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Alterações dentárias que influenciam a saúde dos equinos

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
ANA LUIZA BEZERRA DE MELO NICOLOFF
ALTERAÇÕES DENTÁRIAS QUE INFLUENCIAM A SAÚDE DOS EQUINOS
A IMPORTÂNCIA DOS DENTES
A beleza impressionante e a saúde dos cavalos só é possível porque esses animais recebem os melhores cuidados de seus donos. Isso inclui uma alimentação que proporcione a energia e resistência necessária para que eles cheguem em boas posições nas competições.
Os cuidados com a dentição dos equinos ganhou importância na medida em que se comprovou que muitos dos problemas de desempenho do animal estão relacionados à negligência dos proprietários.
A quantidade de dentes em um cavalo varia entre 36 e 44, divididos entre quatro tipos: incisivos, caninos, pré-molares e molares. Desses, apenas os caninos param de crescer depois de nascer.
Alguns problemas dentários são comuns pelo fato deles serem animais hipsodontes, ou seja, seus dentes crescem durante toda a vida, cerca de 2,5 centímetros por ano.  Para absorver bem os nutrientes dos alimentos, os cavalos precisam de uma mastigação eficiente. Cavalos moem sua comida, e isso desgasta seus molares. Por isso, dentes que não estejam saudáveis comprometem a saúde geral do animal. Além disso, a domesticação dos cavalos alterou sua dieta básica, o que torna necessário o acompanhamento dos dentes do animal de forma regular. Cavalos costumam ter problemas dentários por natureza.
Quando há excesso de esmalte, diversos problemas podem surgir. A língua, gengiva e bochecha do animal podem ficar feridas e o movimento de mastigação do animal muda, ficando mais difícil. Com isso, pode haver crescimento anormal das mandíbulas e o alimento pode começar a cair da boca do animal, o que influencia diretamente no seu peso e saúde. Como as situações de deformidade são comuns, os dentes dos cavalos precisam ser acompanhados de perto, desde o nascimento.
Um dente com problemas, por exemplo, pode afetar consideravelmente a mastigação, comprometendo a digestão. Podem ter relação direta com as cólicas dos equinos. Isto porque a pastagem mastigada precisa ser bem lubrificada, levando uma quantidade grande de saliva para o estômago, ajudando a diluir os ácidos digestivos. Quando a saliva é pouca, eles causam distúrbios estomacais.
Para descobrir se o animal vem apresentando algum problema dentário, proprietários devem observar o peso do cavalo, a presença de mau hálito, alterações no comportamento, boca com sangramento, sensibilização da bochecha, e salivação excessiva. Os sinais também podem ser percebidos sobre a sela. Se ele também estiver deixando o alimento cair da boca, balançando muito a cabeça, torção da cauda, recusa ordens, sensibilidade aos freios e bridões.
PRINCIPAIS DOENÇAS DENTÁRIAS DOS CAVALOS
Como citado acima, é normal que cavalos tenham problemas dentários porque seus dentes não param de crescer nunca. A seguir, alguns dos mais comuns.
Cauda de andorinha
A cauda de andorinha aparece quando há um desgaste parcial do dente, fazendo com que ele mantenha uma ponta em um dos lados. Ela pode aparecer quando o cavalo já está mais velho, por volta dos sete anos. Essa formação ocorre nos dentes incisivos.
Diastema
O diastema é um espaço que pode surgir entre os dentes incisivos do cavalo. O problema agrava-se quando o espaço surge em decorrência de um novo dente que está surgindo ali. Nesses casos, o animal sente bastante dor e muitas vezes a solução é extrair o dente que está nascendo.
Ganchos
Quando os dentes pré-molares inferiores e superiores estão desalinhados, o problema dentário é chamado de gancho. É como se estivessem tortos e não conseguissem encostar bem um sobre o outro. Isso pode causar feridas na boca do animal.
Dente de lobo
O dente de lobo é o um tipo de pré-molar que nem todo cavalo tem. O dente vem perdendo sua função na evolução da espécie e, quando nasce, pode vir com uma posição que atrapalha a mastigação e causa ferimentos. Esses dentes podem ser extraídos ou reduzidos e costumam nascer quando o animal tem entre seis e dez meses de idade. Ele fica na parte superior e é bem menor que os pré-molares normais.
DISTÚRBIOS COMPORTAMENTAIS QUE RESULTAM EM AFECÇÕES DENTÁRIAS
Os distúrbios comportamentais levam ao desgaste excessivo dos dentes incisivos podendo ainda, causar fraturas dos mesmos, sobretudo dos superiores. 
Roer madeira 
Dietas altamente concentradas ou peletizadas e refeições fornecidas poucas vezes ao dia aumentam a incidência deste comportamento (HINTZ, 1992). Segundo McCall (1993), o comportamento de roer madeira diverge do distúrbio de morder cocho; a madeira é destruída e ingerida e não ocorre aerofagia.
Tédio, deficiência de minerais na dieta e limitada quantidade de forragem fornecida são condições que segundo Vieira (2006), levam o equino a “roer madeira” e, que este comportamento pode também ocorrer, tão somente por gostarem de morder madeira.
Atitudes ou gestos voluntários e involuntários
Movimentos com a cabeça, podendo ser sacudir, balançar ou inclinar e abaixar; mastigar, morder ou reagir contra a embocadura; resistência ao comando pela embocadura para virar ou parar; movimentos com a língua sob a forma de torcer ou girar. 
Anormalidades no ato alimentar
Eliminação de forragem parcialmente mastigada durante a mastigação; dificuldade de mastigar ou engolir; aumento de volume na bochecha, pelo acúmulo de forragem; grandes fragmentos de forragem ou grãos inteiros presentes nas fezes; salivação excessiva; cólicas por compactação. Atribui-se que dores orais relacionadas a alterações dentárias em equinos, são suficientes para limitar a ingestão voluntária de alimentos (CARMALT & ALLEN, 2008).
Aerofagia
A causa específica da aerofagia é desconhecida, embora a maioria das opiniões aponte para o manejo, caracterizado por falta de atividade física, isolamento e ansiedade de animais confinados em baias. Além disso, existem evidências de prováveis fatores hereditários, como também, que o hábito de engolir ar pode ser adquirido em animais jovens, pela observação do comportamento dos portadores do vício (NICOLETTI et al. 1996).
CONCLUSÃO
A morfologia dentária dos equinos pode sofrer, ao longo da vida do animal, diversas e severas alterações, sejam estas congênitas, consequentes de patologias, acidentes ou até falhas no manejo diário dos mesmos que não podem ser negligenciadas.
Certamente, equinos submetidos à manutenção dentária, têm ampliadas as expectativas de realizar mastigação efetiva e consequentemente, melhor digestão e maior aproveitamento alimentar, uma vez que cavalos que estão em constante manutenção aproveitam melhor o alimento, diminuindo o risco de injúrias, potencializando a performance atlética e a condição física.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARMALT, J. L.; ALLEN, A. Relationship Between Equine Cheek Tooth Occlusal Morphology, Apparent Digestibility, and Ingesta Particle Size. AAEP PROCEEDINGS, v. 54, 2008
HINTZ, H. F. Wood Chewing. Equine Practice, v. 14, n.3, p. 06 – 07, 1992.
McCALL, C. A. Wood Chewing by Horse. Equine Practice, v. 15, n. 3, p. 35 – 36, 1993.
NICOLETTI, J. L. M.; HUSSNI, C. A.; THOMASSIAN, A. Estudo retrospectivo de 11 casos de aerofagia em equinos operados pela técnica de miectomia forssel modificada. Ciência Rural, v. 26, n.3, p. 431 – 434, 1996.
VIEIRA, A. R. A. Distúrbios de comportamento, desgaste anormal dos dentes incisivos e cólica em equinos estabulados no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas - Exército Brasileiro, Brasília - DF. 2006. 47 p. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa - MG, 2006.

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