como corpo de prova. Para ser realizado isso, é feito um ensaio de tração do material, buscando saber as propriedades mecânicas por meio de realização de cálculos e análise gráfica através do computador, relacionando com a estrutura interna, vista com a ajuda da metalografia e complementada pelo ensaio de dureza,. Após verificar os resultados, concluiu-se que o material é um SAE 1020, a quantidade média de teor de carbono presente no aço é baixa, devido à análise da microestrutura, que apresenta só perlita e ferrita, no que influenciam diretamente na comparação com um aço SAE 1045, podendo confirmar que se trata de um SAE 1020 sem tratamento térmico, por causa da forma com que se apresenta as microestruturas. Palavras chave: Perlita, ferrita, aço, metalografia, tração. 4 1 INTRODUÇÃO A frequente procura de materiais que possuem um bom desempenho e principalmente de baixo custo, é o que vem preocupando principalmente as grandes empresas responsáveis por manter o mercado sempre com inovações e grandes tecnologias. O mundo atual é um completo campo tecnológico que vem inovando suas mercadorias e é por isso que se torna necessário o conhecimento e desenvolvimento de alguns materiais para que assim, se torna crescente as qualidades, variações e a segurança dos objetos que são usados no cotidiano. Cada vez mais vêm recebendo atenções especiais quando se fala de técnica de manutenção, comportamento mecânico e algumas aplicações os aços bifásicos, multifásicos e os aços TRIP. Estudos comprovam que possuem uma ótima propriedade mecânica e um alto nível de resistência. Entre os materiais de construção, o aço tem uma posição de relevo, pois combina resistência mecânica, trabalhabilidade, disponibilidade e baixo custo. Assim sendo, é fácil compreender a importância e a extensão da aplicação dos aços em todos os campos da engenharia, nas estruturas fixas, como de edifícios, ponte, como nas móveis, na indústria ferroviária, automobilística, naval, aeronáutica etc. Entretanto, para trabalhar corretamente com este ou com os demais materiais metálicos, é necessário conhecer as suas propriedades, as quais são importantes para realizar trabalhos de projeção estrutural e de componentes mecânicos, evitando assim, falhas. O aço contém, geralmente, de 0,008% a 2,0% de carbono, definindo sua classificação quanto à quantidade desse último. O aço classificado como baixo carbono possui, no máximo, 0,30% do elemento, com baixa resistência e dureza e alta tenacidade e ductilidade, sendo usinável e soldável, além de apresentar baixo custo de produção, pois, geralmente, esse tipo de aço não é tratado termicamente. O de médio carbono apresenta de 0,30 a 0,60%, possui maior resistência e dureza e menor tenacidade e ductilidade, em relação ao de baixo carbono. Apresenta quantidade de carbono suficiente para receber tratamento térmico de têmpera e revenimento, embora o tratamento, para ser efetivo, exija taxas de resfriamento elevadas e em seções finas. Por último, o de alto carbono possui de 0,60 a 1,00% desse elemento, sendo o de maior resistência e dureza. (METALICA, 2019) 5 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 TESTE DE TRAÇÃO O ensaio de tração consiste em aplicar uma carga axial, nas extremidades do corpo de prova cujo formato e tamanho são padronizados, seguindo a NBR 6152, como mostra a Figura 1. As extremidades da amostra são fixadas a uma máquina de ensaios, responsável por aplicar cargas crescentes na direção axial, sendo então, medidas as deformações correspondentes, até ocorrer a ruptura do material. (POLAKOWSKI e RIPLING, 1966) Este ensaio revela o comportamento do material em relação a aplicação da carga, por meio do gráfico tensão x deformação, cuja análise é de fundamental importância, pois um produto é formado através da deformação plástica, que ocorre devido as imperfeições presentes na estrutura cristalina dos materiais. As imperfeições possibilitam o escorregamento de planos atômicos, conformando assim os metais e ligas. (CALLISTER, 1999) Sua ampla utilização na indústria de componentes mecânicos deve-se à vantagem de fornecer dados quantitativos das características mecânicas dos materiais, como: Tensão máxima (τmáx), tensão de escoamento (τesc), deformação (ε), e estricção (φ). Deformação: A deformação é representada pelo aumento percentual do comprimento final do corpo de prova após o ensaio em relação ao seu comprimento inicial. ε = 𝐿𝑓 − 𝐿𝑖 𝐿𝑖 𝑥100 = 𝐶𝑜𝑚𝑝. 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 (𝑚𝑚) − 𝐶𝑜𝑚𝑝. 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑚𝑚) 𝐶𝑜𝑚𝑝. 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑚𝑚) 𝑥100 Tensão máxima: A tensão máxima (ou limite de resistência a tração) serve para especificar os materiais, da mesma forma que a análise química identifica os materiais. τmáx = 𝐹𝑚á𝑥 𝐴i = 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 (𝐾𝑔𝑓) Á𝑟𝑒𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑚𝑚2) Tensão de escoamento: O limite de escoamento do material é utilizado quando, após a consideração de um coeficiente de segurança, como garantia de que o metal especificado trabalhará no regime elástico, pois a deformaçãoplástica deverá ser evitada. (SENAI, 1997). τesc = 𝐹𝑒𝑠𝑐 𝐴i = 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝐾𝑔𝑓) Á𝑟𝑒𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑚𝑚2) 6 Ductilidade: todo material que é capaz de se submeter a grandes deformações antes da ruptura é chamado de material dúctil. Uma das maneiras de quantificar a ductilidade do material é informar a porcentagem da redução da área no instante da quebra. Outra maneira de quantificar a ductilidade é, por meio da estricção, que é a redução porcentual da área da seção transversal do corpo de prova na região onde ocorre a ruptura. Quanto maior for a porcentagem de estricção, maior será a ductilidade do material (HIBBELER,2004). φ = 𝐴𝑖 − 𝐴𝑓 𝐴𝑖 𝑥100 = Á𝑟𝑒𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑚𝑚2) − Á𝑟𝑒𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 (𝑚𝑚2) Á𝑟𝑒𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑚𝑚2) 𝑥100 2.2 METALOGRAFIA A mobilidade de discordâncias dos planos cristalinos, pode ser alterada por fatores como, composição e processamento de obtenção do aço. Havendo então, relação direta entre as características microestrutural do material e suas propriedades mecânicas. E isto, pode ser visto na Figura 2.2.1, em que cada tipo de aço, apresentam comportamentos gráficos de tensão por deformação diferentes, de acordo com a porcentagem de carbono (HOWE, 2000). Figura 2.2.1: Diagrama de Tensão-deformação para quatro tipos diferentes de aço Fonte: FEPESE – Engenheiro (CELESC) A microestrutura do material pode ser analisada após realizarmos um ensaio metalográfico. A metalografia microscópica (ou micrografia dos metais) estuda os produtos metalúrgicos, com o auxílio do microscópio, visando à determinação de seus 7 constituintes e de sua textura, pondo assim em evidência os diversos grãos de que é formado. As etapas básicas são: corte, embutimento, lixamento, polimento, ataque químico e análise. A amostra deve ser representativa do material da peça que deseja analisar e deve ter área de 1 a 2 cm², que não pode sofrer alterações, aquecimento acima de 100° C e nem deformação plástica. COLPAERT,1989 Por meio da metalografia, pode-se identificar através do percentual de microestruturas como perlita, cementita, martensita, bainita, ferrita e outras, o tipo de material que está sendo testado. 2.3 DUREZA VICKERS Atualmente, a técnica de indentação está estabelecida como uma metodologia simples e versátil para avaliação da dureza superficial. Os ensaios de indentação consistem em comprimir lentamente um penetrador esférico (Brinell) ou piramidal (Vickers), de um material rígido, sobre uma superfície plana, quase sempre polida e limpa, de uma amostra a ser analisada, através de uma carga P, durante um determinado intervalo de tempo. Como o penetrador é um diamante, ele é praticamente indeformável e sendo suas impressões semelhantes, não importando o tamanho, a dureza Vickers (H) é independente da carga, ou seja, dentro de certos limites o valor da dureza obtida é o mesmo qualquer que seja a carga usada, para materiais homogêneos. Esta compressão provocará uma impressão permanente na superfície da amostra com o formato do indentador. A dureza da amostra ensaiada (HV) pode ser definida como o quociente entre a carga aplicada e a área da impressão superficial. (Dias, 2004) A Figura 2.3.1 ilustra um indentador piramidal Vickers de base quadrada com ângulo de abertura entre as faces de 136° aplicando uma força em uma amostra de material, mostra também o formato da impressão obtido após aplicação da carga. Utiliza-se uma carga de 1 até 100kgf, e durante o teste é necessário aplicar a carga total durante um período de 10 a 15 segundos. (Mascarenhas, 2016) 8 Figura 2.3.1: Impressão de indentador Vickers Fonte: CIMM - Teste da Microdureza Após a indentação no material, é necessário auxílio de um microscópio para medir as diagonais feitas pelo diamante na peça. Após coleta dos valores, se calcula a média aritmética entre os valores d1 e d2 para chegar num valor ‘d’, e depois se calcula a área da superfície inclinada da indentação. Podemos resumir a fórmula do cálculo de dureza conforme a seguinte fórmula: 𝐻𝑉 = 2𝐹 sin(136°/2) 𝑑² ≅ 1,854 𝐹 𝑑2 = 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 (𝐾𝑔𝑓) 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑑 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑎𝑠 𝑑𝑖𝑎𝑔𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 (𝑚𝑚) Uma das principais vantagens do teste de dureza vickers é a utilização de apenas um tipo de indentador para todos os tipos de superfícies e materiais, sendo aplicável do mais duro até o mais mole, pois existe uma ampla faixa de ajuste de carga. Porém em contrapartida é um equipamento de custo mais elevado em relação a máquinas de ensaio Brinell e Rockwell. (Dias, 2004) 9 3 PLANEJAMENTO / DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL 3.1 ENSAIO DE TRAÇÃO Antes de começar o experimento, foi marcado o corpo de prova, em seu comprimento útil, na parte inferior e superior, para fins de medir o alongamento do corpo de prova após ensaio, foi também realizado a medição do diâmetro útil com auxílio de um paquímetro a fim de calcular a área e assim obter a estricção do material, medições podem ser vistas conforme ilustra figura 3.1.1: Figura 3.1.1: Medições realizadas no corpo de prova Fonte: HASSMANN (2016) Em seguida, o corpo de prova foi acoplado na máquina e fixado em suas duas extremidades através de sua rosca M12 conforme mostra figura 3.1.2 Após sua fixação corpo foi tracionado a uma velocidade de 10 mm/min e rompeu como mostra a figura 3.1.3: 10 Fonte: Própria (2019) Fonte: Própria (2019) Para o ensaio foi usado uma máquina eletromecânica universal de testes EMEC com capacidade de 300 kN. Após o material se romper, foi possível medir o comprimento e o diâmetro final do material conforme figuras 3.1.4 e 3.1.5: Figura 3.1.4: Corpo de prova posicionado para medição do comprimento útil Fonte: Própria (2019) Figura 3.1.2: Corpo de prova posicionado para dar início ao teste Figura 3.1.3: Corpo de prova rompido após aplicação da carga 11 Figura 2.1.5: Medição do diâmetro útil do corpo de prova Fonte: Própria (2019) A máquina fica conectada a um computador com o qual pode-se gerar o gráfico de tensão e deformação, além de fornecer os dados com os valores de forças e variação de alongamento, ao longo do experimento. 3.2 METALOGRAFIA Para realizar o experimento, primeiramente foi necessário cortar uma amostra do corpo de prova, com uma serra manual. Em seguida, foi realizado o embutimento do corpo de prova com o BAQUELITE, através da máquina ARATEC PRE-30, com uma pressão alternada entre 100 e 150 kgf/cm², durante 15 minutos totais (10 min de aquecimento e 5 min de resfriamento). Após este processo, foi usado a máquina AROTEC AROPOL 2V para que fosse feito o lixamento da peça, em ordem crescente com as seguintes lixas d'água: 80, 120, 320, 600 e 1200, até que a peça fique em condições de ser polida, no caso, sem riscos na face do material. Após lixada, para se ter um excelente acabamento superficial, foi realizado o polimento da peça com auxílio de uma máquina Politriz Metalográfica, foram usados abrasivos a base de diamante de 0,03 e 0,01 µm. Para finalizar o processo de metalografia, fez-se o ataque químico na peça com uma solução de Nital 4%, Ácido nítrico 4% e Álcool absoluto, durante exatos 6 segundos e após retirá- lo do mergulho foi borrifado álcool na face da peça para remover a solução. Logo em seguida, o material foi lavado em água corrente e secado com um secador, tomando os 12 cuidados necessários para não interferir na face recém polida. A caracterização microestrutural foi feita com um microscópio modeloBX41M-LED – OLYMPUS, com um aumento de 100x. A seguir, pode-se observar na Figura 3.2.1, a sequência realizada do processo de metalografia: Figura 3.2.1: Sequência do processo de metalografia, com maquinário e ferramentas. EMBUTIMENTO LIXAMENTO POLIMENTO ATAQUE QUÍMICO 13 MICROSCOPIA Fonte: Própria (2019) 3.3 ENSAIO DE DUREZA VICKERS Para realizar o ensaio de dureza vickers, primeiramente foi analisado se a amostra que estava embutido no BAQUELITE estava higienizada e limpa como também a superfície fixadora do durômetro, para assim ter uma certeza que o indentamento do material não tivesse nenhum vestígio de impureza que fosse atrapalhar o ensaio. Figura 3.3.1: Corpo de prova depois de polido, limpo e pronto para indentação Fonte: Própria (2019) 14 O instrumento usado para realizar a indentação foi o DURÔMETRO MICROVICKERS LEIZ, apresentado na figura 3.3.2, ele possui um indentador de diamante no formato de pirâmide de base reta quadrada e ângulo de 120° entre suas faces opostas. Foi realizado 5 indentações no material para obter um resultado mais confiável com uma carga total de 200g, durante 15 segundos. Em seguida foi liberada a carga e movido do indentador para a lente com zoom de 400x onde foi possível observar a indentação no material. Figura 3.3.2: Durômetro microvickers leiz Fonte: Própria (2019) Foi analisado a indentação por meio da lente ocular do durômetro e em seguida pudemos realizar as medições através da escala vertical e da horizontal (nônio), a qual foi observada em mícrons (µ). 15 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Através da análise metalográfica foi possível observar um aço hipoeutetóide, observado também que o material não possui elementos de liga e não apresenta nenhum tipo de tratamento térmico, devido a presença de uma microestrutura com somente ferrita e perlita, como mostra a Figura 4.1, onde as partes claras referem-se a estrutura ferritica, enquanto a escura, a perlitica. Figura 4.1: Imagem metalográfica do material com zoom de 500x Fonte: Própria (2019) Conforme mostra imagem 4.2, foi possível analisar que a fabricação do material foi através de conformação mecânica devido a orientação das perlitas estarem equiaxiais, ou seja, estão orientadas de mesma forma em relação ao eixo, acomodando-se à ferrita conforme o processo de conformação, possívelmente se o mateiral fosse fundido ele apresentaria uma orientação mais dispersa. 16 Figura 4.3: Imagem metalográfica do material com zoom de 100x Fonte: Própria (2019) Com o teste de tração realizado no laboratório foram obtidos os seguintes valores: Tabela 1: Valores obtidos antes e após teste de tração Diâmetro I Diâmetro F F Máx F Esc Lo Lf 8 mm 5 mm 2339 kgf 1533 kgf 40 mm 50,8 mm Fonte: Própria (2019) Tabela 2: Valores obtidos no teste de tração através dos cálculos Área I Área F T Máx T Esc Deformação (%) Estricção (%) 50,26 mm² 19,63 mm² 456 MPa 321 MPa 27 60,94 Fonte: Própria (2019) O aço SAE 1020 tem sua microestrutura composta por perlitas e ferritas, tornando-o altamente dúctil (visivelmente notável durante o ensaio de tração) e tenaz, porém com baixa resistência mecânica. De modo geral, esse aço possui uma tensão de escoamento em 275 Mpa, tensão máxima entre 415 Mpa e 550 Mpa e deformação entre 25% a 30%. Os resultados do ensaio de tração realizado em laboratório respeitaram todos os limites citados acima, exceto a tensão de escoamento, que obteve um resultado de 321Mpa. Essas características do SAE 1020 permitem que ele seja utilizado em alguns componentes mecânicos como engrenagem, eixos, pinos guias, entre outros. 17 Tabela 3: Tabela das indentações medidas por mícrons Fonte: Própria (2019) Tabela 4: Tabela dos valores obtidos através dos cálculos SX (d) Desvio padrão SX (HV) Desvio padrão X (d) Média µm X (HV) Média HV 1,896 14,00 46,22 174,30 Fonte: Própria (2019) O fator que afeta a dureza de um aço carbono é a quantidade de perlita, que é relacionada com a quantidade de carbono em sua composição. Dessa forma, quanto menor a quantidade de carbono, menor a dureza. Assim, analisando a média dos resultados de 174,27 HV, temos um aço de baixo carbono (carbono menor que 0,30%). O aço de baixo carbono que entra nessa faixa de dureza medida é o aço SAE 1020, que atinge uma dureza de aproximadamente 176 HV (CONTECC,2016) Indentações (µm) Dureza Vickers (HV) Primeira indentação 43,9 192,44 Segunda indentação 45,5 179,14 Terceira indentação 46,6 170,7 Quarta indentação 49,1 153,84 Quinta indentação 46,0 175,27 Média 46,22 174,27 18 5 CONCLUSÃO Através da metalografia foi possível observar de forma nítida a distribuição da perlita e ferrita no aço, e relacionar a um material não tratado termicamente e nem com elementos de liga. Foi feito teste de dureza vickers e foi verificado que o material possui característica de um material com baixo teor de carbono, através dos valores de limite de escoamento, tensão máxima, estricção e alongamento obtidos no teste de tração, foi visto que o material se trata de um aço SAE 1020, com propriedades, como a ductilidade e o alongamento, se destacando em regime elástico. 19 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA DIAS, A.M.S. Análise Numérica do Processo de Fratura no Ensaio de Indentação Vickers em uma Liga de Carboneto de Tungstênio com Cobalto. 2004. Tese de Doutorado (Curso de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2004. MASCARENHAS, RAFAEL. Como é feito o teste de dureza Vickers?. GURU, 6 ago. 2016. CENTRO DE INFORMAÇÕES METAL MECÂNICA, CIMM. Teste da Microdureza. 1997. Disponível em: https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6560-teste-da- microdureza. Acesso em: 17 out. 2019. POLAKOWSKI, N.H.; RIPLING, E.J. Strength and structure of engineering materials. USA. PrenticeHall, Inc. 1966 CALLISTER, W. D. Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma Introdução. Rio de Janeiro: LTC, 1999. HOWE, A.A. Ultrafine Grained Steels: Industrial Perspectives. Materials Science and Technology, 16:11, November-December 2000, p. 1264-1266. SOLDAGEM – COLEÇÃO TECNOLÓGICA SENAI – 1ª ED. 1997, SENAI. Ensaio mecânico: Tração, 2013. COLPAERT, P. H. Metalografia dos Produtos siderúrgicos comuns. 3. ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda., 1989. HASSMANN , Augusto. ESTUDO COMPARATIVO DE AÇO-CARBONO MICROLIGADO E AÇOS-CARBONO LIGADOS PARA FABRICAÇÃO DE PARAFUSOS FORJADOS A FRIO. 2016. TCC (CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA) - CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES, 2016. 20 GIASSI, Ferro & Aço. Qual a especificação dos aços 1020 e 1045?, 2019. Disponível em: https://giassiferroeaco.com.br/qual-a-especificacao-dos-acos-1020-e-1045/. Acesso em: 17 out. 2019. CONGRESSO TÉCNICO CIENTÍFICO DA ENGENHARIA E DA AGRONOMIA, 2016, Rafain Palace Hotel & Convention Center- Foz do Iguaçu - PR. MICROESTRUTURA E MICRODUREZA DO AÇO SAE 1020 EM DIFERENTES TRATAMENTOS TÉRMICOS, 2016. BRANCO, F. K.. Influência da Microestrutura na Anisotropia de Chapas Metálicas de Diferentes AçosEstruturais. 2007. Projeto de Iniciação Científica; 2007, FEI, Centro Universitário da FEI, São Paulo, 2007. PORTAL METÁLICA (Brasil). Disponível em: Acesso em: https://metalica.com.br/o- que-e-aco-carbono-2/ 17 out. 2019. 21 ANEXOS Figura 2.2.1: Diagrama de Tensão-deformação para quatro tipos diferentes de aço Fonte: FEPESE – Engenheiro (CELESC) Figura 2.3.1: Impressão de indentador Vickers Fonte: CIMM - Teste da Microdureza 22 Figura 3.1.1: Medições realizadas no corpo de prova Fonte: HASSMANN (2016) Figura 3.1.2: Corpo de prova posicionado para dar início ao teste Fonte: Própria (2019) 23 Figura 3.1.3: Corpo de prova rompido após aplicação da carga Fonte: Própria (2019) Figura 3.1.4: Corpo de prova posicionado para medição do comprimento útil Fonte: Própria (2019) 24 Figura 4.1.5: Medição do diâmetro útil do corpo de prova Fonte: Própria (2019) Figura 3.3.1: Corpo de prova depois de polido, limpo e pronto para indentação Fonte: Própria (2019) 25 Figura 3.2.1: Sequência do processo de metalografia, com maquinário e ferramentas. Fonte: Própria (2019) 26 Figura 3.3.2: Durômetro microvickers leiz Fonte: Própria (2019) Figura 4.1: Imagem metalográfica do material com zoom de 500x Fonte: Própria (2019) 27 Figura 4.5: Imagem metalográfica do material com zoom de 100x Fonte: Própria (2019)
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