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Filosofia VERDADE E IGNORÂNCIA 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivo......................................................................................................................................... 2 1. A verdade e sua outra face .................................................................................................. 2 1.1. Os cinco tipos de verdade ............................................................................................ 2 1.2. A ignorância ................................................................................................................. 3 Exercícios ...................................................................................................................................... 4 Resumo ......................................................................................................................................... 6 Gabarito ........................................................................................................................................ 5 2 Introdução Na apostila passada, “A razão na filosofia contemporânea”, vimos como a verdade, a razão e a ética serão debatidas pelos filósofos modernos: Immanuel Kant e Friedrich Hegel. Observando que tais pensadores influenciam o pensamento contemporâneo. Por sua vez, na apostila de hoje compreenderemos a verdade como valor que confere sentido as coisas e os cinco tipos de verdade: Emunah, veritas, Alethéia, a pragmática e a por correspondência lógica. Ainda veremos o que é a ignorância e qual é a importância de sair dessa condição. Objetivos • Apresentar os cinco tipos de verdade, segundo a autora Marilena Chauí • Destacar o que é a ignorância e a importância de se retirar de tal condição 1. A verdade e a sua outra face 1.1. Cinco tipos de verdade De acordo com a filósofa brasileira: Marilena Chauí, existem 4 teorias da verdade. A primeira é a verdade na concepção hebraica, que ela chama de Emunah, e tem o mesmo significado que amém. Essa é a verdade do consenso, pois muitas vezes adotamos uma verdade e tomamos ela como convicção sem ao menos perceber que essa verdade não é nossa. Isso é uma espécie de tendência que o ser humano possui, ou seja, a de adotar o que a maioria está dizendo e sem saber sobre o que os outros estão se pautando. Em outras palavras, ela é a verdade do consenso, ou mentira do rebanho, como diria o filósofo Nietzsche, apenas para seguir a moda. A segunda concepção se remete a idade média e será chamada de veritas, que significa verdade em latim. A concepção escolástica e medieval considerava que a verdade será a correspondência entre o intelecto e a coisa. É a forma como Platão acreditava na verdade, expondo que existe um objeto verdadeiro, uma ideia de bem e de justo no mundo das ideias e que a sua correspondência será encontrada na Terra, porém, deturpada, errada, gasta, falha, e não pura e perfeita como no mundo ideal. Assim, se a gente diz ou pensa em alguma coisa que não tem correspondência com o mundo ideal, segundo a veritas, estamos equivocando e dizendo uma mentira. 3 Foto da filósofa Marilena Chauí A próxima concepção de verdade é a Aletéia. Palavra que vem do grego, onde o prefixo “a” quer dizer negação, e téia esquecimento, portanto, significa a negação do esquecimento, ou redescobrir o conhecimento desvelando a aparência e tirando o véu da ignorância sobre as coisas. Para se chegar a verdade do ser é necessário ir além das aparência e imergir no objeto do conhecimento. A quarta concepção desrespeito a verdade pragmática, que relaciona o verdadeiro ao útil, ou seja, é verdadeiro que chego mais rápido ao trabalho de carro do que a pé, por isso é verdade que não irei me atrasar se for de carro. Também podemos utilizar o exemplo dos remédios placebo, essa espécie de remédio que não tem a mesma função do medicamento pode funcionar como tal por curar pelo efeito placebo e psicológico que age sobre a pessoa que acredita de fato que aquilo vai lhe curar. O verdadeiro, nesse sentido, seria medido pela sua utilidade ou eficácia. Uma quinta e última definição é a teoria da verdade por coerência lógica, em que uma sentença estaria ligada a outra. Por exemplo, se o objeto tem quadro patas, um assento e em encosto, logo ele será uma cadeira. Essas seriam as cinco formas básicas, segundo Marilena Chauí, de verdade e como ela se manifesta na sociedade. Agora, vamos ver um pouco mais sobre o outro lado da moeda, a ignorância. CAI NA PROVA! Segundo Marilena Chauí, existem cinco tipos de verdade: 1-Emunah 2- Veritas 3-Alethéia 4-Pragmática 5- Correspondência lógica 4 1.2. A ignorância Muitas vezes fechamos os olhos para a verdade e ignoramos os problemas a nossa volta, bem como os nossos próprios erros, por exemplo, quando julgamos acerca da corrupção política no Brasil e não notamos os nossos atos. A corrupção começa pelo andar no acostamento e continua no atestado comprado para justificar a falta no serviço. Ela passa pelo ato de colar durante a prova de ética e política e apenas ponta do iceberg será a política. Mas ela não deixa de ser o reflexo de uma ignorância e do ato de fechar os olhos que se desenvolveu enquanto marca do brasileiro. A condição da ignorância faz que o homem não tenha medo de errar e que continue feliz com seus erros, afinal, lhe falta a consciência e a reflexão acerca dos próprios atos. Ao mesmo tempo, aquele que ignora a realidade é facilmente manipulado, pois não exerce o próprio poder intelectual, vivendo na plena dependência intelectual alheia. Como diria Aristóteles, todos nós nascemos dotados de razão, mas a partir do momento em que não usamos desta razão, devemos viver na condição de escravos, ou seja, sob a tutela racional dos outros. Kant também dirá que o homem deve sair da tutela dos outros e se emancipar intelectual, saindo da minoridade e entrando na maioridade mental. Permanecendo na minoridade, o homem não possui autonomia de decidir por si, sendo apartado da sua própria liberdade. Para entrar na maioridade é necessário exercer o esclarecimento e a razão, buscando informações, dados coretos e comprovados por especialista da área, o que permite que retirada da condição da ignorância. Além disso, quando encontramos a verdade temos o dever de divulgá-la e de ensinar aos outros o que sabemos. Em Kant, não haveria escolha quanto isso. Já Platão, entende que é importante sair da caverna, o que significa questionar se tudo que está a nossa volta é realmente o que nos é transmitido, ou se as coisas que vivemos e experimentamos não passaria apenas de uma impressão do que é real, ou seja, uma mentira. Se exercemos a razão duvidando e criticando acerca das informações a nossa volta, temos a chance de sair da condição da ignorância e do senso comum. Mas para Platão essa saída da ignorância é permanente, não havendo mais o retorno “a caverna” da ignorância. Cada vez que homem aprende mais, se informa, busca conhecimento nas fontes seguras, ele sente o gosto do poder e não quer retornar a ignorância. Essa é a mensagem de Platão: “O conhecimento é um caminho sem volta”, afinal, a partir do momento em que experimentamos a verdadee a liberdade de dirigir nossos próprios pensamentos e de elaborar nossa própria reflexão, só podemos seguir em frente e buscar mais conhecimento. Por fim, a verdade é libertadora e, por mais que o ignorante permaneça em uma condição confortável e aparentemente melhor, somente saindo da ignorância – ou da caverna - podemos participar ativamente das decisões do mundo e ter o domínio e o poder sobre as nossas próprias decisões, sabendo assim modificar e planejar um futuro melhor para nós e para os que estão a nossa volta. 5 Exercícios 1) (ALVES, T. A, 2019) Saber a ______________ é essencial para nos _____________ da condição de escravos. É feliz quem é _____________. E, mesmo que a ____________ seja confortável e aparentemente melhor, devemos superá-la. Somente assim podemos ter ______________de nós mesmos e do mundo a nossa volta, participar dele, questioná-lo, entendê-lo e ______________. Assinale a alternativa que preenche as lacunas corretamente: a) Verdade – consciência – modificar – livre – libertar - ignorar b) Ser – estar – permanecer – mudar – alterar - planejar c) Verdade – libertar – livre – ignorância – consciência – modificá-lo d) Ignorância – consciência – livre – verdade – mudar – ignorar e) Libertar – livre – consciência – modificá-lo – ignorar - mudar 2) (ALVES, T.D, 2019) Para Chauí, a liberdade deve servir para nos libertar e para que tenha mais autonomia e poder sobre a própria vida. Quando ignoramos estamos tomando uma posição confortável, porém, deixamos de coordenar nossa própria vida, dando ao outro a liberdade de definir sobre nós. Para a filósofa existem cinco tipos de verdade. Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta: a) A Alethéia significa negar o esquecimento, pois “a” é o prefixo grego para negação e lethéia significa esquecimento. b) Verdade por correspondência lógica não é aquela em que chegamos a resposta lógicas, por exemplo, se olho um objeto e ele é redondo e rola, logo, é uma bola. Esse tipo de verdade é a verita. c) Emunah é um termo alemão é quer dizer sair da ignorância e das respostas comuns. d) Veritas é a verdade aquela que se liga ao que é útil. e) A verdade pragmática são as futilidade e ignorâncias da vida. 3) (ALVES, T. D, 2019) A ignorância, segundo Aristóteles, leva o homem a condição dê: a) Libertação b) Modificação c) Escravidão d) Expiação e) Conscientização 6 Gabarito 1) C A verdade liberta os homens da ignorância e da tutela dos outros, dando poder para que possamos modificar o nosso futuro da maneira como desejamos. 2) A Aletéia vem do grego e quer dizer negar o esquecimento, ou desvelar a verdade que está escondida retirando o véu da ignorância sobre ela. 3) C Para Aristóteles, o homem só livre quando exerce a sua razão. Caso contrário, encontra-se como um escravo das decisões alheias, pois precisa que outros tomem decisões por ele. Resumo Nessa apostila vimos que de acordo com Marilena Chauí existem cinco tipos de verdade, a Emunah, Veritas, Aletéia, pragmática e a por correspondência. Emunah é a verdade que o homem aceita por comodidade, sendo a do senso comum. Quando ele a segue, assemelha-se a um gado que segue a manada com medo de se perder, fazendo assim tudo que os outros fazem. A Veritas é a verdade platônica, onde toda a essência do bem, do certo, verdadeiro e justo estaria no mundo das ideias. O homem só teria acesso a parte dessa verdade no mundo inteligível, ou seja, na Terra. Aletéia significa revelar a verdade que estava escondida por trás da ignorância. A verdade pragmática é a que tem utilidade e a verdade por correspondência lógica é aquela que concluímos quando vemos um objeto e associamos ao que já havíamos aprendido antes, ou seja, por associação, por exemplo, se aprendo que um gato tem quatro patas, bigodes e tem pelos e vejo um bicho semelhante, associo e concluo que o que estou vendo é um gato. 7 Referências bibliográficas CHAUI, Marilena. Filosofia moderna. In. Primeira Filosofia: aspectos da Historia da Filosofia. 10. reimpressão.São Paulo: Brasiliense, 1996. ABBAGNANO, Nicola. História da Filosofia. 6. ed. Lisboa: Editorial Presença, 1999. REALE, Giovanni. História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, 1993. 1v. Referências imagéticas Visualhunt - https://visualhunt.com/search/instant/?q=marilena+chau%C3%AD - - Acesso em 08/09/2019 às 19;51 min.
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