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Apostila redação empresarial 2

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Joaquim Maria Botelho
REDAÇÃO EMPRESARIAL
Todos Direitos Autorais Reservados - Catho Online - Joaquim Maria Botelho
Material de Apoio do Curso Online Redação Empresarial
Redacao Empresarial
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~
APRESENTAÇÃO DO CURSO
A comunicação correta é fundamental em uma empresa para que as pessoas entendam as diretrizes 
rapidamente, executem corretamente os seus trabalhos e dêem e recebam retornos com velocidade. Um 
mau entendimento pode resultar em trabalho mal executado, e conseqüente perda de tempo e de lucro. E 
mais: todos os funcionários devem falar a mesma língua, para que se entendam e para que entendam as 
necessidades do trabalho.
Por essas razões, este curso apresenta maneiras de ampliar a compreensão das pessoas sobre três 
requisitos indispensáveis para a boa comunicação empresarial: objetividade, síntese e uniformidade.
Todas as pessoas podem escrever corretamente. Basta boa vontade e prática (sem esquecer que lei-
tura constante é importante para aperfeiçoar o conhecimento da língua). 
Faremos, no curso, com que o aluno pratique a escrita, e que ao longo dos módulos treine a redação 
da melhor maneira que há: redigindo. Serão propostos vários exercícios, com discussão de conceitos e 
de resultados.
Redacao Empresarial
´
~
SOBRE O AUTOR
Joaquim Maria Botelho 
É especializado em Jornalismo Internacional pela University of Wisconsin, nos Estados Unidos, e mes-
tre em Crítica Literária pela PUC-SP. 
Lecionou Técnicas de Reportagem e Entrevista durante 10 anos na Faculdade de Comunicação Social 
da Universidade de Taubaté. Atualmente é diretor de Comunicação da Febem (Fundação Estadual para 
o Bem-Estar do Menor).
Algumas organizações que já participaram e aprovaram os trabalhos de Joaquim Maria Botelho:
 Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
 Embraer 
 TV Globo 
 TV Bandeirantes 
 Jornal ValeParaibano 
 Grupo Catho 
 Fuji Filmes do Brasil 
 Colégio Pentágono 
 Secretaria de Estado da Educação 
 Votorantim Papel e Celulose 
 Sebrae 
 Petybon 
 Minalba 
 Prefeitura Municipal de Jacareí
 Entre outras.
Redacao Empresarial
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~
MENSAGEM DO AUTOR
Bem-vindo(a) ao curso Redação Empresarial.
Fico feliz que você tenha decidido participar deste curso. Selecionei algumas orientações e tenho certe-
za de que você vai considerá-las muito úteis para aperfeiçoar as suas ferramentas de comunicação, tanto 
na empresa quanto no seu dia-a-dia.
Fazer-se entender perfeitamente por escrito e, ainda mais, dar à comunicação elegância e adequação, 
é decerto um diferencial para qualquer pessoa, no âmbito profissional. 
Você poderá rever conceitos importantes de comunicação e adquirir competência para redigir, utilizan-
do as técnicas da narração, descrição e dissertação, documentos como relatórios, atas, comunicados e 
cartas, entre outros.
Caso precise, fique à vontade para enviar suas dúvidas. Terei prazer em responder, sempre com muita 
rapidez.
5
Redacao Empresarial
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SUMÁRIO
Módulo 1 - Respeite a diferença
1.1 - Padrões de linguagem ...............................................................................................8
1.2 - A força da palavra ......................................................................................................9
1.3 - Linguagem eficiente ..................................................................................................10
1.4 - Vícios de linguagem ..................................................................................................12
1.5 - Erros comuns ............................................................................................................15
1.6 - Algumas convenções ................................................................................................18
1.7 - Alguns sinais de pontuação ......................................................................................19
1.8 - Parágrafo — unidade de composição .......................................................................22
1.9 - Manual de redação ....................................................................................................23
Módulo 2 - O processo da comunicação escrita
2.1 - Pesquise sobre o assunto .........................................................................................27
2.2 - Indicação de fontes ..................................................................................................29
2.3 - Situações que interferem na leitura ..........................................................................30
2.4 - Ter medo é uma coisa normal ..................................................................................32
2.5 - Fases da boa redação ..............................................................................................34
Módulo 3 - Qualidades do texto informativo
3.1 - Introdução geral ........................................................................................................38
3.2 - Características de uma boa mensagem ...................................................................39
3.3 - Tipos de texto ...........................................................................................................46
Módulo 4 - Relatório, atas e procuração
4.1 - Como escrever um relatório ......................................................................................52
4.2 - Como escrever uma ata de reunião ..........................................................................58
4.3 - Como escrever uma procuração ...............................................................................61
6
Redacao Empresarial
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~
Módulo 5 - Carta comercial, e-mail e requerimento
5.1 - Como escrever uma carta .........................................................................................66
5.2 - A mensagem de correio eletrônico ...........................................................................72
5.3 - Dicas para elaborar um requerimento ......................................................................76
Módulo 6 - Fixação – Apoio Gramatical
6.1 - Fixação – Erros e Acertos .........................................................................................80
6.2 - Apoio gramatical .......................................................................................................83
Referências Bibliográficas .............................................................................................95
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Modulo 1´Redacao Empresarial~
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MÓDULO 1
RESPEITE A DIFERENÇA
Comunicar-se é um ato característico do ser humano. Comunicar-se bem, no entanto, faz 
toda diferença. Aprender os segredos da comunicação eficaz é um exercício, mas depende 
de técnicas aprimoradas e, como sempre, de algumas dicas e “macetes”.
Veremos, inicialmente, os exemplos mais comuns de erros cometidos cotidianamente e que 
podem, não raro, afetar ou mesmo inverter os resultados pretendidos por um simples comu-
nicado. Entre eles destacamos: gírias, jargões, vícios de linguagem, uso de siglas, estran-
geirismo e muito mais. Vamos ver também alguns padrões de linguagem e convenções.
1.1 - Padrões de linguagem
1.2 - A força da palavra
1.3 - Linguagem eficiente
1.4 - Vícios de linguagem
1.5 - Erros comuns
1.6 - Algumas convenções
1.7 - Alguns sinais de pontuação
1.8 - Parágrafo – unidade de composição
1.9 - Manual de Redação
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Modulo 1´Redacao Empresarial~
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MÓDULO 1
RESPEITE A DIFERENÇA
1.1 PADRÕES DE LINGUAGEM
Convivemos diariamente com duas linguagens distintas na forma: a linguagem oral e a linguagem 
escrita. 
Mas muitas vezes, a diferença entre estas duas formas é sutil e passa despercebida (ou será que 
passa desapercebida?). 
O correto, neste caso, é despercebido, ou seja: que não se viu ou não se ouviu.
Desapercebidosignifica desprevenido, desprovido.
A linguagem informal não pode ser considerada errada, mas deve ficar restrita ao dia-a-dia, às conver-
sas informais. 
Nenhuma língua no mundo sobreviveria se cada pessoa escrevesse como fala. Por causa das diferen-
ças regionais, a palavra VERDE, por exemplo, poderia ser escrita de diferentes modos: vêrdê , vêrdi, vârdi, 
verrdji. Em pouquíssimo tempo a unidade nacional estaria desintegrada porque as pessoas simplesmente 
não se entenderiam mais. Foi o que aconteceu, originalmente, entre Irlanda do Sul e Inglaterra, e nos 
países de língua servo-croata. Os problemas de entendimento — ou de desentendimento — começam 
muitas vezes com a língua. 
Por isso é que se convencionou, historicamente, haver dois padrões de linguagem, um oral e um escri-
to. A língua escrita é prevista em norma, que é uma forma de lei. No caso brasileiro, a norma que rege o 
nosso vocabulário é o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pela Academia Brasileira 
de Letras em 1943, com base em norma semelhante aprovada em 1940 pela Academia de Ciências de 
Lisboa.
Para ser bem entendido, é preciso respeitar a diferença entre língua oral e língua escrita. 
Na comunicação formal, adote o padrão da língua escrita. A linguagem oral, com os desvios naturais 
como jargões*, gírias** e expressões coloquiais, pode não estar ao alcance da pessoa que vai receber a 
sua mensagem.
É fundamental, no entanto, considerar o universo de cada profissão e as peculiaridades, ou problemas 
específicos que cada uma apresenta. Médicos escrevem laudos; advogados redigem petições; economis-
tas elaboram relatórios, e assim por diante. Os jargões específicos, em cada caso, podem não apenas ser 
necessários como, talvez, a única forma de se transmitir a mensagem desejada. Entretanto, o bom-senso 
deve sempre nortear a utilização desses termos.
* Terminologias específicas de determinadas áreas do conhecimento.
** Termos próprios e exclusivos de pequenos grupos sociais. Estudaremos mais detalhadamente este assunto ainda neste 
módulo.
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Modulo 1´Redacao Empresarial~
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1.2 - A FORÇA DA PALAVRA
A linguagem coloquial pressupõe presença, uma conversa frente a frente. Quando você conversa com 
alguém, tem o apoio dos gestos, da entonação, do ritmo, das expressões do rosto, da piscadela ou do 
soerguer de sobrancelhas que acompanha as palavras. O entendimento se dá, portanto, de uma forma 
complexa, e não é só o valor da palavra que conta. 
Lembre-se de que, ao ler uma mensagem sua, em qualquer forma que seja apresentada (e-mail, me-
morando, carta, relatório*), a outra pessoa não estará vendo o seu rosto. E, sem complemento, a mensa-
gem vai ficar incompreendida, não vai cumprir o seu papel de comunicar uma idéia. E você não estará lá 
para explicar a quem estiver lendo o que foi que quis dizer. 
Por isso, a sua mensagem deve ser tão clara que a pessoa que a leia possa entendê-la sem precisar 
de qualquer apoio fora do texto.
Com as mesmas palavras, podemos construir frases de significados diferentes, ou dar margem a sig-
nificados dúbios. 
“Gerente algum compareceu à reunião.”
“Algum gerente compareceu à reunião.”
Mas não seria mais simples escrever as mesmas frases de forma mais clara, sem dar margem à dupla 
interpretação? Por exemplo:
“Nenhum gerente compareceu à reunião.”
“Poucos gerentes compareceram à reunião.”
* Exploraremos mais profundamente cada um desses itens nos módulos 4, 5 e 6 do curso.
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Modulo 1´Redacao Empresarial~
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* Linguagem utilizada por profissionais de economia.
1.3 LINGUAGEM EFICIENTE
Lê-se muito pouco no Brasil. Segundo a Câmara Brasileira do Livro, o brasileiro lê, em média, 
apenas 1,2 livro por ano.
A produção total de livros no Brasil (considerando também livros didáticos e os que são enviados 
às bibliotecas) atualmente é de 2,4 livros per capita, enquanto na França o índice é de 7, e nos 
EUA, de 11.
Fonte: Revista Veja, nº 1.725, 7/11/2001
Aprender o manejo adequado da língua é tarefa para a vida inteira. Por isso não temos aqui a presun-
ção de apresentar um curso que ensine a escrever. Apenas selecionamos alguns tópicos que poderão 
contribuir para estimular os leitores ao saudável hábito de consultar dicionários e boas leituras. Espera-
mos que algumas das orientações contidas aqui possam ajudá-los a produzir textos mais voltados para 
o efeito principal da escrita, que é comunicar uma idéia a uma outra pessoa, corretamente, diretamente, 
sem desvios. 
 POSITIVO: A linguagem pode ser virtuosa. Desta forma será eficiente.
 NEGATIVO: A linguagem pode ser viciosa. Desta forma será ineficiente.
O que faz da linguagem um instrumento ineficiente são os vícios de linguagem. É o que vamos ver nas 
próximas páginas. 
 Evite gírias
Já mencionamos as gírias. Por definição, gírias são espécies de apelidos que as pessoas e as coisas 
recebem em determinadas regiões, e por isso o seu significado pode variar de um lugar para outro. 
 GAÚCHO: Você gasta quantos pilas pra comprar um porquinho pro piá?
 MINEIRO: Você gasta quantos barões pra comprar um mealheiro pro minino?
 PAULISTA: Você gasta quantos paus pra comprar um cofre pro mano novo?
Gaúchos poderão entender a primeira frase, mas encontrarão problemas com as seguintes. Mineiros 
certamente entenderão a segunda frase, mas não estarão muito seguros em relação ao entendimento 
das outras. E mesmo os paulistas, se não estiverem acostumados ao linguajar utilizado na terceira frase 
(que não é praticado em todas as regiões do estado), poderão encontrar problemas para perceber o seu 
verdadeiro significado. 
Porém, a mesma idéia poderia ser escrita evitando possíveis desentendimentos ou interpretações 
dúbias. Como seria?
Quantos reais você gasta para comprar um cofre para a criança?
 Evite jargões
Jargão é um outro vício de linguagem, do ponto de vista da compreensão da mensagem. 
Com o plano Cruzado, em 1986, o chamado economês* tomou conta do noticiário de jornais, porque 
a população passou a se interessar por uma área do conhecimento que até então não despertava o seu 
interesse. Essa “língua” baseada em jargões, ou seja, em expressões restritas a grupos específicos, pro-
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duziu verdadeiras pérolas nos jornais brasileiros. 
Exemplo
Over-night faz LTN subir e BC reduz taxa líquida.
Somente alguém acostumado aos termos utilizados no dia-a-dia da economia conseguiria enten-
der esta manchete. A “tradução” seria:
As Letras do Tesouro Nacional tiveram o custo elevado por causa das taxas aplicadas de um dia 
para o outro pelo governo, e por essa razão o Banco Central foi obrigado a reduzir a taxa paga 
pelo mercado sobre as tais letras, já com desconto de impostos devidos ao governo.
Mas saiba que isso ocorre dentro da sua empresa também. Você não vai ao DP preencher a Rais 
para o INSS ou para ver o extrato do Fundo?
E o que é pior, quando o burocratês impera, são necessárias várias folhas e ofícios simplesmente 
para a compra de uma simples caixa de clipes. 
Pense nisso.
 
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1.4 - VÍCIOS DE LINGUAGEM
Outros fatores que dificultam a comunicação eficiente são os vícios de linguagem. Vamos falar um 
pouco sobre os mais comuns.
 Cacófato 
Som desagradável ou estranho ao texto, ou palavra obscena que se forma a partir da junção da sílaba 
ou das sílabas finais de uma palavra com a sílaba inicial de outra palavra. 
“Pedimos um relatório por colaborador.”
Perceberam a palavra porco?
Que tal mudar para “Pedimos um relatório de cada colaborador?
 Anacoluto
Repetição desnecessária do sujeito. 
“O diretor de mídia, que estava viajando durante o período em que estivemos 
fazendo o planejamento, ele chegou hoje.”
Para que o pronome “ele”?
Elimine, simplesmente. 
 Hipérbole 
Exagero da grandeza das coisas.“Já mandei centenas de memorandos e não obtive resposta.”
Não é melhor contar quantos memorandos foram enviados e ficar com o número certo? 
“Milhões de clientes estão reclamando.” 
Milhões? Para que enfeitar tanto a sua comunicação?
 Pleonasmo 
Repetição de termos supérfluos em uma frase, geralmente inúteis ou até prejudiciais para a compre-
ensão.
“Os empregados deverão entrar para dentro da empresa no horário determinado.”
Convenhamos: uma pessoa só pode entrar para dentro...
 “Todos os países do mundo têm problemas.”
E há países fora do mundo?
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 Tautologia 
É um vício de linguagem que consiste em repetir desnecessariamente uma idéia com palavras diferen-
tes. 
 Elo de ligação: elo foi feito para ligar, portanto para que dizer que é de ligação?
 Certeza absoluta: não pode haver certeza relativa, do contrário não será certeza, certo?
 Em duas metades iguais: metade já quer dizer a meia parte exata de uma coisa.
 Há anos atrás: há, neste caso, já indica passado; para quê juntar o advérbio atrás?
 Vereador da cidade: vereador é o cargo atribuído ao integrante de uma câmara legislativa 
municipal; não existe vereador estadual ou federal.
 Relações bilaterais entre dois países: o prefixo bi já quer dizer dois. 
 Detalhes minuciosos: detalhes e minúcias querem dizer a mesma coisa; por que usar as duas 
palavras?
 De sua livre escolha: se houve escolha, é porque houve liberdade na seleção entre algumas 
coisas; como alguém poderia escolher sem liberdade?
 Fato real: se é fato, é real, senão seria ficção ou fantasia.
 Amanhecer o dia: parece óbvio que só o dia amanhece.
 Surpresa inesperada: se fosse esperada, não seria surpresa.
A seguir vamos falar sobre outro vício comum a linguagem oral, mas que torna a linguagem escrita 
errada e muitas vezes ineficiente.
 Deslocamento de pronome 
Todos sabem que não se pode iniciar frase com pronome oblíquo, e que é errado dizer, por exemplo, 
“Me interessei pelo curso”. O correto é dizer: “Interessei-me pelo curso”. 
Há outros problemas em relação aos pronomes que devem ser considerados cuidadosamente, em 
nome da correção gramatical. Um deles é a mesóclise, uma forma de intercalar o pronome oblíquo entre o 
radical do verbo e a desinência, no subjuntivo ou no tempo futuro do indicativo. Exemplo: Interessar-me-ia 
pela vaga; comprá-lo-ei. 
Não se recomenda a mesóclise por ser uma forma pedante, mais utilizada principalmente em textos 
literários.
 Uso do pronome se 
A partícula se deve ser empregada com cuidado. Ela apanha os redatores descuidados e pode dar 
sentidos indesejáveis ao texto, caso não seja muito bem tratada.
1. Partícula apassivadora – quando coloca o sujeito da frase em situação passiva. Nesse caso, 
deve ser sempre colocada ao lado do sujeito, a não ser que o sujeito esteja oculto.
 Ele se tranqüilizou. (Sujeito claro)
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Tranqüilizou-se. (Sujeito oculto)
Quando houver um pronome relativo, que representa o sujeito, a mesma regra deve ser aplicada. 
Ele, que se tranqüilizou depois da crise. 
2. Índice de indeterminação do sujeito – quando não se conhece quem é o sujeito da frase, ou 
quando este simplesmente inexiste.
Vive-se bem no Brasil - Quem vive? Quem é o sujeito da frase?
“Leonardo da Vinci, como se sabe, foi inventor e pintor.” 
Recomendamos que você procure aprofundar seu conhecimento sobre a partícula se. Seu uso inade-
quado pode comprometer toda a compreensão do texto. 
Além dos casos que vimos aqui, existem vários outros que podem parecer palavrões: anástrofe, ana-
coluto, enálage, polipoto, silepse, sinédoque...
Mas deixemos isso para os estudiosos. Aqui, interessam-nos os casos mais comuns.
No quadro abaixo, cada frase contém um tipo de erro (ou vício de linguagem). 
Frase Vício
O departamento de RH, como elemento importante 
da estratégia da empresa, o departamento carece de 
atenção. 
Anacoluto
É um assunto de extrema importância. Hipérbole
Nenhuma queixa sai da boca dela. Cacófato
Devo acrescentar que o novo responsável, ele conta 
com todo o apoio da direção. 
Anacoluto
Vamos subir para cima. Pleonasmo
Outra alternativa que se apresenta é a demissão. Tautologia
O prazo é urgentíssimo. Hipérbole
Referindo-me à chefe, ela tinha razão. Cacófato
O gerente é viúvo da esposa, que faleceu. Pleonasmo
Nos convivemos juntos no ambiente de trabalho. Tautologia
Sabendo como e quando ocorrem esses vícios de linguagem, fica mais fácil evitá-los.
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1.5 - ERROS COMUNS
 Evite o exagero no uso de letras maiúsculas
Preciso passar cópia do Memorando para o Presidente, assim como para o Psicólogo da Divisão, para 
o Engenheiro da Fábrica, para o Chefe da Cozinha do Refeitório e para o Faxineiro das Instalações.
Obviamente, não é sempre que as letras se apresentam dessa maneira — a não ser em letreiros publi-
citários. Mas não é esse o nosso caso.
Descontando o exagero, é assim que o texto parece quando são usadas indiscriminadamente as letras 
maiúsculas: elas parecem ficar piscando diante do leitor, poluem o texto, deixam a frase feia e incorreta, 
além de desviar a atenção dos itens que realmente merecem atenção.
No momento em que utilizamos a letra inicial maiúscula, estamos atribuindo um valor à pessoa ou coisa 
que queremos indicar. Por isso muita gente pensa que presidente tem que ser sempre escrito com a inicial 
em maiúscula. Não é verdade. 
A instituição que a pessoa representa é grafada com inicial em maiúscula – nesse caso, a Presidência. 
Mas a indicação do profissional ou do ocupante de um cargo deve ser feita com letra minúscula, nesse 
caso o presidente, até por uma questão de modéstia. 
Maiúsculas servem basicamente para:
1. Iniciar períodos
2. Indicar nomes próprios de pessoas, lugares, cidades, estados e países
 Siglas – maiúsculas ou minúsculas?
Nas frases abaixo aparecem várias siglas. Identificadas pela grafia aquelas correta, com um C, e as 
que estão erradas, com um E:
[ E ] Para conferir o saldo do Fgts, o trabalhador deve consultar a CEF.
[ C ] O PT está buscando apoio junto ao PSDB e ao PFL.
[ C ] A Embraer e a Petrobrás estão entre as maiores exportadoras brasileiras.
[ E ] A relação entre os E.U.A. e a ONU ficaram estremecidas.
Dicas
Há algumas regras para a escrita de siglas. 
 Quando a sigla tiver até três letras, use todas em maiúsculas. Exemplos: ONU, SIF, CEF. 
Quando a sigla tiver que ser pronunciada letra por letra (FGTS, INSS, AACD), escreva com todas 
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as letras em maiúsculas. 
 Quando a sigla formar uma palavra pronunciável (Embratel, Petrobrás, Telesp), use apenas a 
primeira letra em maiúscula.
Dica Importante!
Nunca use pontos em siglas.
É errado escrever C.E.P., por exemplo.
Vamos falar agora sobre o uso do hífen. Vejamos dois casos importantes, lembrando que há vários 
outros que merecem ser estudados.
Usa-se o hífen principalmente para unir palavras compostas que mantenham a sua acentuação original, 
a sua independência fonética. Exemplos: pára-choque, papa-légua. 
Usa-se também o hífen para indicar a inserção de um prefixo. É nesses casos que o hífen costuma ser 
mais incorretamente utilizado. A regra geral: o hífen é usado para unir prefixos* em palavras que comecem 
com h, r, s e vogal. 
Esta regra tem várias exceções. Para ter certeza de que a aplicação do hífen em uma determinada 
composição está correta, antes de escrever o ideal é consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Por-
tuguesa.
Outro caminho, mais acessível, é o Novo Aurélio – Dicionário da Língua Portuguesa, que traz uma 
seção dedicada ao uso do hífen na página XXIII.
A B
No seu dia-a-dia, é comum 
enfrentar situações complicadas.
Dia a dia, ele enfrenta situa-
ções delicadas.No primeiro exemplo, a expressão “dia-a-dia” tem significado próprio, com os hífens conferindo a uni-
dade semântica. 
No segundo exemplo, as palavras dia são independentes. Pode-se, por exemplo, substituir a expres-
são por “dia após dia...”, e a frase manterá o significado. Observe que esta substituição não pode ser feita 
no primeiro exemplo.
 Estrangeirismo
 Sale! Shopping Parking Stop! Enjoy!
O predomínio do inglês no âmbito comercial, principalmente na Internet, deixa as pessoas tão acos-
tumadas com o seu uso que há uma certa tendência de se aplicar, na comunicação geral, expressões 
próprias dessa língua.
Mas não se deve esquecer que nem todas as pessoas dominam o inglês. Por isso, resista à tentação 
e traduza expressões daquela língua, sempre que possível, para o português corrente. 
Leia a frase.
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* expressão francesa que quer dizer: de jeito algum.
** expressão espanhola que quer dizer: nada mais, somente.
A empresa aprovou um budget do qual consta um share para atingir o target. 
A empresa aprovou uma verba da qual consta uma parcela para atingir o público-alvo.
Pode até ser que, com as expressões em inglês, sua redação chame mais a atenção. Mas lembre-se: 
dependendo de quem seja o leitor que você queira atingir, ela pode gerar o efeito contrário: não explicar 
nada, e confundir ainda mais...
O mesmo problema pode ocorrer em outras línguas. Veja só:
Esta não é, pas de tout*, a situação real da empresa. 
Era só, e no más**, o que eu tinha a apresentar.
Dica Importante!
Um dos mais graves erros é aplicar regras da gramática estrangeira a uma frase escrita com a 
sintaxe portuguesa.
O apóstrofo seguido de “s” depois de uma palavra, por exemplo, é privativo do inglês, e indica 
posse.
The CEO´s office is large = O escritório do presidente é grande.
Em português, é comum vermos pessoas escrevendo que “todos os CEO´s das empresas mais 
importantes ganham acima de X”. 
Está errado. O plural se faz de acordo com as regras da sintaxe portuguesa.
Portanto, CEOs sem o apóstrofo.
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1.6 - ALGUMAS CONVENÇÕES
 Grafia de horas 
Por acordo internacional, horas e suas frações são grafadas de uma só maneira: h (letra minúscula, 
sem ponto e sem plural) para horas; min (também em minúsculas, sem ponto e sem plural) para minutos 
— não use a letra m, porque esta representa metro, e não minuto — e seg (em minúsculas, sem ponto e 
sem plural) para segundos. 
Portanto, esta é a grafia correta para oito horas e trinta e dois minutos: 
8h32min
 Grafia de medidas 
Em todos os países em que foi adotado o padrão decimal de medidas, existe um formato de grafia que 
é único. Dessa forma, a mensagem será entendida em qualquer país que utilize o sistema decimal.
Observe a abreviatura para metro: m
Em minúscula, sem ponto e sem plural, mesmo que se trate de mais de um metro. 
A regra é a mesma para outras medidas, seja para centímetro (cm), seja para quilômetro (km), para 
grama (g) ou para quilograma (kg).
 um cm, dois cm, três cm
 um m, dois m, três m
 um km, dois km, três km
 um g, dois g, três g
 um kg, dois kg, três kg
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1.7 - ALGUNS SINAIS DE PONTUAÇÃO
 Ponto e vírgula
Quando dois pensamentos, equivalentes a duas sentenças mas fazendo parte do mesmo assunto, são 
declarados, pode-se separá-los por ponto e vírgula.
“Recebemos relatório do Departamento Financeiro informando sobre a alta dos preços 
de matéria-prima; o documento continha dados de pesquisa da área de planejamento.”
Também pode ser usado para separar itens em documentos oficiais como leis, decretos, regulamentos, 
ou documentos de empresas, como relatórios. 
“Os produtos que tiveram preços reajustados foram: a) embalagens de papelão; 
b) bobinas de papel; c) chapas de alumínio; d) folhas de acetato.”
 Dois pontos
São utilizados quando a segunda frase é conclusiva ou explicativa em relação à primeira. 
Os casos mais indicados para o uso de dois pontos são estes:
 indicar uma enumeração clara
“Temos quatro razões para contratar uma consultoria: 
rapidez, economia, confiabilidade e garantia.”
Quando a enumeração é indicada pelas expressões como ou tais como, não use dois pontos, 
porque será uma redundância.
 “Temos razões tais como rapidez e confiabilidade, 
para contratar uma consultoria.”
 indicar uma citação direta de alguém
Na última reunião, o engenheiro disse: 
“Vou promover mudanças no projeto”.
 logo depois de vocativos que iniciam correspondências.
Prezado senhor:
Ilmo. Sr.:
 Vírgula
A vírgula deve ser utilizada estritamente nos casos em que a correção gramatical exija, ou nos casos 
em que seja necessária para o entendimento da mensagem. Por isso não exagere; não use vírgula apenas 
para indicar pausa, porque isso interrompe a leitura e prejudica a apreensão do pensamento.
Estudaremos alguns casos específicos do uso da vírgula mais adiante.
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 Aspas
São sinais que têm como papel mais importante indicar citações literais, como a reprodução de uma 
frase exata dita por outra pessoa. 
Também podem ser usados para indicar que uma palavra está sendo utilizada fora do seu sentido 
original. 
O almoxarifado nos fez o “favor” de não avisar que o estoque estava no fim. 
Neste caso fica claro que a palavra favor está sendo usada num 
sentido irônico, querendo significar o contrário do que expressa.
 Reticências
É um sinal que indica interrupção de pensamento, e mostra que há algo mais a ser dito e que o autor da 
mensagem preferiu não dizer. Como a idéia que transmite é de omissão voluntária, deixando a mensagem 
vaga e aberta demais, as reticências devem ser utilizadas com muita moderação. Se possível, evitá-las.
 Parênteses
Sempre que possível, prefira informações entre vírgulas. O parêntese é um dos mais feios dos sinais 
gráficos, e além disso encerra elementos estranhos à informação.
Não use vários pontos de interrogação para indicar ênfase na pergunta, nem vários pontos de 
exclamação para indicar ênfase na afirmação. São sinais de base opinativa. Seu uso repetido, 
além de errado, indica impaciência e pode ser interpretado como sinal de arrogância. 
Para fixar, vamos conferir alguns casos nos quais o uso da vírgula gera erros freqüentemente.
Caso 1
A. As atitudes dos colaboradores, se voltavam para a resolução de problemas.
B. As atitudes dos colaboradores se voltavam para a resolução de problemas.
Caso 2
A. O gerente da fábrica contava, histórias, para elevar o moral da equipe. 
B. O gerente da fábrica contava histórias para elevar o moral da equipe. 
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No Caso 1:
Nunca se usa vírgula separando o sujeito do predicado. É como se colocasse uma pedra, impedindo 
a ação do sujeito.
No Caso 2:
Como no exemplo anterior, nunca se deve usa vírgula separando o verbo dos seus complementos. 
Basta ler com atenção a alternativa errada para constatar como quebra o ritmo da frase, além de ficar feio 
visualmente.
Confira abaixo mais informações sobre o uso correto da vírgula:
Iniciamos a reunião, debatemos a pauta, preparamos o relatório.
Explicação
A vírgula serve para separar várias orações que não vêm ligadas por uma conjunção.
Entenda por oração cada conjunto que exprime uma ação. No exemplo acima, veja que “iniciamos a 
reunião” é um ato independente, que é ligado à próxima ação “debatemos a pauta” por uma vírgula.
O consultor era brasileiro, mas às vezes deixava escapar uma 
frase em espanhol, pois passara um tempo no Chile.
Explicação
A vírgula serve para separar orações que são coordenadas por uma conjunção, exceto as iniciadas 
pela conjunção e.
O documento apresenta, para terminar, um balanço da produção.
Explicação
A vírgulasepara orações intercaladas, que tenham função de introduzir uma citação, ressalva, adver-
tência etc.
A qualidade, que nos distingue da concorrência, precisa ser bem cuidada.
Explicação
A vírgula serve para isolar as orações subordinadas adjetivas.
 
Compareci à reunião, embora estivesse gripado.
Explicação
A vírgula serve para separar orações subordinadas adverbiais.
 
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1.8 - PARÁGRAFO — UNIDADE DE COMPOSIÇÃO
O parágrafo é a unidade de composição do texto. Para cada idéia, deve haver um parágrafo diferente. 
O parágrafo precisa ter três partes: tópico frasal*, desenvolvimento** e conclusão***. Observe a dife-
rença:
“É proibido contratar nesse período de crise.” - Tópico frasal obscuro e inespecífico.
“A partir da data de hoje, estão proibidas as contratações no Departamento de Produção por motivo 
de redução de custos.” - Tópico frasal claro e específico, mencionando onde, quando e porquê. 
Veja uma sugestão de elaboração, a partir do exemplo acima:
“A decisão foi tomada pelo Conselho Deliberativo da empresa na reunião 
do dia 22/02/2002, quando foi divulgado o relatório periódico de despesas.”
“Necessidades específicas poderão ser consideradas 
com base na relação entre custo e benefício.”
“A partir da data de hoje, estão proibidas as contratações no Departamento de Produção por motivo 
de redução de custos. A decisão foi tomada pelo Conselho Deliberativo da empresa na reunião do dia 
22/02/2002, quando foi divulgado o relatório periódico de despesas. Necessidades específicas poderão 
ser consideradas com base na relação entre custo e benefício.”
Observe que, unindo as três partes (tópico frasal, desenvolvimento e conclusão), temos uma comuni-
cação breve, objetiva, clara e específica.
O raciocínio se aplica a qualquer parágrafo que se queira redigir, e facilita bastante a condução das 
idéias.
* O tópico frasal introduz o assunto. É o núcleo, que traz em si, de modo geral e conciso, a idéia. 
** O desenvolvimento surge quando é necessário detalhar o tópico frasal.
*** A conclusão é o fecho, o encerramento do assunto. 
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1.9 - MANUAL DE REDAÇÃO
Abaixo colocamos a sua disposição um “Manual de redação” que você não deve seguir em nenhuma 
instância. Por quê?!
Você verá que todas as regras do “Manual” são, na verdade, paródias das verdadeiras regras e são 
complemente absurdas. Porém são muito criativas e engraçadas. É uma forma divertida de fixar o que 
NÃO se deve fazer. 
Infelizmente, não conhecemos a autor deste manual. Caso você o conheça, informe-nos para que 
possamos dar os devidos créditos.
Manual de Redação
1. Vc. deve evitar abrev., etc.
2. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, segundo deve 
ser do conhecimento inexorável dos copidesques. Tal prática advém de esmero excessivo que 
beira o exibicionismo narcisístico.
3. Anule aliterações altamente abusivas.
4. “não esqueça das maiúsculas”, como já dizia dona loreta, minha professora lá no colégio ale-
xandre de gusmão, no ipiranga.
5. Evite lugares-comuns assim como o diabo foge da cruz.
6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
8. Chute o balde no emprego de gíria, mesmo que sejam maneiras, tá ligado?
9. Palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa merda. Ops! Perdão.
10. Nunca generalize: generalizar, em todas as situações, sempre é um erro.
11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição 
da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra 
repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer meu amigo: “Quem cita os outros não tem 
idéias próprias”.
13. Frases incompletas podem causar
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta 
mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma idéia.
15. Seja mais ou menos específico.
16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
17. A voz passiva deve ser evitada.
18. Use a pontuação corretamente o ponto e a virgula especialmente será que ninguém sabe 
mais usar o sinal de interrogação
19. Quem precisa de perguntas retóricas?
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20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.
21. Exagerar é cem bilhões de vezes pior do que a moderação.
22. Evite mesóclises. Repita comigo: “mesóclises: evitá-las-ei!”
23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
24. Não abuse das exclamações! Nunca! Seu texto fica horrível!
25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da idéia contida 
nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia central, o que nem sempre torna o 
seu conteúdo acessível, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes 
diversos, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do 
processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língüa portuguêza.
27. Seja incisivo e coerente, ou não.
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RESUMO
Todos os conceitos apresentados neste módulo dependem de exercícios diários. Não tente “de-
corar” as regras e normas; esforce-se para compreendê-las.
1. Aprender os segredos da comunicação eficaz é um exercício, mas depende de técnicas apri-
moradas e, como sempre, de algumas dicas e “macetes”.
2. Convivemos diariamente com duas linguagens distintas na forma: a linguagem oral e a lingua-
gem escrita. A linguagem informal não pode ser considerada errada, mas deve ficar restrita ao 
dia-a-dia.
3. A língua escrita é prevista em norma, que é uma forma de lei. No nosso caso brasileiro, a nor-
ma é o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado em 1943.
4. Na comunicação formal, adote o padrão da língua escrita. A linguagem oral pode não estar ao 
alcance da pessoa que vai receber a sua mensagem.
5. Na comunicação formal, evite o uso de jargões (terminologias específicas de determinadas 
áreas do conhecimento) e de gírias (termos próprios e exclusivos de pequenos grupos sociais).
6. É importante conhecer os vícios de linguagem mais comuns, e tentar evitá-los ao máximo. Os 
principais vícios são o cacófato (som desagradável ou estranho ao texto), o anacoluto (repetição 
desnecessária do sujeito), a hipérbole (exagero da grandeza das coisas), o pleonasmo (repetição 
de termos supérfluos em uma frase), a tautologia (repetição desnecessária de uma idéia com 
palavras diferentes).
7. O uso indiscriminado de letras maiúsculas pode poluir o texto e desviar a atenção do leitor. Le-
tras maiúsculas servem basicamente para iniciar períodos e indicar nomes próprios de pessoas, 
lugares, cidades, estados e países.
8. A grafia de siglas segue algumas regras: quando a sigla tiver até três letras, use todas em 
maiúsculas (ONU, SIF, CEF etc.); quando a sigla tiver que ser pronunciada letra por letra (FGTS, 
INSS, AACD), escreva com todas as letras em maiúsculas; quando a sigla formar uma palavra 
pronunciável como Embratel, Petrobrás, Telesp, use apenas a primeira letra em maiúscula. Nun-
ca use pontos em siglas. C.E.P., por exemplo, é errado.
9. Usa-se o hífen principalmente para unir palavras compostas que mantenham a sua acentua-
ção original, a sua independência fonética (pára-choque, papa-légua). Usa-se também o hífen 
para indicar a inserção de um prefixo. A regra geral: o hífen é usado para unir prefixos em pala-
vras que comecem com h, r, s e vogal.
10. Sempre que possível, evite o abuso de expressões em inglês. Não aplique regras da gramáti-
caestrangeira a uma frase escrita em português. O apóstrofo seguido de “s”, por exemplo: depois 
de uma palavra, é privativo do inglês, e indica posse.
11. Preste atenção às convenções internacionais. Horas e suas frações são grafadas de uma só 
maneira: h com letra minúscula, sem ponto e sem plural para horas; min(também em minúsculas, 
sem ponto e sem plural. 
12. Os sinais de pontuação existem para “clarear”, dar coerência ao texto, além de ressaltar 
idéias principais. Utilize-os da maneira correta.
13. O parágrafo possui três partes: tópico frasal, desenvolvimento e conclusão.
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MÓDULO 2
O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO ESCRITA
Neste módulo, veremos alguns conceitos importantes para a construção de um texto.
2.1 - Pesquise sobre o assunto
2.2 - Indicação de fontes
2.3 - Situações que interferem na leitura
2.4 - Ter medo é uma coisa normal
2.5 - Fases da boa redação
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MÓDULO 2
O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO ESCRITA
2.1 PESQUISE SOBRE O ASSUNTO
 Frase 1
Talvez a maior barreira para a redação eficiente seja a falta de conhecimento adequado do as-
sunto sobre o qual se vai escrever. 
 Frase 2
O destinatário de uma mensagem quer sentir que ela foi escrita por alguém que domine o assun-
to, sob pena de não sentir respeito nem pelo conteúdo nem por quem o redigiu. 
 Frase 3
Se o destinatário não acredita na mensagem, para que ela serve?
 Frase 4
Veremos algumas formas de pesquisas e de citação de fontes, na seqüência deste curso.
 Frase 5
Mas antes precisamos ver outras situações embaraçosas que devem ser avaliadas antes que 
uma pessoa decida redigir uma mensagem.
Para iniciar uma pesquisa, é preciso definir qual o objetivo da mensagem. Este objetivo nada mais é 
que o alvo a ser atingido.
Ao mesmo tempo, seja econômico* e delimite o assunto a ser abordado. Com essa delimitação, a men-
sagem (a flecha) não se dispersa.
Mas antes, ainda neste módulo, vamos ver mais alguns exemplos sobre pesquisa e referências de 
fontes.
Seja econômico na escrita, mas não na hora de pesquisar**. E, de preferência, informe as pessoas a 
quem você escreve que você foi buscar informações qualificadas para colocar em seu texto.
Pesquisa, aqui, significa identificar a fonte de qualquer informação a ser repassada — podem tanto ser 
fontes bibliográficas, técnicas e históricas, como as declarações do gerente ou do diretor de um determi-
nado departamento da empresa. 
Você não deve escrever uma frase como esta: 
Foi dito na reunião que talvez a empresa autorize emenda no fim do ano. 
É uma frase vaga e anônima, que fica parecendo boato. Quem disse isso? E a pessoa disse que talvez 
a empresa autorize a emenda?
Pesquise, pergunte, informe-se. Descubra o que foi dito na reunião, quem disse, e que evidências tem. 
Quando você obtiver essas informações, poderá escrever o seu texto adequadamente. 
* Economia, aqui, refere-se a concisão, objetividade, encadeamento coerente e unidade — estas são algumas caracterís-
ticas que deixam o texto claro e simples. Estas e outras características serão abordadas no Módulo 3 deste curso.
** Pesquisar é a melhor forma de acumular conhecimento e de aprender.
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Há duas formas de passar as informações para o seu leitor. Uma é a citação direta, outra a citação 
indireta. 
Identifique as duas frases a seguir. 
(D) O diretor de RH declarou, durante reunião com o sindicato, realizada no dia 10 de novembro, o 
seguinte: “A empresa deve divulgar na próxima semana comunicado oficial de feriados”. 
(I) Durante reunião com o sindicato, realizada no dia 10 de novembro, o diretor de RH declarou que a 
empresa deve divulgar na próxima semana comunicado oficial de feriados. 
O discurso direto acontece quando você reproduz a declaração de uma pessoa ou o trecho de um 
texto de outro autor. A citação direta vem sempre entre aspas, precedida de dois pontos.
Já o discurso indireto é quando você informa o que a pessoa declarou, ou o que contém um texto, 
sem reproduzir. 
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2.2 - INDICAÇÃO DE FONTES 
Preste atenção aos exemplos a seguir:
 Exemplo
Disseram que o dólar deve sofrer uma forte queda e chegar a mais ou menos até uns R$ 2,80.
Segundo estimativas do Conselho Monetário do Banco Central, o dólar sofrerá uma queda subs-
tancial e deve ficar abaixo da barreira de R$ 3,00, nos próximos dois meses.
Não é preciso nem perguntar qual dos dois casos transmite maior credibilidade, não é mesmo? Ainda 
que sejam apenas estimativas, no segundo caso elas estão muito mais embasadas.
Além da fonte da informação, há outros aspectos que garantem maior segurança ao leitor. Vamos ana-
lisar, no entanto, o primeiro exemplo:
Disseram* que o dólar deve sofrer uma forte queda e chegar a 
mais ou menos até uns** R$ 2,80.
Segundo estimativas do Conselho Monetário do Banco Central, o dólar sofrerá uma queda substancial 
e deve ficar abaixo da barreira de R$ 3,00, nos próximos dois meses.
Procure sempre indicar qual é a fonte das suas informações, porque isto é fundamental para aumentar 
a credibilidade da sua comunicação. Além disso, quem não cita a fonte corre o risco de ser acusado de 
plágio. Informe quem disse (e em que momento), em que livro leu (nome e autor da obra), em que jornal 
ou revista (nome, data e seção), ou em que site da Internet (não é necessário o endereço eletrônico, mas 
deixe clara a origem). 
Na página anterior abordamos a pesquisa, que nada mais é do que a identificação das fontes da in-
formação que será repassada. Esse é um procedimento que garante à sua redação uma característica 
fundamental. Vamos ver se você consegue identificar qual é essa característica?
Credibilidade
A credibilidade é uma característica fundamental a qualquer texto. Você deve sempre se preocupar em 
passar informações precisas e com embasamento.
* “Disseram que...” E daí? Quem foi que disse? Quando o sujeito não é identificado — no nosso caso específico, a fonte não é citada 
—, fica mais difícil acreditar na informação que está sendo repassada.
** “Uns R$ 2,80.” Claro, trata-se apenas de uma estimativa, e nem mesmo o Banco Central pode definir um valor exato. Mas observe a 
palavrinha “uns”: trata-se de um “artigo indefinido” — ou seja: como o próprio nome diz, ele não define nada. Resumindo: ele significa, 
sim, menos credibilidade para sua mensagem.
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2.3 - SITUAÇÕES QUE INTERFEREM NA LEITURA
Você deve ser muito cuidadoso ao redigir uma mensagem, seja de que natureza for. Leve em conta a 
pessoa que vai ler. E observe, antes de escrever, o seguinte:
 Pessoa Confusa
Quando a comunicação trata de um assunto desconhecido do destinatário, seja porque ele tem 
limitado conhecimento técnico ou porque não está bem preparado. Nesse caso, respeite o seu 
leitor e facilite as coisas para ele. Sempre que tiver que escrever um conceito difícil, explique. 
 Pessoa Contrariada
Quando o destinatário não está interessado no assunto. Por exemplo: se você está apresentando 
um relatório que apresenta falhas de sistema ou da equipe. Ninguém gosta de receber mensa-
gens que apontam erros. Seja objetivo e evite comentários. Relate apenas os fatos.
 Pessoa Entediada
Quando você sabe que o destinatário é uma pessoa extremamente ocupada e sofre pressão do 
tempo. Para essas pessoas, mensagens longas não funcionam. Seja breve e conciso. 
 Pessoa Rindo
Quando o destinatário costuma utilizar um vocabulário diferente do seu. Geralmente esta di-
ferença se deve a desníveis culturais, hierárquicos ou de idade. Escreva mensagens diretas e 
simples. 
 Pessoa Irritada
Quando você sabe que o destinatário parte de suposições diferentes da sua ou quando apre-
senta reações hostis ou negativas a você. Seja objetivo edireto, evitando quaisquer tipos de 
comentários.
Para entendermos melhor as dicas acima, vamos pedir ajuda à professora Ana Maria. A partir de agora, 
ela passará a nos acompanhar neste curso, dando exemplos e comentando alguns textos.
Olá. Eu sou a professora Ana Maria. Muito prazer. A partir de agora você vai me encontrar várias 
vezes durante o curso. Sempre que necessário, eu vou colaborar apresentando alguns exemplos 
de texto e comentando-os. Mãos à obra, então? Venha comigo.
“A procrastinação de uma solução abrangente e incidente sobre a reciclagem organizacional não 
impedirá o surgimento de opções estruturais e conjunturais, o que tornará evidente a defasagem 
de todo um sistema eminentemente elitista.
Não obstante o critério eminentemente tecnicista das assertivas e premissas acima explicitadas, 
convém sublinhar o caráter teleológico e fático que deflui desse pensamento transcedental.”
Quem não se esmera em limpar o estilo de repetições de idéias e palavras transmite a impressão 
de que não dispõe de muitos recursos vocabulares, manifesta falta de traquejo com as possibili-
dades da língua. Para evitar repetições não basta recorrer ao dicionário em busca de sinônimos. 
A busca de palavras difíceis, o preciosismo vocabular, não é a solução — principalmente para a 
redação empresarial.
A palavra desconhecida nem sempre é a mais bonita. E o excesso de vocábulos difíceis não só 
prejudica o entendimento como também transmite a sensação de que não se conhece bem o 
assunto e se procura com a linguagem rebuscada encobrir a superficialidade do texto.
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Textos como esse que acabamos de ver nada transmitem. E quantos desse naipe multiplicam-se 
em nossos jornais, revistas, livros... e até numa simples correspondência comercial!
Fonte: “Correspondência – Técnicas de Comunicação Criativa” João Bosco Medeiros – Ed. Atlas
Tente ouvir um CD, ou ler um livro, no meio de uma barulheira. Praticamente impossível, não é?
Vamos ver alguns casos que devem ser evitados para que essa “barulheira” não aconteça num texto 
escrito.
Em comunicação, “ruído” é tudo aquilo que atrapalha a transmissão e a recepção da mensagem — po-
dem ser, inclusive, ruídos sonoros. 
Num texto escrito, os ruídos podem aparecer de numerosas maneiras, e comprometer toda a mensa-
gem. Os principais ruídos são provocados por erros ortográficos e gramaticais.
Mas há outros tipos de ruídos: termos técnicos, por exemplo, exigem a devida “tradução”, ou explica-
ções adicionais, para o leitor.
E diz o ditado que tempo é dinheiro. Portanto, seja econômico: escreva somente o necessário; não 
desperdice palavras nem o tempo do seu leitor.
Para completar, nunca exponha argumentos com alguma conotação preconceituosa (principalmente 
em relação a raças, religiões, deficiências físicas, entre outros). Simplesmente risque-os de seu texto.
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2.4 – TER MEDO É UMA COISA NORMAL
Há pessoas que se apavoram ao ter que enfrentar determinadas situações que, para outras, são corri-
queiras. Escrever um memorando ou um relatório, por exemplo — ou ainda uma simples mensagem.
Mas devemos enfrentar nossos medos. Não é exclusiva dos candidatos a orador a sensação do medo 
de se ver em frente a uma platéia. Muitas pessoas que desejam se comunicar por escrito também so-
frem. 
Escrever e exercitar a redação é superar esse medo.
Medo de não ser entendido, medo de não ser aceito, medo de errar. Em resumo, o ser humano quer ser 
feliz. Para isso precisa do outro. Nos momentos em que o elo entre uma pessoa e outra pessoa se rompe, 
ou ameaça se romper, cria-se uma condição de medo. 
Medo de escrever? Uma saída para superar esse medo é conhecer os vários níveis de linguagem, e 
utilizar o bom senso para aplicá-los em determinadas situações. Vamos conhecer resumidamente quais 
seriam esses níveis?
 Linguagem coloquial / familiar
É informal, espontânea e descontraída. Seu objetivo é a comunicação clara e eficaz. Sua expressão é 
subjetiva, afetiva.
É despida de formalidades, de requintes gramaticais. Permite-se o uso de vocabulário e construções 
sintáticas simples.
Não deve ser utilizada na redação empresarial.
 Linguagem literária
A preocupação principal aqui é com o próprio emissor. O escritor não tem como finalidade transmitir 
informação, mas proporcionar sensibilizações; quer despertar emoções.
Prima pela subjetividade. 
Também não é o que buscamos para a redação empresarial.
 Linguagem culta
É a variedade que desfruta de maior formalidade; nela se encontra alto índice de gramaticalidade. A 
língua culta é símbolo de distinção, goza de alto prestígio.
Pela sobriedade e correção, a linguagem culta deve fazer parte do repertório para a redação empresa-
rial. Mas deve ser utilizada com moderação, para não demonstrar pedantismo.
 Linguagem técnica e científica
Consiste no uso de vocábulos específicos para designar instrumentos utilizados em determinado ofício, 
ou no uso de vocábulos específicos para conceituar transações comerciais, econômicas.
Este é outro nível de linguagem que deve ser dominado para a prática da redação empresarial, princi-
palmente se a atividade profissional for relacionada a atividades altamente técnicas.
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Na redação empresarial, deve-se priorizar o uso da linguagem culta, somada às particularidades téc-
nicas e/ou científicas, quando for o caso. Mas todos os recursos podem ser utilizados, dependendo da 
ocasião.
O bom senso é que vai definir quando e como usar.
Os gregos ensinavam que o dialético se preocupa, em todos os momentos do seu discurso, em ter a 
concordância da platéia, enquanto o retórico se preocupa com a unidade e com a harmonia do seu dis-
curso. O filósofo Zenon, por exemplo, comparava a dialética a um punho fechado, e a retórica a uma mão 
aberta.
 Como fazer para utilizar adequadamente a dialética e a retórica? 
Junte as duas definições do filósofo grego: escreva para o seu leitor, respeitando-o, mas cuide de seu 
texto, elaborando-o. Tente encontrar o equilíbrio entre a “mão fechada” e a “mão aberta”. É isso.
Dialética, retórica...
São evoluções técnicas, que têm uma única raiz: a comunicação. A seguir, proponho um pequeno 
exercício para checar se você conhece os elementos do processo de comunicação. 
1. Emissor é um dos protagonistas do ato da comunicação; é ele que emite uma mensagem para 
o destinatário.
2. Fonte é a origem da mensagem, é o elemento que inicia o ciclo da comunicação.
3. O conjunto de signos que, relacionados, produz uma mensagem é o que chamamos de códi-
go.
4. Para veicular uma mensagem é necessário um canal, que funciona como um suporte.
5. Quem recebe a informação e a decodifica: é o receptor.
Como você pode ver, o processo comunicacional depende de alguns ingredientes básicos. Se reparar-
mos bem, todos os dias, de uma maneira ou de outra, nós mesmos assumimos a função de um ou outro 
desses fatores.
Ou seja: nós somos a comunicação.
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2.5 - FASES DA BOA REDAÇÃO
Já vimos que, antes de iniciar a redação, é preciso fazer uma pesquisa abrangente sobre o assunto. A 
segunda fase é planejar. 
Vamos simular uma espécie de planejamento. Você precisa planejar, elaborar, a planta básica de uma 
casa. 
 O que você vai dizer?
 Para quem?
 De que modo quer escrever: formalmente ou de maneira mais informal?
 Qual é o motivo de estar escrevendo?
Estas são as perguntas básicas que você se deve fazer para planejar um texto, antes de escrever. São 
perguntas que, no final, devem trazer respostas para a questão principal:
 O que pretende com a sua comunicação? 
Se você conseguir respostas para estas perguntas, está pronto para escrever.
Mas lembre-se do que vimos no módulo anterior, sobre o tópico frasal.Se achar necessário, releia o módulo anterior para fixar esse assunto. Estudar é isto mesmo: às vezes 
precisamos rever conceitos.
 O parágrafo é a unidade de composição do texto. Para cada idéia, deve haver um parágrafo 
diferente. 
 O parágrafo precisa ter três partes: tópico frasal, desenvolvimento e conclusão.
 O tópico frasal introduz o assunto. É o núcleo, que traz em si, de modo geral e conciso, a 
idéia.
 O desenvolvimento surge quando é necessário detalhar o tópico frasal.
 A conclusão é o fecho, o encerramento do assunto. 
Nosso redator nos aconselha a sempre fazer uma revisão, mas ele mesmo se esqueceu disso. 
No texto abaixo há sete erros que você deve identificar. 
Cabe a você, porém, identificar os verdadeiros erros — isso porque há três “erros falsos”, isto é: são 
pontos do texto que o mouse identifica como clicáveis, mas não são erros. E você só tem a chance de 8 
cliques para 7 erros. 
Muita gente, enfrenta problemas para começar a redação. Não é realmente muito simples, por-
que no começo do texto deve estar o resumo da mensajem. 
Portanto, a primeira providência é ter clareza de qual é o assunto da sua comunicação. Siga o 
seu planejamento. 
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Comece a redação pelo assunto. Indique o que voce quer dizer com a mensagem. Em seguida 
desenvolva o texto, você fundamentando o texto com as informações que você obteve com as 
suas pesquisas. E conclua. Mas não se esqueça de revizar antes de enviar. Se certifique de que 
a mensagem está clara e correta. Não tenha preguiça de reescrever de novo todo o texto. 
Ajuda muito pedir a alguém que leia antes. Essa leitura prévia pode identificar pontos obscuros 
no texto ou erros que você não percebeu. 
Só para reforçar, vamos ver quais seriam as correções:
1. Muita gente, enfrenta... — nunca separe o sujeito do predicado com uma vírgula
2. ... mensajem. — a grafia correta é mensagem, com “g”
3. ...que voce quer...— falta o acento na palavra “você”
4. ...desenvolva, você fundamentando o texto... — lembra-se do módulo anterior, quando vimos 
os vícios de linguagem. Trata-se de um anacoluto – repetição desnecessária de um termo da 
oração
5. ...de revizar antes... — a grafia correta é “revisar”
6. Se certifique de que... — não se deve iniciar o período com pronome oblíquo
7. ...de reescrever de novo todo... — outro vício de linguagem: agora, trata-se de um pleonasmo 
— repetição da mesma idéia
Redacao Empresarial
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~ Modulo 2´
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RESUMO
1. Pesquise sobre o que vai escrever. Para isso, é preciso definir qual o objetivo da mensagem. 
Seja econômico e delimite o assunto.
2. Seja cuidadoso ao redigir uma mensagem, independentemente do que quer informar. Leve 
em conta a pessoa que vai ler.
3. Respeite o seu leitor e facilite as coisas para ele. Sempre que tiver que escrever um conceito 
difícil, explique. 
4. Seja objetivo e evite comentários. Relate apenas os fatos. Ninguém gosta de receber mensa-
gens que apontam erros.
5. Seja breve e conciso. Escreva mensagens diretas e simples. 
6. Escreva para seu leitor, respeitando-o, mas cuide de seu texto, elaborando-o bem.
7. Procure sempre indicar qual é a fonte das suas informações, porque isto é fundamental para 
aumentar a credibilidade da sua comunicação. Além disso, há o risco de ser acusado de plágio.
8. Pesquisar é a melhor forma de acumular conhecimento e de aprender. Não faça economia 
ao pesquisar. E, de preferência, informe as pessoas a quem você escreve de que você foi buscar 
informações qualificadas para colocar em seu texto. 
9. Discurso direto é quando você reproduz a declaração de uma pessoa ou o trecho de um texto 
de outro autor. A citação direta vem sempre entre aspas, precedida de dois pontos.
10. Discurso indireto é quando você informa o que a pessoa declarou, ou o que contém um texto, 
sem reproduzir.
11. Planeje sua redação. Antes de escrever, veja se você tem as respostas para estas perguntas: 
O que você vai dizer?; Para quem?; De que modo quer escrever: formalmente ou de maneira 
mais informal?; Qual é o motivo de estar escrevendo?; O que pretende com a sua comunica-
ção?
12. Sempre revise o texto antes de enviá-lo ao(s) destinatário(s) ou publicá-lo.
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MÓDULO 3
QUALIDADES DO TEXTO INFORMATIVO
Neste módulo você verá as principais características de uma boa mensagem e como ade-
quá-las aos vários tipos de textos como descrição, narração e dissertação.
As informações e dicas contidas aqui vão dar a você condições de desenvolver textos claros, 
objetivos, imparciais e criativos.
3.1 - Introdução Geral
3.2 - Características de uma boa mensagem
3.3 - Tipos de texto
Modulo 3´Redacao Empresarial´
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MÓDULO 3
QUALIDADES DO TEXTO INFORMATIVO
3.1- INTRODUÇÃO GERAL
Texto informativo:
Em resumo, escreva apenas o que é importante, de modo claro, conciso e objetivo. Evite opinar. Apre-
sente fatos e informações. 
Se tiver oportunidade e considerar adequado, use a criatividade. Mas não perca a coerência nem a 
imparcialidade. E sempre destaque o que for mais importante.
Antes de enviar a mensagem, releia, revise, e certifique-se de que não haja erro. 
E, antes de tudo: seja simples.
Mas há recursos técnicos de composição de texto para finalidades específicas. Clique nos botões abai-
xo para conferir esses tipos de texto que veremos ao final do módulo:
 Descrição 
Utilizamos o recurso da descrição quando queremos indicar características de objetos, pessoas 
ou seres, ou ainda de processos. 
 Narração
Utilizamos o recurso da narração quando queremos informar a respeito de fatos. 
 Dissertação
Utilizamos o recurso da dissertação quando queremos discorrer a respeito de idéias.
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3.2 - CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA MENSAGEM
O que precisa ser observado para que a mensagem seja bem entendida? Preste atenção nas opções 
abaixo e indique as que você considera as mais adequadas:
1. Fundo escuro – letras sem contraste
2. Fundo claro – letras contrastantes
3. Tipologia rebuscada
4. Tipologia simples e legível
5. Corpo (tamanho da letra) pequeno 
6. Corpo (tamanho da letra) razoável
No exemplo acima, usamos alguns conceitos básicos que têm a ver com o design. Mas... o curso não 
é sobre redação?
Exatamente! Nesse caso, os conceitos do design se aplicam perfeitamente à redação, e vice-versa: 
estamos falando de clareza. Vejamos como isso se aplica à redação.
 Clareza
Vamos comparar duas situações:
Situação 1:
Tendem a ter os teclados de pessoas hirsutas, às quais não podemos impedir que assim o sejam, 
folículos capilares depositados sobre si, o que demanda que elas sejam conspícuas na solicita-
ção telefônica de reparos.
Fica difícil entender uma mensagem dessas, não é?
Vamos ajudar nosso amigo, conferindo agora a Situação 2:
Situação 2:
O acúmulo de cabelos em teclados de microcomputadores pode causar defeitos. Solicitem apoio 
da equipe de manutenção, para limpeza, pelo ramal 5555.
Melhorou bastante, não é mesmo?
Vamos rever as duas mensagens e observar os problemas enfrentados pelo nosso amigo.
Tendem a ter os teclados de pessoas hirsutas, às quais não podemos impedir que assim o sejam, 
folículos capilares depositados sobre si, o que demanda que elas sejam conspícuas na solicita-
ção telefônica de reparos.
Assim não:
Problemas - Frase longa, truncada, com orações em ordem indireta, cheia de palavras difíceis 
e que podem causar ambigüidade. Não fica claro quem é o sujeito de cada oração, nem qual é a 
mensagem que se quer passar. 
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O acúmulo de cabelos em teclados de microcomputadores pode causar defeitos. Solicitem apoio 
da equipe de manutenção, para limpeza, pelo ramal 5555. 
Assim sim:
Sugestão – Prefira a ordem direta:sujeito, verbo e predicado. Não ceda à tentação de enfeitar 
desnecessariamente a frase.
 
 Clareza
Uma mensagem incompreendida é quase a mesma coisa que uma mensagem inexistente. Se a pessoa 
que recebe a mensagem não consegue entendê-la por falta de clareza, a comunicação não surtiu efeito. 
 Concisão
Agora falaremos de concisão. Sejamos, portanto, concisos.
Assim não:
Temos conversado muito sobre todas as características peculiares dos nossos representantes, 
que são logicamente diferentes entre si, e chegamos a um ponto em que será necessário reunir a 
todos para um levantamento final de expectativas e em conjunto definirmos uma estratégia para 
que todos falemos a mesma linguagem, em benefício dos nossos clientes e até do público interno, 
porque todos sabemos que o cliente interno é tão importante quanto o cliente externo. Por que 
assim não? 
Problemas - Linguagem cansativa e tediosa. A mensagem detalha aspectos pouco importantes 
para o leitor. Além de reforçar desnecessariamente o que já foi dito, deixa de fora informações 
essenciais.
Assim sim:
A empresa precisa unificar a estratégia de comunicação dos representantes com os nossos clien-
tes internos e externos. Por isso convocamos uma reunião para a próxima sexta-feira, às 15 
horas, na matriz. Por que assim sim? 
Sugestão – Vá direto ao assunto. Use frases curtas e claras, sempre na ordem direta. Elimine o 
que não for fundamental comunicar.
As pessoas deveriam estar ocupadas somente com assuntos importantes. Por isso a mensagem 
concisa é bem-vinda em qualquer situação profissional. Escreva em sua mensagem somente o 
que é necessário. O leitor vai agradecer.
 Objetividade
Você tinha um objetivo. Para atingi-lo, só precisou de OBJETIVIDADE, não é?
A objetividade consiste em apresentar fatos em uma mensagem, e não opiniões sem fundamentação. 
Por isso, nada de basear sua mensagem em argumentações subjetivas. Prove; é sempre mais eficaz. 
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Exemplo
Assim não:
Acho que pode ser desastroso implantar um sistema novo sem os cuidados necessários para 
garantir a sua confiabilidade. Podemos sofrer conseqüências que outras empresas antes de nós 
já sofreram pela falta de estudos mais detalhados a respeito da sua influência sobre os processos 
de produção da nossa fábrica. Consulto da possibilidade de contratarmos para esse fim específi-
co um fornecedor qualificado para o entrosamento entre os programadores que desenvolveram o 
sistema e os usuários internos para que na minha opinião possamos ter um verdadeiro processo 
on-the-job para verificarmos a qualidade final do produto.
Assim sim:
Testei o sistema DXU88 e verifiquei falhas de compatibilidade em vários equipamentos da em-
presa. Pesquisei sobre o problema e informo que não temos capacitação interna para corrigi-lo. 
Sugiro que contratemos especialistas para fazer, no ambiente da fábrica, a integração do sistema 
com os aparelhos Alfa-Ômega que utilizamos.
Problemas - Em primeiro lugar, um assunto técnico deve estar embasado em fatos, e não em 
opiniões. “Achar” é um pecado muito grande. O texto não pode ter desvios nem ser vago.
Sugestão - Aponte os fatos, explique o que quer comunicar e conclua rapidamente com a sua 
sugestão. Procure ser imparcial.
Os antigos portugueses diziam que não se deve misturar alhos com bugalhos. Tinham razão. Não mis-
ture assuntos, nem fique voltando a temas já tratados anteriormente. 
O ideal é ordenar os assuntos de que quer tratar, ligando-os logicamente por um raciocínio claro. 
 Encadeamento coerente
O que você entende por encadeamento coerente? Como os elos de uma corrente, o texto é formado 
por uma série de peças que se encaixam. Se os elos da corrente não se encaixarem corretamente, a cor-
rente não tem funcionalidade nenhuma. Da mesma maneira, se as várias peças de um texto não estiverem 
encadeadas, a mensagem não terá nenhuma eficiência. 
O ideal é ordenar os assuntos e ligá-los logicamente por um raciocínio claro.
Exemplo
Assim não:
O aumento da gasolina fez subir os custos da empresa. A frota é grande e cara para a empresa. 
A gasolina subiu 12% na refinaria e nos postos perto de 9% em uns e mais de 11% em outros, 
dependendo do Estado. Como o número de carros da frota da nossa empresa é alto, vamos ter 
que diminuir a freqüência das viagens. 
Em alguns períodos do ano a verba para combustível chega a passar de 20% de todo o orça-
mento. 
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Por isso cada viagem terá que ser autorizada pelo gerente da área. 
Também por causa do aumento dos combustíveis o reembolso será fixado em R$ 0,50 por km 
rodado. Esse valor é válido a partir de janeiro de 2003. 
Problemas – É importante manter a fluência das idéias. Esforce-se para não abandonar uma 
idéia e depois ter que voltar a ela mais à frente.
Assim sim:
O aumento de 12% dos combustíveis, determinado pela Petrobrás em outubro, teve reflexo sobre 
a verba destinada ao abastecimento da nossa frota. Como essa verba ultrapassa 20% do orça-
mento por causa do número de veículos, as viagens estão reduzidas e terão que ser autorizadas 
pelo gerente da área. 
Também por medida de economia o valor do quilômetro rodado está fixado em R$ 0,50 a partir 
de janeiro de 2003.
Sugestão – Cada parágrafo precisa ter unidade. Por isso, é recomendável reunir no mesmo 
parágrafo as informações que estejam relacionadas com um mesmo assunto. Quando mudar de 
assunto, mude de parágrafo. 
 Simplicidade
Imaginemos que o fim do ano está se aproximando. Naturalmente, todos estão se preparando para as 
festas e confraternizações. Que tal um brinde?
Exemplo
Assim não:
Prezados confrades: 
Está o nosso relicário de mensagens fraternais para o evento de final de ano insta-
lado em competente local, ao lado do equipamento de reprografia. 
Rogamos a todos que emprestem a sua participação, assim ocasionando grande 
glamour às nossas celebrações natalinas. 
Atenciosamente, 
Fulano de Tal 
Presidente
Problemas - Uma mensagem como esta, que deveria atingir a todos, ficou empolada e pouco 
natural. Pior ainda: uma mensagem dessa pode até parecer gozação...
Tudo bem, a taça quebrada não tem importância. Vamos fazer outro brinde? 
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Assim sim:
A caixinha de correspondência do amigo invisível está colocada ao lado da máquina 
copiadora. 
Esperamos que todos participem, para que a nossa comemoração seja bem ale-
gre. 
Saudações
Fulano de Tal
Sugestão – Seja simples. Uma mensagem não fica mais bonita porque contém construções 
difíceis. Além disso, o fecho atenciosamente é típico de ofício; em uma mensagem de conteúdo 
mais informal, deve-se usar algo mais leve como saudações ou cordialmente, e dispensar-se o 
título. Simples como um brinde, não é?
 Simplicidade
Escrever bonito é importante. Mas na maioria das vezes a beleza está na simplicidade. Enfeitar desne-
cessariamente uma frase pode acabar levando ao tédio, ao mal-entendido e ao aborrecimento. 
Poupe o seu leitor. Seja simples. Que tal construir frases apenas com sujeito, verbo e predicado? (Ra-
ramente você vai precisar de mais do que isso.)
 Unidade
Para que um carro funcione é necessário que todos os equipamentos estejam integrados, em perfeita 
unidade.
Da mesma forma, a unidade em um texto informativo é resultado imediato do encadeamento coerente. 
Significa que o texto trata do assunto definido no tópico frasal e não se perde em divagações ou desvios. 
Cada parágrafo esgota um assunto e está ligado inteligentemente ao parágrafo seguinte, que por sua vez 
tratará de outro assunto. Assim, a mensagem constitui um conjunto único na abordagem e no estilo. 
Se, por um lado, escrever é um ato que exige buscar uma forma de expressão adequada e inteligível, 
por outro lado essa busca implica meditar sobre o assunto,estudá-lo e compreendê-lo nas suas mais 
variadas faces.
Considerando a expressão, ela se torna possível quando se utilizam palavras próprias e o redator tem 
simpatia pelo assunto.
Embora não se possa transformar principiantes em experientes escritores, e embora não se possa 
ensinar talento e bom senso, é possível aprender técnicas que auxiliam a redigir.
A leitura constante conduz à formação de juízos de valor com relação à literatura, aos textos jornalísti-
cos, comerciais, técnicos e outros. Daí afirmar-se que a aprendizagem redacional se faz ao mesmo tempo 
em que se adquirem técnicas de apreciação, sobretudo da literatura.
Vamos ver se conseguimos entender a receita? Coloque os ingredientes na panela, arrastando cada 
vidrinho com o mouse. Qual será o resultado?
 Criatividade
A criatividade é uma característica que contribui em muito para transformar uma mensagem em um 
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texto interessante de ler. É possível ser criativo sem contrariar as qualidades do texto citadas há pouco 
(clareza, concisão, objetividade e coerência). 
A criatividade envolve a formação inteligente de frases, de maneira a impressionar favoravelmente o 
leitor. Em geral, um texto criativo é um texto simples e preciso, que tenha traços de imaginação criadora. 
Criatividade não se ensina, mas pode ser exercitada. Num ambiente empresarial, muitas vezes a cria-
tividade significa o diferencial que quebra a rotina e traz soluções novas para determinados problemas. 
Algumas técnicas são fartamente adotadas, principalmente, em agências de publicidade. Dependendo do 
seu caso, podem ser aplicadas no ambiente empresarial.
Vamos arriscar dar mais uma temperada na nossa receita? O que será aquele novo ingrediente?.
Aquele ingrediente que aparentemente daria um toque especial à receita nada mais era do que um 
“clichê”, que podemos considerar o maior inimigo da criatividade. Clichê é o termo corriqueiro, que todo 
mundo usa. Clichê é o lugar-comum, o estereótipo que empobrece a linguagem.
 Comparações comuns:
Seco como o deserto
Branco como o leite
Negro como a noite
Quente como um deserto
Pesado com o chumbo
 Exageros comuns:
Foi o dia mais longo da minha vida
Nada que eu faça é suficiente
Não consigo pensar em nada
Tudo aconteceu com a rapidez de um raio
 Redundâncias comuns:
O relógio marcava as horas 
A chuva caía sem parar
São verdades comprovadas
 Dilemas comuns:
Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Observe as afirmações abaixo:
 Num texto informativo, especialmente no texto técnico, é necessário que o autor evite opinar 
sobre o assunto, a não ser quando for estritamente necessário.
 O ideal é indicar apenas dados concretos, reais.
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 O autor deve indicar onde, quando e como obteve os dados de que se valeu e especificar as 
limitações do trabalho, se houver. 
As afirmações anteriores traduzem mais uma característica do texto informativo: a IMPARCIALIDADE.
Antes de passarmos para os próximos conceitos, vamos conferir um exemplo simples de texto infor-
mativo que une todas as características vistas até agora, clareza, concisão, objetividade, encadeamento , 
coerente, simplicidade, unidade e imparcialidade.
Exemplo
Informamos que a partir do próximo dia 1º o uso de correio eletrônico estará restrito somente a 
assuntos profissionais. Mensagens particulares, que não tratem de assuntos da empresa, serão 
barradas por um sistema de filtro por palavras-chave. Casos especiais deverão ser tratados dire-
tamente entre o coordenador da área e o gerente de informática.
Também dentro da reestruturação de comunicação interna, informamos que a gerência de in-
formática está oferecendo desenvolvimentos de programas específicos de controle para cada 
área, de acordo com as características dos trabalhos. Pedidos deverão ser encaminhados, com 
detalhamento, para o endereço .....@....... até o dia 10.
A equipe de informática pode prestar outros serviços sob demanda. Consulte a gerência para 
maiores informações. 
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3.3 - TIPOS DE TEXTO
Sr. diretor:
Encaminho para avaliação a proposta de reformulação do departamento de marke-
ting, enviada pelo nosso escritório de arquitetura.
Cada um dos seis funcionários do departamento ganhará um espaço individual de 
trabalho, sem que isso afete a comunicação entre eles. As divisórias, azuis, têm 1,60 
m de altura, e ressaltam a identidade visual da empresa.
Para maximizar a interatividade entre os funcionários, cada um deles passa a contar 
com um ramal próprio e um microcomputador, sendo que todo o sistema será interli-
gado, via intranet.
A sala será privilegiada pela iluminação natural — para isso, além das novas janelas 
todo o ambiente será decorado com tonalidades claras.
Os antigos ventiladores serão substituídos por um moderno sistema de ar-condicio-
nado.
Com a reforma do departamento, atendemos também uma antiga reivindicação dos 
funcionários: a sala ganhará uma máquina automática de refrigerantes e um bebedou-
ro. 
 
O texto com a proposta de reforma do departamento nada mais é do que a foto da sala. Mesmo sem 
ver a sala, o leitor pode imaginar, ou “visualizar” mentalmente, como ela é.
Este foi um exemplo de descrição, sem floreios, clara e objetiva, expressa num vocabulário preciso. 
Como uma foto.
Continuando com o exemplo anterior, imaginemos que o diretor aprovou a proposta, mas solicitou mais 
algumas informações:
 qual o cronograma (tempo previsto) para a conclusão da reforma?
 como ela será realizada?
 em suma: o diretor quer saber como será o passo-a-passo da obra.
A descrição do objeto (a sala) era uma foto. Agora, o diretor solicita a descrição do processo — será, 
então, como um pequeno filme*, mostrando quais as ações que devem ser feitas para a realização da 
obra. 
Mas, cuidado a descrição do processo deve ser objetiva, impessoal, clara e, sobretudo, simples.
Na próxima página veremos outro tipo de texto, a narração — que, então, será um “filme” mais com-
pleto, explorando e contando todos os acontecimentos de um processo, incluindo até mesmo reações 
subjetivas.
No seu dia-a-dia há numerosas situações profissionais que exigem o uso da descrição, seja de um 
objeto, produto ou serviço, seja de um processo. Entre as alternativas abaixo, qual exigiria um texto des-
critivo?
* Também podemos utilizar a descrição quando quisermos falar de processos — é a chamada descrição técnica ou científica.
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[ ] relatório
[ ] ata
[ ] carta comercial
A descrição é o recurso de linguagem adequado para ser usado em um RELATÓRIO. Neste tipo de 
texto devem predominar as frases nominais. No próximo módulo veremos mais detalhadamente alguns 
exemplos de relatórios.
Não confunda descrição com discrição — que é a qualidade de ser discreto.
Muitas vezes, por uma desatenção, a grafia errada de uma palavra pode pôr tudo a perder...
Abaixo apresentamos alguns itens que caracterizam uma descrição (D) ou uma narração (N):
1. Frases nominais - Descrição
2. Verbos - Narração
3. O quê? - Descrição
4. Frases verbais - Narração
5. Substantivos e adjetivos - Descrição
6. Quando? Como? - Narração
Uma narração pressupõe pessoas em ação, pressupõe dinâmica. É um relato seqüencial, com aconte-
cimentos que se sucedem no tempo e que envolvem seres. Nesse tipo de texto, em geral é preciso explicar 
a interferência das personagens, do tempo, do espaço, dos fatos, das circunstâncias etc. Na narração 
predominam as frases verbais, indicando ação.
Para elaborar uma narração de boa qualidade, observe que é necessário ficarem claras as respostas 
para as seguintes perguntas:
 o que aconteceu?
 com quem aconteceu?
 quando e onde

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