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Física II TUBO DE VENTURI E OUTROS 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivos ....................................................................................................................................... 2 1. Efeito Venturi ............................................................................................................................ 2 1.1. Analisando o tubo de Venturi ............................................................................................. 3 2. Tubo de Pitot ............................................................................................................................ 4 Exercícios ...................................................................................................................................... 6 Gabarito ........................................................................................................................................ 7 Resumo ......................................................................................................................................... 9 2 Introdução Existem tubos que possuem dimensões diferentes por onde um fluido irá escoar. Esses tubos possuem áreas que são menores do que outras, alterando assim o comportamento dos fluidos quando estes passam por essas seções. Através de uma análise da equação de continuidade 𝐴1𝑣1 = 𝐴2𝑣2 De acordo com a equação acima, percebemos que quando áreas são menores, a velocidade com que o fluido passa por esta área deverá aumentar, o que causa uma diminuição da pressão. Nesta apostila, iremos explanar um pouco mais sobre esses tipos de tubos com áreas distintas ao longo de sua trajetória. Veremos o efeito Venturi, tubo de Venturi e alguns outros tubos. O tubo de Venturi foi inventado por Giovanni Battista Venturi, e consiste em um aparato para medir a vazão e o escoamento de um líquido que passa por áreas distintas, utilizado bastante em laboratórios. Objetivos • Compreender o Efeito Venturi. • Saber aplicar, em diferentes situações, a equação de Bernoulli. 1. Efeito Venturi Quando um fluido passa a se deslocar de uma área maior para uma menor, sua velocidade aumenta, de acordo com a equação da continuidade. 𝐴1𝑣1 = 𝐴2𝑣2 Isso devido ao volume deslocado na área um, em um determinado intervalo de tempo, ser o mesmo deslocado na área dois. Uma consequência disso é que a pressão também sofre variações, onde na área de maior velocidade ela se tornará menor. Esse resultado é conhecido como o Efeito de Venturi. O Efeito Venturi, ou tubo de Venturi, foi desenvolvido pelo físico italiano Giovani Battista Venturi. Ele foi professor da escola de engenheiros militares da moeda e da Universidade de Pávia. Se dedicou a estudar o movimento de fluidos que passavam por áreas de estrangulamentos. 3 01 Giovani Battista Venturi. Podemos utilizar o efeito Venturi para analisara trajetória de uma bola de beisebol. A figura seguinte mostra a vista de cima de uma bola que foi arremessada. 02 Bola de beisebol arremessada que possui uma rotação em um sentido. A bola arremessada gira em torno de seu próprio eixo com uma velocidade angular, além de possuir uma velocidade linear ao longo de sua trajetória. O movimento de rotação da bola faz com que o ar que está se movendo no mesmo sentido da velocidade da bola possua uma velocidade maior e por consequência uma pressão menor. Já o ar que está se movendo no sentido contrário da velocidade da bola irá possuir uma velocidade menor, o que causa uma maior pressão. Isso faz com que a trajetória se curve para o lado onde a pressão é menor. 1.1. Analisando o tubo de Venturi Vamos agora analisar como um fluido se comporta ao passar por regiões de áreas distintas. Observe a seguinte imagem. 4 03 Tubo de Venturi com linhas de correntes ilustradas. Temos destacadas três linhas, chamadas de linhas de corrente, que demonstram a maneira como o fluido escoa ao longo do tubo. Na área 1, temos uma pressão 1 e uma velocidade 1. O mesmo ocorre na área 2, onde temos que A1>A2, v1<v2 e P1>P2. Se considerarmos que um volume de fluido dV se desloca pela área 1 em um instante de tempo dt, o mesmo ocorrerá na área 2. Ou seja, a taxa de fluxo em 1 deverá ser a mesma em 2: 𝑑𝑉1 𝑑𝑡 = 𝑑𝑉2 𝑑𝑡 Aplicando a equação de Bernoulli no tubo de Venturi, temos de considerar que as partes referentes às energias potenciais serão nulas, pois a altura é a mesma. Assim, a Equação de Bernoulli aplicada ao tubo de Venturi será 𝑃1 + 𝜌𝑔(0) + ( 1 2 ) 𝜌𝑣12 = 𝑃2 + 𝜌𝑔(0) + ( 1 2 ) 𝜌𝑣22 𝑃1 + ( 1 2 ) 𝜌𝑣12 = 𝑃2 + ( 1 2 ) 𝜌𝑣22 2. Tubo de Pitot Outra aplicação da equação de Bernoulli está nos tubos de Pitot. O tubo de Pitot foi inventado por Henri Pitot, engenheiro francês especializado em hidráulica. Ele serve para medir velocidades de fluidos em laboratórios de hidráulica e hidrodinâmica. Considere a imagem seguinte. 5 04 Tubo de Pitot. As linhas pontilhadas em azul simbolizam um fluido em movimento, que pode por exemplo ser o ar. Dentro do tubo, temos um outro fluido, que pode ser água ou mercúrio. No tubo vamos que em b há a entrada de ar, que ficará confinado dentro do tubo, ou seja, o ar ficará estagnado. Na situação a, o fluxo do ar é perpendicular à abertura do tubo. Dada a altura do líquido nas seções a e b, notamos claramente que a pressão que o ar faz no líquido em b é maior do que em a. Podemos considerar que as diferenças de alturas entre o ponto a e b serão desprezíveis. Portanto, y2 e y1 serão nulas. Para alturas nulas, já vimos a equação de Bernoulli: 𝑃𝑏 + ( 1 2 ) 𝜌𝑣𝑏2 = 𝑃𝑎 + ( 1 2 ) 𝜌𝑣𝑎2 Mas, levando em consideração que no ponto b o fluido está estagnado, teremos que a velocidade em b será nula. A pressão em b pode ser chamada de pressão de estagnação, dada por: 𝑃𝑏 = 𝑃𝑎 + ( 1 2 ) 𝜌𝑣𝑎2 Pois, a velocidade em b será nula. 6 IMPORTANTE! Exercícios 1. (TIPLER; MOSCA, 2006) Um fluido de massa específica ρf atravessa um tubo de área de seção transversal A1, com um estrangulamento de área de seção transversal A2. As duas partes do tubo estão conectadas por um manômetro de tubo em U, parcialmente cheio com um líquido de massa específica ρl. Como a velocidade é maior na região do estrangulamento, a pressão nessa seção é menor do que na outra seção do tubo. A diferença de pressão é medida pela diferença de nível do líquido no tubo em U, dada por △h. Expresse a velocidade v1 em termos da altura medida e das grandezas conhecidas: r=(A1/A2). Como o tubo de Pitot nos fornece a velocidade em fluidos, basta isolarmos a velocidade e teremos mais uma equação derivada da equação de Bernoulli, para um caso específico. √ 2(𝑃𝑏 − 𝑃𝑎) 𝜌 = 𝑣𝑎 𝑣 = √2(𝑃𝑏 − 𝑃𝑎) 𝜌 7 2. (TIPLER; MOSCA, 2006) Agora calcule v1, quando a △h=3cm e r=4. Considere que o fluido em escoamento no tubo é o ar (ρf= 1,29 kg/m³) e o líquido manométrico do venturi é a água (ρl=1000 kg/m³). 3. (Autora, 2019) Determine a velocidade do ar que passa pelo tubo de pitot seguinte: 05 Sabendo-se que o líquido dentro do tubo é mercúrio (ρhg=13600kg/m³), e a altura entre as colunas de mercúrio é de 25 cm. Gabarito 1. Para resolver o exercício iremos seguir algumasetapas. Primeiro escreveremos a equação de Bernoulli para o caso do tubo de pitot: 𝑃1 + ( 1 2 ) 𝜌𝑓𝑣12 = 𝑃2 + ( 1 2 ) 𝜌𝑓𝑣22 Para expressarmos v2 em termos de v1, temos de utilizar a equação da continuidade: 𝐴1𝑣1 = 𝐴2𝑣2 𝑣2 = 𝐴1𝑣1 𝐴2 Onde temos que r = A1/A2. 𝑣2 = 𝑟𝑣1 Agora, vamos substituir v2 na equação: 𝑃1 − 𝑃2 = ( 1 2 ) 𝜌𝑓(𝑣22 − 𝑣12) 𝑃1 − 𝑃2 = ( 1 2 ) 𝜌𝑓(𝑟2𝑣12 − 𝑣12) 8 As pressões P1 e P2 podem ser escritas conforme as pressões do líquido e do fluido: 𝑃1 = 𝜌𝑙𝑔∆ℎ 𝑃2 = 𝜌𝑓𝑔∆ℎ Agora substituindo os valores na equação, teremos 𝜌𝑙𝑔∆ℎ − 𝜌𝑓𝑔∆ℎ = ( 1 2 ) 𝜌𝑓(𝑟2𝑣12 − 𝑣12) 𝑔∆ℎ(𝜌𝑙 − 𝜌𝑓) = ( 1 2 ) 𝜌𝑓𝑣12(𝑟2 − 1) Isolando v, teremos 𝑣1 = √2𝑔∆ℎ(𝜌𝑙 − 𝜌𝑓) 𝜌𝑓(𝑟2 − 1) 2. Basta aplicarmos os dados na fórmula deduzida anteriormente e teremos a resposta. 𝑣1 = √[2 ∗ 9,8 ∗ 0,03(1000 − 1,29) 1,29(16 − 1) ] 𝑣1 = √ 587,24 19,35 𝑣1 = 5,51𝑚 𝑠 3. Utilizando a equação de pitot 𝑣 = √2(𝑃𝑏 − 𝑃𝑎) 𝜌 Podemos calcular a velocidade do ar. Primeiramente temos de descobrir como calcular Pb e Pa. 𝑃𝑏 = 𝜌ℎ𝑔𝑔 △ ℎ 𝑃𝑎 = 𝜌𝑎𝑟𝑔 △ ℎ Agora, podemos substituir na fórmula 9 𝑣 = √2(𝜌ℎ𝑔𝑔 △ ℎ − 𝜌𝑎𝑟𝑔 △ ℎ) 𝜌𝑎𝑟 𝑣 = √2(33320 − 3,038) 1,29 𝑣 = 227,27𝑚 𝑠 Resumo Nesta apostila vimos como a Equação de Bernoulli é aplicada ao tubo de Venturi, onde consideramos que as alturas são nulas, y1=y2=0 𝑃1 + 𝜌𝑔(0) + ( 1 2 ) 𝜌𝑣12 = 𝑃2 + 𝜌𝑔(0) + ( 1 2 ) 𝜌𝑣22 Originando a seguinte equação 𝑃1 + ( 1 2 ) 𝜌𝑣12 = 𝑃2 + ( 1 2 ) 𝜌𝑣22 Ou seja, a energia potencial gravitacional foi desconsiderada pois as alturas são nulas. Também vimos a aplicação da Equação de Bernoulli em Tubos de Pitot, que servem para calcular a velocidade de fluidos. Nesta condição, temos que a velocidade em um dos pontos do tubo será nula, pois o ar estará confinado nesta seção do tubo 𝑃𝑏 + ( 1 2 ) 𝜌(0) = 𝑃𝑎 + ( 1 2 ) 𝜌𝑣𝑎2 Onde o cálculo dessa pressão, será dado pela seguinte equação 𝑃𝑏 = 𝑃𝑎 + ( 1 2 ) 𝜌𝑣𝑎2 Denominada de Equação de estagnação. Para o cálculo da velocidade nós ajustamos a equação acima, isolando a velocidade, obtendo a equação para a velocidade do fluido no tubo: 𝑣 = √2(𝑃𝑏 − 𝑃𝑎) 𝜌 10 Referências bibliográficas TIPLER, A. P.; MOSCA, G. Física para cientista e engenheiros: oscilações e ondas, termodinâmica. V.1. Rio de Janeiro: LTC, 2006. Referências imagéticas FIGURA 1. Wikipédia. Disponível em: <https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Giovanni_Battista_Venturi.jpg>. Acesso em: 16 abr 2019 as 14:45. FIGURA 2, 3, 4 e 5. Wordpress. Disponível em: <https://hernanleon1002.wordpress.com/fisica-de-fluidos-y- termodinamica/segundo-corte/marco-teorico/tubo-pitot/>. Acesso em: 16 abr 2019 as 16:40.
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